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Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 121 TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Moeda Falsa Art. 289 – FALSIFICAR, FABRICANDO-A ou ALTERANDO-A, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Se consuma com a falsificação, não precisa circular. Não exige dolo específico. Se a falsificação for grosseira, não configurará o crime. Se consuma com a falsificação, sendo irrelevante eventual prejuízo a terceiro. Não cabe arrependimento posterior. Reclusão 3a – 12a + Multa § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. Moeda Falsa Privilegiada § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Detenção 6m – 2a + Multa Falsificação de Moeda Funcional § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionáriopúblico ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. Reclusão 3a – 15a + Multa Desvio ecirculação antecipada § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. Crimes assimilados ao de moeda falsa Art. 290 - FORMAR cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; SUPRIMIR, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; RESTITUIR à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização: Reclusão 2a - 8a + Multa Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo. Reclusão 2a - 12a + Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 122 Petrechos para falsificação de moeda Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Exceção à impunibilidade dos atos preparatórios. Se cometer o crime de moeda falsa (289), o petrecho para falsificação de moeda (291) é absorvido por aquele. Reclusão 2a - 6a + Multa Emissão de título ao portador sem permissão legal Art. 292 - EMITIR, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago: Detenção 1 m – 6 m ou Multa Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa. Detenção 15d – 3m ou Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 123 CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS Falsificação de papéis públicos Art. 293 - FALSIFICAR, fabricando-os ou alterando-os: I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Reclusão 2a – 8a + Multa § 1º Incorre na mesma pena quem: I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. Reclusão 2a – 8a + Multa § 2º - SUPRIMIR, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Reclusão 1a – 4a + Multa § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração: Detenção 6m – 2a ou Multa Petrechos de falsificação de papéis públicos Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos noartigo anterior: Reclusão 1a – 3a + Multa Causa de aumento Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. + 1/6 Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 124 CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsificação do selo ou sinal público Art. 296 - FALSIFICAR, fabricando-os ou alterando-os: I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: Reclusão 2a – 6a + Multa § 1º - Incorre nas mesmas penas: I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado; II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. + 1/6 Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 125 Falsificação de documento público Art. 297 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento público, ou ALTERAR documento público verdadeiro: O documento em seu aspecto material é falso, mesmo se o seu conteúdo for verdadeiro ou falso. A falsidade deve ser apta a iludir. A perícia é indispensável. Reclusão 2a – 6a + Multa § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. + 1/6 2º - Para os efeitos penais, EQUIPARAM-SEa documento público o emanado de entidade paraestatal o título ao portador ou transmissível por endosso as açõesde sociedade comercial os livros mercantis e o testamento particular. § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. Reclusão 2a – 6a + Multa § 4o Nas mesmas penas incorre quem OMITE, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços ATENÇÃO: Os § 3º e § 4º (falsidade ideológica previdenciária e trabalhista) descrevem condutas iguais às da falsidade ideológica, o que muda é o tipo de documento. Então se você achar que é falsidade ideológica, está correto, no entanto decore os documentos relacionados e tipifique no 297 (falsidade de documento público). Cheque, duplicata, nota promissória, letra de câmbio. Terceiro setor: Sistema S, entidades de apoio, organizações sociais e OSCIP. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 126 Falsificação de documento particular Art. 298 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento particular ou ALTERAR documento particular verdadeiro Reclusão 1a – 5a + Multa Falsificação de cartão Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, EQUIPARA-SE a documento particular o cartão de crédito ou débito. Cuidado: cartão de crédito ou débito é equiparado a documento PARTICULAR, não é público. Falsidade ideológica Art. 299 - OMITIR, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: O documento em si, em seu aspecto formal, é perfeito, a ideia nele lançada que é falsa. O documento é verdadeiro, o conteúdo é falso. Não configura: Declaração de pobreza inverídica (pode ser contestada) Currículo lattes Quando o documento é passível de averiguação, o STJ entende que não há crime de falsidade ideológica Tabela no final do título para explicar a diferença entre falsidade ideológica (299) e falsidade de documento público ou particular (297 e 298). Público Reclusão 1a – 5a + Multa Particular Reclusão 1a – 3a + Multa Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. + 1/6 Falso reconheciment o de firma ou letra Art. 300 - RECONHECER, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: Público Reclusão 1a – 5a + Multa Particular Reclusão 1a – 3a + Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 127 Certidão ou atestado ideologicamen te falso Art. 301 – ATESTAR ou CERTIFICAR FALSAMENTE, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Exemplo: João, responsável pela emissão de certidões em determinada repartição pública, a fim de ajudar seu amigo José, que concorre a um cargo público, emite certidão falsa, atestando que ele desenvolveu determinados projetos profissionais para a Administração Pública. Detenção 2m – 1a Falsidade material de atestado ou certidão § 1º - FALSIFICAR, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou ALTERAR o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Detenção 3m – 2a § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa. + Multa Falsidade de atestado médico Art. 302 - DAR o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Detenção 1m – 1a Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. Multa Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica Art. 303 – REPRODUZIR ou ALTERAR selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça: Detenção 1a – 3a + Multa Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 128 Uso de documento falso Art. 304 - FAZER uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Se quem usa o documento é o próprio falsificador, o crime do art. 304 do CP é absorvido (pós fato impunível). A apresentação do documento pode ser para qualquer pessoa, não precisa ser funcionário público, mas é necessário que a finalidade seja de fazer prova sobre fato relevante. Quando o documento falso é encontrado em poder da pessoa, sem que ela, efetivamente, o tenha utilizado (na blitz o policial encontra o documento falso jogado no banco de trás) haverá fato atípico em relação ao 304, mas não impede a responsabilidade pela falsidade, no entanto, se não foi ele quem falsificou, será atípico. Súmula 546 - STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. Pena - a cominada à falsificaçã o ou à alteração. Supressão de documento Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: Público Reclusão 2a – 6a + Multa Particular Reclusão 1a – 5a + Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 129 CAPÍTULO IV DE OUTRAS FALSIDADES Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins Art. 306 - FALSIFICAR, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou USAR marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem: Reclusão 2 – 6 a + Multa Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal: Reclusão ou Detenção 1a – 3a + Multa Falsa identidade Art. 307 - ATRIBUIR-SE ou ATRIBUIR A TERCEIRO falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Crime é comissivo (praticado por ação), não ocorre se o agente silencia acerca da identidade. Se há o emprego de documento de identidade falso, o crime passa a ser o de uso de documento falso art.304. Súmula 522 do STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. Detenção 3m – 1a ou Multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. Art. 308 - USAR, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou CEDER a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro: Detenção 4m – 2a + Multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. Fraude de lei sobre estrangeiro Art. 309 - USAR o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu: Detenção 1a – 3a + Multa Parágrafo único - ATRIBUIR a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional: Reclusão 1a – 4a + Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 130 Art. 310 - PRESTAR-SE a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens: Detenção 6m – 3a + Multa Art. 311 – ADULTERAR ou REMARCAR número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento: De acordo com o entendimento do STF, incide o 311 se o agente coloca uma fita adesiva para alterar a identificação da placa de seu automóvel e assim poder burlar o rodízio de veículos. Reclusão 3a – 6a + Multa § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço. + 1/3 § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial. Reclusão 3a – 6a + Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 131 Falsificação de documento público ou particular - 297 e 298 Falsidade ideológica 299 Sobre a coisa Sobre o conteúdo do documento Documento não é verdadeiro (estrutura é falsa) Documento é verdadeiro, mas as informações são falsas (estrutura é verdadeira, conteúdo é falso) Altera a forma do documento, altera aspectos externos. Altera o conteúdo do documento, altera aspectos internos. Não representa fielmente o que a pessoa responsável pela produção do documento colocou. Representa fielmente o que a pessoa responsável pelo documento colocou, mas há mentira. Papel em branco assinado: Se o agente falsificador se apodera de documento em branco, incorre no 297 ou 298. Papel em branco assinado: Se o agente falsificador recebe o documento em branco para utilizar para determinado fim e usa para fim diverso, incorre no 299. A perícia é indispensável. A perícia é dispensável, pois a falsidade é intrínseca. Atenção os §§ 2º e 3º do 297 é igual a falsidade ideológica, só que aqui especifica os documentos. Também é conhecido por falsidade ideológica trabalhista e/ou previdenciária, mas responde pelo 297, não pelo 299. EXEMPLOS DE QUESTÕES Lúcio, ao acompanhar sua esposa a um posto de saúde, apropriou-se de um receituário médico em branco, mas com o carimbo do médico que havia atendido sua esposa. Com o intuito de faltar ao trabalho, ele preencheu o formulário, atestando que deveria ficar cinco dias em repouso. Falsidade de documento público A fim de auxiliar uma amiga a contratar financiamento para aquisição de eletrodomésticos, Alberico, sócio-gerente em uma empresa têxtil, valendo-se de sua posição, assina declaração afirmando que tal pessoa trabalha de forma remunerada naquele estabelecimento empresarial, o que não condiz coma realidade. Um cidadão, caixa de supermercado, percebeu que um dos clientes da loja, um médico, deixara uma folha em branco de seu receituário médico cair no chão. O caixa apoderou-se da folha em branco e inseriu falso atestado sobre o seu estado de saúde, falsificando a assinatura do médico, com o objetivo de fazer uso desse atestado médico falso, entregando-o a seu empregador para abono de faltas do mês. Falsidade de documento particular Sebastião, condutor e proprietário de veículo automotor, recebe multa do órgão de trânsito estadual (DETRAN) cometida por ele. No entanto, ao preencher o documento, indica que o condutor era Manuel. Manuel acaba recebendo três pontos na carteira em razão do preenchimento incorreto de documento oficial do DETRAN. A clonagem de cartão de crédito constitui o delito denominado. Falsidade de documento particular Dentista, não exercente de função pública, que, no regular exercício da profissão, dá inverídico atestado escrito a paciente amigo, recomendando seu afastamento das atividades laborativas, a fim de que o amigo possa “emendar" um feriado Caio, ao cessar suas atividades empresariais, determina que o responsável por inscrever informações na Carteira de Trabalho e Previdência Social dos funcionários inclua no documento a informação de que os empregados foram demitidos em 01.02.2017, enquanto, na verdade, o vínculo empregatício foi rompido em 01.05.2017. Falsificação de documento público; Alterar por conta própria o nome que consta na carteira nacional de habilitação. Falsidade de documento público Omite, em documento particular, declaração que dele devia constar com o fim de criar uma obrigação. O trabalhador que insere declaração falsa, em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para fazer prova, para fins de aposentadoria, incorre nas penas previstas para o crime de falsificação de documento público. Falsidade de documento público Fulano da Silva, que está cumprindo a pena em regime fechado, apresentou atestado falso de prestação de serviço para fim de instruir seu pedido de remição. Diante de tal situação, a Lei de Execução Penal prevê que o condenado cometeu o crime de falsidade ideológica (130 da LEP). João alterou documento verdadeiro emanado de entidade paraestatal. Falsidade de documento público Maria, com 55 anos de idade, declara, por pura vaidade, num documento público perante uma repartição pública estadual que tem 47 anos de idade. Desse modo, tal afirmativa é falsa, e, apesar disso, tal assertiva não provocou nenhuma consequência. ATÍPICO Trocar a foto do documento de identificação por outra, própria, mais recente. ATÍPICO O trabalhador que apresenta declaração de pobreza com informações falsas, para obtenção do benefício da justiça gratuita, não comete crime de falsidade ideológica nem de uso de documento falso. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 132 Falsificação de papéis públicos 293 Falsificação do selo ou sinal público 296 Falsificação de documento público 297 selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; vale postal; cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outrossímbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. equiparam-se a documento público: emanado de entidade paraestatal título ao portador ou transmissível por endosso ações de sociedade comercial livros mercantis testamento particular. folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. ( omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 133 FALSA IDENTIDADE 307 USO DE DOCUMENTO FALSO 304 Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Não mostra documento Mostra o documento João, durante abordagem por um policial militar, atribuiu a si nome diverso, a fim de se esquivar de mandado de prisão pendente de cumprimento. Caio, durante abordagem em blitz policial, apresentou documento de identidade falso, estando ciente da falsidade do documento. A conduta do acusado que, ao ser preso por prática de crime contra o patrimônio, se atribui falsa identidade. Pablo, enquanto se dirigia para o trabalho, foi parado em uma blitz realizada pela Polícia Militar. O policial pediu ao motorista que se identificasse e apresentasse a documentação do veículo. Pablo, então, apresentou os documentos do automóvel e sua carteira de motorista. Ocorre que, em consulta ao sistema próprio, o agente da lei verificou que o documento de identificação apresentado era falsificado. Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de Pablo: configura crime de uso de documento falso, apenas. A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. Para ocultar condenações criminais anteriores, ao ser qualificado pela Autoridade Policial, Caio fez uso de documento falso para identificar-se como seu irmão primário Tício. A jurisprudência do STJ e do STF vem entendendo que, em tese, há o crime de uso de documento falso, eis que a conduta não se ampara na garantia constitucional de autodefesa. Antônio foi parado em operação de fiscalização de trânsito e entregou sua carteira de identidade ao policial, que, na verdade, havia lhe solicitado sua CNH. Tal fato gerou suspeita no policial, que decidiu vistoriar o veículo de Antônio e acabou por encontrar uma CNH falsa. Não se pode falar em flagrante delito; deve ser instaurado inquérito para apurar o crime de falsificação de documento público, não responderá por uso de documento falso. O empregado Xisto Valente não conseguiu acordar no horário habitual para ir ao trabalho na segunda-feira. Para não sofrer desconto salarial, procurou um consultório médico particular. Após a consulta o médico constatou que não havia nenhuma enfermidade que pudesse justificar sua ausência ao trabalho. Após o pagamento de certa quantia, conseguiu um atestado forjado em que o médico atestou que o paciente necessitaria de dois dias de repouso, em razão de doença. Após dois dias, Xisto entregou o atestado médico ao departamento de pessoal da empresa, tendo sido abonadas as suas faltas. Falsidade de atestado médico e uso de documento falso. Silas, maior e capaz, foi abordado por policiais militares e, ao ser questionado acerca do documento de identificação, apresentou, como sendo seu, o único documento que carregava, um título de eleitor, autêntico, pertencente a terceira pessoa. Nessa situação hipotética, a conduta de Silas ajusta- se ao crime de uso de documento de identidade alheio (art. 308). Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 134 CAPÍTULO V DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO Fraudes em certames de interesse público Art. 311-A. UTILIZAR ou DIVULGAR, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I - concurso público; II - avaliação ou exame públicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Reclusão 1a – 4a + Multa § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: Reclusão 2a – 6a + Multa § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 se o fato é cometido por funcionário público. + 1/3
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