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5-Métodos diagnósticos nas doenças cardiovasculares II

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21/08/2023, 10:38 Métodos diagnósticos nas doenças cardiovasculares II
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03769/index.html# 1/45
Métodos diagnósticos nas
doenças cardiovasculares II
Prof.ª Isabella Venancio
Descrição
A eletrocardiografia (ECG) e sua estrutura, como as ondas e os traçados, e a identificação das alterações
eletrocardiográficas. Teste ergométrico, conceito, indicações e contraindicações, realização do teste,
registros eletrocardiográficos, e protocolos utilizados.
Propósito
Para a atuação do fisioterapeuta cardiovascular, é importante o conhecimento sobre como interpretar e
identificar as alterações existentes nos traçados eletrocardiográficos e nos testes ergométricos,
amplamente usados em cardiologia.
Objetivos
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Módulo 1
Eletrocardiogra�a
Identificar padrões normais e alterações eletrocardiográficas no paciente cardiopata.
Módulo 2
Teste ergométrico
Analisar resultados provenientes de testes ergométricos.
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Introdução
Vamos pensar em uma situação hipotética, na qual você está na clínica de fisioterapia e precisa elaborar um
programa de reabilitação cardíaca. Antes disso, o paciente mostra os exames que realizou a pedido do
cardiologista, como o eletrocardiograma e o teste ergométrico. Você saberia interpretá-los? Saberia
contraindicar esforço físico baseado nesses exames? Saberia dizer que o paciente está apresentando uma
isquemia miocárdica, está infartando, apresentando arritmia cardíaca ou distúrbios eletrolíticos, só em
analisar os resultados desses exames?
Caso alguma resposta para essas perguntas tenha sido “não sei”, ou “sei o básico”, você, então, precisa
compreender mais profundamente esses assuntos.
Esse olhar diferenciado vai ser muito importante para a sua conduta fisioterapêutica. Além de ajudar na
estratégia de reabilitação, você entenderá melhor o que está acontecendo com o paciente. Então, vamos
explorar mais esse campo de conhecimento!

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1 - Eletrocardiogra�a
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car padrões normais e alterações
eletrocardiográ�cas no paciente cardiopata.
Ondas e traçados normais
As células cardíacas são responsáveis pelos batimentos cardíacos. A atividade elétrica cardíaca provém
das diferenças na concentração ou composição iônica entre os meios extracelular e intracelular, e da
sucessão cíclica de ativação celular.
Essa atividade elétrica é propagada para todas as fibras cardíacas pelo sistema excito-condutor, e esse
estímulo segue uma disposição sequencial: nó sinusal, feixes internodais (anterior, médio e posterior), nó
atrioventricular, feixe de His, ramos e sistema His-Purkinje (REIS et al., 2013).
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Sistema de condução elétrica do coração.
Os estímulos elétricos propagados pelas células cardíacas ocasionam a sístole e a diástole. Esse ciclo
cardíaco é representado por onda P, complexo QRS, onda T (SANAR, 2021; REIS et al., 2013). Observe as
características desses eventos:
Esta é a primeira a ser registrada, e tem uma morfologia arredondada. Ocorre no momento da
despolarização atrial, ou seja, quando há uma contração dos átrios. A atividade elétrica é originada
no nodo sinusal (SA), quando os átrios se despolarizam antes da contração atrial iniciar,
atravessando o átrio direito, e iniciando do ciclo cardíaco; em relação a sua duração, ela tende a
aumentar conforme a idade, sendo considerada anormal quando a sua duração for maior que 0,09s
(< 10 anos), maior que 0,10s (10 a 15 anos) e maior que 0,11s (em adultos).
Apresenta uma morfologia pontiaguda e representa a ativação do ventrículo e a atividade elétrica no
feixe de His, seguida pela rede de Purkinje, e termina com a contração ventricular ou despolarização
ventricular; a duração da onda é entre 0,05s e 0,11s. Assim como a onda P, a duração do complexo
QRS também tende a ser maior quanto maior a idade, não podendo ser maior que 2,5 quadrados
menores do papel do ECG.
Representa a repolarização ventricular. A onda tem morfologia assimétrica e arredondada com
amplitude menor que a do complexo QRS.
Veja o resumo desses eventos na figura abaixo:
Onda P 
Complexo QRS 
Onda T 
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Representação do ciclo cardíaco no eletrocardiograma.
O eletrocardiógrafo capta a atividade elétrica cardíaca pelos eletrodos distribuídos na superfície corporal, e
registrará esse potencial elétrico em um papel quadriculado.
As características desse papel são as seguintes: é composto por linhas verticais e horizontais com uma
distância de 1mm. No eixo horizontal (eixo x), percebemos que cada distância entre os quadrados equivale
a 0,04s. No eixo vertical (eixo y), cada quadrado equivale a 0,1mV (REIS et al., 2013).
Representação do papel do ECG.
Esquema do ECG com ondas.
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Posição dos eletrodos
A posição dos eletrodos interferirá na análise dos resultados, pois se eles estiverem colocados de forma
errada poderão apresentar interferências nos traçados eletrocardiográficos ou uma análise errônea das
curvas.
Você sabe realizar o correto posicionamento dos eletrodos? Observe o passo a passo:
Mas como gravar a posição correta dos eletrodos?
Existe um mnemônico para facilitar a memorização do esquema de cores desse posicionamento:
Antes de iniciar a colocação dos eletrodos, a pele necessita estar limpa para que eles possam
aderir e evitar interferências.
A preparação da pele ocorre da seguinte forma: tricotomia, naqueles pacientes que possuem
pelo na região, limpeza da região com álcool ou água e sabão, secagem total da área com gaze
e toalha. Deve-se evitar papel para que não �que nenhum resquício na pele.
Cuidado ao esfregar a área para não lesionar a pele. Essa limpeza tirará toda oleosidade, o suor
e as impurezas da pele.
Após a devida limpeza, os eletrodos deverão ser �xados, primeiramente nos membros
superiores e inferiores. São quatro eletrodos: preto, amarelo, verde e vermelho.
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Do lado esquerdo, do coração, localiza-se a pátria brasileira. O sol �ca em cima da
grama. Do lado direito, �ca o Flamengo, com o vermelho em cima do preto.
(SANAR, 2021)
Ou seja, o eletrodo amarelo ficará no braço esquerdo, o vermelho no direito, o verde na perna esquerda e o
preto na direita.
Posicionamento dos eletrodos nos membros superiores e inferiores.
Acabamos de aprender a posição correta dos eletrodos nos membros superiores e inferiores, e agora
veremos a posição adequada dos eletrodos precordiais. Segundo Sanar (2021), eles também deverão seguir
uma ordem e são distribuídos de V1 a V6:
V1: localiza-se na linha paraesternal direita, no 4º espaço intercostal.
V2: localiza-se 4º na linha paraesternal esquerda, no espaço intercostal.
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Posicionamento dos eletrodos precordiais.
Alterações eletrocardiográ�cas: sobrecargas
Agora que já aprendemos como deverá ser feita a limpeza da área a ser colocada os eletrodos, o
posicionamento adequado nos membros superiores e inferiorese na região do tórax, a avaliação dos
V3: localiza-se entre o V2 e V4.
V4: localiza-se na linha médio-clavicular esquerda, 5º espaço intercostal.
V5: localiza-se entre o V4 e o V6, na linha axilar anterior, no 5º espaço intercostal.
V6: localiza-se na linha axilar média, no 5º espaço intercostal.
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primeiros traçados normais encontrados: onda P, complexo QRS e onda T, vamos entender as alterações
eletrocardiográficas que podemos encontrar em nossos pacientes.
Crescimento ou sobrecargas atriais
As cardiopatias que ocasionam o crescimento atrial são acompanhadas de alterações eletrocardiográficas
da onda P, modificando a sua morfologia, duração e voltagem, independentemente se é o lado esquerdo,
direito ou ambos. No entanto, nota-se a diferença na onda quanto ao lado de lesão no miocárdio, conforme
observado na figura abaixo:
Morfologia da onda P.
Etiologia do crescimento ou sobrecargas atriais:
lesões tricúspides;
lesões valvares múltiplas com ou sem lesão tricúspide, com hipertensão pulmonar;
cor pulmonale crônico e agudo;
miocardiopatia dilatada.
Sobrecarga ou crescimento atrial direito
A sobrecarga ou o crescimento atrial direito levará aos seguintes achados eletrocardiográficos: onda P com
morfologia apiculada; aumento da amplitude da onda P (> 2,5 mm); desvio do vetor médio de P para a
direita.
Etiologia do crescimento ou sobrecarga atrial direita:
múltiplas lesões valvares com ou sem lesão da válvula tricúspide, com hipertensão pulmonar;
miocardiopatia dilatada; lesões tricúspides;
cor pulmonale crônico e agudo.
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Alteração eletrocardiográfica na sobrecarga atrial direita.
Sobrecarga ou crescimento atrial esquerda
A onda P apresenta um aumento na duração (maior que 0,10s); há entalhes presentes e bem definidos,
separados por mais de 0,03s e desvio do eixo elétrico da onda P para a esquerda (REIS et al., 2013).
Etiologia da sobrecarga ou crescimento atrial esquerda:
estenose mitral;
miocardiopatia dilatada;
insuficiência mitral;
cardiopatias hipertensivas.
Alteração eletrocardiográfica na sobrecarga atrial esquerda.
Crescimento biatrial
No crescimento biatrial, há uma combinação das alterações morfológicas que ocorrem com o crescimento
do átrio direito e do átrio esquerdo.
A morfologia da onda P é mais apiculada e possui uma duração maior (0,12s) em DII, DIII e aVF. Em V1, a
onda P tem início apiculado positivo (> 1,5mm), associado a um negativo com mesma altura, tendo a
duração ≥ 0,04s e profundidade menor que 1mm.
Etiologia do crescimento biatrial:
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lesões nas válvulas tricúspides;
dupla lesão mitral;
insuficiência cardíaca.
Alteração eletrocardiográfica no crescimento biatrial.
Sobrecargas ventriculares
O complexo QRS sofre um aumento da amplitude. Mas esse aumento não está presente apenas na
sobrecarga ventricular. Ele pode estar presente em indivíduos normais, como em crianças, adolescentes e
adultos jovens; indivíduos longilíneos; mulheres mastectomizadas; atletas; vagotonia.
De acordo com Reis et al. (2013), outras alterações eletrocardiográficas encontradas nas sobrecargas
ventriculares são:
ondas S profundas em V1 e V2 (maior que 24mm);
ondas R amplas em V5 e V6;
aumento discreto na duração do complexo QRS às custas de maior tempo de aparecimento do ápice do
R (maior que 0,04s);
desvio do eixo elétrico para a esquerda (> 30°).
Para o diagnóstico da sobrecarga ventricular, utiliza-se a escala de Romhilt:
1. R ou S plano frontal >20mm
S (V1 ou V2) ou R (V5/V6) > 30mm
03 pontos para cada um
2. Padrão strain (V5/V6): infra ST com inversão da onda T 03 pontos (se usa digital: 01 ponto)
3. SAE (sobrecarga atrial esquerda) 03 pontos
4. Desvio do eixo > - 30° 02 pontos
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5. Duração do QRS > 0,09s 01 ponto
6. Definição intrinsecoide > 0,04s 01 ponto
Pontuação
> 05 pontos: SVE
04 pontos: SVE provável
Tabela: Escore de Romhilt para SVE.
REIS et al., 2013.
Etiologia da sobrecarga ventricular:
hipertensão arterial;
persistência do canal arterial;
estenose aórtica;
miocardiopatia hipertrófica;
insuficiência aórtica;
miocardiopatia dilatada idiopática;
insuficiência mitral.
Sobrecargas ventriculares diastólica e sistólica
As ondas T, inicialmente, são simétricas, pontiagudas e altas, acompanhadas de um ST supradesnivelado ou
côncavo. Outros parâmetros presentes na sobrecarga ventricular diastólica são: desvio do eixo elétrico
médio do QRS para a direita; ondas R amplas V1 e V2; ondas S em V5 e V6; onda S profunda em V1 e V2;
alteração de ST-T - padrão strain de repolarização nas precordiais direitas; presença de Q em V1 e V2
(SANAR, 2021).
Etiologia da sobrecarga ventricular diastólica:

Estenose valvar pulmonar

Hipertensão pulmonar
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
Comunicação interatrial

Drenagem anômala de veias pulmonares

Insu�ciência tricúspide

Insu�ciência pulmonar
Já na sobrecarga sistólica, a onda T é invertida e o segmento ST está infradesnivelado, chamado padrão
strain.
Etiologia da sobrecarga ventricular sistólica: ventricular diastólica e sistólica: HAS, estenose aórtica.
Sobrecargas ventriculares diastólica e sistólica.
Alterações eletrocardiográ�cas: bloqueios
O bloqueio de ramo representa um atraso na condução do estímulo elétrico pelo sistema condutor do
coração. Essa alteração pode ocorrer no ramo esquerdo, direito ou nos sub-ramos (REIS et al., 2013).
A ativação ventricular normal tem início pelos estímulos no terço médio do septo interventricular, onde
estão as ramificações do ramo esquerdo do feixe de His. O atraso nesse estímulo resulta na ativação
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precoce do ramo direito.
Bloqueio de ramo esquerdo (BRE)
Nesse bloqueio, o complexo QRS é para baixo em V1 e alargado (> 0,12 de duração); a onda R e onda S tem
entalhe e são alargadas, com crescimento lento; ausência de onda Q; onda T assimétrica e depressão de ST.
BRE incompleto ou de 1º grau
Tem como característica o alargamento do complexo QRS, porém, menor do que no BRE completo (entre
0,10s e 0,12s).
Bloqueio incompleto de ramo esquerdo.
BRE intermitente ou 2º grau
Tem como característica do BRE completo retomando ao normal depois. Caso seja observado durante o
teste ergométrico, pode ser sugestivo de insuficiência coronariana, principalmente em idosos. O BRE
intermitente também pode ser um preditor precoce da evolução para bloqueio atrioventricular avançado.
Etiologia: doença arterial coronariana; cardiomegalia; cardiomiopatia hipertensiva; hipertrofia do ventrículo
esquerdo; miocardite; envelhecimento e esclerose do sistema de condução; cardiomiopatia valvar;
cardiomiopatia isquêmica; endocardite bacteriana; intoxicação por fármacos; hipercalemia.
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Bloqueio intermitente de ramo esquerdo.
BRE completo ou de 3º grau
Tem como características: alargamento do complexo QRS (> 0,12s); ausência de Q em aVL, DI, V5 e V6;
ondas R e S com empastamentos e/ou entalhes e alargadas; onda R com crescimento lento de V1 a V3,
podendo ocorrer QS; eixo elétrico de QRS entre –30° e +60°; Depressão de ST e T assimétrica em oposição
ao retardomédio-terminal.
Bloqueio completo do ramo esquerdo.
Bloqueio de Ramo Direito (BRD)
O complexo QRS não sofre alterações, apesar de ocorrer um atraso na condução elétrica no ramo direito, o
ventrículo esquerdo é ativado normalmente. Porém, antes do término da despolarização ventricular
esquerda acontecer, o impulso elétrico que passa através do septo interventricular, da esquerda para a
direita, desencadeará uma ativação anormal e lenta do septo interventricular à direita, seguida da parede
anterior, lateral e do trato da via de saída do VD, o que alterará a parte final do complexo QRS (REIS et al.,
2013).
O BRD tem como características:
complexo QRS alargado;
desvio do eixo elétrico para frente;
onda T invertida e assimétrica;
morfologia em V1 do tipo rSR’ ou rsR’ (forma um traçado que lembra a letra “M”)
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Bloqueio completo de ramo direito.
Bloqueio de ramo direito incompleto ou 1º grau
O BRD é considerado de grau leve a moderado. Ocorre um atraso menor na ativação do ramo direito e
diminuição da onda S, progressivamente. A duração do QRS está entre 0,08s e 0,12s (REIS et al., 2013).
Bloqueio incompleto de ramo direito.
Bloqueio de ramo direito intermitente ou 2º grau
Tem as mesmas características do BRD, porém, retorna para o normal. Diferente do BRE, o BRD intermitente
tem menos relação com processos isquêmicos, mas sua presença deve ser investigada da mesma forma.
Como dito, o BRD pode ser encontrado em pacientes sem nenhuma evidência de doença cardíaca estrutural.
Porém, em pacientes portadores de cardiopatia, sua presença é preditora independente de doença
avançada, como doença de múltiplos vasos e sobrevida reduzida por maior mortalidade cardiovascular. Há
diversas etiologias para o BRD. O BRD de início recente pode significar maior prevalência de doença arterial
coronariana, insuficiência cardíaca congestiva e mortalidade cardiovascular.
Etiologia:
cardiopatia com presença de lesão em múltiplos vasos;
doença arterial coronariana;
cardiomiopatia isquêmica;
miocardite;
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cardiomiopatia valvar;
cardiomiopatia hipertensiva;
insuficiência coronariana;
cardiopatias congênitas
Bloqueio intermitente de ramo direito.
Alterações eletrocardiográ�cas: síndromes
coronarianas agudas
O eletrocardiograma é importante para diferenciar o tipo da síndrome coronariana aguda, se é com ou sem
supradesnivelamento do segmento ST. Quando ocorre o infradesnivelamento do segmento ST e alterações
na onda T, é considerado que há uma doença arterial coronariana instável (TEIXEIRA et al., 2010).
A elevação do segmento ST ocorre em outras condições, além do IAM como: miocardite, pericardite,
hiperpotassemia, dissecção de aorta.
Ritmo sinusal e arritmias cardíacas
O ritmo sinusal é um ritmo fisiológico com origem no átrio direito. Devido a isso, é observado no traçado do
eletrocardiograma a presença de ondas P positivas nas derivações inferiores, com duração inferior a 110ms
e amplitude máxima de 3mm, podendo haver modificações na morfologia da onda P em decorrência da
frequência cardíaca.
As arritmias cardíacas são distúrbios na condução do impulso elétrico do coração.
Os batimentos cardíacos podem ser lentos, rápidos ou irregulares.
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Apresenta como sintomas: palpitações, hipotensão arterial, fadiga, dispneia, desmaios, vertigem e enjoos.
Os fatores de risco compreendem o sedentarismo, tabagismo, sobrepeso e obesidade, hipertensão,
estresse, ansiedade, bebida alcoólica, entre outros.
Nas arritmias, podemos observar a taquicardia sinusal, a bradicardia sinusal e a arritmia sinusal (SANAR,
2021):
Na taquicardia sinusal, a frequência cardíaca é > 100bpm.
Na bradicardia sinusal, a frequência cardíaca é < 50bpm.
Confira mais detalhes sobre a arritmia sinusal!
Arritmia sinusal
Nessa arritmia, o batimento é irregular, geralmente fisiológica, e pode ser associada à fase respiratória,
chamada de fásica. A não fásica é quando não se relaciona com a respiração. O batimento cardíaco é
sincronizado com a respiração, ou seja, ele se modifica com a respiração, aumentando durante a fase
inspiratória e reduzindo na fase expiratória.
A arritmia sinusal é considerada benigna, encontrada frequentemente em crianças
e idosos. No entanto, pode ser encontrada em algumas patologias, como no idoso
com coronariopatia secundária à isquemia miocárdica (SANAR, 2021).
O ritmo da arritmia sinusal apresenta uma variação do intervalo P-P (intervalo entre a primeira onda P e a
próxima onda P de dois batimentos consecutivos). Essa variação é > 120-160ms.
Observe na imagem como essa medida deverá ser feita, para calcular o intervalo PP e identificar se há
arritmia sinusal.
Intervalo PP.
Na imagem, ao analisarmos o intervalo PP inicial e o intervalo após dois intervalos, tem-se: 1120ms –
720ms = 400ms. Esse valor é acima de 120ms, o que caracteriza uma arritmia sinusal.
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Em relação ao complexo QRS, são consideradas arritmias com QRS largo, quando o QRS tem duração >
120ms, e arritmias com QRS estreito, quando o QRS é < 120ms.
Etiologia (MITCHELL, 2021):
doenças do músculo cardíaco;
doenças das artérias coronárias;
doenças valvares;
doenças infecciosas (miocardites, doença de chagas);
alterações eletrolíticas;
pós-cirurgia cardíaca;
doenças infiltrativas (sarcoidose);
doença congênita.
Dentro das arritmias cardíacas, podemos destacar a fibrilação atrial, fibrilação ventricular e flutter atrial.
Fibrilação atrial
É um tipo de arritmia supraventricular, caracterizada pela ausência da onda P, pois ocorre alteração na
despolarização atrial e ritmo cardíaco irregular, no entanto, não há alteração do complexo QRS, já que este
representa ativação do ventrículo (MITCHELL, 2021).
Fibrilação atrial.
Fibrilação ventricular
É mais rara e potencialmente fatal com risco de morte súbita, e a principal causa de parada
cardiorrespiratória. Apresenta ritmo cardíaco desorganizado e acelerado, produzido por impulsos elétricos
desordenados, que ocorrem em várias áreas dentro dos ventrículos, causando uma contração ventricular
ineficaz, o que resulta em parada cardíaca devido ao débito cardíaco ausente ou muito baixo (SPERANDIO,
2021).
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No traçado eletrocardiográfico, observa-se uma onda P mal definida, assim como o complexo QRS, a onda T
e o complexo ST. O traçado da onda poderá ser grosso, intermediário ou fino, com frequência cardíaca alta >
200bpm (CAMPOSTRINI, 2021).
(A) Fibrilação ventricular grosseira. (B) Fibrilação ventricular intermediária.
Flutter atrial
Pode apresentar um ritmo regular ou irregular com pulso, geralmente acelerado, com frequência rápida e
alta > 200bpm. No traçado eletrocardiográfico, observa-se a inexistência da onda P, ondas atriais (ondas F)
com característica de “dente de serra”, complexo QRS estreito, exceto nos casos de condução aberrante ou
bloqueios de ramo.
Flutter atrial.
Confira a comparação dos três tipos de arritmias com o ritmo sinusal:
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Ritmo sinusal
Flutter atrial
Fibrilação atrial
Fibrilação ventricular
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Alteraçõeseletrocardiográ�cas: distúrbios eletrolíticos
Hipercalemia ou hiperpotassemia
O potássio é fundamental para que ocorra a despolarização da célula nervosa e contração do miocárdio. O
valor de referência é entre 3,5mEq/L e 5,0mEq/L, considerado normal, e > 6,5mEq/L como valor crítico.
Alterações eletrocardiográficas que poderão ocorrer: onda T simétrica ou apiculada e com a base larga em
formato de tenda; onda S profunda; redução do intervalo QTc; aumento na duração do QRS; diminuição da
amplitude da onda P (COLLA, 2021).
Etiologia: insuficiência renal aguda, pode levar a arritmias ventriculares complexas ou à parada cardíaca.
Alteração eletrocardiográfica na hipercalemia ou hiperpotassemia.
Hipocalemia ou hipopotassemia
Considera-se hipocalemia quando os níveis séricos de potássio estão < 3,5mEq/L.
Etiologia: Diarreia, vômito, uso de diurético.
Alterações eletrocardiográficas que poderão ocorrer: onda U patológica, de amplitude aumentada; inversão
ou diminuição da amplitude da onda T; infradesnivelamento do segmento ST.
Quando a hipocalemia persiste sem tratamento, podemos encontrar bradicardia e diferentes graus de
bloqueio atrioventricular (COLLA, 2021).
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Alteração eletrocardiográfica na hipocalemia ou hipopotassemia.
Hipercalcemia
A hipercalcemia são níveis elevados de cálcio sérico (> 1,3mmol/L em adultos). O paciente pode apresentar
sintomas como fadiga, constipação, poliúria, depressão, fraqueza muscular, anorexia, confusão, déficit de
concentração, coma e torpor.
Alterações eletrocardiográficas que poderão ocorrer: diminuição ou desaparecimento do segmento ST, além
de intervalo QTc curto (COLLA, 2021).
Etiologia: hiperparatireoidismo primário e neoplasia maligna.
Hipocalcemia
A hipocalcemia são níveis elevados de cálcio sérico (<1,15mmol/L em adultos). O paciente pode apresentar
sintomas como: parestesia periférica, cãibras, laringoespasmo, crises de tetania e convulsão.
Alterações eletrocardiográficas que poderão ocorrer: prolongamento do intervalo QTc; aumento na duração
do segmento ST; QT prolongado; onda T sem alteração.
Etiologia: patologias que reduzem a produção do paratormônio (destruição autoimune, radioterapia,
ressecção cirúrgica), resistência ou deficiência da vitamina D (insuficiência hepática, insuficiência renal,
déficit nutricional, uso de calcitonina e bifosfonatos), por sequestro de cálcio (pancreatite aguda, lise
tumoral, politransfusão com hemoderivados contendo citrato), entre outras (COLLA, 2021).
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Diferenças entre hipocalcemia e hipercalcemia.
A eletrocardiogra�a
Veja agora os aspectos essenciais da eletrocardiografia: quais as características do traçado normal, e quais
são os principais achados de alterações e suas causas.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em qual distúrbio eletrolítico são encontradas as seguintes alterações eletrocardiográficas
prolongamento do intervalo QTc, aumento na duração do segmento ST, QT prolongado, onda T sem
alteração?
A Hipocalcemia
B Hipercalemia
C Hiperpotassemia
D Hipocalemia
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Na hipercalemia e hiperpotassemia, as alterações eletrocardiográficas que aparecem são: onda T
simétrica ou apiculada e com a base larga em formato de tenda; onda S profunda; redução do intervalo
QTc; aumento na duração do QRS; diminuição da amplitude da onda P. Na hipocalemia e
hipopotassemia, as alterações eletrocardiográficas que aparecem são: onda U patológica, de amplitude
aumentada; inversão ou diminuição da amplitude da onda T; infradesnivelamento do segmento ST. Na
hipocalcemia, observamos o prolongamento do intervalo QTc; aumento na duração do segmento ST; QT
prolongado; onda T sem alteração.
Questão 2
As células cardíacas são responsáveis pelos batimentos cardíacos pelos potenciais elétricos gerados
por elas. Acerca desses estímulos excito-condutor das células cardíacas, marque a alternativa correta
que mostra a ordem sequencial:
E Hipopotassemia
A
Inicialmente, ocorre no nó atrioventricular, depois pelo nó sinusal, e termina no sistema
His-Purkinje.
B
O estímulo iniciará no nó sinusal, passando pelos feixes internodais (anterior, médio e
posterior), terminando no nó atrioventricular.
C
Os estímulos excito-condutor são gerados em ordem sequencial da seguinte forma: nó
sinusal, feixes internodais (anterior, médio e posterior), ramos e sistema His-Purkinje,
feixe de His e nó atrioventricular.
D
Os estímulos elétricos iniciam no nó sinusal e depois são distribuídos para todas as
células ao mesmo tempo, não seguindo uma ordem, terminando no feixe de His.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
A ordem sequencial que o potencial elétrico percorre é: nó sinusal, feixes internodais (anterior, médio e
posterior), nó atrioventricular, feixe de His, ramos, e termina no sistema His-Purkinje.
2 - Teste ergométrico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar resultados provenientes de testes
ergométricos.
Conceitos, indicações e contraindicações
O teste ergométrico (TE) é um método de avaliação amplamente utilizado na prática clínica no Brasil, desde
1972. Durante o TE, o indivíduo é submetido a um esforço físico progressivo, individualizado e programado,
E
Os estímulos excito-condutor são gerados em ordem sequencial da seguinte forma: nó
sinusal, feixes internodais (anterior, médio e posterior), nó atrioventricular, feixe de His,
ramos e sistema His-Purkinje.
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sobre uma esteira, e tem como finalidade a avaliação da resposta terapêutica, da resposta à tolerância ao
esforço físico, avaliação da resposta hemodinâmica, eletrocardiográfica, autonômica, metabólica e
ventilatória ao exercício.
Além da avaliação da capacidade funcional e de sintomas compatíveis com arritmias durante o exercício,
também é importante na obtenção de diagnóstico e determinação prognóstica das doenças
cardiovasculares (MENEGHELO et al., 2010).
O TE tem como objetivos:
diagnosticar a isquemia miocárdica;
detectar arritmias cardíacas e alterações hemodinâmicas induzidas pelo esforço físico;
avaliar a condição aeróbica e a capacidade funcional;
estabelecer e diagnosticar o prognóstico de determinadas doenças cardiovasculares;
auxiliar na prescrição do exercício;
avaliar as intervenções terapêuticas.
De acordo com Rocha et al. (2009), as indicações para a realização do TE são:
avaliação após o infarto agudo do miocárdio (pós-IAM) em evolução, sem complicações;
avaliação de dor torácica típica;
doença arterial coronariana (DAC) crônica com modificações do ECG ou no quadro clínico, e avaliação
seriada desses pacientes em reabilitação cardiovascular;
avaliação e estratificação de riscos quando o paciente possui histórico familiar de morte súbita ou DAC;
insuficiência cardíaca congestiva;
avaliação da capacidade funcional e dos sintomas cardiovasculares e respiratórios presentes durante o
esforço físico;
avaliação da resposta cronotrópica ao exercício em portadores de doença do nó sinusal e bloqueio
atrioventricular congênito.
No entanto, também existem as contraindicações absolutas e relativas ao TE, vejamos:
Contraindicações absolutasfebre (leve, moderada ou grave);
embolia pulmonar; bloqueio atrioventricular do terceiro grau;
intoxicação medicamentosa;
limitação psicológica ou física;
distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos quando não corrigidos.
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Contraindicações relativas
dor torácica aguda (tendo como exceção se os protocolos de dor torácica forem realizados);
arritmias ventriculares complexas, taquiarritmias e bradiarritmias;
insuficiências valvares graves;
afecções não cardíacas, que podem se agravar devido ao esforço físico no teste ergométrico (por
exemplo, hipertireoidismo, infecções, insuficiência respiratória, renal ou hepática, obstrução arterial
periférica, lesões ósseas, musculares ou articulares, afecções psiquiátricas e deslocamento da retina).
Realização do teste ergométrico
Métodos iniciais para execução do teste ergométrico
Antes de executar o teste, o paciente deverá ser orientado a suspender alguns fármacos, visto que estes
poderão influenciar nos resultados. Além dessa orientação, o paciente não poderá fazer atividade física por
12 horas antes, nem fumar por três horas antes do exame; no dia do teste, deverá vestir roupas confortáveis
e tênis.
Para iniciar o teste, é necessário seguir um protocolo. Inicialmente, precisa ter:
Uma equipe executora e capacitada
Composta pelo médico e outro profissional de saúde, capacitados em suporte básico de vida.
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Equipamentos necessários para o teste:
Ambiente propício e equipado
Deve ter o ambiente adequado para realizar o exame, levando em consideração o espaço
físico, com capacidade de circulação da equipe, a ventilação, a iluminação, temperatura (entre
18° e 22°C) e umidade do ar (em torno de 40% a 60%).
Cicloergômetro de frenagem eletromagnética ou mecânica com resistências variáveis e/ou
esteiras rolantes, com inclinação e velocidade variáveis. Os indivíduos que não puderem
caminhar ou pedalar, podem utilizar o cicloergômetro para membros superiores.
Monitor para observação contínua da frequência cardíaca e do eletrocardiograma (ECG), com
o registro impressos dos traçados eletrocardiográficos.
Estetoscópio e esfigmomanômetro calibrado e com tamanho adequado para a circunferência
do braço do paciente.
Cronômetro, caso o sistema computadorizado não faça esse registro.
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Antes de iniciar, o profissional deve informar ao paciente como irá proceder todo o teste, e que a intensidade
da esteira será aumentada conforme a sua tolerância, iniciando de forma leve. O paciente deverá ser
informado sobre os possíveis sinais e sintomas que poderá sentir, e deverá relatar aos profissionais se
sentir alguma coisa.
Atenção!
É importante que o executor do teste realize uma anamnese e um exame físico antes de iniciar o teste, a fim
de identificar possíveis contraindicações relativas ou absolutas e para fazer a escolha do tipo do protocolo a
ser escolhido para a execução.
Registros eletrocardiográ�cos
Os registros devem obedecer a uma sequência lógica com a obtenção dos seguintes traçados: em repouso,
durante cada estágio de exercício, em protocolos em rampa a cada um ou dois minutos e no período de
recuperação, por tempo mínimo de 6 minutos.
Na presença de arritmias, o profissional deve documentar e relatar sua provável origem, complexidade,
frequência e momentos de aparecimento e desaparecimento. Recomenda-se que a pressão arterial e a
frequência cardíaca sejam registradas quando o paciente referir início de dor torácica ou outra
manifestação de possível origem isquêmica, no intuito de identificar o duplo produto (frequência cardíaca
vezes a pressão arterial sistólica) que possibilitará inferir o consumo de oxigênio miocárdico do limiar
isquêmico durante o exercício graduado.
Escolha do protocolo e do ergômetro
As condições particulares de cada indivíduo devem ser levadas em consideração antes de escolher o
protocolo e o ergômetro a ser utilizado, já que a resposta fisiológica difere, caso o teste seja realizado na
esteira ou no cicloergômetro.
Recomendação
Material e medicamentos para eventuais emergências – deverão estar disponíveis e de fácil
acesso no caso de emergência.
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O cicloergômetro é mais recomendado em indivíduos com determinadas limitações neurológicas,
ortopédicas, com alterações vasculares periféricas, com déficit de equilíbrio, ou quando se deseja obter,
durante o esforço, imagens cintilográficas ou ecocardiograma para estudar a função ventricular.
A escolha do protocolo também deve ser individualizada, quanto à inclinação da esteira, à velocidade ou à
carga do cicloergômetro. Podem ser utilizados diferentes protocolos de inclinação da rampa, com
incrementos pequenos ou intervalos curtos, ou cargas variando pelo tipo ou usando cargas crescentes, de
modo que o esforço físico termine entre 8 e 10 minutos. Para isso, podem ser utilizados diferentes
protocolos escalonados de cargas.
Protocolos para cicloergômetro
Vamos destacar aqui três protocolos, para utilizar em indivíduo destreinado – teste de Balke; em
cardiopatas, mulheres ou homens – teste de Astrand e Rodahl; e teste utilizado para atletas e não atletas, de
forma que não sejam sedentários – teste de Bruce (TEIXEIRA, 2010).
Protocolo de Balke
É um teste utilizado em indivíduos destreinados. Esse protocolo não tem intervalo, é iniciado sem carga e
utilizado de forma escalonada máxima. Isso permite uma fadiga menor devido à maior adaptação
fisiológica. No entanto, é um teste dependente da motivação do indivíduo. O teste segue o seguinte
protocolo: carga de 25 watts (W) ou ou 1,0kg, com velocidade de 50rpm, e a cada 2 minutos
aumenta-se a carga com o mesmo valor até atingir a frequência cardíaca máxima (
). Ao final do teste, pode-se estimar o pela fórmula:
Rotacione a tela. 
Teste de Astrand e Rodahl
O incremento da carga é escolhido de acordo com o indivíduo, sendo: 10W para cardiopatas, 25W para
mulheres e 50W para homens. A cada 3 minutos, deverá aumentar 25W. Neste protocolo, o cálculo do
 é realizado com a seguinte fórmula:
300kg.m
FCmáx = 220 − idade
VO2máx
 VO2máx = 200 + (12xW) /M, em ml / (kg.min) 
 Em que: 
 W = carga máx. sustentada 
 M = massa corporal (em kg) 
VO2máx
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Rotacione a tela. 
Teste de Bruce
O teste deve ser iniciado com carga zero, sendo aumentada a cada 3 minutos, com acréscimos de 25W para
não atleta e 50W para atletas. Neste protocolo, o cálculo do é realizado com a seguinte fórmula:
Rotacione a tela. 
Protocolos para esteira
Os protocolos mais utilizados para a esteira são: Bruce, Bruce modificado e Ellestad.
Protocolo Bruce
Tem como valor diagnóstico e avaliativo da capacidade funcional. Apresenta aumentos progressivos da
inclinação e da velocidade, em cada estágio, com duração de 3 minutos.
Protocolo Bruce modi�cado
Este protocolo foi construído para ser utilizado em pacientes com capacidade cardíaca reduzida,
capacidade física baixa, ou em idosos. Compreende três estágios:
com velocidade de 2,7km/h ou 1,7mph (milhas por hora), sem inclinação, com duração de 30 minutos;
com a mesma velocidade, porém, com inclinação de 5%;
mantém igual ao protocolo Bruce original.
Protocolo de Ellestad
É o protocolo mais utilizado no Brasil. Consiste em um aumento de velocidade com menor duração entre os
estágios, descrito na tabela. Este protocolo é utilizado emindivíduos atletas e jovens, fisicamente ativos.
VO2máx = (Wf × 12 + 300)/M
 Em que: 
Wf é carga máxima em watts do último estágio. 
VO2máx
VO2máx = 0, 129 + [0, 014 × (Wf)] + 0, 075
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Tempo em minutos Velocidade em milhas por hora Inclinação da esteira ergométrica
3 1,7 10%
2 3,0 10%
2 4,0 10%
3 5,0 10%
2 6,0 15%
2 7,0 15%
2 8,0 15%
Protocolo de Ellestad.
MENEGHELO, 2011 p. 74.
Durante o teste ergométrico
Durante o teste ergométrico, é importante prestar atenção aos sinais e sintomas apresentados e relatados
pelo paciente, como: tonturas, palidez, estafa física, sudorese e dispneia, relacionando-os à resposta
eletrocardiográfica e à condição hemodinâmica ocasionadas devidas ao esforço físico.
Os relatos de dor torácica (dor atípica ou angina) também deverão ser valorizados, quanto ao momento que
apareceu, à evolução, intensidade, característica, irradiação e aos fenômenos associados.
Outro fator importante para avaliar durante o teste é a sensação subjetiva de cansaço, ou seja, a avaliação
da intensidade do esforço físico, segundo a percepção do paciente. Para tal, a escala mais utilizada é a
escala de Borg, que varia de 0 a 20, representando esforço muito, muito leve (0) a esforço extremamente
intenso (20). Essa escala é apresentada ao paciente a cada minuto, e deverá ser registrada cada pontuação
relatada pelo paciente (MENEGHELO, 2011).
Critérios de interrupção do esforço
As variáveis hemodinâmicas devem ser avaliadas, pois elas são essenciais para interromper o teste ou
reduzir a intensidade. Os critérios relativos são:
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Todos esses achados durante o TE deverão ser descritos para uma análise posterior, pois serão importantes
para um diagnóstico mais preciso.
Interpretação do teste ergométrico
Todos os dados utilizados e coletados durante o teste, como dados hemodinâmicos, respiratórios, análise
subjetiva de esforço físico, dados clínicos, dados eletrocardiográficos, metabólicos e autonômicos, devem
ser usados como forma avaliativa para a interpretação do TE (MENEGHELO et al., 2010).
Pressão arterial
Pressão arterial diastólica (PAD) até 120mmHg, em normotensos; e até 140mmHg nos
hipertensos; queda da pressão arterial sistólica (PAS) > 10mmHg ao realizar o incremento de
carga; aumento acentuado da PAS até 260mmHg.
Manifestações clínicas
Desconforto torácico, ataxia, palidez, cianose, tontura e dispneia desproporcional à
intensidade do esforço realizada.
Achados eletrocardiográ�cos
Infradesnível do segmento ST de 3mm ou 0,3mV; supradesnível do segmento ST de 2mm ou
0,2mV, com ausência da onda Q; aparecimento de taquicardia supraventricular sustentada ou
não sustentada; arritmia ventricular complexa; taquicardia atrial, bloqueio atrioventricular de
segundo ou terceiro grau; fibrilação atrial.
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Pressão arterial
Durante o exercício, a pressão arterial sistólica deverá subir proporcionalmente ao esforço físico. Caso suba
menos que 35mmHg, poderá ser indicativo de doença isquêmica, devido à dificuldade encontrada pelo
miocárdio em contrair durante o esforço.
Já a queda da pressão sistólica durante o exercício pode estar relacionada a doença cardíaca grave, sendo
um dado preocupante (LOPES, 2021).
Após o exercício, a pressão arterial deverá reduzir e retornar para os valores basais. Caso isso não ocorra, e
ela permaneça elevada ou aumente mais durante essa fase de recuperação, poderá ser suspeita de doença
isquêmica do coração (LOPES, 2021).
É sugestivo de doença arterial coronariana na avaliação da pressão arterial:
O aumento da pressão sistólica e diastólica, em indivíduos que não tenham o diagnóstico prévio de
hipertensão, no segundo estágio do protocolo de Bruce e apenas a pressão arterial sistólica no terceiro
minuto de recuperação são os melhores preditores para o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica.
Apesar de não ser o método mais indicado para esse diagnóstico, o TE pode ser um grande colaborador
para esse fim, sendo usado também para uma avaliação prognóstica, elaboração de estratégias
farmacológicas e avaliação do paciente hipertenso (MENEGHELO et al., 2010).
Frequência cardíaca
Incapacidade de se atingir pressão arterial sistólica ≥120mmHg.
Hipotensão ≥ 10mmHg em relação ao repouso.
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A frequência cardíaca (FC) também aumenta à medida que a intensidade do exercício aumenta. Para o teste
ergométrico ser satisfatório, o paciente deverá atingir mais de 85% da frequência cardíaca predita. Caso a
elevação da FC seja superior ao correspondente à carga de trabalho no exercício, podemos associar a
alguns fatores, como: sedentarismo, ansiedade, hipertireoidismo, distonia neurovegetativa, condições
clínicas nas quais o volume vascular ou a resistência periférica são comprometidas, nas alterações
metabólicas, na anemia, além de outras.
No entanto, se a FC cair durante o esforço físico, isso poderá estar associado à doença cardíaca grave.
Quando essa queda for menor que 12bpm logo no primeiro minuto de recuperação do exercício, mostrará
baixa atividade vagal e isso está relacionado à maior mortalidade (LOPES, 2021).
Alterações eletrocardiográ�cas
O teste ergométrico tem a capacidade de detectar arritmias provocadas pelo esforço físico. As alterações
eletrocardiográficas que deverão ser observadas com atenção são (MENEGHELO et al., 2010):
Modificações na onda U e do segmento ST (infradesnivelamento e supradesnivelamentos em relação à
linha de base) podem representar isquemia miocárdica.
Pode ser sugestivo de doença arterial coronariana na avaliação eletrocardiográfica:
a) o segmento ST com infradesnivelamento com duração > 5 minutos durante a recuperação, em > 5
derivações, em indivíduo com capacidade funcional reduzida (<6 MET);
b) o segmento ST com supradesnivelamento (na ausência de infarto prévio com onda Q);
c) a taquicardia ventricular sustentada (> 30 segundos), sintomática ou reprodutível; durante o esforço, a
onda P fica apiculada;
d) a onda U invertida é rara e pode ser sugestiva de doença coronária associada à lesão proximal de artéria
descendente anterior ou lesão de tronco de coronária esquerda.
Arritmias cardíacas observadas nos traçados eletromiográficos indicam anormalidade cardiovascular,
mas não indicam isquemia.
Testes ergométricos
Veja os aspectos essenciais dos testes ergométricos para a prática fisioterapêutica.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O teste ergométrico é um método de avaliação amplamente utilizado na prática clínica, desde 1972, no
Brasil. Qual dessas opções é uma indicação para o teste ergométrico?
Parabéns! A alternativa C está correta.
As indicações para a realização do TE são: avaliação após o infarto agudo do miocárdio (pós-IAM) em
evolução, sem complicações; avaliação de dor torácica típica; doença arterial coronariana (DAC)
crônica com modificações do ECG ou no quadro clínico, e avaliação seriada desses pacientes em
reabilitação cardiovascular, avaliação e estratificação de riscos quando o paciente possui histórico
familiar de morte súbita ou DAC; insuficiência cardíaca congestiva; avaliação da capacidade funcional e
dos sintomascardiovasculares e respiratórios presentes durante o esforço físico; avaliação da resposta
cronotrópica ao exercício em portadores de doença do nó sinusal e bloqueio atrioventricular congênito.
Questão 2
A Avaliação de dor torácica atípica.
B Doença arterial coronariana crônica sem modificações do ECG.
C Avaliação pós-IAM em evolução, sem complicações.
D Insuficiência cardíaca chagásica.
E Arritmias ventriculares complexas, taquiarritmias e bradiarritmias.
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Antes de executar o teste ergométrico, o paciente deverá ser orientado a seguir algumas condutas.
Entre as recomendações para a realização do teste ergométrico, podemos indicar:
Parabéns! A alternativa E está correta.
O paciente deverá suspender alguns fármacos, pois eles poderão influenciar nos resultados. Além
disso, o paciente não poderá fumar por 3 horas antes, e não poderá fazer atividade física por 12 horas
antes do exame.
Considerações �nais
Vimos que as células cardíacas geram um potencial elétrico, que pode ser registrado pelo eletrocardiógrafo
representando as ondas P (despolarização atrial), o complexo QRS (despolarização ventricular), a onda T
(repolarização ventricular) em um papel quadriculado, facilitando a mensuração do comprimento das ondas
e o tempo.
Pudemos observar quais são as alterações eletrocardiográficas como: crescimento ou sobrecargas atriais e
ventriculares, bloqueio de ramo, síndrome coronariana aguda, arritmias cardíacas e distúrbios eletrolíticos.
A Não suspender medicamentos em uso.
B Não fumar por menos de 24h do exame.
C Não fazer atividade física por menos de 24h do exame.
D Não fumar e não fazer atividade física por menos de 12h do exame.
E Suspender alguns fármacos e não fumar por 3 horas antes do exame.
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Também vimos as arritmias cardíacas mais comuns, como a fibrilação atrial, fibrilação ventricular e flutter
atrial.
No teste ergométrico, além de analisar o traçado eletrocardiográfico, os dados hemodinâmicos durante o
repouso, o esforço físico e a recuperação também são muito importantes, como a pressão arterial e a
frequência cardíaca.
Lembre-se sempre de que durante o exercício, a pressão arterial sistólica e a frequência cardíaca deverão
subir proporcionalmente ao esforço físico. Caso a pressão arterial suba menos que 35mmHg, poderá ser
sinal de presença de doença isquêmica; já a queda da pressão sistólica durante o exercício pode estar
relacionada à doença cardíaca grave. Se após o exercício, a pressão arterial não reduzir ou retornar aos
valores basais, pode haver a suspeita de doença isquêmica do coração.
Para o teste ergométrico ser satisfatório, o paciente deverá atingir mais de 85% da frequência cardíaca
predita. Caso a elevação da frequência cardíaca seja superior ao correspondente à carga de trabalho no
exercício, podemos associar com alguns fatores, como: sedentarismo, ansiedade, hipertireoidismo, distonia
neurovegetativa, entre outros.
No entanto, se a frequência cardíaca cair durante o esforço físico, isso poderá estar associado a doença
cardíaca grave. Quando essa queda for menor que 12bpm, logo no primeiro minuto de recuperação do
exercício, mostrará baixa atividade vagal, o que está relacionado à maior mortalidade.
Todos esses dados deverão ser analisados e interpretados de forma conjunta, proporcionando uma
prescrição mais adequada e individualizada ao paciente, evitando eventos adversos, e até morte súbita,
durante a reabilitação cardíaca.
Podcast
Para encerrar, ouça sobre dois métodos de avaliação em cardiologia muito usados na prática clínica e como
eles estão interrelacionados: o ECG e o teste ergométrico.

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Denise Zazula, Ronaldo Gomes Vasque e Renato Delascio Lopes.
Leia as III Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Teste Ergométrico, no qual você
encontrará as indicações, contraindicações e a interpretação dos resultados.
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