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Custos de aquisição e controle de estoque

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Objetivos
Módulo 1
Base de cálculo e lançamento contábil
Custos de
aquisição e
controle de
estoque
Colaboração
Prof. Rodrigo de Oliveira Leite
Prof.ª Stephanie Kalynka
Descrição
Abordagem dos principais pontos sobre a
contabilidade de custos aplicada ao controle
de estoque.
Propósito
Compreender os principais aspectos do
cálculo e da contabilização de custos para as
empresas industriais e as diversas maneiras
da aplicação de ambos em cada produto
individual, assim como o cálculo do custo
das mercadorias vendidas.
Preparação
Tenha em mãos uma calculadora ou um
sistema eletrônico de planilhas (Excel) para
fazer os cálculos necessários durante a
leitura deste conteúdo.
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Descrever a base de cálculo e o lançamento contábil do custo
de aquisição de materiais.
Acessar módulo
Módulo 2
PEPS, UEPS, CMP e preço especí�co
Descrever as diferentes formas de cálculo do custo das
mercadorias vendidas: PEPS, UEPS, CMP e preço específico.
Acessar módulo
Módulo 3
Classi�cação dos custos
Classificar os custos em diretos, indiretos, fixos e variáveis.
Acessar módulo
Módulo 4
Custo total e unitário de produtos
Empregar o método do rateio para o cálculo do custo total e
unitário de produtos.
Acessar módulo

Introdução
Abordaremos neste conteúdo os aspectos técnicos da
contabilidade de custos para o cálculo e o registro contábil dos
custos de produção das empresas, bem como o custo de
mercadorias vendidas.
Há diversos métodos utilizados pelas empresas:
Base de cálculo e lançamento contábil do custo de aquisição
de materiais.
Fichas de controle de estoques pelos métodos PEPS, UEPS,
CMP e preço específico.
Classificação dos custos em diretos, indiretos, fixos e
variável.
Método de rateio do custo indireto de fabricação.
O presente conteúdo tenta ser completo, trazendo para você os
principais métodos – ainda que de forma simples e direta.
1
Base de cálculo e lançamento contábil
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever a base de cálculo e o lançamento contábil do custo de aquisição de materiais.
Custo de aquisição de
materiais: base de cálculo e
lançamento contábil
Para começar, é necessário que você saiba:
A Contabilidade é uma ciência que procura registrar
eventos econômicos e financeiros das empresas a fim
de auxiliar na tomada de decisão delas.
Dessa maneira, a utilização da contabilidade de custos é de extrema
importância para que as empresas e as entidades tomem decisões
corretas balizadas em informações confiáveis.
Para a tomada de decisões corretas sobre a operação de uma empresa
industrial, informações sobre o custo de aquisições de materiais são
cruciais, pois os materiais são a base do produto acabado. Desse modo,
cada real economizado nas aquisições de materiais pode se
transformar em um real a mais de margem de lucro e um real de
desconto no preço do produto, aumentando, assim, o volume de vendas.
Base de cálculo
A contabilidade de custos utiliza o princípio do “custo como base de
valor” (também chamado de “custo histórico”) para os lançamentos de
custos.
O valor a ser lançado na contabilidade da empresa é o
custo histórico, ou seja, aquele efetivamente pago pelo
produto – ou, nesse caso, pelas matérias-primas.
Entretanto, o custo de mercadorias, em muitas ocasiões, não é tão claro,
gerando dúvidas sobre o seu cálculo contábil. O exemplo a seguir
contém uma ambiguidade no cálculo do custo de mercadorias:
Exemplo
Uma empresa compra 1.000kg de aço para produção de vigas. O custo
unitário é de R$50,00 por quilo, porém, como comprou tamanha
quantidade de aço, ela conseguiu um desconto de 15% no preço final
para o pagamento à vista. O frete de R$2.000,00 foi pago pela empresa,
que também incorreu em um seguro obrigatório de R$200,00 pela carga.
Na nota fiscal, estão inclusos R$10.000,00 de impostos recuperáveis
(Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, Programa de Integração
Social – PIS e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
– COFINS) que a empresa poderá usar para abater de vendas no futuro e
R$800,00 de Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI) já
embutidos no preço original de R$50,00 por quilo.
Notemos que esse é bem complexo, porém uma compra real também é
tão complexa quanto, senão mais. Em muitos casos, encontramos
situações nas quais o cálculo do custo depende do julgamento subjetivo
do contador.
O que deve guiar o contador ou o administrador é o
princípio do “custo como base de valor”. Esse princípio
dita que o custo de um produto ou de uma matéria-
prima deve ser aquele para um ou outro estar
disponível para uso ou venda da empresa.
Aplicaremos então esse princípio na compra do exemplo acima para
obtermos o valor do custo total:
A empresa comprou R$50,00 x 1.000 = R$50.000,00 de aço. No entanto,
observemos que ela obteve um desconto de 15% no preço final;
portanto, não foram pagos R$50.000,00, e sim R$42.500,00
(R$50.000,00 menos os 15% que totalizam R$7.500,00).
Utilizando o princípio do “custo como base de valor”, vemos que, na
contabilização, tem de constar o valor efetivamente pago. Com isso,
obtemos uma base de cálculo de R$42.500,00. Entretanto, isso não é
tudo, tendo em vista que a empresa também incorreu em R$2.000,00 de
custos de frete.
Se ela não fizesse o frete da matéria-prima, não poderia utilizá-la; por
isso, a empresa precisa contabilizar esses R$2.000,00 como custo, pois
esse valor é um custo em que a empresa incorreu para ter a matéria-
prima disponível.
Isso eleva a base de cálculo para R$44.500,00. No entanto, a empresa
incorreu em R$200,00 de seguro obrigatório para o frete. Utilizando o
mesmo raciocínio anterior, verificamos que o valor da base de cálculo
agora é de R$44.700,00.
Falaremos agora sobre os tributos recuperáveis.
Exemplo
Uma empresa compra um produto de
R$100,00 pagando 18% de ICMS. Isso lhe
gera um crédito de ICMS de R$18,00 a ser
utilizado pela empresa no futuro: se ela o
vendesse por R$150,00, teria de pagar 18% x
R$150,00 = R$27,00 de ICMS; porém, como
tem um crédito de R$18,00, ela pagará
apenas R$27,00 – R$18,00 = R$9,00 de
ICMS.

Na prática, portanto, esse valor é um ativo para a empresa, que o
utilizará para abater do pagamento de impostos futuros.
Tributos
recuperáveis
São aqueles que geram
créditos futuros para
descontos. Por
exemplo, o ICMS, o PIS
e a Cofins.
Tributos não
recuperáveis
São aqueles que não
geram créditos para a
empresa. Por exemplo,
o IPI.
No exemplo anterior, alcançamos o valor de R$44.700,00 sem
consideramos os tributos na base de cálculo.
Utilizando o princípio do “custo como base de valor”, vemos que a
empresa não gastou esses recursos na mercadoria, e sim em créditos
para impostos futuros; portanto, os R$10.000,00 não integram a base de
cálculo do custo. Desse modo, a base de cálculo será de R$44.700,00 –
R$10.000,00 = R$34.700,00.
Já no caso do IPI, como a empresa não pode recuperar esse valor, ele é
integrado ao produto. Nesse caso, não precisamos fazer nada, pois os
R$800,00 já constavam na nota fiscal. Dessa maneira, a base de cálculo
do custo dos 1.000kg de aço foi de R$34.700,00 (ou R$34,70 por quilo).
Podemos, de forma genérica, definir a base de cálculo do custo de
aquisição da matéria-prima da seguinte maneira:

Atenção!
Os tributos recuperáveis geram um ativo que
a empresa poderá utilizar para descontar de
tributos futuros, constituindo, portanto, um
ativo em si mesmo de natureza diferente da
mercadoria.

Base de cálculo = valor integral - descontos + frete + seguro -
tributos recuperáveis
Dependendo da situação, pode haver outros custos de disponibilidade,
como, por exemplo, montagem e comissões. Além disso, outros tantos
podem (ou não) ser incluídos na base de cálculo dos custos de
aquisição de materiais. Cabe ao contador e à administração da empresaa utilização de julgamentos subjetivos nesses casos.
Lançamentos contábeis
Agora que já sabemos calcular a base de cálculo para o custo de
aquisição de matérias-primas, analisaremos como se faz o lançamento
contábil de tais fatos. Nesta seção, continuaremos o exemplo da seção
anterior para sabermos como a empresa que produz vigas utilizará a
contabilidade a fim de registrar os fatos relacionados à compra de
1.000kg de aço. Mas, primeiramente, vamos relembrar a situação.
A partir dessas informações, nós já sabemos o suficiente para realizar
os lançamentos contábeis. Primeiramente, faremos o lançamento do
valor pago pela compra dos 1.000kg de aço.
Esse lançamento é feito da seguinte forma (D se refere a débito e C a
crédito):
D – Estoque de matéria-prima = R$32.500,00
Relembrando!
A empresa comprou 1.000kg de aço e
incorreu nos seguintes fatos:
Base de cálculo dos custos de
aquisição: R$34.700,00
Tributos recuperáveis: R$10.000,00
Valor do frete: R$2.200,00
Valor do seguro: R$200,00
Valor pago pela compra: R$42.500,00

D – Tributos a recuperar = R$10.000,00
C – Caixa = R$42.500,00
Vemos que o valor pago pela compra foi dividido em dois locais
diferentes no ativo. O valor de R$10.000,00 – que se refere a tributos
que a empresa poderá abater de seus impostos no futuro – está
contabilizado em uma conta diferente denominada “Tributos a
recuperar”. Já o resto do valor de R$32.500,00 está contabilizado na
conta de “Estoque de matéria-prima”, virando, assim, parte da base de
cálculo do custo de aquisição de materiais.
Contudo, ainda temos de contabilizar o frete e o seguro, que serão dois
novos conjuntos de lançamento:

D – Estoque de matéria-prima = R$2.000,00
C – Caixa = R$2.000,00

D – Estoque de matéria-prima = R$200,00
C – Caixa = R$200,00
Agora o valor contabilizado no “Estoque de materiais” somou o valor
total da base de cálculo: R$32.500,00 + R$2.000,00 + R$200,00 =
R$34.700,00. Cada lançamento constitui uma contribuição diferente ao
valor do estoque:

Custo de aquisição

Frete

Seguro
Desse modo, os lançamentos contábeis serão feitos a débito na conta
de “Estoques de matéria-prima” e a crédito na conta de “Caixa”, caso o
valor seja pago à vista, ou a crédito na conta de “Fornecedores a pagar”
no passivo, caso a compra seja feita a prazo.
Como já sabemos contabilizar a base de cálculo dos custos, faremos a
seguir uma conclusão relativa ao conteúdo deste módulo.
Custo de aquisição de
materiais
Confira um pouco mais sobre o custo de aquisição de materiais: base de
cálculo e lançamento contábil.
Re�exões sobre a base de
cálculo e lançamentos
contábeis
Neste módulo, nós aprendemos a realizar o cálculo do custo de
aquisição de matérias-primas. Vimos também como se contabiliza o
valor da aquisição de mercadorias, bem como o dos tributos a
recuperar.

O estoque de matérias-primas é o primeiro passo na
fabricação do produto final da empresa. Contudo,
também estão presentes o custo dos produtos
vendidos e o do estoque de produtos acabados e em
processamento.
Veremos no próximo módulo como uma empresa gerencia os estoques
de produtos acabados, obtendo, assim, no custo das mercadorias
vendidas.
Questão 1
Uma empresa precisa levantar os custos de produção de
determinado mês e o profissional responsável pela identificação
desses custos buscou a nota de compra da matéria-prima utilizada
na produção e identificou as seguintes informações na Nota Fiscal:
Valor da Matéria-Prima: R$10.000
ICMS a recuperar: R$1.700
Frete: R$1.000
Seguro: R$1.500

Vamos praticar alguns
conceitos?
Falta pouco
para atingir
seus
objetivos.
Diante das informações, analise as afirmações a seguir e identifique
aquela que corresponde ao correto tratamento que o profissional
responsável pelo custo procedeu para levantamento dos custos dos
produtos.
Questão 2
Você está sendo contratado para identificar o custo unitário da
matéria-prima de determinado produto. Para isso você recebeu as
seguintes informações da nota de compra da matéria-prima
utilizada no mês:
Valor da matéria-prima: R$5.000
ICMS a recuperar: R$1.000
IPI não recuperável: R$100
Frete: R$1.000
Seguro: R$1.000
Desconto comercial: R$100
Valor total da NF: 7.000
A empresa produziu 1.000 unidades com a matéria-prima utilizada.
A
O valor do ICMS a recuperar foi considerado como
custo de produção pois faz parte do valor total da
nota fiscal.
B
O frete não pode ser considerado como custo porque
não tem relação com a produção dos produtos.
C
O seguro não pode ser considerado como custo
porque não tem relação com a produção dos
produtos.
D
O valor total considerado como custo de produção da
matéria-prima foi R$10.800, sendo a soma do valor da
matéria-prima menos ICMS mais frete e mais seguro.
E
O valor total considerado como custo de produção da
matéria-prima foi R$14.200, sendo a soma do valor da
matéria-prima mais ICMS mais frete e mais seguro.
Responder
Diante dessas informações, aponte o custo unitário do produto
relacionado à matéria-prima utilizada.
2
PEPS, UEPS, CMP e preço especí�co
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever as diferentes formas de cálculo do custo das mercadorias vendidas: PEPS, UEPS, CMP e preço
específico.
A R$4,00
B R$5,00
C R$6,00
D R$7,00
E R$8,00
Responder
Controle do estoque de
produtos acabados e custo
de mercadorias vendidas
O controle de estoques de produtos acabados é de extrema importância
para empresas comerciais e industriais. As comerciais já os compram
prontos, enquanto as industriais precisam produzir seus produtos.
Tendo isso em vista, descreveremos a seguir quatro métodos distintos
do controle do estoque e do cálculo do custo de mercadorias vendidas:
Primeiro que entra, primeiro que sai (PEPS)
Mais conhecido pelo seu acrônimo PEPS, ele é uma das formas mais
comuns de controle de estoque e de cálculo de custo de mercadorias
vendidas.
Nesse tipo de controle de estoque, como o próprio
nome já o diz, ao ser realizada a venda de um produto,
ocorre justamente a baixa daquele mais antigo ainda
em estoque – ou seja, o primeiro a entrar é o primeiro a
sair.
O PEPS tem como premissa que o tempo de estocagem de um produto
é o menor possível; por isso, os mais antigos em estoque são vendidos
primeiramente. Isso também assegura que os produtos não fiquem
muito tempo no sistema de estoque.
Último que entra, primeiro que sai (UEPS)
Atenção!
Um ponto que pesa contra esse tipo de
controle de estoque é o fato de que, para
grandes estoques, esse valor tende a
diminuir o do custo de mercadorias
vendidas. Isso acontece porque, com a
inflação, o custo dos produtos comprados ou
produzidos tende a aumentar com o tempo.
Por conta disso, os mais antigos são aqueles
com os menores custos – e, com isso, o
custo das mercadorias vendidas tende a ser
menor.

O UEPS é um método de controle de estoque que significa o inverso do
método PEPS. Enquanto no PEPS produto comprado há mais tempo é o
que sofre a baixa primeiro, no UEPS é o mais recente que passa por tal
processo.
Esse método não é utilizado no Brasil, pois nosso país
adota as regulações da International Financial Reports
Standards (IFRS). A IFRS não permite a sua adoção
pelo fato de os produtos antigos ficarem por tempo
demasiadamente longo no estoque, o que pode levar a
uma possível sobrevalorização dos custos das
mercadorias vendidas.
Custo médio ponderado
O custo médio ponderado (CMP) é, assim como o método PEPS, um dos
mais usados pelas empresas em seus controles de estoque. Ele possui
muitas vantagens em relação aos métodos PEPS e UEPS, além de
facilitar a realização dos lançamentos contábeis.
O CMP se utiliza da premissa de que cada produto no
estoque possui um valor de mercado similar, pois
todos, sendo os mesmos produtos, teriam o mesmo
custo, o qual, aliás, é a média de todos os custos dos
produtos dividido pelo número de produtos.
Isso acaba com o problema abordado anteriormente: o fato de o custo
de mercadoriasvendidas pelo método PEPS tender a ser subvalorizado,
enquanto o UEPS tem a tendência de ser supervalorizado. Além disso,
seu lançamento contábil é mais simples, tendo em vista que se deve
apenas multiplicar o valor do CMP pela quantidade de produtos
vendidos para se dar a baixa no estoque. São duas maneiras para se
trabalhar com o CMP:
CMP móvel
Atualiza o custo unitário
a cada entrada e saída
de estoque.
CMP �xo
Encontra o custo
unitário em um período
específico depois que
todas as entradas e
saídas aconteceram.
Preço especí�co
O método do preço específico surgiu com o fato de que, atualmente, é
muito mais fácil digitalizar os estoques de uma empresa com cada
produto possuindo uma tag e código específico. Assim sendo, sabe-se o
quanto cada um custou.
Resultado: pode-se dar a baixa no produto específico
no estoque e calcular o custo de mercadorias vendidas
de forma mais precisa.
A grande vantagem desse método é a precisão no cálculo e no controle.
Como cada produto é controlado individualmente, a contabilidade de
custos fica extremamente precisa. Contudo, sua desvantagem é o custo,
que pode ser proibitivo para pequenas e médias empresas, pois ele
requer o investimento em sistemas, tags, leitores e pessoal para
controlar o estoque.

Por isso, embora o método do preço específico seja o
melhor, muitas empresas ainda utilizam o PEPS ou
CMP pelo fato de esses métodos serem bem mais
baratos de se implementar.
Contabilização e
comparação entre os
métodos
Verificaremos agora a contabilização de um mesmo exemplo com
quatro métodos diferentes. Em seguida, faremos a contabilização de
cada método.
Exemplo
Uma determinada empresa contratou um profissional da área de custos
para ajudá-la a identificar o custo da matéria-prima utilizada na
produção de seus produtos. A empresa precisa dessa ajuda porque
comprou a mesma matéria-prima em dias diferentes por valores
diferentes e não está sabendo como encontrar esse custo.
Veja os dados apresentados pela empresa referente à movimentação do
estoque da matéria-prima.
1. Dia 01.04 - Compra de 100kg de matéria-prima a R$2,00 cada.
2. Dia 05.04 - Compra de 50kg de matéria-prima a R$2,50 cada.
3. Dia 10.04 - Utilização de 110kg de matéria-prima.
4. Dia 11.04 - Compra de 50kg de matéria-prima a R$3,00 cada.
5. Dia 15.04 - Utilização de 60kg de matéria-prima.
Diante dos dados apresentados o especialista de custo utilizou os
seguintes métodos para cálculo dos custos:
Primeiro que entra, primeiro que sai 
Último que entra, primeiro que sai 
Custo de mercadorias
vendidas
Confira um pouco mais sobre o custo de mercadorias vendidas.
Importância do controle de
estoque
Neste módulo, nós conhecemos as diferentes formas de se estimar o
custo de mercadorias vendidas:
PEPS
Os produtos mais antigos são vendidos primeiramente.
UEPS
Custo médio ponderado móvel 
Custo médio ponderado fixo 
Preço específico 

Os mais novos são vendidos em primeiro lugar.
CMP
Os produtos têm todos o mesmo custo.
Preço especí�co
Cada produto pode ser controlado e estimado individualmente.
Agora que já compreendemos a forma de controle na venda do estoque
dos produtos acabados, nós estudaremos no próximo módulo sobre
como se dá a classificação dos custos quanto ao objeto e ao volume a
fim de podermos calcular o custo a ser alocado no estoque desses
produtos.

Vamos praticar alguns
conceitos?
Falta pouco
para atingir
seus
objetivos.
Questão 1
Você foi contratado por uma empresa para encontrar o custo da
matéria-prima utilizada nos produtos do mês. Os seguintes dados
foram apresentados pela empresa:
01.04 - Compra de 10 unidades de MP por R$50,00 cada.
02.04 - Compra de 5 unidades de MP por R$55,00 cada.
03.04 - Utilização de 12 unidades de MP.
Encontre a alternativa correta em relação ao custo da MP utilizada.
Questão 2
Você foi contratado como especialista de custo para encontrar o
custo da matéria-prima utilizada nos produtos do mês. Os
seguintes dados foram apresentados pela empresa:
01.04 - Compra de 15 unidades de MP por R$20,00 cada.
02.04 - Compra de 5 unidades de MP por R$25,00 cada.
03.04 - Compra de 10 unidades de MP por R$27,00 cada.
04.04 - Utilização de 25 unidades de MP.
A
O custo da MP será de R$610 se você utilizar o
método PEPS como critério de avaliação de estoque.
B
O custo da MP será de R$620 se você utilizar o
método UEPS como critério de avaliação de estoque.
C
O custo da MP será de R$625 se você utilizar o
método CMP móvel como critério de avaliação de
estoque.
D
O custo da MP será de R$630 se você utilizar o
método CMP fixo como critério de avaliação de
estoque.
E
O custo da MP será de R$635 se você utilizar o
método preço específico como critério de avaliação de
estoque.
Responder
Encontre a alternativa correta em relação ao custo aproximado da
MP utilizada pelo método CMP fixo como critério de avaliação de
custo.
3
Classi�cação dos custos
Ao final deste módulo, você será capaz de classificar os custos em diretos, indiretos, fixos e variáveis.
A 560
B 579
C 580
D 595
E 690
Responder
Classi�cação dos custos
quanto ao objeto e ao
volume
Neste módulo, descreveremos a classificação dos custos quanto ao:
Objeto
Direto versus indireto.
Volume
Fixo versus variável.
Pontuaremos ainda a ambiguidade na classificação dos custos quanto
ao volume, por exemplo: custos semifixos ou semivariáveis.
A classificação dos custos é muito importante, pois
isso influencia tanto no cálculo dos custos a serem
apropriados no ativo quanto daqueles que serão
tratados como despesas, as quais, por sua vez, serão
lançadas diretamente na demonstração de resultado
do exercício da entidade.

Este módulo está estruturado da seguinte maneira: primeiramente,
vamos abordar os custos divididos por objeto; depois, os custos
divididos por volume; e, por fim, a ambiguidade na classificação dos
custos, bem como a relação entre a abordagem por objetivos e a por
volume. No final, faremos ainda uma revisão do conteúdo abordando os
principais pontos tratados.
Classi�cação quanto ao objeto
Na classificação dos custos de produção quanto ao objeto, a divisão é
feita quanto ao objeto de custo. O propósito é saber se os custos estão
relacionados de forma direta ou indireta com o objeto que se quer
analisar. O objeto de análise pode ser um departamento, por exemplo,
ou o produto, dentre outros.
O que importa nessa classificação, portanto, não é como os gastos se
comportam com o passar do tempo, e sim qual o objeto a ser analisado.
Essa distinção é importante, pois, mais à frente, demonstraremos como
os gastos se comportam ao passar o tempo e como isso pode
influenciar a classificação deles.
A classificação dos gastos que possuem relação com a produção
quanto ao objeto se dá em duas categorias:
Diretos
São aqueles custos que
possuem relação direta
com o objeto de
custeio. Um exemplo é
a matéria-prima em
relação ao produto. Ou
seja, sendo o produto o
objeto de análise,
Indiretos
O aluguel da fábrica é
um exemplo de custo
indireto quando o objeto
de custeio é o produto,
porque não tem relação
direta com ele,
necessitando de um

consideramos a
matéria-prima um custo
direto a ele.
critério de rateio para
distribuição dos custos.
Os custos diretos mais comuns são a matéria-prima e a mão de obra
direta. Já os custos indiretos mais comuns são os de depreciação,
manutenção de maquinário, aluguel de fábrica, mão de obra indireta e
outros materiais usados indiretamente na produção.
Classi�cação quanto ao volume
Na classificação dos custos de produção quanto ao volume, a divisão é
feita quanto à forma como o custo se comporta com o passar do tempo
e a mudança do volume da produção: se não varia com a mudança
desse volume, tal custo é determinado como fixo; se sofre mudança, é
considerado variável.
Diferentemente da classificação referente ao objeto:
A classi�cação relativa ao volume não se
importa com a natureza do gasto, e simcom
o comportamento dele com o passar do
tempo.
Isso é importante para a administração da empresa, já que, para seus
planejamentos futuros, pode haver alterações no volume de produção,
como novas decisões sobre orçamento ou ampliação/redução de
produção.
Custos �xos
São aqueles que não
variam em relação a
quantidade produzida.
Os mais comuns são a
depreciação, os
aluguéis e a mão de
obra, pois eles não
tendem a variar em
relação a produção.
Custos variáveis
São aqueles que variam
em relação a
quantidade produzida.
São aqueles que,
mesmo com uma
mudança pequena de
volume, sofrem uma
alteração. Exemplos:
matéria-prima..
Ambiguidades na classi�cação dos custos
quanto ao volume e sua relação com custos
diretos e indiretos
A classificação de custos quanto ao volume é ambígua, pois quase
todos eles variam com o passar do tempo e com a variação do volume
da produção. Sendo assim, nenhum custo é totalmente fixo. Exibiremos
a seguir exemplos de custos:
Exemplo de custo
�xo
O custo com
depreciação quando ela
é feita pelo método de
cotas constantes.
Nesse tipo, não há
variação de valor devido
ao volume.
Independentemente de
a empresa produzir a
0% (ou seja, não fazer
nada) ou a 100% da
capacidade (produção
total), o custo da
depreciação será o
mesmo.
Exemplo de custo
semi�xo
Compare com a mão de
obra direta: caso a
empresa reduza 10% na
sua produção, ela talvez
não precise demitir
funcionários. Isso é
diferente no caso da
matéria-prima, pois uma
redução de 10% na
produção resulta em
uma diminuição de 10%
no consumo de matéria-
prima.
Existem também os custos semivariáveis, que são custos nos quais
existe uma parcela fixa e outra variável em sua composição.


Na energia elétrica, na água e no gás, são cobrados valores fixos
referentes à taxa de disponibilidade. Eles não variam da mesma
forma que a matéria-prima, a qual, aliás, não possui componente
fixo. Em casos assim, encontra-se uma ambiguidade na
classificação de custos, especialmente entre os semifixos e os
semivariáveis.
A administração da empresa e a contabilidade deverão decidir como
classificar os custos de acordo com a sua realidade. No entanto, existe
uma relação muito importante entre os custos por objeto e aqueles por
volume.
Exempli�cação no cálculo
de custo
Empregaremos a seguir um exemplo para o cálculo de uma matriz de
classificação de custos. Primeiramente, nós apenas o leremos. Em
seguida, faremos a matriz com a divisão entre o custo e a despesa. Se
ela for um custo, haverá uma nova divisão em fixo versus variável e
direto versus indireto.
Uma determinada indústria calculou os seguintes gastos no mês de
março: R$35.000,00 de matéria-prima, R$45.000,00 de mão de obra
direta, R$28.000,00 de mão de obra indireta, R$18.000,00 de aluguel do
espaço da fábrica, R$5.000,00 de aluguel de espaço da loja, R$4.000,00
de depreciação do maquinário e R$2.000,00 de despesa financeira.
Atenção!
Normalmente, os custos diretos são
classificados como variáveis, enquanto os
indiretos o são como fixos. Mas há
exceções: o custo de mão de obra direta,
embora seja direto (como o próprio nome
diz), é tratado como fixo, pois ele tende a se
manter estável de um mês para o outro. Já
um exemplo de custo indireto variável é a
energia elétrica ou a água.

Agora faremos a tabela da seguinte maneira:
Custo
Tipo de gasto Valor Despesa
Matéria-prima R$35.000,00
Mão de obra direta R$45.000,00
Mão de obra
indireta
R$28.000,00
Aluguel fábrica R$18.000,00
Aluguel loja R$5.000,00 x
Depreciação R$4.000,00
Despesa financeira R$2.000,00 x
Tabela: Matriz de classificação dos custos.
Rodrigo de Oliveira Leite.
Primeiramente, falaremos das despesas. Elas são duas nesse cenário:
Aluguel de loja
Ele está relacionado
com a venda de
produtos, e não com a
sua produção.
Despesa
�nanceira
Como o próprio nome
indica, ela é uma
despesa, e não um
custo.
Com relação aos custos variáveis, existe apenas um nesse exemplo: a
matéria-prima. Esse custo também é direto, pois se trata de um que
integra o produto final. Os demais custos são fixos:

Mão de obra direta


Mão de obra indireta

Aluguel da fábrica

Depreciação
Ainda falando dos custos fixos, apenas a mão de obra é um custo direto,
pois esse custo se faz presente no valor final do produto (sendo
diretamente relacionado a ele). Todos os outros custos fixos (mão de
obra indireta, aluguel da fábrica e depreciação) são indiretos nesse
exemplo.
Pressupondo que todos os gastos foram pagos com o caixa disponível
da empresa, seus lançamentos contábeis seriam:
D
Estoques de produto acabado =
R$35.000,00
C
Estoques de matéria-prima =
R$35.000,00
D
Estoques de produto acabado =
R$45.000,00
C
Caixa = R$45.000,00 (pagamento da
mão de obra direta)
D
Estoques de produto acabado =
R$28.000,00
C
Caixa = R$28.000,00 (pagamento da
mão de obra indireta)
D
Estoques de produto acabado = R$
18.000,00
C
Caixa = R$ 18.000,00 (pagamento do
aluguel da fábrica)
D Despesas com aluguéis = R$ 5.000,00
C
Caixa = R$ 5.000,00 (pagamento do
aluguel da loja)
D
Estoques de produto acabado = R$
4.000,00
C
Depreciação acumulada do
maquinário = R$ 4.000,00
D Despesas financeiras = R$2.000,00
C Caixa = R$2.000,00
Tabela: Lançamentos contábeis.
Viviane dos Santos.
Objeto e volume
Confira agora um pouco mais sobre a classificação dos custos quanto
ao objeto e ao volume.
Ponderações sobre os
métodos de custeio
Os métodos de custeio deste módulo estiveram focados no cálculo do
custo do estoque de produtos acabados, enquanto os de controle de

estoque do módulo anterior eram aplicáveis na conversão dos estoques
de produtos acabados em custo de mercadorias vendidas.
Os métodos analisados se dividiram em dois:

Quanto ao objeto (direto versus indireto)

Quanto ao volume (�xo versus varável)
Comentamos também sobre a ambiguidade dos custos quanto ao
volume, dando origem aos semifixos e aos semivariáveis. Analisamos
ainda como os custos diretos tendem a ser fixos e os indiretos,
variáveis.
Por fim, observamos os lançamentos contábeis dos custos totais, mas
não analisamos como o rateio é feito entre os produtos. Veremos isso
no próximo módulo.

Questão 1
Você foi contratado para analisar os custos de uma determinada
indústria e para isso precisa identificar estratégias para a empresa
diminuir seus custos.
A empresa atualmente produz 2.000 unidades de seu produto e
possui os seguintes gastos:
Aluguel da fábrica: R$10.000 por mês
Matéria-Prima: R$50,00 por unidade
Mão de Obra Direta: R$5.000 por mês
Diante dessa tarefa, encontre a alternativa que apresenta uma
correta análise da situação da empresa.
Vamos praticar alguns
conceitos?
Falta pouco
para atingir
seus
objetivos.
A
Atualmente a empresa possui um custo unitário por
produto de R$57,50.
B
Caso a empresa diminua o aluguel em 10%, o custo
unitário também irá reduzir na mesma proporção.
C
Atualmente a empresa possui um custo fixo total de
R$115.000 mensal.
D
Caso a empresa diminua a mão de obra direta em 5%,
conseguirá uma redução de R$0,50 no custo unitário.
E
Caso a empresa passe a produzir apenas 1.500
unidades conseguirá reduzir o custo unitário de cada
produto.
Questão 2
A indústria Limpa Tudo Ltda fabrica dois tipos de álcool em Gel -
álcool em gel de 200ml e álcool em gel de 500ml - sendo que no
mês de junho de 2021 a empresa fabricou 3.000 unidades e 2.000
unidades, respectivamente. A empresa apresentou nesse mesmo
período os seguintes gastos:
Compra de MP: R$15.000
Mão de obra direta: R$8.000, sendo R$6.000 para produção das
unidades do álcool em gel 200ml e R$2.000 para a produção
das unidades do álcool em gel 500ml.
Depreciação das máquinas utilizadas na produção de todos os
álcool em Gel: R$500
Matéria-prima utilizada: 60% da matéria-prima adquirida foi
utilizada. Metade da MP utilizada foi na fabricação das
unidades do álcool em gel de 200ml e a outra metade na
fabricaçãodo álcool em gel de 500ml.
Salário do supervisor da produção de todos os tipos de álcool
em gel: R$2.000
Energia elétrica da fábrica: R$1.000
Aluguel da fábrica: R$2.000
Salário do administrador: R$5.500
Você foi contratado como especialista de custos para ajudar a
empresa na análise dos seus custos. Diante dos dados, encontre o
total dos custos indiretos da empresa.
Responder
A 2.500
B 4.500
C 5.500
D 11.000
E 19.000
4
Custo total e unitário de produtos
Ao final deste módulo, você será capaz de empregar o método do rateio para o cálculo do custo total e unitário de produtos.
Responder
Rateio dos custos indiretos
Neste módulo, veremos como é feito o rateio de custos entre diferentes
estoques de produtos. Em muitas oportunidades, as empresas possuem
um parque fabril para a produção de diversos produtos. Eles possuem
custos em comum: são os chamados indiretos.
Mas resta uma dúvida: como uma empresa pode fazer o rateio do custo
de produção indireto para diferentes produtos? Veremos a seguir como
isso é possível. Além disso, apresentaremos os lançamentos contábeis
referentes a esse tipo de operação.
Critérios de rateio dos custos indiretos
Antes, vamos voltar um pouco em um assunto importante:
Exemplo
Eletricidade, segurança, depreciação e
manutenção.

Relembrando

Para fazer um rateio dos custos indiretos de fabricação (CIF), é
necessário definir um critério de rateio.
Nesta seção, abordaremos quatro critérios diferentes:
Rateio pelo método do consumo de matéria-
prima
Nesse método, emprega-se o custo da matéria-prima como critério para
alocar os CIF. Ou seja, os produtos têm seus custos indiretos
proporcionais ao consumo de matéria-prima de cada um. Vejamos um
exemplo a seguir:
Os custos indiretos são aqueles que não
conseguem ser traçados para nenhum tipo
de produto em específico. Como são
“comuns” a todos os produtos, eles devem
ser rateados. Os diretos, por sua vez, não
precisam ser rateados, pois podem ser
calculados e alocados diretamente nos
produtos.
Exemplo
Determinada indústria produz 6.000
unidades vigas, 3.000 unidades vergalhões e
1.000 unidades placas de aço. Todos esses
produtos são fabricados na mesma fábrica e
possuem custos indiretos em comum. A
empresa incorreu em R$900.000,00 de
custos indiretos, sendo que as vigas de aço
consumiram R$200.000,00 de aço; os
vergalhões, R$50.000,00; e as placas,
R$150.000,00.
Transformemos os valores da matéria-prima
em porcentagens: as vigas consumiram 50%
da matéria-prima; os vergalhões, 12,5%; e as
placas, 37,5%. Nesse caso, o rateio dos
produtos se dá da seguinte maneira:
R$900.000,00 x 50% = R$450.000,00 para as
vigas, R$900.000,00 x 37,5% = R$337.500,00

Rateio pelo método do consumo de mão de
obra direta
Emprega-se nesse método a mão de obra direta no lugar do consumo
de matéria-prima. O rateio, portanto, se dá pela proporção do uso da
mão de obra direta por cada produto.
Vejamos mais um exemplo para solidificar esse conceito (com o mesmo
caso da indústria anterior):
Notemos a diferença no rateio dos custos utilizando os dois critérios
diferentes:
Método MP Método MOD
Vigas de aço R$ 450.000,00 R$ 250.200,00
para as placas e R$900.000,00 x 12,5% =
R$112.500 para os vergalhões.
Exemplo
A empresa incorreu em R$900.000,00 de
custos indiretos, sendo que as vigas de aço
consumiram R$125.000,00 de mão de obra
direta; os vergalhões, R$250.000,00; e as
placas, R$75.000,00. Transformemos os
valores da mão de obra direta em
porcentagens: as vigas consumiram 27,8%
da mão de obra direta; os vergalhões, 55,6%;
e as placas, 16,6%. Nesse caso, o rateio dos
produtos se dá da seguinte maneira:
R$900.000,00 x 27,8% = R$250.200,00 para
as vigas, R$900.000,00 x 55,6% =
R$500.400,00 para os vergalhões e
R$900.000,00 x 16,6% = R$149.400 para as
placas.

Método MP Método MOD
Vergalhões de aço R$ 112.500,00 R$ 500.400,00
Placas de aço R$ 337.500,00 R$ 149.400.00
Isso poderá afetar a política de preço da empresa: se, no método do
rateio do CIF (por meio do custo de matéria-prima), parece que a
empresa pode cobrar mais barato no vergalhão e deve cobrar um preço
mais caro na viga de aço, o método de rateio do CIF (por intermédio do
custo de mão de obra direta) mostra que os vergalhões precisam ter um
preço mais alto, enquanto as placas podem ter um preço mais barato.
Contraditório, não é?
Rateio pelo método dos custos primários
Buscando um meio-termo entre os dois métodos anteriores, pode-se
utilizar o rateio do CIF por meio dos custos primários. Nesse método,
não são empregados a mão de obra direta nem o consumo de matéria-
prima, e sim a soma desses dois custos.
“Custo primário” é o nome pelo qual é
conhecida a soma dos custos de matéria-
prima e mão de obra.
Ou seja, nesse método, o rateio se dá pela proporção da soma de ambos
por cada produto. Como frisamos, pode-se obter, assim, um meio-termo
Atenção!
Esse é o motivo pelo qual muitos gestores
atacam o método de rateio do CIF utilizando
tais critérios, pois, caso o critério seja
mudado, o valor dos custos dos produtos
poderá ser alterado radicalmente.

entre os dois métodos abordados anteriormente.
Veja um exemplo:
Comparemos esse método com os outros dois abordados
anteriormente:
Método MP Método MOD
Vigas de aço R$ 450.000,00 R$ 250.200,00
Vergalhões de aço R$ 112.500,00 R$ 500.400,00
Placas de aço R$ 337.500,00 R$ 149.400.00
Exemplo
Utilizaremos o mesmo caso da empresa do
exemplo anterior. Ela incorreu em
R$900.000,00 de custos indiretos. Seus
custos primários são os seguintes: as vigas
de aço consumiram R$125.000,00 de mão de
obra indireta e R$200.000,00 de materiais; os
vergalhões, R$250.000,00 de mão de obra
direta e R$50.000,00 de matéria-prima; e as
placas, R$75.000,00 de mão de obra direta e
R$150.00,00 de matéria-prima.
A partir desses números, podemos calcular
os custos primários para cada produto:
R$325.000,00 para as vigas de aço,
R$300.000,00 para os vergalhões e
R$225.000,00 para as placas. Com isso,
obtemos os percentuais de rateio: 38,2%,
35,3%, e 26,5%, respectivamente.
Os valores a serem lançados como custos,
portanto, são estes: 38,2% x R$900.000,00 =
R$343.800,00 para as vigas, 35,3% x
R$900.000,00 = R$317.700,00 para os
vergalhões e 26,5% x R$900.000,00 =
R$238.500,00 para as placas.

Notemos que o método do custo primário possui valores menos
extremos que o de rateio com a matéria-prima ou o de rateio com a mão
de obra direta.
Esse tipo de análise, contudo, exige algum cuidado. Qualquer tipo de
rateio, afinal, é subjetivo e arbitrário. Cada empresa tem de tomar
decisões baseadas na forma mais adaptável à sua estrutura de custos.
Dessa forma, devemos sempre ter cuidado com “regras simples e
gerais”. O ideal é utilizar o nosso julgamento profissional para uma
melhor tomada de decisão.
Rateio pela quantidade produzida
Emprega-se nesse método a quantidade produzida. O rateio, portanto,
se dá pela proporção da quantidade produzida de cada produto.
Vejamos mais um exemplo para solidificar esse conceito (com o mesmo
caso da indústria anterior):
Exemplo
Uma empresa extremamente automatizada
que não possui muitos gastos com mão de
obra pode usar o rateio com a matéria-prima
de forma eficiente. Isso já não é o caso de
outra em que a maior parte do custo de um
produto (ou de um serviço) diz respeito
justamente à mão de obra.

Exemplo
Determinada indústria produz 6.000
unidades vigas, 3.000 unidades vergalhões e
1.000 unidades placas de aço. Todos esses
produtos são fabricados na mesma fábrica e
possuem custos indiretos em comum. A
empresa incorreu em R$900.000,00 de

Comparemos esse método com os anteriormente:
Método MP Método MOD
Vigas de aço R$450.000,00 R$250.200,00
Vergalhões de aço R$112.500,00 R$500.400,00
Placas de aço R$337.500,00 R$149.400,00
Veja que a escolha do método a ser utilizado para distribuir os custos
indiretos pode impactar muito o custo dos produtos.
Custos indiretos:rateio
Confira agora o rateio dos custos indiretos.
custos indiretos, sendo que as vigas de aço
consumiram R$200.000,00 de aço; os
vergalhões, R$50.000,00; e as placas,
R$150.000,00.
Transformemos as quantidades produzidas
em porcentagens: as vigas 60% da
quantidade produzida; os vergalhões, 30%; e
as placas, 10%. Nesse caso, o rateio dos
produtos se dá da seguinte maneira: Vigas:
R$540.000; Vergalhões: 270.000; e Placas de
aço: R$90.000.

Lançamentos contábeis
Analisaremos a seguir os lançamentos contábeis que devem ser feitos
para a correta contabilização e evidenciação dos fatos ocorridos.
Tendo em vista que, independentemente do método utilizado, a
contabilização é a mesma, serão utilizados nos exemplos abaixo os
números do exemplo com o rateio pelo método do custo primário.
Nesse caso, a empresa incorreu em custos indiretos que somam
R$900.000,00: R$343.800,00 para as vigas, R$317.700,00 para os
vergalhões e R$238.500,00 para as placas.
Normalmente, as empresas utilizam uma conta de transição que
chamaremos de “custos indiretos a apropriar”. Ela sempre é zerada no
fim do período e acumula os valores dos custos indiretos para a
apropriação no transcorrer dele.
Nesse caso, suponhamos que os custos indiretos sejam o seguinte:
R$50.000,00 de depreciação
R$550.000,00 de mão de obra indireta
R$60.000,00 de energia elétrica
R$40.000,00 de água
R$150.000,00 de manutenção no maquinário
R$50.000,00 de outros custos indiretos
Cada um desses custos foi lançado a débito na conta de “custos
indiretos a apropriar”, gerando um saldo de R$900.000,00 para a
alocação nos produtos. A partir disso, pode-se fazer a alocação em
cada item do estoque da seguinte maneira:
D – Estoque de vigas acabadas = R$343.800,00
C – Custos indiretos a apropriar = R$ 343.800,00
D – Estoque de vergalhões acabados = R$ 238.500,00
C – Custos indiretos a apropriar = R$238.500,00
D – Estoque de placas acabadas = R$317.700,00
C – Custos indiretos a apropriar = R$317.700,00
Observemos que agora houve R$900.000,00 de crédito em uma conta
devedora no mesmo saldo, ou seja, a conta de “custos indiretos a
apropriar” está zerada.
Observações sobre os
métodos de rateio e sua
contabilização
Os métodos de rateio abordados neste módulo são alguns dos muitos
disponíveis, porém eles estão entre aqueles mais utilizados. Conforme
frisamos anteriormente:
A utilização de tais métodos de rateio precisa ser feita
com todo o cuidado, pois sua má utilização pode gerar
problemas para a empresa ao estimar custos errados
de produtos.
Por isso, os conhecimentos adquiridos por você devem ser utilizados de
forma conjunta com a experiência e a subjetividade para uma tomada
de decisões corretas e eficientes.
Questão 1
Uma indústria fabricou em determinado período 5.000 unidades de
dois modelos de mesas: Mesa A e Mesa B, sendo 2.000 unidades
do modelo da Mesa A e 3.000 unidades do modelo da Mesa B. A
empresa apresentou nesse período, os seguintes saldos de gastos:
Aluguel do escritório administrativo: R$2.000
Comissão sobre vendas: R$500
Depreciação das máquinas utilizada na produção dos dois
produtos: R$1.000
Salário dos colaboradores que fabricam as mesas: R$3.000,
sendo R$1.000 dos que fabricam a Mesa A e R$2.000 dos que
fabricam a Mesa B.
Salário do supervisor, responsável pela supervisão da produção
de todos os modelos de Mesa: R$4.000
Matéria-prima adquirida: R$4.000.
Matéria-prima consumida: toda a matéria-prima adquirida foi
consumida na produção, sendo metade da matéria consumida
pele Mesa A e metade pela Mesa B.
Aluguel do galpão da fábrica onde as mesas são produzidas:
R$5.000

Vamos praticar alguns
conceitos?
Falta pouco
para atingir
seus
objetivos.
Você foi contratado como especialista de custos e precisa calcular
os custos unitários de cada produto utilizando a quantidade
produzida como critério de rateio dos custos indiretos. Quais os
custos unitários das mesas A e B?
Questão 2
Uma indústria fabricou em determinado período 5.000 unidades de
dois modelos de mesas: Mesa A e Mesa B, sendo 2.000 unidades
do modelo da Mesa A e 3.000 unidades do modelo da Mesa B. A
empresa apresentou nesse período, os seguintes saldos de gastos:
Aluguel do escritório administrativo: R$2.000
Comissão sobre vendas: R$500
Depreciação das máquinas utilizada na produção dos dois
produtos: R$1.000
Salário dos colaboradores que fabricam as mesas: R$3.000,
sendo R$1.000 dos que fabricam a Mesa A e R$2.000 dos que
fabricam a Mesa B.
Salário do supervisor, responsável pela supervisão da produção
de todos os modelos de Mesa: R$4.000
Matéria-prima adquirida: R$4.000.
Matéria-prima consumida: toda a matéria-prima adquirida foi
consumida na produção, sendo metade da matéria consumida
pele Mesa A e metade pela Mesa B.
Aluguel do galpão da fábrica onde as mesas são produzidas:
R$5.000
Você foi contratado como especialista de custos e precisa calcular
os custos unitários de cada produto utilizando a matéria-prima
como critério de rateio dos custos indiretos.
A 3,17 e 3,56.
B 3,50 e 3,33.
C 3,64 e 3,24.
D 4,00 e 3,00.
E 4,10 e 4,05.
Responder
Quais os custos unitários das mesas A e B?
Considerações �nais
Apresentamos neste conteúdo os principais pontos sobre a
contabilidade de custos aplicada ao controle de estoque.
Compreendemos, com isso, a base de cálculo e o lançamento contábil
do custo de aquisição de materiais.
Conhecemos as fichas de controle de estoques pelos métodos PEPS,
UEPS, CMP e preço específico. Apontamos a classificação dos custos
em diretos, indiretos, fixos, descrevendo ainda a variável do método de
rateio do custo indireto de fabricação entre diferentes produtos.
Também destacamos o fato de que cada profissional deve utilizar sua
experiência e subjetividade para escolher o melhor tipo de rateio. Com
isso, estabelecemos os principais aspectos do cálculo e da
contabilização de custos para as empresas industriais.
A partir deste trabalho, você já sabe calcular e contabilizar os custos de
cada produto individual de diversas maneiras, assim como o custo das
mercadorias vendidas.
Podcast
A 3,17 e 3,56.
B 3,50 e 3,33.
C 3,64 e 3,24.
D 4,00 e 3,00.
E 4,10 e 4,05.
Responder

Ouça agora o professor respondendo a perguntas sobre a
temática.
00:00 14:34
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
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Para aqueles que não são da área da Contabilidade e estejam em dúvida
sobre alguns conceitos abordados neste conteúdo, recomendamos um
livro de Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion que aborda a
linguagem contábil de forma fácil e bastante explicativa:
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Curso de Contabilidade para não
contadores: para as áreas de Administração, Economia, Direito e
Engenharia. 7. ed. Barueri: Atlas, 2011.
Referências
GELBCKE, E.; DOS SANTOS, A.; IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E. Manual de
contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades de acordo
com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. Barueri: Atlas, 2018.
LEONE, G. S. G. Curso de contabilidade de custos. 4. ed. Barueri: Atlas,
2010.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. Barueri: Atlas, 2018.
MARTINS, E.; ROCHA, W. Contabilidade de custos – livro de exercícios.
11. ed. Barueri: Atlas, 2015.
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