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A regulação no Brasil e no Mundo - ANA

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Rui Cunha Marques 
A Regulação no Brasil e 
no Mundo
Origem da regulação no mundo, primórdios da 
regulação e desenvolvimento 
Origem da regulação no mundo, primórdios 
da regulação e desenvolvimento
Rui Cunha Marques
Ponto 1: Os primórdios da regulação
Ponto 2: Evolução regulatória no mundo
Ponto 3: Relevância da regulação para o desenvolvimento 
Ponto 4: Modelos regulatórios de destaque no mundo 
Os primórdios da 
regulação 
Necessidade de regulação
Nas últimas décadas verificou-se uma desintervenção do 
Estado na economia, a qual foi acompanhada pelo reforço 
da sua função regulatória (freer market, more rules). 
Insira uma 
imagem aqui
Rui Cunha Marques
Os primórdios da 
regulação 
Necessidade de regulação
Entre as mutações ocorridas, que levaram a que o paradigma 
do Estado intervencionista tenha sido substituído pelo da 
economia de mercado regulada, destacam-se, desde já: 
a clara retirada do Estado na economia (no fornecimento de 
serviços públicos)
a necessidade de desgovernamentalização da atividade 
regulatória
a “fuga” para o direito privado do setor público (com a 
consequente alteração do setor empresarial do Estado)
Os serviços públicos que, em muitos países,
estavam fora do mercado, foram mercantilizados
e empresarializados, requerendo, como tal, uma
necessidade acrescida de regulação.
Rui Cunha Marques
Os primórdios da 
regulação 
Necessidade de regulação
Rui Cunha Marques
• Prestadores privados especialmente regulados;
• A sua concessão (PPP) a prestadores privados;
• Através de empresas públicas.
A prestação de serviços públicos tem sido 
tradicionalmente disponibilizada segundo as 
seguintes configurações:
Hoje, cada vez mais, também:
v As empresas públicas são reguladas por agências externas
(independentes);
v As PPP (regulação contratual) não dispensam a regulação por
agências reguladoras (regulação discricionária).
Regulação define-se como o estabelecimento e a 
implementação de um conjunto de regras 
específicas, necessárias ao funcionamento 
equilibrado de um determinado setor, em função do 
interesse público; 
Regime 
regulatório
Rui Cunha Marques
Teorias que justificam a regulação
Origem da regulação:
v Teoria do interesse público:
Baseia-se no pressuposto de que o Estado deve intervir 
sempre que existam falhas de mercado, de modo a 
prevalecerem o interesse público, maximizando o bem-estar 
social. 
Exemplos de falhas de 
mercado: competição 
imperfeita, problemas de 
informação, 
externalidades, bens 
públicos e resultados 
indesejáveis; 
Teorias que justificam a regulação
v Teoria do interesse público:
Economias de escala
Economias de escopo
Economias de densidade
Monopólios naturais
Economias de 
verticalização
Custos elevados e 
irrecuperáveis (sunk)
Competição 
Imperfeita
Teorias que justificam a regulação
v Teoria do interesse público:
Assimetrias de informação
Risco moral 
(moral hazard)
Seleção adversa
Variáveis endógenas à agência 
reguladora, às quais o regulador não 
tem acesso, i.e. ,informação escondida.
Agência regulada detém mais informação 
que o regulador sobre variáveis exógenas, 
i.e. ,quando existe distribuição assimétrica 
de informação 
Distorção dos custos e a sua alocação Progresso tecnológico e a evolução de 
certos segmentos de mercado
Teorias que justificam a regulação
v Teoria do interesse público:
10
Bens quase-públicos
Valor social muito superior ao valor econômico
Externalidades 
(positivas e 
negativas) 
Benefícios maiores que os gastos:
• Negativas: caso da poluição
• Positivas: financiamento da 
capacitação ou da vacinação 
Teorias que justificam a regulação
Origem da regulação:
v Teoria dos grupos de interesse:
Admite que a função regulatória gera vencedores e derrotados e que a regulação existe para a satisfação
dos interesses de certos grupos sociais. A regulação não é vista como uma resposta aos fracassos do
mercado, mas como procurada e oferecida em função dos interesses daqueles que sofrem os efeitos
distributivos e políticos das variantes possíveis (e.g. controlo da concorrência, atribuição de subsídios e
condições de acesso).
Teorias que justificam a regulação
Origem da regulação:
v Teoria da escolha pública
Nesta teoria a preocupação incide sobre as falhas do Estado e não do mercado. Esta teoria justifica o
aumento da atividade do Estado e da regulação como resultado da demanda da maximização da utilidade
(rent seeking) dos políticos, funcionários públicos e burocratas. Não há incentivos para a defesa do
interesse público por parte dos políticos e dos agentes de decisão pública, mas sim dos seus próprios
interesses.
Tipos de regulação
Essencialmente, subsistem 
cinco formatos de instituição 
da regulação:
Regulação estadual/municipal direta
Regulação estadual/municipal indireta
Regulação por agência independente
Auto-regulação
Regulação por contrato
Obrigado!
Rui Cunha Marques
Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa (IST-UL)
rui.marques@tecnico.ulisboa.pt
www.ruicunhamarques.com
Nome do curso
Rui Cunha Marques 
A Regulação no Brasil e 
no Mundo
Origem da regulação no mundo, primórdios da 
regulação e desenvolvimento 
Evolução regulatória no 
mundo 
Regulação: Evolução histórica
Rui Cunha Marques
Nos EUA e na Europa existem 
reguladores (e regulação) há 
muitos anos .
• Nos Estados Unidos, a regulação de serviços 
públicos privados foi implementada no século XIX. 
A tradição foi sempre regular empresas privadas;
• O Reino Unido e a Austrália estabeleceram 
reguladores independentes nas décadas de 1980 
e 1990 como parte de um pacote de reformas 
construídas em torno da liberalização, 
privatização ou corporização dos mercados;
• Outros países europeus nos anos 90 seguiram os 
seus passos;
• Ainda assim, na França e na Espanha a regulação 
por contrato tem historicamente dominado.
Regulação: Evolução histórica
• Até ao ano 2000 foram criadas mais de 100 agências reguladoras para os serviços de saneamento. No ano 2010
estimavam-se em mais de 200 agências reguladoras e hoje (2022) serão próximas das 300;
• O Brasil é o pais do mundo com mais agências reguladoras dos serviços de saneamento, com quase 100 agências
reguladoras, entre agências estaduais, intermunicipais (consorciais) e municipais;
• A regulação nos países de renda baixa ou média (e.g. América Latina) foi imposta pelas agências multilaterais que
condicionavam o financiamento à existência destas entidade reguladoras, com o objetivo de remover a influência
política na gestão dos serviços de infraestruturas.
Regulação: Evolução histórica
• No entanto, o contexto de regulação nos vários países era muito diferente daquele de onde os modelos eram
originários - em termos de acesso, qualidade de serviço, disponibilidade de dados, capacidade humana,
governança e contexto institucional, entre outros;
• Inicialmente, muitos dos reguladores só regulavam tecnicamente os serviços de saneamento, outros só
economicamente e ainda outros só fiscalizavam. Muito pouco era inclusivos e se focavam no acesso aos serviços
de saneamento. Desta forma, a abordagem de copiar e colar de um país ou região para outra pode, no entanto,
ser ineficaz;
• Para que a regulação seja eficaz, seus objetivos, forma e função devem se alinhar à estrutura institucional
estabelecida do país/região e considerar as realidades de sua economia política (políticas, instituições, ambiente
e contexto).
Regulação: Evolução 
histórica
Rui Cunha Marques
Similar a outros serviços de infraestrutura, com a privatização dos serviços de 
saneamento foi necessário reforçar sua regulação (mercado mais livre, mais regras!...) e 
criar agências reguladoras independentes (fenômeno chamado agencificação) para 
corrigir falhas de mercado existentes, fornecer estabilidade regulatória (segurança 
jurídica) e proteger o interesse público;
Uma vez que as agências reguladoras são dirigidas por seres 
humanos, às vezes com tentações populistas, podem não ser 
independentese os processos regulatórios adotados podem não 
ser consistentes e proporcionais e dotados de estabilidade 
regulatória, tendo como consequência o aumento do risco da 
atividade (chamado risco regulatório ).
Regulação: Evolução 
histórica
Rui Cunha Marques
• Seja porque aumenta o custo de capital ou porque torna o mercado 
menos atrativo e consequente distanciamento da participação do setor 
privado;
Nos diversos setores regulados, o risco regulatório é um dos mais 
relevantes, com forte impacto (negativo) no financiamento do setor;
• Dessa forma, a regulação contratual complementa a regulação por 
uma agência reguladora.
Desta forma, uma das possibilidades de mitigar o risco regulatório é 
contratar os direitos e obrigações mínimos do prestador regulado (e 
do regulador), limitando assim a amplitude de ação do regulador, 
mas ao mesmo tempo, aumentando a estabilidade regulatória e 
reduzindo consideravelmente o risco regulatório
Regulação: Evolução 
histórica
Rui Cunha Marques
Co
nt
ra
to
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o 
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tr
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es
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 a
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ul
ar
 
(lo
ng
o 
pr
az
o)
• Sempre incompletos;
• O futuro não pode ser previsto com 
certeza;
• Não inclui todas as situações e 
contingências possíveis;
• Porque a realidade muda ao longo do 
tempo (por exemplo, incluindo requisitos 
de qualidade de serviço).
Regulação 
por 
contrato
Assim, o oportunismo ex post pode ocorrer por 
ambas as partes, o que levará a conflitos e à 
revisão e renegociação do contrato, o que é 
sempre desgastante e penalizador para ambas 
as partes;
Assim, é necessária a existência de uma terceira 
entidade, externa e independente, uma espécie 
de árbitro (regulador, de fato), que permita 
ultrapassar os impasses existentes e 
simultaneamente possa ser um motor de 
promoção e melhoria contínua do prestador 
regulado.
Dessa forma, a regulação pela agência reguladora 
complementa a regulação contratual.
Regulação: Evolução 
histórica
Rui Cunha Marques
Também no caso das empresas públicas, observa-se que 
estas são cada vez mais reguladas por entidades externas, 
muitas vezes independentes; 
A politização dessas empresas, com a aplicação de preços 
políticos e a falta de investimentos e sua utilização para 
fins não comerciais, levou à necessidade de serem 
reguladas por terceiros (reguladores);
Para a sua organização e funcionamento, são celebrados 
contratos entre as empresas públicas e as entidades 
proprietárias (acionistas) que estabelecem direitos e 
obrigações, nomeadamente metas de desempenho e 
obrigações de serviço público;
Desta forma, também as empresas públicas são 
normalmente sujeitas à regulação contratual.
Regulação: Evolução 
histórica
Rui Cunha Marques
Dessa forma, 
poderá ser 
adotada uma 
regulação 
híbrida (agência 
reguladora mais 
contrato)
Problemas com contratos mais regulação 
Deve haver um equilíbrio entre o regulador e o contrato
Esta solução híbrida, se devidamente implementada, permite ultrapassar 
os problemas do contrato que nunca é concluído e a magnitude do risco 
regulatório, simultaneamente
Regulação: Evolução 
histórica
Rui Cunha Marques
Bem implementado 
• O melhor de dois
mundos (jogo de soma 
positiva)
Mal implementado
• O pior de dois mundos
(jogo de soma 
negativa) 
Obrigado!
Rui Cunha Marques
Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa (IST-UL)
rui.marques@tecnico.ulisboa.pt
www.ruicunhamarques.com
Nome do curso
Rui Cunha Marques 
A Regulação no Brasil e 
no Mundo
Origem da regulação no mundo, primórdios da 
regulação e desenvolvimento 
Relevância da regulação 
para o desenvolvimento 
Porquê regular?
Rui Cunha Marques
Serviços de Saneamento são Serviços de Interesse Geral
“Satisfação das necessidades básicas da generalidade dos cidadãos e cuja existência seja essencial à vida, à saúde ou à participação social 
dos cidadãos” (Marques, 2005) 
Aliás, são Serviços de Interesse Econômico Geral
Na vertente econômica (auto-sustentabilidade)
Princípios
Serviço universal
Continuidade
Qualidade de serviço
Acessibilidade
Proteção do usuário e consumidor
Relevância da regulação 
para o desenvolvimento 
Porquê regular?
Rui Cunha Marques
Serviço de Interesse Econômico Geral
Falhas de mercado
Competição 
imperfeita
Assimetrias de 
informação
ExternalidadesBens 
quase-públicos
Resultados 
indesejáveis
Para quê regular?
OSP
Qualidade 
de serviço
REGULAÇÃO
Tarifas
OSP – Obrigações 
de Serviço Público
Para quê regular?
• Promoção do acesso aos serviços de saneamento;
• Promoção da eficiência; 
• Proteção dos interesses dos usuários (OSP); 
• Autofinanciamento; 
• Estabilidade das políticas definidas para o setor.
Objetivos tradicionais: 
Para quê regular?
• Facilitar e promover a concorrência no setores;
• Reforçar a regulação social;
• Promover a sustentabilidade e robustez dos sistemas
• Assegurar a resiliência dos sistemas;
• Estimular a circularidade dos sistemas. 
Objetivos recentes: 
Promoção da eficiência
A eficiência estática, que 
corresponde às eficiências 
técnica e alocativa de 
preços, relaciona-se com a 
minimização dos custos a 
curto prazo.
Eficiência 
estática 
(econômica)
Eficiência 
alocativa
Eficiência 
dinâmica
A eficiência alocativa é 
ótima se o preço for igual 
ao custo marginal, sendo 
os seus ganhos obtidos 
com essa aproximação.
Um dos grandes desafios da regulação econômica contemporânea é a potencial 
colisão entre a realização de investimentos que mitiguem os custos de longo prazo 
(eficiência dinâmica) e os objetivos de curto prazo de redução de custos, tornando 
extremamente complexo e controverso todo o processo regulatório.
A eficiência dinâmica diz respeito à 
mitigação dos custos a longo prazo e 
reflete os ganhos devidos ao 
investimento em novas 
infraestruturas e/ou à introdução de 
novas tecnologias, e às economias 
de escala ou de gama verificadas.
Proteção dos interesses dos usuários 
Entre estes, e comuns à globalidade dos serviços de infraestruturas, destacam-se:
A proteção dos interesses dos usuários envolve diversos 
requisitos, os quais são denominados de obrigações ou 
princípios gerais de serviço público. 
Universalidade
•A universalidade implica 
que todos os cidadãos 
tenham acesso ao serviço, 
no que respeita ao preço e 
à qualidade de serviço. Os 
Governos de cada país 
podem adotar as políticas 
que julguem mais 
adequadas.
Continuidade
•Quando as causas da falta 
de continuidade de 
fornecimento de serviços 
forem imputáveis aos 
prestadores de serviços ou 
a terceiros identificáveis e 
puníveis, os usuários 
devem ser indemnizados.
Proteção dos interesses dos usuários 
Qualidade de serviço
• Cabe ao regulador 
o controle da 
relação qualidade-
preço e ao estímulo 
à excelência da 
qualidade de 
serviços prestados.
Disponibilidade 
• Os serviços devem 
estar disponíveis a 
preços que sejam 
comportáveis por 
todos os usuários, 
sendo que este 
objetivo pode ser 
concretizado de 
diferentes formas, 
como subsidiação 
cruzada ou 
subsídios...
Proteção dos usuários/ 
consumidores
• Por exemplo, o 
regulador deve 
facilitar a resolução 
de conflitos entre 
os usuários e os 
prestadores através 
de mediação, de 
conciliação e de 
arbitragem 
voluntária.
Promoção da estabilidade das políticas 
definidas para o setor
Os processos regulatórios devem ser procedimentalizados, 
participados e transparentes
Os processos regulatórios devem ser previsíveis e o mais
transparentes possível e deve procurar-se, sobretudo, a sua
procedimentalização (“democracia procedimental”). Desta forma,
existirá uma co-responsabilização entre as partes e, por conseguinte,
uma melhor aceitação das decisões tomadas.
O regulador deve ter 
sempre presente a 
estabilidade das políticas 
definidas para o setor.
O regulador deve ser 
independente e dotado 
de poderes de atuação 
adequados.
Promover a sustentabilidade e robustez do 
serviço
O serviço deve desenvolver-se de forma gradual e equilibrada, mas 
tambémser forte e versátil o suficiente na confrontação com 
eventuais adversidades.
Os serviços públicos de infraestruturas não podem ser geridos e 
racionalizados, tendo em conta o ciclo político ou o período 
regulatório. Os seus ciclos são muito superiores.
Objetivo
s de 
longo p
razo!
Assegurar a resiliência dos sistemas
Os serviços de saneamento devem ter capacidade de resposta a 
solicitações extremas (e.g. pandemias e mudanças climáticas) ;
Os eventos extremos que no passados eram pouco prováveis de 
ocorrer, hoje são mais frequentes e mais intensos.
Objetivo
s de 
longo p
razo!
Promover a circularidade dos sistemas 
Mudança do paradigma e implementação da economia circular 
dos serviços de saneamento (acabar com a abordagem linear) ;
Os efluentes necessitam de ser encarados como recursos e não 
como dejetos ou de algo sem valor
Objetivo
s de 
longo p
razo!
Obrigado!
Rui Cunha Marques
Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa (IST-UL)
rui.marques@tecnico.ulisboa.pt
www.ruicunhamarques.com
Nome do curso
Rui Cunha Marques 
A Regulação no Brasil e 
no Mundo
Origem da regulação no mundo, primórdios da 
regulação e desenvolvimento 
Modelos regulatórios de 
destaque no mundo 
A regulação no mundo: 
Rui Cunha Marques
Em todo o mundo estão a ser criadas agências reguladoras dos serviços de 
saneamento. 
Existem mais de 250 agências reguladoras com funções de regulação (econômica) em 
todo mundo.
É preciso desmistificar dois princípios essenciais: 
A instituição de regulação não tem de 
estar relacionada com a privatização ou 
titularidade dos serviços
As agências reguladoras respondem 
pelos seus atos, não possuindo nenhum 
poder especial
O cenário europeu
Rui Cunha Marques
Os serviços de saneamento são ainda pouco regulados na Europa, pelo menos, por regulação
dedicada como existe noutras indústrias de rede. Porquê?
v A primeira razão está relacionada com a atribuição dos serviços de saneamento que é, por norma, ainda da
administração local;
v A segunda razão está relacionada com a existência de regulação transversal conjugada (ou não) com auto-
regulação;
v Em terceiro lugar, quando ocorre a participação do setor privado, a mesma é quase sempre efetuada através de
contratos (regulação contratual).
Modelos de regulação
A tendência futura: Regulação Híbrida
Serviços regulados por agência reguladora Serviços regulados por contrato 
Direitos e obrigações definidos e risco regulatório mitigado 
Configurações 
possíveis
Atividade privada especialmente regulada - modelo inglês
Concessão a prestadores privadas - modelo francês 
Gestão pelo Estado - modelo de gestão pública
Numa sociedademoderna e desenvolvida a titularidade é um aspecto secundário, o que 
conta é o value for money.
Modelo inglês
Estado
Consumidores/
Usuários
Prestadores 
(privados)
Bacia
hidrográfica
Regulação 
independente
Gestão dos sistemas à escala da bacia hidrográfica (regional);
Controlo e supervisão dos setores por regulação centralizada, mas independente;
A regulação (econômica) procura criar e simular o mercado, protegendo, desta forma, os usuários e
as próprias empresas quanto ao eventual oportunismo. O baricentro do modelo são os usuários;
Modelo inglês
O sucesso do modelo depende do protagonismo e da eficácia da 
regulação
Problema da informação assimétrica (relação de agência)
Equilíbrio entre o curto e o longo prazo
Em função da forma de remuneração podem ocorrer desvios 
comportamentais (efeito A-J, gold–plate, subinvestimento, …)
Transparência e responsabilização da regulação
Custo da regulação não negligenciável
Modelo francês
Associação do 
Setor
Prestadores
Contrato 
(Direitos e 
obrigações)
Gestão RegionalSupervisão
Municípios
Politica Nacional
v Baseia-se na concorrência no acesso ao mercado (franchising);
v O sucesso do modelo depende do número de concorrentes no acesso ao mercado e da
eficácia da redação do contrato;
v Exige sempre supervisão (regulação), sobretudo da qualidade de serviço.
Modelo francês
Raramente existe concorrência efetiva (no mínimo 4 players);
Monitorização da qualidade de serviço;
Renegociação, acontecimentos imprevisíveis, questões deixadas em aberto, …; 
Renovação do franchising; 
Custo elevado e processo longo desde a decisão do franchising até à adjudicação;
Pode levar ao oportunismo ex post, quer do prestador, quer do concedente.
Modelo empresa pública (e.g. holandês)
Associação do Setor
Prestadores
Politica Nacional
PLC
Municípios
“Conselhos 
de água”
Captação, Produção 
e Distribuição
Drenagem de esgoto
Tratamento de 
esgoto
Benchmarking obrigatório
v O serviço de abastecimento de água é efetuado por empresas públicas de direito privado;
v Auto-regulação tem evitado a sua regulação e privatização;
v Ganhos de eficiência devido a ganhos de economia de escala;
v Existência obrigatória de benchmarking e boas regras de governança.
Modelo de gestão pública
Assegura, por intervenção direta no mercado como prestador, o comportamento ótimo (bem-
estar social);
Na teoria, possibilidade de preços mais baixos e realização de mais objetivos sociais;
Na prática, ineficientes com grande instabilidade na sua gestão e na orientação estratégica de 
desenvolvimento; 
Falta de pressão do mercado, orçamento ilimitado, utilização dos recursos para autointeresse 
(teoria da public choice) e objetivos e estratégias definidas em função de cada Governo;
O sucesso do modelo de gestão pública em alguns países não é específico do setor do 
saneamento (regulação transversal, auto-regulação, regulação social, …)
Obrigado!
Rui Cunha Marques
Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa (IST-UL)
rui.marques@tecnico.ulisboa.pt
www.ruicunhamarques.com
Nome do curso
.
A regulação no Brasil e no Mundo
Módulo 2 – Origem da regulação no Brasil: experiências 
internacionais consideradas as orientações da OCDE
Tema 1 - Origem da Regulação no Brasil
JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA
• Professor de Direito Administrativo no Curso de Direito da 
Universidade Estadual Paulista - UNESP
• Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do 
Curso de Direito - UNESP.
• Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional 
em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua- UNESP.
• Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e 
Governança dos Serviços Públicos (www.regulacao.com.br)
• Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, 
Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas.
• Acesse algumas publicações em:
• https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira
A evolução da regulação dos serviços públicos no Brasil. 
Modelo brasileiro (Governo Imperial)
• 1835 Ferrovias 
• 1852 Iluminação (Rio de Janeiro)
• 1874 Cabo submarino (telégrafo)
• 1853 D. 2450 (7% Taxa de retorno) - 1934 Constituição Federal – (art.134 taxa de retorno)
• 1940 Caducidade das empresas geradoras de energia elétrica - Ferrovias
• 1934 Código de águas 
• Primórdios da regulação
• Telecomunicações – Fiscalização - DENTEL 
• Ferrovias – Departamento Federal 
• Águas e Energia Elétrica - Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAAE)
• Assegurar a execução do Código de Águas
• Promover e desenvolver a produção de energia elétrica
• Divisão de tarifas. Divisão de concessões. 
A evolução da regulação dos serviços públicos no Brasil. 
Na década de quarenta, já se apontava a falta de um órgão Regulador e fiscalizador para os serviços de interesse
coletivo. Estes serviços públicos a cargo do concessionário já se mostravam problemáticos para o Estado, em razão da
falta de investimentos na melhoria dos serviços, tarifas exorbitantes e outras tantas mazelas.
Os juristas de então, imbuídos no espírito de apontar os erros e de oferecer soluções para as questões, apresentavam
estudos para a busca do equacionamento do problema.
Dentre estes estudos, destacamos, pela atualidade que se mostra, o parecer de Osvaldo Aranha Bandeira de Melo,
que apóstecer considerações sobre a função do Estado, escreve que a concessão dos serviços, geralmente, tem seu
fim deturpado pelo concessionário, que busca a satisfação quase exclusiva em suas ambições desmedidas, em
detrimento do bem-estar coletivo - razão do serviço. Além disso, a fiscalização do Poder Público contra os abusos dos
concessionários é muito difícil e dispendiosa, pois estes tentam proporcionar o máximo de dificuldades à ação
daquele, procurando, por todos os meios, fugir à sua interferência controladora.
Finalmente, esclarece o autor que o Poder Público deve exercer com eficiência a fiscalização no serviço concedido e
sujeitar seus dirigentes a inflexíveis medidas punitivas no caso de descumprimento das finalidades
A evolução da regulação dos serviços públicos no Brasil. 
1º Retorno do Pêndulo
Processo de Estatização 
• 1940 Caducidade dos contratos de concessão de ferrovias/energia elétrica 
Estatização dos serviços públicos
Criação das estatais
Fatores de natureza econômica
Fatores de natureza política
Fatores de natureza administrativa
Fatores de natureza social 
• CF 1967 art. 8º inciso XV, letra “a” (Competência da União para o sistema de telefonia)
27 anos de regulação no Brasil.
2º Retorno do Pêndulo
Mudança do Papel do Estado (Lei de concessões)
• CF art. 21 XI criação de um órgão regulador (EC 8/1995)
• Criação das Agências Reguladoras 
• CF art. 175 (Incumbe ao Poder Público ..... ) Lei das Concessões 8.987/95
• Regime das empresas concessionárias
• Caráter especial do seu contrato
• Condições de caducidade, fiscalização e rescisão contratual
• Direitos dos Usuários
• Política Tarifária
• Obrigação de manter o serviço adequado
27 anos de regulação no Brasil.
A Governança dos Serviços Públicos - Visão de Futuro para a regulação no Brasil
Lei das Agências Reguladoras – e os pressupostos do “novo” marco regulatório do saneamento
• Governança pressupõe
• Regulação. Legalidade (Compliance) e transparência
• Captura (política, econômica e jurídica)
• Análise de Impacto Regulatório
• Objetivos setoriais (Princípios, instrumentos e planejamento)
• Controle Interno
• Gestão de Contratos 
• Processo decisório 
• Prestação de contas e o controle social
• Plano estratégico e plano de Gestão
• Ouvidoria
• Interação e articulação entre as agências
* O 3º Retorno do Pêndulo (o que se espera das Agências Reguladoras)
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Nome do curso
.
A Regulação no Brasil e no Mundo
Módulo 2: Origem da Regulação no Brasil. Experiências internacionais 
consideradas e as orientações da OCDE.
Ponto 2 Experiências internacionais consideradas no modelo brasileiro
JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA
• Professor de Direito Administrativo no Curso de Direito da 
Universidade Estadual Paulista - UNESP
• Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do 
Curso de Direito da UNESP.
• Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional 
em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua- UNESP.
• Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e 
Governança dos Serviços Públicos (www.regulacao.com.br)
• Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, 
Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas.
• Acesse algumas publicações em:
• https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira
Experiências internacionais
Consideradas no modelo brasileiro 
• Melhoria da qualidade regulatória (Quali-Reg CGU)
• Fortalecimento da atividade regulatória
• Causas do descumprimento das normas regulatórias
• Regulações em excesso 
• Análise de impacto regulatório
• Regulação sem efetividade
• Falhas de monitoramento
• Participação social no processo de formulação da regulação.
• Controle social
• Equilíbrio entre interesses opostos (interesse público x mercado)
• Identificação de efeitos indesejados na regulação
• Teste de qualidade e avaliação das normas regulatórias
• Proporcionalidade – custos – eficiência regulatória
• Liberdade de escolha
.
Experiências internacionais
Consideradas no modelo brasileiro 
• Estimular a clareza regulatória – linguagem direta
• Normas de fácil compreensão
• Padronização (normas de referência)
• Transparência dos procedimentos
• Características principais das Agências Reguladoras 
• Independência – ausência de tutela/subordinação
• Transparência – controle social
• Delimitação precisa da sua competência
• Autonomia financeira
• Excelência técnica
.
Experiências internacionais
Consideradas no modelo brasileiro 
• Quarentena dos diretores
• Requisitos para o exercício da função de dirigente
• Reputação ilibada e conhecimento técnico
• Análise de custo-benefício em suas decisões
• Benefícios sociais que a regulação acarretará
• Transparência
• Motivação dos atos administrativos
• Grupos de interesse – imparcialidade da agência
• Articulação entre agências e órgãos:
• Defesa da concorrência. Meio ambiente. Consumidor.
• Mecanismos de disputas de controvérsias 
.
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Módulo 2: Origem da Regulação no Brasil. 
Experiências internacionais consideradas e as 
orientações da OCDE.
Tema: Referências da OCDE para a regulação Brasileira
JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA
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• Características principais das Agências Reguladoras 
– OCDE
• O Futuro da Regulação
• Avaliação da capacidade institucional para a regulação.
• Perspectivas e desafios da regulação 
• Autonomia Decisória
• Autonomia Financeira
• Fiscalização
• Mecanismos de controle
• Mecanismos de gestão de riscos
• Análise de impacto regulatório
• Regulação dos contratos
• Participação social
• O Futuro da Regulação
• A regulação em constante processo de aprimoramento
• Avaliação da capacidade institucional para a regulação
• Oito dimensões com objetivos estratégicos de aumento da eficiência do Estado Regulador 
• Perspectivas e desafios da regulação 
• Autonomia Decisória
• Tensões recorrentes e ameaças à qualidade regulatória
• Autonomia Financeira
• Previsibilidade de recursos orçamentários
• Fiscalização
• Fiscalização dos objetivos e das metas contratuais
• Mecanismos de controle
• Transparência e clareza das atividades de concretização dos projetos de infraestrutura
• Mecanismos de gestão de riscos
• Ações efetivas de accountability
• Análise de impacto regulatório
• Políticas baseadas em evidências – fortalecimento da governança
• Regulação e gestão dos contratos
• Mecanismo de concretização da segurança jurídica 
• Participação social
• Controle social e participação nas formulação das políticas públicas
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Módulo 2: Origem da Regulação no Brasil. 
Experiências internacionais consideradas e as 
orientações da OCDE.
Tema: Exemplos estrangeiros a serem observados pelo Brasil*
JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA
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Exemplos estrangeiros a serem seguidos no Brasil
Os indicadores de política e governança regulatória para a América Latina e Caribe (2019), proporcionam uma visão 
geral atualizada dos sistemas regulatórios e cobrem parcialmente três princípios da recomendação do conselho da 
OCDE de 2012 sobre política e governança regulatória.
• Participação dos atores interessados
• Consulta pública e audiência pública
• Análise de impacto regulatório
• Na edição e na alteração de atos normativos de interesse geral
• Verificar a razoabilidade do seu impacto 
• Avaliação ex post
• Análise dos resultados após a vigência dos atos normativos
• Simplificação administrativa 
• Clareza e coerência dos enunciados regulatórios
• Transparência 
• Clareza e coerência dos enunciados regulatórios
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CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo
MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil
Contexto histórico e 
criação de agências 
reguladoras de 
saneamento no Brasil
(aula 1)
Introdução
Relevante componente 
histórico.
Infraestrutura e 
desenvolvimento social 
dos países.
Contextos de 
desenvolvimento 
diferentes no mundo.
Desigualdes expressas 
em desemprego, 
doenças e mortalidade 
infantil.
Fragilidade do equilíbrio 
ecológico.
Saneamento
Introdução
Precariedades na 
governança e 
planejamento dos 
prestadores.
Carência de 
investimentos e baixa 
qualidade técnica.
84,13% abastecimento 
de água*.
54,95% coleta de águas 
residuais*.
50,75% tratamento dos 
efluentes gerados*.
Saneamento no Brasil
*Fonte: SNIS (2022), dados de 2020.
Fonte: VILARINHO (2021).
Contexto 
histórico
É função do Estado 
promover políticas públicas:
• Bem-estar da 
sociedade;
• Acesso aos serviços 
públicos essenciais.
Contexto histórico:
• Compreensão sobre 
como o saneamento é 
hoje;
• Evolução histórica;
• Desafios e 
universalização.
Primórdios do 
saneamento brasileiro
Fonte: BBC News (2019).
Escravos responsáveis pelo manejo de esgoto
Primeiras medidas sanitárias:
• Chafarizes em praças públicas;
• Excretas lançadas ao mar ou valas.
Descoberta do ouro:
• Chafarizes, poços, cisternas;
• Aquedutos: Arcos da Lapa no Rio de Janeiro.
Chegada da família real:
• Conceitos de saúde pública e saneamento da Europa;
• John Snow, Robert Koch, Louis Pasteur.
Primórdios do 
saneamento brasileiro
Soluções coletivas:
• Redes de água e esgoto com vendas das penas d’água.
Higienismo:
• Reformulação espacial;
• Demolição de 1.700 habitações no Rio de Janeiro;
• 20 mil pessoas excluídas para os morros.
Epidemias e gripe espanhola:
• Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública
(Oswaldo Cruz).
Fonte: Estado de Minas (2017).
Fonte: Vasconcellos (2006).
Primeiros arranjos 
institucionais
Código de Águas Brasileiro (1934):
• Uma das leis mais completas sobre gestão das
águas do mundo.
Serviço Especial de Saúde Pública (SESP):
• Criado em 1942;
• Acordo com os EUA;
• Expansão da produção de matéria-prima (borracha e
minérios);
• Fins militares para assegurar condições sanitárias.
Fonte: Fonte: FGV CPDOC (2020b).
Primeiros arranjos 
institucionais
Concessões estrangeiras de saneamento:
• Baixa qualidade e abrangência.
Avanços da época:
• Criação de Autarquias municipais;
• Código Nacional de Saúde;
• Fundo Nacional de Obras de Saneamento.
Golpe militar:
• Saneamento dissociado da saúde (engenharia civil).
Financiamento de obras:
• Banco Nacional da Habitação (BNH);
• Fundo Rotativo de Águas e Esgoto (FRAE).
Saneamento e saúde 
eram tratados de forma 
integrada:
Assinatura do Decreto nº 
49.974, promulgando o 
Código Nacional de 
Saúde.
ü Separou a vigilância 
sanitária da vigilância 
epidemiológica;
ü Tornou obrigatória a 
notificação de doenças 
infectocontagiosas.
Fonte: Fonte: Museu do universo da Farmácia (2022).
Política Nacional de Saneamento e
PLANASA
Plano Nacional de Saneamento (PLANASA):
• 1973: 27 Companhias Estaduais de Saneamento 
Básico (CESB), economia mista, até 1980.
Pontos positivos:
ü Crescimento rápido e significativo dos índices de
cobertura de água e esgoto (sem metas para o
tratamento de efluentes).
Pontos negativos:
ü Metas não cumpridas.
ü Ausência de modernização
Vazio institucional (1986 até 2007)
• Crise financeira;
• Transferência da pasta para diferentes ministérios e
órgãos financiadores.
Fonte: Elaborado pela autora a partir de Costa (2002).
Evolução dos índices de cobertura de água e esgoto
47,90%
47,30%
85,20%
64,40%
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00%
Água
Esgoto
% de cobertura dos serviços
1980 1960
Primeiras concessões privadas (década de 90):
• Birigui - SP (concessão parcial água)
Marco Regulatório do Saneamento
(Lei nº 11.445/2007)
Antecedentes:
• Projeto de Lei nº 199/1993;
• Aprovado no Congresso, mas vetado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso;
• Expressiva divergência sobre a privatização e a titularidade dos serviços.
Criação do Ministério das Cidades (2003):
• Desenvolvimento urbano:
• desenvolvimento urbano;
• habitação, saneamento ambiental, transporte urbano e trânsito;
• política de subsídio à habitação popular, saneamento e transporte urbano;
• planejamento, regulação, normatização e gestão da aplicação de recursos.
Criação da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA):
• Escopo de trabalho:
• Promover o direito de acesso à água potável (universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário);
• Elaborar uma proposta de legislação específica para o saneamento no Brasil, em conjunto com atores e instituições
representativas.
Marco Regulatório do Saneamento
(Lei nº 11.445/2007)
Programa Saneamento para Todos (2005):
• Financiar empreendimentos de saneamento dos setores público e privado (Resolução nº 476/2005);
• Promover ações integradas a políticas setoriais para melhoria da saúde e qualidade de vida;
• Caixa Econômica Federal.
Lei nº 11.445/2007:
• Participação democrática das partes interessadas;
• Vetos do Congresso Nacional:
• criação de um fundo federal de saneamento básico;
• melhor caracterização da cobrança da tarifa de esgoto;
• créditos a pagar na apuração de COFINS e PIS/PASEP (valores investidos em ativos);
• remuneração e mecanismos de contingência em casos de escassez hídrica.
Marco Regulatório do Saneamento
(Lei nº 11.445/2007)
Principais inovações da Lei nº 11.445/2007:
• Definição do saneamento básico em 4 eixos:
• Abastecimento de água;
• Esgotamento sanitário;
• Drenagem de águas pluviais;
• Manejo de resíduos sólidos.
• Criação do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB);
• Obrigatoriedade de Planos Municipais de Saneamento Básico
(PMSB) para os municípios;
• Viabilidade econômico-financeira para a prestação dos serviços;
• Controle social nas atividades do setor;
• Regulação do saneamento básico.
Criação de agências reguladoras de
saneamento básico
Importância da regulação:
• Monopólio natural e captura do mercado;
• Custos irrecuperáveis (sunk costs) para disponibilizar os ativos;
• Alto custo ambiental da falta de efetividade do setor.
Papel da regulação:
• Assegurar a qualidade, universalidade e regularidade;
• Proteger contra a ineficiência, a concentração econômica e o aumento arbitrário dos lucros.
(Aula: Os primeiros movimentos regulatórios do saneamento no Brasil)
• Primeiras agências reguladoras de saneamento básico (multifinalitárias):
• Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS) em 1997;
• Agência Reguladora do Estado do Ceará (ARCE) em 1997.
Programa deAceleração do
Crescimento (PAC)
61,53%
38,47%
Utilização de recursos do PAC
20,00%
80,00%
Fonte: Elaborada pela autora a partir de informações de Gonçalves (2019) e Sousa e Gomes (2019).
2016 2017
5,00%
10,00%
0,00% 5,00% 10,00%
Evolução da
cobertura de
água
Evolução da
coleta de
esgoto
Evolução dos indicadores de 2007 a 2017
Fonte: Elaborada pela autora a partir de informações de 
Sousa e Gomes (2019).
FRAGILIDADE
DE GOVERNANÇA
Projetos e orçamentos sem qualidade 
técnica
Ausência de licenças 
ambientais
Descumprimento dos prazos Desistência dos projetos (Norte)
Recursos não utilizados Recursos desembolsados em 2016 Recursos desembolsados em 2017
Atualização do Marco Regulatório
(Lei nº 14.026/2020)
Universalização 
dos serviços
Plano de 
Saneamento 
Básico
Equilíbrio 
Econômico e 
Financeiro
Titularidade Prestação 
regionalizada e 
formação de blocos
Contratos para a 
prestação dos 
serviços
Universalização 
da Regulação
Normas de 
Referência para a 
Regulação
Capacitação para a 
Regulação do 
Saneamento
Principais alterações da Lei nº 14.026/2020
Considerações finais
Saneamento
Contexto Histórico x Situação Atual
Passado
Crescimento 
desordenado e 
realocação da 
população carente
Saneamento surge 
em época de graves 
pandemias com 
gestão integrada
Métodos rústicos e 
exploração dos 
escravos (“tigres”)
Em 1964 houve a 
desagregação e 
visão estrita de 
engenharia civil
Presente
Baixos índices de 
cobertura e 
mecanismos de 
spending power
Ausência de menção 
à água ou 
saneamento como 
direito humano
Evolução de políticas 
públicas, criação e 
fortalecimento da 
regulação
Falta integração à 
práticas 
internacionais 
(OneHealth, OneWater)
Obrigada!
cintia.vilarinho@lis-water.org
CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo
MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil
Referências
BBC News. Quem eram os escravos 'tigres', marcantes na história do saneamento básico no Brasil. 2019. Disponível em:
<https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50526902> Acesso em 20 set. 2022.
COSTA, I. G.; PIEROBON, F.; SOARES, E. C. A efetivação do direito ao saneamento básico no Brasil: do Planasa ao Planasb. Meritum, Belo
Horizonte, v. 13, n. 2, p. 335-358, 2018.
Estado de Minas. O legado de Oswaldo Cruz está na raiz do próprio SUS, atestam estudiosos. (2017). Disponível em:
<https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/02/12/interna_gerais,846797/o-legado-de-oswaldo-cruz-esta-na-raiz-do-proprio-sus-dizem-
estudiosos.shtml> Acesso em 20 set. 2022.
FGV CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Revolução de 1930. [2020a]. Disponível em:
<http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/revolucao-de-1930-3> Acesso em 26 dez. 2020.
GONÇALVES, S. A. A Política Pública de saneamento no Brasil: da Lei 11.445/2007 aos movimentos político-institucionais para sua revisão. 2019. 101
f. Monografia (Especialização) - Curso de Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública,
Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.
Museu do universo da Farmácia. O Código Nacional de Saúde. Disponível em: <https://museudouniversodafarmacia.com.br/acervo/linha-do-tempo/o-
codigo-nacional-de-saude-2/> Acesso em 20 set. 2022.
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Painel de Saneamento. Disponível em:
<http://appsnis.mdr.gov.br/indicadores/web/agua_esgoto/mapa-agua/> Acesso em 20 set. 2022.
SOUSA, A.C.A.; GOMES, J.P. Desafios para o investimento público em saneamento no Brasil. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 43, n. especial 7, p.
36-49, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042019s703
VASCONCELLOS, M.P.C. A fotografia como instrumento do trabalho do higienista - São Paulo, primeira metade do século XX. (2006) Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/hcsm/a/HfB3bjym47tkxwmYzLgQggf/?lang=pt> Acesso em 20 set. 2022.
VILARINHO, C.M.R. Regulação do saneamento no Brasil - Contexto histórico, perspectivas e capacitação. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Mestrado em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, Universidade Federal de Itajubá, Itabira, 2021. Disponível em:
<https://www.feis.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/profagua/dissertacoesdefendidas/dissertacao-de-mestrado---cintia-vilarinho---cintia-maria-ribeiro-
vilarinho.pdf> Acesso em 15 set. 2022.
CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo
MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil
Os primeiros movimentos 
regulatórios do 
saneamento no Brasil
(aula 2)
Introdução
Importância da regulação:
• Monopólio natural e captura do mercado;
• Custos irrecuperáveis (sunk costs) para disponibilizar os
ativos;
• Alto custo ambiental da falta de efetividade do setor.
Papel da regulação:
• Assegurar a qualidade, universalidade e regularidade;
• Proteger contra a ineficiência, a concentração econômica
e o aumento arbitrário dos lucros.
Surgimento da 
regulação no Brasil
Surgimento da regulação no Brasil:
• 1995: amplo programa de reformas;
• Descentralização da prestação de serviços públicos;
• Fortalecimento do núcleo estratégico do Estado:
• Formulação das políticas públicas;
• Regulação.
• Iniciativa de regulação inspirada pela tendência
internacional;
• Regular (normas e fiscalização) dos agentes
privatizados no final da década de 1990.
As agências reguladoras 
(independent regulatory
agencies or comissions)
surgiram nos Estados 
Unidos no fim do século 
XIX e ganharam corpo, na 
década de 1930
durante a grande 
depressão como 
instrumento
do new deal de 
Franklin D. Roosevelt.
Internacionalmente
Primeira agência
reguladora do país
Criação da ANEEL:
• Primeiro projeto: Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL)
• Enviado pelo Executivo Federal ao Congresso no final de
1995;
• Modelo de autarquia convencional:
• Sem autonomia decisória nem os demais requisitos de
estrutura e procedimentos.
• Congresso: questionamento do modelo e a busca de
modelos alternativos, a partir da experiência
internacional;
• Debate no Legislativo: mais de um ano.
Primeira agência reguladora do país
Criação da ANEEL:
• Criação da ANEEL no final de 1996, segundo o formato consagrado na experiência internacional:
• autonomia decisória e financeira;
• mandatos fixos para seus dirigentes e não coincidentes com os do chefe do Executivo.
• Os demais projetos de agências reguladoras incorporaram tal modelo já em sua proposta inicial.
Primeiras agências reguladoras de
saneamento básico
Agência Estadual de Regulação dos Serviços 
Públicos Delegados do Rio Grande do Sul 
(AGERGS)
ANTES DO MARCO LEGAL DE SANEAMENTO1997
Agência Reguladora do Estado do Ceará (ARCE)
• Saneamento
• Transportes
• Saneamento
• Transporte de 
passageiros
• Energia Elétrica
• Estações rodoviárias
• Travessias 
hidroviárias
• Rodovias 
concedidas
• Gás canalizado
• Energia Elétrica
• Gás canalizado
A regulação e o marco legal do
saneamento no Brasil
Destaques da Lei nº 11.445/2007:
“Art. 21. A função de regulação, desempenhada por entidade de natureza autárquica dotada de independência
decisória e autonomia administrativa, orçamentária e financeira, atenderá aos princípios de transparência,
tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.”
“Art. 22. São objetivos da regulação:
I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação e a expansão da qualidade dos serviços e para a
satisfação dos usuários, com observação das normas de referência editadas pela ANA.
II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas nos contratos de prestação de serviços e nos
planos municipais ou de prestação regionalizada de saneamento básico.
III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do
Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; e
IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos quanto a modicidade
tarifária, por mecanismosque gerem eficiência e eficácia dos serviços e que permitam o compartilhamento dos
ganhos de produtividade com os usuários.”
A regulação e o marco legal do
saneamento no Brasil
Conceito de regulação:
• Grande parte do âmbito internacional inclui nas atribuições da regulação a fiscalização;
• Seria inútil a definição de condições e normas sem a fiscalização correspondente da observância pelos
prestadores;
Decreto nº 7.217/2010:
• Regulação: “todo e qualquer ato que discipline ou organize determinado serviço público, incluindo suas
características, padrões de qualidade, impacto socioambiental, direitos e obrigações dos usuários e dos
responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação e revisão do valor de tarifas e outros preços públicos”;
• Fiscalização: “atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliação, no sentido de garantir o
cumprimento de normas e regulamentos editados pelo poder público e a utilização, efetiva ou potencial, do serviço
público”.
Lei nº 11.445/2007:
• Conceito moderno de regulação que abrange as atividades de:
• regulação técnica (normatização, planejamento, acompanhamento, controle dos padrões de qualidade, controle e fiscalização);
• regulação econômica (estabelecimento de tarifas);
• atendimento aos usuários (recebimento, processamento e decisão acerca de reclamações).
A regulação e o marco legal do
saneamento no Brasil
AGÊNCIAS REGULADORAS FEDERAIS
DA INFRAESTRURA BRASILEIRA
AGÊNCIAS REGULADORAS
DE SANEAMENTO BÁSICO
Única agência federal:
• ANEEL;
• ANTT;
• ANATEL;
• ANVISA;
• ANCINE;
• etc.
Abrangência:
• Todo o território nacional;
• Vínculo compulsório.
Modalidades de agências:
• Estadual;
• Intermunicipal;
• Municipal.
Abrangência:
• Estadual: prestadores no limite do estado de atuação;
• Intermunicipal: prestadores no limite do estado de 
atuação com associação ou adesão à gestão por 
consórcio;
• Municipal: apenas o prestador do próprio município;
• Escolha de agência pelo titular dos serviços.
Normas de Referência e 
Capacitação de 
responsabilidade da Agência 
Nacional de Águas e 
Saneamento Básico (ANA)
Abrangência Vantagens Desvantagens
Estadual
- Redução dos custos de regulação;
- Existência de órgão colegiado de dirigentes;
- Vencimentos compatíveis para o quadro técnico;
- Troca de expertise adquirida entre os serviços
públicos regulados.
- Distanciamento dos entes estaduais em
relação ao serviço público e aos usuários;
- Necessidade de mecanismos para garantir
a eficiência e celeridade da regulação, bem
como o acesso à regulação pela sociedade;
- Captura política pelo estado.
Intermunicipal
- Redução dos custos de regulação;
- Existência de órgão colegiado de dirigentes;
- Vencimentos compatíveis para o quadro técnico;
- Troca de expertise adquirida entre os serviços
públicos regulados;
- Proximidade com o serviço público;
- Facilidade de fiscalização constante;
- Maior probabilidade de participação dos usuários
no controle social.
- Insegurança da continuidade do consórcio
quando da ocorrência de mudanças de
governo, em razão do seu caráter
pactuado;
- Forma de escolha do quadro dirigente e do
processo de decisões que pode gerar
conflitos políticos entre os consorciados.
Municipal
- Proximidade com o serviço público;
- Facilidade de fiscalização constante;
- Maior probabilidade de participação dos usuários
no controle social.
- Falta de escala e escopo conduz à
inviabilidade;
- Baixos salários levam à baixa qualidade
técnica da atividade da regulação;
- Captura política pelo município.
Estágio de desenvolvimento das
agências reguladoras
Primeiros anos
• Infraestrutura e aspectos
econômicos:
• Características do setor;
• Mecanismos tarifários. 
Agências em 
desenvolvimento
• Melhoria da governança, 
independência e autonomia;
• Maior equilíbrio nas 
atividades (poder concedente, 
prestador e usuário);
• Qualidade dos serviços.
Agências mais 
desenvolvidas
• Novas formas de regular:
• Regulação responsiva e 
integrada;
• Yardstick competition;
• Regulação ante aos desafios 
emergentes do setor.
Obrigada!
cintia.vilarinho@lis-water.org
CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo
MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil
Referências
ABAR - Associação Brasileira de Agências de Regulação. Regulação saneamento básico 2019. Brasília: [s.n.], 2019. 54 p.
AGERGS - gência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul. Disponível em:
<https://agergs.rs.gov.br/inicial> Acesso em 15 set. 2022.
ARCE - Agência Reguladora do Estado do Ceará. Disponível em: <https://www.arce.ce.gov.br/> Acesso em 12 dez. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras
providências. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil, Brasília (DF): Imprensa Nacional, ano CXLIV, v. 1, n.
5, p. 3-7, 8 jan. 2007a.
OLIVEIRA, C. R.; GRANZIERA, M. L. M. (Org.) Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Indaiatuba, SP: Editora
Foco, 2021. 216 p.
PACHECO, R. S. Regulação no Brasil: desenho das agências e formas de controle. Revista de Administração Pública, Rio
de Janeiro, v. 40, n. 4, p. 523-543, 2006. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s0034-76122006000400002
VILARINHO, C.M.R. Regulação do saneamento no Brasil - Contexto histórico, perspectivas e capacitação. Dissertação
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, Universidade
Federal de Itajubá, Itabira, 2021. Disponível em: <https://www.feis.unesp.br/Home/Pos-
Graduacao/profagua/dissertacoesdefendidas/dissertacao-de-mestrado---cintia-vilarinho---cintia-maria-ribeiro-vilarinho.pdf>
Acesso em 15 set. 2022.
CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo
MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil
Regulação do 
saneamento no Brasil
(aula 3)
Introdução
“Art. 8º, § 5º O titular dos serviços públicos de saneamento
básico deverá definir a entidade responsável pela regulação e
fiscalização desses serviços, independentemente da
modalidade de sua prestação.” (Lei nº 11.445/2007)
Necessidade legal de regulação do saneamento no Brasil
Todos os serviços de saneamento básico, prestados por 
entidade pública ou privada, devem ser regulados.
Introdução
“Art. 21. A função de regulação, desempenhada por entidade de
natureza autárquica dotada de independência decisória e
autonomia administrativa, orçamentária e financeira,
atenderá aos princípios de transparência, tecnicidade, celeridade
e objetividade das decisões.” (Lei nº 11.445/2007)
Quem deve exercer o papel de ente regulador?
Agência 
reguladora 
municipal
Agência 
reguladora 
intermunicipal
Agência 
reguladora 
estadual
Autarquia com
independência
e autonomia
Introdução
Quais são os objetivos da regulação?
“Art. 22. São objetivos da regulação:
I.- estabelecer padrões e normas para a adequada prestação e a
expansão da qualidade dos serviços e para a satisfação dos
usuários, com observação das normas de referência editadas pela
ANA.
II.- garantir o cumprimento das condições e metas
estabelecidas nos contratos de prestação de serviços e nos planos
municipais ou de prestação regionalizada de saneamento básico.
III.- prevenir e reprimir o abuso do poder econômico,
ressalvada a competência dos órgãos integrantes do Sistema
Brasileiro de Defesa da Concorrência; e
IV.- definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos quanto a modicidade tarifária, por
mecanismos que gerem eficiência e eficácia dos serviços e que
permitam o compartilhamento dos ganhos de produtividade com os
usuários.” (Lei nº 11.445/2007)
Introdução
Quais normas 
devem ser 
elaboradas 
pelo 
regulador?
“Art. 23. A entidade reguladora, observadas as diretrizes determinadas pela ANA, editará
normas relativas às dimensões técnica, econômica e social […]:
I - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços; 
II - requisitos operacionais e de manutençãodos sistemas;
III.- as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e os respectivos prazos;
IV. - regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os procedimentos e prazos de sua fixação,
reajuste e revisão;
V.- medição, faturamento e cobrança de serviços; 
VI - monitoramento dos custos;
VII.- avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;
VIII.- plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação; 
IX - subsídios tarifários e não tarifários;
X.- padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e informação;
XI.- medidas de segurança, de contingência e de emergência, inclusive quanto a racionamento; 
XII - (VETADO).
XIII.-procedimentos de fiscalização e de aplicação de sanções previstas nos instrumentos 
contratuais e na legislação do titular; e
XIV.- diretrizes para a redução progressiva e controle das perdas de água.” (Lei nº 11.445/2007)
Conteúdo 
mínimo:
13 normas 
sobre as 
dimensões 
técnica, 
econômica e 
social.
Introdução
Necessidade legal de regulação do saneamento no Brasil
Quem deve exercer o papel de ente regulador?
Quais são os objetivos da regulação?
Quais normas devem ser elaboradas pelo regulador?
Política pública
Processo Regulatório
Instrumentos 
regulatórios
Governança do 
regulador
Política pública
Marco legal
PAPEL DO REGULADOR
Diretrizes nacionais para o saneamento básico:
• Lei nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007:
• Decreto nº 7.217 de 21 de junho de 2010.
Atualização do marco legal:
• Lei nº 14.026 de 15 de julho de 2020: alterações na ementa 
da Lei nº 11.445/2007 com posteriores Decretos para:
• Comitê Interministerial de Saneamento Básico: Decreto nº
10.430 de 20 de julho de 2020;
• Alocação de recursos públicos federais e financiamentos:
Decreto nº 10.588 de 24 de dezembro de 2020 e decreto nº 11.030
de 1º de abril de 2022;
• Metodologia de comprovação da capacidade econômico-
financeira dos prestadores de água e esgoto: Decreto Nº 10.710
de 31 de maio de 2021.
ü Cumprir e promover o cumprimento da
legislação do setor pelos prestadores de
serviços;
ü Gerar subsídios e participar das propostas
de atualização do marco legal.
Política pública
Planejamento do setor
PAPEL DO REGULADOR
ü Incentivar o atingimento das metas dos 
planos elaborados pelos prestadores 
regulados através de instrumentos 
regulatórios;
ü Monitorar as metas dos planos dos 
prestadores regulados em conjunto com 
o titular;
ü Difundir informações sobre a política
pública aos stakeholders do setor;
ü Gerar subsídios e participar das 
propostas de atualização dos planos de 
modo a contribuir com o atingimento 
das metas do PLANSAB.
Governança do regulador
PLANEJAMENTO 
ESTRATÉGICO
ESTRUTURA 
ORGÂNICA
FLUXOS DAS 
ATIVIDADES
GESTÃO DE 
PESSOAS
GESTÃO 
FINANCEIRA
INDEPENDÊNCIA 
E AUTONOMIA
RECURSOS 
TECNOLÓGICOS
PARTICIPAÇÃO 
POPULAR
AIR e ARR AGENDA 
REGULATÓRIA
Obrigada!
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CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo
MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil
mailto:cintia.vilarinho@lis-water.org
Referências
ABAR - Associação Brasileira de Agências de Regulação. Regulação saneamento básico 2019. Brasília: [s.n.], 2019. 54 p. 
ACERTAR. Home. Disponível em: <http://www.acertarbrasil.com/> Acesso em 17 set. 2022.
ADASA. Resoluções ADASA. Disponível em: <https://www.adasa.df.gov.br/legislacao/resolucoes-adasa> Acesso em 17 set. 2022.
ARES-PCJ. Resoluções ARES-PCJ Disponível em: <https://www.arespcj.com.br/conteudo/resolucoes-ares-pcj> Acesso em 17 set. 2022.
ARIS. Relatório de avaliação dos indicadores de desempenho de Penha. Disponível em: <https://www.aris.sc.gov.br/uploads/edital/4432/neBkQRC9tg-
oEP_ulLV8sWjWWXBvHPbQ.pdf> Acesso em 16 set. 2022.
ARSAE. Nota técnica CRE 12/2021 - Metodologia de reajustes tarifários da COPASA MG. Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/wp-
content/uploads/2021/06/NT_CRE_12_2021_Metodologia_Reajuste_PreCP23.pdf> Acesso em 16 set. 2022.
BoKIR - Body of Knowledge on Infrastructure Regulation. Home. Disponível em: <https://regulationbodyofknowledge.org/> Acesso em 16 set. 2022.
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências. Diário Oficial da União: 
República Federativa do Brasil, Brasília (DF): Imprensa Nacional, ano CXLIV, v. 1, n. 5, p. 3-7, 8 jan. 2007a.
BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Altera o marco legal do saneamento entre outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm> Acesso em 16 set. 2022.
ERSAR. Prémios e selos de qualidade dos serviços de águas e resíduos. Disponível em: <https://www.ersar.pt/pt/setor/premios-e-selos-de-qualidade> Acesso em
17 set. 2022.
OLIVEIRA, C. R.; GRANZIERA, M. L. M. (Org.) Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Indaiatuba, SP: Editora Foco, 2021. 216 p.
TAYLOR, C.M.; et al. Environmental regulation in transition - Policy officials' views of regulatory instruments and their mapping to environmental risks. Science of The
Total Environment. Volume 646, 1 January 2019, Pages 811-820. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2018.07.217
VILARINHO, C.M.R. Regulação do saneamento no Brasil - Contexto histórico, perspectivas e capacitação. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação
em Mestrado em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, Universidade Federal de Itajubá, Itabira, 2021. Disponível em: <https://www.feis.unesp.br/Home/Pos-
Graduacao/profagua/dissertacoesdefendidas/dissertacao-de-mestrado---cintia-vilarinho---cintia-maria-ribeiro-vilarinho.pdf> Acesso em 15 set. 2022.
http://www.acertarbrasil.com/
http://www.acertarbrasil.com/
http://www.adasa.df.gov.br/legislacao/resolucoes-adasa
http://www.arespcj.com.br/conteudo/resolucoes-ares-pcj
http://www.aris.sc.gov.br/uploads/edital/4432/neBkQRC9tg-
http://www.arsae.mg.gov.br/wp-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm
http://www.ersar.pt/pt/setor/premios-e-selos-de-qualidade
http://www.feis.unesp.br/Home/Pos-
CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo
MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil
Regulação do 
saneamento no Brasil
(aula 4)
Introdução
Necessidade legal de regulação do saneamento no Brasil
Quem deve exercer o papel de ente regulador?
Quais são os objetivos da regulação?
Quais normas devem ser elaboradas pelo regulador?
Política pública
Processo Regulatório
Instrumentos 
regulatórios
Governança do 
regulador
AULA 3
Instrumentos regulatórios
Comando e controle Instrumentos 
econômicos
Instrumentos
baseados em
informação
Apoio e capacitação Co-regulação Autorregulação
Instrumentos regulatórios
Exigir que os 
prestadores 
cumpram as 
regras, reforçadas 
com sanções nos 
casos de 
descumprimento.
Modelo mais 
adotado na 
regulação do 
saneamento 
básico no Brasil.
Instrumentos regulatórios
Estabelecer 
incentivos 
econômicos para 
estimular a 
melhoria da 
eficácia e 
eficiência dos 
serviços dos 
prestadores.
Usado em 
algumas agências 
reguladoras do 
setor.
Instrumentos regulatórios
Fornecer melhores 
informações aos 
usuários e outras 
partes interessadas 
do setor.
Usado em algumas 
agências 
reguladoras do 
setor.
Incentivado no 
Brasil pelo 
ACERTAR.
Instrumentos regulatórios
Melhorar o 
conhecimento e as 
habilidades dos 
colaboradores dos 
prestadores e 
stakeholders do 
setor para promover 
melhores práticas.
Usado 
sistematicamente 
em poucas agências 
reguladoras do setor 
(Guias, capacitações, 
entre outros).
Instrumentos regulatórios
Negociar com um 
grupo de prestadores 
um acordo sobre as 
metas que devem ser 
atingidas em relação 
a um problema 
regulatório.
Utilização 
desconhecida no 
setor no país.
Exemplo positivo no 
regulador de 
telecomunicações no 
Brasil.
Instrumentos regulatórios
Promoverou 
reforçar outras 
influências sociais 
para a criação de 
um ambiente de 
bom 
desempenho.
Usado em 
algumas agências 
reguladoras. Pode 
ser inspirada no 
regulador de 
Portugal do setor.
Considerações finais
Processo regulatório do saneamento básico no Brasil:
• É papel do regulador colaborar para o cumprimento e a melhoria das políticas públicas do setor;
• A governança deve estar na agenda prioritária de planejamento e discussão dos reguladores para 
promover estruturas capazes de um bom desempenho dos modelos regulatórios;
• Utilizar os instrumentos regulatórios de forma integrada para alcançar a eficácia e eficiência da
regulação.
Desafios emergentes:
• Objetivos do Desenvolvimento Sustentável;
• ANA e sua responsabilidades de emitir normas de referência, mediar conflitos e capacitação;
• Regulação forte para a evolução dos indicadores do setor (eficácia e eficiência);
• Modicidade tarifária como garantia do acesso aos serviços pela população de baixa renda.
Obrigada!
cintia.vilarinho@lis-water.org
CURSO 1 - A Regulação no Brasil e no Mundo
MÓDULO 3: Contexto histórico e criação de agências reguladoras de saneamento no Brasil
mailto:cintia.vilarinho@lis-water.org
Referências
ABAR - Associação Brasileira de Agências de Regulação. Regulação saneamento básico 2019. Brasília: [s.n.], 2019. 54 p. 
ACERTAR. Home. Disponível em: <http://www.acertarbrasil.com/> Acesso em 17 set. 2022.
ADASA. Resoluções ADASA. Disponível em: <https://www.adasa.df.gov.br/legislacao/resolucoes-adasa> Acesso em 17 set. 2022.
ARES-PCJ. Resoluções ARES-PCJ Disponível em: <https://www.arespcj.com.br/conteudo/resolucoes-ares-pcj> Acesso em 17 set. 2022.
ARIS. Relatório de avaliação dos indicadores de desempenho de Penha. Disponível em: <https://www.aris.sc.gov.br/uploads/edital/4432/neBkQRC9tg-
oEP_ulLV8sWjWWXBvHPbQ.pdf> Acesso em 16 set. 2022.
ARSAE. Nota técnica CRE 12/2021 - Metodologia de reajustes tarifários da COPASA MG. Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/wp-
content/uploads/2021/06/NT_CRE_12_2021_Metodologia_Reajuste_PreCP23.pdf> Acesso em 16 set. 2022.
BoKIR - Body of Knowledge on Infrastructure Regulation. Home. Disponível em: <https://regulationbodyofknowledge.org/> Acesso em 16 set. 2022.
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências. Diário Oficial da União: 
República Federativa do Brasil, Brasília (DF): Imprensa Nacional, ano CXLIV, v. 1, n. 5, p. 3-7, 8 jan. 2007a.
BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Altera o marco legal do saneamento entre outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm> Acesso em 16 set. 2022.
ERSAR. Prémios e selos de qualidade dos serviços de águas e resíduos. Disponível em: <https://www.ersar.pt/pt/setor/premios-e-selos-de-qualidade> Acesso em
17 set. 2022.
OLIVEIRA, C. R.; GRANZIERA, M. L. M. (Org.) Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Indaiatuba, SP: Editora Foco, 2021. 216 p.
TAYLOR, C.M.; et al. Environmental regulation in transition - Policy officials' views of regulatory instruments and their mapping to environmental risks. Science of The
Total Environment. Volume 646, 1 January 2019, Pages 811-820. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2018.07.217
VILARINHO, C.M.R. Regulação do saneamento no Brasil - Contexto histórico, perspectivas e capacitação. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação
em Mestrado em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, Universidade Federal de Itajubá, Itabira, 2021. Disponível em: <https://www.feis.unesp.br/Home/Pos-
Graduacao/profagua/dissertacoesdefendidas/dissertacao-de-mestrado---cintia-vilarinho---cintia-maria-ribeiro-vilarinho.pdf> Acesso em 15 set. 2022.
http://www.acertarbrasil.com/
http://www.acertarbrasil.com/
http://www.adasa.df.gov.br/legislacao/resolucoes-adasa
http://www.arespcj.com.br/conteudo/resolucoes-ares-pcj
http://www.aris.sc.gov.br/uploads/edital/4432/neBkQRC9tg-
http://www.arsae.mg.gov.br/wp-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm
http://www.ersar.pt/pt/setor/premios-e-selos-de-qualidade
http://www.feis.unesp.br/Home/Pos-
.
Curso 1: A regulação no Brasil e no Mundo
Módulo 4: A evolução da Administração 
Pública: os desafios do Estado regulador
Tema 1: Quais as principais mudanças na 
Administração Pública com a regulação?
JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA
• Professor Doutor de Direito Administrativo no Curso de Direito da 
Universidade Estadual Paulista - UNESP
• Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do 
Curso de Direito da UNESP.
• Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional 
em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua- UNESP.
• Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e 
Governança dos Serviços Públicos (www.regulacao.com.br)
• Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, 
Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas.
• Acesse algumas publicações em:
• https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira
1
TÓPICO
SMART REGULATION - REGULAÇÃO INTELIGENTE
2
TÓPICO
Transparência, eficiência e eficácia nos processos regulatórios
Smart Regulation – Regulação Inteligente, um conceito em transformação 
A Regulação é um tema que ultrapassa as relações que envolvem o serviço público – a regulação é um assunto que 
envolve, além dos serviços públicos, questões ambientais, de saúde pública, de economia, de mercado, de ensino, de 
profissões, de organização social e, ainda, um número significativo de outras atividades reguladas. 
A Regulação, portanto, pode ser definida como uma espécie de regras do jogo, na organização social.
A regulação também se transforma e se incorpora através de mecanismos concretos para atender situações 
problemáticas específicas – desenvolvendo-se através de mecanismos para determinar se a regulação atende 
eficientemente o resultado que se espera.
PRINCIPIOS ORIENTADORES DA REGULAÇÃO INTELIGENTE
- No contexto global em que se desenvolve o conceito, a regulação inteligente tem sido objeto de múltiplas 
transformações – a OCDE relaciona a regulação inteligente como um instrumento para fechar a lacuna política diferencial 
entre os diferentes instrumentos regulatórios para investir mais em avaliação e simplificação, principalmente nos 
procedimentos administrativos.
• Incorporação de múltiplos mecanismos com o objetivo de gerar resultados de qualidade.
• Melhoria dos resultados com um menor custo e repensar alternativas quando a atividade regulatória não seja mais 
adequada (estoque regulatório)
Instrumentos metodológicos importantes no conceito de regulação inteligente 
- A OCDE tem estruturado uma plataforma para construir um cenário de boas práticas regulatórias através da qual se 
analisa as tendências gerais e o marco institucional para a política regulatória, para gerar, inclusive, mais competição no 
mercado. 
- Análise de impacto regulatório (normativo)
- Lei das agências reguladoras (13.848/2019)
- Lei que institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (13.874/2019)
- Decreto regulamentador da AIR (10.411/2020)
- Processo de avaliação e identificação sistemática dos efeitos esperados nas propostas regulatórias, utilizando um 
método analítico e comparativo, baseado nos objetivos da política regulatória e de intervenção para alcançar 
modelos de qualidade.
- Redução ou eliminação dos riscos e a melhoria das análises de custos e benefícios da regulação (qual o resultado 
mais adequado? Regular ou não regular?).
Instrumentos metodológicos importantes no conceito de regulação inteligente 
Diretrizes Gerais e Guia de orientação para elaboração de AIR
- Identificação do problema normativo
- Identificação do objeto normativo
- Desenho das alternativas de solução
- Avaliação qualitativa e quantitativa da alternativa selecionada
- Impacto jurídico e econômico
- Impacto de oportunidades
Consultapública
• Uma das mais radicais transformações que experimentamos no direito administrativo em nossos dias foi a posição do 
cidadão frente a administração. 
• A Administração abandona a sua posição de superioridade e assume uma maior aproximação do cidadão, em busca 
da qualidade na gestão pública, com o objetivo de gerar mais informações disponíveis e impedir que 
particulares/Grupos de Pressão exerçam influência indevida (captura) sobre os propósitos de qualidade e de 
legitimidade das políticas públicas.
Instrumentos metodológicos importantes no conceito de regulação inteligente 
Instrumentos de participação social
Lei das Agências Reguladoras (13.848/2019) Controle Social 
Lei n. 13.460 de 2017 – Dispõe sobre a participação, proteção e defesa dos direitos dos usuários dos serviços 
públicos.
- CDC - aplicação da Lei de Proteção do consumidor (também na Lei 8.987/95)
- Acesso do usuário a informação/proteção de suas informações pessoais (lei n. 12.527/2011)
- Diretrizes no atendimento ao usuário dos serviços públicos
- Utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos. 
- Conselhos de usuários – órgãos consultivos
- Avaliação continuada dos serviços públicos
Agenda regulatória
• Programação de objetivos, eventos e circunstâncias que devem orientar a política regulatória. A Agenda deve ser 
concreta para cada projeto que se pretenda regular.
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) 
ART. 20 (..) A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. (AIR)
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, 
ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e 
administrativas. (AIR)
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que 
a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor 
aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre 
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de 
transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo 
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive 
no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, 
após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os 
interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
Obrigado!
Centro de Estudos de Regulação e Governança dos Serviços 
Públicos – www.regulacao.com.br
José Carlos de Oliveira
Jose.c.oliveira@unesp.br
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Curso 1: A regulação no Brasil e no Mundo
Módulo 4: A evolução da Administração 
Pública: os desafios do Estado regulador
Tema 2: A regulação pode incrementar 
eficiência à Administração Pública?
JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA
• Professor Doutor de Direito Administrativo no Curso de Direito da 
Universidade Estadual Paulista - UNESP
• Docente no programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do 
Curso de Direito da UNESP.
• Docente no programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional 
em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ProfÁgua- UNESP.
• Pesquisador Coordenador do Centro de Estudos em Regulação e 
Governança dos Serviços Públicos (www.regulacao.com.br)
• Advogado e Consultor Jurídico em Regulação de Serviços Públicos, 
Contratos de Concessão e Parcerias Público-Privadas.
• Acesse algumas publicações em:
• https://unesp.academia.edu/JoseCarlosdeOliveira
1
TÓPICO
GOVERNANÇA COMO PRESSUPOSTO DA 
EFICIÊNCIA (https://bityli.com/V7ogXj)
2 PLANO ESTRATÉGICO. PLANO DE GESTÃO E AGENDA REGULATÓRIA
GOVERNANÇA PÚBLICA
O QUE É GOVERNANÇA 
- O Decreto n. 9.203, de 22 de novembro de 2017, trata a governança pública como um “conjunto de mecanismos de 
liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de 
políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade”.
- OCDE. A boa governança é um meio para atingir um fim
PARA QUE SERVE UMA POLÍTICA DE GOVERNANÇA
- Fortalecer a confiança nas instituições públicas (legitimidade)
- Interesse público e interesse privado (Captura. Corrupção)
- Participação social – controle social
GOVERNANÇA PÚBLICA
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DE GOVERNANÇA
- Capacidade de resposta. 
- Atender às necessidades dos cidadãos
- Integridade
- Fortalecimento dos padrões morais de conduta e prevenção da corrupção
- Confiabilidade
- Capacidade de minimizar as incertezas. Processo de articulação e coordenação.
- Melhoria regulatória
- Avaliação de políticas e atos normativos em um processo transparente (AIR)
- Prestação de contas e responsabilidade (accountability)
- Controle social da atividade administrativa
- Ouvidorias
- Transparência
- OCDE. Governo aberto. Representa o compromisso com a divulgação de suas atividades, prestando 
informações confiáveis, relevantes e tempestivas à sociedade.
PRINCÍPIOS DA POLÍTICA DE GOVERNANÇA PÚBLICA
governança pública - conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para 
avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de 
serviços de interesse da sociedade
- Capacidade de Resposta 
- LINDB e a promoção da segurança jurídica
- D. 9.203/2017 Dispõe sobre a política de governança
- Decisão transparente. Que resolve o problema. Tempestividade.
- competência de uma instituição pública de atender de forma eficiente e eficaz às necessidades dos 
cidadãos, inclusive antevendo interesses e antecipando aspirações
- A governança responsiva exige que os servidores públicos atuem além das ordens e sejam 
proativos. Para fortalecer a capacidade de resposta do serviço público, a capacitação em áreas 
como inovação, foco no cliente e no cidadão, colaboração, gerenciamento de projetos, 
gerenciamento financeiro e negociação. 
- Acima de tudo, é preciso incutir um firme compromisso de servir os cidadãos
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PRINCÍPIOS DA POLÍTICA DE GOVERNANÇA PÚBLICA
- Integridade (Conduta ética. Padrões de honestidade)
- Lei n. 12.846/2013 Programa de compliance privado– lei anticorrupção 
- Lei n. 13.303/2016 Programa de compliance público
- OCDE - integridade pública refere-se ao alinhamento consistente e à adesão de valores, 
princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os 
interesses privados no setor público.
- O conteúdo do princípio remete, portanto, à busca do difícil equilíbrio entre a punição de 
gestores que se valem da máquina pública para defender fins privados e ilícitos e a preservação 
do necessário espaço para que agentes movidos pelo espírito público possam buscar soluções 
inovadoras – e, eventualmente, mais arriscadas – para satisfazer os interesses da sociedade.
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PRINCÍPIOS DA POLÍTICA DE GOVERNANÇA PÚBLICA
- Confiabilidade
- OCDE capacidade das instituições de minimizar as incertezas para os cidadãos nos ambientes 
econômico, social e político
- A primeira diretriz ligada ao princípio da confiabilidade prevê que a instituição deve “monitorar o 
desempenho e avaliar a concepção, a implementação e os resultados das políticas e das ações 
prioritárias para assegurar que as diretrizes estratégicas sejam observadas”
- Articular instituições

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