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Contabilidade Intermediária Autoria Alexsandra de Matos Gil CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA SEJA BEM-VINDO! Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquermétodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a exten- são do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Reitoria. ReitoR: Prof. Cláudio ferreira Bastos PRó-ReitoR administRativo financeiRo: Prof. rafael raBelo Bastos PRó-ReitoR de Relações institucionais: Prof. Cláudio raBelo Bastos PRó-ReitoR acadêmico: Prof. Valdir alVes de Godoy cooRdenação Pedagógica: Profa. Maria aliCe duarte G. soares cooRdenação nead: Profa. luCiana r. raMos duarte ExpEdiEntE ficha técnica autoRia: alexsandra de Matos Gil suPeRvisão de PRodução nead: franCisCo Cleuson do nasCiMento alVes designeR instRucional: João Paulo s. Correia PRojeto gRáfico e diagRamação: franCisCo Cleuson do n. alVes Capa: franCisCo erBínio alVes rodriGues tRatamento de imagens: franCisCo erBínio alVes rodriGues Revisão textual: João Paulo s. Correia Ficha catalográFica catalogação na publicação bibliotEca cEntro univErsitário atEnEu GIL, Alexsandra de Matos. Contabilidade Intermediária. / Alexsandra de Matos Gil – Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2017. 168 p. ISBN 978-85-5468-108-1 1. Balanço patrimonial. 2. Demonstrativo. 3. Composição da DLPA. 4. Noções da DVA. Centro Universitário Ateneu. II. Título. SEJA BEM-VINDO! Apresentamos aqui um material focado no estudo detalhado do Curso de Ciências Contábeis onde objetivamos mostrar a você os fundamentos intermediários de contabilida- de, o uso e a aplicação dos conhecimentos das estruturas e das técnicas de elaboração das demonstrações nos relatórios gerados. Em sistemas empresariais, a abordagem dos relatórios financeiros contábeis servi- rá para proporcionar a você, estudante, os objetivos de aprendizagem de forma clara para entender a Contabilidade como instrumento de controle e planejamento empresarial, ad- quirindo uma visão prática e habilidade para confecção de demonstrativos contábeis mais elaborados. Agora, o gestor contábil financeiro passará a compreender a Contabilidade como ferramenta de integração das informações para a tomada de decisão gerencial de negócio. Passar a compreender a Contabilidade como ferramenta gerencial fundamental para gestão dos negócios. Para o estudo da primeira unidade, uma retomada sobre o que foi explanado nos estudos da contabilidade introdutória, os princípios contábeis, a constituição empresarial e as participações, gerenciar o Balanço Patrimonial (BP), destacando as operações com mercadorias, operações envolvendo ativos não financeiros e gestão advinda de operações com contas de resultados informadas no Demonstrativo do Resultado do Exercício. Diante desses demonstrativos, entraremos no foco de nosso estudo iniciando, na unidade 2, com fundamentos, estruturas e confecção de demonstrativo de fluxo de caixa e demonstrativo de origens e aplicações de recursos, estabelecendo uma correção entre a contabilidade e as informações transmitidas por esses demonstrativos para a gestão de forma atuante. Passaremos, assim, para as unidades 3 e 4, onde destacaremos a área específica das companhias abertas onde são obrigatórias a apresentação e a publicação dos de- mais demonstrativos, como a Demonstração de Valor Adicionado, Demonstrativo de Lucro e Prejuízo Acumulados, Demonstrativo de Mutação de Patrimônio Líquido e Relatórios e demonstrativos que poderão vir a auxiliar em uma análise de gestão, como as notas expli- cativas e os relatórios de auditoria. Em resumo, passaremos os conhecimentos que lhe ajudarão no processo de estu- do deste módulo em Ciências Contábeis e assim possibilitarão uma boa verificação de seus conhecimentos financeiros contábeis no conhecimento e na gestão empresarial de modo atuante, visando a continuidade das empresas. Bom desempenho! Sumário UNIDADE 01 RETOMANDO AS CARACTERÍSTICAS DO BALANÇO PATRIMONIAL E DO DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 1. Relembrando o Balanço Patrimonial ..............................................................8 1.1. Componentes do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido ............... 11 1.2. Estrutura de Plano de Contas e critérios de alocação ..........................16 1.3. Operações em Contas Patrimoniais – Livro Diário ...............................26 1.4. Participações Societárias ......................................................................29 2. Relembrando o Demonstrativo de Resultado do Exercício – DRE ...............33 2.1. Receitas, Despesas, Gastos e Custos .................................................37 2.2. Estrutura do DRE ..................................................................................40 Referências .........................................................................................................46 UNIDADE 02 DEMONSTRATIVO DE FLUXO DE CAIXA E ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS 1. Noções de demonstrativos de fluxo de caixa ...............................................49 1.1. Estrutura do Demonstrativo de Fluxo de Caixa ....................................51 1.2. Equivalentes de Caixa – Fluxos das Atividades Operacionais – FAO Fluxos das Atividades de Investimento – FAI e Fluxos das Atividades de Financiamento – FAF ....................................................55 1.3. Diferença entre Fluxo de Caixa Direto e Indireto ..................................57 1.4. O DFC para a gestão empresarial ........................................................61 2. Noções da demonstração das origens e aplicações dos recursos ...............63 2.1. Estrutura da Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos ...69 2.2. Aplicação dos demonstrativos na gerência empresarial .......................70 3. DFC versus DOAR ........................................................................................73 Referências .........................................................................................................80 UNIDADE 03 DEMONSTRATIVO DOS LUCROS E DOS PREJUÍZOS ACUMULADOS E DEMONSTRATIVO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1. Noções do Demonstrativo de Lucro ou Prejuízos Acumulados – DLPA .......84 1.1. Composição da DLPA ...........................................................................86 1.2. Estrutura da DLPA ..................................................................................93 2. Apresentação da DMPL ................................................................................99 2.1. Elaboração e estrutura da DMPL ........................................................100 2.2. Mutações nas contas patrimoniais apresentadas na DMPL ...............105 3. Aplicação da DMPL e da DLPA de forma gerencial ....................................108 4. Noções de Demonstrativo do Resultado Abrangente – DRA ..................... 112 Referências .......................................................................................................120 UNIDADE 04 DEMONSTRATIVO DO VALOR ADICIONADO, NOTAS EXPLICATIVAS E DEMAIS RELATÓRIOS GERENCIAIS POR OPERAÇÕES PATRIMONIAIS 1. Noções da DVA ..........................................................................................124 1.1. Estrutura da DVA ................................................................................127 2. Relações entre a DVA e a DRE ..................................................................134 2.1. Movimentações patrimoniais ..............................................................135 2.2. Movimentações de resultados ............................................................138 2.3. A DVA como instrumento de análise ...................................................1423. Notas explicativas .......................................................................................144 3.1. Auxílio das Notas Explicativas na tomada de decisão ........................146 4. Relatórios gerenciais ...................................................................................148 5. Parecer de auditoria ....................................................................................152 Referências .......................................................................................................164 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 7 Retomando as caRacteRísticas do balanço patRimonial e do demonstRativo do Resultado do exeRcício Apresentação A gestão financeira no mundo globalizado é algo que está presente no coti- diano dos processos de organização. A Contabilidade é considerada uma Ciência Social aplicada, caracterizada como Ciência Social dotada pela Administração, pela Economia e pelo Direito, com total relação entre estas, possibilitando uma melhor gestão de suas finanças e projetos por duas óticas gerenciais, patrimônio e valores, uma ligação de conhecimentos que permite uma evolução da sociedade com o estudo do patrimônio das entidades, dos fenômenos e das variações pelos chamados contabilistas. Atualmente, ser contador não significa apenas registrar os fatos contábeis, mas sim ser administrador e gestor do presente, fatos correntes, deve sim haver uma preocupação contínua com o futuro, em explorar a situação corrente visando à missão futura da companhia a ele destinada a gerir, o lucro. Todas as decisões, visam à meta original de qualquer entidade, sua continuidade, o estabelecer de um plano, um planejamento voltado para o futuro da gestão empresarial. A fim de atingir sua finalidade, a Contabilidade utiliza as seguintes técni- cas: escrituração (consiste em efetuar, de forma sistematizada, os registros das ocorrências que influenciam a evolução cronológica patrimonial por documentos comprobatórios); demonstrações contábeis (apresentar todos os registros efetua- dos em uma forma condensada, que apresente os resultados atingidos pela em- presa em um determinado período determinado pela Lei nº 6.404/76 e suas altera- ções); auditoria (técnica que busca ratificar a exatidão dos registros já efetuados e apresentados nas demonstrações contábeis através de exames pormenorizados, verificando se todos foram efetuados seguindo os princípios fundamentais da Con- tabilidade); análise de balanço (apresentam, de forma sintética, os resultados da empresa, nem sempre os usuários têm condições de interpretá-los). Assim, cabe à própria contabilidade decompor, comparar e interpretar os demonstrativos com a finalidade de fornecer informações mais ágeis para os usuários. Uni 8 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que tem por objetivo mostrar a situação financeira e patrimonial de uma entidade em uma determinada data representando, portanto, uma posição estática dela. Para o Demonstrativo de Resultado do Exercício, sempre caminhando paralelo ao Balanço Patrimonial, traz em suas composições evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das receitas e das despesas apuradas segundo o regime de competência, uma síntese econômica dos resultados operacionais de uma empre- sa em certo período. Alguns demonstrativos são obrigatórios, mediante a Lei das S/A, Lei nº. 6404/76, alterada pela Medida Provisória 449/08, tornando-se Lei sob nº 11638/07 • Focar no conhecimento dos demonstrativos que auxiliam na tomada de decisão, identificando aqueles que necessitam de publicações em sociedades destacadas por suas características de participação; • Identificar os componentes do Balanço Patrimonial, apontando a estrutura do Plano de Contas, bem como as operações ocorridas com mercadorias, financeiros e ativos não circulantes; • Interligação das informações contidas nesses dois demonstrativos focando na tomada de decisão gerencial; • Retomar as características e a aplicação da DRE destacadas por gestão de receitas e despesas. 1. RelembRando o balanço patRimonial As demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das transações e outros eventos por meio do grupamento dos mesmos em classes amplas de acordo com as suas características econômicas utilizando-se de usuá- rios de contabilidade por meio da gestão. O balanço patrimonial é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar as posições contábil, financeira e econômica de uma entidade (em geral uma empresa) em determinada data, representando uma posição estática (posição ou situação do patrimônio em determinada data). Este apresenta os Ati- vos (bens e direitos), os Passivos (exigibilidades e obrigações) e o Patrimônio Líquido CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 9 (resultante da diferença entre o total de Ativos e Passivos). Na Contabilidade e no Direito, a palavra "balanço" decorre do equilíbrio ou da igualdade expresso na seguinte fórmula contábil: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido A diferença entre o Ativo (+) e o Passivo (-) denomina-se Patrimônio Líqui- do que aparece vinculado ao Passivo para que haja uma igualdade entre este e o Ativo, que chamamos de Equação ou Equilíbrio Patrimonial. Quadro 01: A situação líquida evidencia a situação e a análise financeira. • Ativo > Passivo = Situação Líquida POSITIVA, favorável; • Ativo = Passivo = Situação Líquida NULA, em equilíbrio; • Ativo < Passivo = Situação Líquida NEGATIVA, desfavorável. Fonte: Marion (2015). O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, resumida- mente, o patrimônio da empresa quantitativa e qualitativamente. Art. 178. No Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a fa- cilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da compa- nhia. Os elementos das demonstrações contábeis do Balanço Patri- monial são assim conceituados: Ativo: é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade; Passivo: é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos pas- sados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos; Patrimônio Líquido: é o interesse residual nos Ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus Passivos (LEI Nº 11.638, p. 2007). O BP é obrigatório para todos os empresários e sociedades com duas ex- ceções previstas (empresários rurais e micro) e sua estrutura é uma consequência das partidas dobradas aonde para um ou mais crédito existirá um ou mais débito de mesmo valor. 10 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Os pequenos empresários são as empresas familiares onde a própria famí- lia trabalha nela e não tem empregados contratados, e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) consistem na dispensa desse demonstrativo. O termo Patrimônio refere-se ao conjunto de bens, direitos e obrigações. Juntando as duas partes, obtém-se o Balanço Patrimonial, o equilíbrio do patri- mônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data. No Direito Privado, era chamado, anteriormente pelo Código Comercial Bra- sileiro, de Balanço Geral. A partir da Lei nº 6404/76, o balanço das companhias passou a ser Balanço Patrimonial, procurando diferenciar essa Demonstração Contábil do Balanço Financeiro. O Código Comercial foi revogado e substituído pelo Código Civil, notadamente pelo Livro II (Do Direito de Empresa) que tem início em seu art. 966. Patrimônio é um conjunto de bens pertencentes a uma pessoa física ou jurídica. Enquanto pessoas físicas possuem um conjunto de bens e consumo (ca- neta, televisão, relógio etc.) as entidades, pessoas jurídicas de fins lucrativos (em- presas) ou de fins ideais (instituições), possuem outros tipos de bens (mercadorias, máquinas etc.). Quadro 02: Patrimôniode bens empresarial. Os bens da empresa que estão em seu poder. + Os bens da empresa em poder de terceiros, ou seja, os seus direitos a receber (uma venda feita a prazo). Esse dinheiro ainda não está na companhia, ele não é um bem, mas sim um direito a receber. + Os bens de terceiros em poder da empresa, suas obrigações (é avali- ável em dinheiro que lhe pertence, mas está em poder de terceiros). Fonte: Elaborada pela autora (2017). Diante da estrutura do Patrimônio Empresarial, notamos que, nesse mo- mento, ainda se torna ampla a análise de estudos desse patrimônio. O Balanço Patrimonial é um documento essencial para a análise financeira. Devido a tal fato, a normatização estabelece uma subdivisão para os componentes patrimoniais. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 11 1.1. Componentes do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido Como já mencionado, o Patrimônio Empresarial corresponde ao conjun- to de bens, direitos e obrigações, onde estes serão destacados diante de uma estrutura pré-estabelecida de liquidez, ou seja, o que se transforma em direito com mais velocidade, como também uma convenção de lados quando se fala de vi- sualização de balanço horizontal. Para balanço em forma vertical, segue a ordem estrutura de contas apresentadas no plano de contas, onde a sequência será: Ativo, seguido de Passivo e, logo depois, o Patrimônio Líquido. Em contabilidade, Ativo é um termo básico utilizado para expressar o conjunto de bens, valores, créditos, direitos e assemelhados, formando patrimônio de uma pessoa, singular ou coletiva, em determinado momento, ava- liado em moeda. Cumpre ressaltar a evolução da Teoria Contábil na definição de Ativo: durante muito tempo se definiram os bens do Ativo como aqueles que a Entidade detivesse o chamado Direito de Propriedade (escola do Personalismo, por exemplo). Com o advento do Patrimonialismo, qualquer bem que seja utilizado economica- mente pela Entidade, passou a figurar no Ativo. Para aqueles bens em que a pro- priedade não é exatamente da entidade, mas está fazendo parte dos seus ativos, sua contrapartida figurará no Passivo (Obrigações), geralmente são "bens" nu- merários. Esta estrutura está alocada do lado esquerdo do Balanço Patrimonial (no caso de visualização de equilíbrio) e nas primeiras contas (no caso de balanço estruturado de forma vertical de liquidez). Nessa estrutura, aparecem os bens e os direitos a receber pela companhia, diferenciando-se apenas diante de sua posse. a) Bem ou Bens: podem referir-se a qualquer coisa palpável (por exemplo: computador, prédio, casa, carro, dinheiro em sua mão, maquinas etc.). É qualquer coisa que satisfaz a necessidade humana e que pode ser avaliada economicamente. Subdivididos por sua amplitude como bens tangíveis ou corpóreos e intangíveis incorpóreos. • Bens tangíveis: representam os bens materiais, têm forma física e são palpáveis destinados à instalação (prédios, terrenos, móveis e utensílios), destinados à produção (máquinas, equipamentos, instrumentos e acessórios), 12 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA destinados à transformação (matéria-prima, material secundário e material para embalagem), destinados ao consumo (material de escritório, material de limpeza e selos postais), destinados à circulação (dinheiro, dinheiro em bancos e aplicações financeiras) e destinados à venda (mercadorias e produtos comprados para revenda). Estes subdividem-se em bens móveis (podem se locomover sem alterar sua estrutura física) e bens imóveis (sem poder de locomoção). • Bens intangíveis: têm como principal característica a inexistência como coisa e seu valor vinculado a um bem tangível ou a uma situação da empresa (são incorpóreos e não palpáveis), como a marcas de comércio e patentes de invenção. O Código Civil Brasileiro distingue os bens em móveis (os que podem ser movidos por si próprios ou por outras pessoas como animais, máquinas, equipa- mentos, estoques, entre outros) e bens imóveis (vinculados ao solo e que não podem ser retirados sem destruição ou danos, como: edifícios e árvores). Falando de bens, devemos lembrar que estes não se apresentam contabil- mente de forma infinita, lembrando que apenas a instituição jurídica se destaca por sua forma contínua e infinita. Tratando assim esse raciocínio, existem contas de Ativos su- jeitas a desgastes por uso ou desuso, classificadas dentro do plano de contas como conta de depreciação, amortização e exaustão, bem como observadas em destaque especial as provisões de devedores duvidosos (PDD), aparecendo e caracterizando-se essas contas como redução das contas a estas vinculadas, possibilitando, dessa forma, uma análise real da situação financeira empresarial. b) Direitos: são valores que é seu por natureza, mais que está de posse de outra pessoa, como: uma venda feita a prazo (é direito seu receber esse dinheiro, como esse dinheiro ainda não está com você, ele não é um bem, mas sim um direito, direito de recebê-lo), o dinheiro no banco (ele não está com você) entre outros. Ato da pessoa ou empresa ceder algum bem ou serviço em troca do pagamento não imediato, originando um direito correspondente. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 13 Direitos, portanto, representam bens que estão em mãos de terceiros, como os créditos a receber de terceiros. Todas as contas de Ativo possuem natureza credora e, por isso, suas con- tas devem aparecer com saldos positivos já que são caracterizadas por bens e direitos, ou seja, valores que a empresa possui ou possuirá em breve. Para o próximo grupo em estudo, denominado de Passivo, ou de forma mais clara, as obrigações adquiridas pela companhia, e contabilmente representa- dos pelas obrigações financeiras que uma empresa tem a pagar, como as contra terceiros, provenientes de transações passadas, realizadas a prazo, com data de vencimento e beneficiário certo e conhecido. Todas as contas do Passivo repre- sentam os valores negativos, os saldos devedores no patrimônio empresarial. Neste grupo está incluído, por força de lei, o capital próprio, apesar de não ser uma obrigação do patrimônio. A classificação do capital próprio no grupo do Passivo é uma mera questão para atender à necessidade da Contabilidade para garantir a igualdade entre os dois grupos (Ativo e Passivo). O Passivo abrange, então, o capital de terceiros (obrigações), o capital pró- prio e suas variações. Já para o Patrimônio Líquido, se faz da abertura de uma entidade/em- presa, quando a mesma precisa de dinheiro para as primeiras operações, esse dinheiro vem por meio dos sócios mediante a entrega de uma parcela de dinheiro para que a empresa possa começar a andar com as próprias pernas. Logo, esse dinheiro não é da empresa, mas sim dos donos delas. Sendo assim, ela tem a obrigação de devolver esse dinheiro aos sócios. 14 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Segundo Iudícibus, Marion e Pereira (2013, p. 10), “o dinheiro encontrado dentro das organizações corresponde aos recursos dos sócios ou do Patrimônio Líquido. Para se achar o percentual desse capital, basta dividir o Patrimônio Líqui- do pelo Passivo Total”. O Patrimônio Líquido está configurado no lado do Passivo em virtude do capital, das reservas etc., pertence aos proprietários (sócios, acionistas) e não dei- xa de ser uma obrigação da empresa (pessoa jurídica) para com os proprietários (pessoa física). O Capital é considerado pelas companhias como o conjunto de recursos postos à disposição da empresa, seja por terceiros ou por proprietários (Passivo ou Patrimônio Líquido). Ou seja, é a soma das riquezas ou dos recursos acumulados que se destinam à produção de novas riquezas. Outras contas levam também o nome de Capital, mas com representativas diferenciadas, onde destacamos: • Capital próprio: constitui a riqueza líquida à disposição dos proprietários. É a soma do capital social, suas variações, os lucros e as reservas. Aquele que se originou da própria atividade econômica da entidade, como lucros e reservas do PL. • Capitalde terceiros: corresponde ao Passivo Real ou Exigível (obriga- ções) da empresa e representa os investimentos feitos com recursos de terceiros. • Capital a integralizar: os recursos destinados pelos proprietários à formação do Capital Social nem sempre estão disponíveis para serem transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da entidade (em- presa) no ato de constituição da mesma. O CS só é integralizado (realizado) quando os recursos correspondentes são transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da companhia. • Capital total: corresponde à soma do passivo e do Patrimônio Líquido, onde representa o total dos recursos utilizados no financiamento das atividades. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 15 Calcula-se o percentual de capital dividindo Capital de Terceiros pelo Passivo Total, ou Passivo Total – Patrimônio Líquido dividido por Passivo Total. O Capital Circulante Líquido refere-se aos Ativos e aos Passivos Circu- lantes (curto prazo) utilizados em função das atividades diárias, é uma medida de solvência, onde: CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a Administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados que contribuem, sobremaneira, para a tomada de decisões. Destacando um estudo dos possíveis usuários desta contabilidade, temos como exemplo: • Investidores: é por meio dos relatórios contábeis que identifica a situação econômico-financeira da empresa. • Fornecedores de bens e serviços: usam os relatórios para analisar a capacidade de pagamento da empresa compradora. • Bancos: utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limite de crédito etc. • Governo: não só usa os relatórios com finalidade de arrecadação de im- postos como para os dados estatístico no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE). • Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator preponderante para reajuste de salários. • Outros interessados: podemos assim mencionar os funcionários da empresa e até a população em relação aos orçamentos públicos. Tais conheci- mentos podem ser apontados diante da continuidade e da progressividade da empresa e o quanto isso pode influenciar o sucesso de funcionários e mercado de venda garantido. Prestação de contas de órgãos de classe, pessoas e diversos institutos, como Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Conselho Regional de Contabilidade (CRC), concorrentes etc. 16 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA A Contabilidade, diante de seus demonstrativos (Balanço Patrimonial o mais utilizado), se destaca por transmitir uma informação real e relevante das situações patrimonial, financeira e econômica da situação empresarial no mercado globalizado. 1. Quando os débitos de uma empresa excedem o seu patrimônio bruto, dizemos que a situação líquida é: a) superavitária. b) ativa. c) favorável. d) defi citária. 2. A diferença entre o capital total à disposição da empresa e os recursos não correntes corresponde: a) ao passivo exigível. b) ao capital de terceiros. c) às exigibilidades a longo prazo. d) ao passivo circulante. 1.2. Estrutura de Plano de Contas e critérios de alocação O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração, para mantê-la ordenada de forma a obter, de maneira clara e objeti- va, os dois instrumentos informativos mais importantes da contabilidade: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Este deve ser tão detalhado quanto seja o interesse da empresa em in- formações detalhadas; inexistem regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo de contas que deve conter um plano de contas. Repetimos, o grau de detalhamento do plano de contas varia segundo o interesse do contador e da empresa levando em consideração sempre a necessidade de registrar todas as ocorrências na vida de uma empresa. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 17 O Plano de Contas deve ser suficientemente elástico a fim de permitir a inclusão de novas contas sempre que elas se fizerem necessárias. O objetivo do Plano de Contas é estabelecer normas de conduta para o registro das operações da organização e, na sua montagem, devem ser levados em conta três objetivos fundamentais: a) Atender às necessidades de informação da administração da empresa; b) Observar o formato compatível com os princípios de contabilidade e com a norma legal de elaboração do Balanço Patrimonial e das demais demonstrações contábeis (Lei nº 6.404/76, a chamada “Lei das S/A”); a legislação específica do ramo de atividade da empresa. Observando também as alterações ocorridas pela Lei nº 11.638, de 28.12.2007, têm como linha mestra a harmonização das demonstrações contábeis com as normas internacionais de contabilidade e outras mudanças que também ocorreram segundo a Medida Provisória nº 449, especificamente a partir da descrição do Art. 15; c) Adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos, principalmente às da legislação do Imposto de Renda. A principal finalidade é de servir de meio de orientação na escrituração contábil, possibilitando sua padronização e protegendo a empresa contra erros naturais motivados pela ausência de sistematização. Uma empresa que não possui um plano de contas adequado fatalmente dará lugar à abertura de contas indevidas, em duplicidade, com objetivos confusos. 18 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Na contabilidade, é comum as companhias escolherem uma apresentação contábil para seus demonstrativos, uma estrutura pré-estabelecida e com normati- zações específicas, destacadas de formato horizontal que, na maioria das vezes, os gestores poderão observar a posição patrimonial empresarial compondo laudos de como se apresentam as contas de Ativos e Passivos, respectivamente, dos lados esquerdo e direito. A apresentação vertical desse demonstrativo se destaca por um estruturado de contas ordenado por liquidez que contabilmente é determi- nada como o plano de contas contábil. O Plano de Contas ou Elenco de Contas é o conjunto de contas numeradas por ordenação decrescente de liquidez previamente estabelecido que norteia os trabalhos contábeis de registro de fatos e atos inerentes à entidade, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis. Um instrumento de estrema importância na classificação contábil é o cha- mado de Plano de Contas. Este é destacado pela importância na gestão de dois grandes grupos, apresentados de forma numérica de liquidez, e iniciado pelo grupo de Ativos (bens e direitos) passando para o grupo de Passivos (obrigações e Patri- mônio Líquido). Destacados em dois grandes grupos, subdivisões destacadas con- tabilmente como CIRCULANTE, contas apreciadas dentro do ano contábil corrente (365 dias, podendo optar sob forma de lei com uma expansão para um ciclo de 2 anos) e as contas do NÃO CIRCULANTES, com administrações após este limite e infinitamente comtempladas. Destacamos assim um modelo pré-estabelecido de plano de contas: Quadro 03: Modelo de plano de contas estruturado. 1. ATIVO 1.1. ATIVO CIRCULANTE 1.1.1. Caixa 1.1.1.01 Caixa Geral 1.1.2. Bancos c/ Movimento CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 19 1.1.2.01 Banco Alfa 1.1.3. Contas a Receber 1.1.3.01 Clientes 1.1.3.02 Outras Contas a Receber 1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 1.1.4. Estoques 1.1.4.01 Mercadorias 1.1.4.02 Produtos Acabados 1.1.4.03 Insumos 1.1.4.04 Outros 1.2. NÃO CIRCULANTE 1.2.1. Contas a Receber 1.2.1.01 Clientes 1.2.1.02 Outras Contas 1.2.2. INVESTIMENTOS 1.2.2.01 Participações Societárias 1.2.3. IMOBILIZADO 1.2.3.01 Terrenos 1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 1.2.3.04 Veículos 1.2.3.05 Móveis 1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada 1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada 1.2.4. INTANGÍVEL 1.2.4.01 Marcas 1.2.4.02 Softwares 1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada 2 PASSIVO 2.1 CIRCULANTE 2.1.1Impostos e Contribuições a Recolher 2.1.1.01 Simples a Recolher 2.1.1.02 INSS 2.1.1.03 FGTS 2.1.2 Contas a Pagar 2.1.2.01 Fornecedores 2.1.2.02 Outras Contas 20 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 2.1.3 Empréstimos Bancários 2.1.3.01 Banco A - Operação X 2.2 NÃO CIRCULANTE 2.2.1 Empréstimos Bancários 2.2.1.01 Banco A - Operação X 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.3.1 Capital Social 2.3.2.01 Capital Social Subscrito 2.3.2.02 Capital Social a Realizar 2.3.2. Reservas 2.3.2.01 Reservas de Capital 2.3.2.02 Reservas de Lucros 2.3.3 Prejuízos Acumulados 2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores 2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual 3 CUSTOS E DESPESAS 3.1 Custos dos Produtos Vendidos 3.1.1 Custos dos Materiais 3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 3.1.2 Custos da Mão de Obra 3.1.2.01 Salários 3.1.2.02 Encargos Sociais 3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 3.2.1 Custo das Mercadorias 3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 3.3 Custo dos Serviços Prestados 3.3.1 Custo dos Serviços 3.3.1.01 Materiais Aplicados 3.3.1.02 Mão de Obra 3.3.1.03 Encargos Sociais 3.4 Despesas Operacionais 3.4.1 Despesas Gerais 3. 4.1.01 Mão de Obra 3.4.1.02 Encargos Sociais 3.4.1.03 Aluguéis 3.5 Perdas de Capital 3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 21 3.5.1.01 Custos de Alienação de Investimentos 3.5.1.02 Custos de Alienação do Imobilizado 4 RECEITAS 4.1 Receita Líquida 4.1.1 Receita Bruta de Vendas 4.1.1.01 De Mercadorias 4.1.1.02 De Produtos 4.1.1.03 De Serviços Prestados 4.1.2 Deduções da Receita Bruta 4.1.2.01 Devoluções 4.1.2.02 Serviços Cancelados 4.2 Outras Receitas Operacionais 4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado Fonte: http://goo.gl/VYd2F Diante de uma opção de estrutura e como apresentamos academicamente: Quadro 04: Visão Sistêmica do Balanço Patrimonial Horizontal. ATIVO Circulante: compreende contas que estão constantemente em giro, em movimento, sua conversão em dinheiro ocorrerá, no máximo, até o próximo exercício social. RLP: incluem-se nessa conta bens e direitos que se transformarão em dinheiro após o exercício seguinte. Permanente: são bens e direitos que não se destinam à venda e têm vida útil longa, no caso de bens. Intangível: são as aplicações de caráter permanente que geram rendimentos não necessários à manutenção da atividade principal da empresa. Imobilizado: abrange itens da natureza permanente que serão utilizados para a manutenção da atividade básica da empresa. Intangível: são aplicações que beneficiaram resultados de exercícios futuros. PASSIVO Circulante: compreende obrigações exi- gíveis que serão liquidadas no próximo exercício social: nos próximos 365 dias após o levantamento do balanço. ELP: relacionam-se nessa conta obriga- ções exigíveis que serão liquidadas com prazo superior a um ano, dividas a longo prazo. PL São recursos dos proprietários aplica- dos na empresa. Os recursos significam o capital mais o seu rendimento, lucros e reservas. Se houver prejuízo, o total dos investimentos proprietários será reduzido. Fonte: Marion (2015). 22 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA O balanço patrimonial e as contas nele embutidas devem ser personalizadas diante de um plano de contas empresarial único de acordo com as necessidades das movimentações patrimoniais a esta empresa alocada, facilitando assim uma análise de gestão, a personalização dos fatos contábeis empresariais para os usuários de informa- ções, que puderam necessitar de detalhamentos específicos, não compreendendo um modelo geral de plano de contas estabelecidas pelo Balanço Patrimonial. O principal objetivo do plano de contas será estabelecer normas de conduta para o registro das operações da organização e sua montagem vem a atender às necessidades de informação da gestão diante das normativas exigidas no Código se Pronun- ciamento Contábil (CPC) para mensuração no que traduz a Lei das S/A, adaptando-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos, principalmente às da legislação do Imposto de Renda. Conceituando-se de forma estruturada diante de parâmetros de curto prazo (até um ano corrente) e de longo prazo (acima do ano corrente), o balanço pa- trimonial se destaca por uma ordenação de contas contábeis, onde os itens de maior liquidez são classificados em primeiro plano e os de menor liquidez apare- cem em último lugar. Destacamos assim uma conta de extrema liquidez como a conta caixa, está necessariamente alocada no balanço patrimonial justificando a conta inicial do plano de contas bem como os ativos imobilizados, aqueles que não possuem intenção imediata de transformar-se em dinheiro vivo, estarão obrigato- riamente no final do plano de contas do lado do ativo, classificados assim como não circulantes. Como as contas recebidas e pagas se renovam constantemente (estão sempre girando), estão sempre se tornando mais líquidas ou virando dinheiro de tempos em tempos, assim a elas foi dado o nome de circulante ou corrente, tanto para o Ativo como para Passivo. O Plano de Contas deve ser elaborado e possuir contas em número su- ficiente para registrar todos os valores positivos, todos os valores negativos, todos os ingressos e todas as despesas de forma detalhada a fim de não ocor- rerem confusões. A preparação do Plano de Contas, deve-se iniciar do grupo maior para os grupos menores - do geral para o particular. Assim, podemos dizer que o nosso plano de contas pode se dividir em quatro grandes grupos: Contas Patrimoniais: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido; Contas de Resultado: Receitas e Despesas ou visando a elaboração da demonstração do resultado do exercício em apenas três: Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido e Contas de Resultado. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 23 Para codificação do Plano de Contas não existem regras estabelecidas sobre a forma de codificá-los. Como os números oferecem uma maior facilida de ordenamento, adota-se um código numérico. Segundo o artigo 178 da Lei das S/A, §1º, no Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, iniciando-se pelo estruturado de número “1” (aquilo que se transforma mais rápi- do em dinheiro). Alguns grupos de contas de circulante e não circulante são tão extensos que seria necessário subdividi-los, assim o Conselho Federal de Contabi- lidade estabeleceu, dentre as normativas de Pronunciamentos Contábeis, algumas nomenclaturas específicas para essa subdivisão. Dentre o grupo dos ativos não circulantes, agora as contas contábeis poderão também se subdividir em Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. O Ativo Diferido não é mais demonstrado, substituído por Intangível. Seguindo um pouco mais na explanação sobre o plano de contas, temos o segundo grupo em destaque, chamado de Passivo, que diante da normativa da lei das S/A, segundo o artigo 178 da Lei das S/A, mas no inciso §2º, agora falando das contas contábeis do Passivo, contas classificadas segundo a ordem decrescente de exigibilidade, sob estruturado iniciado pelo número “2” de estruturado para o plano de contas (aquilo que temos que pagar de acordo com as datas), sendo Passivo Circulante, Não Circulante (Exigível a Longo Prazo) e Patrimônio Líquido, com estruturado iniciado pelo número “3”, que funciona como meio de equilíbrio da situação patrimonial empresarial. Atualmente, muitas companhias contam com o auxílio da informática para facilitar a elaboração do plano de contas e, por consequência, a efetiva alocação das contas contábeis dentro do Balanço Patrimonial. Diante dessa necessidade empresarial, algumas empresas passam a ofertar programas específicos infor- matizados para a gestão contábil, de forma mais aplicável e prática diante das normatizações exigidas pelos pronunciamentos internacionais de contabilidade. Caso haja a necessidade de visualizar esses planos de contas, podem ter acesso 24 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIAgratuito dentro do site <www.fortesinformatica.com.br> e nele baixar um aplicativo acadêmico chamado Fortes AC, que permite a aplicação do Plano de Contas e do Balanço Patrimonial como padrão normativo diante da Lei das S/A. Antigamente, dentro do Passivo Não Circulante, seguido pelo Exigível a longo prazo, existia uma conta contábil chamada de Resultados de Exercícios Futuros que, foi extinta, após a normatização internacional das demonstrações contábeis. O manual do Plano de Contas é um quadro explicativo para o uso adequado de cada conta constante do Elenco de Contas. Esse quadro apresenta a função e o funcionamento de cada conta e a natureza do saldo de cada uma, será adequada diante da necessidade de análise, liquidação e endividamento das respectivas contas com detalhamento de análises servindo de guia para o contabilista no registro de suas operações, oferecendo ao contabilista informações detalhadas de cada conta, orientando-o na padronização dos registros de todos os eventos responsáveis pela gestão do patrimônio da empresa. O acesso a todas essas informações é fundamental para o contabilista, que deve conhecer cada uma delas. Assim, as contas contábeis forneceram aos ges- tores contábeis, financeiros e administrativos o detalhamento das movimentações empresariais o qual lhe permitirá determinar em que situação a conta será debitada ou creditada bem como identificar a natureza do saldo da conta. 3. Diante do exposto sobre as exigências do Plano de Contas aloque cada conta em seu devido local dentro da estrutura numérica de liquidez e calcule o PL da companhia do Sr Guilherme Fortunato, que está bastante satisfeito com sua riqueza acumulada até o momento. Até meados de setembro de 20XX, quando o Sr Guilherme possuía os seguintes dados da contabilidade: CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 25 I. Dois automóveis importados avaliados em R$ 1.800; II. Um apartamento de 3 dormitórios avaliados em R$ 10.900; III. Uma casa de campo de R$ 8.000; IV. Um título de clube a pagar avaliado em R$ 1.200; V. Dinheiro no bolso de R$ 500 e depósitos em vários bancos de R$ 1.100; VI. Ações em coligadas da Petrobrás de R$ 900; VII. Títulos a Receber R$ 1.680; VIII. Salários a pagar R$ 2.600; IX. Aparelhos elétricos e eletrônicos avaliados em R$ 1.120. 4. Os seguintes itens representam elementos do patrimônio de uma entidade eco- nômica a seguir. Diante dos fatos, indique o que se pede. a) Computador e periféricos do escritório da empresa. b) Conjunto de escritório com mesa e cadeira giratória. c) Valor referente a uma duplicata a receber de terceiros. d) Veículo, ano de fabricação 2010. e) Empréstimos efetuados junto ao banco. f) Valor referente a uma duplicata emitida por um fornecedor. g) Estoque de mercadorias para revenda. h) Valor referente à folha de pagamento de salários da empresa que serão pagos no 5º dia útil do mês seguinte. i) Valor referente a um adiantamento feito pela empresa a um fornecedor. j) Valor referente ao ICMS que a empresa deverá recolher no mês seguinte. k) Móveis e utensílios da empresa. l) Empréstimos efetuados junto a um sócio da empresa. m) Valor referente ao FGTS, que deverá ser depositado até o 10º dia útil do mês seguinte. n) Estoque de material de embalagens da empresa. • Quais dos itens representam bens da empresa? 26 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA • Quais dos itens representam direitos da empresa? • Quais dos itens representam obrigações da empresa? 1.3. Operações em Contas Patrimoniais – Livro Diário Toda e qualquer operação realizada (compras, vendas, despesas, receitas etc.) têm seu reflexo imediato na contabilidade onde são registradas de acordo com a sua natureza e os seus respectivos valores. O ato de contabilizar essas operações chama- -se classificação, onde classificar uma conta representa debitar ou creditar esta conta de acordo com a operação realizada, onde nascem os registros nos diversos livros (Diário, Razão, Caixa etc.) que, por sua vez, dão origem aos Balanços e Balancetes. O Método de Partidas Dobradas consiste em cada lançamento, o valor lançado nas contas de débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas a crédito, ou seja, não há devedor sem credor correspondente. Para débitos e créditos, serão apontados em destaque duas regras de igual valor de análise para apuração pelo método de partidas dobradas, onde: 1ª Regra: São creditadas as origens de recursos; São debitadas as aplicações de recursos. 2ª Regra: Entrada de itens no Ativo são necessariamente debitados; Saída de itens no Ativo são creditados; Entrada de itens no Passivo e PL são creditados; Saída de itens do Passivo e PL são debitados. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 27 A todo débito corresponde um crédito de igual valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, deve, consequentemente, aumentar do outro. Os sistemas que atuam na contabilidade empresarial destacam, de forma confiável, algumas fórmulas para estabelecer parâmetros para a apuração de Livro Diário, como apresentadas a seguir: • 1ª fórmula: um débito para cada crédito = Transferência de dinheiro do caixa para o banco, onde alocamos D: Bancos – C: Caixa. • 2ª fórmula: um débito e vários créditos = Transferência de dinheiro do caixa e aplicação para o banco, onde alocamos D: Bancos – C: Aplicação – C: Caixa. • 3ª fórmula: vários débitos e um crédito = Compra de terrenos e estoques com pagamento em dinheiro, onde alocamos D: Terreno – D: Estoques – C: Caixa. • 4ª fórmula: vários débitos e vários créditos = Compra de MP e adianta- mento a funcionário em dinheiro e cheque, onde alocamos D: MP – D: Adiantamento a Funcionário – C: Caixa – C: Banco. Em consequência do método das partidas dobradas, “a soma dos saldos das contas do Ativo deve ser sempre idêntica à soma dos saldos das contas do Passivo e PL no Balanço de tal forma que, se esses dois saldos não baterem, denuncia um erro de lançamento que precisa ser detectado e corrigido” (MARION, 2015, p. 22). Nas Ciências Contábeis, razonete é uma ferramenta e uma representa- ção gráfica em forma de "T" bastante utilizada pelos contadores. É um instrumento didático para desenvolver o raciocínio contábil. Por meio do razonete são feitos os registros individuais por conta, dispensando-se o método por balanços suces- sivos. Como o balanço, o razonete tem dois lados, na parte superior do razonete coloca-se o título da conta que será movimentada. Posteriormente, os resultados individuais são transferidos para o Balanço Patrimonial para criação do demons- trativo contábil. 28 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Para cada conta do Balanço Patrimonial abre-se um razonete e nele reali- za-se a movimentação. De um lado, registram-se os aumentos, de um outro, as diminuições. A natureza da conta (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) determina que lado deve ser utilizado para aumentos e que lado deve ser utilizado para di- minuições. Por exemplo, se a conta for de Ativo, os aumentos serão registrados no lado esquerdo do razonete e as diminuições no lado direito. Se a conta for de Passivo ou de Patrimônio Líquido, os lados serão invertidos: os aumentos serão registrados no lado direito e as diminuições no lado esquerdo. O saldo de uma conta é o valor da diferença entre a soma dos débitos e a soma dos créditos do razonete, que será devedor se a soma dos débitos for maior que a soma dos créditos e será credor se a soma dos créditos for maior que a soma dos débitos. Os saldos dos razonetes são representados obrigatoriamente no BP. O razonete de receitas e despesas apresentados comumente pelo nome de Apuração do Resultado do Exercício será, obrigatoriamente, de saldo ZERO, onde este será transportado em forma de lucro ou prejuízo acumulados. 5. Referente ao conceito de razonetes, como podemos intercalar o razonete de receitas e despesas (conhecido como razonete de Apuração do Resultado do Exercício) com a Conta Contábil de Lucros ou Prejuízos Acumulados? Justifique sua resposta por meio de representaçõesem forma de razonetes. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 29 1.4. Participações Societárias As participações no Capital Social de outras Companhias são representa- das por “ações (sociedades anônimas) ou quotas (empresa) do capital social. Essas participações são classificadas no Balanço Patrimonial diante de ativos cir- culantes, realizáveis a longo prazo e investimentos” (ALMEIDA, 2007, p. 32). As companhias utilizam as ações e as transações relacionadas com outras sociedades para, por meio destas, conseguir investir seus recursos de forma mais adequadas. Contabilmente, esses recursos podem ser investidos diante de regras estipuladas por normativas internacionais para aplicação de investimentos e como se pode mensurar no plano de contas, consequentemente, dentro das movimenta- ções patrimoniais. Isso será abordado posteriormente pelos métodos de apuração por valor de custos e Métodos de Equivalência Patrimonial – MEP. A equivalência patrimonial é o método que consiste em atualizar o valor contábil do investimento ao valor equivalente à participação societária da socieda- de investidora no Patrimônio Líquido da sociedade investida e no reconhecimento dos seus efeitos na DRE. O valor do investimento será determinado mediante a aplicação da porcentagem de participação no Capital Social sobre o Patrimônio Líquido de cada sociedade coligada ou controlada. Diante do Art. 243 da Lei das S/A e suas alterações, a lei expressa as normativas que as participações societárias devem se enquadrar e as modificações ocorridas durante o período, como segue exemplo: 30 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Quadro 05: Distinção entre as Sociedades diante das participações. SOCIEDADE COLIGADA SOCIEDADE CONTROLADA Uma sociedade é coligada a outra quando uma delas tem uma influência significativa sobre a outra empre- sa. Presume uma participação acima de 10% ou mais do Capital Social de outra sem controlá-la indepen- dentemente da natureza jurídica dessas companhias. A lei não estabelece um percentual mínimo, mas com 20% do Capital Social já se considera significativa o suficiente para ser automaticamente uma coligada. Mesmo percentuais menores de participação podem levar uma empresa a ser considerada coligada à ou- tra: basta que uma empresa detenha ou exerça o po- der de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida sem controlá-la. Uma sociedade é controlada por outra quando esta, diretamente ou por meio de outras controladas, tem os direitos de sócio que lhe assegurem, de modo per- manente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. Em outras palavras, a lei não diz que a empresa precisa ser dona de mais de 50% das ações com direito a voto para ser controladora da outra empresa: basta que ela seja a empresa que detenha o poder de ele- ger a maioria dos diretores da empresa e tomar as principais decisões na vida da empresa. Mas se todas as ações de uma empresa pertencem à outra, ela não é apenas controlada, ela passa a ser uma subsidiária integral daquela outra empresa. Fonte: Almeida (2007). Estão obrigadas a proceder esta avaliação as sociedades anônimas ou não que tenham participações societárias relevantes em sociedades controladas, sociedades coligadas sobre cuja administração a sociedade investidora tenha influência e sociedades coligadas de que a sociedade investidora participe com 20% ou mais do CS. A relevância dos investimentos caracteriza-se pela Lei das S/A diante das controladas ou coligadas se o valor contábil é igual ou superior a 10% do PL da companhia investidora. Em conjunto de sociedades controladas e coligadas, esse percentual eleva-se para 15% do PL, adicionalmente, serão computados parte do valor contábil do investimento registrado na contabilidade aos saldos de créditos da companhia investidora contra as coligadas e as controladas. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 31 Para o investimento em uma sociedade coligada ser avaliado pelo método de equivalência patrimonial tem que atender cumulativamente à participação relevante e 20% ou mais do Capital Social da investida ou que a investidora tenha influência na administração da investida. • A partir da apresentação gráfica a seguir, estabeleça a correlação entre as sociedades diante do estabelecido entre coligação e controle. a) Sociedade X Detém 51% das ações ordinárias Detém 65% das ações ordináriasSociedade Y Sociedade Z b) Sociedade X Sociedade Y Sociedade K Sociedade L Sociedade W Sociedade V Sociedade Z Detém 95% das ações ordinárias Detém 30% das ações ordinárias Detém 52% das ações ordinárias Detém 80% das ações opreferenciais Detém 21% das ações ordinárias Detém 70% das ações ordinárias Detém 60% das ações ordinárias Resolução: a) A sociedade X tem o controle direto da sociedade Y e o controle indireto da sociedade Z, através da sociedade Y. As sociedades Y e Z são controladas da sociedade X. 32 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA b) A sociedade Y é controlada da companhia X. A sociedade K é coligada da Y. A sociedade L é controlada direta da sociedade Y e controlada indireta da X. A sociedade Z é controlada da X, tendo em vista que a sociedade X detém 30% das ações ordinárias indiretas por meio da controlada L, mais 21% de ações ordinárias. A sociedade Z é coligada de L. A sociedade W é controlada direta de Z e indireta de X por meio da sociedade Z. A sociedade V é coligada da sociedade Z. 6. O Balanço traz em sua premissa básica estabelecer padrões. Diante disso, enumere os conceitos básicos da Contabilidade relacionando os tópicos a seguir e marque o item que traz a sequência correta: I. Objeto de estudo; ( ) Escrituração. II. Campo de aplicação; ( ) Fornecedor. III. Finalidade econômica; ( ) Entidade. IV. Usuário Externo; ( ) Resultado. V. Técnica Contábil. ( ) Patrimônio. a) I, III, II, IV e V. b) III, IV, I, V e II. c) I, II, IV, V e III. d) V, IV, II, III e I. 7. Estabeleça a correção da estrutura do plano de contas com a liquidez, o período e a base numérica para o estruturado. Faça um pequeno texto diante das notações da Lei nº 11.638/07. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 33 8. O Plano de Contas identifica, dentro das organizações, uma ordem hierárquica de liquidez e endividamento. Diante do exposto em normativas internacionais de contabilidade essa estrutura conceitual poderá ser elaborada especificamente para cada companhia diante das movimentações contábeis por ela passada. O plano de contas é a base para análise do Balanço Patrimonial como também para elaboração e para divulgação de relatório contábil-financeiro. A definição de Patrimônio Líquido corresponde à equação fundamental do patrimônio, ou seja, representa o valor das contas patrimoniais devedoras deduzidos os valores das contas patrimoniais credoras, uma situação empresarial em equilíbrio diante da expressão encontrada no Balanço Patrimonial. Diante desse fato, descreva como se pode adequar o plano de contas por meio da equação patrimonial do Balanço Patrimonial. 2. RelembRando o demonstRativo de Resultado do exeRcício – DRE A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um relatório elaborado em conjunto com o Balanço Patrimonial e tem como objetivo principal apresentar, de forma vertical e resumida, o resultado apurado em conjunto de operações de receitas e despesas realizadas em um determinado período, normalmente mensal ou anual, seguindo o regime contábil da competência. O Regime de Competência é destacado como um Princípio Fundamental de Contabilidade onde as receitas e as despesas devem ser incluídas na operação do resultado do período em que ocorreram, sempre simultaneamente quando se correlacionam, independentemente de recebimento ou pagamento. 34 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Destina-se a evidenciar a formação de resultado líquido do exercício diante do confronto das receitas, dos custos e das despesas apuradas segundo o regime de competência, a demonstraçãodo Resultado do Exercício – DRE oferece uma síntese econômica dos resultados operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de divulgação, em geral, são feitas mensalmente pela administração e trimestralmente para fins fiscais. As DREs podem ser utilizadas como indicadores de auxílio a decisões fi- nanceiras. Seu objetivo é demonstrar a formação do resultado líquido em um exer- cício por meio do confronto das receitas, das despesas e dos resultados apurados, gerando informações significativas para tomada de decisão. A seguir, destacamos definições feitas por alguns autores: A DRE é extremamente relevante para avaliar o desempenho da empresa e a eficiência dos gestores em obter resultado positivo. O lucro é o objetivo principal das empresas (MARION, 2015, p. 129). A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta, de forma resumida, as operações realizadas pela empresa, durante o exercí- cio social, demonstrada de forma a destacar o resultado líquido do período (GONÇALVES, 1996, p. 315). A Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo ordenado das receitas e das despesas da empresa em determinado período. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado – lucro ou prejuízo (IUDÍCIBUS, 2013, p. 204). A DRE oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais e não-operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins legais de divulgação, em geral, são feitas mensalmente para fins administrativos e trimestralmente para fins fiscais. A DRE apresenta grande utilidade aos investidores, aos bancos, às fi- nanceiras, ao governo e aos gestores que podem avaliar por meio dela sua capa- cidade e, quando necessário, modificar a administração da empresa. Quando se trata de uma situação real, a empresa terá a possibilidade de uma administração voltada para a eficiência e a competência e é flexível aos interesses dos usuários de maneira geral. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 35 Na legislação das S/A, uma síntese é apresentada no que se trata das ope- rações financeiras, operacionais e não operacionais, diante do artigo 187 que instituiu a DRE, onde temos em seu texto: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das ven- das, os abatimentos e os impostos; II. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercado- rias e serviços vendidos e o lucro bruto; III. as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzi- das das receitas, as despesas gerais e administrativas, e ou- tras despesas operacionais; IV. o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais e o saldo da conta de correção monetária (artigo 185, § 3º); IV. o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; (Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995); IV. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008); IV. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009); V. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados; VI. as participações de debêntures, de empregados e adminis- tradores, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empre- gados, que não se caracterizem como despesa (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007); 36 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos finan- ceiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdên- cia de empregados, que não se caracterizem como despesa (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008); VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos finan- ceiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdên- cia de empregados, que não se caracterizem como despesa (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009); VII. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independen- temente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. § 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, registrados como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de realizado poderá ser computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações. § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638 de 2007). Na determinação da apuração do resultado do exercício, as movimentações contábeis serão mensuradas, em obediência ao princípio da competência, que, diante dos estudos de Oliveira (2008), são caracterizadas como as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda e os custos, as despesas, os encargos e as perdas, pagos ou incorridos, corres- pondentes a essas receitas e rendimentos. Então, são mensurados contabilmente os fatos na hora que eles ocorrem, independentemente da entrega ou do recebi- mento do bem, do serviço ou da dívida. Para melhor visualização, colocamos para você um modelo já com núme- ros (estabelecidos apenas para visualização) de um período aleatório em análise. Observe a figura a seguir. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 37 Quadro 06: Modelo numérico da DRE. RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Mercadorias R$ 100.000 (–) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devolução de vendas Abatimentos Impostos e contribuições incidentes sobre vendas R$ 150 R$ 100 R$ 10.000 (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA R$ 89.750 (–) CUSTO DAS VENDAS DE MERCADORIAS R$ 50.000 (=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO R$ 39.750 (–) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas com vendas Despesas administrativas (–) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS Despesas financeiras R$ 1.200 R$ 3.600 R$ 1.000 (+) RECEITAS FINANCEIRAS R$ 350 OUTRAS RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS (+) Venda de bens e direitos do ativo não circulante (–) Custo de venda de bens e direitos do ativo não circulante (=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IR E CSSLL (–) Provisão para IR e CSLL R$ 34.300 (=) LL ANTES DAS PARTICIPAÇÕES (–) Participações de Administradores, Partes beneficiárias e Fundo de Assistência R$ 34.300 R$ 10.000 (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 24.300 Fonte: Elaborado pela autora (2016). 2.1. Receitas, Despesas, Gastos e Custos Chamamos de contas de resultado as contas representativas de despe- sas e receitas. Essas contas terão, obrigatoriamente, ao final de um período con- tábil, seus saldos zerados contra a conta de Apuração de Resultado do Exercício (ARE) e o resultado econômico obtido (lucro ou prejuízo) irá diferenciar o valor do Patrimônio Líquido para mais ou para menos. 38 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA É importante ressaltar que a confrontação dos saldos dessas contas ocorre em função do consumo de despesas, custos e perdas, pagos ou incorridos cor- respondentes a receitas realizadas e rendimentos ganhos no mesmo período de tempo, não importando o encaixe ou o desembolso (recebimento ou pagamento). Para melhor entendimento do que podemos enquadrar nesse demonstrati- vo, devemos explanar sobre resultados financeiros onde definimos: • Ganhos ou perdas: sob a ótica contábil, são sacrifícios financeiros com os quais uma organização, pessoa ou governo tem que arcar a fim de atingir seus objetivos, sendo consideradosesses ditos objetivos, a obtenção direta de um produto ou serviço qualquer (como uma matéria prima ou um serviço terceirizado dentro da organização), ou utilizados na obtenção de outros bens ou serviços a serem respectivamente fornecidos ou prestados (como, respectivamente, um processo sobre um conjunto de matérias primas visando obter determinado produto para venda ou um processo próprio terceirizado de uma etapa de produção). Quadro 07: Definições relativas a ganhos e perdas. I. RECEITAS são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumen- tos do patrimônio líquido e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais. II. CUSTOS são medidas monetárias dos sacrifícios financeiros com os quais uma organização, uma pessoa ou um governo, tem de arcar a fim de atingir seus objetivos, sendo considerada a utilização de um produto ou serviço qualquer utilizado na obtenção de outros bens ou serviços. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 39 III. DESPESAS, para a Contabilidade, são os gastos necessários para a obtenção de receita. As despesas são gastos que não se identificam com o processo de transforma- ção ou produção dos bens e dos produtos. São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil. • Despesa operacional: não computadas nos custos, necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora. • Despesas não operacionais: são aquelas decorrentes de transações não incluídas nas ativida- des principais ou acessórias que constituam objeto da empresa. IV. Despesas de ativos: • DESGASTES: ao longo do tempo, com a obsolescência natural ou desgaste com uso, os ativos vão perdendo valor, essa perda é apropriada periodicamente até que esse ativo tenha valor reduzido a zero, diante da vida útil do bem. Consta no plano de contas como RETIFICADORA: os cálculos de desgaste deverão obedecer aos critérios determinados pelo governo, por meio da SRF, art. 305 do RIR/99. • DEPRECIAÇÃO: pode ser entendida como o custo ou a despesa decorrente do desgaste ou da obsolescência dos ativos imobilizados tangíveis (veículos, móveis, imóveis) da empresa, REDUZIDO ATÉ ZERO. • AMORTIZAÇÃO: desgaste para bens intangíveis. • EXAUSTÃO: desgaste em bens da natureza bem como extração mineral. Fonte: Iudícibus (2013). Alguns desgastes também devem ser abordados sob a forma de despesas, destacados no Balanço Patrimonial como: • Depreciação: pode-se entender como sendo o custo ou a despesa decor- rente do desgaste ou da obsolescência dos ativos imobilizados tangíveis (veículos, móveis, imóveis) da empresa, reduzido a zero. • Amortização: desgaste para bens intangíveis. • Exaustão: desgaste em bens da natureza, bem como extração mineral. Existem bens que não sofrem gastos por desgaste, chamados bens não- depreciáveis: terrenos, salvo em relação a melhoramentos ou construções; prédios ou construções não alugadas nem utilizados pelo proprietário na produção dos seus rendimentos ou destinados à revenda; bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como as obras de arte ou antiguidade. 40 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Algumas contas são apresentadas no plano de contas como “retificadora”, aquelas que vêm a reduzir um valor de outra conta contábil, dando aos gestores uma noção do real valor da conta. Vejamos um exemplo: nas contas de clientes a Receber do Ativo, com saldo de 100, deve vir logo a seguir, caso necessite, uma conta que venha a reduzir o saldo desta, chamada de provisão para devedores devidos, com saldo de 20 e sinal negativo. Para os gestores, em uma análise básica, entende-se que, para os clientes a receber, 20% deles já comunicaram a impossibilidade de pagar, neste caso a Companhia só deve contar com o recebi- mento dos outros 80%. Outro caso de contas redutoras ou retificadoras ocorre com os desgastes que deverão obedecer aos critérios determinados pelo governo por meio do Sistema da Receita Federal – SRF, art. 305 do RIR/99. Para a Contabilidade, os custos e as despesas são categorias de gastos. Toda despesa é obrigada a ser lançada no débito, já as Receitas são categorias de ganhos. Toda Receita é obrigada a ser lançada no crédito. Para a confecção do Demonstrativo de Resultado do Exercício – DRE, o contabilista deve estar ciente da alocação adequada das movimentações contá- beis dentro do plano de contas com relação às Receitas e às Despesas existentes, onde deverão ser apontadas, diante de sua aplicação operacional ou não operacio- nal para uma melhor análise da gestão. 2.2. Estrutura do DRE A estrutura do DRE é bem simples. De forma já destacada dentre as normas pré-estabelecidas das Sociedades Anônimas, esta apresenta de forma vertical a apuração, as movimentações das receitas e as despesas ocorridas em um determinado período. Em seu resultado final, está destacado o Lucro Líqui- do do período, que deve, obrigatoriamente, ser idêntico às variações ocorridas no BP em análises de período. A estrutura é a seguinte: Demonstrativo do Resultado do Exercício – DRE FATURAMENTO BRUTO (venda de produtos, quando empresa industrial) (–) Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) = RECEITA de VENDAS BRUTAS (vendas de Mercadorias e Prestação de Serviços) CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 41 (–) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Mercadorias e Serviços (ISS, ICMS, PIS/COFINS) (–) Descontos Incondicionais Concedidos (–) Devoluções de Vendas (+) Reversão dos Impostos Sobre Devoluções de Vendas (–) Abatimentos sobre Vendas (Sem Reversão dos impostos sobre a parte abatida) = RECEITA de VENDAS LÍQUIDAS (–) Custo dos Produtos Vendidos (CPV, inclui frete/seguros sobre compras de insumos) (–) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV, inclui frete/seguros sobre compras de mercadorias) (–) Custo dos Serviços Prestados (CSP) = RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (–) Despesas Comerciais (incluem publicidade e propaganda, depreciação de veículos de vendas/entregas, fretes/seguros sobre vendas, salários de vendedores, despesa de provisão para devedores duvidosos etc.) (–) Despesas Gerais e Administrativas (incluem impostos e aluguéis sobre prédios administrativos, depreciações em geral, salários de executivos, honorários de diretoria etc.) (–) Outras Despesas Operacionais (incluem despesas de equivalência patri- monial, despesas de ajuste ao valor de mercado etc.) (+) Outras Receitas Operacionais (incluem receitas de equivalência patri- monial, receitas de ajuste ao valor de mercado, aluguéis ativos, reversão de provisão para devedores duvidosos etc.) (–) Despesas Financeiras (incluem IOF, variações monetárias Passivas, descontos Concedidos etc.) (+) Receitas Financeiras (incluem variações monetárias Ativas, descontos obtidos etc.) (–) Outras Despesas (incluem custo de venda de ativo imobilizado etc.) (+) Outras Receitas (incluem receita de venda de ativo imobilizado etc.) 42 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA (=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO ANTES DA CSLL e IR (–) Despesa com Provisão de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (–) Despesa com Provisão de Imposto de Renda (=) RESULTADO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES (as participações abaixo devem ser calculadas rigorosamente nesta ordem, sendo que para o cálculo da próxima deve ser abatido o valor da participação anteriormente calculado) (–) Debêntures (dedutível do Imposto de Renda) (–) Empregados (dedutível do Imposto de Renda) (–) Administradores (–) Partes Beneficiárias (–) Fundos de Assistência e Previdência para Empregados (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ( ÷ ) Número de Ações (=) Resultado Líquido por Ações A base de cálculo das participações = Resultado Líquido antes das partici- pações – Prejuízo Acumulado de Exercícios Anteriores. 9. A Demonstração do Resultado do Exercício deverá conter algumas rubricas, obedecidas também a determinações legais. Assinale a alternativa a seguir que não integraessa Demonstração Contábil. a) Receitas. b) Custo dos Produtos Vendidos, das Mercadorias Vendidas ou dos Serviços Prestados. c) Ajustes de Exercícios Anteriores. d) Despesas e Receitas Financeiras. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 43 10. O demonstrativo da DRE traz em sua premissa básica estabelecer padrões de análise financeira de receitas e despesas. Diante dessa afirmativa, enumere os conceitos básicos na gestão deste demonstrativo relacionando os tópicos: I. Apresentação; ( ) Escritório e Aluguel. II. Deduções são; ( ) Lucro Líquido. III. Como despesa administrativa temos; ( ) Vertical. IV. O Lucro Real é; ( ) Ano Base. V. Exercício financeiro é. ( ) Despesas. a) I, III, II, IV e V b) III, IV, I, V e II c) I, II, IV, V e III d) V, IV, II, III e I 11. Monte a DRE da Companhia Segurança Ativa a partir dos fatos relacionados a seguir e indique qual o valor do faturamento de vendas: Faturamento de vendas R$ ? Lucro Antes do IR R$ 5.590 Despesas Administrativas R$ 9.120 Custos de Vendas R$ 22.800 Lucro Bruto R$ 27.770 Lucro Operacional R$ 5.900 Despesas não operacionais R$ 1.360 Receitas não operacionais R$ 1.050 Despesas de Vendas R$ 12.750 Lucro Líquido R$ 2.840 Participações diversas R$ 1.000 Provisão para IR R$ 1.750 Lucro Depois do IR R$ 3.840 44 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Destacamos a Contabilidade como uma ciência social com carácter econô- mico, político, administrativo e normativo, facilitando assim uma gestão patrimonial mais adequada em relação aos valores empresariais. A Contabilidade é indispensável e liga-se aos demais conhecimentos de for- ma a permitir uma evolução da sociedade. De forma clara: o objeto da Contabilida- de é o Patrimônio; a finalidade da Contabilidade é a de controlar o Patrimônio com o objetivo de fornecer informações sobre a sua composição e as suas variações; a aplicação da Contabilidade: Comercial - Industrial - Pública - Bancária - Hospitalar - Agropecuária - de Seguros - Fiscal - Trabalhista - de Serviços etc. A Contabilidade sempre existiu para a tomada de decisão financeira, às ve- zes, confundida nominalmente com contabilidade geral. Podemos, assim, destacar como usuários da Contabilidade, os investidores, os administradores e o governo. Dentre estes, apontamos as definições de PF (como pessoa natural) e PJ (como as empresas em geral). Para uma atual análise dos demonstrativos financeiros econômicos os contabilistas entram de forma atuante e real como peça de ajuda constante aos gestores. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 45 O Patrimônio será computado pelos bens e pelos direitos (lado esquerdo) e obrigações (lado direito). Notando-se que os bens abrangem uma população muito extensa, sendo assim subdividimos em Tangíveis/corpóreos e Intangíveis/ incorpóreos. Seguindo o mesmo raciocínio, os bens tangíveis ainda possuem gran- de volume, então, também os subdividimos em móvel e imóvel. Essas contas são alocadas dentro do Balanço Patrimonial em destaque para Circulantes (dentro do ano corrente podendo ser ajustado até o próximo exercício) e Não Circulante (do próximo exercício para frente). A Riqueza Líquida ou Situação Líquida empresarial é medida pelo Patri- mônio Líquido, deve ser estabelecida pela diminuição dos Ativos sob os Passivos. Caso a mesma identifique resultado positivo à SL, é favorável; para valor ZERO, é uma SL em equilíbrio e, por fim, para uma SL negativa, a empresa encontra-se em situação desfavorável. Lembrando que só poderá ser efetuada esta análise diante da apuração do Livro Diário diante das alocações dos débitos e dos créditos contábeis. Para destacarmos a composição do BP, citaremos seus alicerces em forma de tópicos nos ativos (tudo que a empresa tem), bens (tangíveis móveis e imóveis e intangíveis), direitos (a receber) e passivos (obrigações + PL). Por outro lado, não devemos esquecer o valor dado ao Patrimônio, caracterizado pelo conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa ou a uma entidade. Todos os fatos contábeis destacados no Plano de Contas (ou Elenco de Contas) é o conjunto de contas, previamente estabelecido, que norteia os traba- lhos contábeis de registro de fatos e atos inerentes à entidade, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis escrituradas por meio do Livro Diário. As participações no Capital Social de outras Companhias são represen- tadas por ações (sociedades anônimas) ou quotas (empresa) do capital social. A distribuição destas deve ser caracterizada por percentuais investidos em outras sociedades, onde podem ser classificadas como coligada (investidora tenha influ- ência significativa, sem controlá-la, quando for titular de 20% ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la), e para controladas (manter o controle e o poder de eleger a maioria dos administradores). Em um outro demonstrativo contábil gerencial, a gestão poderá observar as movimentações ocorridas nas contas de resultados, receitas e despesas, chama- dos de Demonstrativo do Resultado do Exercício, onde neste serão apurados, em cada final de exercício, o resultado econômico obtido (lucro ou prejuízo) identifican- do o valor do Patrimônio Líquido. 46 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Destacamos da DRE os gastos ou percas, onde apresentamos desperdício inesperado, desgaste por uso ou desuso de imobilizado, despesas administrati- vas, financeiras, comerciais e custos operacionais. Já para os ganhos, as receitas apresentam-se como resultados de acréscimo não esperados sob a forma de ju- ros, avaliação pelo MEP, ganhos financeiros entre outros. Todas as receitas são creditadas e as despesas debitadas. A Contabilidade Internacional apontou recentemente mudanças no merca- do societário, com alterações significativas nos demonstrativos contábeis, tornan- do-os internacionalmente normatizados, norteando as informações financeiras das Companhias. Os países dominantes apresentavam seus demonstrativos na moe- da mundial, o dólar, e com padrões estabelecidos pelas normas Internacionais de Contabilidade. No Brasil, se observa que essas normativas internacionais entram em conflito com algumas leis internas no que se trata a Contabilidade, diante desse fato, as interpretações e as orientações seguem dando prioridade aos interesses da nação. Vejamos o exemplo em que internacionalmente os demonstrativos de- vem ser expressos em moeda mundial, confrontando assim uma normativa brasi- leira que exige que estes mesmos demonstrativos devem, obrigatoriamente, ser confeccionados na moeda nacional, que é o Real, justificando assim que normas particulares necessitam cada vez mais de uma padronização mundialmente aceita e reconhecida no meio contábil. RefeRências ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços. São Paulo: Atlas, 1987. BRASIL, H. V.; BRASIL, H. G. Gestão financeira das empresas. Ed. Atlas, Rio de Janeiro, 1991. BRASIL. CFC. Princípios fundamentais e normas brasileiras de Contabilidade. CFC, 2011. BRASIL. CPC. Códigos de Pronunciamentos Contábeis. Normas internacionais definidas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB). FIPECAFI & ARTHUR ANDERSEN. Normas e práticas contábeis no Brasil. São Paulo: Atlas, 1990. IUDÍCIBUS, Sérgio; MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para não contadores: para áreas de Administração, Economia, Direito. São Paulo: Atlas, 2011. Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 w w w .U ni AT EN EU .e du .b r Contabilidade Intermediária Autoria Alexsandra de Matos Gil CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA SEJA BEM-VINDO! Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquermétodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a exten- são do que
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