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CHOQUE CHOQUE ≠ HIPOTENSÃO Choque – má perfusão tecidual; Liberação deficiente de O₂ para a mitocôndria; Aumento do metabolismo anaeróbico; Aumento de ácido lático; Morte celular – insuficiência do órgão -> morte do órgão -> morte do dono do órgão. O QUE É CHOQUE? Choque é caracterizado por um quadro de hipoperfusão tecidual sistêmico agudo devido a uma incapacidade do sistema circulatório em atender às demandas metabólicas, levando à disfunções orgânicas. HIPOPERFUSÃO SISTÊMICA AGUDA · Incapacidade do sistema circulatório e demandas + · Metabólicas: distúrbios celulares graves, hipóxia tecidual, disfunção de múltiplos órgãos e morte. Ta sangrando? Aumenta a resistencia vascula periférica= aumenta a pressão diastólica= diminui a pressão de pulso (120x110). EPIDEMIOLOGIA Melhorou bastante no Brasil, mas ainda não é visto como país desenvolvido. Varia entre as instituições, com mortalidade entre 40-50%. Na África, 60-70%, os EUA lutam para alcançar os 30%. - Conseguir identificar precocemente o choque! OFERTA VS. CONSUMO DE O2 DO2 : oferta de oxigênio; VO2 : consumo de oxigênio; TEO2 : taxa de extração de oxigênio; SvO2 : saturação venosa mista de oxigênio; Gap CO2 : gradiente de pressão parcial de gás carbônico da mucosa gástrica. MECANISMOS Depleção do volume vascular (hipovolêmico); Compressão do coração e grandes vasos (obstrutivo); -Tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo; Falha da bomba (cardiogênico); Perda do controle autonômico/ simpático (neurogênico); Paciente tetraplégico, com lesão medular superior, pode ficar bradicárdico ou com FC normal, mesmo estando em choque, porque ele perde o controle autonômico, diminuindo a RVP, e por isso ficando com PA baixa! CUIDADO! Pode ter choque hipovolêmico associado! Simula choque; -Reflexo vagal (distensao abdominal, bexigoma); Resposta inflamatória sistêmica grave por infecção (séptico); Rarissímo. ( C h r i s t ia n e N o vai s - 6 º s e m e s t r e m e d i c i n a ) CONCEITOS IMPORTANTES PA = DC x RVS DC = VS x FC (volume sistólico cai, aumenta a FC para compensar e manter o DC e, consequentemente, a PA). O VS depende da pré e pós carga. DO2 (oferta de O2) = CaO2 x DC x 10. Difusão pulmão- circulação? Transporte para a periferia (DC)? Difusão para mitocôndria (pH- acidose)? Ligação O2- Hemoglobina. VO2 – consumo de oxigênio. SvCO2 (saturação venosa central) e SvO2 (saturação venosa mista) GRÁFICO TRIMODAL DO TRAUMA 1ª momento (0-15 minutos)- devido ao trauma (50%)- PREVENÇÃO; 2ª momento (primeiros minutos até 24 horas)- Potencial de cura. Insuficiência respiratória/ trauma abdominal, torácico e tratamento adequado na hora de ouro (1ª hora)= evitar muitas mortes! (30%) 3ª momento (após 24 horas)- complicações do trauma. TEP, infecções... (20%). Uma boa medicina, alta o mais breve possível. Frequência cardíaca considerada taquicardia: PARAMÊTROS CLÍNICOS Diurese, taquicardia, perfusão periférica, hipotensão e consciência! Dedo com a falange distal dobrada, apertar por 12 segundos e esperar 5 segundos. HEMORRAGIA EXTERNA Compressão e empacotamento! Ligadura (nunca as cegas); Torniquete <1 hora: isquemia da extremidade! 10 MANDAMENTOS Providenciarás acesso venoso periférico; Colherás sangue para exame e tipagem sanguínea; Infudirás apenas 1000 ml de ringer lactato; Prescreverás ácido tranexâmico 1g nas primeiras 3 horas; Classificarás o choque; Iniciarás hemoderivados conforme a classificação; Procurarás o foco do sangramento; Reavaliarás a resposta hemodinâmica; Medirás o débito urinário; Fecharás a torneira se estiver aberta; E SE NÃO CONSEGUIR ACESSO VENOSO PERIFÉRICO? Punção intraósseo! Punção tibial- crianças e adultos! 2 dedos abaixo e medial a crista/ espinha tibial onde vem o tendão patelar. Em adultos pode usar a punção intraóssea umeral (abaixo da cabeça do úmero/ articulação com a clavícula); Veio medula/ sangue pode fazer tudo nele. CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE REPOSIÇÃO DE SANGUE – DERIVADOS -> Concentrado de hemácias Indicada – perda estimada acima de 30%; Choque classe III – sangue tipo específico com prova cruzada (se hipotenso, faz sangue); Choque classe IV – sangue; - Rh negativo se mulheres em idade fértil (se homens, O+) e hemoderivados; MARCADORES CLÍNICOS DO ESTADO DE CHOQUE A – Hipotensão Pouco sensível (porém específico) de choque; PAS < 90 mmHg = CHOQUE; Hipotensão postural – queda de 10 mmHg por período superior a 30 segundos ao adquirir posição supina; B – Pressão diferencial (pressão de pulso) Diferença entre diastólica < 20 mmHg – choque; C – Taquicardia/bradicardia e taquipneia Taquicardia – manifestação evidente (atletas, marca-passo, medicamentos); Taquipneia – compensar a acidose- expulsar o CO2; D – Hipoperfusão cutânea Descarga adrenérgica e vasoconstrição; E – Alteração do nível de consciência Fluxo cerebral inadequado – distúrbios do sensório (sensível, porém não específico); Politraumatizados – álcool, drogas podem confundir; F – Oligúria Mais sensível e específico dos sinais de choque; G – Isquemia miocárdica Choque – sinais ECG de isquemia – problemas primários ou secundários; H – Acidose metabólica Aumento da frequência respiratória e redução do excesso de base; DIAGNÓSTICO – CHOQUE HIPOVOLÊMICO Taquicardia e vasoconstrição; Pele fria e diaforética; Redução do débito urinário; Taquipneia; Alteração dos níveis de consciência; Perda >40% da volemia; RESPOSTA À REPOSIÇÃO VOLÊMICA NÃO ESQUEÇA Líquidos infundidos em temperatura entre 37º-39ºC Hipotermia= impacto sobre coagulopatia, função plaquetária, vasorregulação e condução cardíaca; Aquecimento de soluções- menores calafrios; Pós- operatórios; INDICAÇAO DA REPOSIÇÃO VOLÊMICA Otimizar a oferta de oxigênio com a melhora da pré-carga (volume); Tratamento da coagulopatia (plasma, crioprecipitado, fibrinogênio e plaquetas) com controle da hipotermia; Antes indicados após falha da infusão de cristaloides, atualmente se inicia antes! Porque piora o choque e coagulopatia! Aplicabilidade em casos de hemorragia potencialmente letal/ ainda há um questionamento sobre a fração ideal! 2 hemácias: 1 plasma: 1 plaqueta; ADMINISTRAÇÃO EMPÍRICA E PRECOCE DE PLAQUETAS Centros canadenses e europeus não recomendam Se não tem TCE, vai medindo as plaquetas < 50.000: 1 unidade para cada 10 kg. Sem tem TCE: mede as plaquetas <100.000: 1 unidade para cada 10 kg. Americanos: 1 hemácias : 1 plasma fresco congelado : 1 plaqueta Canadenses: 2 hemácias : 1 plasma fresco congelado : plaquetas a depender do exame (<100.000 em TCE sim, <50.000 para todos) Agentes antifibronilítico- ácido tranexâmico/ dransamin; SHOCK INDEX Frequência cardíaca / PA sistólica= 0,5-0,7. Muitas críticas, devido as variações de FC. >1,2= maior mortalidade, inclusive é uma parâmetro para indicar reposição maciça. CONCEITO DA HIPOTENSÃO PERMISSIVA Restauração da perfusão tecidual; Aumento da pré-carga; Restauração do débito cardíaco; REPOSIÇÃO VOLÊMICA : HIPOTENSÃO PERMISSIVA ATLS® - 10 edition; Intra-hospitalar – tratamento definitivo; Acesso IV ou IO; Reposição contínua não substitui o controle da hemorragia; -Reposição maciça antes do controle da hemorragia; Externo, tórax, abdome, pelve, ossos longos? -Reverte vasoconstrição; -Desaloja trombos; -Aumenta o sangramento; -> Retardo da reposição agressiva até controle da hemorragia; PA sistólica até 90 mmHg; Contraindicada em TCE (precisa de fluxo para ir pro cérebro); Contraindicação absoluta - TCE Abdome: lavado peritoneal, FAST; Tórax: exame fisico, RX; Pelve: Exame físico, RX; MEDIDA AUXILIAR: Cateterismo vesical e sonda gástrica; CI: Lesão de uretra (uretrocistografia retrógrada); Sangue no meato uretral, retenção urinária, hematoma perineal, fratura de pelve. Adultos: 0,5 mL/kg/hora; Crianças: 1 mL/ kg/hora; O lactato tem valor prognóstico! Lembrar de outras causas de elevação de lactato (Metformina, b-2- agonista). Hemorrágico x não hemorrágico CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO Christiane Novais- 8º semestre medicina TRÍADE LETAL Hipotensão; Acidose; Hipotermia; COMO GUIAR A REANIMAÇÃO VOLÊMICA? PPmáx: pressãode pulso máxima; e Ppmín: pressão de pulso mínima. QUAIS FLUIDOS UTILIZAR? Cristaloides (ringer lactato: balanceado |soro fisiológico); Coloides (são muito caros com muitos efeitos colaterais); Hemocomponentes e hemoderivados; NOS PROTOCOLOS DE TRANSFUSÃO MACIÇA, PODE OCORRER DESEQUILÍBRIO HIDROELETRÓLITICO POR CONTA DO CITRATO -anticoagulante- (HIPOCALCEMIA) CHOQUE HEMORRÁGICO FISIOPATOLOGIA Desequilíbrio orgânico grave = pressão sanguínea e débito cardíaco serão insuficientes para manter a pressão periférica! Desequilíbrio não grave = mecanismos de compensação para manter a perfusão tecidual! -> Até 20% da volemia = compensação; Choque compensado – perfusões cerebral e miocárdica preservadas, órgãos menos críticos hipoperfundidos; Politraumatizado = hipovolêmico Tentativa de manter o débito cardíaco; Vasoconstrição periférica; Taquicardia; Sangramento persistente; Diminuição da pressão de pulso (tem que ser >30 mmHg, não pode estar convergente); ( C h r i s t ia n e N o vai s - 8 º s e m e s t r e m e d i c i n a ) CHOQUES NÃO HEMORRÁGICOS CARDIOGÊNICO Perda da bomba; Diminuição do volume sistólico, IAM, ICC; Tratamento da causa base e na grande maioria dos casos buscar reperfundir o miocárdio ou aumentar o ionotropismo. OBSTRUTIVO E CONDIÇÕES QUE SIMULAM CHOQUE Tamponamento cardíaco; Pneumotórax hipertensivo; Reflexo vagal (estômago/ bexiga distendido); NEUROGÊNICO Lesão medular – perda do tônus simpático; Perda de resistência vascular periférica; Hipotensão sem taquicardia; NORADRENALINA É PRIMEIRA LINHA! SÉPTICO Raro no politraumatizado;
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