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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS 
Autos n º... 
 TÚLIO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, inciso IV, do CPP. 
Por oportuno, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. 
Requer seja recebido e processado o presente recurso e, caso Vossa Excelência entenda que deva ser mantida a respeitável decisão, que seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça com as inclusas razões.
Nestes termos,
Pede deferimento
Rio Grande do Sul, 25/06/2018
Advogado/ OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Recorrente: Túlio 
Recorrido: Ministério Público
Autos n º... 
COLÊNDA CÂMARA CRIMINAL
	Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. juiz "a quo", impõe-se a reforma de respeitável sentença que pronunciou o Recorrente, pelas seguintes razões de fato e fundamentos a seguir expostas:
DOS FATOS
 Consta dos autos que o Recorrente nascido no dia 01/01/1996, primário, foi abordado pela vítima que na ocasião era sua namorada, com a notícia que estaria gravida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem a vítima mantivera relações sexuais, ocorre que a vítima muito preocupada com a gravidez indesejada, pede ajuda a seu namorado o então Recorrente, para que a ajude a abortar.
Diante disso, no dia 03/01/2014, na cidade de Porto Alegre/RS, o Recorrente muito apaixonado e surpreso com a informação, adquire remédio abortivo que cuja venda era proibida sem prescrição médica e o entrega para a vítima, que, de imediato, passa a fazer o uso dele. A vítima, então expele algo não identificado pela sua vagina, acreditando ela ser o feto.
Acontece que, os pais da vitima presenciou o ocorrido, levando sua filha imediatamente ao hospital, em seguida, a Delegacia de polícia, onde narraram o ocorrido. Ocorre que, os médicos no hospital informaram que a vítima não estava gravida, e que apenas se tratava de um cisto. Sendo assim, o que fora expelido não foi um feto. Após investigação, no dia 20/01/2014, o Recorrente vem a ser denunciado pelo crime do art. 126, “caput”, c/c. art. 14, inc. II, ambos do CP.
A inicial acusatória foi recebida no dia 22/01/2014. Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, foram ouvidas as testemunhas e a vítima, em seguida foi ouvido o Recorrente, onde todos esclareceram o ocorrido. Depois, do interrogatório, as partes apresentaram alegações finais orais e o juiz determinou a conclusão do feito para decisão.
Verifica-se que, antes de se proferida a decisão, mas após manifestação das partes em alegações finais, foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico da vítima, onde consta a informação de que ela não estava gravida no momento dos fatos, a folha de antecedentes criminais do Recorrente sem outras anotações e um exame de corpo de delito, onde indicava que o remédio ingerido pela vítima não a causara lesões.  
Contudo, o magistrado proferiu decisão de pronuncia nos termos da denúncia, sem que fosse observado as documentações juntadas, sendo a mesma aplicada no dia 18/06/2018, na ocasião em que as partes foram intimadas.
DO DIREITO 
a) PRELIMINARES 
I - DA PRESCRIÇÃO 
Considerando que o réu foi pronunciado com fundamento no artigo 126 c/c 14, II do CP, a pena máxima para este delito seria de 04 anos que, com base no artigo 109, IV do CP, prescreveria em 08 anos. 
Todavia, o réu, na data dos fatos, era menor de 21 anos, já que nasceu em 01/01/1996, e os fatos foram praticados em 03/01/2014, ocasião em que o prazo prescricional será diminuído pela metade, conforme artigo 115 do CP, sendo, pois, de 04 anos.
 À vista disso, uma vez que entre a data do recebimento da denúncia, 22/01/2014 e a decisão confirmatória de pronúncia, 18/06/2018, passaram-se mais de quatro anos. Desta forma, a extinção da punibilidade do réu deve ser extinta, conforme artigo 107, IV do Código de Processo Penal. Não restando responsabilidade jurídica penal a ser imputada ao recorrente. 
II - DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
Não foi cedido ao réu o instituto despenalizador, mesmo que a defesa técnica tenha arguido. Em razão disso, insta trazer à baila o artigo 89 da lei 9.099/95, que garante a suspensão condicional do processo, já que a pena mínima prevista para o delito imputado ao acusado não excede a um ano. Ademais, o acusado é primário e preenche os requisitos do artigo 77 do CP. Em razão disso, não óbice para a aplicação do referido instituto legal. 
III - DA NULIDADE 
Após as alegações finais das partes, foi juntado aos autos documento de atestado médico, folhas de antecedentes criminais do réu, bem como o exame de corpo de delito e, de imediato, o magistrado proferiu decisão de pronúncia. Ora, há explícita violação ao artigo 5º, LV, da CRFB, que assegura o princípio do Contraditório e Ampla Defesa com os meios e recursos a ela inerentes, ocasião em que não foi observada. Em razão disso, requer o reconhecimento da nulidade conforme artigo 564, IV, do CPP, uma vez que o contraditório constitui elemento essencial do ato, devendo este ser refeito. 
b) DO MÉRITO 
I. DO CRIME IMPOSSÍVEL 
O recorrente foi denunciado com incurso nas sanções previstas dos artigos 126, caput c/c artigo 14, II, ambos do CP, acusado de comprar substância abortiva a fim de que sua namorada fizesse uso. Supostamente, com a intenção de matar o feto, sendo após, pronunciado nestes termos. 
Entretanto, houve informação da equipe médico hospitalar que, na verdade, a namorada do recorrente nunca esteve grávida, e que apenas possuía um cisto que fora expelido para fora. Logo, não se tratava de um feto. 
Diante desse argumento que fundamenta a tese do crime impossível por ineficácia absoluta do objeto, não há que se falar em tentativa de aborto, vez que inexistia bem jurídico a ser tutelado. Portanto, de acordo com o artigo 17 do Código Penal, a conduta do réu é atípica, não incidindo a responsabilização pela tentativa, merecendo o mesmo ser absolvido com fulcro no artigo 415, III do Código de Processo Penal. 
DOS PEDIDOS: 
a) Requer seja declarada extinta a punibilidade do réu, conforme artigo 107, IV, do CP; 
b) Requer seja o réu absolvido, com fulcro no artigo 415, III, do CPP; 
c) Requer seja reconhecida a nulidade da decisão de pronúncia, posto que violado o contraditório e ampla defesa, previstos no artigo 5º, LV da CRFB/88; 
d) Requer seja declarada a nulidade pelo não oferecimento da suspensão condicional do processo, em observância ao artigo 89 da lei 9.099/95; 
e) Requer seja o réu impronunciado, caso haja dúvidas acerca da materialidade do delito, de forma subsidiária. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 Local, 25/06/2018. 
 Advogado/OAB

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