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RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 283 Introdução Anatomia: Veia porta = veia esplênica + veia mesentérica superior Veia mesentérica inferior = veia esplênica (drena transverso até terço proximal do reto). Gástrica esquerda (“coronária”, drena esôfago distal e pequena curvatura), gástricas curtas e gastroepiplóica vêm do estômago = veia porta Fluxo sanguíneo hepático: 75% veia porta e 25% artéria hepática Quadro clínico: 1. Esplenomegalia: - Sequestro (“retenção” de elementos figurados) ou hiperesplenismo (destruição) - Consequências: anemia, leucopenia e trombocitopenia - Laboratório: ↑ LDH, ↑ BI, ↓ haptoglobina e reticulocitose 2. Encefalopatia: amônia convertida em ureia pelo fígado. Hipertensão porta: by-pass venoso p/ outras veias, com acúmulo no SNC – encefalopatia 3. Varizes: anorretais, esofagogástricas, recanalização de veia umbilical (cabeça de medusa), retroperitônio (Retzius). Como diferenciar? Comprimir a veia ingurgitada com os indicadores e soltá-los um a um. Para cima: cava inferior. Para baixo: cava superior. Para cima e para baixo: porta 4. Ascite: ↑ pressão nos sinusoides hepáticos = transudato. CIR1: HIPERTENSÃO PORTA E FALÊNCIA HEPÁTICA RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 284 O que confere gravidade é ascite e varizes esofagogástricas. Hipertensão porta Definição: gradiente > 5 mmHg do sistema cava entre o sistema porta Fisiopatologia: obstrução ao fluxo e/ou vasodilatação esplâncnica Classificação: 1. Pré–hepática: • Trombose da veia porta (trombofilia, hipercoagulabilidade, Sd nefrótica – perda de antitrombina III) • Trombose veia esplênica: - Hipertensão segmentar (varizes de fundo gástrico isoladas) + função hepática normal - Causa = doenças pancreáticas (pancreatite crônica). Veias pancreáticas são tributárias da esplênica - Conduta = esplenectomia (difícil tratar essas varizes com EDA) Pancreatite crônica: agudização “irrita” veia esplênica congestão gástricas curtas. • Trombose de VMS (RARO) RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 285 2. Intra-hepática: • Pré-sinusoidal (↑VARIZES e ↓ASCITE): esquistossomose emboliza ovos nas áreas pré-siusoidais (espaços-porta) com reação granulomatosa e fibrose (Reto VMI VE VP). Obs.: raro, mas pode formar ascite devido sinusoides do mesentério / esplâncnicos. • Sinusoidal: cirrose • Pós-sinusoidal (↓VARIZES e ↑ASCITE): doença veno-oclusiva (oclusão da veia centrolobular), geralmente após reação de enxerto versus hospedeiro. Outra: chá da Jamaica. Macete: pós-sinu “faz enxerto” 3. Pós–hepática (↑ASCITE E ↓ VARIZES - “acima do fígado”): • Budd-Chiari: trombose das veias hepáticas (qualquer 1 dos 3 ramos) • Obstrução de VCI: trombose / neoplasia • Doenças cardíacas: pericardite constritiva, insuficiência tricúspide (pode tj) Obs.: pode haver hepatomegalia aqui *obstrução antes do sinusoide: varizes *obstrução a nível / após sinusoide: ascite, hepatomegalia e edema MISS Varizes Quem mais sofre com hipertensão porta: baço e intestino. Não há varizes neles pois possuem drenagem venosa dupla. Gradiente de pressão > 10 mmHg = varizes de esôfago / > 12 mmHg = risco ruptura. Abordagem das varizes: A – Nunca sangrou: profilaxia primária de sangramento Cirrose = rastreamento com EDA Indicações de profilaxia (“3 Cs”) - Calibre médio e grande (F2: 3 – 5 mm / F3: > 5 mm) - Child B e C - Cherry-red spots (pontos avermelhados): sangue passando nas varizes de tão fino Profilaxia: b-block (propranolol, nadolol e mais recente carvedilol) OU ligadura elástica RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 286 B – Sangrou: estabilização + parar sangramento + prevenir complicações 1. Estabilização hemodinâmica: cristaloides, sangue (manter Hb 7-8), plasma fresco (se INR > 7) 2. Descobrir fonte e tratar: Endoscopia - Ligadura elástica / escleroterapia (cirrótico: ↓ fat. coagulação p/ escleroterapia) Drogas IV - Vasoconstrictores esplâncnicos (somastatina ou análogos: ocreotide e terlipressina (pode ser feito ANTES da EDA) - Cianoacilato: varizes gástricas (“super-bonder” pois aqui sgto é difuso) Balão - Sengntaken-Blakemore (3 vias) ou Minnesota (4 vias) - Opção temporária – até 24h até conseguir TIPS ou cirurgia - Indicações: EDA não disponível / ↑ sangramento / falha / instabilidade hemodinâmica TIPS (shunt portossistêmico intrahepático transjugular) - Cateter: jugular interna (por cima) e outro na artéria femoral (por baixo), joga contraste no baço e este drena p/ sistema porta stent entre veia hepática e a veia porta - Vantagens: melhora sangramento e ascite. Permite transplante (não altera anatomia) - Desvantagem: encefalopatia (by-pass do metabolismo hepático) e estenose - Contraindicação: doença policística hepática e IC direita. Cirurgia (urgência) – Shunts NÃO SELETIVOS: 1. Término – lateral (anastomose da veia porta com veia cava - shunt porto-cava) - Desvantagem: insuficiência hepática e encefalopatia (↑ mortalidade) Macete: Shunt PORTO-COVA 2. Latero – lateral (anastomose de um ramo na cava outro permanece) - Vantagem: rápido - Desvantagem: encefalopatia 3. Calibrado (“tips cirúrgico”) - Vantagem: controle do fluxo portal - Desvantagem: disponibilidade, obstrução Confira os detalhes de cada cirurgia de derivação no esquema a seguir: RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 287 3. Prevenir complicações: 1) Peritonite bacteriana espontânea (PBE): - Mecanismo: sangramento → hipoperfusão intestinal → translocação bacteriana - Até controle do sangramento: Ceftriaxone 1g IV - Após controle sangramento e aceitando VO: Norfloxacin 400 mg 12/12h 7 dias 2) Ressangramento - profilaxia 2a: - 60 a 70% ressangra em 1 ano - Conduta: betabloqueador + ligadura elástica ↓ refratário... TIPS / Transplante / Cx eletiva (shunt seletivo: Warren / desconexão ázigo-portal) Cx eletiva é SELETIVA Esplenorrenal distal (Warren) - Ligadura da veia esplênica à veia renal (irá drenar p/ veia cava inferior, aliviando veia porta) Desconexão ázigo-portal - Ligadura de veias gástricas curtas + esplenectomia - Vantagens: mais simples, boa p/ esquistossomose RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 288 Ascite Prova prática: Hepatimetria na ascite com a manobra da arranhadura Manobra + sensível p/ avaliar ascite: toque retal 1. Sinal do Piparote (Morgani): decúbito dorsal. “Peteleco” em um dos flancos com borda cubital da mão do paciente na região mediana para sentir propagação da onda da ascite 2. Macicez de decúbito: análise diferencial dos sons da percussão com pcte em várias angulações de decúbito lateral 3. Semicírculo de Skoda: p/ diferenciar líquido livre de líquido septado. Em decúbito dorsal, percute-se a partir de linhas convergentes. Concavidade p/ cima = líquido livre. Concavidade p/ baixo = derrame septado (bexigoma, cisto anexial, ↑ útero) Ascite = hipertensão porta VS doença do peritônio (diferenciar pelo GASA) Hipertensão porta: obstrução ao fluxo sinusoidal com extravasamento de líquido (linfa) p/ cavidade peritoneal = transudato Doença do peritônio: altera permeabilidade = exsudato (rico em proteínas) GASA: gradiente (albumina soro) – (albumina ascite) ≥ 1,1: TRANSUDATO = hipertensão porta (pouca proteína no líquido ascítico). Causas: cirrose, IC, Budd-Chiari < 1,1: EXSUDATO = doença do peritônio (↑ permeabilidade = líquidos e proteína). Causas: neoplasia, tuberculose, pâncreas etc. RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 289 Etiologias e Aspectos 1) Cirrose: - + comum - GASA > 1.1 - Bioquímica e citometria sem anormalidades - Proteínas < 2.5 (↓ gamaglobulinemia - anticorpos = ↓ opsonização) 2) Neoplasia - 2a + comum (ovário / colorretal/ estômago) - GASA < 1.1 - Citologia oncótica + 90% dos casos / ↑ LDH e PTN - Mononucleares (linfócitos / monócitos) 3) Cardíaca - GASA > 1.1 - Proteínas > 2.5 (diferencial principal da cirrótica) 4) Tuberculose - GASA < 1.1 - ↑ ADA - Proteínas elevadas - Laparoscopia 100% sensível (granulomas visíveis) - Mononucleares (linfócitos/monócitos) > 500 Ascite da cirrose tem pouca proteína, poucos anticorpos: facilita infecção e PBE (principalmente se PTN < 1,5) Tratamento Restrição de sódio: 2 g/dia - Hídrica: se hipoNa dilucional RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 290 Diuréticos: se a restrição não adiantar... - Perda de líquido do intravascular p/ ascite causa “hipovolemia” = ativação SRAA - Espironolactona (antagonista da aldosterona - ↑K) 100–400 mg/dia - Furosemida (evitar distúrbio hidroeletrolítico - ajuda na ↑K) 40–160 mg/dia - Objetivo: ↓ 0.5 kg/dia / ↓ 1.0 kg/dia se edema Ascite refratária - Paracenteses terapêuticas seriadas - Programa-se TIPS - Programa-se transplante - Shunt-peritônio venoso Quanto de líquido pode retirar? Não há limite Paracentese > 5 litros - Repor 6 – 10 g de albumina por litro retirado (ex: retirou 8 litros, repõe 64 g) - Objetivo: prevenir Sd hepatorrenal (↑ intravascular) Obs.: cirrótico é vasodilatador pelo efeito do óxido nítrico, ativa SRAA p/ manter PA. Logo está contraindicado utilizar IECA e antagonistas da aldosterona. Proibido usar propranolol (↓ perfusão renal / relação com CHC) Encefalopatia hepática ↑ Amônia – NH3 (fígado não transforma em Ur): origem do catabolismo proteico Diagnóstico = clínico (flapping – asterix, letargia, sonolência) Fatores predisponentes: - Hemorragia (↑ proteínas lúmen intestinal) - Constipação (↑ bôlus fecal = + bactérias) - PBE (↑ vascularização = ↑ catabolismo proteico) - Alcalose (rouba H+ do amônio que vira amônia) - Hipovolemia (induzida por diuréticos / hipoK) Obs.: flapping não é exclusivo da EP, pode na DPOC e uremia Tratamento: Evitar fatores predisponentes Dieta: EVITAR restrição proteica + proteína vegetal (BCAA) Lactulose: laxativo (↑ trânsito, ↓ amônia), pH ácido (NH3 NH4+) Antibiótico: neomicina, metronidazol, rifaximina (↓ absorvidos VO: ↓ flora bacteriana) RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 291 Peritonite bacteriana espontânea (PBE) Translocação... monobacteriana a partir do tubo digestivo (E. coli) Frequente (12%) = paracentese em todos com ascite no hospital Clínica: ascite + febre + dor abdominal + encefalopatia Diagnóstico: paracentese com PMN > 250/mm3 + CULTURA + Ascite neutrofílica: - > 250 PMN + cultura negativa - Conduta: tratar Bacteriascite: - < 250 PMN + cultura positiva - Conduta: sintomáticos: tratar / assintomático: repuncionar Tratamento: Cefotaxima 2g IV 5 dias (Ceftriaxone ↑ resistência) Profilaxia: Primária - Aguda (pós sangramento): Ceftriaxone IV e após Norfloxacin VO 7 dias - Crônica (PTN ascite ≤ 1.5): Norfloxacin 400 mg/dia até transplante ou vida toda Secundária (já tiveram PBE): Norfloxacin 400 mg/dia vida toda TODO PACIENTE COM PBE DEVE REALIZAR PROFILAXIA DE SHR COM ALBUMINA 1.5 g/kg no 1o DIA e 1 g/kg no 3o DIA Pacientes que mais se beneficiam com a profilaxia (referente aos valores dos itens creatinina, BUN e BT). Diagnóstico diferencial: Peritonite bacteriana secundária (PBS): leucocitose com desvio... polimicrobiana Perfil: foco infeccioso (perfuração de víscera etc.) Obs.: CEA > 5 ng/ml e FA > 240 U/L acurado p/ perfuração intestinal Diagnóstico: 2 dos 3 critérios - Proteína ≥ 1 g/dl - Glicose < 50 mg/dl - ↑ LDH (> limite superior da sérica) Conduta: associar METRONIDAZOL + imagem - procurar causa (pneumoperitônio, extravasa contraste / cirurgia) RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 292 Síndrome hepatorrenal (SHR) PBE / falência hepática: vasodilatação sist. (↑ óxido nítrico) vasoconstricção renal Diagnóstico (sem hipovolemia, lesão renal ou obstrução) - IRA “pré-renal” - Cr > 1.5 / ↓ NaUr (retém Na e água p/ ↑ volume) Obs.: não responde a volume (não há hipovolemia) há desequilíbrio dos mediadores vasoconstrictores / vasodilatadores ocasionando ↓ TFG e ↑ retenção Na. Tipo 1: rápida progressão (< 2 sem) Tipo 2: insidiosa, melhor prognóstico Tratamento: transplante hepático (mortalidade de 80%) - Albumina (↑ intravascular) + Terlipressina (inotrópico +) Síndrome Hepatopulmonar Óxido nítrico capilares pulmonares dilatados (DVIP) hemácias passam rápido e distantes ↓ O2 Quadro clínico: Dispneia aos esforços, cianose Platipneia (dispneia surge / agrava sentado e em pé) / Ortodeóxia (↓ O2 em ortostase) Tratamento: Transplante hepático Insuficiência hepática Lóbulos hepáticos (polígonos) Centro: veia centro lobular Cantos: espaços-porta (tríade: vênula, arteríola e dúctulo biliar). Funções hepáticas (entre parênteses na cirrose): - Metabolismo bilirrubinas (icterícia + ↑ BD) - Eliminação de toxinas (encefalopatia, alterações hemodinâmicas) - Síntese de proteínas (↓ albumina, ↑ TAP) - Metabolismo intermediário / hormonal (↑ glicemia, ↑ E, ↓ testosterona) Cirrose hepática = fibrose + isolamento funcional” nódulos de regeneração” Fisiopatologia: Perda de microvilosidades e fenestras. Ativação de células estreladas (principal responsável pelo processo cicatricial) “a culpa é das estrelas” Quadro clínico: Aguda: icterícia, alterações circulatórias e neurológicas. Crônica: fadiga, estigmas hepáticos, hipertensão porta + Estigmas hepáticos; RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 293 Estigmas hepáticos: - Eritema palmar / telangiectasias (↑ E) - Baqueteamento digital (↑ E, incerto) - Contratura palmar de Dupuytren (contratura dos flexores 3 ou 4 dedos ↑ sugestivo de hepatopatia alcóolica) - Tumefação de parótidas - Ginecomastia (fígado deixa de depurar precursores do E ↑ E) - Atrofia testicular (fígado participa da ativação da testosterona ↓ testosterona) Causas (“álcool Vem Trazer Amigos”): - Vírus B / C / B + D - Tóxicos (álcool, triglicerídeos - DHGNA, drogas) - Autoimune (hepatite autoimune, colangite biliar 1a, colangite esclerosante 1a) Laboratório: Transaminases: ALT (“Liver”) e AST liberadas após lesão da membrana do hepatócito. Não há boa relação entre os níveis e nível de agressão. Albumina (MV 21 dias): hepatopatia crônica geralmente < 3 g/dl Dosagem de proteína total do plasma: dosa albumina e globulinas (pelos LB). - Hepatite autoimune: IgG - Cirrose biliar priMária: IgM - Doença hepática Alcoólica: IgA Tempo de Protrombina (TP): mv curta (ex: fator VIII 6h) bons p/ função hepática. Classificação funcional Child-pugh (BEATA: bilirrubinas, encefalopatia, albumina, TAP, ascite) Child A (cirrose compensada): 5 – 6 (macete: “5 A 6”) Child B (dano funcional significativo): intermediário Child C (cirrose descompensada): ≥ 10 Escore de Meld (BIC): BIC (bilirrubinas, INR, creatinina) – P/ estabelecer transplante hepático RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 294 Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) Resistência à insulina... ↑ triglicerídeos Esteatose 25% Esteato-hepatite (NASH) 10 a 50% Cirrose > 45 anos, DM, obesidade HEPATITE ALCÓOLICA NÃO ALCÓOLICA Laboratório AST > ALT ALT > AST História - > 20–40 g/dia etanol - Febre / dor abdominal / icterícia - Sd metabólica - Assintomática Tratamento - Abstinência / corticoide - ↓ peso / glitazonas / Vit. E? Doença de Wilson Cobre absorvido no intestino e excretado pela bile O que? Mutação na ATP7B = ↓ excreção biliar = ↑ COBRE (tóxico p/ SNC) Quem? jovem de (5 – 30 anos) / rara (1:30.000) Formas: Hepática: hepatite aguda / crônica Neuropsiquiátrica: - Distúrbio dos movimentos (parkinsonismo) - Alterações de personalidade (psicose) - Anéis de Kayser-Fleshner(98% tem lesão no SNC) Outros: anemia hemolítica (tóxica pelo cobre) / Doença tubular renal Diagnóstico: Triagem: ↓ ceruloplasmina (transporta cobre. Wilson não se liga a ele e é destruída) Confirma: ↑ cobre Ur / genética / anéis de KF / Bx hepática Tratamento: Quelante – Trientina: 1ª opção, menos tóxica / Penicilamina): quadros iniciais Transplante: graves / fulminantes / refratários RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 295 Hemocromatose hereditária Cromatose ~ Coloração Mutação HFE = ↑ absorção intestinal de ferro, sem feedback negativo ao excesso de ferro (desordem genética) Quem? comum (1:250) Como? vai acumulando... Doença dos 6 H’s: 1. Hepatomegalia (95%) 2. HEART (palpitações) “Homem de ferro com coração fraco” 3. Hiperglicemia (pâncreas) “Diabetes bronzeado“ 4. Hiperpigmentação 5. Hipogonadismo 6. Hartrite Diagnóstico: 1. Triagem (igual ferropriva, não se usa dosagem de Fe) - Ferritina ↑ (> 1.000) - Saturação de transferrina ↑ (+ sensível) 2. Confirmação: - Genética (C282Y e H63D) / biópsia hepática Tratamento: - Não faz quelante, a não ser que seja refratário!! - Flebotomia que pode durar até 2 anos (ferritina < 50 e Sat. Transf. < 50%) Obs.: existe quelante? SIM: desferroxamina (altíssimo custo, dificuldade técnica) - Transplante: refratários. Hepatite B crônica Definição: HBsAg + > 6 meses Indicações de tratamento 1. Replicação (HBeAg+ / HBV DNA) + lesão (ALT > 2x / biópsia / elastografia) - MS: > 39 anos: só precisa HBeAg+ - Pré-core: HBV-DNA > 2.000 UI/ml 2. Extra hepáticas (PAN, GN membranosa) 3. Coinfecção (HCV / HIV) 4. Imunosssupressão (drogas / QT) 5. Família (CHC) RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 296 Opções Farmacológicas: HBeAg+: ALFAPEG-IFN SC 48 semanas Sem resposta ao IFN / HIV / HBeAg (-): tenofovir – TDF (VO, tempo indet.) Doença renal / Cirrose / Imunossupressão: entecavir (VO, tempo indet.) Objetivo HBsAg (-) Objetivo: HBsAg (-) ou HBV-DNA indetectável Hepatite C crônica ANTI–HCV (+) + HCV-RNA > 6 m e/ou sinais biológicos/histológicos de HCV crônica Pior resposta relacionada ao genótipo tipo 1 Que mais cronifica (80 – 90%): vírus ↑ mutagênico Extra-hepáticas: Vaso (crioglobulinemia) / Rim (GN membrano-proliferativa) / Pele (líquen / porfiria) Indicação de tratamento: TODOS!!! Objetivo: HCV-RNA negativo Obs.: escores APRI/FIB4 utilizam idade ALT, AST e plaquetas TRATAMENTO Regra 1: p/ TOOS os genótipos = SOFOSBUVIR + DACLATASVIR / SIMPREVIR. Macete: SOFO/DA Regra 2: 12 semanas. Exceto CIRROSE Child B e C = 24 semanas Regra 3: opcional p/ melhorar resposta = RIBAVIRINA Gestantes contraindica o tratamento!!! Objetivo: RVS (HCV-RNA indetectável após 12-24 semanas) Questão de prova: Anti-HCV (+) Conduta: HCV-RNA + genotipagem
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