Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brenna G Bonfante 1 Cirurgia Torácica A cirurgia torácica abrange as patologias cirúrgicas que se encontram dentro da cavidade do tórax, incluindo pulmões, parede torácica, mediastino, traqueia, pleura e esôfago. - O termo tórax designa a área entre o pescoço e o abdome, fechado por costelas, esterno e vertebras radialmente, estreito torácico superiormente e o diafragma inferiormente. - Tem a função de sustentação e proteção dos órgãos torácicos internos, fornece a força inspiratória negativa que inicia a ventilação e a força expiratória positiva necessária para a vocalização e cria um suporte para pescoço, MMSS, estruturas torácicas e abdome. Anatomia - Pleura parietal reveste a parede torácica, mediastino, diafragma e pericárdio. A pleura visceral reveste o pulmão e separa os lobos. - O espaço pleural é um espaço potencial que pode comprimir o coração ou pulmões com um líquido, tumor ou infecção. Os espaços pleurais direito e esquerdo são separados entre si pelo mediastino - músculos primários: diafragma e músculos intercostais, os intercostais incluem o externo, interno e transverso (mais interno). Os intercostais auxiliam a respiração e protegem as estruturas torácicas. - Os espaços intercostais são associados numericamente a costela superior e contém os feixes intercostais (veia, artéria e nervo) que se estendem ao longo da borda inferior de cada costela. - Os músculos extrínsecos do tórax, o grande dorsal, o serrátil anterior, os peitorais maior e menor e os músculos cervicais (ECM, escaleno) inserem-se no arcabouço ósseo e protegem a própria parede torácica, e podem auxiliar nos esforços de ventilação em pacientes com DPOC. Procedimentos Realizados - Broncoscopia (fibrobroncoscopia) - Tratamento cirúrgico de tumores - Ressecções pulmonares - Trauma de tórax - Toracocentese - Drenagem de tórax - Tratamento da hiperidrose - Correção de defeitos da parede do tórax - Cirurgia da traqueia (traqueostomia, estenose, tumores) Broncoscopia / Fibrobroncoscopia - Pode ser rígida ou flexível - Rígida: metálica, menos usada - Flexível: diagnóstico e tratamento. Para diagnóstico pode ser coletado escovado broncoalveolar, lavado broncoalveolar e biópsia transbrônquica (p.ex. tumores próximos ao hilo pulmonar). - Tumor periférico de pulmão: biópsia transcutânea // Tumor de hilo: broncoscópico Indicações - Diagnóstico: visualização direta das vias respiratórias até os brônquios subsegmentares; coleta de secreções e células respiratórias por irrigação, escovamento e lavagem das vias respiratórias periféricas e dos alvéolos; biopsia de estruturas endobrônquicas, parenquimatosas e mediastinais Brenna G Bonfante 2 - Terapêutico: aspiração das secreções retidas; colocação de stent endobrônquico; remoção de corpo estranho; uso de dilatação com balão para aliviar as estenoses das vias respiratórias. - Rígida: somente quando há necessidade de orifício e canais mais amplos como na investigação da hemorragia pulmonar ativa e intensa; visualizar e remover corpos estranhos aspirados em crianças; visualizar lesões endobronquicas obstrutivas para possível redução de volume com laser ou implante de stent. Contraindicações Absolutas - IRA com hipercapnia - Obstrução traqueal de alto grau - Incapacidade de oxigenar adequadamente durante o procedimento - Arritmias intratáveis que colocam a vida em risco Relativas - IAM recente - Paciente que não coopera - Coagulopatia incorrigível Cuidado em: urêmicos, obstrução de VCS, HP por sangramento e pneumotórax. Procedimento - Somente por pneumologista ou cirurgião, sob monitoramento, tipicamente em setor de broncoscopia, CC ou UTI. - Paciente em jejum por pelo menos 6 horas, ter acesso IV, monitoramento intermitente da PA, oximetria de pulso contínua e monitoramento cardíaco. Usar suplementação de O2. - Pode ser sedado com benzodiazepínicos ou opioides de curta duração para diminuir ansiedade, tosse e desconforto. Porém pode ser usado anestesia geral (propofol). - A faringe e as cordas vocais são anestesiadas com lidocaína, em nebulização ou aerossol (1 ou 2%). - Lavagem brônquica: injeta-se soro fisiológico pelo broncoscópio e o soro é aspirado das vias respiratórias - Escovamento brônquico: insere-se uma escova que é utilizada para raspar lesões suspeitas com o intuito de obter amostras de células - Lavagem broncoalveolar: infunde-se 50 a 200 ml de soro estéril na arvore broncoalveolar distal e a seguir a aspiração de líquido recupera células, proteínas e microorganismos localizados no nível alveolar. Áreas locais de edema pulmonar criada pela lavagem podem desencadear hipoxemia transitória. - Biópsia transbrônquica: inserem-se fórceps pelo broncoscopio e vias respiratórias para realizar biopsia em um ou mais locais do parênquima pulmonar. Sem orientação radiográfica, mas algumas evidências apoiam o uso da orientação fluoroscópica aumenta a capacidade diagnostica e diminui a incidência de pneumotórax. - Aspiração transbrônquica por agulha: insere-se uma agulha retrátil pelo broncoscopio que pode ser usada para coletar amostras de linfonodos ou massas mediastinais. Complicações - Arritmias - Hipoxemia em pacientes com troca gasosa comprometida - Edema laríngeo leve ou lesão com rouquidão Tratamento de tumores - Mediastino, pleura, pulmões, traqueia, costela, musculares, sarcomas - Biópsia para diagnóstico através de procedimento cirúrgico, principalmente em pacientes suspeitas de linfoma que podem fazer massas em regiões cervicotorácicas. • Ressecções pulmonares • Trauma de tórax • Toracocentese - Realiza uma punção com agulha no intercosto e aspira líquido pleural. • Drenagem de tórax • Cirurgias de traqueia - Traqueostomia - Traqueoplastias (corrigem estenose, retira tumor) • Hiperidrose - Excesso de sudorese em membros superiores, região dorsolombar e membros inferiores • Correção de defeitos da parede torácica - São congênitos como o pectus escavatus (peito em quilha), pectus carinatus (peito de pombo) e muitas outras assimetrias torácicas - Síndrome de Poulan (nasce sem arcabouço ósseo e mama de um lado) Patologias tratadas - Pneumotórax - Derrame pleural - Nódulo pulmonar - Bolhas pulmonares - Neoplasias torácicas - Estenose de traqueia - Derrame pericárdico - Pectus escavatum e carinatus - Hernia e/ou paralisia diafragmática - Miastenia gravis - Hiperhidrose localizada - Doenças pulmonares avançadas - Hipertensão pulmonar tromboembólica crônica • Pneumotórax • Derrame pleural • Nódulo pulmonar • Bolhas pulmonares Brenna G Bonfante 3 - Existem bolhas pleurais e pulmonares • Neoplasias torácicas • Estenose de traqueia - O balonete e o tubo lesionam as cordas vocais quando permanecem por períodos prolongados. - Traqueostomia costuma ser indicada para proteger a via aérea. • Derrame pericárdico • Hérnia ou paralisia diafragmática • Pectus escavatus e carinatus • Hipertensão pulmonar tromboembólica crônica - Endarterectomia da artéria pulmonar. Retira trombos que se organizaram e calcificaram e fazem a HP ser refratária ao tratamento clínico. • Miastenia gravis - Doença neurológica que gera fraqueza muscular progressiva e o paciente perde o controle palpebral fazendo ptose bilateral, dificuldade de deglutição, mastigação e respiratória. É uma doença relacionada ao timo e pode ter miastenia com timoma (tumor de timo) e daí a necessidade cirúrgica. • Hiperhidrose localizada • Doenças pulmonares avançadas (transplante pulmonar) - Exemplo: fibrose pulmonar - Biópsia pulmonar por vídeo, aberta, fechada, endoscópica. Conforme necessidade - DPOC com bolhas (enfisema bolhoso): precisa fazer a abordagem cirúrgica para tirar as bolhas maiores para o pulmão conseguir expandir. - Negus (??) são válvulas colocadas porbroncoscopia nas bolhas, que desviam o ar das bolhas para o pulmão que está viável. Pré-Operatório - Realizar avaliação pulmonar funcional criteriosa independente das comorbidades do paciente, idade, tabagista ou não. - Fazer espirometria antes da abordagem cirúrgica, podendo ser beira leito. Porque durante a cirurgia pode ser pedido para o anestesista ambuzar o paciente para verificarmos se a aerostasia está bem-feita. - Os pulmões vão sofrer alterações de volume e capacidade, de padrão ventilatório, de defesa e da hematose. - Durante a operação pulmonar, a máquina de respiração está ventilando, então o pulmão tem volume (expira//inspira), tem procedimento que é possível fazer dessa forma, mas tem procedimentos que é inviável porque fica sem espaço para suturar os vasos, por exemplo. Então, para possibilitar a qualidade cirúrgica, muitas vezes pede que seja feito uma intubação de duplo lúmen, que é uma sonda diferente chamada Sonda de Carlis, o tubo fica cravado na carina traqueal e tem 2 balonetes no tubo, com 2 respiros e 2 cuffs que permitem só ventilar um lado do pulmão ou ambos. - Prova do borracheiro ver Vias de acesso - Toracotomia póstero lateral - Toracotomia anterior - Toracotomia axilar - Esternotomia mediana - Videotoracostomia Toracotomia póstero lateral / Standart - Da linha axilar anterior, curva-se abaixo da escápula e segue entre a coluna e a borda medial da escápula. - Mais usada - Não optamos por esternotomia se vamos operar apenas um lado do pulmão. A via que nos dá maior acesso e visão da cavidade pleural é a toracotomia póstero lateral. - Paciente deitado, faz pré anestesia, é entubado, testa a Carlis, posiciona o paciente de lado e o braço sobe - Feita com o paciente em decúbito lateral e fixado por coxins e esparadrapos nos dois lados. - Uma das cirurgias mais dolorosas que tem devido à grande secção muscular. Lombotomia (acesso para rim) são incisões extremamente dolorosas. - Abre músculo grande dorsal, serrátil, intercostal externo, médio e interno. - Incisão levemente curva porque se for reta do espaço de ampliação muito pequena. - Colocar afastador autostático (finoqueto), que entra fechado e tem válvula que vai abrindo até ter o espaço necessário. Entra no bordo inferior da costela superior para evitar lesionar artérias e veias. Escolhe o espaço que vai entrar dependendo do lobo que vai acessar. - Se tiver ponta de costela, pode seccionar inteira, ressecar um pedaço e pode desarticular a costela da coluna. Indicações agudas de toracotomia no trauma torácico - Deterioração aguda e instabilidade hemodinâmica - Drenagem acima de 1.500 ml de sangue pelo dreno torácico - Drenagem continuada acima de 200 ml/hora de sangue pelo dreno - Tamponamento cardíaco (tríade de Beck) - Injúria vascular torácica documentada - Injúria de esôfago documentada - Injúria traqueobrônquica documentada (brônquio vai borbulhar ou fazer enfisema subcutâneo universal) - Toracotomia traumática Brenna G Bonfante 4 - Fuga aérea maciça (cartilagem não fecha espontaneamente, se nutrem por embebição tecidual. Dependendo da sutura pode causar isquemia, se não faz pode gerar fistula bronco aérea). Toracotomia anterior Toracotomia axilar - Corte feito na axila que permite acesso ao ápice do pulmão. Não consegue acessar a base. Esternotomia mediana - Acesso usado em cirurgia cardíaca e para pulmão é usada em transplantes pulmonares bilateral, ou em conjunto com o transplante cardíaco, ou para abordar ao timo. - Mais relacionada com o timo Videotoracostomia - Mais moderno - Paciente em decúbito lateral - Entra com acesso superior, inferior, anterior, posterior, lateral Toracotomia de reanimação - É indicada em parada cardíaca na sala de emergência ou durante transporte em vítimas com trauma penetrante de tórax, pescoço ou extremidades ou trauma torácico fechado quando o dreno foi inefetivo. Medida extrema raramente indicada. Ressecções pulmonares - Segmentectomia - Lobectomia - Pneumonectomia É a retirada de um segmento, lobo ou de todo o pulmão. - O pulmão direito tem 3 lobos, pode ser feito bilobectomia. O pulmão esquerdo tem apenas dois lobos. - Precisa de estudo prévio de função pulmonar para avaliar se o paciente consegue viver com só um pulmão. - Respeita os limites anatômicos. - A rafia de brônquio tem que ser com fio inabsorvível Colocar divisão pulmonar Brenna G Bonfante 5 Câncer de Pulmão - Uma das maiores morbimortalidade - O pulmão não é inervado então não gera dor, o que é inervado é a pleura que é extremamente sensível. - Dor torácica, rouquidão pode ser a primeira manifestação por que pode comprimir a saída do nervo laríngeo recorrente, disfagia, derrame pleural - Síndrome de Pancoust que é tumor localizado no lobo superior que comprimi estruturas e gera ptose palpebral, rouquidão, dor local - Síndrome da veia cava superior quando o tumor comprime a VCS e fica com edema que sobe da caixa torácica para a face e começa a fazer hipervascularização com aranhas vasculares. Causas - Tabaco - Radiação - Asbesto - Carvão - Fumaças tóxicas - Genética Quadro Clínico - Depende do crescimento regional do tumor - Extensão direta: dor torácica, rouquidão, disfagia, derrame pleural, síndrome de Pancoast, síndrome da veia cava superior. Carcinoma broncogênico / Carcinoma de pequenas células / Oat cell / Avenocelular - Mais agressivo - Oat cell = aspecto de aveia. - Se divide em carcinoma de pequenas células e de células não pequenas - Carcinoma de células não pequenas. Podem ser: adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas e de grandes células anaplásico. - A imuno-histoquímica é o exame fundamental para os oncologistas começarem a quimioterapia. Faz uma biópsia, vê que tem um carcinoma, se não tem indicação cirúrgica. O tratamento dependendo do tipo histológico deve ser QT ou QT+RT. Encaminha para o oncologista com a imuno. - A imuno-histoquímica pega o tecido e testa vários marcadores. Tratamento - Cirúrgico - Quimioterapia - Radioterapia - Imunoterapia - O tratamento depende do estadiamento TNM T= tumor N= nódulo M= metástase - CA de pulmão tem estadiamento: 1, 2, 3 A, 3B e 4. Complicações pós-operatórias - Dor - Pneumonia - Traqueobronquite - Insuficiência respiratória - Atelectasia - Arritmias - Broncoespasmo - TEP - Edema agudo de pulmão - IAM - Fístulas - Dor: usar potente analgesia pois o paciente pode evoluir pra insuficiência respiratória devido a hiperventilação causada pela dor. Antes de fechar o tórax faz o bloqueio dos intercostais em 4 pontos com xilocaína antes de fechar músculos, isso fornece uma analgesia de 6 a 8 horas. O cateter de peridural é uma boa opção pois a analgesia é feita direta ali e dura mais tempo. - Pneumonia: comuns devido a hipoventilação - Traqueobronquite: por conta da intubação e do manuseio de via aérea - Insuficiência respiratória: pode ocorrer no PO imediato, médio e tardio - Atelectasia: área do pulmão que murcha e não expande. - Arritmias - Broncoespasmo: comum, as vezes já na hora da extubação. - TEP: é uma complicação que pode ocorrer em qualquer cirurgia, ainda mais de grande porte como o tórax e ainda mais se o paciente tiver câncer, uma vez que as células cancerígenas são altamente trombogênicas - Edema agudo de pulmão: se hiperhidrata o paciente ou mantém em broncoespasmo e entra em EAP - Infarto Brenna G Bonfante 6 - Fístula: risco de fístulas aérea. Fístula pulmonar e traqueal é sempre vazamento de ar. Derrame pleural - Nem sempre está associado a uma doença pulmonar - É o líquido na cavidade pleural - Na tomografia é possível avaliar a densidade e o laudo sai com a sugestão do que pode ser. Empiema quando é mais denso. Etiologia- Processos infecciosos - TB pleural - ICC - Neoplasia - TEP - A ICC geralmente faz derrame pleural bilateral, predominando volume maior no lado direito - Neoplasias como de mama, de ovários, síndrome de Meyks (???) que é a neoplasia de ovário com derrame pleural - Pancreatite pode fazer derrame pleural Fisiopatologia do derrame pleural - Aumento da pressão hidrostática: começa a reter mais líquido na pleura - Diminuição da pressão oncótica: o líquido tem menos proteína e acumula mais - Diminuição da pressão do espaço pleural: é virtual, se acumula e passa a existir - Aumento da permeabilidade na microcirculação - Bloqueio da drenagem linfática - Passagem de líquido a partir do peritônio: caso da pancreatite e ascites muito volumosas Tratamento Clínico ou cirúrgico - Clínico: casos leves, como a pneumonia que evolui pra DP de pequeno volume. - Toracocentese diagnóstica e terapêutica: tira líquido através de agulha e seringa para aliviar a respiração e pode mandar para análise que irá direcionar à etiologia. Pode também usar a agulha de Cope para fazer biópsia - Drenagem pleural: por exemplo se já fez toracocentese de alívio - Pleuroscopia: aparelho de vídeo que entra na cavidade pleural e permite biopsiar, tirar septações e jogar substância na pleura e fazer pleurodese. - Pleurodese: é uma sínfise da pleura. Joga determinada substância que faz a pleura visceral grudar na pleura parietal e não permitir mais o espaço virtual de acúmulo de líquido. Pode ser usado bleomicina, mas o mais efetivo e aceito é o talco (comum, esterilizado na autoclave) usado sob asperção. Análise do líquido pleural É o mínimo que deve ser pedido do líquido, é uma análise bioquímica - pH - Proteínas - Glicose - ADA (adenosina deaminase) é um marcador de tuberculose pleural no líquido pleural, se vier em índice alto é diagnóstico de tuberculose. É patognômico. - Citologia diferencial e oncótica: tem mais leucócito (pensar em infecção bacteriana) ou mais linfócito (pensar em infecção viral)? Pesquisa de células neoplásicas no líquido pleural. - Microbiologia - Cultura Biópsia de pleura – Agulha de Cope - A agulha deve ser inserida sobre a borda superior do arco costal para evitar danos ao feixe neuromuscular intercostal (localizado na borda inferior). - Agulha de metal que corta e tira fragmentos da pleura, tem grande risco de furar o pulmão. É uma especialidade da cirurgia torácica. - Pode ser feito com anestesia local se o paciente está bem. Drenagem pleura ou de tórax ou toracostomia com drenagem fechada - Paciente que evoluiu o derrame e precisa da drenagem Indicações - Pneumotórax - Hemotórax - Derrame pleural (de repetição) - Sintomático recidivante (derrame pleurático sintomático) - Realização de pleurodese: pode ser feito por pleuroscopia, mas se o paciente tem câncer, por exemplo, não suporta uma anestesia geral. Então pode fazer drenagem torácica e jogar o talco pelo dreno. Dreno de tórax - Proporciona um conduto para a drenagem de ar, sangue e outros líquidos do espaço interpleural ou mediastinal e o reestabelecimento de pressão negativa no espaço interpleural. - O dreno não deve entrar no pulmão, deve ficar na pleura. - Sempre em um sistema fechado, com água e um respiro. Por que a pressão intra- abdominal é positiva, já no tórax a pressão é negativa (o pulmão murcha). Esse sistema de dreno com smiff, suspiro e selo d’água é para compensar a pressão negativa intratorácica. - Se deixar o dreno aberto, vai vazar e entrar ar e o pulmão vai colapsar. - O dreno de tórax possui números, no adulto possui o 28, 30, 32, 34, 36, 38. O 38 é mais calibroso que o 28. Brenna G Bonfante 7 - O tamanho do dreno deve ser escolhido de acordo com a patologia. Se vai drenar só ar pode escolher dreno com calibre menor. Se é empiema/pus, deve ser escolhido um calibre maior. - O dreno deve ser siliconizado para não gerar dor no paciente. Não pode ser muito duro. - O dreno de tórax precisa ter orifícios, esses orifícios tem que estar dentro da caixa torácica, se ficarem na pele fica vazando ar. Aspectos da drenagem - Borbulhante - Oscilante - Sero-hemático ou sero sanguinolento - Hemático ou sanguinolento - Sero-leitoso ou leitoso (quilotórax) - Turvo (infecção/empiema) Técnica 1. Eleger o espaço intercostal na linha axilar média ou anterior 2. Antissepsia 3. Anestesia 4. Incisão da pele (1 a 1,5 cm) 5. Dissecar intercosto (divulsionar) 6. Perfuração da pleura 7. Inserção e posicionamento do dreno 8. Fixação e costura 9. Conectar no sistema de suspiro (pressão negativa) - Dreno sempre para baixo - Sistema de sucção é usado 2 drenos, para quando quer que drene mais rápido ou quer compensar fístula aérea, aí coloca sistema de balanço. Traqueostomia - Objetiva entrar junto à traqueia e não para o lado, pois pode atingir os grandes vasos sanguíneos, mesmo assim sangra por atingir pequenos vasos. - O esterno é formado pelo manúbrio, corpo e processo xifoide. - É importante posicionar o paciente, com hiperextensão cervical (fundamental), - Decúbito lateral, hiperextensão cervical, coxins para boa visualização. Fúrcula esternal é o ápice do manúbrio, 2 dedos acima é o local ideal pois tem menos elementos anatômicos. - O objetivo é entrar entre o 2º e 3º anel traqueal. - A traqueia tem proteção pré-traqueal, abre pele, subcutâneo, gordura, musculo platisma. - O platisma reveste o pescoço como uma aponeurose, após seccionar ele deve ser seccionado o músculo esternohioideo, esternotireoideo, para aí chegar na traqueia. - A traqueostomia percutânea é feita em pacientes eletivos. O paciente intubado na UTI, broncoscopista entra com o broncoscopio, olha o ponto, ilumina e fala pro cirurgião entrar. É um kit que vem pronto e vai direto na traqueia, mas só pode ser feita com o broncoscopista auxiliando. Indicações - Comprometimento de vias aéreas superiores por tumores, cirurgias (p.ex. bócio de tireoide que faz hematoma que comprime a traqueia, não adianta muito intubar), trauma faciais e infecções - Prevenção de lesões laríngeas e de via aérea superior por intubação traqueal prolongada Aberta ou percutânea? - Incisão vertical ou transversal: Escolha conforme a habilidade. Transversal é mais anatômica, preserva mais estruturas, tem resultado posterior melhor e evita a retração do pescoço. - Temporária ou definitiva - Emergência ou eletiva: eletiva da UTI, emergência na obstrução aguda - Cânulas plásticas ou metálicas: na execução da traqueo é sempre usado a plástica. A metálica é uma progressão para quando o paciente está acordado, bem, respirando, por que não é possível ventilar, acoplar ventilador, ambu na metálica. É o caminho da retirada da traqueostomia ou em pacientes com doença neurológica que não consegue engolir saliva, respirar desde que não tenha necessidade de respirador. Complicações - Hemorragia: pela riqueza de vasos. Problema no transoperatório e pós, pode sangrar ao redor ou pela traqueostomia. - Enfisema subcutâneo: se dissecar demais, em cima da traqueia tem a fáscia pré- traqueal e se desce demais pode lesionar a pleura. Ou colocou a cânula e não insuflou Brenna G Bonfante 8 o balonete e o ar sai para fora e para o subcutâneo. Ou a cânula é pequena numa traqueia grande - Perfuração posterior traqueal e anterior do esôfago: brevilineos, paciente no respirador, mas que não está completamente sedado, traqueia desviada, bócio de tireoide. - Paralisia da corda vocal: raro, mais comum no tubo. - Pneumotórax (PNT): pode ocorrer por dissecar a pleura ou durante a troca de tubo colocar pressão positiva demais e arrebenta o pulmão - Infecção: por ser uma via aérea exposta, sem defesa - Expulsão da cânula: paciente tossir - Obstrução: catarro, secreção, rolha ou coágulo de sangue - Fístula:aérea, traqueoesofagica, secretória - Estenose: evitar tirar anel traqueal. Quanto mais tecido tira, maior o risco de estenosar. Traqueostomia percutânea – Técnica - Passando um guia flexível através de um cateter, a primeira marca do guia deve permanecer na altura da pele. - A seguir, passar um dilatador curto e, posteriormente passar suporte de dilatadores - Sempre verificar se o fio guia está na traqueia
Compartilhar