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UNID VII OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

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OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
1. OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS
A obrigação divisível é aquela composta pela multiplicidade de sujeitos ativos e/ou passivos e uma prestação, sendo que o objeto desta deve ser obrigatoriamente divisível, ou seja, o objeto pode ser fracionado sem que haja alteração da sua substância, diminuição considerável do seu valor, ou prejuízo do uso para qual se destina, art.87 do CC.
Logo havendo uma obrigação divisível com multiplicidade de credores, cada um terá direito apenas de exigir a sua fração proporcional ao crédito.
De igual forma, se a obrigação divisível é composta pela multiplicidade de devedores, cada um destes será obrigado a tão somente a quota que lhe cumpre na dívida, art.257 do CC.
Ex: A, B e C devem a D uma quantia de R$60.000,00. Não havendo estipulação contratual diversa, cada um dos devedores deverá pagar a D a quantia de R$20.000,00.
Consequências jurídicas importantes decorrentes da obrigação divisível:
a) Cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito;
b) Cada um dos devedores só tem de pagar a própria quota no débito;
c) Se o devedor solver integralmente a dívida a um só dos vários credores, não se desobrigará com relação aos demais credores. Ex: “D” deve aos credores X, Y e Z uma quantia de R$60.000,00 e resolve pagar todo este valor ao credor X. Neste caso não se exonerará da dívida para com os credores Y e Z, uma vez que estava obrigado a pagar a cada um destes a quantia de R$20.000,00;
d) O credor que recusar o recebimento de sua cota parte, por pretender receber o pagamento integral, pode ser constituído em mora;
 e) A insolvência de um dos codevedores não aumentará a quota dos demais. Ex: X, Y e Z estão devendo R$60.000,00 ao credor B. Mesmo X não pagando a sua quota parte, que é de R$20.000,00, os demais devedores, Y e Z só terão, cada um, de pagar R$20.000,00 ao credor B.
f) A suspensão da prescrição, especial a um dos devedores, não aproveita aos demais.
2. OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS
Obrigação indivisível é aquela composta pela multiplicidade de sujeitos ativos e/ou passivos e uma prestação que tem por objeto uma coisa ou um fato insusceptível de divisão. 
Vale ressaltar que a invisibilidade pode ser:
 natural
legal 
convencional.
A indivisibilidade natural 
É proveniente da natureza do objeto, o qual não pode ser fracionado pois, uma vez sendo, haverá alteração da sua substância, perda considerável do seu valor ou prejuízo para o qual se destina.
 Ex: um cavalo, um relógio, um carro, etc
A indivisibilidade legal 
Não obstante o objeto seja naturalmente divisível, tornar-se-á indivisível por determinação legal. 
Ex: dívidas de alimentos, lotes urbanos com menos de 125m2 – Lei n.. 6.766/79.
A indivisibilidade convencional 
Resulta da vontade das partes, as quais mesmo diante de um objeto perfeitamente fracionável, acordam em torná-lo indivisível.
 Ex: uma saca de café tipo B, que torna indivisível pela convenção das partes.
É, portanto, estes três tipos de indivisibilidade do objeto que compõem o conceito de obrigação indivisível descrito no art.258 do CC.
Assim, o legislador ao afirmar que a obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetível de divisão, por sua natureza, está se referindo a indivisibilidade natural. 
Já o “motivo de ordem econômica” e a “razão determinante do negócio jurídico”, por sua vez integram a categoria da indivisibilidade legal e a convencional.
Nas obrigações simples, em que há um credor, um devedor e uma prestação, por mais que o objeto seja essencialmente divisível (dar dinheiro, por exemplo), o credor não é obrigado a receber por partes, se tal não fora convencionado. 
O pagamento, pois, em princípio, deverá ser feito em sua integralidade, o que permite considerar as obrigações simples como indivisíveis, art.314 do CC.
Segundo Gagliano e Pamplona Filho (2014, p.125)
2.1. Obrigações indivisíveis com pluralidade de devedores
O art.259 do CC contempla o cumprimento da obrigação indivisível com pluralidade de devedores. Nesse caso, cada devedor será obrigado pela dívida toda, uma vez que o objeto não pode ser dividido. 
No entanto, aquele que paga a dívida, sub-roga-se no direito de credor em relação aos demais coobrigados, dispondo de ação regressiva para cobrar a quota-parte em dinheiro de cada um destes, parágrafo único do art.259 do CC.
Gonçalves, 2016, p.121
Ex: três devedores, “B”, “C” e “D”, devem um touro reprodutor avaliado no valor de R$30.000,00 ao credor “A”. Se “B” entrega o touro, poderá exigir, em sub-rogação, R$10.000,00 dos demais devedores “C” e “D”.
EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA DE BENS PARTICULARES DO CONDÔMINO PARA SALDAR DÉBITO JUDICIAL DO CONDOMÍNIO. POSSIBILIDADE. OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL. É possível que a constrição recaía sobre bens particulares do condômino para saldar débito do condomínio proveniente de sentença judicial quando este não possui bens suficientes, principalmente porque se trata de obrigação indivisível na qual o reclamante pode exigir de um dos devedores o cumprimento integral da dívida, ficando este último sub-rogado nos direitos do credor em relação aos demais co-obrigados, à luz da regra insculpida no art.259 do Código Civil. (TRT-5, AP. 01837-2004-021-05-00-1, 2ª Turma, Rel. DALILA ANDRADE, Diário Oficial do TRT, 31/05/2005)
Neste julgado o juiz determinou que a indenização sofrida pelo empregado do condomínio era uma dívida indivisível, onde o credor poderia exigir o pagamento do condomínio ou de qualquer dos condóminos, uma vez estes serem devedores, como se pode observar no contexto do acórdão:
2.2. Obrigações indivisíveis com pluralidade de credores
Havendo uma obrigação indivisível com pluralidade de credores, o devedor se desobrigará, art.260 do CC:
Pagando a todos os credores conjuntamente
 Nesse caso deve o devedor exigir recibo de quitação de todos os credores.
Gangliano e Pamplona Filho, 2014, p.127
b) Pagar a um dos credores
Qualquer um dos credores poderá exigir o pagamento da dívida toda (primeira parte do art.260 do CC), no entanto, para fazer jus a esse direito, deverá apresentar uma autorização dos demais credores ou dar uma caução de ratificação dos demais.
A caução de ratificação deve ser celebrada por escrito, datada e assinada pelas partes, com firmas reconhecidas.
 Porém, adverte o art.261 do CC, que o credor que receber a prestação por inteiro fica obrigado a dar aos outros credores as suas quotas-partes equivalentes em dinheiro.
 Após o repasse aos demais credores, a garantia poderá ser levantada.
Tartuce (2014, p.92)
Ex: o devedor “D” deve entregar um touro, avaliado no valor de R$30.000,00 aos credores “A”, “B” e “C”. Ocorre que o credor “A” apresentando como garantia uma jóia avaliada em R$20.000,00, exige do devedor “D” a entrega do touro. Ao receber sozinho o touro, o credor “A” deverá dar a quantia de R$10.000,00 a cada um dos credores “B” e “C” e só depois levantar a garantia.
Adverte o art.262 do CC, que se um dos credores remitir, isto é, perdoar a dívida ao devedor, não ocorrerá a extinção da obrigação com relação aos demais credores. 
Entretanto, para que estes possam exigir o objeto da prestação, deverão pagar ao devedor, o valor da quota-parte perdoada pelo credor.
Gonçalves, (2016, p.125)
Ex: o devedor “D” deve entregar um touro, avaliado em R$30.000,00, aos credores “A”, “B” e “C” como forma de pagamento pelos serviços prestados por estes. Ocorre que o credor “A” perdoa a sua parte na dívida. Os credores “B” e “C” podem exigir o touro a “D”, desde que paguem a este os R$10.000,00 que lhe fora perdoado.
Tartuce, 2014, p.92
O parágrafo único do art.262 do CC informa que esse mesmo critério deve ser adotado nos casos de transação, novação, compensação e confusão, que são também modos de extinção da obrigação.
a) Transação (art.840 do CC): é um negócio jurídico bilateral pelo qual as partes previnem ou terminam relações jurídicas controvertidas, por meio de concessões mútuas
b) Novação (art.360 do CC): é a criação de obrigaçãonova, para extinguir uma anterior. É a substituição de uma dívida por outra, extinguindo-se a primeira. 
Ex: um pai querendo ajudar o seu filho, diz ao credor deste, que se extinguir a obrigação daquele de lhe entregar R$40.000,00 ele passa a assumir a obrigação de lhe entregar um carro novo avaliado em R$60.000,00.
c) Confusão, art.381 do CC: ocorre quando as qualidades de credor e devedor se encontram em uma só pessoa.
d) Compensação, art. 368 do CC: é um meio de extinção de obrigações, porém entre pessoas que são, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra. 
Ex: João deve pagar a Maria a quantia de R$40.000,00 referente a compra de um carro. Por sua vez, Maria deve pagar a João o valor de R$40.000,00 referente a compra de duas motas, no valor cada uma, de R$20.000,00. Nesse caso a dívida de João e de Maria podem ser compensadas
2.3. Perda da indivisibilidade
A responsabilidade civil subjetiva é aquela centrada na culpa do agente, ou seja, a conduta culposa deste ocasiona um dano a outrem, ficando assim obrigado a pagar perdas e danos à vítima.
Assim, se a conduta culposa do devedor ocasionar o perecimento do objeto indivisível, a obrigação será resolvida por perdas e danos, o que por si ocasionará a supressão da qualidade indivisível da obrigação, haja vista que as perdas e danos são representadas por importância em dinheiro, que é divisível, art.263 do CC.
 Logo, no lugar do objeto desaparecido, o devedor entregará o seu equivalente em dinheiro, mais perdas e danos também em dinheiro.
Dessa forma sendo todos os devedores culpados pelo perecimento do objeto indivisível, cada um deles deverá pagar a quota-parte equivalente do valor correspondente ao objeto, bem como a quota-parte das perdas e danos, §1º do art.263 do CC.
Ex: os devedores X, Y, e Z devem entregar um touro, avaliado no valor de R$30.000,00, ao credor B. Ocorre que por culpa dos três devedores o touro morre. O credor ingressa na justiça requerendo uma indenização por perdas e danos e obtém uma sentença favorável. Esta determina que os devedores paguem o equivalente do touro mais uma indenização de R$60.000,00 ao credor. Desse modo, cada devedor deverá pagar R$10.000,00 + 20.000,00 ao credor.
 Segundo Tartuce (2014, p.94), não é pacífico o entendimento do §2º do art.263 do CC, ou seja, quando o objeto perece por culpa de um só devedor. Para esse doutrinador há duas teses:
a) Havendo culpa de um só devedor, no perecimento do objeto indivisível, somente este responderá por perdas e danos, bem como pelo valor da obrigação, o que implicará na exoneração dos devedores que não tiveram culpa. Seguem esse entendimento: Flávio Tartuce, Gustavo Tepedino e Anderson Schreiber.
b) Havendo culpa de um só devedor, no perecimento do objeto indivisível, aqueles que não foram culpados continuam respondendo pelo valor do objeto; mas, pelas perdas e danos só responde o culpado. Nesse sentido entende, Carlos Roberto Gonçalves, Pablos Stolze e Rodolfo Pamplona, Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves.
O último posicionamento tem respaldo no Enunciado n.40 da VI Jornada de Direito Civil:
Havendo perecimento do objeto da prestação indivisível por culpa de apenas um dos devedores, todos respondem, de maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado, pelas perdas e danos

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