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A Revolução Francesa (1789 – 1799) Trailer AC Unity Edit.mp4 Conteúdos A França pré-revolução O processo revolucionário02 01 O desfecho03 A organização da sociedade do “Antigo Regime” e a situação econômica francesa. O início da Revolução e suas diferentes fases, os grupos políticos e os principais eventos As consequências da Revolução A Revolução Francesa foi um processo social e político, ocorrido entre 1789 e 1799, com importante participação da burguesia e das camadas populares que corresponde ao início da queda do Absolutismo francês e acarretou profundas mudanças na organização sociopolítica do país, influenciando drasticamente em outros processos revolucionários no mundo. Definição A França pré-revolução • Sociedade rigidamente hierarquizada • Privilégios para o Clero (1º Estado) Nobreza (2º Estado) • Exploração do 3º Estado, que, através de uma pesada carga tributária, sustentava os luxos e extravagâncias do Clero e da Nobreza. Causas estruturais da revolução • Crise econômica (altos impostos e custos da Monarquia) • Privilégios feudais (isenções fiscais da alta nobreza) • Crise do campesinato (tributos feudais e problemas relacionados à produção) Causas conjunturais da revolução • Guerra dos Sete Anos (1757 – 63): Derrota para a Inglaterra • Revolução Americana (1776 – 81): Aumento da dívida francesa • Grande Fome (1787 – 89): Agravamento da crise do abastecimento de alimentos e “estopim” da Revolução O Rei Luís XVI e Maria Antonieta • Coroação de Luís: 1774, após a morte de seu avó, Luís XV. • Situação da França quando assumiu era muito complicada. • O casamento com Maria Antonieta, em 1770 (quando ela tinha 14 anos) foi uma tentativa de estreitar laços entre dois inimigos históricos: a Françae a Áustria. • A rainha tornou-se odiada pelos franceses, pois gastava muito dinheiro em vestidos, banquetes e bailes luxuosos em Versalhes, enquanto o povo passava necessidade. Por conta disso, foi apelidada de “MadameDéficit” O palácio de Versalhes O processo revolucionário • 1787: Convocação da Assembleia dos Notáveis pelo ministroCharles Alexandre de Calonne. Objetivo era a redução deprivilégios fiscais dos 1º e 2º Estados para equilibrar as contas públicas francesas. Não obteve sucesso e foi despedido. • 1789: Como o Clero e a Nobreza não aceitaram a redução de seus privilégios, houve a convocação da Assembleia dos Estados Gerais (1º, 2º e 3º Estados) pelo ministro Jacques Necker, para que fosse encontrada uma solução. O problema! • O sistema de votação determinava que cada Estado tinha direito a um voto. • Historicamente, o Clero e a Nobreza votavam em conjunto, pois possuíam interesses em comum. • o Terceiro Estado decidiu reivindicar a mudança no sistema de votação, com uma proposta de voto por cabeça. • A reinvindicação do Terceiro Estado não foi aceita e o Rei Luís XVI dissolveu a Assembleia. Juramento do jogo da Péla • Dia 20 de Junho de 1789 • Representantes do Terceiro Estado invadiram a Sala do Jogo da Péla (espécie de tênis em quadra coberta) onde juraram que não se dispersariam, declarando-se reunidos em Assembleia Nacional. • O Rei Luís XVI demitiu o ministro Jacques Necker e ordenou que o Clero e a Nobreza se juntassem à Assembleia Nacional, que, em julho, declarou-se Assembleia Nacional Constituinte no dia 9 de julho, com o objetivo de votar uma Constituição para a França. • Desse modo, o objetivo era limitar os poderes do rei, tornando a França uma Monarquia Constitucional, começando uma série de mudanças econômicas e sociais. • A reação do Rei ao desenrolar dos acontecimentos foi rápida: mandou cercar Paris e os arredores de Versalhes, o que provocou uma reação popular extrema. “Aux armes, citoyens!” A tomada da Bastilha • Construída entre 1370 e 1382, a Bastilha era o principal símbolo do poder absolutista francês. Era uma prisão destinada àqueles que discordavam ou eram uma ameaça à Monarquia. • No dia 14 de Julho de 1789, foi atacada pelo povo parisiense, que matou os guardas, libertou os presos políticos e se apossaram da pólvora e das munições, após invadir o Arsenal dos Inválidos. • A Queda da Bastilha se tornou um símbolo da Queda do Absolutismo Francês. • O Grande Medo: a rebelião se espalhou de Paris para o restante do país. No interior, camponeses invadiam as propriedades e atacavam os nobres proprietários, que muitas vezes fugiam, junto com membros do clero fiéis ao rei, para países como a Áustria. A Assembleia Nacional (1789 – 1792) • Atuação da burguesia nas cidades e dos camponeses nointerior. • Abolição dos privilégios feudais. • Confisco e venda dos bens e terras da Igreja, na tentativa de minimizar a crise econômica francesa. • Constituição Civil do Clero (1790): Bispos e padres passaram a ser eleitos pelo povo e pagos pelo Estado, como funcionários públicos, além da proibição de manifestações políticas por parte dos membros da Igreja, dentre outros aspectos. Assim nasceram o clero juramentado (que aceitou a Constituição Civil do Clero) e o clero refratário (que não aceitou tais posicionamentos). • Constituição Francesa de 1791 – Monarquia Constitucional, na qual o Rei exerceria o Poder Executivo, limitado pelo Poder Legislativo (deputados eleitos a cada dois anos). O voto era censitário e as greves foram proibidas. Outros aspectos importantes foram a divisão dos 3 poderes, defesa total da liberdade de expressão e opinião, fim da tortura, igualdade de todos perante a lei, etc. Proclamação da Constituição, em 1791 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão • Promulgada em 1789, tinha como inspirações a Bill of Rights (Revolução Gloriosa) e a Declaração de Independência dos Estados Unidos. • Principais artigos: Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podemfundamentar-sena utilidade comum. Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei. Art. 10º. Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei. Art. 11º. A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem. Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei. Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condiçãode justa e prévia indenização. Grupos políticos da Revolução Francesa • Girondinos – Representantes da alta burguesia, chamados dessa forma em referência à região de Gironda, no sul e sudeste da França, de onde vinha a maior parte de seus componentes. Procuravam conter a radicalização dos revolucionários e negociavam com líderes políticos ligados à Monarquia. Seu líder mais influente foi Jacques-Pierre Brissot. Sentavam à direita na Assembleia. • Jacobinos – Também chamados de Montanheses, eram representantes da pequena e da média burguesia, eram políticos mais radicais. A princípio defendiam a monarquia constitucional, porém, após a fuga de Luís XVI, houve uma divisão interna do grupo. Como lideranças, podemos destacar Maximilien Robespierre, Georges Jacques Danton, Jean-Paul Marat, Jacques Hébert. Sentavam à esquerda na Assembleia. • A “Planície” ou “Pântano” – Grupo mais moderado e heterogêneo, atuavam conforme a situação demandava. • Sans-Cullotes – Massa revolucionária urbana, composta por artesãos, trabalhadores e pequenos proprietários, principalmente em Paris. Aliaram-se aos Jacobinos durante boa parte do processo revolucionário francês A V ES TIM EN TA DA RE VO LU ÇÃ O Sans-Culotte Burguês A “Contrarrevolução” e a fuga do Rei • Fuga de nobres franceses parao exterior, em busca de apoio para o retorno da “normalidade”. • Outros países identificavam na Revolução Francesa um grave perigo, pois suas ideias poderiam se espalhar pela Europa e deflagrar processos revolucionários que resultariam na queda dasmonarquias. • Fuga de Varennes (20-21 de junho de 1791) – Tentativa frustrada de fuga de Luís XVI e sua família. Foram reconhecidos e presos em Varennes, pequena comuna no nordeste francês. Foram trazidos de volta a Paris. A princípio parecia um episódio menor, embora a confiança entre o povo e o rei tenha terminado ali. Mas, posteriormente, acabou se tornando um fator determinante dos rumos da Revolução. • Declaração de Pillnitz – Áustria e Prússia ameaçam invadir Paris se o rei não for recolocado no poder. La Marseillaise (1792) (Claude-Joseph Rouget de Lisle) Avante, filhos da Pátria O dia da Glória chegou! Contra nós da tirania, O estandarte ensanguentado se ergueu. (bis) Ouvis nos campos Rugir esses ferozes soldados? Vêm eles até os vossos braços Degolar vossos filhos, vossas mulheres! Às armas cidadãos! Formem seus batalhões! Marchemos, marchemos Que o sangue impuro regue nosso solo! A Convenção Nacional (1792 – 1795) • Formação da Primeira Coligação – composta pelo Sacro Império Romano-Germânico, Áustria, Prússia, Inglaterra, Exército Contrarrevolucionário Francês, Espanha, Portugal, Sardenha, Nápoles, Sicília e PaísesBaixos. • Declaração dos Jacobinos: “Pátria em perigo”. • Agosto de 1792 – Prisão de Luís XVI e sua família, acusado de traição à pátria. • Setembro de 1792 – Vitória jacobina na Batalha de Valmy. • Setembro de 1792 – Proclamação da Republica Francesa. • 21 de Janeiro de 1793 – Execução de Luís XVI e a expansão das coligações contra a França Revolucionária. • Outubro de 1793 – Execução deMaria Antonieta • Revolta da Vendéia (1793 – 1796): Movimento inicialmente popular contra o recrutamento forçado, logo tomou caráter antirrepublicano, contando com o apoio do clero refratário e nobres emigrados. • Esses fatos marcam o início da fase mais radical da Revolução Francesa, marcado pelo domínio jacobino e pela grande quantidadede execuções na guilhotina. Constituição do Ano I (1793): Republica Jacobina • Sufrágio Universal Masculino – Todos os homens, independente da renda, podem votar. • Abolição da escravidão das colônias e a Revolução Haitiana • Comitê de Salvação Pública – Controle do Exército e administração do país. • Comitê de Segurança Geral/Nacional ou de Salvação Nacional – Segurança Interna. • Lei do máximo (Tabelamento de preços) e Reforma Agrária • Tribunal Revolucionário – Julgava crimes contra a revolução. • Morte de Jean-Paul Marat, assassinado pela jovem Charlotte Corday. Forte radicalização jacobina. A Convenção Nacional (1792 – 1795) Mudança nos costumes • Os termos “Monsieur” e “Mademoiselle” são abolidos, pois denotam diferenciação entre as pessoas. Em substituição, o termo “Citoyen”, pois todos agora têm os mesmos direitos. • O calendário gregoriano deixa de ser utilizado e a Republica Francesa adota um calendário revolucionário laico, adotando o primeiro ano da Convenção Nacional como sendo o Ano I. • Sob liderança autoritária de Robespierre, qualquer pessoa suspeita de oposição poderia ser presa e executada. Nesse período, uma grande quantidade de pessoas foi guilhotinada. • Período de execuções sumárias • Descristianização – Renomeação de nomes de ruas, semanas com 10 dias, decapitação de santos de Notre-Dame, etc. • Religião – Culto à Razão • Execução de lideranças como Hébert e Danton O Período do Terror • Insatisfação geral com o governo de Robespierre • Fim da ameaça externa, agravamento da crise econômica e tentativa de “descristianização” da França levam a uma oposição cada vez maior, inclusive na ala jacobina, mas o movimento é liderado pelos girondinos, que há muito desejavam retomar o poder. • Golpe do 9 Termidor (27 de julho de 1794) – Fim do governo Jacobino e do período do Terror; Queda de Robespierre, que seria executado no dia seguinte; Aliança do Pântano com os girondinos. A Reação Termidoriana • Constituição do Ano III (1795) – Reestabelecimento do voto censitário, da escravidão nas colônias francesas e estabelecimento de um Poder Executivo formado por cinco membros escolhidos pelo Legislativo, denominado de Diretório. • Revogação da lei do preço máximo, fim da reforma agrária, forte repressão aos movimentos populares e aos jacobinos... Um verdadeiro caos político. • Fim dos comitês criados pelo governo jacobino. • Vitória sobre a Revolta da Vendeia e sobre a Conspiração dos Iguais (1796) – Liderado por Graco Babeuf, tentou colocar em prática uma igualdade socioeconômica, com a supressão total da propriedade privada. • Ascensão de Napoleão Bonaparte, apoiado pelas camadas urbanas e rurais e pelo Exército. • Golpe do 18 Brumário (9 de Novembro de 1799) – Derrubada do Diretório e criação do Consulado, protagonizado pelo jovemNapoleão. O Diretório (1795 – 1799) (Enem 2017) Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789, precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o iluminismo. (FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado)) Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a a) modernização da educação escolar. b) atualização da disciplina moral cristã. c) divulgação de costumes aristocráticos. d) socialização do conhecimento científico. e) universalização do princípio da igualdade civil. Questão de Vestibular! (Pucsp 2014) “O Terror, que se tornou oficial durante certo tempo, é o instrumento usado para reprimir a contrarrevolução(...). É a parte sombria e mesmo terrível desse período da Revolução [Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado dessa política.” (Michel Vovelle. A revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp, 2007, p. 74-75.) São exemplos dos “dois lados” da política revolucionária desenvolvida na França, durante o período do Terror, a) o julgamento e a execução de cidadãos suspeitos e o tabelamento do preço do pão. b) a prisão do rei e da rainha e a conquista e colonização de territórios no Norte da África. c) a vitória na guerra contra a Áustria e a Prússia e o fim do controle sobre os salários dos operários. d) a ascensão política dos principais comandantes militares e a implantação da monarquia constitucional. e) o início da perseguição e da repressão contra religiosos e a convocação dos Estados Gerais. Questão de Vestibular!
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