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Rui Cunha Marques A Regulação no Brasil e no Mundo Origem da regulação no mundo, primórdios da regulação e desenvolvimento Origem da regulação no mundo, primórdios da regulação e desenvolvimento Rui Cunha Marques Ponto 1: Os primórdios da regulação Ponto 2: Evolução regulatória no mundo Ponto 3: Relevância da regulação para o desenvolvimento Ponto 4: Modelos regulatórios de destaque no mundo Os primórdios da regulação Necessidade de regulação Nas últimas décadas verificou-se uma desintervenção do Estado na economia, a qual foi acompanhada pelo reforço da sua função regulatória (freer market, more rules). Insira uma imagem aqui Rui Cunha Marques Os primórdios da regulação Necessidade de regulação Entre as mutações ocorridas, que levaram a que o paradigma do Estado intervencionista tenha sido substituído pelo da economia de mercado regulada, destacam-se, desde já: a clara retirada do Estado na economia (no fornecimento de serviços públicos) a necessidade de desgovernamentalização da atividade regulatória a “fuga” para o direito privado do setor público (com a consequente alteração do setor empresarial do Estado) Os serviços públicos que, em muitos países, estavam fora do mercado, foram mercantilizados e empresarializados, requerendo, como tal, uma necessidade acrescida de regulação. Rui Cunha Marques Os primórdios da regulação Necessidade de regulação Rui Cunha Marques • Prestadores privados especialmente regulados; • A sua concessão (PPP) a prestadores privados; • Através de empresas públicas. A prestação de serviços públicos tem sido tradicionalmente disponibilizada segundo as seguintes configurações: Hoje, cada vez mais, também: v As empresas públicas são reguladas por agências externas (independentes); v As PPP (regulação contratual) não dispensam a regulação por agências reguladoras (regulação discricionária). Regulação define-se como o estabelecimento e a implementação de um conjunto de regras específicas, necessárias ao funcionamento equilibrado de um determinado setor, em função do interesse público; Regime regulatório Rui Cunha Marques Teorias que justificam a regulação Origem da regulação: v Teoria do interesse público: Baseia-se no pressuposto de que o Estado deve intervir sempre que existam falhas de mercado, de modo a prevalecerem o interesse público, maximizando o bem-estar social. Exemplos de falhas de mercado: competição imperfeita, problemas de informação, externalidades, bens públicos e resultados indesejáveis; Teorias que justificam a regulação v Teoria do interesse público: Economias de escala Economias de escopo Economias de densidade Monopólios naturais Economias de verticalização Custos elevados e irrecuperáveis (sunk) Competição Imperfeita Teorias que justificam a regulação v Teoria do interesse público: Assimetrias de informação Risco moral (moral hazard) Seleção adversa Variáveis endógenas à agência reguladora, às quais o regulador não tem acesso, i.e. ,informação escondida. Agência regulada detém mais informação que o regulador sobre variáveis exógenas, i.e. ,quando existe distribuição assimétrica de informação Distorção dos custos e a sua alocação Progresso tecnológico e a evolução de certos segmentos de mercado Teorias que justificam a regulação v Teoria do interesse público: 10 Bens quase-públicos Valor social muito superior ao valor econômico Externalidades (positivas e negativas) Benefícios maiores que os gastos: • Negativas: caso da poluição • Positivas: financiamento da capacitação ou da vacinação Teorias que justificam a regulação Origem da regulação: v Teoria dos grupos de interesse: Admite que a função regulatória gera vencedores e derrotados e que a regulação existe para a satisfação dos interesses de certos grupos sociais. A regulação não é vista como uma resposta aos fracassos do mercado, mas como procurada e oferecida em função dos interesses daqueles que sofrem os efeitos distributivos e políticos das variantes possíveis (e.g. controlo da concorrência, atribuição de subsídios e condições de acesso). Teorias que justificam a regulação Origem da regulação: v Teoria da escolha pública Nesta teoria a preocupação incide sobre as falhas do Estado e não do mercado. Esta teoria justifica o aumento da atividade do Estado e da regulação como resultado da demanda da maximização da utilidade (rent seeking) dos políticos, funcionários públicos e burocratas. Não há incentivos para a defesa do interesse público por parte dos políticos e dos agentes de decisão pública, mas sim dos seus próprios interesses. Tipos de regulação Essencialmente, subsistem cinco formatos de instituição da regulação: Regulação estadual/municipal direta Regulação estadual/municipal indireta Regulação por agência independente Auto-regulação Regulação por contrato Obrigado! Rui Cunha Marques Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa (IST-UL) rui.marques@tecnico.ulisboa.pt www.ruicunhamarques.com Nome do curso Rui Cunha Marques A Regulação no Brasil e no Mundo Origem da regulação no mundo, primórdios da regulação e desenvolvimento Evolução regulatória no mundo Regulação: Evolução histórica Rui Cunha Marques Nos EUA e na Europa existem reguladores (e regulação) há muitos anos . • Nos Estados Unidos, a regulação de serviços públicos privados foi implementada no século XIX. A tradição foi sempre regular empresas privadas; • O Reino Unido e a Austrália estabeleceram reguladores independentes nas décadas de 1980 e 1990 como parte de um pacote de reformas construídas em torno da liberalização, privatização ou corporização dos mercados; • Outros países europeus nos anos 90 seguiram os seus passos; • Ainda assim, na França e na Espanha a regulação por contrato tem historicamente dominado. Regulação: Evolução histórica • Até ao ano 2000 foram criadas mais de 100 agências reguladoras para os serviços de saneamento. No ano 2010 estimavam-se em mais de 200 agências reguladoras e hoje (2022) serão próximas das 300; • O Brasil é o pais do mundo com mais agências reguladoras dos serviços de saneamento, com quase 100 agências reguladoras, entre agências estaduais, intermunicipais (consorciais) e municipais; • A regulação nos países de renda baixa ou média (e.g. América Latina) foi imposta pelas agências multilaterais que condicionavam o financiamento à existência destas entidade reguladoras, com o objetivo de remover a influência política na gestão dos serviços de infraestruturas. Regulação: Evolução histórica • No entanto, o contexto de regulação nos vários países era muito diferente daquele de onde os modelos eram originários - em termos de acesso, qualidade de serviço, disponibilidade de dados, capacidade humana, governança e contexto institucional, entre outros; • Inicialmente, muitos dos reguladores só regulavam tecnicamente os serviços de saneamento, outros só economicamente e ainda outros só fiscalizavam. Muito pouco era inclusivos e se focavam no acesso aos serviços de saneamento. Desta forma, a abordagem de copiar e colar de um país ou região para outra pode, no entanto, ser ineficaz; • Para que a regulação seja eficaz, seus objetivos, forma e função devem se alinhar à estrutura institucional estabelecida do país/região e considerar as realidades de sua economia política (políticas, instituições, ambiente e contexto). Regulação: Evolução histórica Rui Cunha Marques Similar a outros serviços de infraestrutura, com a privatização dos serviços de saneamento foi necessário reforçar sua regulação (mercado mais livre, mais regras!...) e criar agências reguladoras independentes (fenômeno chamado agencificação) para corrigir falhas de mercado existentes, fornecer estabilidade regulatória (segurança jurídica) e proteger o interesse público; Uma vez que as agências reguladoras são dirigidas por seres humanos, às vezes com tentações populistas, podem não ser independentese os processos regulatórios adotados podem não ser consistentes e proporcionais e dotados de estabilidade regulatória, tendo como consequência o aumento do risco da atividade (chamado risco regulatório ). Regulação: Evolução histórica Rui Cunha Marques • Seja porque aumenta o custo de capital ou porque torna o mercado menos atrativo e consequente distanciamento da participação do setor privado; Nos diversos setores regulados, o risco regulatório é um dos mais relevantes, com forte impacto (negativo) no financiamento do setor; • Dessa forma, a regulação contratual complementa a regulação por uma agência reguladora. Desta forma, uma das possibilidades de mitigar o risco regulatório é contratar os direitos e obrigações mínimos do prestador regulado (e do regulador), limitando assim a amplitude de ação do regulador, mas ao mesmo tempo, aumentando a estabilidade regulatória e reduzindo consideravelmente o risco regulatório Regulação: Evolução histórica Rui Cunha Marques Co nt ra to fi rm ad o en tr e o pr es ta do r e a e nt id ad e tit ul ar (lo ng o pr az o) • Sempre incompletos; • O futuro não pode ser previsto com certeza; • Não inclui todas as situações e contingências possíveis; • Porque a realidade muda ao longo do tempo (por exemplo, incluindo requisitos de qualidade de serviço). Regulação por contrato Assim, o oportunismo ex post pode ocorrer por ambas as partes, o que levará a conflitos e à revisão e renegociação do contrato, o que é sempre desgastante e penalizador para ambas as partes; Assim, é necessária a existência de uma terceira entidade, externa e independente, uma espécie de árbitro (regulador, de fato), que permita ultrapassar os impasses existentes e simultaneamente possa ser um motor de promoção e melhoria contínua do prestador regulado. Dessa forma, a regulação pela agência reguladora complementa a regulação contratual. Regulação: Evolução histórica Rui Cunha Marques Também no caso das empresas públicas, observa-se que estas são cada vez mais reguladas por entidades externas, muitas vezes independentes; A politização dessas empresas, com a aplicação de preços políticos e a falta de investimentos e sua utilização para fins não comerciais, levou à necessidade de serem reguladas por terceiros (reguladores); Para a sua organização e funcionamento, são celebrados contratos entre as empresas públicas e as entidades proprietárias (acionistas) que estabelecem direitos e obrigações, nomeadamente metas de desempenho e obrigações de serviço público; Desta forma, também as empresas públicas são normalmente sujeitas à regulação contratual. Regulação: Evolução histórica Rui Cunha Marques Dessa forma, poderá ser adotada uma regulação híbrida (agência reguladora mais contrato) Problemas com contratos mais regulação Deve haver um equilíbrio entre o regulador e o contrato Esta solução híbrida, se devidamente implementada, permite ultrapassar os problemas do contrato que nunca é concluído e a magnitude do risco regulatório, simultaneamente Regulação: Evolução histórica Rui Cunha Marques Bem implementado • O melhor de dois mundos (jogo de soma positiva) Mal implementado • O pior de dois mundos (jogo de soma negativa) Obrigado! Rui Cunha Marques Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa (IST-UL) rui.marques@tecnico.ulisboa.pt www.ruicunhamarques.com Nome do curso Rui Cunha Marques A Regulação no Brasil e no Mundo Origem da regulação no mundo, primórdios da regulação e desenvolvimento Relevância da regulação para o desenvolvimento Porquê regular? Rui Cunha Marques Serviços de Saneamento são Serviços de Interesse Geral “Satisfação das necessidades básicas da generalidade dos cidadãos e cuja existência seja essencial à vida, à saúde ou à participação social dos cidadãos” (Marques, 2005) Aliás, são Serviços de Interesse Econômico Geral Na vertente econômica (auto-sustentabilidade) Princípios Serviço universal Continuidade Qualidade de serviço Acessibilidade Proteção do usuário e consumidor Relevância da regulação para o desenvolvimento Porquê regular? Rui Cunha Marques Serviço de Interesse Econômico Geral Falhas de mercado Competição imperfeita Assimetrias de informação ExternalidadesBens quase-públicos Resultados indesejáveis Para quê regular? OSP Qualidade de serviço REGULAÇÃO Tarifas OSP – Obrigações de Serviço Público Para quê regular? • Promoção do acesso aos serviços de saneamento; • Promoção da eficiência; • Proteção dos interesses dos usuários (OSP); • Autofinanciamento; • Estabilidade das políticas definidas para o setor. Objetivos tradicionais: Para quê regular? • Facilitar e promover a concorrência no setores; • Reforçar a regulação social; • Promover a sustentabilidade e robustez dos sistemas • Assegurar a resiliência dos sistemas; • Estimular a circularidade dos sistemas. Objetivos recentes: Promoção da eficiência A eficiência estática, que corresponde às eficiências técnica e alocativa de preços, relaciona-se com a minimização dos custos a curto prazo. Eficiência estática (econômica) Eficiência alocativa Eficiência dinâmica A eficiência alocativa é ótima se o preço for igual ao custo marginal, sendo os seus ganhos obtidos com essa aproximação. Um dos grandes desafios da regulação econômica contemporânea é a potencial colisão entre a realização de investimentos que mitiguem os custos de longo prazo (eficiência dinâmica) e os objetivos de curto prazo de redução de custos, tornando extremamente complexo e controverso todo o processo regulatório. A eficiência dinâmica diz respeito à mitigação dos custos a longo prazo e reflete os ganhos devidos ao investimento em novas infraestruturas e/ou à introdução de novas tecnologias, e às economias de escala ou de gama verificadas. Proteção dos interesses dos usuários Entre estes, e comuns à globalidade dos serviços de infraestruturas, destacam-se: A proteção dos interesses dos usuários envolve diversos requisitos, os quais são denominados de obrigações ou princípios gerais de serviço público. Universalidade •A universalidade implica que todos os cidadãos tenham acesso ao serviço, no que respeita ao preço e à qualidade de serviço. Os Governos de cada país podem adotar as políticas que julguem mais adequadas. Continuidade •Quando as causas da falta de continuidade de fornecimento de serviços forem imputáveis aos prestadores de serviços ou a terceiros identificáveis e puníveis, os usuários devem ser indemnizados. Proteção dos interesses dos usuários Qualidade de serviço • Cabe ao regulador o controle da relação qualidade- preço e ao estímulo à excelência da qualidade de serviços prestados. Disponibilidade • Os serviços devem estar disponíveis a preços que sejam comportáveis por todos os usuários, sendo que este objetivo pode ser concretizado de diferentes formas, como subsidiação cruzada ou subsídios... Proteção dos usuários/ consumidores • Por exemplo, o regulador deve facilitar a resolução de conflitos entre os usuários e os prestadores através de mediação, de conciliação e de arbitragem voluntária. Promoção da estabilidade das políticas definidas para o setor Os processos regulatórios devem ser procedimentalizados, participados e transparentes Os processos regulatórios devem ser previsíveis e o mais transparentes possível e deve procurar-se, sobretudo, a sua procedimentalização (“democracia procedimental”). Desta forma, existirá uma co-responsabilização entre as partes e, por conseguinte, uma melhor aceitação das decisões tomadas. O regulador deve ter sempre presente a estabilidade das políticas definidas para o setor. O regulador deve ser independente e dotado de poderes de atuação adequados. Promover a sustentabilidade e robustez do serviço O serviço deve desenvolver-se de forma gradual e equilibrada, mas tambémser forte e versátil o suficiente na confrontação com eventuais adversidades. Os serviços públicos de infraestruturas não podem ser geridos e racionalizados, tendo em conta o ciclo político ou o período regulatório. Os seus ciclos são muito superiores. Objetivo s de longo p razo! Assegurar a resiliência dos sistemas Os serviços de saneamento devem ter capacidade de resposta a solicitações extremas (e.g. pandemias e mudanças climáticas) ; Os eventos extremos que no passados eram pouco prováveis de ocorrer, hoje são mais frequentes e mais intensos. Objetivo s de longo p razo! Promover a circularidade dos sistemas Mudança do paradigma e implementação da economia circular dos serviços de saneamento (acabar com a abordagem linear) ; Os efluentes necessitam de ser encarados como recursos e não como dejetos ou de algo sem valor Objetivo s de longo p razo! Obrigado! Rui Cunha Marques Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa (IST-UL) rui.marques@tecnico.ulisboa.pt www.ruicunhamarques.com Nome do curso Rui Cunha Marques A Regulação no Brasil e no Mundo Origem da regulação no mundo, primórdios da regulação e desenvolvimento Modelos regulatórios de destaque no mundo A regulação no mundo: Rui Cunha Marques Em todo o mundo estão a ser criadas agências reguladoras dos serviços de saneamento. Existem mais de 250 agências reguladoras com funções de regulação (econômica) em todo mundo. É preciso desmistificar dois princípios essenciais: A instituição de regulação não tem de estar relacionada com a privatização ou titularidade dos serviços As agências reguladoras respondem pelos seus atos, não possuindo nenhum poder especial O cenário europeu Rui Cunha Marques Os serviços de saneamento são ainda pouco regulados na Europa, pelo menos, por regulação dedicada como existe noutras indústrias de rede. Porquê? v A primeira razão está relacionada com a atribuição dos serviços de saneamento que é, por norma, ainda da administração local; v A segunda razão está relacionada com a existência de regulação transversal conjugada (ou não) com auto- regulação; v Em terceiro lugar, quando ocorre a participação do setor privado, a mesma é quase sempre efetuada através de contratos (regulação contratual). Modelos de regulação A tendência futura: Regulação Híbrida Serviços regulados por agência reguladora Serviços regulados por contrato Direitos e obrigações definidos e risco regulatório mitigado Configurações possíveis Atividade privada especialmente regulada - modelo inglês Concessão a prestadores privadas - modelo francês Gestão pelo Estado - modelo de gestão pública Numa sociedademoderna e desenvolvida a titularidade é um aspecto secundário, o que conta é o value for money. Modelo inglês Estado Consumidores/ Usuários Prestadores (privados) Bacia hidrográfica Regulação independente Gestão dos sistemas à escala da bacia hidrográfica (regional); Controlo e supervisão dos setores por regulação centralizada, mas independente; A regulação (econômica) procura criar e simular o mercado, protegendo, desta forma, os usuários e as próprias empresas quanto ao eventual oportunismo. O baricentro do modelo são os usuários; Modelo inglês O sucesso do modelo depende do protagonismo e da eficácia da regulação Problema da informação assimétrica (relação de agência) Equilíbrio entre o curto e o longo prazo Em função da forma de remuneração podem ocorrer desvios comportamentais (efeito A-J, gold–plate, subinvestimento, …) Transparência e responsabilização da regulação Custo da regulação não negligenciável Modelo francês Associação do Setor Prestadores Contrato (Direitos e obrigações) Gestão RegionalSupervisão Municípios Politica Nacional v Baseia-se na concorrência no acesso ao mercado (franchising); v O sucesso do modelo depende do número de concorrentes no acesso ao mercado e da eficácia da redação do contrato; v Exige sempre supervisão (regulação), sobretudo da qualidade de serviço. Modelo francês Raramente existe concorrência efetiva (no mínimo 4 players); Monitorização da qualidade de serviço; Renegociação, acontecimentos imprevisíveis, questões deixadas em aberto, …; Renovação do franchising; Custo elevado e processo longo desde a decisão do franchising até à adjudicação; Pode levar ao oportunismo ex post, quer do prestador, quer do concedente. Modelo empresa pública (e.g. holandês) Associação do Setor Prestadores Politica Nacional PLC Municípios “Conselhos de água” Captação, Produção e Distribuição Drenagem de esgoto Tratamento de esgoto Benchmarking obrigatório v O serviço de abastecimento de água é efetuado por empresas públicas de direito privado; v Auto-regulação tem evitado a sua regulação e privatização; v Ganhos de eficiência devido a ganhos de economia de escala; v Existência obrigatória de benchmarking e boas regras de governança. Modelo de gestão pública Assegura, por intervenção direta no mercado como prestador, o comportamento ótimo (bem- estar social); Na teoria, possibilidade de preços mais baixos e realização de mais objetivos sociais; Na prática, ineficientes com grande instabilidade na sua gestão e na orientação estratégica de desenvolvimento; Falta de pressão do mercado, orçamento ilimitado, utilização dos recursos para autointeresse (teoria da public choice) e objetivos e estratégias definidas em função de cada Governo; O sucesso do modelo de gestão pública em alguns países não é específico do setor do saneamento (regulação transversal, auto-regulação, regulação social, …) Obrigado! Rui Cunha Marques Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa (IST-UL) rui.marques@tecnico.ulisboa.pt www.ruicunhamarques.com Nome do curso . A regulação no Brasil e no Mundo Módulo 2 – Origem da regulação no Brasil: experiências internacionais consideradas as orientações da OCDE Tema 1 - Origem da Regulação no Brasil JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA • Professor de Direito Administrativo no Curso de Direito da Universidade Estadual Paulista - UNESP • Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do Curso de Direito - UNESP. • Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua- UNESP. • Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e Governança dos Serviços Públicos (www.regulacao.com.br) • Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas. • Acesse algumas publicações em: • https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira A evolução da regulação dos serviços públicos no Brasil. Modelo brasileiro (Governo Imperial) • 1835 Ferrovias • 1852 Iluminação (Rio de Janeiro) • 1874 Cabo submarino (telégrafo) • 1853 D. 2450 (7% Taxa de retorno) - 1934 Constituição Federal – (art.134 taxa de retorno) • 1940 Caducidade das empresas geradoras de energia elétrica - Ferrovias • 1934 Código de águas • Primórdios da regulação • Telecomunicações – Fiscalização - DENTEL • Ferrovias – Departamento Federal • Águas e Energia Elétrica - Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAAE) • Assegurar a execução do Código de Águas • Promover e desenvolver a produção de energia elétrica • Divisão de tarifas. Divisão de concessões. A evolução da regulação dos serviços públicos no Brasil. Na década de quarenta, já se apontava a falta de um órgão Regulador e fiscalizador para os serviços de interesse coletivo. Estes serviços públicos a cargo do concessionário já se mostravam problemáticos para o Estado, em razão da falta de investimentos na melhoria dos serviços, tarifas exorbitantes e outras tantas mazelas. Os juristas de então, imbuídos no espírito de apontar os erros e de oferecer soluções para as questões, apresentavam estudos para a busca do equacionamento do problema. Dentre estes estudos, destacamos, pela atualidade que se mostra, o parecer de Osvaldo Aranha Bandeira de Melo, que apóstecer considerações sobre a função do Estado, escreve que a concessão dos serviços, geralmente, tem seu fim deturpado pelo concessionário, que busca a satisfação quase exclusiva em suas ambições desmedidas, em detrimento do bem-estar coletivo - razão do serviço. Além disso, a fiscalização do Poder Público contra os abusos dos concessionários é muito difícil e dispendiosa, pois estes tentam proporcionar o máximo de dificuldades à ação daquele, procurando, por todos os meios, fugir à sua interferência controladora. Finalmente, esclarece o autor que o Poder Público deve exercer com eficiência a fiscalização no serviço concedido e sujeitar seus dirigentes a inflexíveis medidas punitivas no caso de descumprimento das finalidades A evolução da regulação dos serviços públicos no Brasil. 1º Retorno do Pêndulo Processo de Estatização • 1940 Caducidade dos contratos de concessão de ferrovias/energia elétrica Estatização dos serviços públicos Criação das estatais Fatores de natureza econômica Fatores de natureza política Fatores de natureza administrativa Fatores de natureza social • CF 1967 art. 8º inciso XV, letra “a” (Competência da União para o sistema de telefonia) 27 anos de regulação no Brasil. 2º Retorno do Pêndulo Mudança do Papel do Estado (Lei de concessões) • CF art. 21 XI criação de um órgão regulador (EC 8/1995) • Criação das Agências Reguladoras • CF art. 175 (Incumbe ao Poder Público ..... ) Lei das Concessões 8.987/95 • Regime das empresas concessionárias • Caráter especial do seu contrato • Condições de caducidade, fiscalização e rescisão contratual • Direitos dos Usuários • Política Tarifária • Obrigação de manter o serviço adequado 27 anos de regulação no Brasil. A Governança dos Serviços Públicos - Visão de Futuro para a regulação no Brasil Lei das Agências Reguladoras – e os pressupostos do “novo” marco regulatório do saneamento • Governança pressupõe • Regulação. Legalidade (Compliance) e transparência • Captura (política, econômica e jurídica) • Análise de Impacto Regulatório • Objetivos setoriais (Princípios, instrumentos e planejamento) • Controle Interno • Gestão de Contratos • Processo decisório • Prestação de contas e o controle social • Plano estratégico e plano de Gestão • Ouvidoria • Interação e articulação entre as agências * O 3º Retorno do Pêndulo (o que se espera das Agências Reguladoras) Obrigado! Centro de estudos de Regulação e Governança dos Serviços Públicos. www.regulacao.com.br Jose.c.oliveira@unesp.br Nome do curso . A Regulação no Brasil e no Mundo Módulo 2: Origem da Regulação no Brasil. Experiências internacionais consideradas e as orientações da OCDE. Ponto 2 Experiências internacionais consideradas no modelo brasileiro JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA • Professor de Direito Administrativo no Curso de Direito da Universidade Estadual Paulista - UNESP • Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do Curso de Direito da UNESP. • Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua- UNESP. • Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e Governança dos Serviços Públicos (www.regulacao.com.br) • Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas. • Acesse algumas publicações em: • https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira Experiências internacionais Consideradas no modelo brasileiro • Melhoria da qualidade regulatória (Quali-Reg CGU) • Fortalecimento da atividade regulatória • Causas do descumprimento das normas regulatórias • Regulações em excesso • Análise de impacto regulatório • Regulação sem efetividade • Falhas de monitoramento • Participação social no processo de formulação da regulação. • Controle social • Equilíbrio entre interesses opostos (interesse público x mercado) • Identificação de efeitos indesejados na regulação • Teste de qualidade e avaliação das normas regulatórias • Proporcionalidade – custos – eficiência regulatória • Liberdade de escolha . Experiências internacionais Consideradas no modelo brasileiro • Estimular a clareza regulatória – linguagem direta • Normas de fácil compreensão • Padronização (normas de referência) • Transparência dos procedimentos • Características principais das Agências Reguladoras • Independência – ausência de tutela/subordinação • Transparência – controle social • Delimitação precisa da sua competência • Autonomia financeira • Excelência técnica . Experiências internacionais Consideradas no modelo brasileiro • Quarentena dos diretores • Requisitos para o exercício da função de dirigente • Reputação ilibada e conhecimento técnico • Análise de custo-benefício em suas decisões • Benefícios sociais que a regulação acarretará • Transparência • Motivação dos atos administrativos • Grupos de interesse – imparcialidade da agência • Articulação entre agências e órgãos: • Defesa da concorrência. Meio ambiente. Consumidor. • Mecanismos de disputas de controvérsias . Obrigado! Centro de Estudos de Regulação e Governança dos Serviços Públicos www.regulacao.com.br Jose.c.oliveira@unesp.br Nome do curso . Módulo 2: Origem da Regulação no Brasil. Experiências internacionais consideradas e as orientações da OCDE. Tema: Referências da OCDE para a regulação Brasileira JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA • Professor de Direito Administrativo no Curso de Direito da Universidade Estadual Paulista - UNESP • Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do Curso de Direito da UNESP. • Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua- UNESP. • Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e Governança dos Serviços Públicos (www.regulação.com.br) • Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas. • Acesse algumas publicações em: • https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira • Características principais das Agências Reguladoras – OCDE • O Futuro da Regulação • Avaliação da capacidade institucional para a regulação. • Perspectivas e desafios da regulação • Autonomia Decisória • Autonomia Financeira • Fiscalização • Mecanismos de controle • Mecanismos de gestão de riscos • Análise de impacto regulatório • Regulação dos contratos • Participação social • O Futuro da Regulação • A regulação em constante processo de aprimoramento • Avaliação da capacidade institucional para a regulação • Oito dimensões com objetivos estratégicos de aumento da eficiência do Estado Regulador • Perspectivas e desafios da regulação • Autonomia Decisória • Tensões recorrentes e ameaças à qualidade regulatória • Autonomia Financeira • Previsibilidade de recursos orçamentários • Fiscalização • Fiscalização dos objetivos e das metas contratuais • Mecanismos de controle • Transparência e clareza das atividades de concretização dos projetos de infraestrutura • Mecanismos de gestão de riscos • Ações efetivas de accountability • Análise de impacto regulatório • Políticas baseadas em evidências – fortalecimento da governança • Regulação e gestão dos contratos • Mecanismo de concretização da segurança jurídica • Participação social • Controle social e participação nas formulação das políticas públicas Obrigado! Centro de Estudos de Regulação e Governança dos Serviços Públicos www.regulacao.com.br Jose.c.oliveira@unesp.br Nome do curso . Módulo 2: Origem da Regulação no Brasil. Experiências internacionais consideradas e as orientações da OCDE. Tema: Exemplos estrangeiros a serem observados pelo Brasil* JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA • Professor de Direito Administrativo no Curso de Direito da Universidade Estadual Paulista - UNESP • Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do Curso de Direito da UNESP. • Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua-UNESP. • Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e Governança dos Serviços Públicos (www.regulação.com.br) • Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas. • Acesse algumas publicações em: • https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira Exemplos estrangeiros a serem seguidos no Brasil Os indicadores de política e governança regulatória para a América Latina e Caribe (2019), proporcionam uma visão geral atualizada dos sistemas regulatórios e cobrem parcialmente três princípios da recomendação do conselho da OCDE de 2012 sobre política e governança regulatória. • Participação dos atores interessados • Consulta pública e audiência pública • Análise de impacto regulatório • Na edição e na alteração de atos normativos de interesse geral • Verificar a razoabilidade do seu impacto • Avaliação ex post • Análise dos resultados após a vigência dos atos normativos • Simplificação administrativa • Clareza e coerência dos enunciados regulatórios • Transparência • Clareza e coerência dos enunciados regulatórios Obrigado! Centro de Estudos de Regulação e Governança dos Serviços Públicos www.regulacao.com.br Jose.c.oliveira@unesp.br Nome do curso CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil (aula 1) Introdução Relevante componente histórico. Infraestrutura e desenvolvimento social dos países. Contextos de desenvolvimento diferentes no mundo. Desigualdes expressas em desemprego, doenças e mortalidade infantil. Fragilidade do equilíbrio ecológico. Saneamento Introdução Precariedades na governança e planejamento dos prestadores. Carência de investimentos e baixa qualidade técnica. 84,13% abastecimento de água*. 54,95% coleta de águas residuais*. 50,75% tratamento dos efluentes gerados*. Saneamento no Brasil *Fonte: SNIS (2022), dados de 2020. Fonte: VILARINHO (2021). Contexto histórico É função do Estado promover políticas públicas: • Bem-estar da sociedade; • Acesso aos serviços públicos essenciais. Contexto histórico: • Compreensão sobre como o saneamento é hoje; • Evolução histórica; • Desafios e universalização. Primórdios do saneamento brasileiro Fonte: BBC News (2019). Escravos responsáveis pelo manejo de esgoto Primeiras medidas sanitárias: • Chafarizes em praças públicas; • Excretas lançadas ao mar ou valas. Descoberta do ouro: • Chafarizes, poços, cisternas; • Aquedutos: Arcos da Lapa no Rio de Janeiro. Chegada da família real: • Conceitos de saúde pública e saneamento da Europa; • John Snow, Robert Koch, Louis Pasteur. Primórdios do saneamento brasileiro Soluções coletivas: • Redes de água e esgoto com vendas das penas d’água. Higienismo: • Reformulação espacial; • Demolição de 1.700 habitações no Rio de Janeiro; • 20 mil pessoas excluídas para os morros. Epidemias e gripe espanhola: • Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (Oswaldo Cruz). Fonte: Estado de Minas (2017). Fonte: Vasconcellos (2006). Primeiros arranjos institucionais Código de Águas Brasileiro (1934): • Uma das leis mais completas sobre gestão das águas do mundo. Serviço Especial de Saúde Pública (SESP): • Criado em 1942; • Acordo com os EUA; • Expansão da produção de matéria-prima (borracha e minérios); • Fins militares para assegurar condições sanitárias. Fonte: Fonte: FGV CPDOC (2020b). Primeiros arranjos institucionais Concessões estrangeiras de saneamento: • Baixa qualidade e abrangência. Avanços da época: • Criação de Autarquias municipais; • Código Nacional de Saúde; • Fundo Nacional de Obras de Saneamento. Golpe militar: • Saneamento dissociado da saúde (engenharia civil). Financiamento de obras: • Banco Nacional da Habitação (BNH); • Fundo Rotativo de Águas e Esgoto (FRAE). Saneamento e saúde eram tratados de forma integrada: Assinatura do Decreto nº 49.974, promulgando o Código Nacional de Saúde. ü Separou a vigilância sanitária da vigilância epidemiológica; ü Tornou obrigatória a notificação de doenças infectocontagiosas. Fonte: Fonte: Museu do universo da Farmácia (2022). Política Nacional de Saneamento e PLANASA Plano Nacional de Saneamento (PLANASA): • 1973: 27 Companhias Estaduais de Saneamento Básico (CESB), economia mista, até 1980. Pontos positivos: ü Crescimento rápido e significativo dos índices de cobertura de água e esgoto (sem metas para o tratamento de efluentes). Pontos negativos: ü Metas não cumpridas. ü Ausência de modernização Vazio institucional (1986 até 2007) • Crise financeira; • Transferência da pasta para diferentes ministérios e órgãos financiadores. Fonte: Elaborado pela autora a partir de Costa (2002). Evolução dos índices de cobertura de água e esgoto 47,90% 47,30% 85,20% 64,40% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% Água Esgoto % de cobertura dos serviços 1980 1960 Primeiras concessões privadas (década de 90): • Birigui - SP (concessão parcial água) Marco Regulatório do Saneamento (Lei nº 11.445/2007) Antecedentes: • Projeto de Lei nº 199/1993; • Aprovado no Congresso, mas vetado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso; • Expressiva divergência sobre a privatização e a titularidade dos serviços. Criação do Ministério das Cidades (2003): • Desenvolvimento urbano: • desenvolvimento urbano; • habitação, saneamento ambiental, transporte urbano e trânsito; • política de subsídio à habitação popular, saneamento e transporte urbano; • planejamento, regulação, normatização e gestão da aplicação de recursos. Criação da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA): • Escopo de trabalho: • Promover o direito de acesso à água potável (universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário); • Elaborar uma proposta de legislação específica para o saneamento no Brasil, em conjunto com atores e instituições representativas. Marco Regulatório do Saneamento (Lei nº 11.445/2007) Programa Saneamento para Todos (2005): • Financiar empreendimentos de saneamento dos setores público e privado (Resolução nº 476/2005); • Promover ações integradas a políticas setoriais para melhoria da saúde e qualidade de vida; • Caixa Econômica Federal. Lei nº 11.445/2007: • Participação democrática das partes interessadas; • Vetos do Congresso Nacional: • criação de um fundo federal de saneamento básico; • melhor caracterização da cobrança da tarifa de esgoto; • créditos a pagar na apuração de COFINS e PIS/PASEP (valores investidos em ativos); • remuneração e mecanismos de contingência em casos de escassez hídrica. Marco Regulatório do Saneamento (Lei nº 11.445/2007) Principais inovações da Lei nº 11.445/2007: • Definição do saneamento básico em 4 eixos: • Abastecimento de água; • Esgotamento sanitário; • Drenagem de águas pluviais; • Manejo de resíduos sólidos. • Criação do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB); • Obrigatoriedade de Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) para os municípios; • Viabilidade econômico-financeira para a prestação dos serviços; • Controle social nas atividades do setor; • Regulação do saneamento básico. Criação de agências reguladoras de saneamento básico Importância da regulação: • Monopólio natural e captura do mercado; • Custos irrecuperáveis (sunk costs) para disponibilizar os ativos; • Alto custo ambiental da falta de efetividade do setor. Papel da regulação: • Assegurar a qualidade, universalidade e regularidade; • Proteger contra a ineficiência, a concentração econômica e o aumento arbitrário dos lucros. (Aula: Os primeiros movimentos regulatórios do saneamento no Brasil) • Primeiras agências reguladoras de saneamento básico (multifinalitárias): • Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS) em 1997; • Agência Reguladora do Estado do Ceará (ARCE) em 1997. Programa deAceleração do Crescimento (PAC) 61,53% 38,47% Utilização de recursos do PAC 20,00% 80,00% Fonte: Elaborada pela autora a partir de informações de Gonçalves (2019) e Sousa e Gomes (2019). 2016 2017 5,00% 10,00% 0,00% 5,00% 10,00% Evolução da cobertura de água Evolução da coleta de esgoto Evolução dos indicadores de 2007 a 2017 Fonte: Elaborada pela autora a partir de informações de Sousa e Gomes (2019). FRAGILIDADE DE GOVERNANÇA Projetos e orçamentos sem qualidade técnica Ausência de licenças ambientais Descumprimento dos prazos Desistência dos projetos (Norte) Recursos não utilizados Recursos desembolsados em 2016 Recursos desembolsados em 2017 Atualização do Marco Regulatório (Lei nº 14.026/2020) Universalização dos serviços Plano de Saneamento Básico Equilíbrio Econômico e Financeiro Titularidade Prestação regionalizada e formação de blocos Contratos para a prestação dos serviços Universalização da Regulação Normas de Referência para a Regulação Capacitação para a Regulação do Saneamento Principais alterações da Lei nº 14.026/2020 Considerações finais Saneamento Contexto Histórico x Situação Atual Passado Crescimento desordenado e realocação da população carente Saneamento surge em época de graves pandemias com gestão integrada Métodos rústicos e exploração dos escravos (“tigres”) Em 1964 houve a desagregação e visão estrita de engenharia civil Presente Baixos índices de cobertura e mecanismos de spending power Ausência de menção à água ou saneamento como direito humano Evolução de políticas públicas, criação e fortalecimento da regulação Falta integração à práticas internacionais (OneHealth, OneWater) Obrigada! cintia.vilarinho@lis-water.org CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil Referências BBC News. Quem eram os escravos 'tigres', marcantes na história do saneamento básico no Brasil. 2019. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50526902> Acesso em 20 set. 2022. COSTA, I. G.; PIEROBON, F.; SOARES, E. C. A efetivação do direito ao saneamento básico no Brasil: do Planasa ao Planasb. Meritum, Belo Horizonte, v. 13, n. 2, p. 335-358, 2018. Estado de Minas. O legado de Oswaldo Cruz está na raiz do próprio SUS, atestam estudiosos. (2017). Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/02/12/interna_gerais,846797/o-legado-de-oswaldo-cruz-esta-na-raiz-do-proprio-sus-dizem- estudiosos.shtml> Acesso em 20 set. 2022. FGV CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Revolução de 1930. [2020a]. Disponível em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/revolucao-de-1930-3> Acesso em 26 dez. 2020. GONÇALVES, S. A. A Política Pública de saneamento no Brasil: da Lei 11.445/2007 aos movimentos político-institucionais para sua revisão. 2019. 101 f. Monografia (Especialização) - Curso de Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019. Museu do universo da Farmácia. O Código Nacional de Saúde. Disponível em: <https://museudouniversodafarmacia.com.br/acervo/linha-do-tempo/o- codigo-nacional-de-saude-2/> Acesso em 20 set. 2022. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Painel de Saneamento. Disponível em: <http://appsnis.mdr.gov.br/indicadores/web/agua_esgoto/mapa-agua/> Acesso em 20 set. 2022. SOUSA, A.C.A.; GOMES, J.P. Desafios para o investimento público em saneamento no Brasil. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 43, n. especial 7, p. 36-49, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042019s703 VASCONCELLOS, M.P.C. A fotografia como instrumento do trabalho do higienista - São Paulo, primeira metade do século XX. (2006) Disponível em: <https://www.scielo.br/j/hcsm/a/HfB3bjym47tkxwmYzLgQggf/?lang=pt> Acesso em 20 set. 2022. VILARINHO, C.M.R. Regulação do saneamento no Brasil - Contexto histórico, perspectivas e capacitação. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós- Graduação em Mestrado em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, Universidade Federal de Itajubá, Itabira, 2021. Disponível em: <https://www.feis.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/profagua/dissertacoesdefendidas/dissertacao-de-mestrado---cintia-vilarinho---cintia-maria-ribeiro- vilarinho.pdf> Acesso em 15 set. 2022. CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil Os primeiros movimentos regulatórios do saneamento no Brasil (aula 2) Introdução Importância da regulação: • Monopólio natural e captura do mercado; • Custos irrecuperáveis (sunk costs) para disponibilizar os ativos; • Alto custo ambiental da falta de efetividade do setor. Papel da regulação: • Assegurar a qualidade, universalidade e regularidade; • Proteger contra a ineficiência, a concentração econômica e o aumento arbitrário dos lucros. Surgimento da regulação no Brasil Surgimento da regulação no Brasil: • 1995: amplo programa de reformas; • Descentralização da prestação de serviços públicos; • Fortalecimento do núcleo estratégico do Estado: • Formulação das políticas públicas; • Regulação. • Iniciativa de regulação inspirada pela tendência internacional; • Regular (normas e fiscalização) dos agentes privatizados no final da década de 1990. As agências reguladoras (independent regulatory agencies or comissions) surgiram nos Estados Unidos no fim do século XIX e ganharam corpo, na década de 1930 durante a grande depressão como instrumento do new deal de Franklin D. Roosevelt. Internacionalmente Primeira agência reguladora do país Criação da ANEEL: • Primeiro projeto: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) • Enviado pelo Executivo Federal ao Congresso no final de 1995; • Modelo de autarquia convencional: • Sem autonomia decisória nem os demais requisitos de estrutura e procedimentos. • Congresso: questionamento do modelo e a busca de modelos alternativos, a partir da experiência internacional; • Debate no Legislativo: mais de um ano. Primeira agência reguladora do país Criação da ANEEL: • Criação da ANEEL no final de 1996, segundo o formato consagrado na experiência internacional: • autonomia decisória e financeira; • mandatos fixos para seus dirigentes e não coincidentes com os do chefe do Executivo. • Os demais projetos de agências reguladoras incorporaram tal modelo já em sua proposta inicial. Primeiras agências reguladoras de saneamento básico Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS) ANTES DO MARCO LEGAL DE SANEAMENTO1997 Agência Reguladora do Estado do Ceará (ARCE) • Saneamento • Transportes • Saneamento • Transporte de passageiros • Energia Elétrica • Estações rodoviárias • Travessias hidroviárias • Rodovias concedidas • Gás canalizado • Energia Elétrica • Gás canalizado A regulação e o marco legal do saneamento no Brasil Destaques da Lei nº 11.445/2007: “Art. 21. A função de regulação, desempenhada por entidade de natureza autárquica dotada de independência decisória e autonomia administrativa, orçamentária e financeira, atenderá aos princípios de transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.” “Art. 22. São objetivos da regulação: I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação e a expansão da qualidade dos serviços e para a satisfação dos usuários, com observação das normas de referência editadas pela ANA. II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas nos contratos de prestação de serviços e nos planos municipais ou de prestação regionalizada de saneamento básico. III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; e IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos quanto a modicidade tarifária, por mecanismosque gerem eficiência e eficácia dos serviços e que permitam o compartilhamento dos ganhos de produtividade com os usuários.” A regulação e o marco legal do saneamento no Brasil Conceito de regulação: • Grande parte do âmbito internacional inclui nas atribuições da regulação a fiscalização; • Seria inútil a definição de condições e normas sem a fiscalização correspondente da observância pelos prestadores; Decreto nº 7.217/2010: • Regulação: “todo e qualquer ato que discipline ou organize determinado serviço público, incluindo suas características, padrões de qualidade, impacto socioambiental, direitos e obrigações dos usuários e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação e revisão do valor de tarifas e outros preços públicos”; • Fiscalização: “atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliação, no sentido de garantir o cumprimento de normas e regulamentos editados pelo poder público e a utilização, efetiva ou potencial, do serviço público”. Lei nº 11.445/2007: • Conceito moderno de regulação que abrange as atividades de: • regulação técnica (normatização, planejamento, acompanhamento, controle dos padrões de qualidade, controle e fiscalização); • regulação econômica (estabelecimento de tarifas); • atendimento aos usuários (recebimento, processamento e decisão acerca de reclamações). A regulação e o marco legal do saneamento no Brasil AGÊNCIAS REGULADORAS FEDERAIS DA INFRAESTRURA BRASILEIRA AGÊNCIAS REGULADORAS DE SANEAMENTO BÁSICO Única agência federal: • ANEEL; • ANTT; • ANATEL; • ANVISA; • ANCINE; • etc. Abrangência: • Todo o território nacional; • Vínculo compulsório. Modalidades de agências: • Estadual; • Intermunicipal; • Municipal. Abrangência: • Estadual: prestadores no limite do estado de atuação; • Intermunicipal: prestadores no limite do estado de atuação com associação ou adesão à gestão por consórcio; • Municipal: apenas o prestador do próprio município; • Escolha de agência pelo titular dos serviços. Normas de Referência e Capacitação de responsabilidade da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) Abrangência Vantagens Desvantagens Estadual - Redução dos custos de regulação; - Existência de órgão colegiado de dirigentes; - Vencimentos compatíveis para o quadro técnico; - Troca de expertise adquirida entre os serviços públicos regulados. - Distanciamento dos entes estaduais em relação ao serviço público e aos usuários; - Necessidade de mecanismos para garantir a eficiência e celeridade da regulação, bem como o acesso à regulação pela sociedade; - Captura política pelo estado. Intermunicipal - Redução dos custos de regulação; - Existência de órgão colegiado de dirigentes; - Vencimentos compatíveis para o quadro técnico; - Troca de expertise adquirida entre os serviços públicos regulados; - Proximidade com o serviço público; - Facilidade de fiscalização constante; - Maior probabilidade de participação dos usuários no controle social. - Insegurança da continuidade do consórcio quando da ocorrência de mudanças de governo, em razão do seu caráter pactuado; - Forma de escolha do quadro dirigente e do processo de decisões que pode gerar conflitos políticos entre os consorciados. Municipal - Proximidade com o serviço público; - Facilidade de fiscalização constante; - Maior probabilidade de participação dos usuários no controle social. - Falta de escala e escopo conduz à inviabilidade; - Baixos salários levam à baixa qualidade técnica da atividade da regulação; - Captura política pelo município. Estágio de desenvolvimento das agências reguladoras Primeiros anos • Infraestrutura e aspectos econômicos: • Características do setor; • Mecanismos tarifários. Agências em desenvolvimento • Melhoria da governança, independência e autonomia; • Maior equilíbrio nas atividades (poder concedente, prestador e usuário); • Qualidade dos serviços. Agências mais desenvolvidas • Novas formas de regular: • Regulação responsiva e integrada; • Yardstick competition; • Regulação ante aos desafios emergentes do setor. Obrigada! cintia.vilarinho@lis-water.org CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil Referências ABAR - Associação Brasileira de Agências de Regulação. Regulação saneamento básico 2019. Brasília: [s.n.], 2019. 54 p. AGERGS - gência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul. Disponível em: <https://agergs.rs.gov.br/inicial> Acesso em 15 set. 2022. ARCE - Agência Reguladora do Estado do Ceará. Disponível em: <https://www.arce.ce.gov.br/> Acesso em 12 dez. 2020. BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil, Brasília (DF): Imprensa Nacional, ano CXLIV, v. 1, n. 5, p. 3-7, 8 jan. 2007a. OLIVEIRA, C. R.; GRANZIERA, M. L. M. (Org.) Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Indaiatuba, SP: Editora Foco, 2021. 216 p. PACHECO, R. S. Regulação no Brasil: desenho das agências e formas de controle. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 40, n. 4, p. 523-543, 2006. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s0034-76122006000400002 VILARINHO, C.M.R. Regulação do saneamento no Brasil - Contexto histórico, perspectivas e capacitação. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, Universidade Federal de Itajubá, Itabira, 2021. Disponível em: <https://www.feis.unesp.br/Home/Pos- Graduacao/profagua/dissertacoesdefendidas/dissertacao-de-mestrado---cintia-vilarinho---cintia-maria-ribeiro-vilarinho.pdf> Acesso em 15 set. 2022. CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil Regulação do saneamento no Brasil (aula 3) Introdução “Art. 8º, § 5º O titular dos serviços públicos de saneamento básico deverá definir a entidade responsável pela regulação e fiscalização desses serviços, independentemente da modalidade de sua prestação.” (Lei nº 11.445/2007) Necessidade legal de regulação do saneamento no Brasil Todos os serviços de saneamento básico, prestados por entidade pública ou privada, devem ser regulados. Introdução “Art. 21. A função de regulação, desempenhada por entidade de natureza autárquica dotada de independência decisória e autonomia administrativa, orçamentária e financeira, atenderá aos princípios de transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.” (Lei nº 11.445/2007) Quem deve exercer o papel de ente regulador? Agência reguladora municipal Agência reguladora intermunicipal Agência reguladora estadual Autarquia com independência e autonomia Introdução Quais são os objetivos da regulação? “Art. 22. São objetivos da regulação: I.- estabelecer padrões e normas para a adequada prestação e a expansão da qualidade dos serviços e para a satisfação dos usuários, com observação das normas de referência editadas pela ANA. II.- garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas nos contratos de prestação de serviços e nos planos municipais ou de prestação regionalizada de saneamento básico. III.- prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; e IV.- definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico- financeiro dos contratos quanto a modicidade tarifária, por mecanismos que gerem eficiência e eficácia dos serviços e que permitam o compartilhamento dos ganhos de produtividade com os usuários.” (Lei nº 11.445/2007) Introdução Quais normas devem ser elaboradas pelo regulador? “Art. 23. A entidade reguladora, observadas as diretrizes determinadas pela ANA, editará normas relativas às dimensões técnica, econômica e social […]: I - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços; II - requisitos operacionais e de manutençãodos sistemas; III.- as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e os respectivos prazos; IV. - regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os procedimentos e prazos de sua fixação, reajuste e revisão; V.- medição, faturamento e cobrança de serviços; VI - monitoramento dos custos; VII.- avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados; VIII.- plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação; IX - subsídios tarifários e não tarifários; X.- padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e informação; XI.- medidas de segurança, de contingência e de emergência, inclusive quanto a racionamento; XII - (VETADO). XIII.-procedimentos de fiscalização e de aplicação de sanções previstas nos instrumentos contratuais e na legislação do titular; e XIV.- diretrizes para a redução progressiva e controle das perdas de água.” (Lei nº 11.445/2007) Conteúdo mínimo: 13 normas sobre as dimensões técnica, econômica e social. Introdução Necessidade legal de regulação do saneamento no Brasil Quem deve exercer o papel de ente regulador? Quais são os objetivos da regulação? Quais normas devem ser elaboradas pelo regulador? Política pública Processo Regulatório Instrumentos regulatórios Governança do regulador Política pública Marco legal PAPEL DO REGULADOR Diretrizes nacionais para o saneamento básico: • Lei nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007: • Decreto nº 7.217 de 21 de junho de 2010. Atualização do marco legal: • Lei nº 14.026 de 15 de julho de 2020: alterações na ementa da Lei nº 11.445/2007 com posteriores Decretos para: • Comitê Interministerial de Saneamento Básico: Decreto nº 10.430 de 20 de julho de 2020; • Alocação de recursos públicos federais e financiamentos: Decreto nº 10.588 de 24 de dezembro de 2020 e decreto nº 11.030 de 1º de abril de 2022; • Metodologia de comprovação da capacidade econômico- financeira dos prestadores de água e esgoto: Decreto Nº 10.710 de 31 de maio de 2021. ü Cumprir e promover o cumprimento da legislação do setor pelos prestadores de serviços; ü Gerar subsídios e participar das propostas de atualização do marco legal. Política pública Planejamento do setor PAPEL DO REGULADOR ü Incentivar o atingimento das metas dos planos elaborados pelos prestadores regulados através de instrumentos regulatórios; ü Monitorar as metas dos planos dos prestadores regulados em conjunto com o titular; ü Difundir informações sobre a política pública aos stakeholders do setor; ü Gerar subsídios e participar das propostas de atualização dos planos de modo a contribuir com o atingimento das metas do PLANSAB. Governança do regulador PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ESTRUTURA ORGÂNICA FLUXOS DAS ATIVIDADES GESTÃO DE PESSOAS GESTÃO FINANCEIRA INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA RECURSOS TECNOLÓGICOS PARTICIPAÇÃO POPULAR AIR e ARR AGENDA REGULATÓRIA Obrigada! cintia.vilarinho@lis-water.org CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil mailto:cintia.vilarinho@lis-water.org Referências ABAR - Associação Brasileira de Agências de Regulação. Regulação saneamento básico 2019. Brasília: [s.n.], 2019. 54 p. ACERTAR. Home. Disponível em: <http://www.acertarbrasil.com/> Acesso em 17 set. 2022. ADASA. Resoluções ADASA. Disponível em: <https://www.adasa.df.gov.br/legislacao/resolucoes-adasa> Acesso em 17 set. 2022. ARES-PCJ. Resoluções ARES-PCJ Disponível em: <https://www.arespcj.com.br/conteudo/resolucoes-ares-pcj> Acesso em 17 set. 2022. ARIS. Relatório de avaliação dos indicadores de desempenho de Penha. Disponível em: <https://www.aris.sc.gov.br/uploads/edital/4432/neBkQRC9tg- oEP_ulLV8sWjWWXBvHPbQ.pdf> Acesso em 16 set. 2022. ARSAE. Nota técnica CRE 12/2021 - Metodologia de reajustes tarifários da COPASA MG. Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/wp- content/uploads/2021/06/NT_CRE_12_2021_Metodologia_Reajuste_PreCP23.pdf> Acesso em 16 set. 2022. BoKIR - Body of Knowledge on Infrastructure Regulation. Home. Disponível em: <https://regulationbodyofknowledge.org/> Acesso em 16 set. 2022. BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil, Brasília (DF): Imprensa Nacional, ano CXLIV, v. 1, n. 5, p. 3-7, 8 jan. 2007a. BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Altera o marco legal do saneamento entre outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm> Acesso em 16 set. 2022. ERSAR. Prémios e selos de qualidade dos serviços de águas e resíduos. Disponível em: <https://www.ersar.pt/pt/setor/premios-e-selos-de-qualidade> Acesso em 17 set. 2022. OLIVEIRA, C. R.; GRANZIERA, M. L. M. (Org.) Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Indaiatuba, SP: Editora Foco, 2021. 216 p. TAYLOR, C.M.; et al. Environmental regulation in transition - Policy officials' views of regulatory instruments and their mapping to environmental risks. Science of The Total Environment. Volume 646, 1 January 2019, Pages 811-820. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2018.07.217 VILARINHO, C.M.R. Regulação do saneamento no Brasil - Contexto histórico, perspectivas e capacitação. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, Universidade Federal de Itajubá, Itabira, 2021. Disponível em: <https://www.feis.unesp.br/Home/Pos- Graduacao/profagua/dissertacoesdefendidas/dissertacao-de-mestrado---cintia-vilarinho---cintia-maria-ribeiro-vilarinho.pdf> Acesso em 15 set. 2022. http://www.acertarbrasil.com/ http://www.acertarbrasil.com/ http://www.adasa.df.gov.br/legislacao/resolucoes-adasa http://www.arespcj.com.br/conteudo/resolucoes-ares-pcj http://www.aris.sc.gov.br/uploads/edital/4432/neBkQRC9tg- http://www.arsae.mg.gov.br/wp- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm http://www.ersar.pt/pt/setor/premios-e-selos-de-qualidade http://www.feis.unesp.br/Home/Pos- CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil Regulação do saneamento no Brasil (aula 4) Introdução Necessidade legal de regulação do saneamento no Brasil Quem deve exercer o papel de ente regulador? Quais são os objetivos da regulação? Quais normas devem ser elaboradas pelo regulador? Política pública Processo Regulatório Instrumentos regulatórios Governança do regulador AULA 3 Instrumentos regulatórios Comando e controle Instrumentos econômicos Instrumentos baseados em informação Apoio e capacitação Co-regulação Autorregulação Instrumentos regulatórios Exigir que os prestadores cumpram as regras, reforçadas com sanções nos casos de descumprimento. Modelo mais adotado na regulação do saneamento básico no Brasil. Instrumentos regulatórios Estabelecer incentivos econômicos para estimular a melhoria da eficácia e eficiência dos serviços dos prestadores. Usado em algumas agências reguladoras do setor. Instrumentos regulatórios Fornecer melhores informações aos usuários e outras partes interessadas do setor. Usado em algumas agências reguladoras do setor. Incentivado no Brasil pelo ACERTAR. Instrumentos regulatórios Melhorar o conhecimento e as habilidades dos colaboradores dos prestadores e stakeholders do setor para promover melhores práticas. Usado sistematicamente em poucas agências reguladoras do setor (Guias, capacitações, entre outros). Instrumentos regulatórios Negociar com um grupo de prestadores um acordo sobre as metas que devem ser atingidas em relação a um problema regulatório. Utilização desconhecida no setor no país. Exemplo positivo no regulador de telecomunicações no Brasil. Instrumentos regulatórios Promoverou reforçar outras influências sociais para a criação de um ambiente de bom desempenho. Usado em algumas agências reguladoras. Pode ser inspirada no regulador de Portugal do setor. Considerações finais Processo regulatório do saneamento básico no Brasil: • É papel do regulador colaborar para o cumprimento e a melhoria das políticas públicas do setor; • A governança deve estar na agenda prioritária de planejamento e discussão dos reguladores para promover estruturas capazes de um bom desempenho dos modelos regulatórios; • Utilizar os instrumentos regulatórios de forma integrada para alcançar a eficácia e eficiência da regulação. Desafios emergentes: • Objetivos do Desenvolvimento Sustentável; • ANA e sua responsabilidades de emitir normas de referência, mediar conflitos e capacitação; • Regulação forte para a evolução dos indicadores do setor (eficácia e eficiência); • Modicidade tarifária como garantia do acesso aos serviços pela população de baixa renda. Obrigada! cintia.vilarinho@lis-water.org CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil mailto:cintia.vilarinho@lis-water.org Referências ABAR - Associação Brasileira de Agências de Regulação. Regulação saneamento básico 2019. Brasília: [s.n.], 2019. 54 p. ACERTAR. Home. Disponível em: <http://www.acertarbrasil.com/> Acesso em 17 set. 2022. ADASA. Resoluções ADASA. Disponível em: <https://www.adasa.df.gov.br/legislacao/resolucoes-adasa> Acesso em 17 set. 2022. ARES-PCJ. Resoluções ARES-PCJ Disponível em: <https://www.arespcj.com.br/conteudo/resolucoes-ares-pcj> Acesso em 17 set. 2022. ARIS. Relatório de avaliação dos indicadores de desempenho de Penha. Disponível em: <https://www.aris.sc.gov.br/uploads/edital/4432/neBkQRC9tg- oEP_ulLV8sWjWWXBvHPbQ.pdf> Acesso em 16 set. 2022. ARSAE. Nota técnica CRE 12/2021 - Metodologia de reajustes tarifários da COPASA MG. Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/wp- content/uploads/2021/06/NT_CRE_12_2021_Metodologia_Reajuste_PreCP23.pdf> Acesso em 16 set. 2022. BoKIR - Body of Knowledge on Infrastructure Regulation. Home. Disponível em: <https://regulationbodyofknowledge.org/> Acesso em 16 set. 2022. BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil, Brasília (DF): Imprensa Nacional, ano CXLIV, v. 1, n. 5, p. 3-7, 8 jan. 2007a. BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Altera o marco legal do saneamento entre outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm> Acesso em 16 set. 2022. ERSAR. Prémios e selos de qualidade dos serviços de águas e resíduos. Disponível em: <https://www.ersar.pt/pt/setor/premios-e-selos-de-qualidade> Acesso em 17 set. 2022. OLIVEIRA, C. R.; GRANZIERA, M. L. M. (Org.) Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Indaiatuba, SP: Editora Foco, 2021. 216 p. TAYLOR, C.M.; et al. Environmental regulation in transition - Policy officials' views of regulatory instruments and their mapping to environmental risks. Science of The Total Environment. Volume 646, 1 January 2019, Pages 811-820. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2018.07.217 VILARINHO, C.M.R. Regulação do saneamento no Brasil - Contexto histórico, perspectivas e capacitação. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, Universidade Federal de Itajubá, Itabira, 2021. Disponível em: <https://www.feis.unesp.br/Home/Pos- Graduacao/profagua/dissertacoesdefendidas/dissertacao-de-mestrado---cintia-vilarinho---cintia-maria-ribeiro-vilarinho.pdf> Acesso em 15 set. 2022. http://www.acertarbrasil.com/ http://www.acertarbrasil.com/ http://www.adasa.df.gov.br/legislacao/resolucoes-adasa http://www.arespcj.com.br/conteudo/resolucoes-ares-pcj http://www.aris.sc.gov.br/uploads/edital/4432/neBkQRC9tg- http://www.arsae.mg.gov.br/wp- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm http://www.ersar.pt/pt/setor/premios-e-selos-de-qualidade http://www.feis.unesp.br/Home/Pos- . Curso 1: A regulação no Brasil e no Mundo Módulo 4: A evolução da Administração Pública: os desafios do Estado regulador Tema 1: Quais as principais mudanças na Administração Pública com a regulação? JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA • Professor Doutor de Direito Administrativo no Curso de Direito da Universidade Estadual Paulista - UNESP • Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do Curso de Direito da UNESP. • Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua- UNESP. • Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e Governança dos Serviços Públicos (www.regulacao.com.br) • Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas. • Acesse algumas publicações em: • https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira 1 TÓPICO SMART REGULATION - REGULAÇÃO INTELIGENTE 2 TÓPICO Transparência, eficiência e eficácia nos processos regulatórios Smart Regulation – Regulação Inteligente, um conceito em transformação A Regulação é um tema que ultrapassa as relações que envolvem o serviço público – a regulação é um assunto que envolve, além dos serviços públicos, questões ambientais, de saúde pública, de economia, de mercado, de ensino, de profissões, de organização social e, ainda, um número significativo de outras atividades reguladas. A Regulação, portanto, pode ser definida como uma espécie de regras do jogo, na organização social. A regulação também se transforma e se incorpora através de mecanismos concretos para atender situações problemáticas específicas – desenvolvendo-se através de mecanismos para determinar se a regulação atende eficientemente o resultado que se espera. PRINCIPIOS ORIENTADORES DA REGULAÇÃO INTELIGENTE - No contexto global em que se desenvolve o conceito, a regulação inteligente tem sido objeto de múltiplas transformações – a OCDE relaciona a regulação inteligente como um instrumento para fechar a lacuna política diferencial entre os diferentes instrumentos regulatórios para investir mais em avaliação e simplificação, principalmente nos procedimentos administrativos. • Incorporação de múltiplos mecanismos com o objetivo de gerar resultados de qualidade. • Melhoria dos resultados com um menor custo e repensar alternativas quando a atividade regulatória não seja mais adequada (estoque regulatório) Instrumentos metodológicos importantes no conceito de regulação inteligente - A OCDE tem estruturado uma plataforma para construir um cenário de boas práticas regulatórias através da qual se analisa as tendências gerais e o marco institucional para a política regulatória, para gerar, inclusive, mais competição no mercado. - Análise de impacto regulatório (normativo) - Lei das agências reguladoras (13.848/2019) - Lei que institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (13.874/2019) - Decreto regulamentador da AIR (10.411/2020) - Processo de avaliação e identificação sistemática dos efeitos esperados nas propostas regulatórias, utilizando um método analítico e comparativo, baseado nos objetivos da política regulatória e de intervenção para alcançar modelos de qualidade. - Redução ou eliminação dos riscos e a melhoria das análises de custos e benefícios da regulação (qual o resultado mais adequado? Regular ou não regular?). Instrumentos metodológicos importantes no conceito de regulação inteligente Diretrizes Gerais e Guia de orientação para elaboração de AIR - Identificação do problema normativo - Identificação do objeto normativo - Desenho das alternativas de solução - Avaliação qualitativa e quantitativa da alternativa selecionada - Impacto jurídico e econômico - Impacto de oportunidades Consultapública • Uma das mais radicais transformações que experimentamos no direito administrativo em nossos dias foi a posição do cidadão frente a administração. • A Administração abandona a sua posição de superioridade e assume uma maior aproximação do cidadão, em busca da qualidade na gestão pública, com o objetivo de gerar mais informações disponíveis e impedir que particulares/Grupos de Pressão exerçam influência indevida (captura) sobre os propósitos de qualidade e de legitimidade das políticas públicas. Instrumentos metodológicos importantes no conceito de regulação inteligente Instrumentos de participação social Lei das Agências Reguladoras (13.848/2019) Controle Social Lei n. 13.460 de 2017 – Dispõe sobre a participação, proteção e defesa dos direitos dos usuários dos serviços públicos. - CDC - aplicação da Lei de Proteção do consumidor (também na Lei 8.987/95) - Acesso do usuário a informação/proteção de suas informações pessoais (lei n. 12.527/2011) - Diretrizes no atendimento ao usuário dos serviços públicos - Utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos. - Conselhos de usuários – órgãos consultivos - Avaliação continuada dos serviços públicos Agenda regulatória • Programação de objetivos, eventos e circunstâncias que devem orientar a política regulatória. A Agenda deve ser concreta para cada projeto que se pretenda regular. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) ART. 20 (..) A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. (AIR) Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas. (AIR) Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. Obrigado! Centro de Estudos de Regulação e Governança dos Serviços Públicos – www.regulacao.com.br José Carlos de Oliveira Jose.c.oliveira@unesp.br . Curso 1: A regulação no Brasil e no Mundo Módulo 4: A evolução da Administração Pública: os desafios do Estado regulador Tema 2: A regulação pode incrementar eficiência à Administração Pública? JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA • Professor Doutor de Direito Administrativo no Curso de Direito da Universidade Estadual Paulista - UNESP • Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do Curso de Direito da UNESP. • Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua- UNESP. • Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e Governança dos Serviços Públicos (www.regulacao.com.br) • Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas. • Acesse algumas publicações em: • https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira 1 TÓPICO GOVERNANÇA COMO PRESSUPOSTO DA EFICIÊNCIA (https://bityli.com/V7ogXj) 2 PLANO ESTRATÉGICO. PLANO DE GESTÃO E AGENDA REGULATÓRIA GOVERNANÇA PÚBLICA O QUE É GOVERNANÇA - O Decreto n. 9.203, de 22 de novembro de 2017, trata a governança pública como um “conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade”. - OCDE. A boa governança é um meio para atingir um fim PARA QUE SERVE UMA POLÍTICA DE GOVERNANÇA - Fortalecer a confiança nas instituições públicas (legitimidade) - Interesse público e interesse privado (Captura. Corrupção) - Participação social – controle social GOVERNANÇA PÚBLICA PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DE GOVERNANÇA - Capacidade de resposta. - Atender às necessidades dos cidadãos - Integridade - Fortalecimento dos padrões morais de conduta e prevenção da corrupção - Confiabilidade - Capacidade de minimizar as incertezas. Processo de articulação e coordenação. - Melhoria regulatória - Avaliação de políticas e atos normativos em um processo transparente (AIR) - Prestação de contas e responsabilidade (accountability) - Controle social da atividade administrativa - Ouvidorias - Transparência - OCDE. Governo aberto. Representa o compromisso com a divulgação de suas atividades, prestando informações confiáveis, relevantes e tempestivas à sociedade. PRINCÍPIOS DA POLÍTICA DE GOVERNANÇA PÚBLICA governança pública - conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade - Capacidade de Resposta - LINDB e a promoção da segurança jurídica - D. 9.203/2017 Dispõe sobre a política de governança - Decisão transparente. Que resolve o problema. Tempestividade. - competência de uma instituição pública de atender de forma eficiente e eficaz às necessidades dos cidadãos, inclusive antevendo interesses e antecipando aspirações - A governança responsiva exige que os servidores públicos atuem além das ordens e sejam proativos. Para fortalecer a capacidade de resposta do serviço público, a capacitação em áreas como inovação, foco no cliente e no cidadão, colaboração, gerenciamento de projetos, gerenciamento financeiro e negociação. - Acima de tudo, é preciso incutir um firme compromisso de servir os cidadãos . PRINCÍPIOS DA POLÍTICA DE GOVERNANÇA PÚBLICA - Integridade (Conduta ética. Padrões de honestidade) - Lei n. 12.846/2013 Programa de compliance privado– lei anticorrupção - Lei n. 13.303/2016 Programa de compliance público - OCDE - integridade pública refere-se ao alinhamento consistente e à adesão de valores, princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os interesses privados no setor público. - O conteúdo do princípio remete, portanto, à busca do difícil equilíbrio entre a punição de gestores que se valem da máquina pública para defender fins privados e ilícitos e a preservação do necessário espaço para que agentes movidos pelo espírito público possam buscar soluções inovadoras – e, eventualmente, mais arriscadas – para satisfazer os interesses da sociedade. . PRINCÍPIOS DA POLÍTICA DE GOVERNANÇA PÚBLICA - Confiabilidade - OCDE capacidade das instituições de minimizar as incertezas para os cidadãos nos ambientes econômico, social e político - A primeira diretriz ligada ao princípio da confiabilidade prevê que a instituição deve “monitorar o desempenho e avaliar a concepção, a implementação e os resultados das políticas e das ações prioritárias para assegurar que as diretrizes estratégicas sejam observadas” - Articular instituições
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