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Objetivos Módulo 1 Base de cálculo e lançamento contábil Custos de aquisição e controle de estoque Colaboração Prof. Rodrigo de Oliveira Leite Prof.ª Stephanie Kalynka Descrição Abordagem dos principais pontos sobre a contabilidade de custos aplicada ao controle de estoque. Propósito Compreender os principais aspectos do cálculo e da contabilização de custos para as empresas industriais e as diversas maneiras da aplicação de ambos em cada produto individual, assim como o cálculo do custo das mercadorias vendidas. Preparação Tenha em mãos uma calculadora ou um sistema eletrônico de planilhas (Excel) para fazer os cálculos necessários durante a leitura deste conteúdo. Buscar Baixar conteúdo em PDF Vídeos Menu Descrever a base de cálculo e o lançamento contábil do custo de aquisição de materiais. Acessar módulo Módulo 2 PEPS, UEPS, CMP e preço especí�co Descrever as diferentes formas de cálculo do custo das mercadorias vendidas: PEPS, UEPS, CMP e preço específico. Acessar módulo Módulo 3 Classi�cação dos custos Classificar os custos em diretos, indiretos, fixos e variáveis. Acessar módulo Módulo 4 Custo total e unitário de produtos Empregar o método do rateio para o cálculo do custo total e unitário de produtos. Acessar módulo Introdução Abordaremos neste conteúdo os aspectos técnicos da contabilidade de custos para o cálculo e o registro contábil dos custos de produção das empresas, bem como o custo de mercadorias vendidas. Há diversos métodos utilizados pelas empresas: Base de cálculo e lançamento contábil do custo de aquisição de materiais. Fichas de controle de estoques pelos métodos PEPS, UEPS, CMP e preço específico. Classificação dos custos em diretos, indiretos, fixos e variável. Método de rateio do custo indireto de fabricação. O presente conteúdo tenta ser completo, trazendo para você os principais métodos – ainda que de forma simples e direta. 1 Base de cálculo e lançamento contábil Ao final deste módulo, você será capaz de descrever a base de cálculo e o lançamento contábil do custo de aquisição de materiais. Custo de aquisição de materiais: base de cálculo e lançamento contábil Para começar, é necessário que você saiba: A Contabilidade é uma ciência que procura registrar eventos econômicos e financeiros das empresas a fim de auxiliar na tomada de decisão delas. Dessa maneira, a utilização da contabilidade de custos é de extrema importância para que as empresas e as entidades tomem decisões corretas balizadas em informações confiáveis. Para a tomada de decisões corretas sobre a operação de uma empresa industrial, informações sobre o custo de aquisições de materiais são cruciais, pois os materiais são a base do produto acabado. Desse modo, cada real economizado nas aquisições de materiais pode se transformar em um real a mais de margem de lucro e um real de desconto no preço do produto, aumentando, assim, o volume de vendas. Base de cálculo A contabilidade de custos utiliza o princípio do “custo como base de valor” (também chamado de “custo histórico”) para os lançamentos de custos. O valor a ser lançado na contabilidade da empresa é o custo histórico, ou seja, aquele efetivamente pago pelo produto – ou, nesse caso, pelas matérias-primas. Entretanto, o custo de mercadorias, em muitas ocasiões, não é tão claro, gerando dúvidas sobre o seu cálculo contábil. O exemplo a seguir contém uma ambiguidade no cálculo do custo de mercadorias: Exemplo Uma empresa compra 1.000kg de aço para produção de vigas. O custo unitário é de R$50,00 por quilo, porém, como comprou tamanha quantidade de aço, ela conseguiu um desconto de 15% no preço final para o pagamento à vista. O frete de R$2.000,00 foi pago pela empresa, que também incorreu em um seguro obrigatório de R$200,00 pela carga. Na nota fiscal, estão inclusos R$10.000,00 de impostos recuperáveis (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, Programa de Integração Social – PIS e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS) que a empresa poderá usar para abater de vendas no futuro e R$800,00 de Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI) já embutidos no preço original de R$50,00 por quilo. Notemos que esse é bem complexo, porém uma compra real também é tão complexa quanto, senão mais. Em muitos casos, encontramos situações nas quais o cálculo do custo depende do julgamento subjetivo do contador. O que deve guiar o contador ou o administrador é o princípio do “custo como base de valor”. Esse princípio dita que o custo de um produto ou de uma matéria- prima deve ser aquele para um ou outro estar disponível para uso ou venda da empresa. Aplicaremos então esse princípio na compra do exemplo acima para obtermos o valor do custo total: A empresa comprou R$50,00 x 1.000 = R$50.000,00 de aço. No entanto, observemos que ela obteve um desconto de 15% no preço final; portanto, não foram pagos R$50.000,00, e sim R$42.500,00 (R$50.000,00 menos os 15% que totalizam R$7.500,00). Utilizando o princípio do “custo como base de valor”, vemos que, na contabilização, tem de constar o valor efetivamente pago. Com isso, obtemos uma base de cálculo de R$42.500,00. Entretanto, isso não é tudo, tendo em vista que a empresa também incorreu em R$2.000,00 de custos de frete. Se ela não fizesse o frete da matéria-prima, não poderia utilizá-la; por isso, a empresa precisa contabilizar esses R$2.000,00 como custo, pois esse valor é um custo em que a empresa incorreu para ter a matéria- prima disponível. Isso eleva a base de cálculo para R$44.500,00. No entanto, a empresa incorreu em R$200,00 de seguro obrigatório para o frete. Utilizando o mesmo raciocínio anterior, verificamos que o valor da base de cálculo agora é de R$44.700,00. Falaremos agora sobre os tributos recuperáveis. Exemplo Uma empresa compra um produto de R$100,00 pagando 18% de ICMS. Isso lhe gera um crédito de ICMS de R$18,00 a ser utilizado pela empresa no futuro: se ela o vendesse por R$150,00, teria de pagar 18% x R$150,00 = R$27,00 de ICMS; porém, como tem um crédito de R$18,00, ela pagará apenas R$27,00 – R$18,00 = R$9,00 de ICMS. Na prática, portanto, esse valor é um ativo para a empresa, que o utilizará para abater do pagamento de impostos futuros. Tributos recuperáveis São aqueles que geram créditos futuros para descontos. Por exemplo, o ICMS, o PIS e a Cofins. Tributos não recuperáveis São aqueles que não geram créditos para a empresa. Por exemplo, o IPI. No exemplo anterior, alcançamos o valor de R$44.700,00 sem consideramos os tributos na base de cálculo. Utilizando o princípio do “custo como base de valor”, vemos que a empresa não gastou esses recursos na mercadoria, e sim em créditos para impostos futuros; portanto, os R$10.000,00 não integram a base de cálculo do custo. Desse modo, a base de cálculo será de R$44.700,00 – R$10.000,00 = R$34.700,00. Já no caso do IPI, como a empresa não pode recuperar esse valor, ele é integrado ao produto. Nesse caso, não precisamos fazer nada, pois os R$800,00 já constavam na nota fiscal. Dessa maneira, a base de cálculo do custo dos 1.000kg de aço foi de R$34.700,00 (ou R$34,70 por quilo). Podemos, de forma genérica, definir a base de cálculo do custo de aquisição da matéria-prima da seguinte maneira: Atenção! Os tributos recuperáveis geram um ativo que a empresa poderá utilizar para descontar de tributos futuros, constituindo, portanto, um ativo em si mesmo de natureza diferente da mercadoria. Base de cálculo = valor integral - descontos + frete + seguro - tributos recuperáveis Dependendo da situação, pode haver outros custos de disponibilidade, como, por exemplo, montagem e comissões. Além disso, outros tantos podem (ou não) ser incluídos na base de cálculo dos custos de aquisição de materiais. Cabe ao contador e à administração da empresaa utilização de julgamentos subjetivos nesses casos. Lançamentos contábeis Agora que já sabemos calcular a base de cálculo para o custo de aquisição de matérias-primas, analisaremos como se faz o lançamento contábil de tais fatos. Nesta seção, continuaremos o exemplo da seção anterior para sabermos como a empresa que produz vigas utilizará a contabilidade a fim de registrar os fatos relacionados à compra de 1.000kg de aço. Mas, primeiramente, vamos relembrar a situação. A partir dessas informações, nós já sabemos o suficiente para realizar os lançamentos contábeis. Primeiramente, faremos o lançamento do valor pago pela compra dos 1.000kg de aço. Esse lançamento é feito da seguinte forma (D se refere a débito e C a crédito): D – Estoque de matéria-prima = R$32.500,00 Relembrando! A empresa comprou 1.000kg de aço e incorreu nos seguintes fatos: Base de cálculo dos custos de aquisição: R$34.700,00 Tributos recuperáveis: R$10.000,00 Valor do frete: R$2.200,00 Valor do seguro: R$200,00 Valor pago pela compra: R$42.500,00 D – Tributos a recuperar = R$10.000,00 C – Caixa = R$42.500,00 Vemos que o valor pago pela compra foi dividido em dois locais diferentes no ativo. O valor de R$10.000,00 – que se refere a tributos que a empresa poderá abater de seus impostos no futuro – está contabilizado em uma conta diferente denominada “Tributos a recuperar”. Já o resto do valor de R$32.500,00 está contabilizado na conta de “Estoque de matéria-prima”, virando, assim, parte da base de cálculo do custo de aquisição de materiais. Contudo, ainda temos de contabilizar o frete e o seguro, que serão dois novos conjuntos de lançamento: D – Estoque de matéria-prima = R$2.000,00 C – Caixa = R$2.000,00 D – Estoque de matéria-prima = R$200,00 C – Caixa = R$200,00 Agora o valor contabilizado no “Estoque de materiais” somou o valor total da base de cálculo: R$32.500,00 + R$2.000,00 + R$200,00 = R$34.700,00. Cada lançamento constitui uma contribuição diferente ao valor do estoque: Custo de aquisição Frete Seguro Desse modo, os lançamentos contábeis serão feitos a débito na conta de “Estoques de matéria-prima” e a crédito na conta de “Caixa”, caso o valor seja pago à vista, ou a crédito na conta de “Fornecedores a pagar” no passivo, caso a compra seja feita a prazo. Como já sabemos contabilizar a base de cálculo dos custos, faremos a seguir uma conclusão relativa ao conteúdo deste módulo. Custo de aquisição de materiais Confira um pouco mais sobre o custo de aquisição de materiais: base de cálculo e lançamento contábil. Re�exões sobre a base de cálculo e lançamentos contábeis Neste módulo, nós aprendemos a realizar o cálculo do custo de aquisição de matérias-primas. Vimos também como se contabiliza o valor da aquisição de mercadorias, bem como o dos tributos a recuperar. O estoque de matérias-primas é o primeiro passo na fabricação do produto final da empresa. Contudo, também estão presentes o custo dos produtos vendidos e o do estoque de produtos acabados e em processamento. Veremos no próximo módulo como uma empresa gerencia os estoques de produtos acabados, obtendo, assim, no custo das mercadorias vendidas. Questão 1 Uma empresa precisa levantar os custos de produção de determinado mês e o profissional responsável pela identificação desses custos buscou a nota de compra da matéria-prima utilizada na produção e identificou as seguintes informações na Nota Fiscal: Valor da Matéria-Prima: R$10.000 ICMS a recuperar: R$1.700 Frete: R$1.000 Seguro: R$1.500 Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. Diante das informações, analise as afirmações a seguir e identifique aquela que corresponde ao correto tratamento que o profissional responsável pelo custo procedeu para levantamento dos custos dos produtos. Questão 2 Você está sendo contratado para identificar o custo unitário da matéria-prima de determinado produto. Para isso você recebeu as seguintes informações da nota de compra da matéria-prima utilizada no mês: Valor da matéria-prima: R$5.000 ICMS a recuperar: R$1.000 IPI não recuperável: R$100 Frete: R$1.000 Seguro: R$1.000 Desconto comercial: R$100 Valor total da NF: 7.000 A empresa produziu 1.000 unidades com a matéria-prima utilizada. A O valor do ICMS a recuperar foi considerado como custo de produção pois faz parte do valor total da nota fiscal. B O frete não pode ser considerado como custo porque não tem relação com a produção dos produtos. C O seguro não pode ser considerado como custo porque não tem relação com a produção dos produtos. D O valor total considerado como custo de produção da matéria-prima foi R$10.800, sendo a soma do valor da matéria-prima menos ICMS mais frete e mais seguro. E O valor total considerado como custo de produção da matéria-prima foi R$14.200, sendo a soma do valor da matéria-prima mais ICMS mais frete e mais seguro. Responder Diante dessas informações, aponte o custo unitário do produto relacionado à matéria-prima utilizada. 2 PEPS, UEPS, CMP e preço especí�co Ao final deste módulo, você será capaz de descrever as diferentes formas de cálculo do custo das mercadorias vendidas: PEPS, UEPS, CMP e preço específico. A R$4,00 B R$5,00 C R$6,00 D R$7,00 E R$8,00 Responder Controle do estoque de produtos acabados e custo de mercadorias vendidas O controle de estoques de produtos acabados é de extrema importância para empresas comerciais e industriais. As comerciais já os compram prontos, enquanto as industriais precisam produzir seus produtos. Tendo isso em vista, descreveremos a seguir quatro métodos distintos do controle do estoque e do cálculo do custo de mercadorias vendidas: Primeiro que entra, primeiro que sai (PEPS) Mais conhecido pelo seu acrônimo PEPS, ele é uma das formas mais comuns de controle de estoque e de cálculo de custo de mercadorias vendidas. Nesse tipo de controle de estoque, como o próprio nome já o diz, ao ser realizada a venda de um produto, ocorre justamente a baixa daquele mais antigo ainda em estoque – ou seja, o primeiro a entrar é o primeiro a sair. O PEPS tem como premissa que o tempo de estocagem de um produto é o menor possível; por isso, os mais antigos em estoque são vendidos primeiramente. Isso também assegura que os produtos não fiquem muito tempo no sistema de estoque. Último que entra, primeiro que sai (UEPS) Atenção! Um ponto que pesa contra esse tipo de controle de estoque é o fato de que, para grandes estoques, esse valor tende a diminuir o do custo de mercadorias vendidas. Isso acontece porque, com a inflação, o custo dos produtos comprados ou produzidos tende a aumentar com o tempo. Por conta disso, os mais antigos são aqueles com os menores custos – e, com isso, o custo das mercadorias vendidas tende a ser menor. O UEPS é um método de controle de estoque que significa o inverso do método PEPS. Enquanto no PEPS produto comprado há mais tempo é o que sofre a baixa primeiro, no UEPS é o mais recente que passa por tal processo. Esse método não é utilizado no Brasil, pois nosso país adota as regulações da International Financial Reports Standards (IFRS). A IFRS não permite a sua adoção pelo fato de os produtos antigos ficarem por tempo demasiadamente longo no estoque, o que pode levar a uma possível sobrevalorização dos custos das mercadorias vendidas. Custo médio ponderado O custo médio ponderado (CMP) é, assim como o método PEPS, um dos mais usados pelas empresas em seus controles de estoque. Ele possui muitas vantagens em relação aos métodos PEPS e UEPS, além de facilitar a realização dos lançamentos contábeis. O CMP se utiliza da premissa de que cada produto no estoque possui um valor de mercado similar, pois todos, sendo os mesmos produtos, teriam o mesmo custo, o qual, aliás, é a média de todos os custos dos produtos dividido pelo número de produtos. Isso acaba com o problema abordado anteriormente: o fato de o custo de mercadoriasvendidas pelo método PEPS tender a ser subvalorizado, enquanto o UEPS tem a tendência de ser supervalorizado. Além disso, seu lançamento contábil é mais simples, tendo em vista que se deve apenas multiplicar o valor do CMP pela quantidade de produtos vendidos para se dar a baixa no estoque. São duas maneiras para se trabalhar com o CMP: CMP móvel Atualiza o custo unitário a cada entrada e saída de estoque. CMP �xo Encontra o custo unitário em um período específico depois que todas as entradas e saídas aconteceram. Preço especí�co O método do preço específico surgiu com o fato de que, atualmente, é muito mais fácil digitalizar os estoques de uma empresa com cada produto possuindo uma tag e código específico. Assim sendo, sabe-se o quanto cada um custou. Resultado: pode-se dar a baixa no produto específico no estoque e calcular o custo de mercadorias vendidas de forma mais precisa. A grande vantagem desse método é a precisão no cálculo e no controle. Como cada produto é controlado individualmente, a contabilidade de custos fica extremamente precisa. Contudo, sua desvantagem é o custo, que pode ser proibitivo para pequenas e médias empresas, pois ele requer o investimento em sistemas, tags, leitores e pessoal para controlar o estoque. Por isso, embora o método do preço específico seja o melhor, muitas empresas ainda utilizam o PEPS ou CMP pelo fato de esses métodos serem bem mais baratos de se implementar. Contabilização e comparação entre os métodos Verificaremos agora a contabilização de um mesmo exemplo com quatro métodos diferentes. Em seguida, faremos a contabilização de cada método. Exemplo Uma determinada empresa contratou um profissional da área de custos para ajudá-la a identificar o custo da matéria-prima utilizada na produção de seus produtos. A empresa precisa dessa ajuda porque comprou a mesma matéria-prima em dias diferentes por valores diferentes e não está sabendo como encontrar esse custo. Veja os dados apresentados pela empresa referente à movimentação do estoque da matéria-prima. 1. Dia 01.04 - Compra de 100kg de matéria-prima a R$2,00 cada. 2. Dia 05.04 - Compra de 50kg de matéria-prima a R$2,50 cada. 3. Dia 10.04 - Utilização de 110kg de matéria-prima. 4. Dia 11.04 - Compra de 50kg de matéria-prima a R$3,00 cada. 5. Dia 15.04 - Utilização de 60kg de matéria-prima. Diante dos dados apresentados o especialista de custo utilizou os seguintes métodos para cálculo dos custos: Primeiro que entra, primeiro que sai Último que entra, primeiro que sai Custo de mercadorias vendidas Confira um pouco mais sobre o custo de mercadorias vendidas. Importância do controle de estoque Neste módulo, nós conhecemos as diferentes formas de se estimar o custo de mercadorias vendidas: PEPS Os produtos mais antigos são vendidos primeiramente. UEPS Custo médio ponderado móvel Custo médio ponderado fixo Preço específico Os mais novos são vendidos em primeiro lugar. CMP Os produtos têm todos o mesmo custo. Preço especí�co Cada produto pode ser controlado e estimado individualmente. Agora que já compreendemos a forma de controle na venda do estoque dos produtos acabados, nós estudaremos no próximo módulo sobre como se dá a classificação dos custos quanto ao objeto e ao volume a fim de podermos calcular o custo a ser alocado no estoque desses produtos. Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. Questão 1 Você foi contratado por uma empresa para encontrar o custo da matéria-prima utilizada nos produtos do mês. Os seguintes dados foram apresentados pela empresa: 01.04 - Compra de 10 unidades de MP por R$50,00 cada. 02.04 - Compra de 5 unidades de MP por R$55,00 cada. 03.04 - Utilização de 12 unidades de MP. Encontre a alternativa correta em relação ao custo da MP utilizada. Questão 2 Você foi contratado como especialista de custo para encontrar o custo da matéria-prima utilizada nos produtos do mês. Os seguintes dados foram apresentados pela empresa: 01.04 - Compra de 15 unidades de MP por R$20,00 cada. 02.04 - Compra de 5 unidades de MP por R$25,00 cada. 03.04 - Compra de 10 unidades de MP por R$27,00 cada. 04.04 - Utilização de 25 unidades de MP. A O custo da MP será de R$610 se você utilizar o método PEPS como critério de avaliação de estoque. B O custo da MP será de R$620 se você utilizar o método UEPS como critério de avaliação de estoque. C O custo da MP será de R$625 se você utilizar o método CMP móvel como critério de avaliação de estoque. D O custo da MP será de R$630 se você utilizar o método CMP fixo como critério de avaliação de estoque. E O custo da MP será de R$635 se você utilizar o método preço específico como critério de avaliação de estoque. Responder Encontre a alternativa correta em relação ao custo aproximado da MP utilizada pelo método CMP fixo como critério de avaliação de custo. 3 Classi�cação dos custos Ao final deste módulo, você será capaz de classificar os custos em diretos, indiretos, fixos e variáveis. A 560 B 579 C 580 D 595 E 690 Responder Classi�cação dos custos quanto ao objeto e ao volume Neste módulo, descreveremos a classificação dos custos quanto ao: Objeto Direto versus indireto. Volume Fixo versus variável. Pontuaremos ainda a ambiguidade na classificação dos custos quanto ao volume, por exemplo: custos semifixos ou semivariáveis. A classificação dos custos é muito importante, pois isso influencia tanto no cálculo dos custos a serem apropriados no ativo quanto daqueles que serão tratados como despesas, as quais, por sua vez, serão lançadas diretamente na demonstração de resultado do exercício da entidade. Este módulo está estruturado da seguinte maneira: primeiramente, vamos abordar os custos divididos por objeto; depois, os custos divididos por volume; e, por fim, a ambiguidade na classificação dos custos, bem como a relação entre a abordagem por objetivos e a por volume. No final, faremos ainda uma revisão do conteúdo abordando os principais pontos tratados. Classi�cação quanto ao objeto Na classificação dos custos de produção quanto ao objeto, a divisão é feita quanto ao objeto de custo. O propósito é saber se os custos estão relacionados de forma direta ou indireta com o objeto que se quer analisar. O objeto de análise pode ser um departamento, por exemplo, ou o produto, dentre outros. O que importa nessa classificação, portanto, não é como os gastos se comportam com o passar do tempo, e sim qual o objeto a ser analisado. Essa distinção é importante, pois, mais à frente, demonstraremos como os gastos se comportam ao passar o tempo e como isso pode influenciar a classificação deles. A classificação dos gastos que possuem relação com a produção quanto ao objeto se dá em duas categorias: Diretos São aqueles custos que possuem relação direta com o objeto de custeio. Um exemplo é a matéria-prima em relação ao produto. Ou seja, sendo o produto o objeto de análise, Indiretos O aluguel da fábrica é um exemplo de custo indireto quando o objeto de custeio é o produto, porque não tem relação direta com ele, necessitando de um consideramos a matéria-prima um custo direto a ele. critério de rateio para distribuição dos custos. Os custos diretos mais comuns são a matéria-prima e a mão de obra direta. Já os custos indiretos mais comuns são os de depreciação, manutenção de maquinário, aluguel de fábrica, mão de obra indireta e outros materiais usados indiretamente na produção. Classi�cação quanto ao volume Na classificação dos custos de produção quanto ao volume, a divisão é feita quanto à forma como o custo se comporta com o passar do tempo e a mudança do volume da produção: se não varia com a mudança desse volume, tal custo é determinado como fixo; se sofre mudança, é considerado variável. Diferentemente da classificação referente ao objeto: A classi�cação relativa ao volume não se importa com a natureza do gasto, e simcom o comportamento dele com o passar do tempo. Isso é importante para a administração da empresa, já que, para seus planejamentos futuros, pode haver alterações no volume de produção, como novas decisões sobre orçamento ou ampliação/redução de produção. Custos �xos São aqueles que não variam em relação a quantidade produzida. Os mais comuns são a depreciação, os aluguéis e a mão de obra, pois eles não tendem a variar em relação a produção. Custos variáveis São aqueles que variam em relação a quantidade produzida. São aqueles que, mesmo com uma mudança pequena de volume, sofrem uma alteração. Exemplos: matéria-prima.. Ambiguidades na classi�cação dos custos quanto ao volume e sua relação com custos diretos e indiretos A classificação de custos quanto ao volume é ambígua, pois quase todos eles variam com o passar do tempo e com a variação do volume da produção. Sendo assim, nenhum custo é totalmente fixo. Exibiremos a seguir exemplos de custos: Exemplo de custo �xo O custo com depreciação quando ela é feita pelo método de cotas constantes. Nesse tipo, não há variação de valor devido ao volume. Independentemente de a empresa produzir a 0% (ou seja, não fazer nada) ou a 100% da capacidade (produção total), o custo da depreciação será o mesmo. Exemplo de custo semi�xo Compare com a mão de obra direta: caso a empresa reduza 10% na sua produção, ela talvez não precise demitir funcionários. Isso é diferente no caso da matéria-prima, pois uma redução de 10% na produção resulta em uma diminuição de 10% no consumo de matéria- prima. Existem também os custos semivariáveis, que são custos nos quais existe uma parcela fixa e outra variável em sua composição. Na energia elétrica, na água e no gás, são cobrados valores fixos referentes à taxa de disponibilidade. Eles não variam da mesma forma que a matéria-prima, a qual, aliás, não possui componente fixo. Em casos assim, encontra-se uma ambiguidade na classificação de custos, especialmente entre os semifixos e os semivariáveis. A administração da empresa e a contabilidade deverão decidir como classificar os custos de acordo com a sua realidade. No entanto, existe uma relação muito importante entre os custos por objeto e aqueles por volume. Exempli�cação no cálculo de custo Empregaremos a seguir um exemplo para o cálculo de uma matriz de classificação de custos. Primeiramente, nós apenas o leremos. Em seguida, faremos a matriz com a divisão entre o custo e a despesa. Se ela for um custo, haverá uma nova divisão em fixo versus variável e direto versus indireto. Uma determinada indústria calculou os seguintes gastos no mês de março: R$35.000,00 de matéria-prima, R$45.000,00 de mão de obra direta, R$28.000,00 de mão de obra indireta, R$18.000,00 de aluguel do espaço da fábrica, R$5.000,00 de aluguel de espaço da loja, R$4.000,00 de depreciação do maquinário e R$2.000,00 de despesa financeira. Atenção! Normalmente, os custos diretos são classificados como variáveis, enquanto os indiretos o são como fixos. Mas há exceções: o custo de mão de obra direta, embora seja direto (como o próprio nome diz), é tratado como fixo, pois ele tende a se manter estável de um mês para o outro. Já um exemplo de custo indireto variável é a energia elétrica ou a água. Agora faremos a tabela da seguinte maneira: Custo Tipo de gasto Valor Despesa Matéria-prima R$35.000,00 Mão de obra direta R$45.000,00 Mão de obra indireta R$28.000,00 Aluguel fábrica R$18.000,00 Aluguel loja R$5.000,00 x Depreciação R$4.000,00 Despesa financeira R$2.000,00 x Tabela: Matriz de classificação dos custos. Rodrigo de Oliveira Leite. Primeiramente, falaremos das despesas. Elas são duas nesse cenário: Aluguel de loja Ele está relacionado com a venda de produtos, e não com a sua produção. Despesa �nanceira Como o próprio nome indica, ela é uma despesa, e não um custo. Com relação aos custos variáveis, existe apenas um nesse exemplo: a matéria-prima. Esse custo também é direto, pois se trata de um que integra o produto final. Os demais custos são fixos: Mão de obra direta Mão de obra indireta Aluguel da fábrica Depreciação Ainda falando dos custos fixos, apenas a mão de obra é um custo direto, pois esse custo se faz presente no valor final do produto (sendo diretamente relacionado a ele). Todos os outros custos fixos (mão de obra indireta, aluguel da fábrica e depreciação) são indiretos nesse exemplo. Pressupondo que todos os gastos foram pagos com o caixa disponível da empresa, seus lançamentos contábeis seriam: D Estoques de produto acabado = R$35.000,00 C Estoques de matéria-prima = R$35.000,00 D Estoques de produto acabado = R$45.000,00 C Caixa = R$45.000,00 (pagamento da mão de obra direta) D Estoques de produto acabado = R$28.000,00 C Caixa = R$28.000,00 (pagamento da mão de obra indireta) D Estoques de produto acabado = R$ 18.000,00 C Caixa = R$ 18.000,00 (pagamento do aluguel da fábrica) D Despesas com aluguéis = R$ 5.000,00 C Caixa = R$ 5.000,00 (pagamento do aluguel da loja) D Estoques de produto acabado = R$ 4.000,00 C Depreciação acumulada do maquinário = R$ 4.000,00 D Despesas financeiras = R$2.000,00 C Caixa = R$2.000,00 Tabela: Lançamentos contábeis. Viviane dos Santos. Objeto e volume Confira agora um pouco mais sobre a classificação dos custos quanto ao objeto e ao volume. Ponderações sobre os métodos de custeio Os métodos de custeio deste módulo estiveram focados no cálculo do custo do estoque de produtos acabados, enquanto os de controle de estoque do módulo anterior eram aplicáveis na conversão dos estoques de produtos acabados em custo de mercadorias vendidas. Os métodos analisados se dividiram em dois: Quanto ao objeto (direto versus indireto) Quanto ao volume (�xo versus varável) Comentamos também sobre a ambiguidade dos custos quanto ao volume, dando origem aos semifixos e aos semivariáveis. Analisamos ainda como os custos diretos tendem a ser fixos e os indiretos, variáveis. Por fim, observamos os lançamentos contábeis dos custos totais, mas não analisamos como o rateio é feito entre os produtos. Veremos isso no próximo módulo. Questão 1 Você foi contratado para analisar os custos de uma determinada indústria e para isso precisa identificar estratégias para a empresa diminuir seus custos. A empresa atualmente produz 2.000 unidades de seu produto e possui os seguintes gastos: Aluguel da fábrica: R$10.000 por mês Matéria-Prima: R$50,00 por unidade Mão de Obra Direta: R$5.000 por mês Diante dessa tarefa, encontre a alternativa que apresenta uma correta análise da situação da empresa. Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A Atualmente a empresa possui um custo unitário por produto de R$57,50. B Caso a empresa diminua o aluguel em 10%, o custo unitário também irá reduzir na mesma proporção. C Atualmente a empresa possui um custo fixo total de R$115.000 mensal. D Caso a empresa diminua a mão de obra direta em 5%, conseguirá uma redução de R$0,50 no custo unitário. E Caso a empresa passe a produzir apenas 1.500 unidades conseguirá reduzir o custo unitário de cada produto. Questão 2 A indústria Limpa Tudo Ltda fabrica dois tipos de álcool em Gel - álcool em gel de 200ml e álcool em gel de 500ml - sendo que no mês de junho de 2021 a empresa fabricou 3.000 unidades e 2.000 unidades, respectivamente. A empresa apresentou nesse mesmo período os seguintes gastos: Compra de MP: R$15.000 Mão de obra direta: R$8.000, sendo R$6.000 para produção das unidades do álcool em gel 200ml e R$2.000 para a produção das unidades do álcool em gel 500ml. Depreciação das máquinas utilizadas na produção de todos os álcool em Gel: R$500 Matéria-prima utilizada: 60% da matéria-prima adquirida foi utilizada. Metade da MP utilizada foi na fabricação das unidades do álcool em gel de 200ml e a outra metade na fabricaçãodo álcool em gel de 500ml. Salário do supervisor da produção de todos os tipos de álcool em gel: R$2.000 Energia elétrica da fábrica: R$1.000 Aluguel da fábrica: R$2.000 Salário do administrador: R$5.500 Você foi contratado como especialista de custos para ajudar a empresa na análise dos seus custos. Diante dos dados, encontre o total dos custos indiretos da empresa. Responder A 2.500 B 4.500 C 5.500 D 11.000 E 19.000 4 Custo total e unitário de produtos Ao final deste módulo, você será capaz de empregar o método do rateio para o cálculo do custo total e unitário de produtos. Responder Rateio dos custos indiretos Neste módulo, veremos como é feito o rateio de custos entre diferentes estoques de produtos. Em muitas oportunidades, as empresas possuem um parque fabril para a produção de diversos produtos. Eles possuem custos em comum: são os chamados indiretos. Mas resta uma dúvida: como uma empresa pode fazer o rateio do custo de produção indireto para diferentes produtos? Veremos a seguir como isso é possível. Além disso, apresentaremos os lançamentos contábeis referentes a esse tipo de operação. Critérios de rateio dos custos indiretos Antes, vamos voltar um pouco em um assunto importante: Exemplo Eletricidade, segurança, depreciação e manutenção. Relembrando Para fazer um rateio dos custos indiretos de fabricação (CIF), é necessário definir um critério de rateio. Nesta seção, abordaremos quatro critérios diferentes: Rateio pelo método do consumo de matéria- prima Nesse método, emprega-se o custo da matéria-prima como critério para alocar os CIF. Ou seja, os produtos têm seus custos indiretos proporcionais ao consumo de matéria-prima de cada um. Vejamos um exemplo a seguir: Os custos indiretos são aqueles que não conseguem ser traçados para nenhum tipo de produto em específico. Como são “comuns” a todos os produtos, eles devem ser rateados. Os diretos, por sua vez, não precisam ser rateados, pois podem ser calculados e alocados diretamente nos produtos. Exemplo Determinada indústria produz 6.000 unidades vigas, 3.000 unidades vergalhões e 1.000 unidades placas de aço. Todos esses produtos são fabricados na mesma fábrica e possuem custos indiretos em comum. A empresa incorreu em R$900.000,00 de custos indiretos, sendo que as vigas de aço consumiram R$200.000,00 de aço; os vergalhões, R$50.000,00; e as placas, R$150.000,00. Transformemos os valores da matéria-prima em porcentagens: as vigas consumiram 50% da matéria-prima; os vergalhões, 12,5%; e as placas, 37,5%. Nesse caso, o rateio dos produtos se dá da seguinte maneira: R$900.000,00 x 50% = R$450.000,00 para as vigas, R$900.000,00 x 37,5% = R$337.500,00 Rateio pelo método do consumo de mão de obra direta Emprega-se nesse método a mão de obra direta no lugar do consumo de matéria-prima. O rateio, portanto, se dá pela proporção do uso da mão de obra direta por cada produto. Vejamos mais um exemplo para solidificar esse conceito (com o mesmo caso da indústria anterior): Notemos a diferença no rateio dos custos utilizando os dois critérios diferentes: Método MP Método MOD Vigas de aço R$ 450.000,00 R$ 250.200,00 para as placas e R$900.000,00 x 12,5% = R$112.500 para os vergalhões. Exemplo A empresa incorreu em R$900.000,00 de custos indiretos, sendo que as vigas de aço consumiram R$125.000,00 de mão de obra direta; os vergalhões, R$250.000,00; e as placas, R$75.000,00. Transformemos os valores da mão de obra direta em porcentagens: as vigas consumiram 27,8% da mão de obra direta; os vergalhões, 55,6%; e as placas, 16,6%. Nesse caso, o rateio dos produtos se dá da seguinte maneira: R$900.000,00 x 27,8% = R$250.200,00 para as vigas, R$900.000,00 x 55,6% = R$500.400,00 para os vergalhões e R$900.000,00 x 16,6% = R$149.400 para as placas. Método MP Método MOD Vergalhões de aço R$ 112.500,00 R$ 500.400,00 Placas de aço R$ 337.500,00 R$ 149.400.00 Isso poderá afetar a política de preço da empresa: se, no método do rateio do CIF (por meio do custo de matéria-prima), parece que a empresa pode cobrar mais barato no vergalhão e deve cobrar um preço mais caro na viga de aço, o método de rateio do CIF (por intermédio do custo de mão de obra direta) mostra que os vergalhões precisam ter um preço mais alto, enquanto as placas podem ter um preço mais barato. Contraditório, não é? Rateio pelo método dos custos primários Buscando um meio-termo entre os dois métodos anteriores, pode-se utilizar o rateio do CIF por meio dos custos primários. Nesse método, não são empregados a mão de obra direta nem o consumo de matéria- prima, e sim a soma desses dois custos. “Custo primário” é o nome pelo qual é conhecida a soma dos custos de matéria- prima e mão de obra. Ou seja, nesse método, o rateio se dá pela proporção da soma de ambos por cada produto. Como frisamos, pode-se obter, assim, um meio-termo Atenção! Esse é o motivo pelo qual muitos gestores atacam o método de rateio do CIF utilizando tais critérios, pois, caso o critério seja mudado, o valor dos custos dos produtos poderá ser alterado radicalmente. entre os dois métodos abordados anteriormente. Veja um exemplo: Comparemos esse método com os outros dois abordados anteriormente: Método MP Método MOD Vigas de aço R$ 450.000,00 R$ 250.200,00 Vergalhões de aço R$ 112.500,00 R$ 500.400,00 Placas de aço R$ 337.500,00 R$ 149.400.00 Exemplo Utilizaremos o mesmo caso da empresa do exemplo anterior. Ela incorreu em R$900.000,00 de custos indiretos. Seus custos primários são os seguintes: as vigas de aço consumiram R$125.000,00 de mão de obra indireta e R$200.000,00 de materiais; os vergalhões, R$250.000,00 de mão de obra direta e R$50.000,00 de matéria-prima; e as placas, R$75.000,00 de mão de obra direta e R$150.00,00 de matéria-prima. A partir desses números, podemos calcular os custos primários para cada produto: R$325.000,00 para as vigas de aço, R$300.000,00 para os vergalhões e R$225.000,00 para as placas. Com isso, obtemos os percentuais de rateio: 38,2%, 35,3%, e 26,5%, respectivamente. Os valores a serem lançados como custos, portanto, são estes: 38,2% x R$900.000,00 = R$343.800,00 para as vigas, 35,3% x R$900.000,00 = R$317.700,00 para os vergalhões e 26,5% x R$900.000,00 = R$238.500,00 para as placas. Notemos que o método do custo primário possui valores menos extremos que o de rateio com a matéria-prima ou o de rateio com a mão de obra direta. Esse tipo de análise, contudo, exige algum cuidado. Qualquer tipo de rateio, afinal, é subjetivo e arbitrário. Cada empresa tem de tomar decisões baseadas na forma mais adaptável à sua estrutura de custos. Dessa forma, devemos sempre ter cuidado com “regras simples e gerais”. O ideal é utilizar o nosso julgamento profissional para uma melhor tomada de decisão. Rateio pela quantidade produzida Emprega-se nesse método a quantidade produzida. O rateio, portanto, se dá pela proporção da quantidade produzida de cada produto. Vejamos mais um exemplo para solidificar esse conceito (com o mesmo caso da indústria anterior): Exemplo Uma empresa extremamente automatizada que não possui muitos gastos com mão de obra pode usar o rateio com a matéria-prima de forma eficiente. Isso já não é o caso de outra em que a maior parte do custo de um produto (ou de um serviço) diz respeito justamente à mão de obra. Exemplo Determinada indústria produz 6.000 unidades vigas, 3.000 unidades vergalhões e 1.000 unidades placas de aço. Todos esses produtos são fabricados na mesma fábrica e possuem custos indiretos em comum. A empresa incorreu em R$900.000,00 de Comparemos esse método com os anteriormente: Método MP Método MOD Vigas de aço R$450.000,00 R$250.200,00 Vergalhões de aço R$112.500,00 R$500.400,00 Placas de aço R$337.500,00 R$149.400,00 Veja que a escolha do método a ser utilizado para distribuir os custos indiretos pode impactar muito o custo dos produtos. Custos indiretos:rateio Confira agora o rateio dos custos indiretos. custos indiretos, sendo que as vigas de aço consumiram R$200.000,00 de aço; os vergalhões, R$50.000,00; e as placas, R$150.000,00. Transformemos as quantidades produzidas em porcentagens: as vigas 60% da quantidade produzida; os vergalhões, 30%; e as placas, 10%. Nesse caso, o rateio dos produtos se dá da seguinte maneira: Vigas: R$540.000; Vergalhões: 270.000; e Placas de aço: R$90.000. Lançamentos contábeis Analisaremos a seguir os lançamentos contábeis que devem ser feitos para a correta contabilização e evidenciação dos fatos ocorridos. Tendo em vista que, independentemente do método utilizado, a contabilização é a mesma, serão utilizados nos exemplos abaixo os números do exemplo com o rateio pelo método do custo primário. Nesse caso, a empresa incorreu em custos indiretos que somam R$900.000,00: R$343.800,00 para as vigas, R$317.700,00 para os vergalhões e R$238.500,00 para as placas. Normalmente, as empresas utilizam uma conta de transição que chamaremos de “custos indiretos a apropriar”. Ela sempre é zerada no fim do período e acumula os valores dos custos indiretos para a apropriação no transcorrer dele. Nesse caso, suponhamos que os custos indiretos sejam o seguinte: R$50.000,00 de depreciação R$550.000,00 de mão de obra indireta R$60.000,00 de energia elétrica R$40.000,00 de água R$150.000,00 de manutenção no maquinário R$50.000,00 de outros custos indiretos Cada um desses custos foi lançado a débito na conta de “custos indiretos a apropriar”, gerando um saldo de R$900.000,00 para a alocação nos produtos. A partir disso, pode-se fazer a alocação em cada item do estoque da seguinte maneira: D – Estoque de vigas acabadas = R$343.800,00 C – Custos indiretos a apropriar = R$ 343.800,00 D – Estoque de vergalhões acabados = R$ 238.500,00 C – Custos indiretos a apropriar = R$238.500,00 D – Estoque de placas acabadas = R$317.700,00 C – Custos indiretos a apropriar = R$317.700,00 Observemos que agora houve R$900.000,00 de crédito em uma conta devedora no mesmo saldo, ou seja, a conta de “custos indiretos a apropriar” está zerada. Observações sobre os métodos de rateio e sua contabilização Os métodos de rateio abordados neste módulo são alguns dos muitos disponíveis, porém eles estão entre aqueles mais utilizados. Conforme frisamos anteriormente: A utilização de tais métodos de rateio precisa ser feita com todo o cuidado, pois sua má utilização pode gerar problemas para a empresa ao estimar custos errados de produtos. Por isso, os conhecimentos adquiridos por você devem ser utilizados de forma conjunta com a experiência e a subjetividade para uma tomada de decisões corretas e eficientes. Questão 1 Uma indústria fabricou em determinado período 5.000 unidades de dois modelos de mesas: Mesa A e Mesa B, sendo 2.000 unidades do modelo da Mesa A e 3.000 unidades do modelo da Mesa B. A empresa apresentou nesse período, os seguintes saldos de gastos: Aluguel do escritório administrativo: R$2.000 Comissão sobre vendas: R$500 Depreciação das máquinas utilizada na produção dos dois produtos: R$1.000 Salário dos colaboradores que fabricam as mesas: R$3.000, sendo R$1.000 dos que fabricam a Mesa A e R$2.000 dos que fabricam a Mesa B. Salário do supervisor, responsável pela supervisão da produção de todos os modelos de Mesa: R$4.000 Matéria-prima adquirida: R$4.000. Matéria-prima consumida: toda a matéria-prima adquirida foi consumida na produção, sendo metade da matéria consumida pele Mesa A e metade pela Mesa B. Aluguel do galpão da fábrica onde as mesas são produzidas: R$5.000 Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. Você foi contratado como especialista de custos e precisa calcular os custos unitários de cada produto utilizando a quantidade produzida como critério de rateio dos custos indiretos. Quais os custos unitários das mesas A e B? Questão 2 Uma indústria fabricou em determinado período 5.000 unidades de dois modelos de mesas: Mesa A e Mesa B, sendo 2.000 unidades do modelo da Mesa A e 3.000 unidades do modelo da Mesa B. A empresa apresentou nesse período, os seguintes saldos de gastos: Aluguel do escritório administrativo: R$2.000 Comissão sobre vendas: R$500 Depreciação das máquinas utilizada na produção dos dois produtos: R$1.000 Salário dos colaboradores que fabricam as mesas: R$3.000, sendo R$1.000 dos que fabricam a Mesa A e R$2.000 dos que fabricam a Mesa B. Salário do supervisor, responsável pela supervisão da produção de todos os modelos de Mesa: R$4.000 Matéria-prima adquirida: R$4.000. Matéria-prima consumida: toda a matéria-prima adquirida foi consumida na produção, sendo metade da matéria consumida pele Mesa A e metade pela Mesa B. Aluguel do galpão da fábrica onde as mesas são produzidas: R$5.000 Você foi contratado como especialista de custos e precisa calcular os custos unitários de cada produto utilizando a matéria-prima como critério de rateio dos custos indiretos. A 3,17 e 3,56. B 3,50 e 3,33. C 3,64 e 3,24. D 4,00 e 3,00. E 4,10 e 4,05. Responder Quais os custos unitários das mesas A e B? Considerações �nais Apresentamos neste conteúdo os principais pontos sobre a contabilidade de custos aplicada ao controle de estoque. Compreendemos, com isso, a base de cálculo e o lançamento contábil do custo de aquisição de materiais. Conhecemos as fichas de controle de estoques pelos métodos PEPS, UEPS, CMP e preço específico. Apontamos a classificação dos custos em diretos, indiretos, fixos, descrevendo ainda a variável do método de rateio do custo indireto de fabricação entre diferentes produtos. Também destacamos o fato de que cada profissional deve utilizar sua experiência e subjetividade para escolher o melhor tipo de rateio. Com isso, estabelecemos os principais aspectos do cálculo e da contabilização de custos para as empresas industriais. A partir deste trabalho, você já sabe calcular e contabilizar os custos de cada produto individual de diversas maneiras, assim como o custo das mercadorias vendidas. Podcast A 3,17 e 3,56. B 3,50 e 3,33. C 3,64 e 3,24. D 4,00 e 3,00. E 4,10 e 4,05. Responder Ouça agora o professor respondendo a perguntas sobre a temática. 00:00 14:34 1x Explore + Para aqueles que não são da área da Contabilidade e estejam em dúvida sobre alguns conceitos abordados neste conteúdo, recomendamos um livro de Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion que aborda a linguagem contábil de forma fácil e bastante explicativa: IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Curso de Contabilidade para não contadores: para as áreas de Administração, Economia, Direito e Engenharia. 7. ed. Barueri: Atlas, 2011. Referências GELBCKE, E.; DOS SANTOS, A.; IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. Barueri: Atlas, 2018. LEONE, G. S. G. Curso de contabilidade de custos. 4. ed. Barueri: Atlas, 2010. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. Barueri: Atlas, 2018. MARTINS, E.; ROCHA, W. Contabilidade de custos – livro de exercícios. 11. ed. Barueri: Atlas, 2015. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/01467/index.html https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/01467/index.html javascript:CriaPDF() O que você achou do conteúdo? Relatar problema
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