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Fichamento I TCC Teoria e Prática - Cap 12 I Pensamentos Automáticos

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Fichamento @stephaniehirai 
 
BECK, Judith. Identificação de pensamentos automáticos. Teoria Cognitivo 
Comportamental: Teoria e Prática. 3 Edição. Porto Alegre. Artmed, 2022. p. 206-223. 
 
No capítulo 12 do livro “Terapia Cognitivo Comportamental: Teoria e Prática”, 
Judith Beck tem como objetivo explicar um dos fatores fundamentais do modelo 
cognitivo: os pensamentos automáticos. Segundo tal modelo, a partir de uma 
determinada situação, ocorre-se uma interpretação da mesma, baseada em 
pensamentos automáticos ou imagens que influenciam as emoções, comportamentos 
e respostas fisiológicas que se apresentam em sequência. Pessoas com transtornos 
psicológicos têm tendência de interpretar de forma enviesada e negativa as situações 
que são, na realidade, neutras ou positivas. O exercício de questionar e refletir 
criticamente sobre seus pensamentos pode contribuir para uma significativa melhora 
nesses casos, uma vez que os pensamentos automáticos podem influenciar no bem-
estar do paciente e no atingimento de objetivos que este considera importantes. 
 Os pensamentos automáticos são comuns a todas as pessoas, e não somente 
àquelas que possuem algum transtorno psicológico. Geralmente, não se têm 
consciência deles, mas esta pode ser atingida com treinamento. A partir dessa tomada 
de consciência, o cliente se torna capaz de fazer uma verificação da realidade, e ver 
se o que está pensando corresponde com a realidade de fato ou não tem fundamento. 
A TCC ensina para o cliente ferramentas para que ele possa averiguar seus 
pensamentos de forma estruturada e consciente, principalmente quando estes têm 
impacto negativo no seu humor ou comportamento. 
 Para Beck, o olhar do terapeuta deve voltar-se principalmente para a 
identificação de pensamentos automáticos disfuncionais, que segundo a autora, são 
aqueles que: “distorcem a realidade, estão associados a uma reação emocional e/ou 
fisiológica inútil, originam um comportamento inútil, e/ou interferem no sentimento de 
bem-estar do cliente e na habilidade de dar passos para atingir seus objetivos.(BECK, 
2021, p. 207). Também é essencial estar atento para os pensamentos automáticos 
que surgem na própria sessão de terapia. Beck também diz que os pensamentos 
disfuncionais quase sempre são negativos, com exceção de casos em que os clientes 
sejam maníacos ou hipomaníacos, tenham traços narcisistas ou estejam sendo 
permissivos para se engajarem em um comportamento mal adaptativo. 
 É muito comum que os pacientes tenham mais consciência da emoção 
associada e sentida com base no conteúdo de seus pensamentos do que dos 
pensamentos propriamente ditos. Estes também podem ter mais consciência do 
comportamento que tiveram a partir do pensamento, ou até mesmo, das respostas 
fisiológicas evocadas por esses. 
 Segundo Beck, a maioria dos pensamentos automáticos está associada a 
situações externas ou a um fluxo de pensamentos (como pensar no passado ou no 
futuro). Mas também podem ser evocados a partir de estímulos internos, como as 
próprias cognições, emoções, comportamentos e experiências fisiológicas ou mentais. 
Também é apontado pela autora, que na TCC tradicional, a tendência é focar em 
situações problemáticas ocorridas no passado e na semana anterior à sessão. Já na 
TCC voltada para recuperação, é solicitado para que o cliente tente prever que 
pensamentos e situações da semana seguinte podem se tornar empecilhos para que 
ele atinja seus objetivos. 
 O cliente pode ter pensamentos automáticos estressantes ou mal adaptativos 
antes, durante e depois de uma situação. E é recomendado que o terapeuta explique 
o que são os pensamentos automáticos usando exemplos do próprio cliente, a fim de 
tornar a informação de mais fácil entendimento. 
A identificação de pensamentos automáticos, é uma habilidade que pode ser 
aprendida, tanto pelo paciente quanto pelo terapeuta. Segundo Beck (2021) as 
perguntas básicas feitas para esse fim, geralmente são: “o que está/estava/estará 
passando pela sua mente?” e “o que você está/estava/estará pensando?”. E elas 
deverão ser feitas para o cliente quando este descrever uma situação, emoção , 
comportamento ou reação fisiológica mal adaptativa que teve na semana anterior ou 
espera ter na semana seguinte ou quando apresentar mudança negativa de humor ou 
expressar comportamento mal adaptativo dentro do próprio contexto terapêutico. 
Também é introduzido pela autora o conceito de modelo cognitivo estendido, 
que basicamente é caracterizado pela cadeia de diversos pensamentos, emoções, 
comportamento e reações fisiológicos desencadeados por uma situação que resulta 
em um comportamento final. Este modelo é empregado para que o paciente aprenda 
que pode intervir antes de se engajar em um comportamento disfuncional. 
O terapeuta também deve estar atento para diferenciar o que são pensamentos 
automáticos de fato, e o que são na realidade, interpretações do paciente sobre o que 
ele julga ter pensado. E também, é preciso investigar pensamentos que estão 
implícitos no discurso, para que o real significado do pensamento seja expresso. Se o 
cliente não conseguir expressar seu pensamento, uma estratégia a ser empregada, 
pode ser a apresentação de um pensamento oposto. Uma outra forma de o 
pensamento automático se apresentar, é por meio de perguntas (por exemplo: “será 
que eu vou dar conta?” na realidade quer dizer: “Não vou dar conta”). 
 Se os pacientes tiverem muita dificuldade de identificarem seus pensamentos 
automáticos (tanto os já ocorridos quanto os que podem vir a ocorrer ou que ocorrem 
no momento da sessão), o terapeuta pode lançar mão de algumas estratégias, tais 
como: Intensificar a resposta do cliente, fazer com que o cliente visualize a situação 
estressante, se a situação envolver outra pessoa, fazer um role-play, oferecer 
pensamentos que acredita que provavelmente são opostos aos pensamentos do 
cliente e perguntar sobre o significado da situação para ele.

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