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Anti-hipertensivos - farmacologia aplicada

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As doenças cardiovasculares são a principal causa de 
morte, hospitalizações e atendimentos ambulatoriais 
em todo o mundo, inclusive em países em 
desenvolvimento como o Brasil. 
- hipertensão arterial 
É uma condição clínica multifatorial caracterizada por 
elevação dos níveis pressóricos >140mmHg e/ou 
90mmHg. 
Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, 
alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, 
sendo agravada pela presença de outros fatores de 
risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, 
intolerância à glicose e diabetes melito (DM). 
- mecanismo de controle da PA 
A PA é diretamente proporcional ao DC e RVP, que são 
controlados por dois mecanismos: barorreceptores e 
sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). 
Os barorreflexos atuam alterando a atividade do 
sistema nervoso simpático. Por isso, são responsáveis 
pela regulação rápida da pressão arterial. Quando 
ocorre a redução da PA, o SNS é ativado e libera 
adrenalina e noradrenalina. No momento em que o SN 
entra em atividade, ocorre ativação de receptores β1 
no coração (que vão gerar aumento do DC), ativação 
de adrenoreceptores α1 nos músculos lisos das 
artérias (que vão gerar aumento do retorno venoso e 
RVP e ativação de receptores β1 nos rins. A ativação 
desses receptores induz aumento do volume 
sanguíneo, do DC, da RVP e do retorno venoso, gerando 
aumento da PA. 
Quando os receptores β1 são ativados pelos 
barorreceptores dos rins, eles estimulam a produção e 
liberação de renina pelos rins. No momento em que 
ocorre aumento de renina, que é responsável pela 
conversão de ANG-I para ANG II. Essa conversão só 
ocorre na presença da ECA (enzima conversora de 
angiotensina). 
A ANG-II é um vasoconstritor circulante potente, que 
contrai arteríolas e veias, resultando no aumento da 
pressão arterial. A ANG-II exerce ação vasoconstritora 
preferencial nas arteríolas eferentes do glomérulo 
renal, aumentando a filtração glomerular. 
 
Além disso, a ANG-II estimula a secreção de 
aldosterona, levando ao aumento da reabsorção renal 
de sódio e ao aumento do volume sanguíneo, o que 
contribui para o aumento adicional da pressão arterial. 
Esses efeitos são mediados pela estimulação dos 
receptores da angiotensina II tipo 1 (AT1). 
• De forma resumida, a redução da PA estimula duas 
vias: a adrenérgica e a via de ANG-II. 
Medicamentos que atuam nessas duas vias podem ser 
associados e administrados juntos quando o nível 
pressórico do paciente não consegue se manter em um 
nível dentro do padrão considerado como saudável. 
- sistema renina-angiotensina 
O fígado é responsável pela produção de 
angiotensinogênio, que cai na corrente sanguínea e é 
convertido em ANG-I através da renina, produzida 
pelos rins. A ECA circulante do endotélio e do pulmão, 
vai converter ANG-I em ANG-II, que vai atuar em 
receptores AT1 (principalmente) e AT2, resultando em 
vasoconstrição e aumento da RVP. O aumento de ANG-
II em AT1 nos rins resulta em aumento da absorção de 
água e sódio. Em conjunto, esses resultarão em 
aumento da PA. 
Como forma de compensar o que está acontecendo no 
organismo, o cininogênio através da calicreína, 
estimula a produção de bradicinina. No entanto, o ECA 
vai inativar a bradicinina, que é um potente 
vasodilatador (reduz a RVP). 
Observação: a bradicinina no pulmão causa 
vasoconstrição e, quando acumulada, causa tosse. Por 
isso, pacientes asmáticos não podem tomar IECA, já 
que a IECA vai inibir a ECA, que é responsável pela 
inativação da bradicinina. 
Como saber qual via de sinalização precisa ser 
bloqueada para tratamento da hipertensão arterial? 
Não tem como saber. O tratamento é feito por 
tentativas de classes de medicamentos anti-
hipertensivos. 
Anti-hipertensivos 
Farmacologia II 
 
 
2 
 
- terapia anti-hipertensiva 
A terapia anti-hipertensiva tem como finalidade reduzir 
a morbidade e mortalidade associadas à PA elevada. 
 O tratamento também tem como propósito evitar 
complicações cardiovasculares. 
O tratamento não deve ser oferecido logo de cara. 
Inicialmente é necessário tentar mudar o estilo de vida 
do paciente, bem como induzir a prática de atividade 
física. Até porque, em grande parte dos casos, esses 
pacientes não têm apenas HAS, mas outras patologias 
crônicas associadas (exemplo: DM, angina, 
hiperlipedemia). 
Classes de fármacos 
• Inibidores de ECA; 
• Antagonistas de receptores AT1 (angiotensina-1); 
• Bloqueadores adrenérgicos; 
• Bloqueadores do canal de cálcio; 
• Diuréticos; 
• Vasodilatadores diretos; 
• Cardiotônicos; 
• Trombolíticos; 
• Antiagregantes plaquetários (bloqueia 
principalmente o tromboxano); 
• Anticoagulantes (mexe com os fatores); 
• Antilipêmicos. 
- condutas de tratamento 
O tratamento inicial deve ser não medicamentoso 
através de modificações no estilo de vida. 
Caso a PA elevada persista mesmo após mudanças, o 
tratamento deve ser iniciado de forma 
medicamentosa. 
Os BB devem ser sempre a última opção de tratamento. 
 
 
Os fármacos, quando associados para tratamentos, não 
devem ser da mesma classe, que atuam na mesma via 
de sinalização. Exemplo: é recomendado usar um IECA 
+ diurético. 
DIU: diuréticos. BCC: bloqueador do canal de cálcio. IECA: inibidor 
da enzima conversora de angiotensina. BRA: bloqueador do 
receptor de angiotensina. BB: betabloqueador. 
• Captopril, enalapril, lisinopril, benazepril, ramipril, 
fosinopril, moexipril, quinapril (tudo que termina 
em “pril”). 
Sua excreção é predominantemente renal e, por isso, 
sua dose precisa ser ajustada em pacientes com 
insuficiência renal. 
O captopril deve ser administrado 1h antes das 
refeições porque, quando administrado com o 
alimento, ocorre perda de 30-40% de absorção do 
fármaco. 
Alguns medicamentos IECA são pró-fármacos, isto é, 
precisam passar pelo fígado e serem ativados pelas CYP 
(metabolismo de primeira passagem). Exemplo: 
enalapril, benazepril, quinapril, fosinopril, ramipril. É 
necessária a cautela na prescrição em pacientes com 
insuficiência hepática. 
A ativação aos poucos do pró-fármaco faz com que o 
fármaco tenha seu efeito prolongado. 
Os IECA aumentam a eficácia dos diuréticos porque 
diminui a ação das ANG-I em ANG-II, diminuindo a ação 
dos receptores de AT-1 sobre os rins, ou seja, não 
estimula a ação da aldosterona – como ocorre inibição 
dos receptores de AT1, aumentam o potássio 
plasmático. 
Com o controle da PA, os IECA induzem menor 
hipertrofia e hiperplasia miocárdica. 
Afetam vasos de capacitância e de resistência e 
reduzem a carga cardíaca (vasodilatação indireta das 
artérias e veias). 
 
 
 
Farmacologia II 
 
 
3 
- usos clínicos 
• Anti-hipertensivo; 
• Após IAM (reduz pós-carga e hipertrofia 
ventricular); 
• ICC; 
• Reduz risco de AVE (por causa da redução da PA); 
• Reduz progressão doença renal crônica (melhor a 
perfusão renal). 
- efeitos colaterais 
• Tosse seca (5-30%): acúmulo de bradicinina 
(edema e broncoespasmo); 
• Hiperpotassemia por redução dos níveis de 
aldosterona 3; 
• Erupção cutânea e redução dos níveis de 
aldosterona; 
• Hipotensão na primeira dose. 
- contraindicações 
• Gravidez (2°-3° trimestres: efeitos no feto como 
hipotensão, insuficiência renal e má-formação); 
• Não associar com diuréticos poupadores de 
potássio (exemplo: espirinolactona) ou BRA – risco 
de hipercalemia. Porque já ocorre aumento do 
potássio e pode causar excesso de potássio; 
• Em associação com AINES (porque fazem 
vasoconstrição por inibição das PGs); 
• Estenose crítica da artéria renal (IECA diminui 
pressão de perfusão, pois precisa de Angiotensina 
II para manutenção da taxa de filtração glomerular 
- TFG). 
• Losartana, ibesartana, candesartana, eprosartana, 
olmesartana, telmisartana, valsartana (tudo que 
termina em “sartana”). 
É um inibidor do receptor da angiotensina II. 
A ECA não é a única enzima capaz de formar ANG II, a 
quimase (que não é inibida pelos IECA) fornece uma via 
alternativa. Essa seria uma possível vantagem dos 
antagonistas dosreceptores AT1 de angiotensina II. 
 
 
 
 
 
 
 
As principais vantagens sobre os IECA é não haver 
acúmulo de bradicinina e, além da ECA, há outras 
enzimas que não são bloqueadas pelos IECA. 
 
Bloqueando o receptor, não tem como gerar nenhuma 
produção de ANG-II. 
 
- receptores de angiotensina: 
Eles atuam nos dois receptores (AT1 e (AT2), mas 
principalmente em AT1. 
• AT1: 
o Sistema vascular: constrição; 
o Miocárdio: aumento da contratilidade; 
o SNC: aumento do efluxo simpático; 
o Rins: reabsorção de sódio; 
o Suprarrenal: liberação de aldosterona. 
• AT2: 
o Suprarrenal; 
o SNC; 
o Tecidos embrionários: acredita-se que estejam 
envolvidos no crescimento, no 
desenvolvimento e no comportamento 
exploratório – por atuar também em AT2, 
mesmo que não sendo o principal, são 
teratogênicos. 
 
 
 
Farmacologia II 
 
 
4 
Qual a principal função desses fármacos? Bloqueio das 
ações da ANG-II – ele não bloqueia a ANG-II e sim sua 
ação sobre o receptor. Além disso, também tem outras 
funções: 
• Bloqueio da contração do músculo liso vascular; 
• Bloqueio das respostas pressoras; 
• Bloqueio da sede, da liberação de ADH; 
• Bloqueio da liberação de aldosterona e de 
catecolaminas adrenais (adrenalina, noradrenalina 
e dopamina). 
- usos clínicos 
São semelhantes aos IECAS: 
• Anti-hipertensivo; 
• Após IAM (reduz pós-carga e hipertrofia 
ventricular); 
• ICC – 2° escolha; 
• Reduz risco de AVE; 
• Reduz progressão doença renal crônica. 
- efeitos adversos 
• Menor propensão para causar tosse ou 
angioedema (não inibem a ECA); 
• Hipercalemia. 
- contraindicações 
• Gravidez; 
• Estenose bilateral da artéria renal; 
• AINES; 
• Não associar com diuréticos poupadores de 
potássio – o próprio medicamento já pouca 
potássio ao diminuir a reabsorção de sódio e água. 
A associação pode causar hiperpotassemia. 
• Alisquireno (Rasilez®). 
É o único representante da classe atualmente 
disponível para uso clínico. 
Promove uma inibição direta da ação da renina com 
consequente diminuição da formação de ANG-II. 
Tem boa tolerância. 
Tem capacidade, em monoterapia, de redução da PA 
semelhante aos demais anti-hipertensivos. 
Não existem, contudo, evidências de seus benefícios 
sobre morbimortalidade. 
- efeitos adversos 
• Diarreia, dor abdominal, dispepsia, refluxo 
gastroesofágico; 
• Cefaleia, tontura, fadiga; 
• Tosse, angioedema e reações alérgicas graves 
(raras) – por causa do acúmulo de bradicinina; 
• Hipotensão; 
• Hipercalemia; 
• Eventos vasculares em diabéticos tipo 2 (quando 
combinado com IECA ou BRA); 
• Teratogênico – contraindicado na gravidez. 
 
- caso clínico 
H.F.R, 35 anos, sexo masculino, procurou atendimento 
médico com queixa de dispneia e edema de membros 
inferiores. Relata que nos últimos 6 meses, a dispneia 
que era aos esforços moderados rapidamente 
progrediu até estar presente no repouso. Anamnese e 
exames complementares levaram ao diagnóstico de 
insuficiência cardíaca congestiva (ICC) de etiologia a ser 
esclarecida. Foram prescritos 80mg de furosemida, 
0,125mg de digoxina, 50mg de losartana, 25mg de 
espironolactona, 50mg de hidroclorotiazida e 300mg 
de ranitidina diários, além de metoprolol (150mg/dia). 
Em relação aos tratamentos prescritos, responda a 
questão a seguir: 
• Quais dos fármacos acima são da classe dos 
diuréticos? Explique seus respectivos mecanismos 
de ação – prova. 
- definição e ação do fármaco 
Os diuréticos são fármacos que aumentam o volume 
urinário excretado. Isto é, sua função é inibir os 
transportadores renais de íons (principalmente sódio e 
potássio) e diminuir a reabsorção de sódio em 
diferentes parte dos néfron. Como resultado, o sódio e 
cloreto entram na urina em quantidades maiores que o 
normal junto com a água. 
• Aumento dos íons na urina: Na+/K+/Cl- 
• Ocorre aumento de água para manter o equilíbrio 
osmótico (transporte passivo). 
Existem três classes de fármacos diuréticos que mexem 
com a PA: tiazídicos, de alça e poupadores de potássio. 
Eles têm três mecanismos em comum: diminuem a 
volemia, diminuem a reabsorção de água (diurese) e 
diminuem a reabsorção de sódio (natriurese). 
 
 
Farmacologia II 
 
 
5 
Os poupadores de potássio não têm eficácia no 
tratamento de hipertensão. Eles são associados com 
tiazídicos e de alça para poupar o potássio que esses 
medicamentos perdem, evitando a hipocalemia. 
 
 
tiazídicos 
• Clorotizida, clortalidona, hidroclorotiazida, 
indapamida, metolazona. 
Os diuréticos tiazídicos inibem o cotransportador 
Na+/Cl- no túbulo contorcido/convoluto distal, 
inibindo a reabsorção ativa de cloreto de sódio, 
causando aumento do débito urinário, aumento da 
excreção de Na+, Cl-, K+ e H+ e diminuição da excreção 
de HCO3- e Ca+2. 
Por diminuírem a excreção de cálcio, eles estão 
associados à redução da calciúria, redução e 
manutenção dos níveis de paratormônio e aumento da 
densidade óssea (evita osteoporose e fratura em idosos 
por reter o cálcio). 
Seu efeito hipotensor é bloqueado por inibidores da 
COX. 
- usos clínicos 
• Hipertensão; 
• Edema (ICC, hepatopatias, doença renal, 
glicocorticoides); 
• Hipercalciúria: podem ser úteis no tratamento da 
hipercalciúria idiopática, pois inibem a excreção 
urinária de Ca2+. Isso é benéfico para pacientes 
com cálculos de oxalato de cálcio no trato urinário. 
- efeitos adversos 
• Hipocalemia (deficiência de potássio), 
hiponatremia (deficiência de sódio), hipercalcemia 
(excesso de cálcio); 
• Hiperglicemia, fadiga e cansaço (por causa da 
deficiência de potássio); 
• Aumenta LDL, colesterol, triglicérides. 
É sempre importante fazer um hemograma com perfil 
eletrolítico e lipídico antes de iniciar o tratamento com 
tiazídico visto que ele pode causar aumento de alguns 
eletrólitos e de lipídeos. 
Diuréticos de alça 
- caso clínico 
Jovem,19 anos, no pronto atendimento de um hospital 
relata história de febre e dor de garganta há 12 dias. Há 
dois dias começou a apresentar inchaço nos tornozelos. 
Ao exame clínico nota-se aumento das tonsilas 
palatinas com presença de pontos de pus nas mesmas, 
edema nos tornozelos e sopro cardíaco. Solicitado 
ecocardiograma que mostrou alteração de função da 
valva atrioventricular esquerda. Para este paciente foi 
prescrito antibiótico, furosemida e cloreto de potássio. 
Com base no caso responda: 
• Por que a furosemida e cloreto de potássio foram 
prescritos como tratamento para este paciente? 
- definição e ação do fármaco 
• Furosemida, bumetanida, ácido etacrínico e 
torsemida. 
São fármacos de alta potência. São os diuréticos mais 
potentes, que promovem liberação de pelo menos 25% 
do filtrado glomerular (impede a reabsorção). 
Eles têm sua ação diurética ao atuar no ramo 
ascendente da alça de Henle inibindo o 
cotransportador de Na+/K+/2Cl-, aumentando o 
débito urinário, aumentando a excreção de Na+, Cl-, K+, 
H+, Mg+2, HCO3 e de Ca+2 – ao contrário do tiazídicos, 
os diuréticos de alça aumentam o conteúdo de Ca2+ da 
urina. Em pacientes com concentrações séricas de Ca2+ 
normais, não ocorre hipocalcemia, pois o Ca2+ é 
reabsorvido no túbulo contorcido distal. 
Se um paciente está com excesso de cálcio no sangue e 
está edemaciado, não podemos dar o hidroclorotiazida 
e sim o furosemida porque ele aumenta a excreção de 
cálcio. 
A furosemida administrada por via IV é capaz de 
estimula óxido nítrico (NO), causando vasodilatação. 
Por esse motivo, pode ser prescrito em pacientes com 
edema causado por ICC. Por via oral, seu efeito 
principal é diurético. Ou seja: 
• A administração da furosemida por IV é 
amplamente usada como diurético e, quando 
administrada por via oral, é usada como 
hipotensor. 
Os diuréticos de alça têm todos a mesma eficácia, ou 
seja, a resposta da diurese é a mesma, o que modifica 
é potência do fármaco. Exemplo: é administrado 1mg 
de bumetanida para ter o mesmo efeito de 10mg de 
furosemida. 
 
 
 
 
 
Farmacologia II 
 
 
6 
- usos clínicos 
• ICC, edema pulmonar agudo; 
• Hipertensão; 
• Edema,ascite (insuficiência renal crônica/IRC, 
insuficiência hepática); 
• Hipercalcemia. 
- efeitos adversos 
• Desequilíbrio hidroeletrolítico; 
• Alcalose metabólica: por causa da perda de H+; 
• Arritmia cardíaca: por causa da diminuição de K+, 
Ca2+, Mg2+. 
- diurético de efeito máximo 
São considerados diuréticos de efeito máximo, isto é, 
independentemente de administrar uma dose muito 
grande é impossível ter um efeito maior. Isso porque 
temos um número de receptores/bombas que vão ficar 
saturado. 
Após passar a dose máxima, o paciente é intoxicado, 
mas sem o efeito adicional porque o número de bomba 
no TCD é limitado e o bloqueio de todos não adiciona 
efeito. 
 
Isso acontece com o tiazídico e com os de alça. 
- inibidores de COX 
Tanto os tiazídicos como os diuréticos de alça tem o seu 
efeito hipotensor bloqueado quando administrados 
junto com inibidores da COX (AINES). 
Os anti-inflamatórios são inibidores de COX e 
diminuem o efeito de diuréticos de alça e tiazídicos 
porque diminui a produção de prostaglandina, que é 
responsável por dilatar o vaso sanguíneo. Sem a 
prostaglandina ocorre vasoconstrição e passa menos 
sangue/fluxo na região dos glomérulos, diminuindo o 
filtrado e diminuindo o efeitos desses diuréticos. 
 
 
Diuréticos Poupadores de Potássio 
- caso clínico 
Homem, 45 anos, tem hipertensão faz uso de diurético 
tiazídico para o controle da pressão arterial elevada. 
Nos últimos meses, periodicamente, tem tido câimbras 
noturnas. Os sintomas diminuíram com a inclusão de 
espironolactona ao diurético tiazídico. 
• A inclusão do segundo fármaco foi feita com qual 
intuito? Reduzir a perda de potássio (é um 
poupador de potássio) está tendo câimbra por 
causa da perda de potássio ocasionada pelo 
diurético tiazídico. 
- definição e ação do fármaco 
• Inibidores dos canais de sódio: amilorida, 
tiantereno; 
• Inibidores dos receptores de aldosterona: 
esplerenona, espironolactona. 
São fármacos fracos. 
Os diuréticos poupadores de potássio atuam no túbulo 
coletor inibindo a reabsorção de Na+ e a excreção de 
K+. O principal uso dos poupadores de potássio é no 
tratamento da hipertensão (mais frequente em 
associação com um tiazídico). 
- espironolactona e eplerenona 
Atuam no bloqueio do receptor de aldosterona, 
promovendo redução de sódio e secreção de potássio. 
Se ocorre bloqueio, ele inibe e impede a secreção de 
potássio, bem como a eliminação de sódio. 
Em homens diminui libido e causa ginecomastia por 
causa dos efeitos antiandrogênicos inespecíficos. 
USOS CLÍNICOS 
• Hipertensão associado a outros diuréticos; 
• Hiperaldosteronismo; 
• Aumenta a sobrevida no ICC: evita remodelamento 
que ocorre como compensação no IC progressiva; 
• Efeitos antiandrogênicos: tratar hirsutismo e 
síndrome do ovário policístico. 
EFEITOS ADVERSOS 
• Distúrbios gástricos; 
• Azotemia: elevação da ureia, creatinina e ácido 
úrico no sangue; 
• Diminuição da libido: efeitos antiandrogênicos 
inespecíficos; 
• Ginecomastia em homem e irregularidades 
menstruais em mulheres; 
• Hipercalemia; 
• Letargia e confusão mental. 
 
 
 
 
Farmacologia II 
 
 
7 
- triantereno e amilorida 
Também são chamados de diuréticos inibidores dos 
canais de sódio do epitélio renal. Eles inibem os canais 
de sódio do epitélio renal, assim como a secreção de 
potássio. 
USOS CLÍNICOS 
• Hipertensão associado a outros diuréticos; 
• Diminui edema e ascite na ICC. 
EFEITOS ADVERSOS 
• Hipercalemia; 
• Cãibras nas pernas; 
• Tontura, fadiga, cefaleia; 
• Distúrbios gástricos (diarreia, náusea). 
Diurético como anti-hipertensivo 
• Efeitos natriuréticos, com diminuição do volume 
extracelular; 
• Redução da resistência vascular periférica (RVP) – o 
volume circulante praticamente se normaliza, após 
quatro a seis semanas de uso do fármaco; 
• A administração intravenosa de furosemida a 
pacientes com edema pulmonar causado por ICC 
aguda provoca um efeito vasodilatador 
terapeuticamente útil antes do início do efeito 
diurético. 
USO CLÍNICO DOS DIURÉTICOS 
• Deve-se dar preferência aos diuréticos tiazídicos ou 
similares (clortalidona, hidroclorotiazida e 
indapamida) em doses baixas, pois são mais suaves 
e com maior tempo de ação – são mais usados 
como anti-hipertensivos; 
• Reservar os diuréticos de alça (furosemida e 
bumetanida) aos casos de insuficiência renal e 
situações de edema (IC ou insuficiência renal) – ou 
seja, principal diurético utilizado em relação a 
diurese; 
• Os poupadores de potássio (espironolactona e 
amilorida) são habitualmente utilizados em 
associação com os tiazídicos ou DIU de alça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bloqueadores adrenérgicos 
• Antagonistas dos receptores α: 
o Não seletivos: fentolamina; 
o α1 seletivos: doxazosina, tansulosina, 
prazosina, terazosina e alfuzosina; 
o α2 seletivos: ioimbina. 
• Antagonistas dos receptores β 
o Não seletivos: propranolol, timolol e sotalol; 
o β1 seletivos (2ª geração): atenolol, metoprolol, 
esmolol e bisoprolol; 
o β1 e α1 seletivos: carvedilol e labetalol – α1 é 
periférico; 
o β1 seletivos (3ª geração): pindolol, nebivolol e 
betaxolol – estimula a produção de NO. 
 
RELEMBRANDO A LOCALIZAÇÃO DOS RECEPTORES 
Receptores Localização 
β1 Coração (é 1 porque só temos 1 coração) 
β2 
Trato respiratório (é 2 porque temos 2 
pulmões), genitourinário, músculo liso, 
fígado 
α1 Vaso sanguíneo, coração, olho 
α2 SNC, células adiposas, TGI, rins 
 
- caso clínico 
Homem, 45 anos, sedentário, possui bronquite 
asmática desde os 2 anos de idade. Recentemente, 
compareceu a uma consulta médica clamando de 
fadiga muscular, câimbras, dores nas articulações, 
cefaleia severa, tontura, borramento da visão e dor no 
peito. Ao aferirem sua pressão arterial, o resultado 
obtido foi: 155mmHg x 96mmHg, médico prescreveu 
Cloridrato de Propranolol (Inderal®). Com base no caso 
responda: 
• Qual o mecanismo de ação do propranolol? 
o O propranolol é um antagonista β não seletivo 
e, por isso, causa Diminuição inicial do débito 
cardíaco, redução da secreção de renina, 
readaptação dos barorreceptores, 
vasodilatação e diminuição das catecolaminas 
nas sinapses nervosas. 
 
 
Farmacologia II 
 
 
8 
 
• A decisão quanto ao esquema terapêutico do 
paciente foi acertada? Por quê? 
o Não foi acertada porque o paciente tem asma 
e deveria ser usado um adrenérgico β1 
seletivo, por exemplo atenolol, metoprolol. 
betabloqueadores 
• Quanto maior a lipossolubilidade de um 
betabloqueador, maiores os efeitos no sistema 
nervoso central, como confusão, pesadelo e 
letargia – ultrapassa a BHE. Propranolol é mais 
lipossolúvel que o atenolol. 
• Fármacos hidrossolúveis como, por exemplo, o 
atenolol tem menos efeitos colaterais centrais que 
o lipossolúvel propranolol. 
- efeito rebote 
A retirada dos β-antagonistas deve ser gradual, se 
ocorrer interrupção abrupta dos betabloqueadores 
pode causar: 
• Arritmias cardíacas; 
• Agravar a insuficiência coronariana; 
• Infarto do miocárdio (ocasionalmente). 
• Morte súbita (ocasionalmente). 
As possíveis causas são: 
• Cessação dos efeitos protetores dos 
betabloqueadores; 
• Aumento da sensibilidade dos receptores β-
adrenérgicos; 
• Aumento do número de receptores β-
adrenérgicos (up-regulation): o mecanismo que 
explica este efeito provavelmente é a up-regulation 
dos receptores beta-adrenérgicos devido ao uso 
crônico do betabloqueador. Assim, os receptores 
existentes ficam mais responsivos às catecolaminas 
circulantes. No momento em que a medicação é 
suspensa, há chance de ocorrer um estado 
hiperadrenérgico; 
• Aumento das catecolaminas circulantes. 
- efeitos colaterais 
• Indução ICC em pacientes susceptíveis; 
• Cansaço, fraqueza; 
• Tonturas, hipotensão; 
• Insônia (compostos lipossolúveis); 
• Bradicardia ou Bloqueio AV; 
• Broncoespasmo; 
• Taquicardia induzida pela hipoglicemia (DM): 
 
 
 
 
Bloqueadores alfa-adrenérgicos 
- antagonistas alfa-
adrenérgicos periféricos 
• Prazosina, doxazosina, terazosina,tansulosina. 
Eles produzem bloqueio competitivo de 
adrenoceptores α1, diminuindo a resistência vascular 
periférica e reduzindo a pressão arterial, ao relaxar os 
músculos lisos de artérias e veias. 
Não são considerados tratamento de primeira escolha. 
USOS CLÍNICOS 
• Pode ser usado na hiperplasia benigna de próstata 
e disfunção vesical. 
• O fármaco doxazosina pode ser usado para expelir 
a pedra no rim porque faz vasodilatação. 
EFEITOS COLATERAIS 
• Podem induzir ao aparecimento de tolerância; 
• Hipotensão postural e taquicardia são mais 
evidentes após a primeira dose; 
• Incontinência urinária em mulheres. 
- bloqueadores adrenérgicos 
de ação central 
• Alfametildopa (principal usado em gravidas), 
clonidina, guanabenzo, moxonidina, rilmenidina, 
reserpina. 
Atuam estimulando os receptores α2 adrenérgicos pré-
sinápticos no SNC, reduzindo o tônus simpático por 
feedback negativo – reduz a pressão arterial porque faz 
feedback negativo com a liberação de 
neurotransmissores, diminuindo a quantidade e 
fazendo com que haja menor interação pós sináptica. 
EFEITOS COLATERAIS 
Os medicamentos dessa classe, apresentam reações 
adversas decorrentes da ação central, como: 
• Sonolência, sedação – são utilizados também para 
sedação, diminuindo a noradrenalina, diminuindo 
a ansiedade; 
• Boca seca; 
• Fadiga; 
• Hipotensão postural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia II 
 
 
9 
- fisiologia da contração e 
relaxamento do musculo liso 
vascular 
Os vasos sanguíneos são formados por 3 camadas (do 
mais interno para o mais externo/de dentro para fora): 
camada endotelial, muscular e adventícia. 
 
Os vasodilatadores são fármacos que atuam 
diretamente no musculo liso vascular ou no endotélio. 
Se atuar no endotélio libera ON e no musculo favorece 
o relaxamento. Em ambos a consequência é diminuição 
do tônus muscular. 
Eles podem estimular a camada muscular ou a camada 
endotelial, de maneira a manter a pressão arterial. 
COMO OCORRE AUMENTO DO CÁLCIO? 
Os receptores AT1 são metabotrópicos, ou seja, eles 
são receptores acoplados à proteína Gq (estimulatória). 
Como está acoplada à proteína Gq, seu segundo 
mensageiro será IP3 e DAG. No momento em que esse 
receptor é estimulado, isto é, que a ANG-II se liga à AT1, 
a subunidade α do receptor vai fosforilar o fosfolipídeo 
de membrana e estimular a DAG e IP3. O IP3, por sua 
vez, vai estimular abertura do canal de cálcio no 
retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio vaze 
para o citoplasma, aumentando o cálcio interno. Isso 
gera despolarização celular e, por isso, o canal de cálcio 
voltagem dependente que estava fechado irá se abrir e 
o cálcio que estava no meio extracelular vai entrar 
(VOCs de cálcio), aumentando ainda mais o cálcio 
intracelular. Esse aumento desencadear o processo de 
contração muscular pela fosforilação da cadeia leve da 
miosina. 
 
Uma das substâncias produzidas pelo endotélio é o NO, 
que é vasodilatador. Ele atua estimulando guanilato 
ciclase (guanilil ciclase), que é responsável por 
converter GTP em GMPc. O GMPc aumentado estimula 
a enzima miosina-LC fosfatase que desfosforila a 
cadeira leve da miosina e gera relaxamento. 
O NO pode ser estimulado pela bradicinina e pela 
acetilcolina, no momento em que se ligam nos seus 
respectivos receptores. 
Quando a bradicinina se liga no seu receptor, por 
exemplo, ela estimula a enzima NO sintase, que libera 
o NO na fenda das células endoteliais e musculares. Por 
ser um gás, o NO consegue penetrar na camada 
bilipídica e ativar guanilato ciclase, bloquear canais de 
cálcio e estimular canais de potássio. A abertura de 
canais de potássio resulta saída de potássio, resultando 
em perda de carga positiva e consequente 
hiperpolarização celular, ou seja, relaxamento do 
músculo liso. 
Observação: no pulmão a bradicinina gera 
broncoconstrição e na periferia dilatação. 
 
 
Farmacologia II 
 
 
10 
 
Nitroprussiato de Sódio (NPS) 
É um vasodilatador liberador de NO que age 
aumentando GMPc na célula muscular lisa, causando 
relaxamento e vasodilatação. 
Ele é um liberador de óxido nítrico que age tanto em 
arteríolas, diminuindo a resistência vascular periférica, 
quanto em vênulas, diminuindo o retorno venoso. 
A molécula do nitroprussiato de sódio é formada por 
um centro férrico com cinco grupos cianeto e um 
componente nitroso. Ela reage rapidamente com os 
eritrócitos e com a parede vascular, liberando cianeto e 
óxido nítrico (NO). O NO age na musculatura lisa dos 
vasos ativando a enzima guanilil ciclase, que, por sua 
vez, converte GTP presente no citoplasma da célula em 
GMPc. O aumento da concentração de GMPc causa 
desfosforilação da cadeia leve da miosina e 
consequente relaxamento da muscular, resultando em 
vasodilatação. 
 
• Doador direto de NO; 
• Diminui a pré-carga e pós-carga. 
Sua administração é fotossensível. O cianeto em 
contato com a luz se desfaz e pode ser 
administrado/injetado no paciente caso esteja em 
contato com a luz. 
- uso clínico 
• É usado apenas em emergências hipertensivas e IC 
aguda descompensada, não pode ser usado de 
forma crônica. 
• Angina; 
• Insuficiência cardíaca secundária ao infarto agudo 
do miocárdio. 
- efeitos adversos 
• Hipotensão, taquicardia reflexa e rash cutâneo; 
• Tontura, cefaleia; 
• NPS → cianeto → tiocianato (convulsão e acidose 
lática): cianeto que sobra depois da doação do NO 
é quebrado por enzimas hepáticas que o 
transformam em tiocianato, que é excretado pela 
urina (excreção renal). Como o tiocianato também 
é tóxico, não deve ser administrado em pacientes 
com problemas em hepáticos, podendo levar a 
uma convulsão e acidose lática; 
• Insuficiência renal ou hepática intoxicação; 
• Metemoglobinemia: oxidação da Hb pelo NO. 
O NPS não pode ser associado com o sildenafil (viagra) 
e nem com nenhum nitrato! A sildenafil é um inibidor 
da fosfodiesterase e, dessa forma, impede a conversão 
de GMPc. Dessa forma, vai ocorrer relaxamento em 
excesso e consequente hipotensão, podendo levar o 
paciente à óbito. 
Se chega um paciente no PS infartando é importante 
perguntar se ele está realizando uso de sildenafil. 
Nitratos Orgânicos 
• Dinitrato de isossorbida (longa duração), 
nitroglicerina (curta duração). 
Tem maior atividade em vasos de capacitância (veias). 
São fármacos que causam efeito deletério quando o 
tratamento ocorre a longo prazo – as células 
endoteliais atrofiam e param de produzir NO. 
 
Diminui o trabalho e aumenta o fluxo. 
 
 
Farmacologia II 
 
 
11 
O problema desses nitratos é que eles causam 
tolerância, a partir de uma determinada dose não é 
mais possível gerar resposta. 
 
- uso clínico 
• Angina estável e instável; 
• IAM; 
• HAS estágio III: quando nenhum outro 
medicamento está fazendo mais efeito; 
• IC aguda e crônica. 
Inibidores de PDE (fosfodiesterase) 
• Milrinona e amrinona. 
Esses fármacos são seletivos para as isoformas PDE3 
que estão presentes no músculo liso vascular e no 
coração. 
Reduz a pré-carga e a pós-carga. 
- uso clínico 
Seu uso é hospitalar com administração IV a curto 
prazo. 
• ICC severa. 
- efeitos adversos 
Não pode ser associado com nitratos. 
• Hipotensão; 
• Trombocitopenia: uso prolongado por amrinona. 
- sildenafil 
São altamente seletivos para a PDE5 presente no 
músculo liso do corpo cavernoso. 
• Tontura, distúrbios visuais, ondas de calor, rubor, 
congestão nasal e náusea, dispepsia. 
 
 
 
 
 
 
 
Ativadores de canais de K+ 
• Minoxidil, cromakalim, nicorandil. 
É usado principalmente no tratamento da hipertensão 
refratária a outros agentes anti-hipertensivos. 
Reduz a pós-carga. 
- efeitos adversos 
• Cefaleia, edema (associar com diuréticos), 
taquicardia reflexa (associar com β-bloqueadores 
ou IECA) e hirsutismo. 
Bloqueadores dos canais de cálcio 
Os antagonistas dos canais de cálcio podem ser 
divididos em duas classes: 
• Dihidropiridinas: 
o Nifedipina (ação curta), amlodipina (ação 
longa), nicardipina, nisoldipina, nitrendipina – 
tudoque termina em “dipina”; 
• Não dihidropiridinas: 
o Fenilalquilaminas: verapamil; 
o Benzotiazepinas: diltiazem. 
Os antagonistas de canais de cálcio bloqueiam a 
entrada de cálcio por se ligarem aos canais de cálcio do 
tipo L no coração e nos músculos lisos dos vasos 
coronarianos e arteriolares periféricos. Isso causa o 
relaxamento do músculo liso vascular, dilatando 
principalmente as arteríolas. Os BCCs não dilatam 
veias. 
- uso clínico 
• Verapamil e diltiazem: angina, HAS, taquicardia 
supraventricular paroxística e fibrilação atrial; 
• Diidropiridinas: HAS, doença arterial coronariana e 
angina. 
- efeitos adversos 
• Dihidropiridinas (nifedipina) 
o Hipotensão, tontura, cefaleia, rubor e náuseas; 
o Taquicardia reflexa; 
o Constipação, edema periférico, edema 
pulmonar e tosse. 
• Verapamil e ditilazem: 
o Hipotensão; 
o Bradicardia sinusal; 
o Depressão cardíaca (falência cardíaca) – é 
contraindicada seu uso na bradicardia sinusal 
(BAV)/falência cardíaca; 
o Bloqueio de condução no nodo átrio-
ventricular. 
 
 
 
 
 
Farmacologia II 
 
 
12 
 
 
CLASSE EXEMPLOS MECANISMO DE AÇÃO 
REDUÇÃO DA 
PRÉ-CARGA 
REDUÇÃO DA 
PÓS-CARGA 
Nitratos orgânicos 
Dinitrato de 
isossorbida, 
nitroglicerina 
Vasodilatação com liberação de NO +++ + 
Doadores de NO Nitroprussiato +++ +++ 
Inibidores de PDE Milrinona, anrinona 
Inibe PDE e reduz a degradação de 
GMPc 
++ ++ 
Agonista do canal de 
K+ 
Minoxidil 
Ativa canais de K+ e aumenta o 
efluxo de potássio 
(hiperpolarização) 
+ +++ 
IECA 
Captopril, enalapril, 
ramipril 
Reduz a formação de ANG-II e reduz 
a degradação de bradicinina 
++ ++ 
Antagonistas AT1 
Losartana, 
candesartana 
Bloqueia os receptores AT1 ++ ++ 
Antagonista α1 Prazosina Bloqueio seletivo de receptores α1 ++ +++ 
Bloqueadores de 
canais de cálcio 
Anlodipina, nifedipina Bloqueia os canais de cálcio tipo L + +++

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