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Resumo Manual de Execução Civil, Marcelo Abelha

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Manual de Execução Civil
Capítulo 1
○ Tutela justa: inclui não só o direito de receber a tutela (tutela revelada), mas, especialmente, de
poder usufruí-la (tutela satisfeita) em condições mais próximas possíveis daquelas que se teria
caso não tivesse ocorrido a crise jurídica que teve de ser debelada no Poder Judiciário → tutela
justa é aquela que reconhece e permite a fruição do direito ao litigante que seja dela
merecedor.
○ Processo cognitivo vs. Processo executivo:
▻ Processo cognitivo: modelo processual dialético destinado a revelar a norma jurídica
concreta; amplo e irrestrito contraditório;
▻ Processo executivo: a função jurisdicional precípua é tornar real e eficaz no mundo dos fatos
o direito já reconhecido em favor de algum litigante → tutela executiva - diretamente
relacionada às crises de cooperação, quando a atuação da norma concreta revelada num título
executivo judicial ou extrajudicial, faz-se mediante a realização de atos processuais de
império estatal que incidem sobre o mundo dos fatos, com ou sem a colaboração do vencido
que, até então, recusou-se a cooperar cumprindo o dever ou a obrigação representados no
título executivo; desfecho único: satisfação do direito do exequente; o contraditório fica
reduzido à imposição de limites e verificação da regularidade da atividade executiva
propriamente dita.
Capítulo 2
○ Crises jurídicas:
▻ Crise de certeza: conflito de interesses no qual se deseja obter do Poder Judiciário uma
certeza jurídica acerca da existência ou inexistência de uma relação jurídica.
▻ Situação jurídica: necessidade de se obter do Poder Judiciário uma situação jurídica nova,
diversa, portanto, da situação jurídica em crise.
▻ Crise de cooperação: necessidade de se obter do Poder Judiciário o adimplemento da norma
jurídica individualizada que não foi cumprida espontaneamente.
Os provimentos constitutivos e declaratórios proporcionam a solução desejada para debelar as
crises de situação e certeza jurídica; o mesmo não se diz quando se está diante de crises de
cooperação. Enquanto as normas jurídicas concretas constitutivas e declaratórias independem
do comportamento do vencido para se efetivarem, não é o que se passa com a norma jurídica
concreta revelada a partir de uma crise de cooperação. Portanto, há aí um momento posterior à
revelação da norma jurídica concreta oriunda de crise de adimplemento, que é justamente a
realização fática de seu comendo declarado.
○ Atividade jurisdicional executiva: por intermédio dela, o Poder Judiciário substitui ou estimula
(sub-rogação ou coerção) a vontade do executado, atuando a norma jurídica concreta.
○ Intervalo entre a atividade jurisdicional executiva e a atividade jurisdicional cognitiva nas
relações obrigacionais: diante da crise instaurada perante o Poder Judiciário, cabe a este declarar
a norma jurídica concreta, reconhecendo a existência da relação obrigacional, bem como o direito
do credor de exigi-la, motivo pelo qual outorga ao devedor o "direito" de cumprir
espontaneamente a prestação devida. Caso este não a cumpra no prazo assinalado pelo juiz no
provimento que impõe a prestação, restará então ao credor insatisfeito a necessidade de atuar, na
prática, à norma jurídica concreta. Só depois de não cumprida espontaneamente é que nasce o
momento executivo.
○ Procedimentos:
▻ Expropriação: pagamento de quantia;
▻ Transformação: fazer ou não fazer;
▻ Desapossamento: entrega de coisa;
○ Provimentos executivos/Atos processuais executivos: emanam do poder do Estado-juiz e têm por
finalidade satisfazer à pretensão do exequente, sujeitando o executado a essa finalidade.
▻ Meios sub-rogatórios: o Estado-juiz substitui a atividade do executado, prescindindo da sua
vontade, e realiza o direito de exequente; podem ser divididos em instrumentais e finais; as
obrigações de entrega de coisa (execução por desapossamento) sugerem o uso desses meios.
▻ Meios coercitivos: são aqueles que não prescinde da vontade do executado, pois atuam
diretamente sobre ela, com função coercitiva de pressão psicológica, como se fosse um
estimulante positivo no cumprimento da obrigação inadimplida; as obrigações de fazer e não
fazer personalíssimas (execução por transformação) exigem a adoção de meios necessários e
adequados de coerção.
▻ Prevalece hoje no direito processual brasileiro o princípio da atipicidade do meio executivo,
que permite ao magistrado a escolha do meio executivo necessário e adequado à realização da
função executiva, tendo em vista as peculiaridades do caso concreto. Mais do que isso, o juiz
poderá cumular meios coercitivos com sub-rogatórios se assim entender necessário para a
efetivação da norma jurídica concreta.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que
tenham por objeto prestação pecuniária;
⤷ Dizer que é necessário o meio executivo significa reconhecer que ele é imprescindível
para a satisfação do direito, e o adequado significa dizer que tal meio é o mais
apropriado, o que mais se afina, mais justo para a obtenção daquele resultado.
⤷ Não há que se falar em subsidiariedade do art. 139, IV, como se só pudesse ser utilizado
após o insucesso dos meios típicos no roteiro procedimental criado pelo legislador para as
obrigações de pagar quantia.
○ Classificações da atividade executiva:
▻ Execução provisória e definitiva: provisório é aquilo que será substituído por um definitivo;
apenas os cumprimentos de sentença podem ser provisórios ou definitivos porque apenas os
títulos judiciais são provisórios ou definitivos → seria provisória a execução ou o
cumprimento da decisão sempre que, estando em curso o processo, a decisão exequenda
tivesse sido impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo.
▻ Execução específica e genérica: todas as medidas executivas são desenvolvidas, praticadas e
realizadas com um sentido específico, qual seja, no sentido de dar ao credor exata e
precisamente o bem (a coisa ou o serviço) que por atitude do devedor lhe deveria ter sido
ofertado; a execução genérica – que tipifica as obrigações de pagar quantia em razão da
fungibilidade e inespecificidade do dinheiro – é assim chamada porque os meios executivos
incidem sobre "qualquer bem" (inespecífico) sujeito à responsabilidade patrimonial, e, a rigor,
normalmente, para se alcançar o dinheiro, converte-se antes, juridicamente, um bem no valor
devido.
▻ Execução direta e indireta: cumprimento espontâneo ou por meio dos meios de sub-rogação
estatais.
▻ Execução singular e coletiva: será coletiva a execução quando se tratar de satisfazer direito
difuso ou coletivo consagrado no título executivo; individual é a execução voltada à
satisfação de pretensões individuais.
▻ Execução universal e singular: execução por quantia certa contra devedor insolvente e
execução por quantia contra devedor solvente.
Capítulo 3
○ Diretivas da execução civil:
▻ A solução integral do mérito engloba a satisfação do direito com eficiência e em tempo
razoável:
⤷ A solução integral do mérito não se limita a dizer o direito, mas também de satisfazê-lo.
▻ A busca da maior coincidência possível:
⤷ O sistema processual deve esforçar-se para que o jurisdicionado nele encontre um
resultado que seja o mais coincidente possível com aquele que teria caso não fosse
necessário o processo.
⤷ Para que se obtenha a tutela específica, o Estado deve fazer o possível a fim de que o
próprio obrigado cumpra aquilo que já deveria ter cumprido antes da execução contra si
reclamada.
⤷ Será muito comum que na execução para cumprimento de obrigações específicas o juiz se
valha de meios executivos coercitivos
▻ Amplitude dos meios executivos (típicos e atípicos):
⤷ Cláusula geral da execução → art. 139, IV: o juiz poderá, em cada caso concreto, utilizar
o meio executivo que lhe parecer maisadequado para dar, de forma justa e efetiva, a
tutela jurisdicional executiva. Por isso, não estará adstrito ao juiz seguir o itinerário de
meios executivos previstos pelo legislador.
⤷ A necessidade e a adequação do meio executivo que consta no procedimento padrão é in
re ipsa e não precisa ser justificada, mas a adoção do meio atípico em detrimento do
típico implica demonstrar fundamentadamente qual ou quais razões levam a prescindir do
meio atípico e adotar o meio atípico. Mais do que justificar a medida atípica escolhida,
deve explicitar o porquê de não se valer do procedimento padrão.
⤷ Não há subsidiariedade (incidência do art. 139, IV apenas quando falha o procedimento
padrão) e tal raciocínio tem levado a certos problemas envolvendo a escorreita distinção
entre medidas atípicas (principalmente as coercitivas) e as medidas punitivas contra atos
atentatórios à execução praticados pelo executado. E essa confusão se dá porque – para
aqueles que raciocinam com base na subsidiariedade do artigo – o gatilho que destrava a
utilização deste dispositivo é o mesmo gatilho que destrava a identificação de um
comportamento ímprobo, culminando com a incidência do inc. III do mesmo art. 139.
Isso porque só se usaria o inc. IV (medidas atípicas) se o procedimento padrão tivesse
falhado, mas houvesse indício de ocultação do patrimônio, portanto, conduta que, se
confirmada, atenta contra a dignidade da justiça.
▻ Probidade das partes na execução:
⤷ Arts. 5º, 139, III, 77, 772, II e 774.
▻ Sujeitabilidade do patrimônio e menor sacrifício possível:
⤷ Art. 805 → menor sacrifício possível; cláusula geral de proteção do executado contra os
excessos da execução; limite jurídico à tutela processual do exequente a qualquer custo.
▻ O procedimento executivo de desfecho único:
⤷ O procedimento executivo não é voltado para ser o mesmo palco dialético do processo
cognitivo. Seus atos, sua destinação e seu ritmo são construídos para que o seu desfecho
típico seja único: satisfação do direito exequendo.
⤷ Uma das consequências de se ter um modelo estruturado e vocacionado à satisfação do
direito é a de que o legislador criou uma espécie de "isolamento"da função executiva (em
processo autônomo ou em módulo executivo no cumprimento de sentença), de forma que,
uma vez iniciada a tutela executiva, há uma sequência ordenada e ininterrupta de atos
voltados à execução e satisfação do direito exequendo.
⤷ Obs: o desfecho único adotado pelo CPC em matéria executiva não é impeditivo nem
avesso às soluções consensuais no curso da execução.
▻ A liberdade/disponibilidade na execução:
⤷ A pretensão à satisfação do direito reconhecido no título executivo judicial ou
extrajudicial depende de manifesta provocação do interessado.
⤷ O sujeito pode, a qualquer tempo, desistir da execução, seja ela prestada mediante
processo autônomo, seja por meio de simples atos executivos de cumprimento da
sentença.
⤷ O legislador permite que o exequente faça a cessão de seu crédito no curso da demanda,
podendo assumir o polo ativo independentemente de consentimento do executado.
⤷ É possível que exequente e executado, desde que plenamente capazes e versando a
execução sobre direitos que admitam autocomposição, possam estipular mudanças no
procedimento para ajustá-los às especificidades da causa e convencionar sobre os seus
ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo, respeitando
as prescrições dos arts. 190 e 191.
Capítulo 4
○ Débito e responsabilidade:
▻ Obrigação: situação jurídica caracterizada por uma relação jurídica em que se estabelece um
vínculo jurídico entre credor e devedor e cujo objeto desse vínculo consiste numa prestação
de dar, fazer ou não fazer.
▻ Schuld (débito) e Haftung (responsabilidade): fenômenos distintos, mas atrelados à relação
obrigacional → o débito representado pelo dever de prestar a responsabilidade, na
sujeitabilidade do patrimônio do responsável pelo inadimplemento.
⤷ É possível haver débito sem responsabilidade e responsabilidade sem débito →
autonomia do débito em relação à responsabilidade patrimonial: nem sempre os dois
fenômenos recaem sobre o mesmo sujeito, ainda que se trate de uma mesma obrigação.
▻ Função da responsabilidade patrimonial: garantir o adimplemento. Ela é norma secundária
(sanção), que, por isso mesmo, depende da existência de uma norma primária (prestação de
uma obrigação) → caráter instrumental da responsabilidade: direito potestativo de submeter
o patrimônio do devedor (ou outro garantidor) ao adimplemento da obrigação.
▻ Objeto da execução: toda execução incide sobre bens que compõem o patrimônio do devedor
ou de terceiro responsável pela garantia da dívida inadimplida.
▻ Execução indireta: utilização de técnicas processuais que atuam sobre a vontade do
executado de forma a pressioná-lo a cumprir a obrigação não adimplida → forma de
relativizar a regra de que toda execução recai sobre o patrimônio.
○ Natureza substancial da responsabilidade patrimonial: na relação obrigacional, além do dever de
cumprimento da obrigação, há também a responsabilidade patrimonial que vincula os bens do
devedor para garantir o direito do credor à custa desses bens.
○ Responsabilidade patrimonial: caráter subsidiário da execução:
▻ Pressupostos lógicos da sujeitabilidade do patrimônio do devedor:
⤷ Regra geral, a situação de sujeição do patrimônio vincula-se a uma relação obrigacional
em que os bens do devedor têm uma finalidade sempre subsidiária, que é satisfazer a
obrigação inadimplida → execução subsidiária (genérica).
⤷ O sujeito responsável pelo patrimônio que garantirá a execução deve ser titular dos bens
expostos à execução, pois é a responsabilidade patrimonial que dá fundamento e suporte
ao poder do Estado de invadir o patrimônio do executado para dele retirar os bens
adequados para satisfazer a obrigação inadimplida.
▻ Aspectos fundamentais do vínculo entre a responsabilidade patrimonial e o
inadimplemento do devedor:
⤷ Essa situação jurídica de responsabilidade do patrimônio do devedor não se confunde
com o vínculo obrigacional.
⤷ A responsabilidade patrimonial está prevista em lei e não pode ser excluída ou ignorada,
senão pela própria lei nos casos e situações em que ela, lei, entender como pertinentes.
▻ O inadimplemento do devedor é o fato jurídico (indesejável) que faz que a responsabilidade
patrimonial deixe de ser uma norma jurídica abstrata e passe a ser uma norma jurídica
concreta → com o inadimplemento, há o fenômeno de incidência da responsabilidade
patrimonial (norma secundária).
○ Responsabilidade patrimonial, execução por expropriação e execução real:
▻ Em qualquer modalidade de prestação existe a responsabilidade patrimonial.
▻ Apenas no caso de impossibilidade prática de cumprimento da obrigação específica, ou em
algumas situações de opção do credor, é que se parte diretamente para o poder de excutir o
patrimônio do devedor impondo-se a garantia da responsabilidade patrimonial.
▻ A responsabilidade patrimonial está ligada à tutela executiva expropriatória para
pagamento de quantia.
○ Momento de formação da responsabilidade patrimonial:
▻ Devedor: o sujeito passivo da responsabilidade patrimonial não é, necessariamente, o
devedor, mas qualquer pessoa, inclusive ele, que pode estar na condição de titular do
patrimônio responsável.
▻ Responde com todos os seus bens: ao dizer que o devedor "responde com todos os seus
bens", o que pretende o legislador é deixar claro que o patrimônio responsável, conjunto de
seus bens e direitos dotados de valor econômico, responde (se submete à expropriação) pelo
inadimplemento da obrigação ao qual ele está vinculado.
⤷ Limite: a dívida → todos os bens do patrimônio do responsável estão sujeitos à garantia
da dívida no seu exato limite; todos os bens necessários para garantir a integralidade
da dívida.
⤷ O estado de sujeitabilidade do patrimônio do responsável nasce com a obrigação, mas
incide com o inadimplemento do devedor, e nãoacarreta para tal responsável o
congelamento do seu patrimônio ou sua constrição formal.
▻ Bens presentes e futuros: os bens presentes e futuros que se submetem à responsabilidade
patrimonial têm como marco temporal (presentes e futuros) a obrigação assumida pelo
devedor pois é desde esse momento que existe a responsabilidade patrimonial → são os
presentes e os futuros em relação à obrigação assumida, e não em relação à instauração da
tutela executiva.
○ Responsabilidade patrimonial e limitação à propriedade do devedor:
▻ Responsabilidade patrimonial como limitador do direito de propriedade: o responsável
patrimonial sabe, de antemão, que, no caso de inadimplemento da dívida, são os seus bens
que deverão garantir que a obrigação inadimplida seja satisfeita.
▻ Sujeitabilidade: o devedor não só se sujeita a prestar o fato ou ato que constitui o objeto
imediato do vínculo jurídico, como ainda deverá saber que estará assumindo outra posição
jurídica passiva, de ordem subsidiária àquela → implica uma conduta inibitória do
responsável patrimonial no sentido de que não poderá desfalcar o seu patrimônio aquém
do nível de equilíbrio entre os seus bens e as suas dívidas → limitador ao livre exercício da
propriedade.
▻ O devedor poderia abrir mão da proteção legislativa que lhe foi conferida e permitir, por
exemplo, que seu "bem de família" pudesse ser expropriado judicialmente, ofertando-o, ele
mesmo, à penhora? "Em nosso sentir, independentemente da verificação da natureza do
crédito exequendo, é preciso fazer a precisa hermenêutica da natureza da limitação
estabelecida em prol do bem de família.
○ Garantia patrimonial geral e garantia real:
▻ A responsabilidade patrimonial (garantia geral prevista em lei) não afasta a possibilidade de
que no mesmo negócio jurídico sejam tomadas outras garantias, reais ou fidejussórias, que
assegurem ao credor uma tranquilidade para o caso de inadimplemento do devedor.
○ Responsabilidade patrimonial sobre bens que não mais pertencem ao devedor no momento de
instauração da atividade jurisdicional cognitiva ou executiva:
▻ Quando o devedor/responsável decide aliená-lo a tal ponto que, no momento da
instauração das medidas executivas ou da própria instauração do processo, exista uma
situação de insolvabilidade patrimonial que não seja mais possível garantir a dívida
inadimplida. Seria possível penhorar para futura expropriação bens que o
devedor/responsável alienou para terceiro após a formação da obrigação? A
responsabilidade patrimonial é algo que limita o exercício do domínio do
devedor/responsável de tal forma que a parcela de bens que compunham o patrimônio do
executado que seriam aptos à satisfação do débito inadimplido fica "gravada" com a pecha da
sujeitabilidade à futura execução, mas, por envolver a esfera patrimonial de terceiros
adquirentes, estes deverão ter a oportunidade de defender seus direitos com um devido
processo legal. Presume-se a má-fé do devedor, mas não a do terceiro. Aquele que sabia que
não poderia desfalcar o patrimônio, pois todos os seus bens responderiam pelo seus
inadimplemento, mas o terceiro, a não ser que se tenha alguma presunção a seu desfavor,
poderia desconhecer a situação do devedor.
○ Tutela da responsabilidade patrimonial:
▻ Pode-se dizer que o credor poderá recorrer ao Poder Judiciário para tutelar o seu direito de
crédito ou a proteção do direito à responsabilidade patrimonial que deriva do vínculo
obrigacional, quando algum destes estiver sendo ameaçado ou lesionado por quem quer que
seja, especialmente pelo próprio devedor.
▻ Proteção preventiva: ocorrerá quando o que se pretende obter pela via do processo é um
resultado que evite a redução (ou o não aumento) do patrimônio do responsável, de forma que
tal redução (ou não aumento) importaria em um desfalque que comprometeria a sua
responsabilidade patrimonial (garantia) pelo eventual inadimplemento do devedor.
▻ Proteção repressiva: é aquela que se volta para uma situação em que a responsabilidade
patrimonial já foi afetada, reduzida e comprometida, de forma que o processo deve ofertar ao
autor uma situação jurídica que restaure a situação jurídica em que a responsabilidade
patrimonial não haveria sido lesada.
○ Individualização patrimonial e remédios repressivos:
▻ Ação pauliana ou revocatória: quando a lesão ao patrimônio do responsável aconteceu entre
o nascimento da dívida e a instauração do processo que vise a assegurar o inadimplemento.
▻ "Especialização" da fraude contra credores: quando a lesão aconteceu após a instauração do
processo e antes de realizada a apreensão e depósito (penhora) do(s) bem(ns) do responsável
→ in re ipsa → considerando o caráter público do processo e o respeito à atividade
jurisdicional, a medida a ser utilizada para reprimir o referido ato poderia ser a
interposição de uma simples petição requerendo ao magistrado a declaração de ineficácia
do ato de alienação em fraude à execução.
▻ Fraude à execução: quando a alienação fraudulenta foi do bem já penhorado e antes da
expropriação propriamente dita.
○ As fraudes contra o credor e contra a execução - hipóteses e tutela jurídica:
Fraude contra o credor Fraude contra a execução
Quando o ato ilícito de fraude for cometido
antes de instaurada a demanda pelo credor →
personagens envolvidos em relação a tal ato:
credor, responsável e devedor.
Trata-se de ilícito civil.
Ação pauliana ou revocatória.
Consilium fraudis + eventus damni → ciência
do terceiro de que a sua aquisição do bem
constituiria uma violação (desfalque) da
responsabilidade patrimonial (garantia do
adimplemento de uma obrigação) + evento do
dano.
Quando o ilícito praticado pelo devedor for
posterior à instauração do processo →
personagens envolvidos em relação a tal ato:
credor, responsável, devedor e Estado-juiz.
Trata-se de ilícito processual → ato
atentatório à dignidade da justiça.
Simples petição de objeção formulada pelo
exequente nos próprios autos de onde se
processa a execução.
▻ Tutelas jurídicas:
⤷ Preventiva: tem por finalidade evitar o desfalque patrimonial indevido.
⤷ Tutela de remoção do ilícito cometido antes de contra ele ter sido instaurada a demanda
condenatória ou executória→ ação pauliana.
⤷ Tutela de remoção do ilícito cometido após ter sido instaurada pelo credor a demanda
condenatória ou executória → fraude à execução: instauração de um incidente
cognitivo.
⤷ Técnica processual destinada ao terceiro adquirente ou em favor de quem foi onerado o
bem que, em tese, estava submetido à responsabilidade patrimonial para garantia de
outra obrigação → embargos de terceiro.
○ Impenhorabilidade:
▻ Impenhorabilidade X Inalienabilidade: não é correto afirmar que todo bem impenhorável é,
também, inalienável, mas o inverso é verdadeiro.
▻ Justificativa para a impenhorabilidade: resguardo da dignidade do executado, conservando
um mínimo no patrimônio do devedor, que mantenha a sua dignidade, evitando que a tutela
jurisdicional executiva satisfaça o exequente à custa da desgraça total da vida alheia.
▻ Art. 833.
▻ Impenhorabilidade absoluta: bens que estão absolutamente excluídos da responsabilidade
patrimonial.
▻ Impenhorabilidade relativa: bens que só serão penhorados se outros não existirem.
▻ Parece existir uma impossibilidade de que o próprio executado (embora seja incomum)
disponha do benefício que lhe foi concedido pelo legislador, admitindo a penhora sobre bem
tido por impenhorável, se esse for o seu interesse. Estando no campo dos direitos
patrimoniais, é permitido a sua disposição pelo próprio executado, embora a jurisprudência
seja uníssona em sentido contrário por entender que o motivo do referido rol é proteger a
dignidade do executado, e, por isso, indisponível por ele mesmo.
○ Benefício de ordem: direito que tem o fiador de exigir que a ordem de excussão dos bens se inicie,
primeiro, com os bens que integrem o patrimônio do devedor; o fiador pode dispor desse instituto;
se o fiador assumir a condição de devedor solidário,estará renunciando expressamente ao
benefício de ordem.
Capítulo 5
○ Título executivo: representação documental de uma norma jurídica concreta, judicial ou
extrajudicial, cujo conteúdo é formado por um sujeito passivo, um sujeito ativo, um objeto e um
vínculo jurídico de dever legal ou de obrigação.
○ O intrínseco e o extrínseco do título executivo:
▻ Intrínseco: é a norma jurídica concreta, judicial ou extrajudicial, que em tese deverá ter
aspectos objetivos e subjetivos → conteúdo, substância.
⤷ Subjetivos: os sujeitos ativos e passivos do dever ou obrigação.
⤷ Objetivos: compreendem o objeto (o que se deve ou quanto se deve) e o vínculo jurídico
que une os sujeitos (existência do dever ou obrigação).
▻ Extrínseco: é o documento físico ou eletrônico (ou o conjunto deles) que exterioriza a norma
jurídica concreta → forma.
○ A eficácia executiva abstrata: diz-se que o título executivo é dotado de eficácia executiva abstrata
porque a autorização para atuar a norma concreta mesmo contra a vontade do executado (atuar o
poder estatal sobre sujeição do executado) não está atrelada à existência do direito material
supostamente contido no referido documento → para que ocorram o início e o desenvolvimento
da atividade executiva, abstrai-se qualquer análise sobre a existência ou inexistência do
suposto direito contido no documento representativo do título executivo.
○ Classificação - judicial e extrajudicial:
▻ Judicial: títulos hauridos em processos jurisdicionais nos quais, de rigor, sua formação terá
sido precedida de todas as garantias inerentes ao devido processo legal → cumprimento de
sentença → sem necessidade de instauração de um processo autônomo de execução; regra
geral é a de que o juízo competente é aquele mesmo de onde emanou o provimento judicial
executivo; só será possível impugnar a execução nos limites previstos nos limites do art.
525;
▻ Extrajudicial: títulos hauridos em mecanismo não jurisdicional, e, como tal, sem a chancela
do devido processo legal em sentido processual → deverá ser instaurado um processo
formalmente autônomo mediante o exercício de ação executiva; porque não foi precedido
de um devido processo legal jurisdicional, a norma jurídica concreta nele contida fica
sujeita a todo e qualquer argumento ou fundamento que o impugnante poderia opor como
defesa no processo de conhecimento.
○ Liquidez, certeza e exigibilidade: são aspectos fundamentais exigidos nos arts. 783 e 784 do CPC
apenas como fatores condicionantes e viabilizadores da tutela jurisdicional executiva, pois, sem
eles, não será possível realizar os atos de execução forçada, pois não se saberá a espécie da
execução a ser empregada, a favor de quem e contra quem deve ela acontecer; não se saberá se já
é o momento de se executar; ou ainda qual o quantum da execução.

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