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05 DIREITO CONSTITUCIONAL

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Prof. Nathalia Masson 
 Aula 05 
 
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Direito Constitucional (curso avançado) – Turma Regular 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 05 
Direito Constitucional – Poderes 
Constituídos: Reforma e Revisão 
Direito Constitucional (Curso Avançado) – 
Turma Regular 
Prof. Nathalia Masson 
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Direito Constitucional (curso avançado) – Turma Regular 
Sumário 
SUMÁRIO 2 
PODERES CONSTITUÍDOS: REFORMA E REVISÃO CONSTITUCIONAL 3 
(1) INTRODUÇÃO 3 
(2) PODER DERIVADO DECORRENTE 5 
(3) PODER DERIVADO REFORMADOR 9 
(3.1) LIMITAÇÕES EXPRESSAS 12 
(A) LIMITAÇÕES TEMPORAIS 13 
(B) LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS 16 
(C) LIMITAÇÕES FORMAIS (PROCEDIMENTAIS) 18 
(D) LIMITAÇÕES MATERIAIS 27 
(3.2) LIMITAÇÕES IMPLÍCITAS 31 
(4) OUTROS MECANISMOS DE MODIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 36 
(4.1) REVISÃO CONSTITUCIONAL 36 
(4.2) MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL 40 
(5) QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA 43 
(6) OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR 57 
(7) RESUMO DIRECIONADO 78 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 84 
 
 
 
 
Prof. Nathalia Masson 
 Aula 05 
 
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PODERES CONSTITUÍDOS: REFORMA E REVISÃO 
CONSTITUCIONAL 
(1) Introdução 
Olá, caríssimo aluno! Vamos dar continuidade ao nosso estudo? Passaremos a ver um tema que 
é, além de interessante, muito incidente em provas. Será, portanto, um prazer estuda-lo e, depois, 
acertar as questões sobre ele, não tenho dúvidas! Mas veja bem: antes mesmo de iniciarmos o estudo do 
processo de alteração da nossa Constituição Federal, vou lhe convidar para fazermos uma breve 
recapitulação sobre o poder constituinte originário. 
Você se lembra que o poder constituinte originário é o responsável pela elaboração da 
Constituição, norma superior que inicia a ordem jurídica e lhe confere fundamento de validade? E mais: 
você se recorda que o titular do poder constituinte (aquele que o detém, estando apto a elaborar os 
contornos normativos de um Estado) é hoje o povo? Aliás, nunca é demais rememorar que no transcorrer 
dos vários séculos da Idade Média, a titularidade pertenceu aos soberanos, compreendidos como 
verdadeiras reencarnações de entidades divinas. Foi só no final do século XVIII, às vésperas da Revolução 
Francesa (1789), quando Sieyés publicou o panfleto intitulado O que é o terceiro Estado?, que a formulação 
clássica da titularidade do poder constituinte como pertencente à nação surgiu. Modernamente, todavia, 
você bem sabe que o conceito de “nação” – de matriz fortemente sociológica – foi substituído pelo de 
povo – substancialmente jurídico –, na titularidade do poder constituinte. Por isso o poder constituinte 
passou a ser, portanto, um poder do povo! 
Avançando, também não podemos esquecer que segundo a ótica positivista, vigente em nosso 
ordenamento, são quatro as características essenciais do poder: 
a) inicial: pois o produto de seu trabalho, a Constituição, é a base do ordenamento jurídico; é o ponto a 
partir do qual o Direito e o Estado começam; 
b) ilimitado: pois o PCO não se submete ao regramento posto pelo direito precedente, sendo possuidor 
de ampla liberdade de conformação da nova ordem jurídica; 
Obs.: Vale frisar que a ausência de limites para o exercício do poder originário deve ser tratada com 
certas reservas, pois é indiscutível a existência de alguns limites, como, por exemplo, os 
geográficos/territoriais. Igualmente são limites as circunstâncias sociais e políticas que lhe dão 
causa, pois se o poder constituinte é a expressão da vontade política soberana do povo, não pode 
ser entendido sem a observância dos valores éticos, religiosos e culturais pelo povo partilhados e 
motivadores de suas ações. 
c) incondicionado: já que não se submete a qualquer regra ou procedimento formal prefixado pelo 
ordenamento jurídico que o antecede; 
d) autônomo: porque é capaz de definir o conteúdo que será implantado na nova Constituição, bem 
como sua estruturação e os termos de seu estabelecimento (ressalte-se que, para alguns autores, 
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essa característica é só uma maneira diferente de expressar o fato de o poder ser ilimitado ). 
Há, ainda, uma outra característica do poder constituinte muito útil à complementação do rol 
apresentado. Podemos dizer que ele é um poder permanente, pois não se esgota quando da conclusão 
da Constituição. Ele permanece em situação de latência (“hibernando”), podendo ser ativado quando o 
“momento constituinte”, (de necessária ruptura com a ordem estabelecida), se apresentar novamente. 
No entanto, apesar de ser um poder permanente, o PCO não se mantém organizado 
(estruturado e em exercício), depois que finaliza seu trabalho, isto é, depois que conclui a confecção 
da Constituição e a entrega ao povo. Foi exatamente por isso que, no processo de feitura da atual 
Constituição federal de 1988, nossa Assembleia Nacional Constituinte, que se reuniu pela primeira 
vez em 1° de fevereiro de 1987, se dissolveu em 05 de outubro de 1988, quando foi promulgada e 
publicada nossa Constituição. 
Assim, ao terminar seu trabalho e entregar a nova Constituição, o PCO sai de cena. Mas ele 
deixa em seu lugar os chamados poderes instituídos (ou constituídos), com atribuições e tarefas já 
previamente definidas. 
Portanto, os poderes constituídos, que representam o objeto dessa nossa aula, nada mais são do 
que poderes que foram criados pelo poder originário: são “poderes de direito” (possuidores de natureza 
jurídica, e não política), que conhecem limitações e condicionamentos e subordinam-se de modo 
irrestrito ao regramento imposto pelo poder originário no texto constitucional. 
Um detalhe acerca da nomenclatura desses poderes: em meu sentir, como eles são “criaturas”, 
devem ser chamados de poderes “constituídos”, pois foram criados pelo PCO, derivam dele. No entanto, 
é muito comum que as bancas examinadoras usem o termo “constituinte” também para designa-los. Não 
me parece algo muito técnico. Todavia, é bastante corriqueiro. 
Bom, com essa digressão toda feita, já podemos começar nossa análise dos poderes instituídos 
(ou constituídos). 
São de duas espécies: o poder constituído derivado decorrente (ou poder constituinte decorrente) 
e o poder constituído derivado reformador (ou poder constituinte reformador). Um conceito rápido 
acerca da função de cada qual: o poder decorrente é o responsável pela feitura das Constituições 
estaduais (e da Lei Orgânica do DF); já o poder reformador (representado pelo Congresso Nacional) tem 
a função de modificar o texto constitucional, evitando que ele se torne ultrapassado (obsoleto). Veja o 
esquema1 abaixo: 
 
1 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 131. 
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Vamos tratar detalhadamente de cada um desses poderes derivados nos itens subsequentes. Em 
frente! 
(2) Poder Derivado Decorrente 
Já ouviu falar desse poder? Vou começar lhe explicando porque exatamente ele existe. Vamos por 
partes: 
(i) Pense que o poder constituinte originário tenha atuado e elaborado uma nova Constituição para o 
nosso país. Sendo assim, uma nova ordem jurídica – com novos preceitos e princípios – surgiu. Para 
assegurar harmonia e coerência sistêmica à nova estrutura normativa, será essencial que todos os demais 
documentos da ordem jurídica sejam compatíveis com a nossa Carta Maior, em razão da indiscutível 
superioridade dela. 
(ii) Lembre-se, agora, que vivemos em uma federação – forma de Estado que se caracteriza peladescentralização do exercício do poder político em diferentes entidades políticas (entes federados), 
todas elas dotadas de autonomia. No Brasil, as entidades autônomas da federação são: a União, os 
Estados-membros, o Distrito Federal (DF) e os Municípios. 
(iii) Bom, se uma nova Constituição Federal surgiu, novos documentos constitucionais estaduais deverão 
ser feitos, a fim de se adequarem ao novo ordenamento jurídico que foi inaugurado com a entrada em 
vigor da nova Constituição. 
(iv) Assim, podemos concluir que o poder constituído (ou derivado) decorrente é a capacidade conferida 
pelo poder originário aos Estados-membros, enquanto entidades integrantes da Federação, para 
elaborarem suas próprias Constituições (art. 25, CF/88). Só isso! O poder decorrente, portanto, é o 
responsável por editar as novas Constituições estaduais, que terão que ser refeitas justamente porque 
uma nova Constituição Federal nos foi apresentada! 
E como é que o poder originário viabilizou essa tarefa? Ele fez constar no art. 11 do ADCT (ato das 
disposições constitucionais transitórias) a possibilidade de os integrantes eleitos para as Assembleias 
Legislativas dos Estados em 1986 (os deputados estaduais), fossem investidas no poder decorrente. 
Assim, eles teriam o prazo de um ano (a contar da promulgação da Constituição da República), para 
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poderem promulgar as constituições estaduais. 
Se você abrir as Constituições estaduais, verá que a maioria realmente usou esse prazo de um ano 
e, “aos 45 minutos do segundo tempo”, promulgou sua constituição estadual. Veja nas imagens abaixo 
alguns exemplos: 
 
 
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Um detalhe interessante citado pela doutrina é o seguinte: quando o poder decorrente cria a 
Constituição do Estado ele é denominado “poder decorrente instituidor” e quando realiza as alterações 
em seu texto, procedendo aos ajustes necessários para manter o documento estadual compatível com a 
realidade, ele é chamado de “poder decorrente reformador”. 
Outro aspecto importante para seu estudo, estimado aluno, é referente à apresentação das 
características do poder decorrente. Já sabemos que ele elabora um documento que será nomeado 
“constituição” estadual. No entanto, podemos seguir convictos de que qualificá-lo como “poder 
constituinte” é uma inadequação. Só quem “constitui” é o poder originário, de modo que me parece algo 
muito impróprio mantermos o mesmo nome para realidades tão diferentes. Assim, prefiro chama-lo de 
poder derivado decorrente, ou poder constituído decorrente (mas sempre te lembrando que sua banca 
examinadora costuma ser pouco técnica e dizer “poder constituinte decorrente”). 
Bom, em sendo, portanto, um poder derivado, criado pelo poder constituinte originário, o poder 
decorrente é: 
– um poder de direito, institucionalizado pela Constituição, possuidor, pois, de natureza jurídica; 
– um poder limitado (ou subordinado), 
– condicionado, e 
– secundário ou de 2º grau. 
 Dando sequência ao nosso estudo, caro aluno, vamos enfrentar agora uma polêmica doutrinária: 
o poder decorrente atua somente na elaboração das Constituições estaduais ou é também o responsável 
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pela elaboração dos documentos de organização do Distrito Federal e dos Municípios? 
 A resposta, até hoje, ainda divide a doutrina. De um lado temos a corrente minoritária, partidária 
da tese de que o poder decorrente atua também nos Municípios e no DF. O argumento central é o 
seguinte: apesar de a Constituição ter se valido da expressão “lei orgânica”, os documentos principais 
desses dois entes são efetivas “constituições em sentido material", já que formatam e estruturam toda a 
organização deles. Nessa perspectiva, se os estatutos que os disciplinam possuem natureza 
constitucional, o poder que os apresenta é o decorrente. 
 De outro lado, temos a corrente majoritária, que vamos adotar, que defende que o poder 
decorrente também existe na feitura da Lei Orgânica do Distrito Federal, mas não na feitura das Leis 
Orgânicas dos Municípios. A argumentação que sustenta essa opinião pode ser construída a partir das 
seguintes ponderações: 
– o Distrito Federal tem, por força do art. 32, § 1º, CF/88, as mesmas competências legislativas reservadas 
aos Estados-membros, dentre as quais se situa a atribuição estadual de elaborar sua própria 
Constituição; 
– a Lei Orgânica do Distrito Federal, assim como ocorre com as Constituições estaduais, é um documento 
que só está submetido à Constituição da República (subordinação direta); 
– esse parece ser o entendimento do STF sobre a questão: “Em uma palavra: a Lei Orgânica equivale, em 
força, autoridade e eficácia jurídicas, a um verdadeiro estatuto constitucional, essencialmente 
equiparável às Constituições promulgadas pelos Estados-membros”; 
– quanto aos Municípios, eles são organizados por documentos condicionados simultaneamente à 
Constituição estadual e à Constituição Federal, isto é, se sujeitam à uma dupla subordinação; 
– o fato de termos esses “dois graus de imposição constitucional" tornaria um eventual poder decorrente 
municipal em um poder de terceiro grau, vez que decorreria do poder decorrente estadual, que por sua 
vez já é um poder de segundo grau (pois decorre do originário)! Em conclusão, o poder decorrente deve 
extrair sua legitimidade diretamente do texto da Constituição, o que não ocorreria se vislumbrássemos 
um poder decorrente municipal. 
 Em resumo, o poder constituído decorrente elabora as Constituições estaduais e a Lei Orgânica 
do Distrito Federal, mas não é um poder que foi conferido aos Municípios. 
(3) Poder Derivado Reformador 
Você bem sabe, caro aluno, que na atualidade não existem Constituições imutáveis, pois os 
textos constitucionais precisam se adaptar às mudanças sociais, sob pena de perderem a harmonia com 
a realidade e se tornarem um mero conjunto de conselhos desprovidos de sentido normativo. 
Este é o papel do Poder Reformador: promover pequenos ajustes para rejuvenescer e adequar a 
Constituição. 
Adotamos, tradicionalmente, documentos constitucionais rígidos, o que significa duas coisas: 
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(i) que a Constituição Federal pode ser modificada; e 
(ii) que o procedimento escolhido para a modificação é mais complexo e dificultoso do que aquele 
estabelecido para a feitura da legislação infraconstitucional (das leis ordinárias e das leis 
complementares). 
Nesse sentido, estudar a reforma constitucional, portanto, nada mais é do que estudar as 
limitações ao poder de reforma que foram impostas pelo Poder Constituinte Originário. Nos tópicos 
seguintes vamos analisar cada uma dessas limitações. Mas desde já, para que você tenha uma visão 
panorâmica do que será discutido, saiba que existem limitações implícitas ao poder reformador, bem 
como limitações expressas(sendo que estas últimas podem ser divididas em formais, materiais e 
circunstanciais – limitações temporais não foram previstas na atual Constituição (o art. 60, § § 5° é uma 
limitação formal, não temporal, como veremos adiante). 
Numa visão geral, portanto, as limitações que serão examinadas nos próximos itens são as 
seguintes2: 
 
 Vejamos agora como as bancas têm exigido esse ponto introdutório da matéria nas provas: 
Questões para fixar 
[CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município] A respeito do poder constituinte, 
julgue o item a seguir: 
O poder constituinte derivado reformador manifesta-se por meio de emendas à CF, ao passo que o poder 
constituinte derivado decorrente manifesta-se quando da elaboração das Constituições estaduais. 
Comentário: 
Item correto. O poder constituinte derivado reformador tem a função de alterar a Constituição da República, 
ajustando e atualizando o texto constitucional ao novo contexto social, através das emendas constitucionais 
 
2 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 137. 
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(art. 60, CF/88). Já o poder constituinte derivado decorrente surge a partir da capacidade de auto-
organização conferida aos Estados-membros, que elaborarão suas próprias Constituições, autorizados pelo 
art. 11 do ADCT. 
Gabarito: Certo 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Em relação ao poder constituinte, julgue a 
assertiva: 
Tal poder poderá se apresentar como originário (poder criador), como derivado (reformador) ou ainda como 
decorrente (dirigido aos estados-membros). 
Comentário: 
O poder constituinte originário é o poder responsável pela elaboração da Constituição, norma superior que 
inicia a ordem jurídica e lhe confere fundamento de validade. Por outro lado, temos também os poderes 
instituídos (ou constituídos), que são poderes que foram criados pelo poder originário. São duas as espécies: 
o poder constituído decorrente e o poder constituído reformador. A assertiva é verdadeira. Repare que o 
examinador se valeu de uma construção aqui por nós criticada (mas muito comum!): a de considerar os 
poderes decorrente e reformador como poderes constituintes. 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica] Julgue o item que segue, a respeito do poder 
constituinte: 
O poder constituinte originário outorgado aos estados federados permite que estes elaborem e atualizem 
suas próprias constituições. 
Comentário: 
Entende-se por poder constituinte originário aquele que cria uma nova ordem jurídica, o que não acontece 
quando os Estados-membros criam suas próprias Constituições Estaduais. O poder que permite a criação 
das Constituições pelos Estados-membros é o poder constituinte (ou constituído) decorrente. Logo, a 
assertiva apresentada é falsa. 
Gabarito: Errado 
[VUNESP - 2018 - Prefeitura de Bauru - SP - Procurador Jurídico] Enquanto o Poder Constituinte Originário 
é a potência que funciona na etapa de elaboração genuína do texto básico, o Poder Constituinte Derivado 
Reformador: 
A) destrói a ordem jurídica existente, implantando outro ordenamento, recorrendo, até mesmo, ao recurso 
da força. 
B) é a competência que atua na etapa de continuidade constitucional, reformulando a Carta Constitucional. 
C) haure sua força em si mesmo, é autossuficiente, prescindindo de prescrições jurídico-positivas para 
embasá-lo. 
D) surge das relações político-sociais, porque seu fundamento reside nas necessidades econômicas, 
culturais, antropológicas, filosóficas, entre outras, da sociedade. 
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Comentário: 
Nossa resposta encontra-se na letra ‘b’, pois o poder constituído reformador tem a função de modificar 
formalmente a Constituição da República, exercendo a relevante tarefa de ajustar o texto constitucional aos 
novos ambientes formatados pela dinâmica social. 
Gabarito: B 
[CESPE - 2016 - TRE-PI - Analista Judiciário – Judiciária - Adaptada] Acerca do direito constitucional, julgue 
a assertiva: 
As várias reformas já sofridas pela CF, por meio de emendas constitucionais, são expressão do poder 
constituinte derivado decorrente. 
Comentário: 
O poder constituído reformador que tem a função de modificar formalmente a Constituição da República, 
exercendo a relevante tarefa de ajustar o texto constitucional aos novos ambientes formatados pela 
dinâmica social. O item está incorreto. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2016 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Adaptada] Acerca do poder 
constituinte e dos princípios fundamentais da CF, julgue a assertiva: 
O poder constituinte derivado reformador efetiva-se por emenda constitucional, de acordo com os 
procedimentos e limitações previstos na CF, sendo passível de controle de constitucionalidade pelo 
Supremo Tribunal Federal (STF). 
Comentário: 
As emendas constitucionais deverão seguir o rito e limitações previstos no art. 60 da CF/88. Caso não haja 
observância do art. 60, as emendas poderão ser contestadas em sede de controle de constitucionalidade 
pelo STF. Logo, a assertiva é verdadeira. 
Gabarito: Certo 
Após a resolução dessas questões, estamos preparados para a avançar! Passaremos a analisar 
cada uma das limitações impostas pelo poder constituinte originário ao poder constituído reformador. 
(3.1) Limitações expressas 
Os limites expressos são aqueles que podem ser encontrados no texto constitucional, no art. 60, 
pois foram explicitados pelo poder constituinte originário. Já sabemos que são de ordem circunstancial, 
formal e material. Iniciaremos, no entanto, nossa conversa com um limite expresso que inexiste na atual 
Constituição Federal de 1988, que é o temporal. Por que isso? Porque é um limite que já existiu no 
passado em uma Constituição nossa (na 1ª, que foi a de 1824) e porque o examinador pode lhe dizer que 
é um limite que se aplica hoje à Constituição de 1988 (e você precisa saber rebater essa afirmação). 
Vamos lá! 
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 (A) Limitações temporais 
Os limites temporais são aqueles que visam inviabilizar modificações no texto da Constituição 
Federal durante certos e determinados espaçamentos temporais, a fim de que seu regramento se 
consolide, para que só depois as mudanças sejam feitas. 
Um único documento constitucional pátrio que estabeleceu limitação temporal foi a nossa 
Constituição Imperial de 1824 (no art. 174), que só autorizava a reforma de seu texto após passados 4 
anos de sua vigência. 
Para a doutrina majoritária, na Constituição Federal de 1988 não há previsão de limitações 
temporais ao poder de reforma3. 
Mas é certo que sempre existiu um debate no que se refere ao § 5º do art. 60. Alguns autores já 
disseram que representa uma limitação temporal; para a grande maioria, no entanto, é uma limitação 
de cunho formal, pois não impede que a CF/88 seja modificada dentro de um certo lapso temporal, mas 
sim que ela seja alterada sem que uma regra procedimental (mudança de sessão legislativa) tenha sido 
observada. Vamos ler juntos esse parágrafo, para que você possa concluir: 
Art. 60, § 5º: A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não 
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
Note, meu caro e estudioso aluno, que a possibilidade de reapreciação da PEC só depende do 
respeito a uma regra formal: tem que ter havido uma mudança de sessão legislativa. Não há um limite 
temporal, já que não se leva em consideraçãoo tempo transcorrido da rejeição da PEC até a nova 
apreciação daquela matéria. Não importa que entre a rejeição e a reapreciação tenham se passado dois 
meses (por ex.: rejeição em 10 de dezembro e reapreciação em 10 de fevereiro) ou onze meses (por ex.: 
rejeição em 10 de março e reapreciação em 10 de fevereiro), o que interessa é que estejamos em uma 
nova sessão legislativa. 
É por isso que concluímos que o § 5º do art. 60 representa uma limitação formal, pois não impede 
que a CF/88 seja modificada dentro de um certo e específico lapso temporal, mas sim que ela seja 
alterada sem que uma regra procedimental (mudança de sessão legislativa) tenha sido observada. O 
dispositivo constitucional preceitua que a matéria constante de uma PEC rejeitada ou havida por 
prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Só a partir de uma 
próxima sessão legislativa é que essa PEC, rejeitada ou considerada prejudicada, poderá tramitar 
novamente, jamais na mesma sessão. 
Aproveitando o ensejo dessa regra procedimental, vou chamar sua atenção para alguns pontos 
que podem ser cobrados em sua prova: 
 
3. Cuidado caro aluno: existiu uma limitação temporal para o Poder Revisor do art. 3º do ADCT, já que nenhuma Emenda 
Revisional pode ser feita entre outubro/1988 a outubro/1993. Veremos isso em um tópico mais adiante. 
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(i) Não confunda “sessão legislativa” (que é o período anual de trabalho de Congresso Nacional, 
conforme dispõe o art. 57, CF/88), com “legislatura” (que é o período de quatro anos, que corresponde 
ao mandato dos deputados federais; art. 44, parágrafo único). Portanto, tome muito cuidado se o 
examinador trocar a expressão “sessão legislativa” e colocar “legislatura”. 
(ii) Existe uma regra parecida com esta do art. 60, § 5° que vale para a PEC para Medida Provisória 
(MP), no art. 62, § 10, CF/88. De acordo com esse dispositivo, uma medida provisória rejeitada, 
expressa ou tacitamente (perda de eficácia por decurso de prazo) não poderá, em hipótese alguma, 
ser reeditada pelo Presidente da República em uma mesma sessão legislativa, só a partir de uma 
próxima. 
(iii) Assim como temos essa regra no art. 60, § 5° para PEC e no art. 62, § 10 para MP, temos também 
uma regra específica para os projetos de lei (PL) no art. 67. Mas tome muito cuidado! Porque a regra 
válida para o PL é bem diferente. Veja só: a matéria constante de projeto de lei poderá constituir 
objeto de um novo projeto na mesma sessão legislativa, desde que haja uma proposta da maioria 
absoluta dos membros de uma das Casas do Congresso Nacional (art. 67, CF/88). Ou seja, aquilo que 
era impossível para uma PEC ou MP rejeitada (reapreciação ou reedição em uma mesma sessão 
legislativa), é algo que pode acontecer para um projeto de lei, desde que seja observada uma condição 
(um pedido feito pela maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados – ao menos 257 dos 
513 deputados federais – ou do Senado Federal – 41 dos 81 Senadores da República). 
 Veja na tabela4 posta abaixo se você consegue visualizar melhor as três situações que 
comparamos: a da PEC, da MP e do PL. 
 
Bom, podemos concluir que se uma PEC ou uma MP forem rejeitadas em uma sessão legislativa 
específica, a matéria que elas veiculavam somente poderá ser objeto de nova discussão (no caso da PEC) 
ou reedição (em se tratando de MP) quando uma nova sessão legislativa for inaugurada, no dia 02 de 
fevereiro do ano seguinte (art. 57, CF/88). Por outro lado, a matéria constante de um projeto de lei que 
tenha sido rejeitado numa sessão legislativa poderá constituir objeto de um novo projeto, numa mesma 
 
4. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 900. 
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sessão legislativa, bastando, para tanto, que haja um requerimento feito pela maioria absoluta dos 
membros de quaisquer das Casas Legislativas do Congresso Nacional. 
E antes de finalizamos esse ponto, você já sabe, teremos questões para resolvermos juntos: 
Questões para fixar 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Em relação ao poder constituinte, julgue a 
assertiva: 
A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada poderá ser objeto de nova 
proposta na mesma sessão legislativa, desde que conte com a assinatura de 1/3 dos membros da respectiva 
casa legislativa. 
Comentário: 
O item é falso, pois PEC rejeitada ou havida por prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na 
mesma sessão legislativa. 
Gabarito: Errado 
[CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - Adaptada] Em 
relação ao processo legislativo, julgue a assertiva: 
A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão legislativa. 
Comentário: 
A assertiva apresentada está correta, sendo a reprodução literal do art. 60, § 5°, CF/88! 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto] A respeito da ordem constitucional brasileira, 
julgue o item: 
A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada não pode 
ser novamente apresentada na mesma legislatura. 
Comentário: 
Consoante previsão do art. 60, § 5º da CF/88, a matéria de uma PEC rejeitada não poderá ser discutida na 
mesma sessão legislativa. Logo, como a assertiva dispõe que a proposta não poderá ser discutida na mesma 
legislatura, o item é falso. Afinal, legislatura é o período de 4 anos, que compreende 4 sessões legislativas. 
Portanto, a matéria de uma PEC rejeitada em uma legislatura pode sim ser objeto de uma nova PEC na 
mesma legislatura (não poderia ser se estivéssemos na mesma sessão legislativa). 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização 
Financeira] Com base nas normas sobre processo legislativo constantes da Constituição Federal de 1988 
(CF), julgue o item que segue: 
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A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada somente 
poderá ser reapresentada, na mesma sessão legislativa, mediante requerimento da maioria absoluta dos 
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
Comentário: 
A matéria não poderá ser apresentada na mesma sessão legislativa, conforme prevê o art. 60, § 5º da CF/88. 
Gabarito: Errado 
 
(B) Limitações circunstanciais 
Vamos iniciar o estudo desse ponto lendo o art. 60, § 1º, CF/88: 
Art. 60, § 1º: A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado 
de defesa ou de estado de sítio. 
Podemos extrair desse dispositivo que nossa Constituição não pode ser modificada no curso de 
circunstâncias anormais e excepcionais. O intuito é preservar a autonomia e a livre manifestação do 
Poder reformador, impedindo que as maiorias ocasionais, que sempre aparecem nos cenários de crise, 
destruam o projeto constitucional com transformações impensadas e precipitadas. 
É, portanto, impossível modificarmos a Constituição na vigência do estado de Sítio, do estado de 
Defesa e da Intervenção Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aliás, meu caro aluno, lembre-se que foi justamente por causa dessa limitação que no ano de 2018 
não foi feita nenhuma reforma no texto da Constituição de 1988! Afinal, estava em curso a intervenção 
federal decretadapela União (em fevereiro de 2018) no Estado do Rio de Janeiro, o que impediu que 
emendas constitucionais modificassem o documento constitucional. 
 
 
 
A CF/88 NÃO PODERÁ SER 
MODIFICADA NA VIGÊNCIA 
Do Estado de Sítio 
Do estado de Defesa 
Da Intervenção Federal 
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Questões para fixar 
[FCC - 2018 - SEAD-AP - Assistente Administrativo - Adaptada] Julgue a assertiva: 
As mudanças da Constituição Federal podem ocorrer mediante emenda constitucional, na vigência de 
estado de defesa ou de estado de sítio, ouvido o Conselho de Defesa Nacional. 
Comentário: 
A assertiva é claramente falsa! Conforme preceitua o art. 60, § 1º, CF/88, a Constituição não poderá ser 
emendada, ou seja, modificada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de 
sítio. 
Gabarito: Errado 
[FCC - 2018 - SEAD-AP - Assistente Administrativo - Adaptada] Julgue a assertiva: 
As mudanças da Constituição Federal podem ocorrer mediante emenda constitucional, na vigência de 
intervenção federal, ouvido o Conselho da República, tendo em vista o seu caráter consultivo. 
Comentário: 
Outra assertiva falsa, novamente baseada no art. 60, § 1º, CF/88. Extraímos da leitura desse dispositivo que 
a Constituição não poderá ser emendada, ou seja, modificada na vigência de intervenção federal, de estado 
de defesa ou de estado de sítio. 
Gabarito: Errado 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Em relação ao poder constituinte, julgue a 
assertiva: 
Não existe qualquer tipo de limitação circunstancial para a reforma da Constituição Federal. 
Comentário: 
O item está falso, visto que a limitação constante do art. 60, § 1º, CF/88, é uma limitação circunstancial 
imposta ao poder de reforma. 
Gabarito: Errado 
[CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção] Em relação ao Poder 
Constituinte, julgue a assertiva: 
A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou estado 
de sítio. 
Comentário: 
Como você bem sabe, o item é verdadeiro, haja vista a impossibilidade de a Constituição ser emendada na 
vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
Gabarito: Certo 
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Farei um último comentário antes de seguirmos para a análise das limitações formais: além dos 
três “estados de legalidade extraordinária” que já foram citados e que impedem a modificação do texto 
da Constituição Federal (intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa), saiba que existe mais 
um: a intervenção estadual. Esta é a intervenção que o estado-membro decreta em um Município seu, 
em razão de terem sido praticados atos que se enquadram no art. 35, CF/88. No entanto, o fato de ter 
sido decretada a intervenção estadual (de um Estado em um Município seu) não impede que a 
Constituição Federal seja alterada, já que tal fato não representa uma limitação circunstancial. 
Já sabe que lhe pedirei cuidado neste ponto, certo? Afinal, se o examinador trocar a “intervenção 
federal” pela “intervenção estadual” nossa resposta será totalmente distinta. 
(C) Limitações formais (procedimentais) 
Saiba, meu caro aluno, que a opção pela rigidez exige um procedimento especial para a 
confecção das emendas constitucionais, mais solene e dificultoso do que aquele utilizado para a 
elaboração da legislação infraconstitucional (das leis ordinárias e complementares). 
Nesse sentido, no aspecto formal, o poder reformador deverá observar as seguintes regras 
procedimentais: 
(i) Limitação formal subjetiva: a iniciativa para apresentação de uma proposta de emenda 
constitucional (PEC) está organizada em um rol exaustivo do art. 60, caput, CF/88 – que é 
significativamente mais restrito do que aquele que prevê a iniciativa para apresentação de projetos 
de lei (art. 61, CF/88). 
Conforme o texto constitucional preceitua, são legitimados a apresentar uma proposta de 
emenda constitucional apenas: 
- um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
- o Presidente da República; 
- mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada 
uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
Sobre a participação do Presidente da República na elaboração de uma PEC, procure se lembrar 
que ele é legitimado para apresentar uma proposta de emenda, sendo esta a sua única participação 
no processo. Ele não atua em nenhuma outra etapa do processo de elaboração das emendas 
constitucionais (mais adiante veremos que ele não sanciona, não veta, não promulga e não publica 
uma PEC). 
Em relação a legitimidade dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal para 
apresentar PEC, é importante observar que se trata de um ato coletivo, com o intuito de evitar uma 
multiplicação de emendas desnecessárias. Não pode um Deputado Federal sozinho (ou um Senador 
sozinho) propor uma PEC: é preciso colher um número específico de assinaturas em cada Casa, de 1/3 
dos membros integrantes (na CD: 171 dos 513; no SF: 27 dos 81). 
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Por fim, no caso da legitimidade das Assembleias Legislativas, como depende da maioria das 
Assembleias Legislativas estaduais, cada qual se manifestando pela maioria relativa de seus 
membros, será de pouca valia, dada a dificuldade de ser engendrada. Muito mais simples é obter, por 
exemplo, o apoio à proposta por um terço dos membros do Senado Federal. 
Aliás, vou lhe passar duas informações bem curiosas sobre esse rol: (i) se fizermos um 
levantamento das propostas de todas as emendas já apresentadas, a esmagadora maioria foi 
apresentada pelo Presidente da República; (ii) outro detalhe: não existe sequer uma emenda 
constitucional que tenha modificado a Constituição de 1988 que tenha sido apresentada pelas 
Assembleias Legislativas. 
Por fim, vale ressaltar que não existe qualquer previsão de iniciativa popular para a propositura 
dessa espécie normativa. Ou seja, nós os cidadãos, não podemos nos organizar para apresentar uma 
PEC visando modificar o texto da Constituição de 1988. Podemos, claro, nos organizar para 
apresentarmos projetos de lei ordinária ou complementar, nos termos do art. 61, § 2°, CF/88. 
Antes de passamos para as limitações formais objetivas, sugiro que façamos aquela importante 
pausa na leitura para nos dedicarmos à resolução de mais algumas questões: 
Questões para fixar 
[CESPE - 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1] No que tange aos direitos e garantias 
fundamentais e ao processo legislativo, conforme disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue (C 
ou E) o item subsequente: 
As assembleias legislativas estaduais dispõem de competência para propor emenda à CF, desde que a 
iniciativa parta de mais da metade das assembleias das unidades da Federação e pela maioria relativa dos 
membros de cada uma delas. 
Comentário: 
Item correto. Conforme disposição do art. 60, III, CF/88, as Assembleias Legislativas são competentes para 
apresentar PEC, desde que que a iniciativa advenha de mais da metade das Assembleias das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
 
Gabarito: Certo 
[FCC - 2018 - SEAD-AP - Assistente Administrativo - Adaptada] Julgue a assertiva: 
As mudanças da Constituição Federal podem ocorrer mediante emenda constitucional proposta por 
metade, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, pelo Presidente da 
República ou mais da metade dos governadores das unidades da Federação. 
Comentário:De acordo com o art. 60, caput, CF/88, a Constituição poderá ser emendada mediante proposta de um terço, 
no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, pelo Presidente da República 
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ou de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma 
delas, pela maioria relativa de seus membros. Nesse sentido, a questão se equivocou ao afirmar que a 
Constituição poderá ser emendada por proposta de metade, no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados ou mais da metade dos governadores das unidades da Federação. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - Prova 2] A Constituição Federal de 1988 
poderá ser emendada para incluir garantia social mediante proposta: 
A) da maioria simples dos membros da Câmara dos Deputados. 
B) de três quintos dos membros do Senado Federal. 
C) do presidente da República. 
D) de organização sindical, se a proposta for relativa a direito dos trabalhadores. 
E) do presidente da OAB Federal. 
Comentário: 
Foi fácil assinalar a letra ‘c’, certo? Das opções apresentadas, somente o Presidente da República está listado 
no art. 60, caput, CF/88, como legitimado para apresentar proposta de emenda constitucional. 
Gabarito: C 
[INAZ do Pará - 2018 - CREFITO-16ª Região (MA) - Auxiliar Administrativo] De acordo com a Constituição 
Federal, no art. 60, a constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
A) De no mínimo 2/3 do Senado Federal, somente. 
B) De no mínimo 1/3 do Senado Federal e 2/3 da Câmara dos Deputados. 
C) De no mínimo metade das Assembleias Legislativas das Unidades da Federação, manifestando-se, cada 
uma delas, pela maioria absoluta de seus membros. 
D) Do Presidente da República, ouvido o Conselho da República, com aprovação de moção por metade de 
seus membros. 
E) De mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma 
delas, pela maioria relativa de seus membros. 
Comentário: 
A alternativa que deverá ser marcada é a letra ‘e’. Sabemos que proposta de emenda à Constituição pode 
ser apresentada por mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros, conforme dispõe o art. 60, caput, 
CF/88. 
Gabarito: E 
[CESPE - 2008 - CGE-PB - Auditor de Contas Públicas - Adaptada] Em relação ao poder reformador, julgue 
a assertiva: 
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A iniciativa popular para apresentação de proposição legislativa não pode dar início a proposta de emenda 
à Constituição. 
Comentário: 
A iniciativa para apresentação de uma PEC está organizada num rol taxativo no art. 60, caput, da CF/88. 
Desta forma, não há qualquer previsão de iniciativa popular para esta espécie normativa. Não custa lembrar 
que o art. 61, § 2°, CF/88 prevê a possibilidade de os cidadãos se organizarem para apresentarem (na Câmara 
dos Deputados) projetos de lei (ordinária ou complementar). 
Gabarito: Certo 
 
(ii) Limitações formais objetivas: a deliberação e a votação da PEC ocorrerão em cada Casa do 
Congresso Nacional (sessão bicameral), em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros (art. 60, § 2º, CF/88). 
Note que podemos memorizar esse procedimento a partir de uma regra que eu chamo de 2235! 
2= votação nas 2 Casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal) 
2= são 2 turnos em cada Casas 
3/5= é a maioria de aprovação, em cada Casa, em cada turno 
O procedimento da PEC tem, portanto, por exigência inafastável a aprovação de um texto igual, 
em dois turnos de discussão e votação, pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Disto 
decorre ser a emenda um ato nitidamente complexo. E é ato complexo igual, pois resultado de 
vontades que estão postas num mesmo plano – a da Câmara dos Deputados e a do Senado Federal. 
Sobre esse requisito (de termos dois turnos em cada Casa), é importante informar que não há na 
Constituição Federal a fixação de um intervalo temporal mínimo entre os dois turnos de votação para 
fins de aprovação de emendas à Constituição. Esse entendimento foi reforçado pelo Supremo 
Tribunal Federal, conforme vemos na seguinte decisão: 
ADI 4.425-DF, Rel. p/ o ac. Min. Luiz Fux: A Constituição Federal de 1988 não fixou um intervalo 
temporal mínimo entre os dois turnos de votação para fins de aprovação de emendas à Constituição 
(CF, art. 62, §2º), de sorte que inexiste parâmetro objetivo que oriente o exame judicial do grau de 
solidez da vontade política de reformar a Lei Maior. A interferência judicial no âmago do processo 
político, verdadeiro locus da atuação típica dos agentes do Poder Legislativo, tem de gozar de lastro 
forte e categórico no que prevê o texto da Constituição Federal. Inexistência de ofensa formal à 
Constituição brasileira. 
Questões para fixar 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Em relação ao poder constituinte, julgue a 
assertiva: 
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A proposta de emenda à Constituição Federal será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, dois terços dos votos dos respectivos membros. 
Comentário: 
O item está incorreto, pois a proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Gabarito: Errado 
[CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - Adaptada] Em 
relação ao processo legislativo, julgue a assertiva: 
A proposta de emenda à Constituição será discutida e votada em única sessão conjunta do Congresso 
Nacional, considerando-se aprovada se obtiver dois terços dos votos dos seus membros. 
Comentário: 
Como você bem sabe, o item é falso, haja vista que a deliberação e a votação da PEC ocorrerão em cada 
Casa do Congresso Nacional (sessão bicameral), em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros 
Gabarito: Errado 
 
E só para não perdemos a chance de abordar um tópico adicional aqui nessa aula, vou aproveitar 
para lhe lembrar que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (art. 5º, § 3º, CF/88). 
Observe que nesse caso também estamos seguimos o rito especial do 2235: 
2 = a proposição é votada nas duas Casas do Congresso Nacional (CD e SF) 
2 = a proposição é votada em dois turnos em cada Casa 
3/5 = é a maioria exigida para aprovação em cada Casa, em cada turno 
Para melhor compreensão, observe o esquema abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
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Como acabamos de estudar um ponto que é muito explorado nas provas, observe como ele vem 
sendo cobrado: 
Questões para fixar 
[FCC - 2018 - SEAD-AP - Assistente Administrativo - Adaptada] Julgue a assertiva: 
As mudanças da Constituição Federal podem ocorrer mediante aprovação, em cada casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos membros, de tratados internacionais sobre direitos humanos, 
que serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentário: 
Alternativa correta, consoante a previsão do art. 5º, § 3º, da CF/88. 
Gabarito:Certo 
[CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Assistente Administrativo Fazendário] Tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos, depois de aprovados internamente em cada casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, são considerados equivalentes a: 
A) leis federais. 
B) súmulas vinculantes. 
C) medidas provisórias. 
D) leis complementares. 
Por 3/5 dos votos dos respectivos 
membros 
Nas 2 Casas Legislativas (Senado Federal 
e Câmara dos Deputados) 
São equivalentes às EMENDAS 
CONSTITUCIONAIS 
Em 2 TURNOS 
TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE 
DIREITOS HUMANOS APROVADOS: 
2235 
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E) emendas constitucionais. 
Comentário: 
Conforme disposição do art. 5º, §3º da Constituição Federal, os tratados e convenções internacionais 
inseridos na ordem constitucional pelo rito do art. 60, CF/88, serão equiparados às emendas constitucionais. 
Logo, a alternativa a ser marcada é a ‘E’. 
Gabarito: E 
[CESPE - 2013 - PRF - Policial Rodoviário Federal] Considerando o disposto na Constituição Federal de 1988 
(CF), julgue o item a seguir, relativos aos direitos humanos: 
Equivalem às normas constitucionais originárias os tratados internacionais sobre direitos humanos 
aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros. 
Comentário: 
Os tratados aprovados pelo rito do art. 60, CF/88, serão equivalentes às Emendas Constitucionais (que são 
normas constitucionais derivadas), conforme previsão do art. 5º, § 3º, CF/88. As normas originárias são 
elaboradas pelo poder constituinte originário. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia] Com base na disciplina constitucional acerca dos tratados 
internacionais, da forma e do sistema de governo e das atribuições do presidente da República, julgue a 
assertiva: 
Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, para que sejam equivalentes a emendas 
constitucionais, deverão ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, por maioria absoluta de votos, 
em dois turnos de discussão e votação. 
Comentário: 
Para que sejam equivalentes às emendas constitucionais, os tratados e convenções internacionais deverão 
seguir o rito previsto no art. 60, CF/88, que dispõe, em seu §3º, que o quórum de aprovação deverá ser de 3/5 
(e não maioria absoluta, como indica a alternativa). Logo, a assertiva é falsa. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2014 - ANATEL - Conhecimentos Básicos - Cargos 13, 14 e 15] A respeito do direito constitucional, 
julgue o item que se segue considerando que a sigla CF refere-se à Constituição Federal de 1988: 
Em respeito ao princípio da dignidade humana, previsto na CF, caso o Brasil seja signatário de determinado 
tratado sobre direitos humanos, o referido tratado será recepcionado automaticamente como emenda 
constitucional. 
Comentário: 
Não. O tratado, para ser equiparado à emenda constitucional, deverá ser introduzido na ordem 
constitucional seguindo o rito previsto no art. 5°, § 3° da CF/88. A assertiva é incorreta. 
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Gabarito: Errado 
[CESPE - 2013 - PG-DF – Procurador] Com relação ao estatuto jurídico dos tratados internacionais no direito 
brasileiro, julgue o próximo item: 
Ao Congresso Nacional é vedado rejeitar tratado internacional que, firmado pelo presidente da República, 
verse sobre direitos humanos. 
Comentário: 
Conforme previsão do art. 49, I da CF/88, competirá ao Congresso Nacional resolver, definitivamente, sobre 
tratados, acordos ou atos internacionais capazes de resultar em encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional. Deste modo, como o Congresso pode confirmar ou rejeitar o Tratado, devemos marcar 
a assertiva como falsa. 
Gabarito: Errado 
Continuando o nosso estudo sobre as limitações formais imposta ao poder reformador, vamos 
conhecer a última que tem natureza formal, constante do § 3° (já vimos as limitações dos §§ 2° e 5º). 
Depois que a PEC é discutida e votada nas duas Casas do Congresso Nacional, se for aprovada 
nos dois turnos em cada Casa, pela maioria exigida (que é de 3/5), a proposta se tornará uma emenda 
constitucional, não sendo necessário submetê-la à deliberação executiva (sanção ou veto 
presidencial). Na sequência, essa emenda já aprovada deverá ser promulgada, isto é, deverá receber 
seu atestado formal de existência. Tal promulgação é tarefa das Mesas da Câmara dos Deputados e 
do Senado Federal, conjuntamente, com o respectivo número de ordem (art. 60, § 3º, CF/88). A 
publicação é também determinada pelo Congresso Nacional. 
Antes de passarmos à análise das questões, vou mais uma vez destacar que o Presidente da 
República só participa do processo legislativo de PEC se ele for o autor da proposta – afinal, ele não 
sanciona, não veta, não promulga e não publica a emenda. 
 
Questões para fixar 
[CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - Adaptada] Em 
relação ao processo legislativo, julgue a assertiva: 
A emenda à Constituição será promulgada pelo Presidente da República, com o respectivo número de 
ordem. 
Comentário: 
Eis uma questão muito interessante! Lembre-se a participação do Presidente da República no processo 
legislativo das emendas constitucionais se resume na apresentação da proposta, visto que não existe 
sanção/veto presidencial em PEC, ou seja, não há deliberação executiva. A emenda constitucional será 
promulgada pelas Mesas das Casas legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal). O item é falso. 
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Aproveito o ensejo para lhe lembrar que, nos termos do art. 66, § 7°, o Presidente da República promulga as 
leis. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2018 - IPHAN - Auxiliar Institucional - Área 1] Acerca da organização dos poderes do Estado, julgue 
o item subsequente: 
O presidente da República é a autoridade competente para promulgar emendas à Constituição. 
Comentário: 
O item apresentado é falso! Conforme preceitua o art. 60, § 3º, CF/88, a emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de 
ordem. 
Gabarito: Errado 
[IADES - 2019 - AL-GO - Procurador] No que concerne ao processo reformador na Constituição Federal 
brasileira, assinale a alternativa correta: 
A) O processo legislativo é bicameral. 
B) O início da tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) é sempre pela Câmara dos 
Deputados. 
C) Esse processo deve ser aprovado por dois turnos de votação no Congresso Nacional. 
D) Só é válido após sanção presidencial. 
E) Não há iniciativa extraparlamentar. 
Comentário: 
Esse é uma questão bem completa, pois revisa todos os pontos que trabalhamos até aqui. Nossa alternativa 
correta é a da letra ‘a’: a deliberação e a votação da PEC ocorrerão em cada Casa do Congresso Nacional 
(sessão bicameral). Vamos verificar o erro das demais assertivas? 
- letra ‘b’: se a PEC é apresentada por 1/3 dos Senadores, ela irá nascer nessa Casa legislativa, não há porque 
sua tramitação iniciar na Câmara dos Deputados. Dessa forma, quando a PEC é apresentada por Senadores, 
o Senado Federal será a Casa iniciadora. 
- letra ‘c’: a PEC realmente deve ser apreciada em dois turnos, entretanto, a proposta será discutida e votada 
em cada Casa do Congresso Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados), e não em uma sessão 
unicameral no Congresso Nacional. 
- letra ‘d’: não existe sanção ou veto presidencial em PEC. O Presidente só participa no processo de 
elaboração das emendas constitucionaisse ele for o autor da proposta. 
- letra ‘e’: existe iniciativa de PEC para o Presidente da República, que é uma iniciativa extraparlamentar. 
Gabarito: A 
 
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(D) Limitações materiais 
Em relação às limitações materiais, estas se encontram no art. 60, § 4º da CF/88. Dispõe esse 
artigo que não poderá ser objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir: 
I) a forma federativa de Estado; 
II) o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III) a separação dos Poderes; 
IV) os direitos e garantias individuais. 
Importante mencionar que essas matérias, elencadas no art. 60, § 4º da CF/88 e intituladas 
"cláusulas pétreas" formam um núcleo intangível da Constituição Federal, imunizado contra possíveis 
alterações que reduzam o seu núcleo essencial ou debilitem o duradouro projeto que ela tencionou 
construir. 
Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, as cláusulas pétreas não são imutáveis, 
“o que se veda é a desfiguração completa da obra do poder originário, descaracterizando o projeto 
axiológico por ele estruturado. E não meras alterações redacionais ou na disciplina do tema. Se o núcleo 
essencial da cláusula permanece intocado, não há porque rechaçarmos a emenda.”5 
ADI 2.024-DF, STF, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, noticiada no Informativo 465, STF: Esclareceu-
se que as limitações materiais ao poder constituinte de reforma que o art. 60, § 4º, da CF enumera não 
significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina na Constituição originária, mas apenas a 
proteção do núcleo essencial dos princípios e institutos cuja preservação nelas se protege. 
Após a estruturação das limitações expressas ao pode reformador, vamos relembrar os principais 
pontos analisando o esquema6 abaixo? 
 
5. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 140. 
6. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 152. 
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Tópico comentado, vamos resolver mais algumas questões? 
Questões para fixar 
[CESPE - 2018 - MPE-PI - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior] Acerca do direito de 
propriedade, julgue o item a seguir à luz das disposições da CF: 
Eventual proposta de emenda constitucional tendente a abolir o direito de propriedade não poderá ser 
objeto de deliberação pelo Congresso Nacional. 
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Comentário: 
Vez que o direito de propriedade está previsto no capítulo de Direitos e Garantias Individuais da Constituição 
Federal, no rol do art. 5º, em seu inciso XXII, não poderá ser objeto de emenda constitucional que tenda à 
sua abolição, conforme previsão do art. 60, § 4º, IV da CF/88 (que obsta a deliberação de propostas que 
tendem a abolir direitos e garantias individuais). Deste modo, a assertiva é verdadeira. 
Gabarito: Certo 
[IADES - 2019 - AL-GO - Policial Legislativo - Adaptada] A respeito do disposto na Constituição Federal, 
julgue o item: 
Emendas constitucionais que revoguem direitos e garantias individuais não serão admitidas. 
Comentário: 
A assertiva é verdadeira. Conforme o art. 60, § 4º, IV, CF/88, os direitos e garantias individuais são cláusulas 
pétreas, o que impede que uma emenda constitucional os revogue. 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Controle Externo] A CF proíbe a deliberação de proposta de 
emenda constitucional que tenda a abolir: 
A) a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea expressa. 
B) a forma republicana de Estado, por se tratar de cláusula pétrea implícita. 
C) a separação dos poderes, por se tratar de cláusula pétrea expressa. 
D) o regime democrático e a autonomia municipal, por se tratar de cláusulas pétreas expressas. 
E) o sistema presidencialista de governo, por se tratar de cláusula pétrea implícita. 
Comentário: 
O óbice para a deliberação de proposta de emenda constitucional que tende a abolir a separação de poderes 
está previsto no art. 60, §4º, III da CF/88, logo, a alternativa que deve ser marcada é a ‘c’. Quanto às demais 
alternativas: (a) a forma de governo é a republicana e não é cláusula pétrea; a forma federada de Estado é 
cláusula pétrea; (b) a forma de Estado é federada e não republicana; (d) regime democrático não é cláusula 
pétrea expressa (para muitos é implícita, pois está no art. 1°, que consagra os princípios fundamentais); (e) 
o sistema presidencialista de governo não é considerado cláusula pétrea implícita, tanto que a doutrina (de 
forma majoritária) defende a possibilidade de tal sistema de governo ser alterado por emenda 
constitucional). 
Gabarito: C 
[CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - Adaptada] Em 
relação ao processo legislativo, julgue a assertiva: 
Poderá ser objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir o voto direto, secreto, universal e 
periódico. 
Comentário: 
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A assertiva é falsa, pois não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir o voto direto, 
secreto, universal e periódico, que é uma cláusula pétrea (art. 60, § 4º, II, CF/88). 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área XIX] Acerca do 
processo legislativo e do Poder Legislativo, julgue o item: 
Proposta de emenda constitucional a respeito da extinção do voto obrigatório pode ser objeto de 
deliberação do Congresso Nacional. 
Comentário: 
Consoante prevê o art. 60, § 4º, II da CF/88, apenas não poderá ser objeto de proposta de emenda 
constitucional a abolição do voto direto, secreto, universal e periódico, nada se falando de sua 
obrigatoriedade. Sendo assim, a assertiva é verdadeira, de forma que o voto pode vir a ser transformado em 
facultativo para todas as pessoas, por meio de uma emenda constitucional. Afinal, das características 
petrificadas do voto, a obrigatoriedade não está incluída. 
Gabarito: Certo 
[FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Consultor Legislativo - Constituição e Justiça] 
Considere a hipótese de a República Federativa do Brasil vir a celebrar tratado internacional do qual conste 
a possibilidade de imposição de pena de prisão perpétua pela prática de ato de discriminação atentatória 
dos direitos e garantias fundamentais. Uma vez submetido à apreciação do Congresso Nacional, referido 
tratado: 
A) estará sujeito aos limites materiais impostos ao poder de reforma constitucional, a impedirem que seja 
objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais, dentre os 
quais figura a proibição de instituição de penas de caráter perpétuo. 
B) será equivalente a emenda constitucional, se aprovado em dois turnos, em cada casa do Congresso 
Nacional, pelo voto de dois quintos dos respectivos membros, caso em que o ordenamento constitucional 
brasileiro passará a prever uma hipótese de pena de caráter perpétuo, ainda que excepcional. 
C) estará sujeito ao processo ordinário de apreciação das normas dessa espécie, estando, sob o aspecto 
material, em conformidade com o princípio de regência das relações internacionais de promover o bem de 
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
D) será equivalente a emenda constitucional, independentemente de ser aprovado pelo procedimentoprevisto para as emendas constitucionais e sem se sujeitar aos limites materiais impostos ao poder de 
reforma, uma vez que se cuida de tratado internacional em matéria de direitos humanos. 
E) será equivalente a emenda constitucional, independentemente de ser aprovado pelo procedimento 
previsto para as emendas constitucionais e sem se sujeitar aos limites materiais impostos ao poder de 
reforma, uma vez que os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros previstos em 
tratados internacionais em que o Brasil seja parte. 
Comentário: 
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Pode assinalar a letra ‘a’, caro aluno. A Constituição Federal veda a imposição de penas que tenham caráter 
perpétuo, conforme previsão do art. 5º, XLVII, ‘b’. Assim como uma emenda constitucional não poderia 
extinguir essa impossibilidade de aplicação de penas que tenham caráter perpétuo, um tratado 
internacional também não poderia, pois trata-se de uma garantia individual, ou seja, é uma cláusula pétrea 
(art. 60, § 4º, IV, CF/88). Nesse sentido, podemos assinalar a assertiva ‘a’ como nossa resposta. 
Gabarito: A 
 
(3.2) Limitações implícitas 
Bom, meu caro aluno, não podemos encerrar o estudo das limitações sem falar das implícitas, que 
orientam a reforma constitucional e que, muito embora não tenham sido expressadas no documento 
constitucional, destruiriam fatalmente a obra do poder originário se desrespeitadas fossem. 
Como seria um absurdo a “criatura” (poder reformador) alterar a identidade do “criador” (poder 
originário) ou a sua própria, temos como limitação implícita a impraticabilidade de o poder reformador: 
(a) estabelecer nova titularidade ao poder que lhe deu origem; ou 
(b) estabelecer um novo titular para o exercício do seu próprio poder, isto é, da atividade de reforma. 
Isso significa que o povo sempre será o titular do PCO; do mesmo modo que a reforma será de 
competência do Congresso Nacional. 
Em segundo lugar, vale lembrar que é inadmissível qualquer alteração que recaia sobre o próprio 
art. 60, da CF/88, sendo este dispositivo considerado intocável (salvo alguma eventual mudança 
meramente redacional, que reescreva o dispositivo para facilitar sua compreensão, mas sem alterar em 
nada o seu sentido). Assim, não se pode suprimir qualquer dos parágrafos do art. 60, muito menos criar 
um novo parágrafo: o artigo não pode ser alterado, em nenhum ponto. 
Observe que é essa limitação implícita, que proíbe qualquer reestruturação do art. 60, CF/88, que 
culmina na inadmissibilidade do procedimento conhecido como “dupla revisão” (ou “revisão em dois 
tempos”). Segundo este procedimento, seria possível alterar, num primeiro momento, a cláusula pétrea 
protetora, com o intuito de suprimi-la ou restringi-la, e, na etapa seguinte, modificar a cláusula protegida. 
Por fim, não pode haver supressão dos fundamentos da República Federativa do Brasil, descritos 
no art. 1º, CF/88. Por serem valores supremos sob os quais a ordem constitucional se assenta, os 
fundamentos consagrados no art. 1º, CF/88 – quais sejam, a soberania, a cidadania, a dignidade da 
pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político – são também 
insuperáveis (cláusulas pétreas implícitas), por conferirem a autenticidade material da nossa 
Constituição. 
Bom, agora que já estudamos as limitações implícitas, precisamos treinar este assunto com 
questões de provas que já cobraram este ponto da nossa matéria. Coragem, caro aluno! Vamos enfrentar 
as questões! 
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Questões para fixar 
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto - Adaptada] Sobre a reforma e revisão constitucional, julgue o 
próximo item: 
No direito constitucional brasileiro, os limites materiais ao poder de reforma constitucional são os expressos 
no artigo 60, § 4°, da Constituição, rejeitada pela doutrina majoritária a existência dos chamados limites 
materiais implícitos. 
Comentário: 
Estamos diante de uma assertiva falsa, pois a doutrina majoritária não rejeita os limites materiais implícitos, 
ao contrário, reconhece que esses existem. Nesse sentido, podemos afirmar que existem cláusulas pétreas 
implícitas como, por exemplo, o art. 1º, CF/88, visto que ele não pode ser suprimido. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal - Adaptada] A 
respeito das características do poder constituinte e de sua configuração em originário ou derivado, julgue o 
item: 
O sistema constitucional brasileiro admite a teoria da dupla revisão. 
Comentário: 
Por força da limitação implícita que proíbe qualquer reestruturação do art. 60, CF/88, veda-se o 
procedimento conhecido como “dupla revisão”. Segundo este procedimento, seria válido alterar, num 
primeiro momento, a cláusula protetora (inserida lá no art. 60, CF/88), com o intuito de suprimi-la ou 
restringi-la, e, na etapa seguinte, modificar a cláusula protegida. 
Gabarito: Errado 
 
Bom, como estudar por meio das questões nunca é demais, lhe convido para fecharmos a parte 
referente às limitações expressas e implícitas ao poder de reforma analisando juntos mais algumas 
perguntas já feitas pelas bancas no passado. Vou começar com uma questão clássica, em que várias 
limitações são cobradas em uma única pergunta: 
Questões para fixar 
[FCC - 2018 - MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica] À luz das regras de processo legislativo atinentes 
à forma de alteração do texto constitucional vigente, a: 
A) Constituição Federal não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal e estadual, de estado 
de defesa ou de estado de sítio. 
B) Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta de metade dos membros da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal; do Presidente da República; e de mais de um terço das Assembleias 
Legislativas das unidades da Federação. 
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C) matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão legislativa. 
D) emenda à Constituição será promulgada pelo Presidente da República, com o respectivo número de 
ordem. 
E) proposta de emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, a maioria absoluta dos votos dos respectivos membros. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a da letra ‘c’, pois reproduz a previsão constante do art. 60, § 5º, CF/88. Todas as 
demais alternativas são falsas. Vejamos o porquê: 
- Na letra ‘a’ o erro deriva da afirmação de que a Constituição Federal não poderá ser emendada na vigência 
de intervenção estadual. Sabemos que a Constituição só não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
- Na assertiva da letra ‘b’, o erro consiste em afirmar a Constituição Federal poderá ser emendada mediante 
proposta de metade dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; e de mais de um terço 
das Assembleias Legislativas das unidades da Federação. O art. 60, caput, CF/88, preceitua que a 
Constituição poderá ser emendada mediante proposta: (i) de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara 
dos Deputados ou do Senado Federal; (ii) do Presidente da República; (iii) de mais da metade das 
Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa de seus membros. 
- A assertiva ‘d’ peca ao afirmar que a emenda à Constituição será promulgada pelo Presidente da República. 
Como já vimos, o Presidente da Repúblicasó participa do processo legislativo de uma PEC se ele for o autor. 
A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com 
o respectivo número de ordem (art. 60, § 3º, CF/88). 
- Na letra ‘e’, o equívoco foi o de mencionar que a emenda constitucional será aprovada por maioria absoluta. 
Em verdade, a proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Gabarito: C 
[FUNDATEC - 2018 - SPGG - RS - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão] No que diz respeito à 
reforma constitucional, admite-se a emenda à Constituição brasileira desde que observados requisitos 
específicos, tais como: 
I. Proposta de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, 
cada uma delas, pela maioria absoluta de seus membros. 
II. A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-
se aprovada se obtiver, em ambos, dois terços dos votos dos respectivos membros. 
III. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão legislativa. 
Quais estão corretas? 
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A) Apenas I. 
B) Apenas III. 
C) Apenas I e III. 
D) Apenas II e III. 
E) I, II e III. 
Comentário: 
Das assertivas apresentadas, somente o item III está correto por estar de acordo com o art. 60, § 5º, CF/88. 
O item I está equivocado, pois a Constituição poderá ser emendada mediante proposta de mais da metade 
das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa (e não absoluta) de seus membros. Por fim, o item II está falso, visto que a proposta de emenda só 
será aprovada se obtiver, nos dois turnos de votação, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Gabarito: B 
[FGV - 2018 - AL-RO - Advogado] Analise a narrativa a seguir: 
(I) Um grupo de cento e vinte Deputados Federais subscreveu proposta de emenda constitucional; 
(II) a proposta tinha como objetivo adotar a forma unitária de Estado; 
(III) nesse período, parte do país foi atingida por calamidade natural de grandes proporções; 
(IV) a proposta foi aprovada, em dois turnos de votação, em cada Casa do Congresso Nacional, pelo voto de 
três quintos dos respectivos membros; 
(V) a proposta foi promulgada pelo Presidente da República. 
Considerando a forma de exercício do poder constituinte derivado, é correto afirmar que somente estão em 
harmonia com a sistemática constitucional, os itens: 
A) II, III e V. 
B) I, II e IV. 
C) I, IV e V. 
D) I e V. 
E) III e IV. 
Comentário: 
O item I está incorreto, pois no art. 60, I, CF/88, diz que a Constituição poderá ser emendada mediante 
proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. Observe, 
portanto, que a proposta deve ser apresentada no mínimo por 171 Deputados Federais, ou 27 Senadores. 
Em relação ao item II, proposta de emenda não pode ter como objetivo adotar a forma unitária de Estado, 
pois a forma federativa de Estado é cláusula pétrea. No que tange ao item III, podemos considerar que está 
correto, pois o examinador só narra que parte do país foi atingida por calamidade natural de grandes 
proporções, não diz que foi decretado nenhuma medida extraordinária (intervenção federal, de estado de 
defesa ou de estado de sítio). Em relação ao item IV, este também está correto, visto que está em 
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conformidade com o art. 60, § 2º, CF/88. Por fim, podemos assinalar o item V como falso, isto porque não 
há deliberação executiva no processo legislativo de PEC. Portanto, tendo em conta as opções apresentadas, 
podemos assinalar a letra ‘e’ como resposta. 
Gabarito: E 
[CONSULPLAN - 2018 - Câmara de Belo Horizonte - MG - Procurador] A Constituição Federal é a norma 
maior do Estado e exigirá procedimentos mais rigorosos para que possam ser alteradas algumas de suas 
regras. Neste sentido, poderá a Constituição ser emendada mediante proposta de, no mínimo, 1/3 dos 
membros da Câmara ou do Senado Federal. A respeito do processo de emenda constitucional, pode-se 
afirmar que: 
A) A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
B) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada poderá ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão legislativa. 
C) A forma federativa de Estado poderá ser objeto de emenda Constitucional desde que aprovada por três 
quintos dos membros de cada casa legislativa. 
D) A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-
se aprovada se obtiver, em ambos, dois quintos dos votos dos respectivos membros. 
Comentário: 
Nossa resposta está na letra ‘a’, visto que está em harmonia com o art. 60, § 3º, CF/88. As demais assertivas 
estão falsas. Veja: 
- letra ‘b’: está equivocada, pois a proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não poderá ser 
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60, § 5º, CF/88). 
- letra ‘c’: está falsa, pois a forma federativa de Estado não poderá ser objeto de emenda Constitucional, 
visto que está prevista no art. 60, § 4º, I, CF/88, como cláusula pétrea. Trata-se de uma limitação material ao 
poder de reforma. 
- letra ‘d’: realmente a proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, entretanto, só será aprovada se obtiver, em ambos, três quintos (e não dois quintos) dos votos dos 
respectivos membros. 
Gabarito: A 
[IBFC - 2017 - TJ-PE - Analista Judiciário - Função Administrativa] Sobre as emendas à Constituição, analise 
os itens abaixo: 
I. A proposta de emenda rejeitada no Congresso Nacional não poderá ser objeto de nova proposta. 
II. É vedada a elaboração de emenda que tenha por objetivo estabelecer novo sistema eleitoral por meio de 
voto indireto. 
III. É prerrogativa do cargo de Presidente da República a propositura de emendas à Constituição. 
IV. É proibida a promulgação de emenda constitucional na vigência de intervenção federal. 
Assinale a alternativa correta. 
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A) Apenas I é incorreto 
B) I e II são incorretos 
C) II e III são incorretos 
D) II e IV são incorretos 
E) I, II, III e IV são incorretos 
Comentário: 
Observe que o item I está incorreto, pois a proposta de emenda rejeitada no Congresso Nacional poderá ser 
objeto de nova proposta, o que o texto constitucional veda é a reapreciação da proposta na mesma sessão 
legislativa que ela tenha sido rejeitada. O item II está correto, pois o voto direto é uma cláusula pétreas, 
conforme preceitua o art. 60, § 4º, II, CF/88. No que tange o item III, também é verdadeiro. Conforme dispõe 
o art. 60, II, CF/88, o Presidente da República pode apresentar proposta de emenda constitucional. Por 
último, o item IV também está em conformidade com o texto constitucional, lembre-se que a Constituição 
não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio, de 
acordo com o art. 60, § 1º, CF/88. Dessa forma, nossa resposta encontra-se na letra ‘a’. 
Gabarito: A 
 
(4) Outros mecanismos de modificação da Constituição da República de 
1988 
Você sabia, estimado aluno, que além do procedimento de reforma, existem dois outros métodos 
de alteração da Constituição? São eles: a revisão e a mutação constitucional. E, a partir desse momento 
da aula, trataremos de ambos.

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