Educação física baseada em evidências 01

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Educação física baseada em evidências
Prof. Gustavo Waclawovsky
Descrição
Contextualização das principais estratégias que o profissional de educação física necessita saber para o domínio e atualização do conhecimento
baseado em evidências científicas.
Propósito
A compreensão do profissional de educação física sobre as estratégias de atualização de informações baseadas em evidência científica é
fundamental para auxiliá-lo na escolha da atividade corporal mais adequada para os seus beneficiários em âmbito formal e não formal.
Objetivos
Módulo 1
O método cientí�co e a educação física
Reconhecer as estratégias para a melhor escolha de informações na área da educação física.
Módulo 2
Bases de dados em saúde
Identificar as principais ferramentas de pesquisa para as informações baseadas em evidências científicas na área da educação física.
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Módulo 3
Informática e estatística aplicadas à educação física
Analisar as características das informações obtidas para aplicação em sua prática profissional.
Introdução
A Revolução Industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, proporcionou às pessoas a possibilidade de viver por meio de atividades com
menor exigência e empenho sob o ponto de vista do movimento, afastando o corpo humano das tarefas físicas árduas e da locomoção.
O “abandono do corpo” vivido ao longo dos séculos forçou o ser humano a quebrar a rotina sedentária em busca da prevenção ou tratamento de
fatores de risco à saúde, decorrentes, em sua maioria, do baixo gasto calórico diário. Atualmente, a maior parte das recomendações voltadas para a
prevenção ou tratamento de fatores de riscos cardiovasculares ou metabólicos envolvem hábitos de vida saudáveis, incluindo o aumento nos níveis
de atividades físicas diárias.
O movimento de globalização, que unifica o planeta, fez com que o ser humano quebrasse as barreiras culturais que antes limitavam a troca de
informações entre os países. Essa sensação de proximidade é viabilizada pelos sistemas de comunicação por telefone, televisão e internet. Ao lado
desse movimento saudável, existem os oportunistas que, visando ao status e lucratividade, aproveitam da necessidade do ser humano de obter
informações rápidas para promover conteúdo sem embasamento científico, colocando em risco a carreira dos profissionais de saúde em geral, bem
como a saúde dos seus beneficiários. Assim, vem sendo cada vez mais importante refletir sobre quais fontes de informações o profissional de
educação física deve buscar para coletar informações baseadas em evidências científicas dentro dos temas que envolvam saúde, doença e
movimento humano.
Assim, estudaremos as principais estratégias para a melhor escolha de informações na área do movimento humano, de modo a proporcionar o
conhecimento básico para uma ótima atividade profissional. Além disso, vamos conhecer os principais pontos e limitações das informações
obtidas, de maneira a possibilitar ao profissional a escolha das intervenções e recomendações mais apropriadas para cada beneficiário.
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1 - O método cientí�co e a educação física
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as estratégias para a melhor escolha de informações na área da educação
física.
Conceitos e evolução histórica
Atividade pro�ssional baseada em evidências
Inicialmente, para discutir as atividades realizadas pelo profissional de educação física, sejam elas realizadas em ambiente escolar, no tratamento
não farmacológico de uma doença, no aprimoramento do condicionamento físico ou mesmo em padrões estéticos, é importante entender a
diferença entre atividade física e exercício físico.
Exercício físico ao ar livre.
A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que cause dispêndio energético acima das
demandas de repouso. Um subconjunto da atividade física dado sob o termo exercício físico diferencia-se da atividade física por ser planejado,
estruturado e repetitivo e ter como objetivo final ou intermediário a melhora ou manutenção do condicionamento físico. A partir desses conceitos,
vamos entender parte da história da educação física e os seus primeiros passos na busca de evidências científicas para direcionar a sua atuação.
Dentre as atividades envolvendo o corpo em movimento ao longo da história, uma das mais praticadas pelo ser humano antigo foi a dança. Utilizada
como forma de demonstrar as suas qualidades físicas e de expressar os seus sentimentos, já era praticada por praticamente todos os povos há
mais de 60.000 anos antes de Cristo.
A dança, em sua forma primitiva, podia ter características lúdicas, bem como um caráter ritualístico, com demonstrações de alegria pela caça e
pesca bem-sucedida ou a comemoração de qualquer evento que merecesse destaque.
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Aula de dança.
Comportamentos que independeram do nível cultural também eram bem utilizados, sendo o jogo um deles. A análise mais apurada do corpo em
movimento realizada em formato de jogo foi aprimorada e registrada por meio da escrita ao longo de sua história, induzindo os historiadores a
acreditar que apresentava finalidades de ordem guerreira, terapêutica, esportiva e educacional. Entretanto, antes da era moderna, na transição do
modo de produção feudal para o modo de produção capitalista, não podemos descrevê-la como científica, mas era uma atividade empírica.
Saiba mais
A Revolução Industrial e a produção capitalista, a partir da segunda metade do século XVIII, proporcionaram ao ser humano viver com menos
exigência do ponto de vista físico e empenho em atividades com maior demanda energética, afastando o corpo humano das tarefas árduas e da
locomoção. Com o crescimento das cidades e a consequente diminuição dos espaços livres, houve a limitação de locais apropriados para
realização de exercícios físicos, o que, juntamente ao agravamento dos problemas de saúde decorrente dos baixos níveis de movimentos corporais,
aumentou os atendimentos médicos e hospitalares.
Em função dos serviços prestados pelos profissionais de educação física à saúde, o exercício físico foi incluído nos currículos escolares.
Concomitantemente, foi a partir de conhecimentos sobre anatomia, fisiologia e outras disciplinas trazidas da medicina que os profissionais de
educação física adquiriram status profissional. Desde então, observa-se que as universidades que disponibilizam o curso de educação física
geralmente o incluem em seu instituto de ciências da saúde.
Desde a Antiguidade Clássica, muitos pensadores consideraram o exercício físico, chamado de ginástica na época, uma ciência. Aristóteles, quando
a ela se referia, chamava de ciência da ginástica. Quando as ciências começaram a se desvincular da filosofia, muitas considerações foram feitas
sobre o real significado do que era ciência.
Curiosidade
Etimologicamente, a palavra vinda do latim (scientia) significa “conhecimento”. Podemos dizer que a ciência é uma forma sistemática de aquisição
de conhecimentos, baseada em um método objetivo e bem definido, conhecido como método científico. A ciência tem como objetivo, descrever e
explicar fatos e fenômenos da natureza, de maneira que seja possível formular teorias, previsões e leis. O conhecimento científico é convertido em
processos, produtos e dispositivos que têm a função de promover o avanço tecnológico, a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento da
humanidade.
O crescimento donúmero de estudos científicos publicados na área da medicina entre os anos de 1980 e 1990 trouxe dificuldades na identificação
de informações relevantes por parte dos médicos clínicos. Além disso, a experiência individual do médico e os conhecimentos trazidos pelas
disciplinas básicas do curso de medicina, como a etiopatogenia, a fisiopatologia e a farmacologia se revelaram, frequentemente, uma fonte de erros
clínicos grosseiros. Consequentemente, surgiu a necessidade de pesquisar a literatura de forma mais eficiente e criteriosa e utilizar metodologias
adequadas para a exploração das evidências científicas mais adequadas.
Partindo disso, surgiu a expressão medicina baseada em evidência na McMaster University School of Medicine em 1990, na qual os estudantes
aprendiam a conhecer as evidências que poderiam auxiliar na prática clínica, identificar a robustez dessas evidências e a força dos resultados
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encontrados. A estratégia adotada exigia um delineamento claro das questões relevantes, uma pesquisa cuidadosa da literatura relacionada com as
questões formuladas, uma avaliação crítica das evidências e da sua aplicabilidade à situação clínica, bem como uma aplicação equilibrada das
conclusões ao problema clínico.
Tendo em vista que a educação física, em parte, depende de conhecimentos trazidos da medicina e áreas afins, como a fisiologia e a fisiopatologia
do exercício e medicina do esporte, a necessidade de identificar informações baseadas em evidências científicas também se faz necessária.
Exemplo
Os estudos científicos realizados na década de 1980 pelo médico Kenneth Cooper impulsionaram o exercício físico, mais precisamente o exercício
aeróbico, e foram base para vários outros no decorrer dos anos. Os resultados de Cooper demonstravam claramente os benefícios do exercício
aeróbico para a saúde cardiorrespiratória, chamando a atenção dos clubes esportivos e da população como um todo. Os métodos preconizados
pelo Dr. Kenneth Cooper tornaram-se tão populares a ponto de correlacionarem a atividade de corrida ao médico. Pergunte para a geração que viveu
nos anos 1980 se eles não faziam um “cooper” (uma corrida em velocidade constante e longa duração) quando eram mais jovens.
Assim, podemos entender que a educação física baseada em evidência científica como algo indispensável para uma prática eficaz, depende muito
do conhecimento de metodologia científica, ferramentas apropriadas para a busca de informações e boa interpretação dos resultados.
Saúde baseada em evidências
Neste vídeo apresentaremos um breve histórico da prática profissional baseada em evidências no ramo da Educação Física.
Educação física e ciência
Metodologia cientí�ca aplicada à educação física
Antes de discutirmos como o profissional de educação física deve criar a sua estratégia de busca de informações confiáveis, é de fundamental
importância conhecer os principais pontos para o desenvolvimento de um estudo científico. Inicialmente, os pesquisadores desenvolvem os
critérios que envolverão a pesquisa, chamados de estratégia PICOS (P= população; I= intervenção; C= comparador; O= outcome [resultados]; S=
study = [estudo]). Vamos exemplificar para melhor compreensão.
Quando um pesquisador faz uma busca por dados científicos com as ferramentas apropriadas, tenta encontrar uma resposta para a sua dúvida, o
que pode ser também chamado de problema de pesquisa. O pesquisador, após a sua insistente busca, não encontra a resposta apropriada, pois
ninguém até aquele momento tinha desenvolvido uma pesquisa envolvendo aquele tema. Com isso, ele desenvolve um projeto de pesquisa com o
objetivo de encontrar respostas para sua dúvida. Veja um exemplo:
O treinamento físico isométrico é capaz de reduzir a pressão arterial de pessoas idosas com hipertensão arterial?
Diante disso, podemos estruturar os critérios PICOS da pesquisa:
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Estipulados os critérios PICOS, a etapa seguinte envolve discutir se o problema de pesquisa escolhido cobre os requisitos trazidos pelo acrônimo
FINER: factível, interessante, novo (inovador), ético e relevante.
P = população
Idosos (> 60 anos de idade) de ambos os sexos que apresentam hipertensão arterial sistêmica controlada (uso de medicação) por
mais de 1 ano.
I = intervenção
Treinamento físico isométrico para membros inferiores.
C = comparador
Um grupo controle sem treinamento físico (manter hábitos diários).
O = resultados
Pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica.
S = estudo
Ensaio clínico randomizado.
Factível
Tem o número adequado de idosos hipertensos; os envolvidos na pesquisa apresentam domínio técnico dos instrumentos e
equipamentos que serão utilizados; é viável em termos de tempo e custos.
Interessante
Para o pesquisador e para a população.
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Concomitantemente ao desenvolvimento dos critérios PICOS e FINER, outras questões devem ser bem estipuladas. A primeira é definir quais serão
os critérios de inclusão (características dos voluntários) e exclusão (fatores que vão confundir os resultados ao final da pesquisa) que determinarão
a população a ser estudada. Vamos exemplificar seguindo o tema descrito acima, “exercício isométrico na pressão arterial de sujeitos idosos”. Para
uma pesquisa como essa, podemos adotar os seguintes critérios:
Critérios de inclusão
Homens e mulheres com idade igual ou acima de 60 anos.
Ter o diagnóstico médico de hipertensão arterial sistêmica por mais de 1 ano.
Fazer uso de medicação anti-hipertensiva.
Critérios de exclusão
Apresentar outras doenças cardiovasculares, além da hipertensão.
Ser fumante.
Ter alguma lesão que impossibilite realizar o exercício proposto.
Praticar exercício físico regular (≥ 2 dias por semana).
Outros detalhes também fazem parte da estrutura descritiva em uma pesquisa, como:
Local onde vão recrutar os sujeitos;
Como será realizada a divulgação da pesquisa;
Quais são os instrumentos e equipamentos necessários;
Quais as análises estatísticas que serão utilizadas para obtermos os resultados da pesquisa;
Local onde será realizada a pesquisa;
Como será organizado o cronograma.
Isso tudo será organizado de forma lógica, objetiva e eficiente para ser apresentado para a avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
instituição. Somente após a aprovação do CEP será permitido ao pesquisador iniciar a pesquisa.
Novo
Auxilia estudos anteriores e fornece novos achados.
Ético
Cumpre as normas de pesquisa com base nas resoluções 196/96 e 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.
Relevante
Agrega conhecimento científico.
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É importante ressaltar que a meta da pesquisa é inferir (saber), a partir dos resultados do estudo, sobre a verdadeira resposta que a sua intervenção
(exemplo: exercício isométrico) proporciona naquela população (exemplo: idosos hipertensos). Podemos citar dois tipos principais de inferências
envolvidas na interpretação de uma pesquisa científica:
1. Primeira inferência: Refere-se à validade interna, ou seja, até que ponto estão corretas as conclusões do pesquisador sobre o que realmente
ocorreu em sua pesquisa.
2. Segunda inferência: Refere-se à validade externa, também denominada capacidade de generalização, ou seja, o quanto as conclusões se aplicam
às pessoas que não participaram do estudo.
É importante que o profissional de educação física obtenha um domínio básico de como são estruturadas as pesquisas científicas para, assim,
conseguir fazer a sua buscacom o máximo de qualidade e confiança. Para auxiliar ainda mais nesse contexto, o entendimento dos delineamentos
das pesquisas científicas também se faz necessário para obter informações e direcioná-las corretamente ao seu beneficiário na prática diária. É
isso o que veremos a seguir.
Método cientí�co e educação física
Neste vídeo apresentaremos a construção de uma palavra-chave a partir da estratégia PICOS, os critérios de inclusão e os critérios de exclusão.
Delineamentos de pesquisas
Delineamentos de estudos comuns na área de educação física
O delineamento dos estudos deve estar de acordo com aquilo que se pretende demonstrar com a pesquisa. Veja, a seguir, alguns tipos de estudos
comuns na área de saúde e na área da educação física.
Estudos transversais
No estudo transversal, todas as medições são feitas em uma única ocasião ou durante um curto período, como se fosse uma fotografia. Um dos
pesquisadores sorteia uma amostra (número de pessoas predeterminado) da população (local onde será realizada a pesquisa) e examina as
distribuições das variáveis (aquilo que quer ser medido) dentro dessa amostra, designando as variáveis preditora (aquilo que pode causar a situação
investigada) e de desfecho (a situação investigada) com base na plausibilidade biológica e em informações de outras fontes.
Exemplo
Se o pesquisador estiver interessado em estudar a relação entre a circunferência da cintura acima dos valores recomendados e a pressão arterial
sistêmica em idosos, ele poderia medir essas variáveis (cintura e pressão arterial) em cada participante em uma única visita à clínica geriátrica da
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cidade e avaliar se os idosos com maior circunferência da cintura têm maior probabilidade de apresentarem hipertensão arterial sistêmica.
Exemplo de aplicabilidade: com a informação de um estudo transversal, o profissional de educação física pode apenas descrever para o seu
beneficiário que tem interesse em colocar o seu familiar na clínica geriátrica da cidade, que os idosos com estadia na tal clínica que apresentam
valores de circunferência da cintura acima do recomendado, apresentam alta prevalência de hipertensão arterial. Contudo, é limitada a dedução de
que foi o aumento na circunferência da cintura dos idosos durante a sua estadia na clínica geriátrica que levou ao desenvolvimento de hipertensão.
Estudo de coorte
Coorte é um grupo de sujeitos especificados no início do estudo e seguidos ao longo do tempo. O estudo de coorte pode ser prospectivo ou
retrospectivo. Nas pesquisas de coorte prospectiva, seleciona-se uma amostra de sujeitos e medem-se em cada sujeito características que poderão
predizer desfechos subsequentes. A partir daí, esses sujeitos são acompanhados ao longo do tempo por meio de medições periódicas dos
desfechos de interesse.
Exemplo
Seguindo o exemplo anterior, o pesquisador faz em cada idoso da clínica geriátrica a medição da circunferência da cintura e da pressão arterial
sistêmica e, a cada 6 meses, retorna à clínica para realizar estas medições durante 3 anos. Com os dados de circunferência da cintura e valores de
pressão arterial coletados no início da pesquisa, o pesquisador tem como verificar se, ao longo de 3 anos, o aumento na circunferência da cintura
determinou novos casos (incidência) de hipertensão arterial sistêmica nos idosos da clínica.
Em relação à pesquisa de coorte retrospectiva, pode-se dizer que difere do delineamento prospectivo pelo fato de que as medições iniciais e ao
longo do tempo ocorrem no passado. Esse tipo de pesquisa só é possível se houver dados disponíveis sobre as variáveis, como um banco
eletrônico de dados. Seguindo na clínica geriátrica, um exemplo seria utilizar os dados de circunferência da cintura e de pressão arterial sistêmica
que foram coletados e armazenados no sistema da clínica ao longo de 3 anos.
Exemplo de aplicabilidade: o profissional de educação física pode descrever para o seu cliente que tem interesse em colocar o seu familiar na
clínica geriátrica, que seria importante verificar as questões relacionadas à alimentação e atividade física disponível no local, porque o aumento da
circunferência da cintura dos idosos ao longo de sua estadia na clínica determina risco elevado para o desenvolvimento de hipertensão arterial
sistêmica.
Contudo, a dedução, mesmo sendo melhor que o delineamento transversal, nos coortes prospectivos, ainda apresenta limitações decorrentes dos
fatores de confusão, como, por exemplo, a qualidade da alimentação, níveis diários de atividade física e histórico familiar. Já para os coortes
retrospectivos, a dúvida sobre como foram coletados os dados e o número de dados incompletos são pontos fracos desse delineamento.
Estudos de caso-controle
A pesquisa caso-controle começa com a seleção de uma amostra de sujeitos com o desfecho (exemplo: idosos com hipertensão arterial), na qual
estes serão os casos e outra amostra de sujeitos sem o desfecho (exemplo: idosos normotensos), o controle. Determinado isso, o pesquisador
compara os níveis das variáveis preditoras (fatores que poderiam causar a hipertensão) nas duas amostras (casos e controles) para determinar
quais delas estão associadas à hipertensão.
Exemplo
O pesquisador agora reúne um grupo de idosos hipertensos (casos) e um grupo de idosos normotensos (controles). Então, o pesquisador busca em
cada grupo dados sobre o consumo diário de sal e de gasto calórico para estimar como esses dois fatores afetam o risco de desenvolver
hipertensão arterial sistêmica.
Os estudos de caso-controle são retrospectivos. O pesquisador identifica um grupo de sujeitos com a doença e outro sem, e então olha para o
passado para identificar diferenças nas variáveis preditoras que possam explicar por que os casos desenvolveram a doença e os controles não.
Exemplo de aplicabilidade: o profissional de educação física pode descrever para o seu cliente que tem interesse em colocar o seu familiar na
clínica geriátrica e que seria importante criar estratégias para esse familiar se movimentar bastante em sua estadia. Essa recomendação se justifica
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diante dos resultados da pesquisa, que demonstraram que os níveis baixos de atividade física diária dos idosos da clínica proporcionaram maior
chance para o desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica.
Os estudos de caso-controle não podem produzir estimativas sobre os novos casos de hipertensão (incidência) ou
quantos sujeitos da clínica geriátrica (prevalência) apresentam hipertensão, pois envolvem um número estipulado
de idosos da clínica, e não a sua população total.
Ensaio clínico
No ensaio clínico, o pesquisador aplica uma intervenção e observa os seus efeitos sobre um ou mais desfechos. A principal vantagem de um ensaio
clínico em relação a um estudo observacional (transversal, coorte e caso-controle) é sua capacidade de demonstrar causalidade, ou seja, qual o
efeito provocado pela intervenção.
Exemplo
Aplicar em um número predeterminado de idosos da clínica geriátrica da cidade 3 sessões semanais de exercícios isométricos, durante 3 meses,
para verificar o efeito desse exercício na pressão arterial sistêmica. Para afirmar que foi o exercício isométrico que proporcionou o resultado
encontrado, o pesquisador necessita de um grupo comparador, nesse caso, um grupo controle, que não será submetido a qualquer tipo de exercício,
apenas mantendo seus hábitos diários.
Para minimizar a influência de variáveis confundidoras, ou seja, de outros fatores que poderiam influenciar os resultados (idade, índice de massa
corporal, nível de atividade física), o pesquisador deve direcionar os participantes da pesquisa para um dos dois grupos de forma aleatória
(randomizada), como, por exemplo,um sorteio, o que proporciona maior confiança nos resultados.
O direcionamento das coletas e análise dos dados por pesquisadores que não sabem em qual grupo o voluntário foi alocado e participou é
chamado de cegamento, sendo este importante para impedir o direcionamento dos dados para uma determinada direção. Entretanto, o cegamento
dos voluntários em pesquisas envolvendo exercício físico ou alimentação é impossível, na maioria das vezes.
Outra questão importante que determina se os resultados podem ser generalizados ou não é o número de sujeitos analisados na pesquisa. Caso o
cálculo do número de sujeitos necessários para participarem da pesquisa não tenha sido feito previamente, ou não alcance o esperado, os
resultados poderão servir apenas como uma hipótese que pode ou não ser confirmada quando aplicada na prática.
Exemplo de aplicabilidade: após ler um ensaio clínico, o profissional de educação física pode justificar para o seu cliente idoso com hipertensão
arterial sistêmica que o treinamento físico isométrico é capaz de trazer benefícios à pressão arterial e, por isso, ele incluirá essa modalidade em seu
treinamento. Contudo, é de extrema importância que o profissional seja crítico quanto às variáveis confundidoras.
Como demonstrado, para alcançar uma informação baseada em evidência científica, o profissional de educação física necessita de conhecimentos
básicos sobre como são estruturadas as pesquisas científicas. Saber identificar fatores como o delineamento, critérios de inclusão e exclusão,
randomização, cegamento e cálculo amostral auxilia o profissional a decidir qual informação e treinamento são mais apropriados para cada
situação, além de proporcionar uma visão crítica aos discursos falaciosos veiculados em diversas mídias.
Delineamentos de estudos
Neste vídeo abordaremos os diferentes delineamentos apresentados e apresentaremos artigos na íntegra com maior profundidade sobre os
estudos transversais e o ensaio clínico.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A busca por evidências científicas é fundamental para a tomada de decisão do profissional de saúde. Contudo, esse foi um movimento iniciado
na medicina identificado como “medicina baseada em evidência”, criado na McMaster University School of Medicine, em 1990. Entre as opções
a seguir, escolha aquela que apresenta a finalidade do movimento medicina baseada em evidência proposto na ocasião.
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EDiante%20do%20crescimento%20do%20n%C3%BAmero%20de%20estudos%20cient%C3%ADficos%20publicados%20na%20%C3%A1re
Questão 2
A prática profissional baseada em evidência depende do reconhecimento dos principais tipos de estudos, seus respectivos delineamentos e o
que, de fato, é possível afirmar de acordo com suas inferências. A esse respeito, assinale a opção que apresenta quais são os principais
delineamentos na pesquisa científica.
A Pesquisar a literatura de forma mais simplificada para utilizar as afirmações de maneira rápida.
B
Pesquisar a literatura de forma eficiente e criteriosa por metodologias adequadas para a exploração das evidências
científicas.
C Saber identificar quais informações trazidas pela mídia e redes sociais são as mais adequadas para os clientes.
D Pesquisar na internet de forma eficiente e criteriosa para saber identificar o que é fake news.
E Facilitar o desenvolvimento de pesquisa na educação física e inseri-la na área da saúde nas universidades.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3ENo%20estudo%20transversal%2C%20todas%20as%20medi%C3%A7%C3%B5es%20s%C3%A3o%20feitas%20em%20uma%20%C3%BAn
controle%2C%20o%20pesquisador%20identifica%20um%20grupo%20de%20sujeitos%20com%20a%20doen%C3%A7a%20e%20outro%20sem%2C%20
2 - Bases de dados em saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as principais ferramentas de pesquisa para as informações baseadas em
evidências cientí�cas na área da educação física.
Educação física baseada em evidências: paradigmas e pilares
A Transversal, vertical, linear e clínico.
B Paralelo, randomizado, caso-controle e ensaio clínico.
C Cegado, paralelo, coorte e transversal.
D Randomizado, linear, paralelo e transversal.
E Transversal, coorte, caso-controle e ensaio clínico.
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Informações relevantes para busca de evidências
A rede mundial de computadores, chamada de internet, surgiu por volta de 1960, em instituições militares e governamentais nos Estados Unidos. A
preocupação na época era que, em caso de guerra, existisse um meio de comunicação que pudesse ser utilizado para troca de informações. Para
isso, foi necessário criar uma rede para que locais diferentes, próximos ou distantes, pudessem trocar informações.
Este é um conceito que se mantém na internet atual, em que equipamentos eletrônicos distintos, em diversos lugares do mundo, trocam
informações de maneira rápida e simples. Entre as informações obtidas que utilizam esse avanço tecnológico, estão as informações que utilizamos
em nossa rotina de trabalho. Isso não quer dizer que o profissional de educação física não possa sanar as suas dúvidas via material físico, como
livros, trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado ou teses de doutorado, contudo, cada um necessita de atenção individualizada e
boa interpretação das informações.
O fato de o profissional de educação física ter acesso às informações ainda não garante que as decisões e ações
realizadas serão sempre acertadas ou estarão corretas. Mesmo quando temos acesso a informações pertinentes e
confiáveis, ainda assim, se mantém presente a incerteza.
Para o profissional identificar quais informações são necessárias, ele deve fazer perguntas que o permitam conhecer a situação que quer expor ao
seu beneficiário e definir quais são os objetivos que pretende alcançar, isto é, o caminho a ser percorrido para alcançar os objetivos pretendidos. São
as perguntas que indicam quais informações o profissional de educação física precisa obter. Assim, o grande desafio não é somente ter acesso às
informações.
Primeiro, e principalmente, é preciso saber perguntar. A partir de perguntas, buscam-se as informações capazes de subsidiar, com o menor grau de
incerteza, as decisões sobre as ações a serem aplicadas, para que sejam alcançados os objetivos, tanto do cliente como do profissional prestador
do serviço. Alguns cuidados adicionais devem ser levados em consideração quando o profissional busca informações baseadas em evidências
científicas, veja:
Saber o formato em que as informações são apresentadas
Atualmente, toda a informação produzida pode ser apresentada em mais de um formato, permitindo que o profissional de educação física escolha
de que maneira ela será efetivamente utilizada (livros, diretrizes, artigo científico, videoaula, outros). Entretanto, seria importante, para análise da
veracidade da informação, buscar saber se o conteúdo obtido aparece em outros formatos.
Buscar sites con�áveis
Existem sites específicos para armazenar informações científicas. Quando o assunto envolve o tema saúde, independentemente da área, o maior
volume desses materiais está na língua inglesa e, caso o profissional de educação física tenha dificuldade na compreensão, existem excelentes
ferramentas de tradução para auxiliá-lo, não sendo esse um obstáculo para a busca de informações confiáveis.
Veri�car a formação acadêmicade quem trouxe a informação
Em alguns casos, encontramos informações vindas de sujeitos com formação fora da área da educação física, embasadas muitas vezes em leituras
prévias que não são divulgadas ou, quando descritas, são interpretadas de maneira equivocada. Essas informações devem ser cuidadosamente
utilizadas na prática profissional, pois podem causar danos à saúde do cliente, bem como interferir negativamente na carreira do profissional
prestador do serviço. Tome cuidado, em redes sociais, algumas pessoas falam e não possuem sequer a graduação que é a formação básica em
saúde.
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Saber a titulação do sujeito que escreveu sobre o assunto
É importante saber a titulação (especialização, mestrado, doutorado) de quem escreveu sobre o assunto. Esse fato propicia ao profissional de
educação física ter maior confiança na informação, pois quanto maior a titulação, maior o tempo de envolvimento com a pesquisa científica e,
consequentemente, é de se esperar, maior capacidade crítica do autor do texto.
Buscar a atuação pro�ssional ou de pesquisa do autor
Saber o histórico profissional do sujeito que escreveu o conteúdo se faz necessário. Algumas informações necessitam de autores que apresentam
uma linha de trabalho bem estabelecida, como, por exemplo, o treinamento de força, para falar sobre tal modalidade. No entanto, se queremos obter
conteúdo para trabalhar com um cliente idoso, pouco adianta obter as informações de pesquisadores que trabalharam a sua carreira inteira com a
população pediátrica. A plataforma Lattes é uma excelente fonte para verificação dos currículos dos pesquisadores.
Saber se o material descrito é traduzido
Independentemente do material obtido para estudo, saber se ele foi traduzido corretamente para o português ajuda o profissional de educação
física a obter uma informação mais atualizada e/ou confiável. Ressaltamos que muitos dos materiais na área da educação física vêm de
publicações estrangeiras, mesmo sendo os autores brasileiros. Assim, verificar se o material foi traduzido por alguém com expertise na área
minimiza a chance de erros de interpretação e corte de informações, tornando, assim, a informação mais confiável.
Optar por informações recentes
A ciência e o volume de publicações crescem a cada ano e, com isso, a informação de ontem muitas vezes já está ultrapassada. Na educação física
não é diferente, mas claro que algumas questões permanecem ao longo do tempo. Contudo, buscar fontes de informações mais recentes, em geral
dos últimos 3-5 anos, pode auxiliar o profissional de educação física a aplicar métodos mais eficazes ou menos trabalhosos para obter a
informação ou resultado desejado.
Exemplo
As informações obtidas de livros, principalmente quando traduzidos de línguas estrangeiras. Isso porque, em geral, a tradução para a língua
portuguesa se faz após 2 anos do lançamento do livro no país de origem, além de todo o processo de edição, fazendo com que os estudos dos
quais foram retiradas as informações muitas vezes estejam ultrapassados.
A relevância das informações
Neste vídeo apresentarmos os paradigmas e pilares para verificação da relevância das evidências científicas confiáveis.

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Fontes de evidências cientí�cas para a educação física
Buscando por evidências
Como vimos, há a necessidade de o profissional de educação física conhecer o básico de metodologia científica e de características, muitas vezes
ocultas, do autor da informação para, assim, minimizar os erros em sua atuação junto ao beneficiário. No entanto, estruturar a estratégia de busca
da informação é parte importante do processo, pois permite encontrar a informação de maneira mais rápida e com maior confiabilidade.
Inicialmente, o profissional de educação física deve se preocupar em definir o assunto (tema) que pretende buscar. Caso não tenha familiaridade
com o assunto escolhido, uma ótima opção é buscar por artigos de revisão, nos quais os autores trazem inúmeras informações sobre o ponto
escolhido.
O segundo passo é delimitar os descritores (palavras) para a busca, deixando apenas palavras-chaves mais específicas e que vão ao encontro da
estratégia PICOS previamente determinada. Ao fazer isso, o profissional de educação física restringe seu tema, obtendo respostas para um único
assunto, em um grupo específico, em um período, em uma causa ou um efeito, em um argumento ou ponto de vista específico.
O vocabulário estruturado e trilíngue em português, espanhol e inglês está disponível nos Descritores em Ciências da Saúde, ou simplesmente DeCS,
criado pela BIREME para servir como uma linguagem única na indexação de artigos de revistas científicas, livros, anais de congressos, relatórios
técnicos e outros documentos.
Exemplo
A partir do PICOS, delimitar a busca por palavras encontradas na DeCS: (população) pré-hipertensão; (intervenção) treinamento Isométrico;
(comparador) treinamento aeróbico; (outcome = resultado) pressão arterial; (study = tipo de estudo) ensaio clínico.
Assim, a busca direcionará de forma mais específica as pesquisas científicas para a sua pergunta:
Os operadores utilizados na maioria das fontes de informação são:
O exercício isométrico é melhor que o exercício aeróbico para reduzir a pressão arterial
em sujeitos pré-hipertensos?
Resposta
É importante ressaltar que, para melhorar a busca ainda mais, são utilizados operadores booleanos para relacionar termos ou palavras em
uma pesquisa. Eles combinam dois ou mais assuntos, nomes ou palavras, de um ou mais campos de busca.
E (AND)
Utili d l i l t ( l é hi t ã E t i t i ét i ) A i b á li d

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Se for utilizado mais de um operador booleano, é importante utilizar os parênteses para separar a ação de cada operador. Utilizando o exemplo
acima, a busca poderia ficar:
(pré-hipertensão OU hipertensão) E (treinamento isométrico OU isometria OU exercício isométrico) E (pressão arterial OU pressão arterial sistólica
OU pressão arterial diastólica).
Rotacione a tela. 
O terceiro e último ponto, seria definir o período das publicações (ano). Claro que isso vai depender do objetivo da busca, no entanto, a estratégia de
delimitar o período que você deseja pesquisar nas bases de dados diminui consideravelmente a quantidade de documentos recuperados. As bases
de dados costumam ter campos específicos para delimitação do período.
As bases de busca
Agora que já foi discutida a importância de criar estratégias de busca corretas para obter informações baseadas em evidências científicas, vamos
conhecer algumas das principais bases de dados e portais utilizados na área da saúde em nível nacional e internacional. Assim, o profissional de
educação física pode tranquilamente utilizá-las para obter a informação desejada.
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)
A Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) é promovida e coordenada pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde ‒ OMS
por meio do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME). O objetivo da BVS é criar estratégias que resultem
em cooperação técnica em informação científica em saúde na região da América Latina e Caribe e extensível a outras regiões em desenvolvimento.
Utilizado para relacionar palavras ou termos (exemplo: pré-hipertensão E treinamento isométrico). Assim, a busca será realizada
utilizando os dois termos.
NÃO (AND NOT)
Utilizado para excluir palavras ou termos (exemplo: pré-hipertensão NÃO treinamento isométrico). Assim, a busca será realizada
utilizando somente o primeiro termo (pré-hipertensão), excluindo o “treinamentoisométrico”.
OU (OR)
Utilizado para somar palavras, termos ou nomes (exemplo: treinamento isométrico OU isometria). Assim, será feita a busca
independentemente de os autores terem utilizado para caracterizar a sua intervenção o termo “treinamento isométrico” ou “isometria.
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Portal da Biblioteca Virtual em Saúde.
LILACS
Produzida pela BIREME desde 1982, a Literatura Latinoamericana en Ciencias de la Salud (LILACS) acolhe artigos científicos produzidos em 27
países da América Latina e do Caribe. Na LILACS podemos encontrar filtros importantes para restringir a busca. Os filtros disponibilizados são: base
de dados, assunto principal, tipo de estudo, idioma e intervalo de ano de publicação.
Portal LILACS.
Scienti�c Electronic Library Online (SciELO)
A SciELO tem como proposta aumentar a visibilidade, a acessibilidade e a credibilidade nacional e internacional da publicação científica da América
Latina e Caribe, por meio da publicação integrada na internet de coleções nacionais ou regionais de periódicos científicos. Na SciELO, também
podemos utilizar alguns filtros disponibilizados para refinar a pesquisa do profissional de educação física e aumentar o índice de precisão.
Portal Scielo.
Portal Saúde Baseada Em Evidências
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Criado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), o Portal Saúde
Baseada em Evidências (Portal SBE) disponibiliza acesso a conteúdo e evidências científicas revisadas e referenciadas. Temas nas áreas da
biologia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, medicina, nutrição, odontologia,
psicologia e serviço social podem ser encontrados no site.
Importante ressaltar que para acessar o portal, o profissional precisa fazer o cadastro no SABIÁ, sendo este criado com a missão de simplificar o
acesso às três plataformas disponibilizadas no Portal SBE.
Portal de periódicos Capes
O portal de periódicos da Capes está disponível para acesso direto ou por meio de convênios com as principais universidades do país. O portal foi
criado pela Capes no ano 2000, sendo um dos maiores acervos de acesso a textos científicos do mundo. Você pode encontrar no portal da Capes
textos completos e artigos científicos selecionados de mais de 20.000 revistas científicas nacionais e internacionais.
Portal Capes.
Educational Resources Information Center (ERIC)
A base de dados da área da educação e temas relacionados ERIC é patrocinada pelo departamento de Educação dos EUA. Nela, o professor de
educação física pode ter acesso a conteúdo de revistas científicas, anais de congressos, conferências, documentos governamentais, teses,
dissertações, relatórios, mídia audiovisual, livros e monografias. Essa base se torna muito importante para os alunos das licenciaturas.
Portal ERIC.
Cochrane Library
Na Cochrane Library (Biblioteca Cochrane) pode ser encontrada uma coleção de fontes de informação de boa evidência em atenção à saúde,
discriminadas automaticamente por suas características metodológicas (revisões Cochrane, protocolo Cochrane, ensaios clínicos, editoriais,
outros). O profissional pode realizar a sua pesquisa no pequeno espaço superior à direita da página, para, em seguida, determinar a necessidade da
utilização de filtros e da metodologia empregada.
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Cochrane Library.
PubMed
Quando o profissional de educação física opta por utilizar o PubMed, está realizando a sua busca em um site que contempla mais de 20 milhões de
artigos científicos de diferentes áreas da saúde, juntamente a livros on-line. É importante ressaltar que, para determinar as palavras-chaves no
PubMed, os descritores são escolhidos via termos disponíveis na Medical Subject Headings, ou simplesmente MeSH, que podem ser acessados no
link (MeSH Database) abaixo do comando “Explore”, na página inicial.
É importante ressaltar que alguns editores de revistas científicas submetem os estudos fornecendo acesso ao texto completo (full-text) das suas
pesquisas, mas isso não é válido para todos os periódicos. Assim, é importante que você verifique, ao buscar determinada informação científica, se
é possível ou não acessar o texto completo. O PubMed apresenta filtros importantes, dentre eles um para selecionar somente textos completos.
Contudo, muitas informações podem ser obtidas apenas com a leitura do resumo disponibilizado gratuitamente.
Portal PubMed.
Google Acadêmico
O portal de conteúdo científico Google Acadêmico é um mecanismo de busca voltado exclusivamente para a literatura acadêmica. Por meio dele, o
profissional de educação física tem a possibilidade de encontrar milhares de pesquisas científicas e livros nacionais e internacionais. É uma ótima
forma de buscar as pesquisas científicas mais recentes, encontrar monografias e outros. Assim, o portal acadêmico do Google permite buscar
materiais de diversos países, o que amplia o leque de opções de pesquisas e teorias.
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Google Acadêmico.
Buscando nas bases
Neste vídeo demonstraremos como devem ser utilizados os operadores booleanos e quais são as principais bases de busca. Faremos também uma
demonstração prática de como fazer as buscas nestas bases.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Para a prática profissional baseada em evidências, existe a necessidade de se obter informações relevantes em bases confiáveis. O sucesso da
busca por material científico em sites apropriados depende inicialmente de

A conhecer profundamente questões voltadas à fisiologia humana, do exercício e cinesiologia.
B fazer perguntas para conhecer a situação a que seu cliente será exposto e definir os objetivos a alcançar.
C ser capaz de ler textos em inglês e espanhol de forma clara, pois as evidências em saúde estão nesses idiomas.
D saber quais são as revistas científicas mais conceituadas na área da educação física.
E saber todas as informações acadêmicas do autor da pesquisa científica a ser consultada.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EPara%20o%20profissional%20identificar%20quais%20informa%C3%A7%C3%B5es%20s%C3%A3o%20necess%C3%A1rias%2C%20ele%2
se%20as%20informa%C3%A7%C3%B5es%20capazes%20de%20subsidiar%2C%20com%20o%20menor%20grau%20de%20incerteza%20poss%C3%AD
Questão 2
A busca por referências em bases depende do uso adequado de termos denominados operadores booleanos. Assinale a opção que apresenta o
operador booleano correto a ser utilizado para relacionar termos ou palavras em uma busca.
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20termo%20operador%20booleano%20utilizado%20para%20relacionar%20palavras%20ou%20termos%20entre%20si%20%C3%A9%2
hipertens%C3%A3o%20AND%20treinamento%20isom%C3%A9trico%2C%20ou%20simplesmente%20pr%C3%A9-
hipertens%C3%A3o%20E%20treinamento%20isom%C3%A9trico.%20Assim%2C%20a%20busca%20ser%C3%A1%20realizada%20utilizando%20os%20d
A OR
B AND NOT
C WITH
D TO
E AND
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3 - Informáticae estatística aplicadas à educação física
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as características das informações obtidas para aplicação em sua prática
pro�ssional.
Informática na educação física baseada em evidências
Conceitos necessários sobre informática
Informática significa informação automática, ou seja, a utilização de métodos e técnicas no tratamento automático da informação. Para isso, são
necessários equipamentos eletrônicos, como computador, smartphone, tablet e outros. É a informática que coloca a tecnologia a serviço das
pessoas ao garantir mais agilidade para lidar com as informações. Graças a ela, é possível criar, acessar, armazenar, processar e distribuir
rapidamente grandes volumes de dados.
Usuário de informática.
Um sistema baseado nos equipamentos eletrônicos é composto por hardware e software. Hardware caracteriza a parte física do aparelho, é tudo
que você pode tocar (mouse, teclado, caixas de som, placas, fios, componentes em geral). O software consiste em toda a parte lógica do aparelho,
ou seja, são os programas que você vê funcionar na tela do aparelho e que dão vida a ele. Por exemplo, os sistemas operacionais Windows, Linux e
MacOS são os principais softwares de um computador. Além disso, cada sistema operacional apresenta os seus pacotes de software chamados de
Office.
Partindo do pacote Office, o usuário consegue editar, criar, exportar ou importar os mais variados textos, planilhas e apresentações. Assim, sem um
software adequado às suas necessidades, o aparelho eletrônico, por melhor que seja, é completamente inútil.
A informática utiliza suas próprias unidades de medidas. As informações do computador são medidas por meio de uma unidade de medida
específica, chamada byte. Assim, como 1 kg corresponde a 1000 g, 1 kilobyte corresponde a, aproximadamente, 1000 bytes.
Tendo em vista que a informática está presente em diversos setores da sociedade, é de extrema importância que o profissional de educação física a
acolha como uma aliada importante em sua prática pedagógica e de treinamento físico. A informática otimiza a pesquisa científica e os trabalhos
práticos e teóricos. Assim, em seguida, veremos algumas estratégias para o profissional de educação física utilizar a informática como ferramenta
de trabalho.
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Informática na prática pedagógica
No campo da educação, podemos observar cada vez mais tecnologias provindas da informática em diferentes formatos: lousas interativas, jogos
digitais ou programas de ensino em plataformas on-line. Esse seria o ponto de referência para compreendermos como o uso de novas tecnologias
pode facilitar as aulas de educação física escolar. Em uma realidade na qual os alunos podem ser considerados nativos digitais, incluir a informática
no processo de ensino pode ser visto por muitos como uma obrigação.
Em muitos casos, o profissional de educação física ainda se limita a planejar e organizar suas aulas por meio de computadores, internet e
programas digitais, pois a utilização de forma direta das tecnologias em suas aulas ainda é uma utopia em grande parte das escolas brasileiras. As
aulas de educação física ainda são vistas como práticas corporais realizadas e desenvolvidas em locais específicos, como quadra, piscina, pátios,
campos, entre outros. Entretanto, o profissional de educação física precisa acolher a tecnologia como um grande aliado, principalmente como
ferramenta didático-pedagógica.
Aula de educação física com uso de tecnologia.
Muitas coisas estão envolvidas na inclusão da tecnologia nas aulas de educação física, dentre as quais podemos citar a aquisição de recursos para
compra de materiais, mudanças no projeto político-pedagógico da escola, aceitação dos alunos e professores e preparação do professor para
utilizar a tecnologia de maneira construtiva e didática. Entende-se o professor como o mediador do conhecimento e é nesse intuito que as
ferramentas tecnológicas podem ser um importante suporte para a aprendizagem na educação física.
Dessa forma, todas as ações pedagógicas do professor de educação física devem ser previamente elaboradas, argumentadas, discutidas e
planejadas. É importante que o uso de artifícios midiáticos e digitais possam tornar a aula mais atrativa e dinâmica, estimulando a participação dos
alunos. Veja alguns exemplos de propostas voltadas às aulas de educação física utilizando meios virtuais.
Criação de um blog com conteúdo voltado à educação física.
Busca na internet de assuntos voltados à educação física para depois discuti-los ou colocá-los em prática durante as aulas.
Utilizar jogos pedagógicos digitais, que podem envolver temas relacionados à cultura corporal, anatomia e regras esportivas.
Gincana com tarefas a partir de QR Code ou via grupo no WhatsApp.
Jogo de adivinhação utilizando sons encontrados na internet.
Os dispositivos móveis, como smartphones e tablets possibilitam o trabalho do professor fora da sala de informática, tendo acesso a redes e
aplicativos de qualquer lugar. Utilizar os dispositivos móveis nas aulas de educação física amplia os recursos para o aprendizado do aluno, seja a
partir de uma consulta de informações na internet ou do registro e análise de experiências e atividades corporais com o uso de câmera digital, por
exemplo.
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Ensaios clínicos randomizados e revisões sistemáticas evidenciam que jogos interativos, como o Pokémon GO, podem melhorar o convívio social,
aumentar os níveis de atividade física diários, proporcionar bem-estar físico e psicológico. Assim, a utilização de telefones e jogos interativos
também pode ser opção para o profissional considerar, pense que você tem que usar a tecnologia como aliada.
Informática no treinamento físico
A prática de exercícios físicos tornou-se mais constante na vida das pessoas, seja como ferramenta para melhorar a qualidade de vida e reduzir
fatores de risco à saúde, seja para estética. Embora muitas vezes sejam apontados como responsáveis pelo estilo de vida sedentário, dispositivos
eletrônicos podem e devem ser aliados à prática e prescrição de exercícios físicos.
Aparelho smartwatch.
Atualmente, é possível gerenciar toda a sessão de exercício físico via smartphone ou smartwatch. Aparelhos eletrônicos disponíveis no mercado
auxiliam o profissional de educação física no monitoramento cardíaco (frequência cardíaca, pressão arterial, eletrocardiograma), indicam distâncias
percorridas, contabilizam a quantidade de passos diários, gasto calórico, além de informar o estado de inércia, número de repetições no exercício de
força, faixa de intensidade alcançada e resultados bioquímicos, como glicemia e perfil lipídico.
Sem dúvida, as áreas de biomecânica, fisiologia e bioquímica do exercício físico foram as que mais se beneficiaram pelo avanço da tecnologia.
Aparelhos portáteis que analisam diversos parâmetros sanguíneos, utilizam apenas uma gota de sangue e estão disponíveis no mercado. Mesmo
sendo invasivos, são uma maneira prática de obter dados de glicemia, perfil lipídico e níveis de lactato para o profissional planejar o treinamento
físico do paciente até o atleta.
Dentre as tecnologias não invasivas disponíveis, os mais acessíveis e comuns são as análises com transdutores, infravermelho, giroscópio e o
Global Position System ̶ GPS. Sem dúvida, o principal equipamento que revolucionou a prática de exercício físico foi o monitor de frequência
cardíaca. Os monitores de frequência cardíaca geralmente compreendem um transmissor em modelo de cinta de peito e um receptor de pulso ou
um telefone celular. Dispositivos mais recentes utilizam a óptica para medir a frequência cardíaca usando a luz infravermelha diretamente no punho.
O GPS também passou a ser utilizadode maneira ampla na prática de exercício físico. Com o próprio smartphone já é possível utilizar essa
tecnologia para avaliar o desempenho do praticante a partir de aplicativos gratuitos disponíveis nas lojas virtuais. Há algum tempo, já é possível
monitorar de maneira on-line o desempenho dos jogadores durante a partida e informar aos treinadores diversos parâmetros que poderão
influenciar nas tomadas de decisão durante a partida e nas estratégias de treinamento e recuperação.
Comentário
Muitas outras avaliações podem ser feitas por meio de imagens. A biomecânica utiliza-se muito dessa tecnologia para avaliar gestos técnicos de
atletas, bem como a tática de equipes durante a partida. Partindo dos resultados, a equipe técnica pode intervir para melhorar o rendimento tático
da equipe e minimizar lesões ou perda de rendimento do atleta.
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Um potencial tecnológico que cresce na área da saúde, incluindo a educação física, são as tecnologias vestíveis. Esse avanço tecnológico é
caracterizado por pequenos dispositivos eletrônicos e móveis com recursos de comunicação sem fio que são utilizados no corpo como parte de
dispositivos, acessórios ou roupas. Sensores incorporados em dispositivos vestíveis permitem a coleta de um amplo espectro de dados que podem
ser processados e analisados por sistemas de inteligência artificial.
A informática a favor do pro�ssional de educação física
Neste vídeo, apresentaremos as formas de utilização da informática e principalmente das tecnologias em smartphone e smartwatch para a atuação
do licenciado e bacharel em educação física.
Educação física baseada em evidência: estatística
Conceitos necessários sobre estatística
Até o momento, apresentamos os passos necessários para realizar de forma eficiente a busca por informações baseadas em evidências científicas,
bem como criar propostas no ambiente escolar ou de treinamento físico envolvendo tecnologias. Contudo, outra etapa importante é interpretar
corretamente os resultados demonstrados nos estudos. Dessa forma, vamos demonstrar de forma geral os conceitos necessários para a
interpretação das evidências encontradas em sua busca. O processo de pesquisa, em geral, inicia com uma observação que queremos entender
melhor, por exemplo:
Exemplo
Você notou que, em um curso de extensão promovido por sua universidade, muitos dos acadêmicos matriculados no curso de educação física,
quando questionados em relação ao fator motivador para a escolha da graduação, responderam que foi o fato de o esporte estar presente em sua
adolescência.
A partir da sua observação inicial, você consulta teorias relevantes e gera explicações (hipóteses) sobre aquela observação, a partir das quais pode
fazer previsões. Por exemplo: os acadêmicos, em maioria, relataram que o esporte esteve presente na adolescência porque residiam em lugares
com infraestrutura apropriada para a prática esportiva. Para testar a sua hipótese, será necessário obter dados.
Assim, você coleta dados relevantes e então os analisa. A análise dos dados pode ir ao encontro de sua hipótese ou gerar uma nova. Assim, as
teorias levam à coleta e análise de dados, e a coleta e análise de dados influenciam as teorias. Para iniciar a interpretação de resultados
apresentados em artigos científicos, o primeiro passo é se familiarizar com alguns conceitos estatísticos fundamentais.
O que é estatística?
A estatística pode ser descrita como uma das áreas da matemática que se dedica a compreender qualquer tipo de fenômeno que está a nossa
volta, com base na observação, coleta, apuração e análise de dados.

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Em uma pesquisa, na seção dedicada à estatística, é descrito como foram realizadas as análises dos dados. Em parte, essa descrição depende do
delineamento escolhido, da escala de medida para descrever os dados, número de grupos comparados e/ou sujeitos envolvidos. Como trabalhamos
os delineamentos anteriormente, vamos nos concentrar nas escalas de medidas. São quatro as principais escalas: nominal, ordinal, intervalar e
razão.
Nominal
Os dados são agrupados em categorias ou classes, os valores usados para representar as informações são arbitrários e não têm significado
numérico, ou seja, não expressam quantidade. Quando um valor numérico é atribuído a uma categoria, o número serve meramente para rotular uma
dada característica ou atributo, não havendo hierarquia entre as categorias de respostas.
Exemplo: sexo (1 = masculino e 2 = feminino), tipo sanguíneo (1 = A; 2 = B; 3 = AB; e 4 = O), estado civil (1 = solteiro; 2 = casado e 3 = união estável).
Ordinal
As observações são codificadas de acordo com a posição que ocupam em um conjunto de dados, os valores numéricos usados para representar as
observações não são arbitrários e seguem uma hierarquia entre as categorias. Dados ordinais nos informam não apenas quais coisas ocorreram,
mas também em que ordem elas ocorreram. Contudo, esses dados não nos dizem nada sobre as diferenças entre os valores da variável.
Exemplo: nível social, faixa etária (10 a 19 anos = 1; 20 a 39 anos= 2), escala de esforço no exercício, variando de 1 a 10.
Escala de esforço no exercício.
Intervalar
O valor zero é arbitrário e não representa a ausência da característica mensurada. Além disso, na escala intervalada, a diferença entre duas medidas
permite conhecer o quanto um caso é menor ou maior que outro em relação à característica que está sendo mensurada.
Exemplo
Temperatura (a leitura de 70 medidas em unidades iguais na escala de graus Celsius no termômetro representa 5 unidades em graus a mais que a
leitura de 65. Se fosse 0 grau Celsius não significaria que não houve temperatura, pois poderíamos ter uma leitura de -3 graus Celsius no dia
seguinte).
Razão ou contínua
Representa o nível mais completo de mensuração, permitindo utilizar todas as operações matemáticas na análise dos dados. É semelhante à escala
intervalar, mas, nesse caso, o valor zero representa o valor mínimo ou a ausência da característica mensurada. A existência de um valor zero
absoluto e verdadeiro na escala de medida permite identificar quantas vezes um determinado resultado é maior que outro. Exemplo: Escala de
estatura e massa corporal em kg.
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Interpretação dos resultados
Agora, com os dados coletados, eles necessitam ser tabulados em uma planilha e, em seguida, explorados para descrever as características da
amostra estudada e testar a hipótese da pesquisa. Em geral, os resultados são descritos em forma de tabelas e/ou gráficos utilizando medidas de
tendência central ou de posição como média aritmética, mediana e moda.
Valor de média aritmética
A média aritmética, ou simplesmente média, pode ser calculada a partir da soma de todos os valores de um conjunto de dados, dividindo-o pelo
número de dados desse conjunto.
Exemplo
Ao longo dos 5 dias da semana (segunda-feira a sexta-feira) de funcionamento de um ambiente fitness, o proprietário observou no sistema de
acesso do estabelecimento que, no turno da noite, a frequência de clientes idosos foi de apenas 20. Assim, a média de idosos que frequentaram o
ambiente fitness no turno da noite durante aquela semana foi de 4. Média = 20/5 = 4 idosos
Valor de mediana
A mediana é uma medida de posição, representada pelo valor central em uma série de valores ordenada de dados. Esse valor divide a série em dois
subgrupos de igual tamanho. Uma característica importante da mediana que a diferencia da média é a de que ela não é afetada pelos extremos da
série.
Exemplo
As notas da aluna Sofia, ao longo do ano, na disciplina de educaçãofísica foram: 9,5; 10,0; 8,0; 8,5; 9,0. Após ordenar os valores (8,0; 8,5; 9,0; 9,5;
10,0), podemos determinar a mediana como sendo a nota 9,0, pois ela é o valor que está no centro do conjunto.
Valor de moda
A moda é o valor que ocorre com a maior frequência em um conjunto de dados. Para calcular a moda, coloque os dados em ordem crescente e, em
seguida, conte quantas vezes cada um dos valores ocorre. Aquele que mais ocorrer é o valor da moda. Contudo, essa medida pode assumir mais de
um valor, podendo ser denominada bimodal (duas modas) ou multimodal (várias modas).
Exemplo
Dentre as inúmeras variáveis coletadas na avaliação antropométrica realizada em 10 alunos, estava a estatura (cm): 180,00; 160,0; 159,5; 172,5;
160,0; 167,5; 174,0; 181,0; 160,0; 173,5. Quando colocados em ordem os valores de estatura, podemos observar que a moda do conjunto de valores
foi de 160,0 cm, pois esse valor se repete 3 vezes.
Estatística básica
Neste vídeo, apresentaremos os conceitos básicos de estatística com exemplos práticos e como você pode interpretar os resultados.
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Aprofundando os conhecimentos de estatística
Medidas de dispersão ou de variabilidade
Como vimos anteriormente, as escalas de medidas e as medidas de tendência central são importantes para o profissional de educação física iniciar
a interpretação dos resultados de um artigo científico e trabalhar com dados na sua atividade profissional. Contudo, outras questões devem ser
associadas para minimizar interpretações errôneas dos resultados. Dentre elas, podemos citar as medidas de dispersão ou de variabilidade. As
medidas de tendência central são indispensáveis, mas insuficientes para representar de forma adequada os conjuntos de dados, pois nada revelam
sobre sua variabilidade.
Exemplo
O profissional de educação física leva dois clientes para verificar o tempo médio de 5 tiros de 100 metros realizados na pista de atletismo da cidade.
O primeiro cliente fez os tempos: 20; 20; 20; 20; 20 segundos [total: 100 segundos; média: 20 segundos]. Em relação ao segundo cliente, os tempos
obtidos nas 5 tentativas foram: 17; 21; 22; 19; 21 segundos [total 100 segundos; média: 20 segundos].
Como podemos observar, ambos os clientes apresentam a mesma média, mas o segundo apresenta um desempenho mais variável. Para
demonstrar a diversidade de desempenho de ambos, necessita-se de um valor que meça a dispersão ou a variabilidade dos valores nos dois
clientes. Entre as mais comuns temos o desvio-padrão, erro padrão e intervalo de confiança.
Desvio-padrão
O desvio-padrão (DP) é a raiz quadrada da variância, sendo a variância o quadrado da diferença entre cada um dos valores do conjunto observado e
a média, dividido pelo número de observações – 1.
O DP configura-se uma solução para expressar a dispersão dos valores na mesma unidade dos dados originais. Quanto maior o DP, maior é a
variabilidade entre as observações e, com isso, pode-se afirmar que os dados são mais heterogêneos.
Vamos utilizar como exemplo o segundo cliente que realizou os tiros de 100 metros. Os tempos obtidos nas duas primeiras tentativas foram 17 e 21
segundos [média: 19].
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Rotacione a tela. 
Erro padrão
Em pesquisa, quase sempre, os estudos são conduzidos com amostras, e não com todos os sujeitos da população. De maneira que, se um
pesquisador tentasse generalizar os resultados observados na amostra para a população, teríamos um erro.
Exemplo
Um pesquisador utiliza um estudo com delineamento transversal para verificar os níveis de atividade física nos momentos de lazer em crianças de
um bairro da cidade. Esses dados tendem a produzir valores diferentes daqueles que realmente seriam observados se todas as crianças da cidade
fossem analisadas. A essa diferença, se dá o nome de erro padrão (EP). Assim, quanto maior o valor de erro padrão, maior é a imprecisão da
estimativa.
A medida do erro padrão da média é dada dividindo a média pela raiz quadrada do número de observações. Por exemplo, o tempo médio gasto com
atividade física por 250 crianças do bairro nos momentos de lazer é de 80 minutos. Assim, o erro padrão seria:
Rotacione a tela. 
Intervalo de con�ança
Geralmente utilizamos um valor amostral como estimativa de um parâmetro, como, por exemplo, a média. Sabemos que a estimativa de um
parâmetro será diferente de amostra para amostra e podemos usar o erro padrão para ter uma ideia da extensão na qual essas estimativas diferem
entre as amostras. Também podemos usar essa informação para calcular os limites dentro dos quais acreditamos que estará o valor da população.
Tais limites são chamados intervalos de confiança (IC).
É comum observarmos intervalos de 95% de confiança. Mas o que isso significa? A partir da análise do IC, podemos entender que, nos limites
numéricos construídos nesse intervalo para certo percentual de amostra (IC 95% ou IC 99%), o valor verdadeiro do parâmetro da população esteja
inserido. O IC pode ser calculado da seguinte forma:
 Variância 
=
( ( observação 1 − média das observações )2 + ( observação 2 − média das observações )2)
 número de observações − 1
=
(17 − 19)2 + (21 − 19)2
2 − 1
= 8
 Desvio-padrão (DP) 
= √ Variância 
= √ 8 = 2, 83 segundos 
E P = 80/ (√ 250) = 5, 06
Limite inf er ior do I C 95% 
= média − ( EP × 1, 96)
Limite super ior do I C 95% 
= média + (E P × 1, 96)
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Rotacione a tela. 
Utilizando o exemplo descrito anteriormente, para o EP de 5,06 para a média de 80,0 segundos, o resultado de IC para 95% seria:
Rotacione a tela. 
Com esse resultado podemos afirmar que, se repetíssemos o processo de amostragem uma grande quantidade de vezes e calculássemos o IC, em
aproximadamente 95% dos casos, a amostra conteria a média encontrada na população.
Aprofundando os conhecimentos em estatística
Neste vídeo, apresentamos, por meio da utilização de exemplos práticos, os conceitos de estatística.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O desvio-padrão configura-se como uma solução para expressar a dispersão dos valores na mesma unidade dos dados originais. Quanto maior
o desvio-padrão, maior é a variabilidade entre as observações e, com isso, temos dados mais heterogêneos. Assim, considerando que, em uma
pesquisa envolvendo 5 crianças, a pressão arterial sistólica em cada observação foi 90,0; 82,5; 89,3; 90,5; 85,7 mmHg, marque a resposta que
representa o valor de desvio-padrão correto.
Limite inf er ior = 80, 0 − (5, 06 × 1, 96) = 70, 08
Limite super ior = 80, 0 + (5, 06 × 1, 96) = 89, 92
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A 87,6 mmHg
B 90,5 mmHg
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Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-paragraph'%3EO%20desvio-
padr%C3%A3o%20%C3%A9%20a%20raiz%20quadrada%20da%20vari%C3%A2ncia%2C%20que%20representa%20o%20quadrado%20da%20diferen%C3
padr%C3%A3o%20%C3%A9%203%2C4%20mmHg.%20Os%20valores%20de%2082%2C5%20e%2090%2C5%20representam%20o%20valor%20m%C3%A
Questão 2
A média aritmética é o conjunto de dados somados, divididos pelo número de dados desse conjunto. Esse cálculo é muito utilizado para
descrever os resultados das pesquisas científicas. Em contrapartida, alguns dados podem ser descritos utilizando outras medidas de tendência
central como mediana e moda. Sabendo disso, considerando o conjunto de dados (30,0; 12,7; 11,9; 9,0; 5,5; 15,1; 22,0), assinale a opção que
representa a sua mediana.
Parabéns!A alternativa C está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20mediana%20%C3%A9%20caracterizada%20como%20sendo%20o%20valor%20em%20uma%20s%C3%A9rie%20ordenada%20de%2
C 5,4 mmHg
D 82,5 mmHg
E 3,4 mmHg
A 9,0
B 22,0
C 12,7
D 11,9
E 106,2
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Considerações �nais
Vimos neste conteúdo a necessidade de utilizar algumas estratégias para melhorar a escolha de informações na área do movimento humano e da
saúde e, assim, proporcionar ao profissional de educação física o conhecimento correto para o atendimento do seu cliente. É importante que o
profissional obtenha conhecimento básico de como são estruturadas as pesquisas científicas, compreendendo os diferentes tipos de
delineamentos utilizado por pesquisadores. Concomitantemente, saber determinar as palavras-chaves utilizadas em sua pesquisa e escolher sites
apropriados para a busca de informação, bem como interpretar os resultados, também se faz necessário para obter maior confiança e sucesso no
trabalho.
O profissional de educação física deve ter em mente que, por mais que tenha seguido corretamente todos os passos para obter a informação que
procura, isso ainda não traz garantia de que as decisões e ações realizadas serão sempre acertadas ou estarão corretas. Mesmo quando temos
acesso às informações pertinentes e confiáveis, ainda assim, em decorrência de fatores, como especificidade da amostra e materiais utilizados,
mantém-se presente a incerteza.
Assim, podemos entender a educação física baseada em evidências científicas como algo em constante mudança, dependente de atualização
constante, objetivos bem determinados e capacidade de obter as informações corretas.
Podcast
Ouça este podcast, em que vamos responder às principais perguntas sobre a educação física baseada em evidências e sua relação com o uso das
novas tecnologias disponíveis.
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Explore +
Para aprofundar o entendimento sobre a metodologia aplicada em pesquisas científicas, faça a leitura do artigo de TURATO, E. R.,  Métodos
qualitativos e quantitativos na área da saúde: definição, diferenças e seus objetivos de pesquisa, publicado na Revista de Saúde Pública.
Para aprofundar o entendimento sobre a busca de informações confiáveis, pesquise e faça a leitura do artigo Avaliação de critérios para fontes de
informações na área da saúde no contexto da pós-verdade.
Para identificar a metodologia de um artigo de revisão, pesquise o artigo Efeitos de diferentes tipos de treinamento físico na função endotelial em
pré-hipertensos e hipertensos: uma revisão sistemática, de WACLAWOVSKY e colaboradores.
Para conhecer as aplicações de tecnologia na educação física escolar, leia o artigo Desafios para a inserção da tecnologia na educação física
escolar.
Para maior aprofundamento em estatística, faça a leitura do artigo Medidas de dispersão: os valores estão próximos entre si ou variam muito?.
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Referências
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DAMBROS, D. D.; OLIVEIRA, A. M. Tecnologias da Informação e Comunicação e Educação Física: currículo, pesquisa e proposta pedagógica.
Educação, Formação & Tecnologias, 2016;9(1):16-28.
DE BARROS, M. V. G. et al. Análise de dados em saúde. 3. ed. Londrina, PR: Midiograf, 2012.
FREIRE, E. S.; CUNHA, G. M. da. Conceitos básicos de epidemiologia e estatística para a leitura de ensaios clínicos controlados. Rev. Bras.
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HULLEY, S. B. et al. Delineando a pesquisa clínica. 4. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2015.
LIMA, R. R. História da educação física: algumas pontuações. Rev. Eletrônica Pesquiseduca, Santos. 2015; 07 (13): 246-257. Consultado na internet
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SOARES, K. M.; TAROUCO, L. M. R.; SILVA, P. F. Desafios para a inserção da tecnologia na educação física escolar. Concilium, 2022;22(2):83–103.
WACLAWOVSKY, G. et al. Efeitos de diferentes tipos de treinamento físico na função endotelial em pré-hipertensos e hipertensos: uma revisão
sistemática. Arq. Bras. Card., 2021;116(5):938-947.
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