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Prévia do material em texto

1
TALITA SAUER MEDEIROS
EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIAFACULDADE ÚNICA
 PRÁTICA
PEDAGÓGICA 
INTERDISCIPLINAR:
HISTÓRIA DO 
BRASIL REPÚBLICA 
1
HISTÓRIA DO BRASIL REPÚBLICA I
TALITA SAUER MEDEIROS
1
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Diretor Geral:
Diretor Executivo:
Ger. do Núcleo de Educação a Distância:
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: 
Revisão Gramatical e Ortográfica:
Revisão/Diagramação/Estruturação:
Design:
Valdir Henrique Valério
William José Ferreira
Cristiane Lelis dos Santos
Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Izabel Cristina da Costa
Bárbara Carla Amorim O. Silva
Carla Jordânia G. de Souza
Rubens Henrique L. de Oliveira
Brayan Lazarino Santos 
Élen Cristina Teixeira Oliveira 
Maria Luiza Filgueiras
© 2020, Faculdade Única.
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor.
NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br
2
HISTÓRIA DO BRASIL REPÚBLICA I
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2020
3
4
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
5
SUMÁRIO
1.1 Introdução..........................................................................................................................................................................................8
1.2 A crise do império.........................................................................................................................................................................9
 1.2.1 Insatisfações de vários grupos sociais com a monarquia...........................................................................9
 1.2.2 Proclamação da República...........................................................................................................................................12
1.3 O manifesto republicano e os sentidos para a República...............................................................................13
1.4 A república: um novo tipo de governo político no Brasil.................................................................................14
2.1 Introdução........................................................................................................................................................................................21
2.2 As ideias republicanas: projetos vencedores e projetos derrotados......................................................23
2.3 A constituição brasileira de 1891......................................................................................................................................25
2.4 A república velha e os republicanos militares.......................................................................................................27 
3.1 Introdução.......................................................................................................................................................................................33
3.2 As oligarquias no Brasil.........................................................................................................................................................33
3.3 O coronelismo e a clientela política...............................................................................................................................35
3.4 A hegemonia cafeeira...........................................................................................................................................................38
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
A INSTAURAÇÃO DA REPÚBLICA
A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
4.1 Introdução......................................................................................................................................................................................46
4.2 A revolta da armada (RJ) e a Revolução Federalista (RS).............................................................................48
4.3 Os protestos populares. As guerras de Canudos e do Contestado.........................................................52
4.4 Modernidade e urbanização.............................................................................................................................................56
UNIDADE 4
A POLÍTICA DAS OLIGARQUIAS
OS CONFLITOS NA PRIMEIRA REPÚBLICA
UNIDADE 5
AS ORGANIZAÇÕES DOS TRABALHADORES
5.1 Introdução.......................................................................................................................................................................................63
5.2 A circulação de ideias: o socialismo, o comunismo e o anarquismo.....................................................64
5.3 As organizações dos trabalhadores urbanos..........................................................................................................65
5.4 O modernismo na arte brasileira....................................................................................................................................68
UNIDADE 6
O FIM DA PRIMEIRA REPÚBLICA
6.1 Introdução.......................................................................................................................................................................................73
6.2 A crise oligárquica....................................................................................................................................................................73
6.3 A crise dos anos 20...................................................................................................................................................................75
6.4 O tenentismo e a coluna prestes....................................................................................................................................77
6.5 O movimento de 1930............................................................................................................................................................79
Referências Bibliográficas..........................................................................................................................................................72
6
UNIDADE 1
O Brasil do fim do século XIX e do início do XX passou por diversas transformações. 
Um golpe pôs fim à monarquia e instaurou no país novo sistema político: a República. 
Nessa Unidade veremos como se deu esse processo.
UNIDADE 2
Os ideais dos grupos de republicanos brasileiros e os projetos e modelos de República 
desejados por eles. Assim como, a Constituição Republicana de 1891 são os temas da 
nossa segunda Unidade. 
UNIDADE 3
No foco da discussão da Unidade 3 estão as práticas políticas da Primeira República: 
A política dos governadores. O coronelismo e a dominação oligárquica baseada no 
forte controle local das populações.
UNIDADE 4
Os primeiros anos da República brasileira foram marcados por divergências e 
disputas que geraram protestos populares e conflitos como a Revolta Armada, a 
Revolução Federalista e as guerras de Canudos e do Contestado. Insubordinações 
reprimidasduramente pelo governo republicano. 
UNIDADE 5
Modernidade, urbanização, imigração e a industrialização marcaram os cenários 
das cidades na primeira República. A demanda por mão de obra e as condições de 
trabalho encontradas propiciaram a circulação de ideias socialistas, comunistas e 
anarquistas no Brasil. 
UNIDADE 6
Nessa Unidade veremos que crises como a dos anos de 1920 e a crise das oligarquias 
e movimentos contestatórios como o Tenentismo, a Coluna Prestes e o movimento 
de 1930 marcaram as primeiras décadas do século XX e puseram fim a primeira 
República no Brasil. 
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7
A INSTAURAÇÃO DA REPÚBLICA UNIDADE
01
8
1.1 INTRODUÇÃO
 Para começarmos nosso estudo, vamos analisar duas importantes formas de governo: 
Monarquia e República. A Monarquia é caracterizada pelo poder político exercido por um monarca 
(rei, imperador, príncipe), de modo hereditário e vitalício. Já a República, é uma forma de governo 
representativo, cujo governante é eleito e permanece no poder por um tempo pré-determinado. 
Ambas fazem parte da História do Brasil e marcam com o desenrolar de sua trajetória política, as 
práticas políticas do país.
 O período Monárquico no Brasil é convencionalmente dividido em três fases: O Primeiro 
Reinado que vai da Independência do Brasil em 1822, à abdicação de Dom Pedro I em 1831. O Período 
Regencial, de 1831 a 1840 e o Segundo Reinado que compreende da antecipação da maioridade de 
Dom Pedro II em 1840, à Proclamação da República em 1889. Esta última é a fase que nos interessa 
aqui, pois é nesse momento que o Império passa por profundas transformações que abalam a 
ordem vigente. 
 É então que o país passa a ter um regime republicano de governo, dando início à Primeira 
República, fruto de um golpe que pôs fim à Monarquia em 15 de novembro de 1889. A Primeira 
República foi um período de muitos acontecimentos na História do Brasil, como o desenvolvimento 
da industrialização, a vinda de muitos imigrantes, a formação de uma classe operária brasileira e 
com ela, o surgimento das primeiras organizações sindicais e suas reivindicações trabalhistas. Foi 
ainda nesse período que o Brasil consolidou seus limites territoriais. Tiveram também um grande 
desenvolvimento o campo da cultura, das artes e das ideias. 
 Nesse novo regime em que ocorriam eleições para escolher os governantes do país, 
fervilharam muitas ideias acerca do que se queria para o Brasil. Porém, na prática muitos dos ideais 
republicanos, como a liberdade política, acabaram não sendo bem assim. A Primeira República foi 
um período marcado pelo poder das elites locais, o que fez com que esse período ficasse conhecido 
por denominações como República Oligárquica, República do Café com Leite, República dos 
Coronéis.
 Esse momento da experiência republicana no Brasil, de 1889 a 1930, a “Primeira República”, 
tem a sua ruptura com a Revolução de 1930. O período pós 1930 é então marcado pela modernização 
do país, pela intensificação da industrialização, ocorre a reorganização e a modernização do 
aparelho de Estado, e é nesse período em que se dá a conquista dos direitos trabalhistas. Uma 
Nova República teria surgido por oposição à anterior, que ganha então, mais uma denominação: a 
República Velha.
Hereditário: Que se transmite por sucessão, pela pessoa falecida aos seus herdeiros. 
Exemplo: Príncipe que, por direito, deve herdar o poder, o rei. 
Vitalício: Que dura até o final da vida.
GLOSSÁRIO
9
Através desse livro você poderá se aprofundar mais nas transformações que ocor-
reram no Brasil no século XIX e início do XX. O contexto que levou ao fim do Império 
e ao golpe que o derrubou. E também o que se passou no país nas primeiras déca-
das como uma república.
LINK: https://bit.ly/3p0MICX
BUSQUE POR MAIS
1.2 A CRISE DO IMPÉRIO
 Em 15 de novembro de 1889 um golpe derrubou a Monarquia e deu início à República, 
um evento de aparente tranquilidade em seus acontecimentos, sem confrontos armados ou 
derramamento de sangue. Costa (1991) pontua que para entender esse processo histórico de 
transição entre o período monárquico a e proclamação da república é importante considerar 
as tensões econômicas e sociais existentes nos fins do Segundo Reinado. É preciso conhecer as 
mudanças que se operam na sociedade e que propiciaram a solução revolucionária e o golpe.
 Já que nesse período o país passava por mudanças políticas, econômicas e sociais que 
contribuíram para o declínio da Monarquia e para Proclamação da República. A decadência da 
Monarquia criou condições para a implantação de um Regime Republicano no Brasil. 
 No momento da independência do Brasil, a Monarquia se apresentava como a solução mais 
viável para o entendimento entre os interesses da Inglaterra e dos grandes proprietários de terras 
e de escravos, e foi nesse momento que se consolidou uma classe senhorial no Brasil.
 Porém, com o passar do tempo, foi ficando evidente a impossibilidade de a estrutura imperial 
durar por muito tempo. E no momento da Proclamação da República a Monarquia já se mostrava 
obsoleta.
Obsoleta: fora de uso, ultrapassada. 
GLOSSÁRIO
1.2.1 Insatisfações de vários grupos sociais com a monarquia 
 O Brasil Imperial era escravista e tinha uma sociedade hierarquizada, na qual a maioria da 
população era excluída das decisões políticas. Os anos finais do Império foram marcados pelas 
discussões abolicionistas. Nas décadas de 1860 -70 e principalmente na de 1880 o movimento 
pela abolição da escravatura no Brasil ganhou força. “O movimento abolicionista foi impulsionado 
em função do discurso cada vez mais frequente, principalmente na imprensa, sobre o atraso 
econômico e humanitário que a escravidão trazia consigo” (NUNES, 2020, p.7). E também por outros 
movimentos que questionavam a ordem da Monarquia e propunham outras formas de governo.
10
O fim da escravidão no Brasil foi um processo gradual.
A abolição do tráfico negreiro em 1850 – estanca progressivamente a mão de obra escrava, e 
o Império estava estabelecido sobre o trabalho escravo.
1870 – A guerra civil americana traz à tona a questão do escravo. Apenas o Brasil seguia num 
regime escravista na América (conservando um regime social já universalmente condenado).
1871 – Lei do ventre livre, que declarou livre todos os filhos que nasceram de escravos.
1885 - Lei dos Sexagenários, a qual determinou a libertação dos escravos com mais de 60 anos.
1888 – Com a Lei Aurea de 13 de maio, a qual possuía apenas dois artigos: “Art. 1º É declarada 
extinta, desde a data desta Lei, a escravidão no Brasil. Art. 2º Revogam-se as disposições em 
contrário.” Finda a escravidão institucionalizada no Brasil. Tardiamente, pois, apesar de sofrer 
pressões internacionais desde o início do século XIX, o Império brasileiro adiou a abolição do 
trabalho cativo por quase 80 anos.
FIQUE ATENTO
Nas décadas que antecedem a Proclamação da República surgiram muitas cam-
panhas, jornais, intelectuais, partidos políticos e associações abolicionistas. Eles 
defendiam a abolição dos escravos no Brasil e contribuíram para o seu fim. 
Para saber mais sobre as discussões e ações abolicionistas: 
LINK: https://bit.ly/3rjmJYU
BUSQUE POR MAIS
 Por muito tempo a escravatura foi uma viga mestre sobre a qual se sustentava toda a 
economia brasileira. Portanto, é compreensível que a Abolição esteja atrelada ao processo que 
conduziu o regime monárquico ao fim. A Abolição contribuiu para alterar o quadro brasileiro 
(principalmente no Sul), contribuindo para as transformações do Brasil na última fase do século 
XIX, estando ligada a expansão da cultura do café e a imigração europeia.
 A partir de meados do século XIX destacou-se no país do cultivo de café, atividade voltada
 para a exportação que gerou muitas riquezas e também muitas transformações sociais e políticas.
 Com a cafeicultura, formaram-se as oligarquias rurais, principalmente nas províncias do centro-
oeste. Uma oligarquia é quando o poder se concentra na mão de um grupo de pessoas (nessecaso, as elites agrárias). Durante o Império, São Paulo se tornou a região mais próspera na produção 
de café, mas ainda assim, pelo regime monárquico concentrar o poder de forma centralizada, os 
cafeicultores, por mais prósperos que fossem, não conseguiam fazer com que seus interesses 
predominassem.
 Na época a província São Paulo tornou-se a mais rica do Império por causa do café. Mas, 
apesar de seu poder econômico tinha pouca autonomia em relação ao governo central. Os políticos 
paulistas, que em sua maioria eram membros das elites rurais, passaram então a reivindicar maior 
autonomia para administrar a província. Começam a surgir críticas quanto a centralização da 
Monarquia, seu caráter hereditário, o poder excessivo nas mãos de D. Pedro II e o sistema político 
em geral, que excluía a maioria da população.
https://bit.ly/3rjmJYU
11
 A questão da abolição da escravatura também pesava para muitos fazendeiros, pois, grande 
parte era escravocrata e ficaram insatisfeitos por perder sua mão de obra, sem qualquer indenização. 
Boa parte dos fazendeiros era extremamente dependente da mão de obra escrava. A Abolição em 
1888 fez a Monarquia perder o apoio das elites agrárias que se sentiram prejudicadas e passaram 
em benefício de seus interesses a apoiar o movimento republicano.
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18
65
 Pensando nas mudanças pelas quais passava o Brasil e que colaboraram para o declínio do 
período Imperial, do ponto de vista econômico é notório o grande fortalecimento dos cafeicultores 
do Oeste paulista e o fato de que a perda de apoio político dessas elites regionais contribuiu para o 
fim do império. Mas é preciso ponderar acerca dos motivos dessa oposição.
 Segundo Costa (1991), o que se passou foi que a Abolição veio dar o golpe de morte numa 
estrutura colonial de produção que já sofria para se manter perante as novas condições surgidas 
no país, a partir de 1850. Com a Lei Áurea, a Monarquia enfraqueceu suas próprias bases, perdendo 
o apoio da classe senhorial, ligada ao modo tradicional de produção, uma classe rural, incapaz de 
se adaptar as necessidades de modernização. Por sua vez, a nova oligarquia que se formava onde 
se modernizavam os métodos de produção, foi quem assumiu a liderança com a Proclamação da 
República Federativa, a qual, realizou os anseios de autonomia que o sistema monárquico unitário 
e centralizado não satisfazia. 
 Como pontua a autora, a Abolição não é propriamente a causa da República. Para ela, 
“ambas, Abolição e República, são sintomas de uma mesma realidade; ambas são repercussões, 
no nível institucional, de mudanças ocorridas na estrutura econômica do país que provocaram a 
destruição dos esquemas tradicionais” (COSTA, 1991, p.455).
 A perda de outro apoio também pesou na crise monárquica: os militares. Além da oligarquia 
cafeeira, os militares também estavam descontentes com o regime monárquico. Entre os 
republicanos havia muitos militares, especialmente oficiais do que achavam que o Exército não era 
devidamente valorizado pela Monarquia. 
 O Exército saiu fortalecido da Guerra do Paraguai, conflito ocorrido entre os anos de 1864 
a 1870, no qual, Brasil, Uruguai e Argentina como aliados, enfrentaram o Paraguai que pretendia 
expandir seu território, e os militares estavam decididos a participar da política do país. 
 Oficiais de alta patente passaram a criticar abertamente o imperador (acusando-o de 
negligência com o exército e de interferências indevidas em questões militares). Outro ponto, é 
que exército estava cada vez mais “popular” em sua composição, passando a estar em contradição 
com o elitismo que sempre caracterizou o período monárquico. 
12
 Aos poucos os militares foram se colocando contra a Monarquia, aproximando-se daqueles 
que já defendiam um regime político republicano. Costa problematiza e dimensiona a participação 
dos militares na queda da Monarquia:
A proclamação da República não é um ato fortuito, nem obra do acaso, como 
chegaram a insinuar os monarquistas; não é tampouco o fruto inesperado de 
uma parada militar. Os militares não foram meros instrumentos dos civis, nem 
foi um ato de indisciplina que os levou a liderar o movimento da manhã de 15 de 
novembro, como tem sido dito às vezes. Alguns deles tinham sólidas convicções 
republicanas e já vinham conspirando há algum tempo, sob a liderança de Ben-
jamin Constant, Serzedelo Correia, Solon e outros. Imbuídos de ideias republi-
canas, estavam convencidos de que resolveriam os problemas brasileiros liqui-
dando a Monarquia e instalando a República. A ideia de que aos militares cabia 
a salvação da pátria generalizara-se no Exército a partir da Guerra do Paraguai, 
à medida que o Exército se institucionalizava. É claro que os militares estiveram 
em todos os tempos divididos entre várias opções e seria um grande equívoco 
imaginá-los como um todo. A ideia republicana contava, ao que parece, maior 
número de adesões entre os oficiais de patentes inferiores e alunos da Escola 
Militar, enquanto a Monarquia tinha o apoio dos escalões superiores (COSTA, 
1991, p. 459).
 O que vemos, é que a Monarquia se isolava cada vez mais, perdendo suas forças de sustentação 
(civil e militar). As ideias republicanas não constituíam aspecto novo no país, mas encontraram um 
terreno fértil para se concretizar em 1889, devido a mudanças ocorridas na estrutura econômica 
e social do país, que levaram uma parcela da nação a defender as ideias republicanas e outra a 
aceitar com indiferença a queda da Monarquia. “Sem as mudanças ocorridas na estrutura, o partido 
republicano provavelmente não teria conseguido atingir os seus objetivos” (COSTA, 1991, p.459).
1.2.2 Proclamação da República 
 Um golpe militar articulado por civis e militares pôs fim a Monarquia. Setores do exército 
se aliaram aos republicanos paulistas e deram um golpe de Estado. Assim, em 15 de novembro de 
1889 foi proclamada a República. 
 Como pontua Costa (1991) o movimento foi o resultado da união de três forças: uma parcela 
do Exército, os fazendeiros do Oeste Paulista e representantes das classes médias urbanas. Contudo, 
o golpe só foi possível porque puderam contar com o desprestígio pelo qual passava a Monarquia 
e com o enfraquecimento das oligarquias tradicionais. Esses grupos momentaneamente unidos 
em torno do ideal republicano conservavam, entretanto, profundas divergências, que logo ficaram 
evidentes na organização do novo regime. Período no qual as contradições eclodiram em numerosos 
conflitos, abalando a estabilidade dos primeiros anos da República. 
 Os dois primeiros presidentes da República foram militares, porém, depois quem triunfou 
foram as elites civis.
UNIVESP. Especial Proclamação da República. Nele a socióloga Ângela Alonso e 
o historiador Marcos Napolitano discutem como o Brasil se tornou uma república 
federativa depois de 389 anos de colonização portuguesa e 67 anos de Império.
LINK: https://bit.ly/2YLIfsY
BUSQUE POR MAIS
https://bit.ly/2YLIfsY
13
A Proclamação da República do Brasil é uma das fases mais importantes de nossa história 
recente, porém, em seu processo ela não contou com a participação popular.
Um dos fatores mais marcantes deste período, destacado pelo historiador José Murilo de Car-
valho em suas obras, foi a passividade do povo brasileiro durante esse processo. O autor res-
salta que o povo não participou das mudanças que levaram a passagem da Monarquia para 
a República no Brasil, eles assistiram a tudo bestializados (CARVALHO, 1987).
FIQUE ATENTO
1.3 O MANIFESTO REPUBLICANO E 
OS SENTIDOS PARA A REPÚBLICA
 Há tempos, vários grupos discutiam as ideias republicanas no Brasil. Principalmente em São 
Paulo cresciam os defensores da República. Mas, os pensamentos dos republicanos brasileiro só 
aparecem sistematizados no Manifesto Republicano, publicadono jornal A República, na edição de 
3 de dezembro de 1870.
 Inspirado pela república norte americana, o “documento almejava que o país se transformasse 
em uma República federativa para se adequar à realidade dos demais países do continente e 
garantir uma relativa autonomia das províncias em relação ao governo central” (CASTRO, 2019, p.4). 
Embora houvesse tendências políticas e filosóficas diferentes dentro do movimento republicano, 
as ideias de federação e de progresso eram comuns a todas elas. Assim foi possível uma união para 
a escrita do Manifesto Republicano de 1870.
 A ideia de Federação previa que cada uma das províncias teria liberdade, tanto de escolher 
seus líderes, quanto de tomar decisões sobre seu território. Era uma ideia que defendia a autonomia 
das províncias (ainda não eram estados) e que interessava particularmente aos cafeicultores de 
São Paulo, pois assim eles poderiam garantir a liberdade e negociar com o mercado externo. 
No Manifesto a centralização política do Império é bastante criticada, afirmando que devido a 
centralização, o governo imperial não dava conta de resolver os problemas regionais.
 As ideias republicanas expressas no Manifesto expunham a associação que muitos faziam 
da Monarquia com o atraso e da República com o progresso. Estes consideravam um atraso 
haver monarquia na América. Vendo na República o Regime político do progresso. Essa visão está 
atrelada ao contexto da época, pois em alguns lugares do país, se vivia uma grande modernização, 
e também um crescimento das cidades e das indústrias.
 No Manifesto estava previsto ainda o ensino laico, a separação entre o Estado e a Igreja e a 
renovação do Senado.
Laico: se refere ao que é separado e independente da influência da Igreja.
GLOSSÁRIO
 O Manifesto teve boa repercussão e muitos aderiram às ideias expostas por ele. Estudantes, 
profissionais liberais membros das camadas urbanas e as elites cafeicultoras tornam-se fortes 
representantes do republicanismo no Brasil. Surgem diversos clubes e Partidos Republicanos, 
sendo o mais importe deles na época o Partido republicano Paulista (PRP).
14
Manifesto Republicano de 1870 completo
LINK: https://bit.ly/3aNHzcv
BUSQUE POR MAIS
REPÚPLICA NORTE-AMERICANA: prevalência da Constituição e dos direitos inalienáveis.
Nos Estados Unidos o republicanismo é o sistema de valores políticos que vem sendo a parte 
principal do pensamento cívico dos EUA desde a Revolução Americana. Ela enfatiza a liber-
dade e os direitos inalienáveis como valores centrais, faz do povo, como um todo, soberano, 
rejeita o poder herdado, espera que os cidadãos sejam independentes em sua atuação nos 
deveres cívicos, e condena a corrupção política.
FIQUE ATENTO
1.4 A REPÚBLICA: UM NOVO TIPO DE 
GOVERNO POLÍTICO NO BRASIL
REPÚBLICA - A palavra República tem como origem os termos latinos “res”, que quer dizer coi-
sa, e “pública”, do povo, ou seja, podemos conceituar República como coisa do povo.
As principais características dessa forma de governo:
• Elegibilidade dos representantes (as autoridades chegam ao poder pela eleição).
• Temporariedade mandato (existe um tempo pré-determinado no qual permanecerá no car-
go)
• Responsabilidade dos governantes (Devem prestar contas).
• Cabe ao povo o exercício soberano do poder (através da escolha dos seus líderes).
ELEIÇÃO – A eleição pode ser direta ou indireta. 
Eleição direta se dá quando o eleitor vota diretamente no seu representante.
Eleição indireta se dá quando o povo escolhe um colégio eleitoral e este, por sua vez, escolhe o 
dirigente supremo do Estado e/ou do governo.
ELEITORES - Aos eleitores cabe estudar com discernimento cada um dos candidatos antes de 
votar e exigir dos eleitos que trabalhem voltados para o bem público. Por outro lado, aos ocu-
pantes de cargos públicos, sejam eles eletivos ou concursados, cabe observar que seus cargos 
são públicos e é a população que devem destinar seus trabalhos.
FIQUE ATENTO
15
 A partir da Proclamação da República se inicia um novo tipo de governo político até então 
inédito na História do Brasil. O país ficava dividido em vários estados e reunido numa federação 
desses estados. 
 Seguindo o modelo americano criou-se uma divisão em três poderes: executivo (que 
executava as leis – encaminhava leis para o congresso), Legislativo (faz as leis), Judiciário (julga o 
conflito entre os cidadãos, ou interpreta as leis, a Constituição). 
 Na República, temos uma organização de um governo que teoricamente deveria dar mais 
autonomia aos estados e maior direito de participação política aos cidadãos do país. Todavia, o 
período da Primeira República, que perdurou por 41 anos (1889 – 1930) foi marcado não só pela 
mudança do regime político (fim do Império – início da Republica), mas em especial, por uma 
forma de organização do poder que acabou sendo uma das principais características do período: o 
poder das oligarquias regionais e a permanência do poder nas mãos das elites.
 A República nesse momento estruturou um grande arranjo político que se manteve por 
décadas e foi capaz de assegurar o poder nas mãos das elites econômicas latifundiárias. A mesma 
elite que anteriormente concentrava a riqueza durante a época monárquica garantiu o poder na 
República, e o controle em um regime político em tese democrático.
VAMOS PENSAR?
Atualmente no Brasil vivemos em um modelo de democracia representativa, onde a socieda-
de delega a um representante o direito de representá-los, e de tomar as decisões em favor dos 
interesses de toda a população. 
O voto é o mecanismo pelo qual os representantes são eleitos, mas, durante muitos anos o 
direito ao voto foi negado a muitas pessoas, seja por cor, condição social, gênero ou grau de 
instrução.
 Aos poucos se pôde observar no Brasil a extensão deste direito a uma grande parcela popula-
cional mais ampla e diversa. Contudo, isso se dá em decorrência de muita luta e reinvindica-
ção de direitos civis e sociais.
16
1 - (SEE-MG, com adaptações) 
Leia o texto abaixo.
Enfermo a 14 de novembro, na segunda-feira o velho Lima voltou ao trabalho, ignorando 
que no entretempo caíra o regime. Sentou-se, e viu que tinham tirado da parede a velha 
litografia representando D. Pedro de Alcântara. Como na ocasião passasse um contínuo, 
perguntou-lhe:
- Por que tiraram da parede o retrato de sua majestade?
O contínuo respondeu, num tom lentamente desdenhoso:
- Ora, cidadão, que fazia ali a figura do Pedro Banana?
- Pedro Banana! - repetiu raivoso o velho Lima.
E sentando-se, pensou com tristeza:
- Não dou três anos para que isto seja uma república!
(Arthur de Azevedo. Vidas Alheias (1901). In: Lilia Moritz Schwarcz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos 
trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 470)
Este texto literário indica 
a) os conflitos de uma sociedade em transição, que passava por mudanças na configuração 
da mão de obra e no cenário econômico, assim como intensa disputa entre as elites pelo 
controle do poder governamental.
b) as mudanças sociais trazidas pela guerra contra o Paraguai, com a vitória brasileira 
fortalecendo a monarquia e ampliando o apoio ao imperador, inclusive entre setores 
populares.
c) a intensa participação popular no golpe militar que marcou o final da monarquia e o 
início da república, bastante valorizada pelos intelectuais do período.
d) os conflitos que deram origem a denominação do Brasil como uma “República das 
bananas”. 
e) as dinâmicas que caracterizaram esse período de transição, com as mudanças políticas 
acontecendo desvinculadas do cenário social e econômico.
2 - Como episódio, a passagem do Império para a República foi quase um passeio. Os anos 
posteriores a 15 de novembro se caracterizaram por uma grande incerteza. 
(Fausto, Boris - História concisa do Brasil, São Paulo, Ed. Da Universidade de São Paulo, 2002).
No início do período republicano no Brasil: 
a) Havia divergências entre os partidos políticos como o Partido Republicano e o Partido 
Novo Imperial. 
b) Os representantespolíticos da classe dominante de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande 
do Sul, defendiam a ideia de República centralizada e parlamentar.
c) Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos da república.
FIXANDO O CONTEÚDO
izabel.cristina
Balão
17
d) Havia uma coesão de ideias entre os militares, inclusive o exército e a marinha, que 
compartilhavam das mesmas concepções.
e) Havia uma grande pressão popular pela volta da Monarquia
3 - Com relação a mão de obra nas fazendas de café no Império:
a) Escravos eram a principal força de trabalho.
b) Os povos indígenas colaboravam nas plantações. 
c) Os imigrantes italianos e árabes constituíam a principal força de trabalho.
d) Desde o início predominou a mão de obra assalariada. 
e) A produção passava por um período de modernização, com a substituição dos 
trabalhadores por máquinas. 
4 - O termo oligarquia, tal como boa parte do léxico político ainda hoje disponível, tem sua 
origem na linguagem desenvolvida pelos antigos gregos. Inventores da democracia, e do 
termo usado para designá-la, cunharam os gregos a palavra oligarquia. O termo oligarquia, 
no entanto, não era o único a designar uma forma de governo controlada por poucos. 
Em grande medida, a aristocracia – outra forma nomeada pelos antigos gregos – também 
pode ser definida como um modo no qual poucos governam. Contudo, o que, desde o 
início, qualifica a aristocracia como forma de governo específica não é tanto esse último 
traço – o de ser um governo de poucos –, e sim sua definição como governo no qual os 
melhores (aristoi) detêm o poder (kratos).
Fonte: LESSA, Renato. Oligarquia. In: CPDOC. Fundação Getúlio Vargas (FGV). Dicionário da Elite Política Republicana 
(1889-1930). Disponível: https://cpdoc.fgv.br/dicionario-primeira-republica Acesso em: 29 nov. 2020. (adaptado).
De acordo com o texto, podemos afirmar que:
a) Oligarquia e Aristocracia são sinônimos. 
b) Aristocracia e as Oligarquias são as bases de um regime parlamentar, voltado para o 
usufruto privado. 
c) Tanto a Aristocracia quanto a Oligarquia são marcadas pelo poder exercido de forma 
democrática.
d) Embora oligarquia e aristocracia tenham em comum sua oposição ao governo de todos, 
distinguem-se entre si de modo claro por suas finalidades.
e) Oligarquia e Aristocracia são formas de governo ditatoriais.
5 - (MACK-2004) A Proclamação da República, em novembro de 1889, apontou para a crise 
decorrente das transformações econômicas e sociais verificadas no país desde a segunda 
metade do século XIX. Com relação a essas transformações, podemos afirmar que: 
a) a abolição da escravidão foi contrária aos interesses dos novos setores agrários, 
representados pelos cafeicultores do Oeste paulista.
b) as instituições monárquicas haviam se tornado incapazes de realizar as mudanças 
necessárias para a dinamização da vida social e econômica do país.
c) os setores populares, como os trabalhadores do campo e da cidade, e as classes médias 
atuaram ativamente para a mudança do regime monárquico.
d) o Exército brasileiro, após a Guerra do Paraguai, foi o único segmento da sociedade a 
permanecer fiel à monarquia.
18
e) apesar de o país atravessar uma série de mudanças, o poder econômico continuava nas 
mãos dos antigos comerciantes portugueses.
6 - (PREFEITURA DE ITABAIANA, PROFESSOR DE HISTÓRIA, 2010). No final do século XIX, 
setores do Exército brasileiro tiveram sérios atritos com o governo imperial, num momento 
que culminou com o golpe de 15 de novembro de 1889. Contribuiu para isso:
a) A origem oligárquica dos oficiais que defendiam a autonomia das províncias.
b) A influência das repúblicas latino-americanas governadas por ditadores militares.
c) A oposição do Exército brasileiro ao regime absolutista de D. Pedro II.
d) As constantes intervenções dos militares no governo, após a Guerra do Paraguai.
e) A influência das ideias positivistas associadas à reivindicação de melhoria profissional 
dos militares.
7 - (VUNESP-2010) Na Primeira República (1889-1930) houve a reprodução de muitos 
aspectos da estrutura econômica e social constituída nos séculos anteriores.
Noutros termos, no final do século XIX e início do XX conviveram, simultaneamente, 
transformações e permanências históricas.
Francisco de Oliveira. Herança econômica do Segundo Império, 1985.
O texto sustenta que a Primeira República brasileira foi caracterizada por permanências e 
mudanças históricas.
De maneira geral, o período republicano, iniciado em 1889 e que se estendeu até 1930, foi 
caracterizado
a) pela predominância dos interesses dos industriais, com a exportação de bens duráveis 
e de capital.
b) por conflitos no campo, com o avanço do movimento de reforma agrária liderado pelos 
antigos monarquistas.
c) pelo poder político da oligarquia rural e pela economia de exportação de produtos 
primários.
d) pela instituição de uma democracia socialista graças à pressão exercida pelos operários 
anarquistas
e) pelo planejamento econômico feito pelo Estado, que protegia os preços dos produtos 
manufaturados.
8 - (MACK-2005) ____________ resultou da conjugação de três forças: uma parcela do Exército, 
fazendeiros do oeste paulista e representantes das classes médias urbanas que, para a 
obtenção dos seus desígnios, contaram indiretamente com o desprestígio da monarquia e 
o enfraquecimento das oligarquias tradicionais.
 Emila Viotti da Costa 
O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. 
Muitos acreditavam sinceramente estar vendo uma parada. 
Aristides Lobo, citado por Edgard Carone
Os fragmentos de textos acima estão relacionados à: 
19
a) Revolução de 1924.
b) Revolução de 1930.
c) Proclamação da República.
d) Revolução do Porto. 
e) Revolução Constitucionalista
20
A PROCLAMAÇÃO 
DA REPÚBLICA
UNIDADE
02
21
2.1 INTRODUÇÃO
 Quando a proclamação da República ocorreu foi um marco para o processo de 
constituição da república brasileira, porém, é importante ressaltar que o ideal republicano 
não surgiu no país em torno da Proclamação. Ele não era novo no país.
 As ideias sobre o país se tornar uma república federativa circulavam desde longa 
data. Desde que o Brasil se tornou um país independente, já no Primeiro Reinado (1822-
1831) e no período das regências (1831-1840) circulavam ideias sobre o assunto. A República 
no Brasil República já vinha sendo pensada bem antes de 1889.
 Como pontua Fonseca (2007) a palavra República possuía significados diferentes na 
primeira metade do século XIX:
 - Por vezes, era pensando na concepção grega de República, entendida como uma 
forma alternativa da noção de democracia. República numa concepção mais antiga seria 
uma das formas possíveis de organização da polis , um território regido pelas mesmas leis, 
pelo mesmo governante, independente da forma de governo. 
 - Segundo a autora, República também era entendida como a precedência do 
bem comum e a prevalência da lei e da Constituição sobre os interesses individuais. Ideia 
baseada na concepção de República surgida a partir dos Estados Livres na Renascença. 
Com o desenvolvimento de um ideal republicano pelos humanistas, ligado a conceitos 
como liberdade, virtude, cidadania, autonomia, entre outros. 
 - Em terceiro lugar, uma concepção de República desenvolvida no século XVIII, 
momento no qual o foco se centrou na legitimidade, pretendendo substituir a dominação 
de alguns homens sobre outros, pela lei. Defendia um governo eletivo e temporário.
 Como pontua Costa (1991) o fim do período colonial, significou a revolta contra a 
metrópole, a negação do estatuto colonial. Com a Independência a ideia de República 
passou a significar oposição ao governo. “A primeira fase poderia ser considerada a do 
republicanismo utópico, pois não havia propriamente uma ação organizada, um partido 
republicano e muito menos um planejamento revolucionário” (COSTA, 1991, P. 478).
Polis: era o modelo das cidades gregas na Antiguidade. Eram Cidades-Estado.
GLOSSÁRIO
 Essa situação se modifica a partirde 1870 quando novas condições sociais e 
econômicas se instauram progressivamente. A ideia de república ganha prestígio e 
começam a constituir-se partidos políticos, clubes e jornais republicanos.
[...] em 1870, no mesmo ano em que se instalava a Terceira República na França, 
criou-se o partido republicano no Brasil. [...] surgiu o Partido Republicano do Rio 
de Janeiro, seguindo-se logo após a criação do núcleo de São Paulo. De 1870 até 
1889, o partido republicano ampliou sua influência. Criaram-se clubes republica-
nos em várias regiões. Surgiram jornais republicanos por todo o país. Concentra-
vam-se de preferência no Sul do país (principalmente São Paulo, Rio de Janeiro 
e Rio Grande do Sul) (COSTA, 1991, p. 478). 
 Costa (1991) expõe que na província de São Paulo o partido contava não só com 
representantes dos grupos urbanos, médicos, engenheiros, advogados, jornalistas, 
comerciantes, que constituíam em geral o núcleo mais importante do partido republicano 
22
em outras regiões do país, como também os fazendeiros do Oeste Paulista. Essa foi uma 
característica importante, pois, nesse Estado, a preponderância de fazendeiros é o que 
define em boa parte, a orientação assumida pelo partido paulista, como o fato de evitar 
manifestar-se sobre a emancipação dos escravos ou vincular o movimento a questão 
abolicionista. Com esse posicionamento o partido conservou a simpatia dos fazendeiros, 
que em grande parte continuavam dependentes da mão de obra escrava. 
 Assim, o ideal republicano se tornou um instrumento na realização das aspirações de 
mando dos membros representantes do meio rural do Oeste Paulista. São Paulo tornava-
se a região mais rica do país e com a República, esperava controlar o e poder participar do 
poder de maneira mais eficaz.
 As ideias republicanas se articulavam ao pioneirismo e as experiências 
empreendedoras dos paulistas.
O fazendeiro dessa área distinguia-se pelo espírito progressista: procurava aper-
feiçoar os métodos de beneficiamento do café, tentava substituir o escravo pelo 
imigrante, subscrevia capitais para ampliação da rede ferroviária e para a criação 
de organismos de crédito (COSTA, 1991, p. 478).
 Também na área urbana, os grupos republicanos começaram a crescer, entre os anos 
1850-70 cidades como São Paulo e Rio de Janeiro passam por uma grande modernização 
– estradas de ferro, telégrafo, primeiras indústrias – e a associação da monarquia com o 
atraso e da República com o progresso se evidenciava. A República era defendida como 
um regime político do progresso, os republicanos achavam que era um atraso haver uma 
monarquia na América.
 Enquanto em São Paulo os fazendeiros formavam o núcleo mais importante do 
partido republicano, no Rio de Janeiro e nas demais províncias a grande maioria era 
constituída por representantes das camadas urbanas. 
Figura 2: Capa da Revista Ilustrada, 1887. No centro da capa uma caricatura feita por Angelo Agostini mostrava o imperador cochilando 
tranquilamente ao ler as notícias sobre o país nos jornais. Era uma crítica à passividade e à falta de ação da monarquia para lidar com 
as dificuldades no país
Legenda embaixo da imagem: “El Rey, nosso senhor e amo, dorme o sono da...indiferença.
Os jornais que diariamente trazem os desmandos dessa situação parecem produzir o efeito de um narcótico 
Bem aventurado senhor para vós o reino do céu e para o nosso povo.. o do inferno!”
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/2YNeJTT. Acesso em: 10 de jan. 2021
https://bit.ly/2YNeJTT
23
 A propaganda foi importante para a difusão das ideias, “a partir de 1870 contribuiu 
para solapar as bases do sistema monárquico e preparar a nação para aceitar tranquila a 
forma republicana de governo” (COSTA, 1991, p. 478). Nas últimas décadas do século XIX o 
movimento republicano intensificou-se, vários jornais se converteram ao republicanismo e 
as adesões aos ideais republicanos se multiplicaram.
Figura 3: Outro desenho de Angelo Agostini que circulou em 1888, pode ser visto como um exemplo das críticas a Monarquia e a difu-
são das ideias defendidas pelos republicanos.
 Na imagem da “malhação do Judas”, o boneco do Judas dá lugar a um capitão do mato, que veste uma camisa escrita “escravismo”.
A imagem vinha acompanhada da legenda: “Hoje é o dia em que moleques enforcam o Judas, sejamos moleques! Enforquemos, tam-
bém, a mais hedionda das nossas instituições, representada por um capitão do mato”. Fazendo assim, a defesa da abolição.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/2MSnKs0. Acesso em: 10 de jan. 2021
 Por fim, com o terreno propício desencadeou-se a Proclamação da República. 
Cláudia M Viscardi. R.; José Almiro de Alencar. A República revisitada: construção e 
consolidação do projeto republicano brasileiro. 
Nesse livro você poderá se aprofundar acerca do desenvolvimento das ideias re-
publicanas no Brasil e como se consolidou o golpe que deu início ao período Re-
publicano.
LINK: https://bit.ly/3tCiIRs
BUSQUE POR MAIS
2.2 AS IDEIAS REPUBLICANAS: PROJETOS 
VENCEDORES E PROJETOS DERROTADOS
 Carvalho (1990) destaca que havia no Brasil pelo menos três correntes que disputavam 
a definição da natureza do novo regime: o liberalismo à americana, o jacobinismo à francesa 
e o positivismo de Auguste Comte , defendido por Benjamin Constant. As três correntes 
combateram-se intensamente nos anos iniciais da República até a vitória de uma delas.
24
As ideias que serviram de base para o positivismo surgiram na França e na Inglaterra, duran-
te o século XVIII (aversão à religião e à metafísica, empirismo, busca de simplicidade, clareza, 
representações exatas e precisas e uniformidade na metodologia de estudo de todas as ciên-
cias). O positivismo como filosofia surgiu ligado às transformações da sociedade europeia oci-
dental, na implantação de sua industrialização, Auguste Comte foi o filósofo que desenvolveu 
essa corrente filosófica na qual o progresso social seria alcançado através da disciplina e da 
ordem. (SANTOS; SANTOS, 2012).
FIQUE ATENTO
 Divergiam quanto aos métodos a serem empregados para a conquista do poder 
e no modelo de República a ser adotado. Dentre os projetos republicanos, o Projeto 
Republicano liberal, era defendido pelas elites agrárias e pelos partidos regionais (dentre 
eles o principal era o Partido Republicano Paulista). Essas elites estavam preocupadas com 
os seus interesses em cada região. O modelo de República desejado pelas grandes elites 
regionais era o de uma República descentralizada, ou seja, que o poder dos estados se 
tornasse mais amplo. 
 O Projeto Jacobino de tendência mais Radical estava ligado aos setores urbanos e o 
Projeto Positivista, aos Oficiais do exército e o seu desejo de um Estado centralizado que 
organiza a nação e garante os direitos civis. No modelo de República deste último grupo, 
prevalecia à ideia de uma República centralizada, de tendência mais autoritária, pois, os 
militares demonstravam preocupação com a unidade nacional.
Não se pense que o Exército agia coeso e unânime. Havia certamente entre os 
militares profundas divergências, mas a adesão de uma facção de oficiais, mais 
ou menos importantes, às ideias republicanas foi decisiva para a proclamação 
da República. Quando os civis procuraram os oficiais para tramar a conspiração 
e preparar o golpe, encontraram da parte deles a melhor acolhida, ligados que 
estavam uns e outros pelo mesmo imperativo: alterar as instituições vigentes. 
O Exército já manifestara apoio à causa abolicionista recusando-se a perseguir 
escravos fugidos. Restava proclamar a República. O clube militar foi, a partir de 
então, o principal núcleo da conspiração (COSTA, 1991, p. 485).
 Houve uma aproximação das elites civis militares para o desfeche do golpe, mas 
na disputa entre os modelos de República (Civis X Militares) por fim essa luta foi ganha 
pelas elites civis. Embora nos primeiros anos os militares tenham predominado, com 
dois governantes (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto). Logo depois se formou uma 
repúblicacivil. 
 A constituição aprovada mostra que a elite civil triunfou, porque era um modelo de 
República Federativa. Definiu-se que o Brasil ficaria dividido em vários Estados e reunido 
numa Federação desses Estados. Seguindo o modelo americano criou uma divisão de três 
poderes: executivo (que executava as leis – encaminhava leis ao congresso). Legislativo (faz 
as leis). Judiciário (julga o conflito entre os cidadãos, ou interpreta as leis, a constituição). 
 As elites regionais queriam acabar com a centralização de poder nas mãos da 
Monarquia. Quanto mais prosperavam financeiramente, mais se tornavam influentes 
politicamente e queriam defender seus interesses. Boa parte sentia-se ainda prejudicada 
pela abolição e a perda de seus “bens”. Outro grupo que se sentia desvalorizado eram os 
militares. Agregando setores descontentes, o movimento republicano foi crescendo e 
conseguiu por fim ao período imperial. Um golpe que levou a Proclamação da República 
em 15 de novembro de 1889 foi articulado pelos militares e contou com o apoio de civis.
25
Figura 4: A Proclamação da República. Quadro de Benedito Calixto, 1893.
Fonte: Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo
Para saber melhor acerca das articulações e o desfecho dos acontecimentos ocor-
ridos na Proclamação da República.
LINK: https://bit.ly/3rk9OWI
BUSQUE POR MAIS
Figura 5: Jornal Diário Popular. São Paulo, 16 de novembro de 1889. Com a manchete “Viva a República!” 
e o subtítulo “Eis a data que ficará consagrada como a mais solene e grandiosa de nossa vida política”.
Fonte: Arquivo Nacional.
2.3 A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1891
 A Proclamação da República aconteceu em 15 de novembro de 1889, levando à 
formação de um Governo Provisório. Somente em junho de 1890 foram convocadas eleições 
para a assembleia Constituinte e, em 24 de fevereiro de 1891 a nova Constituição brasileira 
foi promulgada e trouxe várias mudanças para o Brasil. 
 A promulgação da primeira Constituição Republicana do Brasil foi narrada na coluna 
“O Congresso”, do Jornal Diário de Notícias do mesmo dia, que ressaltava ser um “dia de 
festa nacional”:
26
Está adaptada a Constituição dos Estados Unidos do Brazil; resta sua promul-
gação que terá lugar hoje, que por semelhante motivo deve ser dia de festa 
nacional. Depois de três meses de trabalho o Congresso apresenta ao paiz uma 
Constituição que tem defeitos, é verdade, mas que muito honra os represen-
tantes da nação que a discutiram com patriotismo e a fizeram, senão tão liberal 
em todos os seus artigos, ao menos bastante liberal na maioria d’elles, podendo 
comparar-se com as constituições mais democráticas do mundo, excedendo a 
dos Estados Unidos do Norte e a da Suíssa em muitos pontos... 
Jornal Diário de Notícias edição nº 2.065 de 24 de fevereiro de 1891
 De forte inspiração na carta constitucional norte–americana, a nova Constituição 
tornava o país: uma República Federativa (os estados teriam autonomia econômica e 
administrativa), uma República representativa (o povo seria representado por cidadãos 
eleitos pelo povo) e uma República presidencialista (poder exercido por um presidente). 
Estabelecia a divisão dos poderes (Executivo, o Legislativo e o Judiciário) e estabelecia várias 
mudanças: criação do casamento civil; as antigas províncias passaram a ser chamados 
estados; o Estado passou a ser independente da igreja e a partir de então, homens maiores 
de 21 anos e alfabetizados podiam votar. 
 Contudo, embora fosse uma república representativa, a definição do critério 
da alfabetização como elemento de qualificação dos que teriam direito a voto causa a 
marginalização política de grande parte da população.
 A Constituição de 1981 expõe a natureza excludente da República. Além de impor 
uma grave barreira no que tange a participação política da população: a exigência da 
alfabetização acabou garantindo a cidadania a poucos. Em seu texto, dentre as várias 
diretrizes, não existe nenhuma que se preocupe com o povo na época. 
 A República tem a sua Constituição, mas acaba sendo excludente, ao mesmo tempo 
em que descentralizou o poder, não favoreceu a criação de um sistema eleitoral sem vícios 
e controlado pelo poder público. Além de nem todos poderem participar, também há a 
questão de que o voto não era secreto o que possibilitava a fraude eleitoral. 
 Na Primeira República o voto é transformado em mercadoria, manipulado e 
controlado pelos chefes da política de estados e municípios. Há uma distância entre o que 
está definido na teoria (uma República – “coisa pública”) e a realidade – a elite é quem dá 
as cartas no regime representativo.
A CONSTITUIÇÃO é a lei maior do Brasil.
Ao longo da história, o Brasil teve 7 Constituições. Para saber mais sobre elas aces-
se o link.
LINK: https://bit.ly/2O8ja9N
FIQUE ATENTO
27
VAMOS PENSAR?
“O texto final da Constituição de 1891 considerou eleitores ‘os cidadãos maiores de 21 anos’, 
que se alistassem na forma da lei. João Barbalho julgou que o fato de não ter sido aprovada 
qualquer das emendas dando direito de voto às mulheres importava na exclusão destas, em 
definitivo, do eleitorado.”
(BARBALHO, João.Constituição Federal brasileira Rio de Janeiro: Lytho-Typographia, 1902. p. 291).
O voto feminino no Brasil – Foi apenas em 24 de fevereiro de 1932 que o Código Eleitoral passou 
a assegurar o voto feminino; mas, apenas para as mulheres casadas, com autorização dos 
maridos, e para viúvas com renda própria. Essas limitações deixaram de existir apenas em 
1934, quando o voto feminino passou a ser previsto na Constituição Federal.
2.4 A REPÚBLICA VELHA E OS REPUBLICANOS MILITARES
 Os primeiros anos da República são marcados pela atuação dos republicanos 
militares, pois é desse grupo social que derivam os dois primeiros presidentes do Brasil: os 
Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. 
 Após a Proclamação da República Deodoro da Fonseca assume o governo provisório. 
No provisório atuou como presidente de 15 de novembro de 1889 a 24 de fevereiro de 1891, 
após esse período, assumiu outro mandato, dessa vez eleito, que durou de 25 de fevereiro de 
1891 a 23 de novembro de 1891. Na Constituição de 1891 estava previsto que os governantes 
seriam eleitos pelo voto direto, ou seja, pelos eleitores, pelo povo. Contudo, estabelecia que 
o primeiro presidente seria escolhido pelo Congresso Nacional. Assim, a eleição de Deodoro 
foi indireta.
No dia seguinte ao da promulgação da primeira Constituição republicana, foi 
realizada a eleição presidencial, indireta, votando os membros da Assembleia 
Constituinte. Contabilizaram-se 234 eleitores, e os resultados do pleito demons-
tram a tensão e a instabilidade desses primeiros tempos republicanos. Defron-
taram-se duas candidaturas, a primeira, da situação, formada pelo marechal De-
odoro da Fonseca e pelo almirante Eduard Wandenkolk e a segunda composta 
por Prudente de Morais, paulista que havia presidido a Constituinte, e por Flo-
riano Peixoto, militar de geração e formação distintas daquelas de Deodoro. Os 
resultados foram eloquentes: para a Presidência, é eleito Deodoro com 129 votos, 
contra 97 dados a Prudente de Morais. Para vice-presidente, no entanto – os dois 
cargos, nessa eleição não estavam vinculados -, Floriano recebeu 129 votos, en-
quanto Wanderkolk teve apenas 57 (NEVES, 2003, p. 35)
 Bastante atuante como militar, Deodoro lutou na Guerra do Paraguai e participou do 
cerco a Montevidéu, e foi comandante das Armas do Rio Grande do Sul. Como presidente, 
suas medidas não tiveram profundas influências na estrutura do Brasil. Das quais podemos 
destacar a ordem de exílio da família real; a naturalização de estrangeiros e principalmente, 
a convocação de eleições para uma Assembleia Constituinte. Deodoro era um homem de 
temperamento forte e acabou tendo dificuldades para governar. Após a promulgação da 
Constituição de 1891, a sua situação fica insustentável e ele deixa o governo. 
 Quem assume o poder é o seu vice: Floriano Peixoto, que acabou fazendo um 
governo nacionalista,austero e centralizador. Entre seus atos, estatizou a moeda, estimulou 
a indústria, repreendeu movimentos monarquistas e proibiu o Jornal do Brasil, na época 
com inclinações monarquistas.
28
 Floriano, diferentemente de Deodoro, conseguiu o apoio do exército, porém, seu 
período no poder não foi menos conturbado do que o do seu antecessor. Sendo marcado 
por várias crises políticas, econômicas e sociais. Durante seu período como presidente 
enfrentou revoltas como a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul e a Revolta da 
Armada, a forma dura como suprimiu esses conflitos e lidou com seus opositores lhe 
rendeu o apelido de “Marechal de Ferro”. 
 Esse período governado por Deodoro e Floriano ficou conhecido como República da 
Espada, e é marcado pela forma autoritária com que os dois presidentes se comportaram 
e pelos conflitos que eclodiram em território nacional.
 O fim do governo de Floriano se dá com as eleições de 1894, que tinha como principal 
candidato um civil, representante dos cafeicultores: Prudente de Morais. Sua vitória põe 
fim à oposição de parte do exército, e os cafeicultores puderam finalmente realizar os seus 
anseios e assumir o poder no país com presidentes que os representavam. O sucessor de 
Prudente de Morais foi Campos Sales, que consolidou o poder dos fazendeiros, dando início 
à “política do café com leite”. 
OS PRESIDENTES DA PRIMEIRA REPÚBLICA
Marechal Deodoro da Fonseca (1889 – 1891)
Marechal Floriano Peixoto (1891-1894)
Prudente de Morais (1894-1898)
Campos Salles (1898-1902) 
Rodrigues Alves (1902-1906) 
Afonso Pena (1906-1909) 
Nilo Peçanha (1909-1910) 
Marechal Hermes da Fonseca (1910-1914) 
Venceslau Brás (1914-1918) 
Delfim Moreira (1919) 
Epitácio Pessoa (1919-1922) 
Artur Bernardes (1922-1926) 
Washington Luís (1926-1930)
FIQUE ATENTO
29
1 – (SEE/SP 2012 - VUNESP - Professor II – História)
Na história do mundo ocidental, as relações entre Estado e Igreja variaram muito de país a 
país e não foram uniformes no âmbito de cada país, ao longo do tempo. No caso português, 
ocorreu uma subordinação da Igreja ao Estado através de um mecanismo conhecido 
como padroado real. O padroado consistiu em uma ampla concessão da Igreja de Roma 
ao Estado português, em troca da garantia de que a Coroa promoveria e asseguraria os 
direitos e a organização da Igreja em todas as terras descobertas.
Fonte: Boris Fausto, História do Brasil.
Devido ao padroado real, Igreja e Estado estiveram intimamente ligados no Brasil. Essa 
ligação foi rompida no contexto
a) do Primeiro Reinado, quando D. Pedro I outorgou a Constituição de 1824, fazendo do 
Brasil um país laico.
b) da Regência, em que uma das principais reivindicações em várias rebeliões era a laicidade 
do Estado.
c) do Estado Novo, em que Getúlio Vargas perseguiu e combateu a Igreja visando a 
centralização do poder.
d) da República Velha, quando foi promulgada a Constituição de 1891 que estabelecia a 
separação entre o Estado e a Igreja.
e) do Segundo Reinado, devido à “questão religiosa”, enfrentamento entre a Igreja e a 
maçonaria que se tornou questão de Estado.
2 - A Proclamação da República aconteceu em 15 de novembro de 1891, levando à formação 
de um Governo Provisório. A nova Constituição brasileira foi promulgada em 1891 e implantou 
grandes mudanças no Brasil. A respeito dessa Constituição podemos afirmar que 
a) implantou o voto universal masculino para todos os homens maiores de 21 anos, 
alfabetizados e que não fossem mendigos ou soldados rasos.
b) estipulava que todos s nascidos em território brasileiro teriam direito ao voto. 
c) o presidente foi determinado como o chefe do Judiciário, e a sua escolha ocorreria a 
partir de eleições diretas para um mandato de quatro anos.
d) estipulava a realização de eleições diretas para a escolha de um novo presidente em 1910.
e) implantou o militarismo no Brasil, um sistema político que concedia certo grau de 
autonomia para os estados em relação à União.
3 - 
FIXANDO O CONTEÚDO
30
Sobre a interpretação da tirinha, é possível afirmar que: 
a) A tirinha se refere a grande participação popular na Proclamação da República. 
b) A tirinha aborda a forma o impacto que as notícias tiveram nos jornais na época a 
Proclamação da República. 
c) A tirinha não se utiliza de dados da realidade para construir o humor.
d) A tirinha demonstra estar descontextualizada acerca do que simbolizam as redes sociais 
nos dias de hoje e critica o excesso de informação. 
e) A tirinha produz uma ironia acerca dos hábitos atuais e satiriza um acontecimento 
passado a partir dos dias de hoje.
4 - República da Espada estendeu-se de 1889 a 1894 com dois presidentes militares: os 
marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. A partir de 1894, iniciou-se o período 
caracterizado pelo domínio das oligarquias e dos presidentes civis. O primeiro presidente 
civil eleito foi:
a) Campos Sales
b) Prudente de Morais
c) Hermes da Fonseca
d) Nilo Peçanha 
e) Rodrigues Alves
5 - A primeira Constituição republicana (1891) concedia o direito de voto aos brasileiros 
masculinos com mais de 21 anos, excetuando-se, entre outros, os praças militares e os 
analfabetos. Estabeleceu o voto direto e universal, suprimindo-se o censo econômico. Em 
decorrência dessa norma e de outros mecanismos constitucionais, a Primeira República 
brasileira caracterizou-se pela
a) vigência de um processo democrático abrangente, favorecendo o acesso eleitoral à 
maioria da população.
b) eleição do presidente da República em dois turnos, observando-se a presença de eleitores 
culturalmente qualificados.
c) liberdade efetiva concedida aos votantes.
d) marginalização política de grande parte da população. 
e) adoção do regime parlamentarista, ampliando o peso do voto popular na constituição 
moderador.
6)
31
A charge faz referência:
a) a discrepância entre a ideia de República como “coisa do povo” e a manutenção do 
poder nas mãos das elites. 
b) ao período republicano como um período igualitário. 
c) ao início do período de regência do monarca Deodoro da Fonseca. 
d) a Guerra de Canudos e a revoltas populares. 
e) as grandes mudanças e a melhoria de vida da população pobre que ocorreram com a 
instauração do regime republicano.
7 - O fato é que a transição do Império para a República, proclamada em 1889, constituiu 
a primeira grande mudança de regime político ocorrida desde a Independência. 
Republicanistas “puros”, como Silva Jardim, defendiam uma mudança de regime que, a 
exemplo da França, tivesse como resultado maior participação da população na vida política 
nacional. Mas, vitoriosos, os republicanos conservadores, como Campos Sales, mantiveram 
o modelo de exclusão política e sociocultural sob nova fachada. Ao “parlamentarismo sem 
povo” do Segundo Reinado, sucedeu uma República praticamente “sem povo”, ou seja, 
sem cidadania democrática.
LOPEZ, Adriana; MOTA, Carlos Guilherme. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2008, 
p. 552.
A participação do povo na Primeira República foi
a) bastante ampla. 
b) proibida na constituição de 1891. 
c) muito pequena. 
d) importante para a diminuição das desigualdades. 
e) o que tornou possível a instauração do novo regime político.
8 - (UECE-2007) “Havia no Brasil pelo menos três correntes que disputavam a definição da 
natureza do novo regime: o liberalismo à americana, o jacobinismo à francesa e o positivismo 
de Augusto Conte, defendido por Benjamin Constant. As três correntes combateram-se 
intensamente nos anos iniciais da República até a vitória de uma delas”.
Fonte: CARVALHO, José Murilo. A Formação das Almas – O imaginário da República no Brasil. São Paulo, Companhia das 
Letras, 1990, pp. 9-11.
A corrente vencedora foi:
a) A corrente Positivista de Benjamin Constant.
b) A corrente Liberal Americana.
c) A corrente Jacobina Francesa.
d) Um misto das correntes Positivista e Jacobina.
e) A corrente Inconfidente.
32
A POLÍTICA DAS OLIGARQUIAS UNIDADE
03
33
3.1 INTRODUÇÃO
 Quando pensamos no períododa primeira fase da República brasileira (1889-1930), 
é importante considerarmos o contexto no qual do país naquela época, um Brasil ainda 
bastante rural, no qual a elite cafeeira liderava a economia no país e controlava o governo. 
Predominava uma economia basicamente agrária, o emprego de mão de obra livre por 
assalariamento ou arrendamento, e um setor industrial em início de desenvolvimento. 
 Conforme Neves (2003) em novembro de 1889 a República foi apenas proclamada. 
Só anos mais tarde, sob o comando de Manuel Ferraz de Campos Sales (1898-1902), que 
se tornaria o grande arquiteto e o executor da obra de engenharia política que faria 
funcionar as engrenagens da Primeira República, acalmaria a turbulência da primeira 
hora republicana no Brasil. “Só então o terreno movediço e ainda indefinido da República 
brasileira se assentaria para que as bases de um equilíbrio político complexo, frágil, mas 
eficiente até a década de 1930, fossem lançadas” (NEVES, 2003, p.33).
“História do Brasil por Bóris Fausto”. Episódio 3: “República Velha “.
Nesse episódio da série documental você vai poder observar o desenvolvimento 
do Brasil no Século XX: a borracha (Norte), a pequena propriedade no Sul, o café 
(Centro-oeste) O café trouxe expansão econômica, mercado para os produtos in-
dustriais, imigração, organizações de trabalhadores. Cidades como São Paulo, Rio 
de Janeiro e Salvador, passaram por transformações urbanas e pela instalação de 
várias fábricas. O nordeste ficou a margem desse processo.
LINK: https://bit.ly/2YTVM1D
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3.2 AS OLIGARQUIAS NO BRASIL
 Uma Oligarquia é um regime político em que o poder é exercido por um pequeno 
grupo. Nas oligarquias o poder político se concentra nas mãos de um grupo de pessoas 
que podem ser pertencentes de uma família, partido político ou grupo econômico. 
 A História do Brasil está permeada de práticas oligárquicas. As Oligarquias regionais 
tem presença marcante no aparelho público institucional brasileiro. Apropriando-se 
do poder público em prol de interesses de grupos privados, os quais exercem em vários 
períodos e/ou localidades o controle político e econômico no Brasil.
 Durante muitos séculos o povo ficou praticamente ausente do poder político no 
Brasil, em sucessivos ciclos históricos é possível identificar o poder das oligarquias. É o 
caso do regime colonial no início do século XVI e a doação de terras públicas para senhores 
privados: as capitanias, e pela mercantilização dos cargos públicos. Dos senhores dos 
engenhos de açúcar e dos grandes comerciantes que negociavam para trazer africanos 
como escravos – as principais fortunas de suas épocas.
 Também na República com o poder longe das mãos da coroa formou-se um 
estruturado regime oligárquico. “as rédeas do poder do Estado, sem a mediação da coroa 
metropolitana ou da coroa imperial, estariam direta e exclusivamente nas mãos dos que 
34
– sem grandes sutilezas e com boa dose de arbítrio efetivamente imprimiam direção à 
sociedade brasileira” (NEVES, 2003, p.33). 
 Geralmente no Brasil as mudanças de regime político são fruto de uma dissidência 
da Oligarquia. Embora tenha sido uma grande marca do período da Primeira República, as 
oligarquias aparecem em outros ciclos históricos brasileiros posteriores, podemos citar os 
industriais e os banqueiros. Comumente a elite é a oligarquia e isso trás consequência para 
o país, como a acentuação da desigualdade.
 Como pontuam Ferreira e Delgado (2003) as oligarquias são “antigas, mas ainda 
usuais práticas de mandonismo local, que teimam em persistir, mesmo que possam 
parecer ultrapassadas”.
OLIGARQUIA é uma palavra grega que significa “governo de poucos”. A palavra se 
referia a uma das formas possíveis de exercício do comando ou do poder.
Para um maior aprofundamento leia o verbete “Oligarquia” de Renato Lessa.
LINK: https://bit.ly/3rkopkM
FIQUE ATENTO
Para saber mais sobre o poder exercido pelas elites no Brasil e a formação das 
oligarquias.
Renato M. Perissinotto, Luiz D. Costa, Lucas Massimo. As elites políticas: questões 
de teoria e método. 
LINK: https://bit.ly/3azbLb7
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VAMOS PENSAR?
As práticas oligárquicas no Brasil atual
Entendendo que uma OLIGARQUIA é um regime político em que o poder se con-
centra em um pequeno grupo de pessoas, para uma reflexão acerca do cenário 
político brasileiro faça uma leitura da reportagem: “Péssimos índices coincidem 
com cinco décadas de reinado dos Sarney”.
LINK: https://bit.ly/2MZgdYk
35
3.3 O CORONELISMO E A CLIENTELA POLÍTICA
 O regime representativo foi um grande avanço, mas Leal (2012) defende que a 
população, que em sua maioria era pertencente à zona rural, não estava preparada para 
este salto. Por não possuir escolaridade, era dependente dos senhores de terra e assim, 
acabava seguindo suas ordens. 
 Para o autor, as estruturas econômicas e sociais também não estavam “prontas” para 
o recebimento do poder representativo e, por esse motivo, acabou se ligando ao poder dos 
donos de terra, dando continuidade ao “coronelismo”. 
 A decadência do poder privado, ineficácia do poder público, o industrialismo precário 
e um sistema agrário ultrapassado seriam razões para que na República, o “coronelismo” 
continuasse cada vez mais consolidado nas entranhas do poder, fazendo o Estado “se 
ajoelhar” aos interesses dos grandes senhores de terra.
• O que é coronelismo?
 
 O coronelismo foi um fenômeno que aconteceu durante toda a Primeira República 
e que vai refletir diretamente na política brasileira. Os motivos dessas práticas estavam 
relacionados à questão do café. Como Minas Gerais e São Paulo eram quem comandava 
toda a estrutura política do Brasil durante o início do século XIX tiveram um papel importante 
na escolha dos representantes políticos da Primeira República. 
 O coronelismo é um sistema de barganha entre um poder público e um poder 
privado. Leal (2012, p.20) classifica o coronelismo como “resultado da superposição de 
formas desenvolvidas do regime representativo a uma estrutura econômica e social 
inadequada”. Leal (2012) expõe que no coronelismo os grandes latifúndios, os senhores 
de terra ou os coronéis atuam com muita autonomia, sendo a estrutura agrária brasileira 
o pilar de sustentação desse poder privado. A dominação oligárquica baseava-se no forte 
controle local das populações, pelos meios que julgavam cabíveis os chefes estaduais. Ou 
seja, os poderosos (poder local) tinham o controle da população.
Figura 6: Meme em referência ao coronelismo
Fonte: História no Paint
36
• Voto de cabresto
 Na Primeira República, o poder de voto se torna muito importante. Os coronéis, 
comandando uma população sem escolaridade e analfabeta, possuíam em suas mãos um 
enorme poder político. O voto direcionado pelos coronéis ficou conhecido como “voto de 
cabresto”.
• A figura do coronel
 É importante perceber o papel do coronel na estrutura da sociedade brasileira nesse 
momento. Nesse cenário, a figura do coronel foi muito importante, “dono da vontade dos 
eleitores e senhores dos currais eleitorais” (NEVES, 2003, p. 38). Todas as relações sociais 
estavam vinculadas a ele, que era o detentor do poder local e responsável pela criação 
de escolas, obras, empregos; e até mesmo pela Igreja que estava subordinada aos seus 
interesses. Para realizar essas obras ele usava o poder do Estado. 
 Essa força eleitoral “[...] empresta-lhe prestígio político, natural coroamento de sua 
privilegiada situação econômica e social de dono de terras” (LEAL, 2012, p. 45).
 Os coronéis tinham ampla autonomia em suas ações, favorecendo e desfavorecendo 
quem eles bem entendessem e servindo de salvação nos momentos de dificuldade dos 
seus subordinados devido a precária situação em que estes viviam no âmbito rural.
O termo “coronelismo” deriva dos coronéis que atuavam na Guarda Nacional. Basílio de Maga-
lhães (apud LEAL, 2012, p. 241) afirma que, “com efeito, além dos que realmente ocupavam nela 
(Guarda Nacional) tal posto, o tratamento de ‘coronel’ começoudesde logo a ser dado pelos 
sertanejos a todo e qualquer chefe político, a todo e qualquer potentado”. 
FIQUE ATENTO
 Clientelismo e o Mandonismo são dois mecanismos básicos para que o coronel 
exerça seu poder. A estrutura social era dirigida diretamente pelo coronel. Ele possuía 
meios para que o indivíduo fizesse aquilo que ele desejasse (exemplo: homens armados 
que o auxiliam, os capangas). Desafiar as ordens levava as pessoas mais simples a correm 
vários tipos de riscos ou sofrer represálias. 
 Essa força se consolida nas eleições com o voto de cabresto. Nessa forma de eleição 
o indivíduo recebia a ordem do coronel em quem ele iria votar. Como o voto ainda não 
era secreto, não era difícil pressionar e comandar as eleições. Que eram muitas vezes 
organizadas pelos próprios chefes locais. Nesse cenário, cédulas de votação poderiam 
já vir preenchidas, pessoas mortas votavam e muitas vezes existiam mais eleitores que 
habitantes nos municípios. Essa forma de eleições vigorou, e era a estrutura que organizava 
toda a política do Brasil. 
 Um aspecto fundamental do coronelismo era a reciprocidade:
[...] o sistema de reciprocidade: de um lado, os chefes municipais e os ‘coronéis’, 
que conduzem magotes de eleitores como quem toca tropa de burros; de outro 
lado, a situação política dominante no Estado, que dispõe do erário, dos empre-
gos, dos favores e da força policial, que possui, em suma, o cofre das graças e do 
poder da desgracia (LEAL, 2012, p. 63).
37
 O coronelismo “se apresenta como um sistema político, uma complexa rede de 
relações que permeia todos os níveis de atuação política” (CARVALHO, online). Como pontua 
Nunes (2012), a reciprocidade é aspecto essencial na liderança do coronel. Pois, existe uma 
dependência entre o poder público e o coronel (poder local). O critério de dependência 
segue uma sequência lógica: o poder público depende do coronel para chegar à grande 
parcela do eleitorado e o coronel depende do poder público para manter seu prestígio e 
liderança.
Filme “Gabriela, Cravo e Canela” (Bruno Barreto, 1983).
O filme é baseado no livro de Jorge Amado, a trama acompanha Gabriela, uma re-
tirante que sai do Sertão nordestino, fugindo da seca, em direção ao Sul da Bahia. 
Chegando em Ilhéus inicia um romance com Nacib. Ao assistir o filme observe o 
contexto no qual se passa, a região de Ilhéus era próspera pelo cultivo de cacau. E 
dominada pelos coronéis. Durante o desenrolar da trama é possível ver os bastido-
res da política local, muitas vezes resolvida na bala. 
Observe também os personagens: Mundinho Falcão, um forasteiro, vindo do Rio 
de Janeiro. Ele representa a modernidade, o progresso. Em contrapartida, o Coro-
nel Ramiro Bastos representante do poder local, o tradicionalismo.
LINK: https://bit.ly/2MVUD79
BUSQUE POR MAIS
 Como ressalta Neves (2003) a Primeira República teve um federalismo bastante 
peculiar, a política dos governadores garantia ao governo federal o apoio necessário, em 
especial, fornecendo uma base eleitoral, e o governo federal garantia em troca as verbas 
necessárias para a manutenção do prestígio da situação nos estados e municípios e para 
casos de necessidade, a Comissão de Verificação de Poderes, a qual se encarregava de 
corroborar os resultados eleitorais. E caso necessário, impedir a titulação dos eleitos, caso 
as rédeas da eleição lhes escapassem das mãos. Esses aspectos, introduzidos por Campos 
Sales como um arranjo para viabilizar o seu governo, - pois, em sua concepção, é dos 
estados que se governa a República - acabaram por se constituir na política real da Primeira 
República Brasileira, 
 Esse panorama vai permanecer até 1930 quando a Revolução liderada por Getúlio 
Vargas transformou radicalmente toda a estrutura social, econômica, política e cultural do 
Brasil.
VAMOS PENSAR?
Infelizmente práticas da época do coronelismo ainda podem ser encontradas no Brasil atual. 
Leia a reportagem de Gragnani para a BBC Brasil, publicada em 2020. Na qual expõe casos 
que comprovam que a compra de votos no Brasil ainda resiste. Mostra relatos em que foram 
acertados acordos para que se votasse em determinado candidato em troca de dinheiro, cesta 
básica, gasolina e até mesmo cachaça.
38
3.4 A HEGEMONIA CAFEEIRA
 O café tem uma grande importância na história do Brasil, como destaca Beltrão 
(2010, online) esta relação começou muito antes do período republicano:
A versão mais conhecida e aceita sobre a introdução do café no Brasil é a atribu-
ída a Francisco de Melo Palheta (1670-?), que em 1727 trouxe mudas e sementes 
da Guiana Francesa, plantando-as em Belém do Pará. Entretanto, existem in-
formações da existência do café no Maranhão antes dessa data. O cafeeiro não 
se fixou na região amazônica por falta de boas condições naturais, não tendo 
alcançado ali maior significado econômico. Da Amazônia parece ter vindo para 
a cidade do Rio de Janeiro por volta de 1760, quando algumas mudas foram 
plantadas pelos frades capuchinhos na rua. Dessas mudas saíram as que foram 
formar novas culturas nos arredores do Rio de Janeiro (Jacarepaguá, Campo 
Grande, Guaratiba e Santa Cruz) a cultura se irradiou pelo atual estado do Rio 
de Janeiro. Ao mesmo tempo, de São Gonçalo o café atingiu Itaboraí e Maricá, 
disseminando-se em direção a Campos e ao estado do Espírito Santo. Em Vas-
souras surgiu a capital do café brasileiro nas primeiras décadas do século XIX. De 
São João Marcos e Resende, os cafeeiros foram levados para São Paulo. Espalha-
ram-se pelo vale do Paraíba, atingiram Lorena, Taubaté, Jacareí, Mogi das Cru-
zes, até Jundiaí, de onde teriam se originado os cafezais do oeste de São Paulo. 
Em 1797, o porto de Santos registrou a exportação para Portugal de 1.924 arrobas 
de café. Na Bahia, apontam-se pequenos cafezais em 1790. Em Minas Gerais, as 
primeiras lavouras de café parecem ter surgido no final do século XVIII. Por volta 
de 1800, havia cafezais em número reduzido no Triângulo Mineiro. Em 1809, to-
davia, já era apreciável a produção de Araxá. Entretanto, a região de Minas Gerais 
onde a cultura do café se desenvolveu mais densamente foi a Zona da Mata, 
pela sua maior proximidade com o Rio de Janeiro. Seguiram-se a região vizinha 
do vale do Paraíba e os municípios de Mar de Espanha, Juiz de Fora, Leopoldina, 
Cataguases e Ubá, mais tarde centros cafeeiros da maior importância, embora a 
lavoura marchasse com êxito para o sul e oeste de Minas pelo vale do rio Preto, 
alcançando Goiás.
 Desde meados do século XIX, o café começou a ser o produto mais importante da 
economia brasileira. Com a decadência da escravidão, o estímulo para a vinda de imigrantes 
e o enriquecimento de um novo grupo social modifica-se todo o panorama brasileiro do 
século XX. 
 Há um grande enriquecimento dos fazendeiros cafeeiros, em geral paulistas. Outro 
grupo que também possuía força econômica no período eram os mineiros que produziam 
leite. Esses dois produtos se eternizaram na história brasileira através de um acordo político 
realizado na época. Em referência à produção de café (São Paulo) e de leite (Minas Gerais), 
foi criado o esquema que ficou conhecido como: Política do café com leite. 
Figura 7: Lata para armazenar café. Processo aperfeiçoado de fabricação de latas de fácil abertura e tampa suplementar. Lambert & 
Cia., Rio de Janeiro, 1919.
Fonte: Fotografia Mauro Domingues.
39
A “política dos governadores” é considerada a última etapa da montagem do 
sistema oligárquico ou liberalismo oligárquico, que permitiu, de forma duradou-
ra, o controle do poder central pela oligarquia cafeeira. Esse domínio se manifes-
tou na hegemonia política dos estados de São Paulo e Minas Gerais na indicação 
dos presidentes da República, a chamada “política do café-com-leite”, que vigo-
rou até a Revolução de 1930 (DIAS, 2010, online). 
 Dias (2010) pontua que a Política dos Governadores estava baseada no compromisso 
presidencial de não intervir nos conflitos regionais em troca da garantia do pleno controle 
do Executivo sobreo Congresso. E selou o comprometimento da presidência da República 
com as elites dominantes nos estados, estabelecendo um novo equilíbrio entre estes e o 
poder central. 
 Nesse esquema, Minas Gerais e São Paulo, usavam dos recursos do governo 
beneficiando as elites rurais que eram os seus representantes. Esse esquema favoreceu as 
oligarquias rurais, mas com o tempo foi se desgastando. O país ficou bastante dependente 
do mercado externo, e com dívidas.
 Um sistema de alternância em cargos de poder, que funcionava da seguinte maneira: 
em um mandato governava um presidente apoiado por São Paulo e na próxima gestão era 
a vez de um candidato indicado por Minas Gerais ser presidente. Assim, surgem as grandes 
oligarquias da política nacional, as quais dominam a cena política do Brasil até 1930. 
 Isso se tornou possível, pois eram esses dois estados que detinham a maioria dos 
recursos do país, assim, caso os outros estados não se recusassem a essa prática, ficaram 
a margem dos recursos vindos do governo federal. Isso gerou o que conhecemos como 
Política dos Governadores.
Figura 8: Meme em referência a política do café-com-leite; acordo firmado entre as oligarquias estaduais e o governo federal durante 
a República Velha para que os presidentes da República fossem escolhidos entre os políticos de São Paulo e Minas Gerais.
Fonte: História no Paint
40
Café - Mario de Andrade
O romance inacabado de Mario de Andrade é interessante para nosso estudo, pois 
se passa em São Paulo, no contexto da expansão cafeeira. Chico Antônio, o pro-
tagonista, passa pela capital paulista antes de seguir para uma fazenda de café, 
assim, podemos acompanhar o cenário desse cultivo que gerou muita riqueza aos 
paulistas.
Outro ponto a se observar é que o próprio Mário de Andrade era um escritor mo-
dernista da época, os manuscritos que compõem o livro foram escritos entre o 
início dos anos de 1920 e 1940. O romance não foi finalizado por ocasião de sua 
morte. 
LINK: https://bit.ly/3awLQRi
BUSQUE POR MAIS
41
1 - (SEEC/RN 2011 – CESGRANRIO) A federação de 1891 abriu as portas do paraíso para o 
coronel. [...] Surgiu o coronelismo como sistema [...]. O coronel municipal apoiava o coronel 
estadual que apoiava o coronel nacional, também chamado de presidente da República, 
que apoiava o coronel estadual, que apoiava o coronel municipal. [...] Aumentou também 
o dá-cá-toma-lá entre coronéis e governo. As nomeações de funcionários se faziam sob 
consulta aos chefes locais. Surgiram o “juiz nosso” e o “delegado nosso”, para aplicar a lei 
contra os inimigos e proteger os amigos. O clientelismo, isto é, a troca de favores com o uso 
de bens públicos, sobretudo empregos, tornou-se a moeda de troca do coronelismo. [...] O 
coronelismo, como sistema nacional de poder, acabou em 1930, mais precisamente [...] em 
1937. 
CARVALHO, José Murilo de. Metamorfoses do coronel. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6 maio 2001. Adaptado.
De acordo com o texto acima, ainda há clientelismo e coronéis no Brasil, mas o coronelismo, 
como sistema político nacional, já deixou de existir há décadas. Ele surgiu na Primeira 
República e não sobreviveu à Era Vargas.
Com base na definição apresentada no texto acima, que mecanismo político, presente na 
“federação de 1891” e extinto em 1937, era responsável por articular os três níveis de governo 
do país num sistema coronelista?
a) Clientelismo.
b) Voto censitário.
c) Política do café com leite.
d) Economia agroexportadora.
e) Eleição dos governadores estaduais.
2 - Rodrigo havia sido indicado pela oposição para fiscal duma das mesas eleitorais. Pôs 
o revólver na cintura, uma caixa de balas no bolso seu posto. A chamada dos eleitores 
começou às sete da manhã. Plantados junto da porta, os capangas do Trindade ofereciam 
cédulas com o nome dos candidatos oficiais a todos os eleitores que entravam. Estes, eu sua 
quase totalidade, tomavam docilmente dos papeluchos e depositavam-nos na urna, depois 
de assinar a autêntica. Os que se recusavam a isso tinham seus nomes acintosamente 
anotados. 
VERISSIMO, E. O tempo e o vento. São Paulo: Globo, 2003 (adaptado).
Que aspecto característico da vida política durante a Primeira República é possível notar 
na cena descrita no romance de Erico Veríssimo: 
a) a liberdade democrática. 
b) o controle dos votos da população. 
c) o voto secreto.
d) o livre exercício da cidadania. 
e) a grande participação popular.
FIXANDO O CONTEÚDO
42
3 - (ENEM 2014) O problema central a ser resolvido pelo Novo Regime era a organização 
de outro pacto de poder que pudesse substituir o arranjo imperial com grau suficiente de 
estabilidade. O próprio presidente Campos Sales resumiu claramente seu objetivo: “É de lá, 
dos estados, que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam agitadas 
nas ruas da capital da União. A política dos estados é a política nacional”. 
CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 (com 
adaptações). 
Nessa citação, o presidente do Brasil no período expressa uma estratégia política no sentido 
de 
a) governar com a adesão popular. 
b) atrair o apoio das oligarquias regionais. 
c) conferir maior autonomia às prefeituras. 
d) democratizar o poder do governo central. 
e) ampliar a influência da capital no cenário nacional.
4 - (MACK-2005) Com a implantação da República Oligárquica, isto é, com o poder nas 
mãos dos civis, instala se a hegemonia dos grandes estados, propiciada pela representação 
proporcional no governo. Os estados enfraquecidos opunham-se ao governo federal. Para 
por fim a essa situação, o presidente Campos Sales criou, em 1900, um artifício político, 
através do qual os governadores estaduais apoiariam irrestritamente o governo federal 
em troca da eleição de deputados federais apoiados por ambos, ficando os partidos de 
oposição sem apoio político. 
Luís César Amad Costa & Leonel Itaussu A. Mello
O artifício político, citado no fragmento de texto acima, ficou conhecido pelo nome de
a) Coronelismo
b) Política do Café com Leite
c) Voto de Cabresto
d) Política dos Governadores
e) República Velha
5 - (MACK-2004) Exigia-se para a cidadania política uma qualidade que só o direito social 
da educação poderia fornecer e, simultaneamente, desconhecia-se esse direito. Era 
uma ordem liberal, mas profundamente antidemocrática e resistente aos esforços de 
democratização. 
José Murilo de Carvalho 
A República Velha (1894-1930), em relação à participação política dos cidadãos, determinou:
a) a escolha de um modelo republicano pautado nos moldes norte-americanos, que 
garantiam a defesa da liberdade individual, expressa no voto censitário.
b) o projeto de uma república liberal dos cafeicultores, que, para se efetivar, necessitou do 
apoio das demais classes sociais. O voto era extensivo a todo o povo brasileiro.
c) a formulação de uma república que garantisse os direitos individuais de todos os seus 
43
cidadãos, sem distinções, evidenciada na eliminação do voto censitário.
d) a perpetuação da injustiça social e dos privilégios de setores oligárquicos. O voto popular 
era manipulado pelos grupos dominantes.
e) a eliminação do voto censitário e a adoção do voto universal, que ampliaram, de forma 
significativa, a porcentagem de eleitores nesse período.
6 - 
A ilustração refere-se
a) à prática dos grupos oligárquicos, que controlavam o voto de seus dependentes e 
agregados.
b) ao elevado índice de eleitores no campo e a liberdade de escolha. 
c) ao controle do governo central sobre os governadores. 
d) a prática da punição pela distribuição de cédulas eleitorais falsas.
e) ao alto grau de abstenção dos eleitores na Primeira República. 
7 - A chamada política do “café-com-leite”, existente na República Velha, pode ser 
caracterizada como 
a) a aliança entre Getúlio Vargas e os cafeicultores do Estado de São Paulo. 
b) a reação monarquista através do incentivo aos produtores rurais. 
c) os Estados de São Paulo e Minas Geraisa fim de controlar a política em nível nacional, 
revezando-se na Presidência da República.
d) a aliança entre o Estado de São Paulo e os estados do Nordeste, em que o primeiro 
escolhia o presidente da República enquanto o vice deveria ser nordestino.
e) a exportação de café do Paraná e de Minas Gerais, aliada à exportação de leite por parte 
do Rio Grande do Sul.
8 - (MACK-2007) [...] A pergunta “Quem é você?” recebia invariavelmente a resposta: “Sou 
gente do coronel Fulano”. Essa maneira de redarguir dava imediatamente a quem ouvia as 
coordenadas necessárias para conhecer o lugar socioeconômico do interlocutor, além de 
sua posição política. 
Maria I. P. de Queiroz - História Geral da Civilização Brasileira
O fenômeno sociopolítico, a que se alude no fragmento acima e que alcançou seu maior 
vigor nas primeiras décadas do Brasil republicano, pode ser entendido como
44
a) a expressão do poder político dos empresários industriais, que, embora formassem 
uma classe numericamente pequena, experimentavam desde o Império um significativo 
crescimento de sua importância econômica.
b) o resultado da militarização das instituições políticas brasileiras em virtude de a liderança 
do movimento republicano ter sido exercida por militares, como Deodoro da Fonseca e 
Floriano Peixoto.
c) uma reação dos líderes políticos nos Estados à instituição do voto secreto pela Constituição 
de 1891, inovação que reduziu drasticamente o poder dos grandes proprietários rurais.
d) uma forma de clientelismo em que chefes políticos locais (geralmente proprietários 
rurais), dominando grupos de eleitores e lançando mão sistematicamente da fraude 
eleitoral, sustentavam o poder das oligarquias no plano estadual e, indiretamente, no 
federal.
e) a consequência da ascensão social — por meio das escolas militares — de membros das 
classes médias urbanas, formando uma oficialidade coesa de tenentes, capitães, majores 
e coronéis.
45
OS CONFLITOS NA PRIMEIRA 
REPÚBLICA
UNIDADE
04
46
4.1 INTRODUÇÃO
 Por se tratar de uma fase de profundas transformações no país, não é de se estranhar 
que os primeiros anos da República tenham sido um período marcado por dissensões, 
divergências e disputas em torno do caminho a se seguir. Assim como, um momento de 
conciliações entre os diferentes interesses das forças que sustentavam novo Regime. Os 
primeiros anos republicanos foram anos de adaptação e marcados por conflitos.
• Deodoro da Fonseca, o Encilhamento e o Congresso Nacional. 
 No mesmo ano em que foi proclamada a República, se constituiu um governo 
provisório, no qual a presidência ficou a cargo do Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, 
formou-se um Ministério do qual faziam parte Campos Salles, Benjamin Constant, Quintino 
Bocaiuva, Floriano Peixoto e Rui Barbosa. Após esse período de governo provisório , Deodoro 
foi eleito para um novo mandato pelos deputados que elaboraram a primeira Constituição 
Republicana em 1891.
[...] o governo provisório durou 15 meses, e suas preocupações imediatas se deram em torno 
das questões federativas, especialmente com a manutenção da ordem pública. Em setembro 
de 1890, foram realizadas eleições para o Congresso, que teria a incumbência de elaborar e 
aprovar a primeira Constituição republicana e eleger o mandatário da nação, daí por diante 
denominado de presidente da República. (FLORES, 2018, p.52).
FIQUE ATENTO
 Quanto à política econômica, Deodoro decidiu modernizar a economia, facilitando 
o acesso ao crédito. Barbosa foi ministro da fazenda durante o governo provisório de 
Deodoro, sua política financeira se caracterizava pela facilitação do crédito e estímulo à 
criação de bancos, empresas e ao processo de industrialização. O encilhamento foi uma 
crise econômica que atingiu o Brasil como fruto dessa política econômica praticada por 
Rui Barbosa, que se mostrou bastante desastrada. No Império, Dom Pedro II já havia 
tentado executar uma reforma no sistema bancário, na qual os bancos recebiam dinheiro 
do Estado, sem juros, e passavam a emprestar para o setor agrário com juros de 6% ao 
ano. Esses bancos tiveram uma lucratividade cada vez maior, passando a ser o modelo 
para outros bancos que queriam fazer a mesma operação em outros setores da economia. 
Essa medida causou uma onda de empreendimentos no Brasil, onda que a República 
procurou aproveitar. A ideia de Barbosa era dar condições para que os empreendimentos, 
através de uma maior circulação de dinheiro impresso. O objetivo era estimular novos 
negócios e também a industrialização. Essa política econômica se baseava na crença de 
que o progresso econômico se daria com a aceleração da indústria e com o abandono do 
agrarismo do Império.
 A princípio as medidas de Barbosa levaram a um crescimento da atividade econômica, 
contudo, logo essas medidas acabaram gerando resultados negativos. O Banco dos Estados 
Unidos do Brasil emitia o dinheiro, o resultado dessa inundação de dinheiro no mercado 
foi a criação de um grande número de empresas, porém, muitas delas eram empresas 
fantasmas. Muitos empréstimos foram feitos, só que nem sempre eram usados para a 
47
criação de indústrias. Isso porque as apostas nas empresas eram feitas as cegas, daí vem o 
termo encilhamento: uma alusão a encilhar (por arreio) num cavalo. Num paralelo entre as 
apostas dos cavalos de corridas e as apostas do governo nos empreendimentos.
 Ao crescimento da atividade econômica seguiu-se uma alta da inflação, especulação 
na bolsa de valores, falências e desemprego. Isso porque como não havia uma correlação 
entre os investimentos e a produção real, a ebulição financeira declinou. Muitos 
investidores internacionais retiraram seus investimentos da Bolsa de valores brasileira e 
como consequência, se deu uma queda dos preços das ações e a desvalorização da moeda 
brasileira. 
 A grave inflação gerada pelo encilhamento fez com que os deputados quisessem 
limitar os poderes do presidente. Insatisfeito, Deodoro ameaçou fechar o Congresso 
Nacional, atitude que gerou muitas críticas ao seu governo. Deodoro já tinha problemas 
para lidar com os partidos políticos contrários ao governo, sem conseguir negociar com as 
bancadas dos estados, especialmente os produtores de café (São Paulo, Rio de Janeiro e 
Minas Gerais), o que gerava frequentes atritos entre ele e o Congresso. Fechar o Congresso 
foi visto como extremamente antidemocrático e acabou provocando a antipatia da 
população e a reação da Marinha. 
 Com o governo em crise Deodoro renunciou em 23 de novembro de 1891, depois de 
um governo curto e pouco feliz - foram apenas nove meses de gestão – período no qual 
defendeu o centralismo e um Estado Forte.
[...] as tensões políticas tornaram-se insustentáveis. Deodoro decreta a dissolu-
ção do Congresso, mas, diante da pressão de grupos militares e civis, de uma 
greve de ferroviários que explode no Rio de Janeiro, do aumento da tensão no 
Rio Grande do Sul com a deposição de Júlio de Castilhos e, por fim, da revolta de 
Custódio de Melo, que assesta os canhões dos navios da armada ancorados na 
baía de Guanabara contra a capital da República, sem ter como lidar com uma 
situação que se aproximava perigosamente da guerra civil, em 23 de novembro, 
o proclamador da República transformado, depois de um breve governo consti-
tucional, em ditador passa o governo às mãos de Floriano Peixoto, o vice-presi-
dente eleito pela Assembleia Constituinte. (NEVES, 2018, p.35)
 Com a renúncia de Deodoro, assume como presidente Floriano Peixoto, personagem 
que devido à tomada de medidas severas na repressão das Revoltas ocorridas no período, 
ficou conhecido como Marechal de Ferro e como o Consolidador da República.
Dissensões: Falta de entendimento; divergência de opiniões entre duas ou mais pessoas. [...] 
Condição de disputa, litígio, desavença. [...] Qualidade daquilo que diverge, discorda. 
Encilhamento: Ato ou efeito de encilhar.
Período de agitação financeira logo após a implantação da república no Brasil, caracterizado 
pelo grande movimentode especulações bolsistas e negócios arriscados.
GLOSSÁRIO
48
4.2 A REVOLTA DA ARMADA (RJ) E A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (RS)
 Quando Deodoro renuncia, assume seu vice Floriano Peixoto, com o desafio de 
conter a inflação e enfrentar os opositores. Na intenção de acabar com a inflação o novo 
presidente tabelou os preços dos alimentos e dos aluguéis e incentivou a exportação de 
café. Porém, a “substituição de Deodoro por Floriano Peixoto apenas aumentaria a crise 
institucional e o radicalismo dos grupos envolvidos que se tornaria intenso até os contornos 
da guerra civil” (FLORES, 2018, p.56). 
 Entre as revoltas ocorridas na Primeira República, Floriano em seu governo teve que 
enfrentar duas bastante significativas: A Revolta da Armada e a Revolução Federalista. 
Para não ter a sua autoridade ameaçada, Floriano utilizou de grande aparato militar o que 
acabou fazendo com que esses conflitos fossem muito violentos. 
“Armada” era o nome como era conhecida a marinha brasileira.
FIQUE ATENTO
• Revolta da Armada 
O conflito conhecido como Revolta da Armada foi uma rebelião ocorrida entre setembro de 
1893 e março de 1894 em unidades da Marinha. Como pontua Coelho (online) a revolta que 
começou no Rio de Janeiro em 1983 teve seus antecedentes dois anos antes em 1891 com a 
decisão de Deodoro da Fonseca de fechar o Congresso. Esse ato transgredia a Constituição 
de 1981 e fez com que Unidades da Marinha se revoltassem e numa ação coletiva sob a 
liderança do almirante Custódio José de Melo, ameaçassem bombardear a cidade do Rio 
de Janeiro, então capital da República. Para evitar uma guerra civil Deodoro renunciou, 
porém:
O vice-presidente, marechal Floriano Peixoto, assumiu seu lugar e não convocou 
eleições presidenciais, conforme previa o artigo n° 42 da Constituição para o 
caso de vacância do cargo em menos de dois anos após a posse do presidente. 
Sua alegação era que tal norma valia para presidentes eleitos por voto direto, e 
tanto Deodoro como ele próprio haviam sido eleitos indiretamente, pelo Con-
gresso Constituinte. (COELHO, 2016, online)
 Ao assumir o governo, Floriano Peixoto reabriu o Congresso Nacional e nomeou como 
seus ministros vários representantes dos cafeicultores paulistanos, visando obter apoio 
desse influente setor político. Iniciou um tabelamento dos preços a fim de conter a inflação 
e assim ganhar apoio popular. Mas ele não tinha apoio de todos os setores militares, alguns 
o acusavam de ocupar a presidência ilegalmente, com a alegação de que seu governo era 
inconstitucional. 
 Coelho (2016, online) ressalta que:
[...] o primeiro movimento de oposição veio em março de 1892, quando 13 ofi-
ciais-generais divulgaram um manifesto exigindo a convocação de novas elei-
ções. O manifesto acusava Floriano Peixoto de armar “brasileiros contra brasi-
leiros” e denunciava desvio de dinheiro público para uma política de suborno e 
corrupção. 
49
 Flores (2018) diz que era um momento de agitação política e ideológica, no qual 
os assuntos mais intensos giravam em torno dos militares na política e da reforma 
constitucional, que permitiria a reeleição de Floriano Peixoto. Pois, esses eram dois pontos 
defendidos pelas forças florianistas e duramente atacadas pelos opositores. 
 É importante ressaltar dois pontos nessa questão: a insatisfação da Marinha que 
se sentia politicamente inferior ao Exército e o fato de haver entre os oficiais da Armada, 
simpatizantes da monarquia.
Em 6 de setembro de 1893, um grupo de oficiais da Marinha voltou à carga. Eram 
liderados pelo almirante Custódio de Melo, que ocupara os ministérios da Mari-
nha e da Guerra no governo de Floriano e pretendia candidatar-se a presidente 
da República. No grupo estava também o almirante Eduardo Wandenkolk, mi-
nistro da Marinha no governo de Deodoro e senador pelo Distrito Federal, que 
fora preso e reformado por ter assinado o manifesto dos 13 generais um ano 
antes. No dia 7 de setembro, o diretor da Escola Naval, almirante Luís Filipe Sal-
danha da Gama, aderiu publicamente ao movimento, declarando- se favorável 
à volta da monarquia. Além das denúncias contra a política florianista, que não 
pacificava as rivalidades regionais, os oficiais da Marinha sentiam-se despresti-
giados diante do Exército, força de origem dos dois primeiros presidentes, Deo-
doro e Floriano. (COELHO, 2016, online).
 Em 1893 um grupo da Marinha brasileira rebelou-se contra o governo de Floriano 
Peixoto, tomaram vários navios de guerra, apontaram os canhões e bombardearam a 
cidade do Rio de Janeiro, capital do país. “Devido ao bombardeio dos sete fortes de Niterói, 
capital do estado do Rio de Janeiro, a sede do governo foi transferida para a cidade de 
Petrópolis, na serra, fora do alcance dos canhões da Marinha. A capital só voltaria para o 
litoral em 1903” (COELHO, 2016, online).
 Na Marinha, os revoltosos eram maioria, porém, não contavam com o apoio popular e 
enfrentavam forte oposição no Exército e das elites estaduais que apoiavam o presidente, 
especialmente em São Paulo, onde era forte o Partido Republicano Paulista (PRP). 
[...] com a adesão de milhares de jovens a batalhões de apoio ao presidente na capital federal 
e nos estados. Esses soldados eram nacionalistas, republicanos e não refutavam a violência 
na defesa de Floriano Peixoto, especialmente contra estrangeiros, a quem atribuíam conspira-
ções contra a República. (COELHO, 2016, online).
FIQUE ATENTO
 Sem conseguir tomar a capital, participantes da Revolta foram para o Sul do país, 
onde estava ocorrendo a Revolução Federalista. Algumas tropas se aquartelaram em 
Desterro (atual Florianópolis), buscando uma aliança com os federalistas do Sul, mas o 
acordo não avançou. 
 Sem apoio popular ou do Exército, esse movimento foi duramente reprimido pelo 
governo de Floriano. A revolta foi abafada em 1894 quando Floriano com o apoio do Partido 
Republicano Paulista e com aparato militar suprimiu o movimento.
50
Suprimir: Fazer alguma coisa com o propósito de acabar com; eliminar; causar a anulação de; 
anular.
Vacância: vago, que não se encontra preenchido nem ocupado.
GLOSSÁRIO
• A Revolução Federalista
 A Revolução Federalista, ou também como é conhecida, Revolução Farroupilha 
iniciou-se no Rio Grande do Sul, envolvendo dois grupos políticos:
 - Partido Federalista: partido liberal, comandado por Gaspar da Silveira Martins, 
do qual faziam parte, federalistas que queriam um sistema parlamentar (gasparitas/ 
maragatos). 
 - Partido Republicano Rio Grandense: do qual faziam parte adeptos da República, 
dirigidos por Júlio de Castilhos, então governador (castilhistas/ pica-paus).
 Esse conflito transcorreu no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná entre 
fevereiro de 1893 e agosto de 1895 e envolveu forças militares locais e alguns remanescentes 
da Revolta da Armada, aliados dos federalistas e forças governamentais, em apoio aos 
republicanos.
 Pesavento (2015) destaca que esta foi uma disputa de elites. Entre a classe dominante 
rural, desalojada do poder em 1889, e a classe dominante agregada no Partido Republicano 
RioGrandense (PRR) e outros segmentos sociais. Nesse sentido, Coelho (2016) nos faz pensar 
sobre o uso da palavra revolução, já que os revolucionários, principalmente os líderes civis 
e militares do movimento, não lutavam pensando numa mudança estrutural profunda, 
e sim em mudanças específicas, como a de alguns pontos constitucionais. Para ela, teria 
sido uma guerra civil e não uma revolução.
A luta no Sul foi uma típica disputa entre elites dos anos iniciais da República, 
pois o presidente do Rio Grande do Sul, Júlio de Castilhos, chefe do Partido Re-
publicano RioGrandense (PRR) e um dos poucos que tinham a seu lado a ban-
cada de seu estado no Congresso, apoiara o marechal Deodoro da Fonseca em 
1891. Floriano Peixoto, ao assumir a presidência, destituíra todos os presidentes 
e governadores estaduais ligados a seu antecessor, atingindo Júlio de Castilhos. 
Logo se instalou a luta pelo poder entre os partidáriosde Castilhos e os aliados 
de Gaspar Silveira Martins, que formaram o Partido Federalista. Defensores do 
parlamentarismo e da revogação da Constituição estadual positivista, os fede-
ralistas e os dissidentes do PRR não se conformaram com a reconciliação entre 
Floriano e Castilhos e, com a volta deste ao governo estadual em janeiro de 1893, 
e optaram pelo confronto armado. (COELHO, 2016, online)
 A revolução federalista foi derrotada em 24 de junho de 1895. O confronto se 
encerrou com a vitória dos republicanos, que contavam com as forças militares do governo.
51
Os termos maragato e pica-pau surgiram no Rio Grande do Sul em 1893, durante a Revolução 
Federalista, para definir as duas grandes correntes políticas gaúchas então em conflito. Os 
maragatos representavam os federalistas, liderados por Gaspar Silveira Martins, e eram iden-
tificados pelo uso de lenços vermelhos. Os pica-pau representavam os republicanos, liderados 
por Júlio de Castilhos, e sua identificação se dava pelo uso de lenços brancos. (Cf. NOLL, online)
FIQUE ATENTO
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• Florianópolis 
 Após a proclamação da república, Nossa Senhora do Desterro foi elevada a categoria 
de unidade federativa, porém, o governador Lauro Müller aderiu a Revolução Federalista em 
1893, contrária ao governo central. Por um tempo, Desterro foi transformada em base naval 
da Armada e tornou-se por sete meses sede do governo revolucionário que convergia os 
revoltosos da Revolta da Armada e da Revolução Federalista. 
 Lutas expandiram-se por toda Santa Catariana, porém, por ordem de Floriano e 
pressão para que fossem delatados, os revoltosos foram presos e muitos fuzilados, como 
uma demonstração de força do Estado que buscava se legitimar. Durante o conflito, os 
revolucionários foram seriamente castigados e houve uma grande execução dos opositores 
do governo legal, realizada na Fortaleza de Anhatomirim. Pela dureza com que tratava 
seus opositores o marechal Floriano Peixoto foi visto como o homem forte da República, 
capaz de consolidar seus ideais.
 Em 1894, Hercílio Luz é escolhido por voto popular como governador de Santa 
Catarina e elabora uma política para pacificar a região e para reparar os problemas que o 
estado sofreu. Uma de suas medidas é fazer uma homenagem a Floriano Peixoto. Para isso 
troca o nome da cidade de Desterro para Florianópolis. “Cidade de Floriano”, numa junção 
entre Floriano, o nome do presidente e a palavra grega polis (cidade). 
 Além da homenagem ao presidente, novo nome da capital catarinense teve a 
característica de contribuir para a construção do programa político-ideológico de legitimação 
do regime. Outro ponto, é que muitos tinham a expectativa de que o regime republicano 
traria modernização para a capital catarinense. Vidal (1984) em uma reportagem de 1894 
do Jornal da República em Desterro diz: “Florianópolis significa cidade de Floriano, imortal 
cidadão, e ainda mais a República brasileira. Só este nome pode substituir aquele, a fim de 
varrer da mente catarinense a ideia monárquica, consubstanciada na palavra Desterro”.
52
VAMOS PENSAR?
Até hoje a questão levanta debates: 
Muitas pessoas não aceitam o nome Florianópolis para a capital catarinense. Pelo fato dele 
estar ligado aos atos de violência ocorridos na cidade durante o governo de Floriano, como o 
massacre na fortaleza de Anhatomirim, e defendem a necessidade de uma mudança no nome 
do município.
Outros defendem que essa discussão é irrelevante, pois, atualmente, o nome já estaria consoli-
dado, além do que uma mudança traria custos ao município. 
Para acompanhar essa discussão sobre a repercussão de atos da república no momento atual, 
acesse as reportagens:
PLEBISCITO PARA MUDAR O NOME DE FLORIANÓPOLIS, 2014.
LINK: https://bit.ly/2MUf5Fw
MEMÓRIA DE FLORIANÓPOLIS: UM NOME, MUITAS MÁGOAS
LINK: https://bit.ly/3jkGtZi
Há diferença entre os conceitos de Revolta e Revolução: Revolução é uma mudança súbita na 
estrutura, uma transformação radical (social, económico, cultural, religioso), enquanto Revolta 
está ligada a um ato de indignação ou insatisfação, visando chegar a um acordo ou mudança.
FIQUE ATENTO
4.3 OS PROTESTOS POPULARES. AS GUERRAS 
DE CANUDOS E DO CONTESTADO.
 Como pontua Fausto (online) em termos geográficos o Brasil do século XIX não era 
muito diferente do Brasil atual, porém, haviam vastas regiões ainda habitadas apenas pela 
população indígena, delimitadas no mapa como parte do território brasileiro, mas não 
exploradas econômica ou habitacionalmente. 
 Vimos na Unidade 3 que o Brasil até o fim da Primeira República (1930), era bastante 
agrícola, baseando suas atividades na agricultura de exportação (toda a produção focada 
em determinados produtos para serem vendidos no exterior), como o café. Algumas 
regiões se desenvolveram baseadas nessas atividades. 
 Do ponto de vista populacional, houve um grande impulso na região Centro Sul 
por causa do café, no Sul pela instalação da pequena propriedade (muito característica 
do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), na região Amazônica, pela produção de 
borracha que trouxe uma grande transformação e mudou a paisagem do norte do país. 
Fausto ressalta que algumas regiões progrediram muito, mas em contrapartida, amplas 
regiões no campo permaneceram extremamente pobres, com populações que ficavam as 
margens do progresso.
53
• Canudos (1896-1897)
 
 A fase dos militares na presidência com Marechal Deodoro da Fonseca (1889 – 1891) 
e Marechal Floriano Peixoto (1891-1894) termina com as eleições de 1894 que tinha como 
principal candidato um civil, representante dos cafeicultores: Prudente de Morais (1894-
1898).
 Com a vitória de Prudente de Morais chega ao fim à oposição entre partes do exército 
e nesse momento os cafeicultores puderam assumir o poder com presidentes que os 
representassem. Sem oposição e por voto direto, o presidente eleito em 1894 havia sido 
derrotado nas eleições indiretas de 1891. Sua escolha como presidente marcou o fim da 
influência do exército na presidência da República (exceção feita para a eleição de Hermes 
da Fonseca) e o início dos governos civis. 
 Morais assumiu com o desafio da pacificação, a Revolução Federalista foi encerrada 
com a assinatura de um acordo de paz e os revoltosos foram anistiados em 1895. Seu maior 
desafio foi o enfrentamento da guerra travada entre 1896 e 1897 em Canudos, Sertão da 
Bahia.
 Isso porque, durante a Primeira República, boa parte dos estados do nordeste 
passava por uma situação difícil, com as péssimas condições de vida da população, miséria 
e opressão dos fazendeiros. A população que lá residia ou servia de mão de obra para 
grandes proprietários ou viviam de um cultivo precário da terra. Essas condições fizeram 
com que as pessoas buscassem outro tipo de vida. Dos movimentos no campo, o mais 
conhecido foi o de Canudos, no norte da Bahia (1893-1897). Onde se formou um arraial que 
tinha como figura central Antônio Conselheiro, uma espécie de missionário, que foi muito 
hábil em reunir os sertanejos. Esse povo que sofria pela seca e pelas más condições de vida 
encontrou em Canudos uma forma comunitária de melhorar suas condições. 
 Conselheiro agregou milhares de pessoas que o ajudaram a construir em 1893 um 
povoado na região de Canudos, Bahia, ao qual deu o nome de Belo Monte. Seu povoado 
fixou-se às margens rio Vaza Barris, no sertão baiano, longe de qualquer influência 
do governo republicano, já que sua vontade era ter autonomia. Como o enorme arraial 
construído por eles reunia cada vez mais pessoas, passou a representar uma ameaça 
para a República e para as elites regionais. Porém, o povoado atraiu pessoas de diversas 
regiões do nordeste. E os fazendeiros perdiam seus empregados que viam no arraial uma 
possibilidade de rompimento dos laços de dependência. Conselheiro criticava o governorepublicano, e não aceitava as leis imposta por ele.
 O movimento que tinha como causa principal a miséria do povo do Sertão foi 
combatido com extrema dureza. Foi preciso cinco expedições militares para acabar com o 
povoado, durante os conflitos Antônio Conselheiro é morto e todas as pessoas residentes 
no arraial foram massacradas. O governo poderia tratar o problema de outra maneira, mas 
resolveu liquidá-lo. Prudente de Morais, com o apoio dos latifundiários resolveu a questão 
com o uso de força militar e muita repressão. Combatido por tropas militares, Canudos 
resistiu até o esgotamento completo e foi liquidado em 1897.
54
Filme: Guerra de Canudos, 1997. Direção: Sérgio Rezende.
LINK: https://bit.ly/3pWVQdc
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
AS FONTES HISTÓRICAS
“O historiador se vale de uma série de fontes que incluem desde documentos oficiais, até notí-
cias na imprensa ou mesmo coisas aparentemente inesperadas com o rótulo de um remédio. 
Tudo depende do tipo e do tema de sua pesquisa”. 
Bóris Fausto 
No caso de Canudos, uma relevante fonte histórica é a obra literária Os Sertões (1902) – conside-
rado o primeiro livro reportagem brasileiro. Um relato histórico, misturado à literatura. 
O escritor Euclides da Cunha presenciou parte da Guerra como correspondente do jornal Esta-
do de São Paulo e escreveu sobre sua experiência. 
 O que ocorreu em Canudos é também conhecido como um Movimento Messiânico, 
pois seu líder pregava valores religiosos como uma maneira de superar a miséria e 
desenvolver a comunidade. No sertão da Bahia a figura carismática chamada de Antônio 
Conselheiro lançava profecias como “o sertão vai virar mar”, tornando-se uma mistura de 
líder espiritual, profeta e líder político. 
Messiânico: relativo à Cristo, ao Messias, filho de Deus. 
Arraial: povoado, lugarejo.
GLOSSÁRIO
Antônio Vicente Mendes era seu nome de batismo. Tinha sido comerciante, caixeiro-viajante, 
amansador de cavalos e beato. 
FIQUE ATENTO
 O messianismo encontrou terreno fértil em áreas rurais e pobres do Brasil que 
reagiam à miséria. A religiosidade, a revolta contra a omissão do governo, o repúdio à 
opressão e às injustiças da república dos coronéis ou elites, fizeram com que líderes 
messiânicos ganhassem seguidores. Outro caso, no período da Primeira República foi a 
Guerra do Contestado e o monge João Maria. 
55
• Contestado (1912-1916)
 A Guerra do Contestado teve início em outubro de 1912 na região Sul do país. Um 
conflito armado no qual se enfrentaram as forças do governo (federal e estadual) e 
sertanejos que viviam na região das terras que estavam sendo disputada pelos estados de 
Santa Catarina e do Paraná. O conflito se estendeu por quatro anos e deixou mais de dez 
mil mortos. 
 Machado (2018, online) relata que na região de fronteira entre Santa Catarina e 
Paraná alguns grupos formados por oficiais da Guarda Nacional, grandes fazendeiros e 
empresários estrangeiros (como os proprietários da Companhia Estrada de Ferro São Paulo 
– Rio Grande e da madeireira de Três Barras) e chefes políticos locais chamaram as forças 
militares. 
 O autor aponta que entre as razões do conflito estava a luta pela terra, a resistência 
ao Coronelismo e a reação ao deslocamento compulsório de populações que lá residiam 
para que fosse construída uma linha férrea passando pelo local. O nome de Guerra do 
Contestado se dá, pois a área onde se desenrolou o embate era disputada e sua posse 
contestada há tempos:
Inicialmente havia a disputa entre Brasil e Argentina sobre os Campos de Pal-
mas, porção de mais de 30 mil km² localizada entre os rios Uruguai e Iguaçu. 
Em 1895, através da arbitragem do Presidente Cleveland, dos Estados Unidos, o 
Brasil venceu esta questão. Localmente, permanecia a disputa dos Campos de 
Palmas entre os Estados de Santa Catarina e Paraná. Os catarinenses se base-
avam em documentos judiciários e militares do período colonial, que definiam 
como divisa ao norte de sua Capitania os leitos dos rios Negro e Iguaçu. Já os 
paranaenses, recém emancipados (em 1853) da Província de São Paulo, argu-
mentavam pela ocupação efetiva do território, [...] já que foram os paulistas que 
haviam estabelecido as primeiras fazendas e os primeiros núcleos urbanos. [...] 
No início da República os catarinenses ingressaram com uma ação no Supremo 
Tribunal Federal e, em 1904, conseguiram uma sentença favorável aos limites 
pleiteados junto ao Estado do Paraná. Os paranaenses entraram com recursos 
e embargos, mas nos anos de 1909 e 1910 Santa Catarina teve sua sentença fa-
vorável confirmada pelo STF. Apesar da vitória na justiça, o governo paranaense 
não se submeteu ao resultado, arguindo a inconstitucionalidade da decisão e 
colocando todo o peso político do Estado para evitar a execução da sentença. 
Permanecia o impasse sobre a jurisdição sobre os territórios contestados. (MA-
CHADO, 2018, online)
 Nas matas e faxinais da região “vivia uma população nacional, os chamados caboclos, 
muitos indígenas destribalizados, descendentes de africanos e população mestiça, que 
compunham a principal camada de trabalhadores pobres da região”. (MACHADO, 2018, 
online). E circulavam pela região indivíduos que foram denominados como “monges” e 
“profetas” pela população sertaneja. Dos quais o mais famoso foi o monge João Maria.
[...] um religioso leigo, que sinalizava determinadas fontes de águas, que logo 
passaram a ser denominadas pela população como “águas santas” ou “águas 
do monge”. O culto a João Maria passou a fazer parte do cotidiano de diferen-
tes camadas da população planaltina, o que implicava em seguir determinados 
padrões de comportamento, atitudes de defesa das fontes de águas, restrições 
às queimadas e noções anticapitalistas próprias de um catolicismo popular. Se-
gundo a tradição popular, João Maria profetizava sobre o futuro, criticava os no-
vos tempos e divulgava um discurso apocalíptico que era muito bem recebido 
pela população pobre (MACHADO, 2018, online).
56
VAMOS PENSAR?
Devoção ainda na atualidade
Mesmo com o final da Guerra do Contestado as reuniões dos sertanejos não acabaram. As po-
lícias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram chamadas diversas vezes nos anos 
que se seguiram para reprimir novas reuniões em Mafra, SC (1921), Pitanga, PR (1922), Concórdia, 
SC (1924-25), Soledade, RS (1935-38) e Timbó Grande, SC (1942). Outro ponto que perdurou (esse 
até os dias de hoje) foi o culto a figura de João Maria. “A tradição de São João Maria ainda é 
muito forte em várias comunidades do sul do Brasil, desde comunidades caboclas, indígenas, 
quilombolas e, também, de descendentes de imigrantes que, com o tempo, também ‘acabocla-
ram-se’” (MACHADO, 2018, online).
Compulsório: obrigatório, forçado. 
Faxinais: sistema de produção camponês tradicional, característico da região Centro-Sul do 
Paraná baseado no uso coletivo da terra para produção animal e a conservação ambiental. 
Os animais são criados soltos em criadouros comunitários; é feita uma produção agrícola para 
consumo e comercialização; e é extraído da floresta produtos como a erva-mate e outras es-
pécies nativas.
GLOSSÁRIO
4.4 MODERNIDADE E URBANIZAÇÃO
 Mas se nas áreas pobres rurais o progresso tão prometido pelos republicanos 
dificilmente se fazia ver. Nos grandes centros urbanos o cenário era outro. As cidades se 
esforçavam para exibir em suas ruas um ar de modernidade. 
As construções fabris mudaram a fisionomia das cidades. Na primeira República, São Paulo 
foi cenário de expansão econômica e urbanização. Onde antes eram chácaras observa-se o 
surgimento de bairros operários. Além disso, em São Paulo a atividade cafeeira continuou 
fortemente.
 No norte, até a grande crise da borracha, por volta de 1910 (devido às plantações 
inglesas na região da Malásia), a riqueza concentrada permitiu um desenvolvimento 
econômico e uma mudança na fisionomia de cidades como Manaus e Belém. 
 Na presidência o sucessor de Prudente de Morais foi Campos Salles (1898-1902) e 
este foio responsável por consolidar o poder dos fazendeiros, dando início da política 
café com leite. Após o seu mandato, o eleito foi Rodrigues Alves (1902-1906) cujo um 
dos principais pontos de seu plano de governo era implementar um plano de reformas 
urbanas e sanitárias na Capital Federal (RJ). Nesse plano estava previsto: a modernização 
dos portos, o alargamento das ruas, a higienização do centro da cidade e a construção de 
novos edifícios.
 Para essa reforma deu amplos poderes para o então prefeito do Rio de Janeiro, o 
engenheiro Pereira Passos, e ao diretor do serviço de saúde pública, o médico sanitarista 
Oswaldo Cruz.
 Com isso sua intenção era tornar a cidade mais limpa, moderna e atraente para 
57
investidores estrangeiros e para trabalhadores imigrantes. Outra intenção era mudar 
os costumes dos habitantes. Além de uma capital “moderna”, as elites desejavam que a 
população fosse “civilizada”, comportando-se de acordo com valores europeus.
VAMOS PENSAR?
Cultura erudita X Cultura popular
Durante as reformas urbanas no Rio de Janeiro na Primeira República, serenatas, capoeira e 
outros costumes considerados “perturbadores da ordem” foram reprimidos. 
Nesse momento no Brasil havia uma grande valorização da cultura considerada erudita, tida 
supostamente como superior. Nesse contexto, erudito era aquilo que era produzido pela elite 
intelectual europeia. As elites brasileiras valorizavam e se espelhavam na moda, literatura, mú-
sica, a pintura e o teatro produzidos na Europa, em especial da França.
A valorização apenas da cultura tida como erudita é uma visão pode causar o preconceito cul-
tural e reduzir o valor estético da cultura popular.
O Brasil é um país enorme e que recebeu ao longo de sua história, povos vindos de diferentes 
locais do mundo. Essas interações produziram diferentes manifestações artísticas e culturais 
que fazem parte de nosso patrimônio. A cultura popular é importante, pois, surge do repasse de 
tradição, da construção coletiva e da pluralidade. 
A cultura popular brasileira é bastante diversa, podemos citar manifestações como grafite, rap, 
hip hop, funk, a capoeira, entre muitos outros.
 As mudanças previstas no plano de reformas podem ser vistas nas obras da Avenida 
Rio Branco no centro do Rio de Janeiro, que no início do século XX, teve suas ruas estreitas 
e calçamento precário totalmente transformado em amplas e modernas vias, nas quais 
poderia melhor circular. 
 É importante ressaltar que muitas transformações vindas com a reforma da cidade 
envolveram sacrifícios das pessoas mais pobres que moravam no centro, que tiveram que 
se deslocar ou para os subúrbios ou para as favelas que estavam começando a crescer nos 
morros do Rio de Janeiro. 
 Bota abaixo – assim ficou conhecido esse momento da história do Rio de Janeiro. 
Em referência a derrubada de cortiços para a construção de ruas largas e modernas. 
Movidos pela intenção de embelezar e melhorar o tráfego de pessoas. Durante a reforma 
de Pereira Passos muitos prédios antigos foram demolidos e milhares de pessoas ficaram 
desabrigadas. As pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, porém, sem indenização ou 
novo local. A população passou a ocupar o subúrbio ou os morros, onde as condições eram 
precárias e não havia saneamento básico. 
 Na construção da Avenida central em 1904, todos os prédios em estilo colonial foram 
demolidos e substituídos por edifícios em estilo neoclássico inspirados em Paris. 
As obras foram construídas de maneira autoritária e com repressão policial, gerando 
grande insatisfação popular. 
• A Revolta da Vacina
 Em meados de 1904 estourou uma revolta no Rio de Janeiro, em protesto contra a 
obrigatoriedade então decretada da vacinação contra a varíola. Durante uma semana se 
levantou barricadas nas ruas, houve depredação de edifícios, bondes foram queimados e 
58
lojas saqueadas. 
 As razões para esses atos foram uma soma de vários fatores: a população estava 
cansada das medidas autoritárias do governo, da truculência e do clima de tensão causado 
pelas reformas. Havia também uma falta de conscientização pela importância da vacina. 
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 Após a revolta, a vacinação deixou de ser obrigatória e tornou-se voluntária (mas 
a campanha continuou). Apesar da Revolta, a campanha foi um sucesso e dentro de 
poucos anos a varíola estava erradicada na cidade. O programa foi sendo expandido até a 
erradicação completa da varíola no Brasil na década de 1970. 
• Os conflitos na Primeira República e a violência
 Quando tratamos desse período histórico do Brasil é notório tanto o fato de terem 
havido muitos conflitos, da luta entre oposição e governo persistir durante todo o período 
da Primeira República. Como a violência e a forma dura com que eram suprimidos. 
 No que diz respeito ao povo e aos movimentos sociais, em diversas regiões, e com 
diferentes motivações, ocorreram revoltas e diferentes formas de atuação dos grupos 
sociais que se organizam e buscaram melhorias na sua condição de vida. Realizados por 
militares, operários ou pessoas com condições de vida ruins.
Através do livro A República cantada você poderá acompanhar a República brasi-
leira em seu processo histórico - desde a queda da monarquia aos tempos atuais 
- através de músicas. Além de informações históricas, verá a relação entre a Repú-
blica e a música popular.
LINK: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788537813058/epubc-
fi/6/4%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dbody002%5D!/4/4%400.00:0
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59
1 - (CESGRANRIO com adaptações) O governador Rodrigues Alves (1902-1906) foi responsável 
pelos processos de modernização e urbanização da Capital Rio de Janeiro. Coube ao 
prefeito Pereira Passos a urbanização da cidade e ao Oswaldo Cruz o saneamento, visando 
a combater principalmente a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Essa política de 
urbanização saneamento público, encontrou forte oposição junto à população pobre da 
cidade e à opinião pública por que:
a) mudava o perfil da cidade e acabava com os altos índices de mortalidade infantil entre 
a população pobre.
b) desabrigava milhares de famílias, em virtude da desapropriação de suas residências, e 
obrigava a vacinação antivariólica.
c) implantava uma política habitacional e de saúde para as novas áreas de expansão urbana, 
em harmonia com o programa de ampliação dos transportes coletivos.
d) provocava o surgimento de novos bairros que receberiam, desde o início, energia elétrica 
e saneamento básico.
e) transformava o centro da cidade em área exclusivamente comercial e financeira e 
acabava com os infectos quiosques.
2 -
FIXANDO O CONTEÚDO
A imagem acima é de uma estátua do monge João Maria. A qual movimento que desafiava 
o poder republicano e acreditava no estabelecimento de um Reino sagrado na região esta 
figura está relacionada:
a) Ao anarquismo em São Paulo. 
b) A Guerra de Canudos. 
c) Guerra do Paraguai. 
d) A Revolução Farroupilha. 
e) A Guerra do Contestado
3 - A violência contra o homem do campo, na República Velha (1889-1930) gerou tensões 
sociais que explodiram em movimentos de resistência de caráter religioso e místico. Dentre 
eles está o exemplo do:
a) Cidade da Barra do Monte, Pará.
b) Povoado de Bela Vista, Canudos. 
60
c) Feira Cristã, São Vicente. 
d) Santuário de Nossa Senhora Aparecida, Aparecida.
e) Monte Santo, Manaus.
4 - (ESPM-2007) No Rio Grande do Sul, a violência atingiu um grau de sofisticado barbarismo, 
tendo até matadores profissionais, como Adão Latorre, homem que trabalhava para os 
‘maragatos’ executando ‘pica-paus’. Durante a luta, tanto ‘pica-paus’ como ‘maragatos’ 
praticaram atos de extrema violência e barbarismo. 
(MOCELLIN, Renato. A Revoluçãoda Degola)
O texto deve ser relacionado com: 
a) A Revolução Farroupilha.
b) A Revolução Praieira.
c) A Confederação do Equador.
d) A Revolução Federalista.
e) A Guerra do Contestado.
5 - Movimento que se iniciou no Rio Grande do Sul em 1893 em oposição ao governo legal 
de Floriano Peixoto.
a) Encilhamento
b) Revolta Armada
c) Guerra de Canudos
d) Revolução Federalista
e) Tenentismo
6 - Novo nome dado a Capital Catarinense em 1894, como uma homenagem ao então 
presidente e com parte de um programa político-ideológico de legitimação do governo. 
a) Florianópolis
b) Presidente Figueiredo
c) João Pessoa
d) Presidente Prudente
e) Governador Celso Ramos
7 - Uma das medidas aplicadas à cidade do Rio de Janeiro a partir de 1903, que auxiliou as 
práticas de higienismo que culminaram na Revolta da Vacina, em 1904, foi:
a) a criação do aterro do Flamengo. 
b) a construção da ponte Rio-Niterói.
c) a deportação de imigrantes.
d) a reforma urbana de Pereira Passos.
e) a criação de campos de concentração para doentes de varíola.
8 - A Revolta da Armada
a) foi uma revolta decorrente da insatisfação dos pilotos da aeronáutica brasileira com o 
61
governo de Floriano Peixoto. 
b) foi um conflito travado no Rio Grande do Sul entre duas forças que disputavam o poder 
naquele estado. 
c) foi uma rebelião de membros da marinha contra os castigos físicos dos escravos.
d) foi motivada pela insatisfação do exército com a violenta repressão a Canudos.
e) foi resultado da insatisfação da marinha com o governo do Marechal Floriano Peixoto.
62
AS ORGANIZAÇÕES DOS 
TRABALHADORES
UNIDADE
05
63
5.1 INTRODUÇÃO
• Imigração
 No início da República ocorreu uma grande imigração vinda para o Brasil, 
principalmente de europeu (italianos, portugueses, espanhóis, alemães), mas também de 
povos de outras nacionalidades como japoneses, libaneses e sírios.
 Desde a época da proibição do tráfico de escravos africanos (1850), diversos grupos 
da elite brasileira defendiam a ideia de trazer imigrantes para o país para suprir a demanda 
de mão de obra. Com a abolição em 1988, essa ideia ganhou mais amplitude. O governo 
Republicano deu incentivos à imigração, investindo em subsídios de viagem (ajuda em 
dinheiro) para as famílias que quisessem vir ao Brasil.
• Campo
 Muitos imigrantes que vieram para cá na primeira República foram trabalhar nos 
cafezais em regime de colonato. Nesse tipo de contrato, todos os integrantes da família 
deveriam trabalhar na lavoura de café. Em troca cada família recebia uma parte do café 
colhido e uma pequena remuneração.
Colonos do Café - Maria Sílvia Beozzo Bassanezi
LINK: https://bit.ly/3aHc9UQ
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• Cidades
 Boa parte dos imigrantes se estabeleceu nos centros urbanos. Podemos tomar como 
exemplo a cidade de São Paulo:
A partir de 1890, a cidade de São Paulo começou a crescer em ritmo acelerado 
[...] Mas a grande arrancada se deu entre 1890 -1900, período em que a popula-
ção paulistana passou de 64.934 habitantes para 239.820, registrando uma ele-
vação de 268% em dez anos, a uma taxa geométrica de 14% de crescimento 
anual. [...] O crescimento da cidade deveu-se não só à sua consolidação como 
grande mercado distribuidor, mas também ao influxo da massa de imigrantes. 
Apesar da escassez de dados, há indícios de que imigrantes subvencionados ou 
não permaneceram na cidade, onde as oportunidades de ascensão eram maio-
res. É provável também que o fluxo rural-urbano no Estado tenha ocorrido já na 
última década do século, logo após o fim dos primeiros contratos de formação 
de café. (FAUSTO, 1976, p.8).
 No início o século XX aumentaram as oportunidades de emprego nas cidades 
brasileiras. O aumento do número de indústrias trouxe a necessidade de mais mão de obra. 
Também reformas urbanas e modernização de muitas cidades provocaram a demanda 
por trabalhadores para obras públicas e construção civil. Outra possibilidade era trabalhar 
nos comércios, setor que crescia, principalmente naquelas cidades em que os postos e 
64
ferrovias estavam sendo modernizados. Também como ambulantes, ou abrindo seus 
próprios negócios.
 Nas indústrias a maior parte dos operários eram de imigrantes. Muitos eram mulheres 
e crianças que ganhavam um salário inferior ao dos homens. Operários que trabalhavam 
de 10 a 14 horas e geralmente em locais insalubres. 
 Com a Revolução Industrial ocorrida na Europa se modifica a maneira de se fabricar 
as coisas: as ferramentas foram substituídas pelas máquinas, a energia humana por outras 
fontes de energia mecânica e o modo de produção doméstico pelo sistema de produção 
nas fábricas. Para o trabalhador isso tem um grande impacto: a introdução de máquinas nas 
fábricas aumentou a produção e o rendimento do trabalho, mas as condições de trabalho 
eram em geral muito precárias e exaustivas. Surgiram os bairros operários e formou-se 
uma classe operária.
 O desenvolvimento das sociedades industriais contribuiu para consolidar o capitalismo 
como modo de produção dominante e marcou o surgimento de duas classes sociais: a 
burguesia – classe social do regime capitalista, onde seus membros são proprietários do 
capital, ou seja, comerciantes, industriais, proprietários de terras, possuidores de riqueza 
e dos meios de produção (fábricas, máquinas) e do lado oposto, o proletariado – classe 
operária, cujo único bem é a força de trabalho (vende sua força de trabalho em troca de um 
salário). 
 Nesse modo de produção, o trabalhador produz a riqueza, mas não participa dela. 
Na busca pelo lucro, a consequência direta do capitalismo é a desigualdade social entre 
trabalhadores e capitalistas. A exploração dessa classe trabalhadora teve como reação o 
surgimento no século XIX de teorias como o socialismo, comunismo e o anarquismo. Os 
trabalhadores começaram a se organizar e se articular buscando melhorar suas condições 
de vida e de trabalho.
5.2 A CIRCULAÇÃO DE IDEIAS: O SOCIALISMO, 
O COMUNISMO E O ANARQUISMO.
Sistema Capitalista: 
O capitalismo é um modo de organizar a economia, isto é, a produção e a troca de bens e ser-
viços. Uma economia capitalista reúne três elementos-chave, que a definem: a propriedade 
privada dos meios de produção, o mercado de trabalho e a troca de produtos num mercado 
visando ao lucro. (PESCHANSKI, 2012, online)
Socialismo
Sistema econômico que procura alcançar a igualdade entre os membros da sociedade, man-
tendo os bens de produção como bens coletivos.
Comunismo
Sistema econômico e político que defende uma sociedade sem classes. Nele, os meios de pro-
dução e outros bens pertencem ao governo e a produção é dividida igualmente entre todos.
FIQUE ATENTO
65
 Durante as primeiras décadas do século XX, a indústria brasileira registrou alto índice 
de expansão. O comércio internacional estava em declínio pelo contexto da Primeira Guerra 
Mundial, o que ocasionou a necessidade de substituir as importações e produzir mais. Com 
o aumento das atividades industriais, aumentou também o contingente de trabalhadores, 
o que fortaleceu a organização dos operários. Dulles (1977, p. 19) relata que em 1990 
aproximadamente 90% da força industrial de São Paulo era composta por imigrantes. 
 Na Europa o movimento de trabalhadores já era bastante desenvolvido e tinha traços 
de maior organização. Parte dos imigrantes que vieram da Europa para cá tinham contato 
direto com ideias que possuíam força entre os operários europeus, como o socialismo e o 
anarquismo.
 No Manifesto Comunista de 1848 é possível ver as preocupações que circulavam entre 
os trabalhadores. O documento representa a luta pelos direitos sociais na Europa. É um 
documento interessante porque narra como se constitui a sociedade industrial: avanços 
tecnológicos, formação da burguesia, condições de trabalho. No qual Karl Marx defende 
que “A história de todas as sociedades é a história da luta de classes” e a necessidade da 
adesão a um sistema socialista/comunista para uma sociedade mais justa.
 O socialismo é um sistema econômico e ideológico que defendea igualdade entre 
os membros da sociedade, em resposta a exploração dos trabalhadores. O socialismo é um 
sistema que procura alcançar a igualdade entre os membros da sociedade no qual toda a 
propriedade privada é vista como um roubo e deve ser banida da sociedade (no momento 
se contestava a propriedade da burguesia capitalista). O comunismo, por outro lado, seria 
o resultado da implantação das ideias socialistas, a etapa final.
 Essas ideias circularam também pelo Brasil, muitos trabalhadores eram socialistas. 
Em 1902 é fundado o Partido Socialista Brasileiro. A presença de anarquistas também era 
muito forte no movimento operário. Os anarquistas defendiam a eliminação do Estado e 
de todo tipo de instituição como única forma de conseguir liberdade humana e acabar 
com a alienação.
5.3 AS ORGANIZAÇÕES DOS TRABALHADORES URBANOS.
 Enquanto o processo de industrialização se acelerava, os trabalhadores procuravam 
formas de obter dos empresários e políticos, algo que lhes assegurassem melhores 
condições, alguma proteção como trabalhadores que pudesse levar a criação de direitos 
sociais relativos ao trabalho. 
 Os operários reivindicavam seus direitos e passaram a se organizar. Em 1906 foi 
realizado o primeiro Congresso Operário Brasileiro.
Congresso realizado entre 15 e 20 de abril de 1906 na sede do Centro Galego, na 
rua da Constituição, nº 30 e 32, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. O Pri-
meiro Congresso Operário Brasileiro foi um evento importante para o movimen-
to operário, tendo sido o primeiro esforço de luta coordenada dos trabalhadores 
de várias partes do país. Nele foi evidente a influência do sindicalismo revolucio-
nário, teoria e prática que caracterizou grande parte do movimento sindical em 
várias partes do mundo naquele momento, com a defesa entusiasta da ação di-
reta. No Brasil, a ação direta predominava no movimento operário de São Paulo, 
e tinha também forte influência no movimento do Rio de Janeiro e em outras 
partes do país. Os trabalhadores reunidos no congresso revelaram sentir-se par-
te do movimento sindicalista internacional. O operariado francês foi apontado 
como modelo a ser seguido. (TOLEDO, online).
66
 Um importante instrumento de protesto dos trabalhadores foi através das greves. 
Entre 1917 e 1920 nos principais centros urbanos do país foram realizadas inúmeras greves. 
A mais relevante delas, foi a greve geral de 1917, quando em São Paulo ocorreu uma 
paralisação geral dos trabalhadores das fábricas de tecidos. Após essa greve foi sancionada 
uma lei para expulsar os anarquistas do Brasil. Mais um passo na repressão aos anarquistas 
no Brasil. “Entre 1907 e 1930, a perseguição aos anarquistas foi implacável. O governo não 
dava trégua: prendia, torturava, deportava para o Acre e expulsava do país os elementos 
mais ativos” (VALENTE, 1994, p.265).
Figura 11: Primeira greve geral de trabalhadores do Brasil, 1917
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/39Sk4zt Acesso em 30 dez. 2020
 Devido as péssimas condições de vida dos trabalhadores, e a expansão das ideias 
socialistas na Europa, as articulações dos trabalhadores cresciam. Como podemos ver no 
trecho abaixo, as reinvindicações eram por melhores condições e por direitos.
No dia 4 de maio [de 1919] o Conselho-Geral dos Operários, constituído de repre-
sentantes de todas as fábricas da cidade, formulou uma lista de reivindicações 
na sede da União Operária do Brás. Estava em primeiro lugar o dia de oito horas. 
Os trabalhadores novamente pediram a proibição do trabalho de menores de 14 
anos e do trabalho noturno das mulheres (DULLES, 1973, p. 74).
 Essas ações geraram uma reação do governo brasileiro que criou leis para punir ou 
banir os estrangeiros que chegassem ao Brasil com intuito de mobilizar os trabalhadores. 
A partir daí as questões reivindicatórias dos operários passaram a serem vistos como “caso 
de polícia”, com a perseguição e punição de imigrantes que tivessem envolvimento nas 
greves do período (ALVES, 2017).
 Lei Adolfo Gordo de 1904 /Lei Celerada de 1927.
FIQUE ATENTO
67
VAMOS PENSAR?
Na imagem de 2014, uma greve de 10 mil operários da construção civil em Forta-
leza, cujas demandas eram por melhoria salarial, aumento no benefício do plano 
de saúde, melhores condições de trabalho, aumento nos auxílios da cesta básica, 
combustível e creche.
Podemos pensar que os movimentos sociais de trabalhadores ainda hoje utilizam 
de méto-dos parecidos com o dos operários da Primeira República, como as greves 
e a organização sindical. E que a luta pelos diretos trabalhistas no Brasil tem um 
longo caminho e que ainda segue. Para refletir sobre o assunto, acesse:
LINK: https://bit.ly/2MUJKm6
 Em 1922 criou-se no Brasil o Partido Comunista Brasileiro o PCB, organização que 
teve grande relevância no processo da organização do movimento operário no Brasil. E aos 
poucos começaram a ser tomadas algumas iniciativas para a criação de uma legislação 
social no país e o controle dos contratos de trabalho. Contudo, foi só a partir de 1930 que 
uma legislação relativa ao campo do trabalho foi realmente implementada. Sendo o direito 
social brasileiro um grande mote da Era Vargas (ALVES, 2017).
Para saber mais acerca do início do processo de industrialização no Brasil e da 
penetração das ideias anarquistas entre os trabalhadores através da imigração 
estrangeira - principalmente portugueses, italianos e espanhóis, e a forma como o 
governo brasileiro lidou com isso
LINK: https://bit.ly/2NaLFDm
BUSQUE POR MAIS
68
5.4 O MODERNISMO NA ARTE BRASILEIRA
 Outro ponto efervescente nas primeiras décadas do século XX no Brasil era a 
preocupação em se discutir a identidade e os rumos da nação.
Todos tinham algo a dizer - políticos, militares, empresários, trabalhadores, mé-
dicos, educadores, mas também artistas e intelectuais. Como deveria ser o Brasil 
moderno? Através da literatura, das artes plásticas, da música, e mesmo de ma-
nifestos, os artistas e intelectuais modernistas buscaram compreender a cultura 
brasileira e sintonizá-la com o contexto internacional. (CPDOC, online)
 Do ponto de vista cultural foi um momento bastante produtivo. Partindo da vontade 
de criar uma identidade nacional através da arte, artistas como Oswald de Andrade, 
Mário de Andrade e Tarsila do Amara, buscaram fazer uma arte genuinamente brasileira. 
Trabalhos que puderam ser vistos na Semana de Arte Moderna que ocorreu em 1922 em 
São Paulo, evento que foi um marco do movimento modernista brasileiro.
Figura 12: Vários trabalhos da arte modernista de Tarsila do Amaral
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3p0D0R4 Acesso em 30 dez. 2020
A República revisitada: construção e consolidação do projeto republicano brasilei-
ro de Cláudia M. R. Viscardi, José Almiro de Alencar.
 
LINK: https://bit.ly/3tCiIRs
BUSQUE POR MAIS
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1 - (UNIFESP-2005) “Será exagero… dizer-se que os colonos se acham sujeitos a uma nova 
espécie de escravidão, mais vantajosa para os patrões do que a verdadeira, pois recebem 
os europeus por preços bem mais moderados do que os dos africanos… Sem falar no fato 
do trabalho dos brancos ser mais proveitoso do que odos negros?”.
DAVATZ, Thomas, Memórias de um colono no Brasil, 1854-1857
Do texto pode-se afirmar que:
a) denuncia por igual a escravidão de negros e brancos.
b) revela a tentativa do governo de estimular a escravidão branca.
c) indica a razão pela qual fracassou o sistema de parceria.
d) defende que o trabalho escravo é mais produtivo que o livre.
e) ignora o enorme prejuízo que os fazendeiros tiveram com a contratação dos colonos.
2 - “A economia brasileira prosperou durante toda a segunda metade do século XIX. Esse 
desenvolvimento desenvolveu-se principalmente, ao progresso continuado da cafeicultura. 
Diante dos problemas criados pela expansão econômica sobressai a escassez de mão de 
obra. Esse desenvolvimento traduz-se numa efetiva ‘fome de braços’”.
IANNI, Otavio. História geral da civilização brasileira. (com adaptações)
No contexto do texto acima, qualo significado da expressão “fome de braços”?
a) significa falta de comida para os trabalhadores da agricultura cafeeira.
b) significa a falta de trabalhadores para a agricultura cafeeira.
c) significa que no século XIX ainda havia tribos de canibais no Brasil.
d) significa o excesso de oferta de trabalhadores na agricultura cafeeira.
e) significa falta de comida por excesso de trabalhadores.
3 - (FGV-2005) [...] tem-se ressaltado o [seu] caráter espontâneo [...] e não há motivo para se 
rever o fundo dessa qualificação. A ausência de um plano, de uma coordenação central, 
de objetivos pré-definidos é patente. Os sindicatos têm restrito significado; o Comitê de 
Defesa Proletária — expressão da liderança anarquista e em menor escala socialista — 
não só se forma no curso do movimento como procura apenas canalizar reivindicações. O 
padrão de agressividade da greve relaciona-se com o contexto sociocultural de São Paulo 
e com a fraqueza dos órgãos que poderiam exercer funções combinadas de
representação e controle.
FAUSTO, Boris. Trabalho urbano e conflito social. 
O texto faz referência:
a) à Greve Geral de 1917.
b) à Greve pelas oito horas de 1907.
c) à Intentona Comunista de 1935.
d) à Revolução Constitucionalista de 1932.
FIXANDO O CONTEÚDO
70
e) ao Levante Tenentista de 1924.
5 - (MACK-2004) Em poucos anos, entre o final do século XIX e início do XX, a capital paulista 
consolidou-se como grande centro capitalista, integrador regional, mercado receptor e 
distribuidor de produtos e serviços, fatores vinculados ao crescimento da produção cafeeira.
MATOS, Maria Izilda. A cidade em debate.
A respeito da cidade de São Paulo e da sua relação com a economia cafeeira, podemos 
afirmar que:
a) o café acumulou capitais para a indústria e atraiu a mão de-obra imigrante, favorecendo, 
também, o crescimento da população urbana.
b) a entrada de imigrantes foi um fator negativo para a diversificação da economia regional.
c) a Lei das Terras, de 1850, contribuiu para a acumulação de capitais pelo trabalhador 
imigrante em São Paulo, possibilitando, a ele, ter amplo acesso à propriedade fundiária.
d) as fazendas de café do oeste paulista permaneceram utilizando trabalho escravo, ao 
contrário da mentalidade empresarial da burguesia agrária do Vale do Paraíba.
e) embora a produção cafeeira fosse considerável, não suplantou, em fins do século XIX, 
o açúcar no comércio de exportação e isso garantiu o poder político para os senhores de 
engenho.
6 - Nas primeiras décadas do século XX aceleraram-se a industrialização, a urbanização, o 
crescimento do proletariado e do empresariado. De outro lado, permaneceram a tradição 
colonialista, os latifúndios, o sistema oligárquico e o desenvolvimento desigual das regiões.
CPDOC. 
Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/ Acesso em: 30 dez. 2020. 
O contexto a que refere o texto é
 
a) a Era Vargas.
b) a Primeira República no Brasil. 
c) a Guerra do Contestado. 
d) o Período Regencial no Brasil 
e) A Republica da Cisplatina.
7 - (FATEC-2009 – com adaptações) Considere o texto. 
Entre 1906 e 1920, [...] foram realizadas três Congressos operários no Brasil, que reuniram 
sindicatos e associações de todo o pais. Realizados no rio de Janeiro, tais Congressos 
contaram com praticamente todos os estados brasileiros.
DECCA, maria Auxiliadora Guzzo de. Industria, trabalho e cotidiano: Brasil – 1889 a 1930. São Paulo: Atual, 1991, p.83.
Os Congressos, a que o texto se refere,
a) legitimaram as associações beneficentes, reconhecendo-as como as únicas capazes 
de trazer benefícios sociais e econômicos aos trabalhadores rurais e, principalmente, aos 
operários.
b) foram organizados pelo Partido Comunista do Brasil, que conseguiu aprovar resoluções 
iguais as estabelecidas pelas Internacionais Sociedades, realizada após a Revolução Rússia.
71
c) aprovaram resoluções com o objetivo de unir os trabalhadores na luta por reivindicações 
imediatas e de organizar a classe operária para a construção de uma sociedade igualitário.
d) proibiram a participação de estrangeiros na composição dos sindicatos por considerá-
los agentes radicais de organizações internacionais, descomprometidos com os brasileiros.
e) tiveram como ideólogos que representavam a corrente majoritária no interior do 
movimento do dos trabalhadores naquele contexto histórico.
8 - (UNIFESP-2007) Em tempos de forte turbulência republicana, o ano de 1922 converteu-
se em marco simbólico de grandes rupturas e da vontade de mudança. Eventos como a 
Semana de Arte Moderna, o levante tenentista, a criação do Partido Comunista e ainda 
a conturbada eleição presidencial sepultaram simbolicamente a Velha República e 
inauguraram uma nova época. 
CAMARGO, Aspásia. “Federalismo e Identidade Nacional”, Brasil, um século de transformações. 2001.
Pode-se afirmar que a situação descrita decorre, sobretudo,
a) do forte crescimento urbano e das classes médias.
b) do descontentamento generalizado dos oficiais do Exército.
c) da postura progressista das elites carioca e paulista.
d) do crescimento vertiginoso da industrialização e da classe operária.
e) da influência das vanguardas artísticas europeias e norte- americanas.
72
O FIM DA PRIMEIRA REPÚBLICA UNIDADE
06
73
6.1 INTRODUÇÃO
 A Primeira República (1889-1930) tinha suas bases na aliança entre as oligarquias (a 
política do café com leite) que para a manutenção do poder se alternavam através de seus 
representantes na presidência do país. Contudo, a partir de 1920 esse cenário começa a se 
modificar. 
 Grupos das elites de outros estados estavam descontentes por não participar das 
principais decisões do país. Era o caso das oligarquias do Rio Grande do Sul, Bahia e Rio de 
Janeiro que em 1922 indicam como candidato Nilo Peçanha (que acabou perdendo), em 
oposição ao mineiro Arthur Bernardes. 
 No exército também havia insatisfações que deram origem ao movimento tenentista. 
 Nos anos de 1930, a oligarquia mineira se junta a oposição que lança o nome de Getúlio 
Vargas ao poder. Sua derrota para o paulista Júlio Prestes está no cerne da Revolução 
de 1930. O descontentamento de vários grupos sociais e uma grave crise econômica 
provocaram o colapso da primeira República.
6.2 A CRISE OLIGÁRQUICA
 O contexto estava mudando, o poder das oligarquias paulista e mineira já não era tão 
hegemônico. No Brasil na década de 1920 novos grupos sociais passaram a exercer influência 
política e econômica no país. A sociedade urbana era formada por grupos distintos, tanto 
industriais, quanto comerciantes, funcionários públicos e profissionais liberais. Ao alcançar 
um maior poder aquisitivo, eles também passam a reivindicar maior participação política 
e participar das decisões econômicas.
 Com o desenvolvimento das indústrias no país, formou-se uma burguesia industrial. 
Essa burguesia estava insatisfeita com a política econômica do governo que beneficiava 
as oligarquias cafeeiras, isso porque era dominada por seus representantes. Os industriais 
reivindicavam medidas que protegessem os produtos industrializados brasileiros 
e dificultassem a importação de produtos de outros países. Os industriais além de 
empréstimos para modernizar o maquinário, buscavam o apoio do governo para dinamizar 
e incentivar a fabricação nacional de produtos como tecidos, calçados, chapéus, biscoitos, 
implementos agrícolas, entre outros.
 Outro ponto importante é que o país enfrentava uma grave crise econômica.
 A década de 1920 foi marcada por tendências desagregadoras. Muitos grupos 
estavam insatisfeitos com o governo oligárquico:
 Militares – reivindicavam maior participação política e o reconhecimento de 
sua importância na defesa do território. Muitos militares apoiavam a modernização e a 
industrialização do país, contrariando a política agroexportadora adotada pelos primeiros 
presidentes da Primeira República. Os levantes tenentistas também impactaram o poder 
oligárquico, os militares que aderiram a esses movimentos viam no exército o agente 
purificador do regime.
 Operários– se organizaram em sindicatos para exigir melhorias nas condições de 
trabalho. Passaram a promover greves para reivindicar a diminuição da jornada de trabalho, 
melhores salários, férias, 13°, melhorias nas instalações das fábricas e regulamentação 
do trabalho infantil. O movimento operário se desenvolvia e apesar de violentamente 
reprimido, obteve conquistas e organizou sindicatos e partidos.
74
 Os ex-escravos e seus descendentes após três décadas de abolição, ainda sofriam 
discriminação. Nas cidades muitos faziam trabalhos domésticos nas casas de famílias 
escravocratas. Também trabalhavam na construção, prestavam serviços nas ruas ou eram 
ambulantes. Não costumavam trabalhar nas fábricas, onde a maioria dos empregados era 
imigrantes europeus.
 Enquanto nas cidades a sociedade urbana se modernizava, no campo, grandes áreas 
do interior permaneciam organizadas com base na tradição rural e os coronéis dominavam 
o cenário político (representantes da oligarquia). Assim como, dominavam a produção. Cana 
de açúcar e cacau no Nordeste, no Centro Oeste eram grandes pecuaristas, produtores de 
erva mate e charque. A mão de obra no interior no campo composta por camponeses, 
seringueiros, mineiros, vaqueiros e sertanejos trabalhava muitas horas e recebia baixos 
salários. Um contexto no qual líderes religiosos exerciam grande influência. No Nordeste 
a população enfrentava ainda seca e a fome sem receber auxílio do governo. Para tentar 
se livrar do jugo dos coronéis, os pobres rurais organizam movimentos contestatórios, 
sobretudo no sertão nordestino.
No Sertão uma das reações ao poder oligárquico e aos mandos dos coronéis foi o Cangaço
Nas primeiras décadas do século XX o domínio dos coronéis (grandes fazendeiros/ poder). 
O cangaço adquiriu grande importância eram pessoas que se revoltavam, contra a opressão e 
passavam a vida na ilegalidade – assaltos/ saques – nas fazendas e cidades do Sertão. Tinham 
o apoio de boa parte da população pobre, possuíam um código de honra próprio e ajudavam 
os necessitados. A figura mais emblemática desse contexto foi Virgulino Ferreira da Silva, o 
Lampião que defendia os necessitados do Sertão da exploração. 
A estratégia dos cangaceiros era usar a violência para gerar pânico. Governo e polícia tinham 
dificuldade para combatê-los, pois eram bem armados e tinham conhecimento da região, e 
muitas vezes contavam com o apoio da população local.
Fim do cangaço: com a melhoria na comunicação e transporte entre o Sertão e os grandes 
núcleos urbanos e com a introdução de armas modernas pelo Estado, muitos cangaceiros 
foram mortos e outros se entregaram. No final da década de 1930 com a morte de lampião, o 
cangaço chega ao fim.
FIQUE ATENTO
VAMOS PENSAR?
Cangaço Moderno?
Nos últimos anos, ações de bandos armados que agem especificamente assal-
tando instituições financeiras como agências bancárias e carros-fortes vêm sen-
do chamadas por alguns de “Cangaço moderno”. 
Leia a reportagem e pense se o paralelo entre as ações de grupos armados no 
momento atual podem ser associadas à ação dos cangaceiros na Primeira Repú-
blica.
LINK: https://bit.ly/3q4pwoO
75
6.3 A CRISE DOS ANOS 20
 O início da República brasileira foi marcado pelo mecanismo estruturado pela política 
dos governadores e pelos acordos que garantiam a autonomia aos grupos oligárquicos 
dominantes nos estados, que retribuíam dando apoio político ao governo central através 
de suas bancadas no Congresso. Um pacto que não deixou espaço para outros grupos 
participarem politicamente, gerou muitas fraudes eleitorais e excluiu da política a maior 
parte da população.
Política dos Governadores: Nome com que ficou conhecido o arranjo político promovido pelo 
presidente Campos Sales (1898-1902) e os governadores e presidentes estaduais com o objetivo 
de superar as incertezas políticas que marcaram os primeiros governos da República. Baseado 
no compromisso presidencial de não intervir nos conflitos regionais em troca da garantia do 
pleno controle do Executivo sobre o Congresso, o acordo incluiu manobras políticas que per-
mitiram minimizar a influência das oposições e selou o comprometimento da presidência da 
República com as oligarquias dominantes nos estados, estabelecendo um novo equilíbrio en-
tre estes e o poder central. A “política dos governadores” é considerada a última etapa da mon-
tagem do sistema oligárquico ou liberalismo oligárquico, que permitiu, de forma duradoura, o 
controle do poder central pela oligarquia cafeeira. Esse domínio se manifestou na hegemonia 
política dos estados de São Paulo e Minas Gerais na indicação dos presidentes da República, a 
chamada “política do café-com-leite”, que vigorou até a Revolução de 1930. (DIAS, online).
FIQUE ATENTO
 Como vimos na Unidade 3, o fato do voto não ser secreto e pelos mecanismos 
utilizados para reprimir a posse caso candidatos que não fizessem parte da política dos 
governadores fossem eleitos, garantiram que o poder se mantivesse por anos nas mãos 
das oligarquias. Oito dos treze presidentes da Primeira República vieram das principais 
oligarquias, os estados mais influentes no momento (São Paulo e Minas Gerais), deixando 
os estados com menor força política à margem da participação política. Mas na medida 
em que ganhava importância no cenário nacional, estados como Rio Grande do Sul, Rio de 
Janeiro e Bahia reivindicavam maior participação a fim de defender seus interesses. 
 Nas eleições de 1922 esses estados se uniram com a intenção de romper com o 
revezamento de São Paulo e Minas na presidência. Criou-se um movimento de oposição 
(a Reação Republicana), que lançou Nilo Peçanha como candidato, para concorrer com o 
candidato de Minas, Arthur Bernardes. A Reação Republicana visava os votos das classes 
médias urbanas.
Até aí não havia grandes novidades. Parecia que a lei de ferro das sucessões pre-
sidenciais na Primeira República iria se manter, isto é, a oposição iria concorrer, 
perder e reclamar das fraudes sem resultado. A história, no entanto, foi um pou-
co diferente. Para começar porque pela primeira vez organizava-se uma chapa 
de oposição forte com o apoio de importantes grupos regionais. Além disso, o 
movimento contou com a adesão de diversos militares descontentes com o pre-
sidente Epitácio Pessoa, que nomeara um civil para a chefia do Ministério da 
Guerra. Finalmente, a Reação Republicana conseguiu, em uma estratégia prati-
camente inédita na história brasileira, desenvolver uma campanha baseada em 
comícios populares nos maiores centros do país. O mais importante deles foi o 
comício na capital federal, quando Nilo Peçanha foi ovacionado pelas massas. 
(CPDOC, online).
76
 A campanha eleitoral foi bastante polêmica, circulou na imprensa cartas que se 
diziam ser de Arthur Bernardes, nas quais desrespeitava os militares. Bernardes negou 
a autoria, porém, o fato fez com que aumentasse a oposição dos militares a sua eleição. 
Durante essa campanha a imagem de Arthur Bernardes ficou marcada como político 
antimilitar por causa de cartas falsas e das supostas críticas feitas por ele aos militares. 
Posteriormente, foi divulgado que as cartas eram falsas, mas não adiantou. A situação se 
agravou quando eleito: Arthur Bernardes fechou o clube militar – a partir daí iniciou-se 
revolta e contestação dentro do exército.
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 A conspiração das cartas falsas não impediu que a eleição ocorresse e que Bernardes 
fosse eleito, mas nem a oposição, nem os militares aceitaram o resultado. E a tensão 
perdurou durante todo o mandato de Bernardes. Houve alguns levantes que foram 
derrotados. Contudo, era o início domovimento tenentista.
Para se aprofundar acerca dos fatos que levaram a crise ocorrida no Brasil em 
1920 e o seu desenrolar.
A República revisitada: construção e consolidação do projeto republicano brasilei-
ro de Cláudia M. R. Viscardi e José Almiro de Alencar.
LINK: https://bit.ly/3tCiIRs
BUSQUE POR MAIS
77
6.4 O TENENTISMO E A COLUNA PRESTES
• Movimento Tenentista
 
 Entre os anos de 1922 e 1924 ocorreram vários levantes pelo Brasil. Devido a 
grande participação de jovens oficiais (tenentes e capitães) que estavam insatisfeitos 
com o governo e com o poder das oligarquias, esses levantes ficaram conhecidos como 
movimentos tenentistas, ou tenentismo. O surgimento do tenentismo contribuiu para a 
desestabilização da ordem política do momento. 
 Os participantes do movimento tenentista eram contrários à forma de como se fazia 
política no Brasil. Os tenentes criticavam o sistema eleitoral brasileiro, o fato de todos os 
recursos da economia brasileira se direcionarem as elites oligárquicas, o privilégio dado 
aos grupos agroexportadores por meio das políticas protecionistas do governo federal, o 
poder dos coronéis que usavam o estado brasileiro em benefício próprio, o descontrole das 
finanças públicas, o crescimento da dívida externa e defendiam a ideia de eleições diretas, 
secretas e democráticas. 
 Tinham como objetivos: destituir as oligarquias do poder, pois as consideravam 
corruptas e atrasadas e realizar reformas políticas. Desejavam reformar as instituições 
republicanas (principalmente através da centralização do poder e do nacionalismo), eles 
consideravam os grupos oligárquicos dominantes como representantes do imperialismo.
 Outro ponto era o desejo de modernizar o exército, que no começo dos anos 1920 vivia 
uma situação difícil, com falta de armamento, cavalos, medicamentos, e outros recursos. 
Os oficiais brasileiros se ressentiam politicamente e estavam descontentes com os baixos 
salários. “Esta situação afetava particularmente os tenentes. Havia um grande número 
deles, e as promoções eram muito lentas. Um segundo-tenente podia demorar dez anos 
para alcançar a patente de capitão” (CPDOC, online).
 Num contexto de insatisfação com a forma como a política brasileira era feita e a 
frustração com as condições do Exército, foram realizados diversos levantes militares, os 
“movimentos tenentistas”. Sendo os principais eventos do tenentismo transcorridos na 
década de 1920: os 18 do Forte, os levantes de 1924, e a Coluna Prestes.
• 18 do Forte
 O primeiro grande movimento feito pelos tenentes ficou conhecido com “os 18 do 
forte” e ocorreu em 1922. Quando revoltosos realizaram um levante no forte de Copacabana 
no Rio de Janeiro, disparando canhões em redutos do Exército. As forças legais reagiram 
bombardeando o forte, E várias tentativas propondo uma rendição foram feitas, porém, 
em vão.
 Apósc essa tentativa de organizar um movimento para derrubar o governo, que 
acabou não tendo êxito, e diante a impossibilidade de prosseguir com a revolta. Os 
membros do levante decidiram não se render e marcharam pela Avenida Atlântica de 
encontro às forças legalistas. Assim, 18 jovens saíram pelas ruas para desafiar as forças 
federais. Em marcha, travaram um tiroteio com as forças legais, cujo saldo foi que apenas 
dois sobreviveram ao confronto: os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes. 
 Pouco tempo cdepois Artur Bernardes assumiu a presidência da República, 
decretando estado de sítio em razão do levante ocorrido no forte de Copacabana.
78
• Levantes de 1924
 Em 1923 os envolvidos no levante do forte de Copacabana foram julgados e punidos, 
sob a acusação de promover um golpe de Estado. Com essas medidas, se agravaram as 
relações entre o Exército e o governo federal. Uma tensão crescente que eclodiu com uma 
rebelião militar em São Paulo e os levantes de 1924. 
 Os revoltosos ocuparam pontos da capital paulista como as estações da Luz, da 
Estrada de Ferro Sorocabana e do Brás, além dos quartéis da Força Pública, entre outros. 
Ao que as tropas legalistas reagiram com um forte bombardeio em São Paulo. Essa ação 
provocou o caos generalizado na cidade, com a população em pânico, assaltos, saques e 
muita correria. 
 Após o enfrentamento, os rebeldes decidem deixar a cidade e ir em direção ao interior, 
seguindo em luta. Paralelamente aos levantes em São Paulo, ocorriam insurgências em 
outros locais do país, como Paraná e Rio Grande do Sul. Assim, os rebeldes de São Paulo 
juntaram-se a outros em Foz do Iguaçu - PR formando o contingente que deu início à 
marcha da Coluna Prestes.
• Coluna Prestes
Figura 14: Parte do mapa do percurso da coluna - setor oeste, 
1925/1927.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3q2rJki 
Acesso em 30 dez. 2020
 Com a repressão dos levantes de 1924 em São Paulo e os avanços das forças legais 
na cidade, os revoltosos deixaram a capital paulista e em marcha seguiram pelo interior 
do estado na direção sudoeste. Eclodiam no período, outros movimentos de grupos de 
tenentes que organizavam seus motins. 
 Duas figuras muito importantes desses movimentos foram Miguel Couto e Luiz 
Carlos Prestes, líderes de uma nova forma de resistência. Prestes usava como estratégia 
não lutar diretamente contra o governo do Presidente Arthur Bernardes, Seu modo de agir 
era seguir em marcha, percorrendo todo o país, aglutinado homens dispostos a se juntar-
se a seu grupo no combater as formas de organização da Primeira República. Assim, o 
grupo percorreu mais de 25000 Km em três anos de caminhada. 
 Apesar de não terem conseguido vitórias expressivas, foi importante, pois instaurou 
um novo formato de resistência no Brasil. A Coluna Prestes, como ficou conhecida a 
marcha, chegou ao fim na Bolívia. O movimento não alcançou o seu objetivo principal que 
era acabar com o poder das oligarquias, mas contribuiu para a criação de uma conjuntura 
que encaminharia ao fim a república oligárquica.
79
6.5 O MOVIMENTO DE 1930
 O sucessor de Arthur Bernardes foi Washington Luiz, em seu governo a situação se 
acalmou um pouco. O presidente levantou o estado de sítio visando reduzir a repressão 
política. Entretanto, quando chegam as eleições de 1930, a crise política se acirra novamente. 
Em especial porque ao contrário do que se esperava, Washington Luiz indica para sua 
sucessão Júlio Prestes e não como se esperava, o mineiro Antônio Carlos. Com isso rompeu-
se a aliança que havia dominado por décadas a política brasileira.
 Essa decisão ocasionou o rompimento da política do café com leite, o pacto entre as 
oligarquias de Minas e São Paulo se rompe e a oposição forma a Aliança Liberal. Contando 
agora com o apoio da oligarquia mineira, do Partido Democrático, e de diversos setores 
civis e militares, lançam a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas para a presidência.
 Ainda assim, vence Júlio Prestes, derrotando o candidato da oposição, Getúlio Vargas, 
desencadeando uma crise política no país. Denúncias de fraude circulam pela imprensa e 
grupos oposicionistas civis e militares começaram a conspirar. Seguem-se meses de tensão 
política que acabam tendo como desfecho a derrubada de Washington Luiz na Revolução 
de 1930.
• A Era Vargas
 Após comandar a Revolução de 1930 que derrubou o então presidente Washington 
Luiz, Getúlio Vargas assumiu o poder. A chamada Era Vargas, é o nome que se dá ao 
período em que Vargas governou o Brasil por 15 anos ininterruptos, de 1930 a 1945. Um 
período significativo da história brasileira no qual Vargas realizou inúmeras alterações 
sociais e econômicas no país. Seus 15 anos de governo caracterizaram pelo nacionalismo e 
populismo.
O Museu da República é sediado no Palácio do Catete no Rio de Janeiro, na antiga 
sede do governo federal, mas pode ser visitado virtualmente através do site.
LINK: https://bit.ly/2YUdUbI
BUSQUE POR MAIS
Estado de sítio: instrumento utilizado pelo Chefe de Estado em que se suspende temporaria-
mente os direitos e as garantias dos cidadãos e os Poderes Legislativo e Judiciário ficam sub-metidos ao Executivo, tendo em vista a defesa da ordem pública. 
Hegemonia: influência absoluta, liderança ou superioridade. Supremacia que algo ou alguém 
exerce em relação aos demais.
GLOSSÁRIO
80
1 - (FUVEST-2009) Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita 
Filho escreveu: “... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, 
mas pelos caprichos de um número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem 
todos quantos pretendem um lugar nas assembleias estaduais e federais”.
A crise nacional, 1925. De acordo com o texto, o autor
a) critica a autonomia excessiva do poder legislativo.
b) propõe limites ao federalismo.
c) defende o regime parlamentarista.
d) critica o poder oligárquico.
e) defende a supremacia política do sul do país.
2 - O episódio das cartas falsas durante as eleições presidenciais de 1922 no Brasil
a) garantiu a vitória da oposição, fazendo com que Reação Republicana alcançasse seus 
objetivos. 
b) ajudou na eleição de Deodoro da Fonseca, pelo conteúdo militar. 
c) não impediu que Arthur Bernardes fosse eleito, porém, manchou sua imagem como um 
político antimilitar. 
d) fez com que fosse criada a primeira lei contra o uso de notícias falsas para influenciar 
eleições. 
e) fez com que se fortalecesse a política dos governadores.
3 - (UFSCAR-2008) Em julho de 1924, a elite paulista buscava fugir da capital bombardeada 
a esmo pelas forças legalistas, descendo a serra em seus automóveis ou em táxis. [...]
O bombardeio desencadeado pelas forças legais ao governo constituía o principal motivo 
do pânico. Situadas em uma posição elevada do Alto da Penha, um bairro ainda periférico, 
lançavam tiros de canhão contra a cidade, com uma imprecisão espantosa.
FAUSTO, Boris. Negócios e ócios. Histórias da imigração, 1997.
Os acontecimentos descritos no texto referem-se à:
a) Revolta dos Tenentes.
b) Revolução Constitucionalista.
c) Deposição de Washington Luís.
d) Intentona Comunista.
e) Revolta da Armada.
4 - (MACK-2003) “A Revolução de 1930 seria inexplicável sem o jogo das forças estaduais 
e regionais em luta para reequacionarem sua posição e influência no âmbito do Estado 
Nacional”
IANNI, Octávio. A ideia do Brasil Moderno 
Podemos justificar o pensamento do autor por que: 
FIXANDO O CONTEÚDO
81
a) além do interesse em criar novas perspectivas capitalista, havia, sem dúvida, a revolta 
dos estados periféricos contra o monopólio do poder de São Paulo e Minas Gerais sobre a 
nação.
b) a Revolução de 1930 foi somente a expressão dos interesses das camadas médias, que se 
manifestavam por meio do Tenentismo.
c) o Estado Oligárquico permanecia forte e homogêneo na composição das forças políticas 
em 1930.
d) a crise de 1929 não teve relação com a eclosão revolucionária.
e) a cisão das oligarquias não enfraqueceu as forças políticas no poder e não contribuiu 
para a queda de Washington Luís.
5 - A Revolução de 1930
a) fez com que Washington Luiz permanecesse no poder para um, segundo mandato.
b) derrubou o então presidente Washington Luiz e foi o momento no qual Getúlio Vargas 
assumiu o poder.
c) levou Luiz Carlos Prestes ao poder e a instauração de um governo comunista no Brasil. 
d) foi deflagrada pelos cangaceiros para levar melhores condições aos sertanejos pobres. 
e) iniciou o movimento tenentista e o combate da hegemonia das oligarquias no Brasil.
6 - (ESPCEX (AMAN) 2014) No dia 5 de julho de 1922, três dias depois de ter sido decretada 
a prisão de Hermes da Fonseca, 302 jovens militares do Forte de Copacabana, no Rio de 
Janeiro, se sublevaram. Para reprimi-los, o governo enviou para lá cerca de 3 mil soldados, 
que cercaram a fortaleza. Numericamente inferiorizados, a grande maioria dos amotinados 
se rendeu, mas poucos militares, mesmo sem condições de enfrentar as tropas legalistas, 
saíram pelas ruas de Copacabana de armas em punho. No meio do caminho, alguns rebeldes 
debandaram [...]. Nos tiroteios que se seguiram, apenas dois rebeldes sobreviveram. 
 (AZEVEDO & SERIACOPI, 2007).
O texto acima, descreve o(a): 
a) Intentona Comunista, movimento desencadeado a partir de alguns quartéis do Rio de 
Janeiro, Recife e Natal, e que seguindo o exemplo do que ocorria na Rússia, objetivava a 
implantação do comunismo no Brasil.
b) revolta dos 302 do Forte, tentativa de golpe de Estado que tinha como intuito colocar o 
Marechal Hermes da Fonseca na presidência do País.
c) Intentona Integralista, tentativa de tomada de poder por forças de extrema direita, com 
o objetivo de introduzir um governo centralizado com fortalecimento do Poder Executivo.
d) episódio que ficou conhecido como os 18 do Forte, e que marca o início do movimento 
conhecido como Tenentismo.
e) Revolta da Armada, iniciada no Rio de Janeiro e disseminada por todo o sul do Brasil, 
unindo forças com os integrantes da Revolta Federalista.
7 - (MACK-1998) “Em julho de 1924, a elite paulista buscava fugir da capital, bombardeada 
a esmo pelas forças legalistas [...]. Os misteriosos tenentes, dos quais toda a gente falava, 
tinham ocupado a cidade”.
Boris Fausto
82
O trecho se reporta a um dos movimentos tenentistas dos anos 20, cujo objetivo era:
a) Defender o setor cafeeiro em detrimento dos demais produtos nacionais.
b) Apoiar o governo de Artur Bernardes, representante de seus ideais.
c) Introduzir um governo esquerdista, apoiando as reivindicações anarco-sindicalistas.
d) Estabelecer o voto secreto e a derrubada da oligarquia paulista, expressão dos piores 
vícios do regime.
e) Restabelecer o governo monárquico, considerado politicamente mais estável.
8 - 
A imagem satiriza um acontecimento histórico no qual:
a) O presidente Washington Luiz foi deposto do governo e o poder foi entregue a Getúlio 
Vargas.
b) Getúlio Vargas assumiu a presidência do Brasil após uma longa batalha com as oligarquias 
rurais. 
c) Getúlio Vargas, com o apoio das oligarquias de Minas e São Paulo, chegou a presidência. 
d) Washington Luiz foi derrotado nas eleições presidenciais pelo candidato Getúlio Vargas.
e) a expulsão dos legalistas de Manaus.
83
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 1
UNIDADE 3
UNIDADE 5
UNIDADE 2
UNIDADE 4
UNIDADE 6
QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C
QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 B
QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 D
QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 E
QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 A
QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 A
84
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publica-federal-na-republica-velha
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87
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HISTÓRIA NO PAINT. Meme Política do Café com Leite. Disponível em: https://www.
instagram.com/historianopaintoficial/?hl=pt-br Acesso em: 27 nov. 2020.
88
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