Buscar

Síndrome hepatoesplênica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 2, do total de 3 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
A síndrome é um conjunto de sinais e sintomas. Logo, a 
síndrome hepatoesplênica é um conjunto de doenças 
que cursam com hepatomegalia e esplenomegalia. 
Algumas doenças podem ter somente hepatomegalia 
ou somente esplenomegalia. 
O baço e o fígado são órgãos ricamente vascularizados, 
com presença de numerosas células do sistema 
retículoendotelial (SER/sistema mononuclear 
fagocitário), no qual suas células 
exercem funções específicas e muito diversas 
relacionadas com as necessidades do momento e as 
suas localizações específicas (defesa imunitária – 
macrófagos, células da glia, células de Kupfer, produção 
de células novas, fagocitose de bactérias, de eritrócitos 
e de substâncias estranhas, hematopoiese). 
Podem ser acompanhados de outros sinais e sintomas 
a depender da causa de base: icterícias, dispneia, 
edemas, anemias, febre, estase jugular. 
- causas 
Há duas possíveis causas: 
• Aumento do tamanho ou do número de células: 
o Infecção, inflamação reacional ou infecção 
específica; 
o Doenças de depósito e doenças metabólicas; 
o Anemias; 
o Infiltração neoplasia; 
o Doença hepática por álcool, hepatite (por 
drogas ou crônica); 
o Acúmulo de bile. 
• Aumento do espaço vascular. 
o Causada por congestão, isto é, acúmulo de 
sangue. 
hepatomegalia 
A hepatimetria vai avaliar o tamanho do fígado. Para 
realizar a hepatimetria basta realizar a medição da 
distância entre as bordas hepáticas inferior e superior 
com o auxílio de uma fita métrica. 
O peso médio do fígado chega a 1.800 g no sexo 
masculino e 1.400 g no sexo feminino. 
 
 
 
 
• Hepatimetria normal: 10-12cm no homem e 8-
11cm na mulher. A hepatomegalia pode ser 
classificada como: 
o Leve (hepatimetria de 13-16 cm); 
o Moderada (16-19 cm); 
o Maciça (acima de 19 cm). 
- causas de hepatomegalia 
A hepatomegalia pode ser causada por: 
• Congestão venosa: acúmulo de sangue, como o 
que acontece na ICC, ICD, síndrome Budd-Chiari; 
• Obstrução das vias biliares: por acúmulo de bile, 
como o que acontece nos cálculos biliares, 
pancreatites, neoplasias, adenomegalias (TB, 
linfomas), cirrose biliar primária; 
• Acúmulo de células inflamatórias: por desvio 
inflamatório que podem ser de causas infecciosas 
e não infecciosas: 
o Infecciosas: hepatites virais, abscesso hepático, 
leptospirose, TB, brucelose, sífilis, 
esquistossomose, doença de Chagas, malária, 
dengue, Chikungunya; 
o Não infecciosa: hepatite autoimune e 
sarcoidose. 
• Acúmulo de substâncias nos hepatócitos: 
esteatose, amiloidose, hemocromatose (ferro), 
doença de Wilson (cobre); 
• Ação de substâncias tóxicas: álcool e hepatite por 
droga; 
• Neoplasias: adenocarcinoma hepático, linfomas, 
leucemias, tumores metastáticos, hemangioma 
hepático; 
• Outras: cirrose hepática, fígado policístico, anemia 
falciforme. 
- congestão venosa 
O aumento da pressão venosa transmitida pelo coração 
é transferido por todo tecido hepático, causando estase 
venosa e queda da saturação do oxigênio. 
Os hepatócitos da zona III dos ácinos, localizados 
próximo à veia centrolobular, são os primeiros a serem 
lesados por serem os últimos a receber oxigênio a 
partir do espaço porta. 
Sd. hepatoesplênica 
 
 
2 
 
A hepatomegalia pode variar de grau moderado a 
maciço, com borda romba e dolorosa. 
Ao exame clínico, a presença do refluxo hepatojugular 
é um sinal útil para distinguir entre a congestão 
hepática derivada do coração das causas intra-
hepáticas e da síndrome de Budd-Chiari (obstrução ao 
fluxo venoso de saída do fígado). Nessa manobra o 
examinador pressiona o fígado com ambas as mãos 
dispostas em garra e observa o ingurgitamento das 
veias jugulares. 
 
- obstrução de via biliar 
Ocorre por acúmulo de bile. 
A obstrução das vias biliares extra-hepáticas causa 
hepatomegalia ao provocar dilatação dos ductos 
biliares intra-hepáticos. 
 
o. Ao exame clínico, o fígado apresenta borda romba e 
firme e a superfície é regular, semelhante à da 
congestão hepática. Nesses casos, o fígado assume a 
coloração verde quando visto à laparoscopia. 
A coledocolitíase é a causa mais comum de icterícia 
obstrutiva extra-hepática. Nessa doença, o quadro 
clínico mais clássico é formado por dores em cólica de 
forte intensidade, sentidas no quadrante superior 
direito do abdome, com irradiação para as costas, 
podendo associar-se com náuseas e vômitos. 
Em complicações o paciente pode ser positivo para 
tríade de Charcot: icterícia, febre alta e cólica no QSD. 
- dados da anamnese 
 
 
 
3 
Esplenomegalia 
O baço exerce funções para o sistema circulatório de 
maneira equivalente aos linfonodos para o sistema 
linfático. É um órgão do sistema imunológico, sendo o 
maior órgão linfopoiético (25% da massa linfoide), 
responsável por armazenar o linfócito T e B efetores, 
macrófagos, etc. 
• Fonte de células: produz linfócitos e macrófagos 
continuamente e a hematopoiese na vida fetal; 
• Filtro especializado do sangue: hemofagocitose, 
leucofagocitose, fagocitose de microrganismos 
intracelulares; 
• Reservatório de sangue: estoque de sangue. Nas 
esplenomegalias, há grande aumento do volume 
de sangue que permanece no baço, havendo 
importante retenção de eritrócitos, leucócitos e 
cerca de 90% das plaquetas (fenômeno conhecido 
por hiperesplenismo). 
Normalmente, o baço pesa cerca de 80-200 g no 
homem adulto e 70-150 g na mulher, medindo 12 cm 
de comprimento, 7 cm de largura e 3 cm de espessura. 
Quando o baço aumenta, principalmente nas causas 
congestivas, pode haver “sequestro” das células 
sanguíneas, levando à diminuição da série vermelha, da 
série branca ou da série plaquetária – sequestro 
esplênico. 
As esplenomegalias podem ser classificadas de acordo 
com seu tamanho em: 
• Leves (até 4 cm do rebordo costal esquerdo); 
• Moderadas (de 4-8 cm do rebordo costal 
esquerdo); 
• Maciças (além de 8 cm do rebordo costal 
esquerdo). 
- causas de esplenomegalia 
 
 
 
 
- dados da anamnese 
A história clínica pode fornecer bons indícios da 
possível causa de esplenomegalia. Por exemplo, o 
paciente com alcoolismo crônico ou hepatite crônica 
com ascite tem provavelmente esplenomegalia por 
cirrose. No paciente com queixas como febre, sudorese 
noturna, queda do estado geral e perda de peso, a 
esplenomegalia pode refletir atividade de doença 
sistêmica, como: aids, lúpus eritematoso sistêmico. 
O hiperesplenismo é situação clínica em que há 
exagero das funções normais do baço, sendo 
necessários quatro critérios para definir o diagnóstico: 
• Citopenia de uma ou mais séries hematológicas; 
• Hiperplasia reativa da medula óssea; 
• Esplenomegalia; 
• Correção das alterações com esplenectomia.

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes