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PATOLOGIA-NAS-EDIFICAÇÕES-1

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1 
 
 
PATOLOGIA NAS EDIFICAÇÕES 
1 
 
 
 
Sumário 
PATOLOGIA 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO – CONCEITO .................................. 3 
PATOLOGIAS EM EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS ................................... 5 
TIPOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES ............................................................ 6 
MAPA DE DANOS ................................................................................. 12 
INSPEÇÃO, DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO .................................. 18 
PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ................................ 21 
MEDIDAS DE PROFILAXIA .................................................................. 24 
ENGENHARIA DIAGNÓSTICA ............................................................. 26 
FERRAMENTAS DA ENGENHARIA DIAGNÓSTICA ........................... 29 
PERÍCIA ................................................................................................ 31 
BIBLIOGRAFIA ......................................... Erro! Indicador não definido. 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO – CONCEITO 
 
O termo ‘patologia’, é da palavra derivada da língua grega e pode ser 
traduzida como o estudo (lógos) das doenças (páthos). 
As chamadas patologias na construção civil: tratam-se de problemas que 
ocorrem na estrutura das edificações. Uma verdadeira dor de cabeça tanto para 
quem trabalha no segmento, quanto para os clientes. 
Assim como ocorre na área médica, as patologias na construção civil 
também chamadas de patologias construtivas apresentam sintomas específicos. 
Características que, quando identificadas em estágios iniciais, podem ser 
contornadas antes que se tornem graves demais. 
Preparamos este estudo para que você nunca mais precise se preocupar 
com esse tipo de problema que pode tirar o sono de qualquer um! Continue a 
leitura para descobrir o que são, de fato, patologias na construção civil e como 
evitá-las. 
Patologias na construção civil são doenças que acometem as matérias-
primas da estrutura das construções. Da mesma forma como ocorre conosco, as 
patologias podem se manifestar por uma série de razões. Do armazenamento 
inadequado e falta de atenção, até questões que envolvem o não cumprimento 
de leis e normas. 
As consequências são diversas. A lista envolve, entre outros: 
 Prejuízos financeiros; 
4 
 
 
 Atrasos de cronograma; 
 Insatisfação de clientes; 
 
Nos casos mais graves, acidentes sérios como desabamentos ou 
evacuação devido ao comprometimento da estrutura predial. 
Assim sendo, verdade é que estes são problemas que podem surgir a 
qualquer momento, em qualquer etapa da construção. Inclusive, anos após a 
entrega de uma obra. 
No entanto, quando estamos atentos a certos detalhes, torna-se muito 
mais fácil prever as patologias construtivas que podem ocorrer em alguns casos. 
E, consequentemente, evitá-las! 
 
5 
 
 
PATOLOGIAS EM EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS 
Muitos imóveis históricos, quando vistoriados, já se encontram num 
estado adiantado de deterioração e necessitam ser restaurados. Esse adiantado 
grau de deterioração se dá, normalmente, pela total falta de manutenção e de 
obras de conservação. 
 Em vários casos de perícias e avaliações pode-se observar que o imóvel 
histórico se localizava em uma área já degradada da Cidade, o que não gera um 
incentivo a sua manutenção e conservação. Tal fato propicia um maior índice de 
problemas patológicos, tais como: sinais de corrosão, esquadrias danificadas, 
fiação exposta, tubulação aparente, presença de pontos de infiltração, que 
acabam ocasionando presença de musgo e vegetação nas edificações, o que 
acelera sua deterioração. 
As edificações antigas possuíam um sistema construtivo simples. Muitas 
construções utilizavam pedras em larga escala, como o gnaisse, o granito e o 
basalto, materiais existentes no Brasil. Outro material de grande utilização é a 
madeira, que aparece nas estruturas das coberturas, no revestimento de pisos, 
nas esquadrias e nas lajes de pavimentos elevados. As pedras eram utilizadas, 
também, em cantarias. 
Os problemas de falta de conservação geram a deficiência de sistemas, 
principalmente do sistema de instalações hidráulicas e do sistema de cobertura, 
onde as telhas cerâmicas não são substituídas e começam a ocasionar 
infiltrações. 
A umidade existente gera a presença de pragas urbanas, principalmente 
o cupim, sempre presente em imóveis históricos sem conservação. A grande 
quantidade de madeira utilizada no passado, a falta de manutenção e a umidade 
são fatores que geram a presença de fungos e pragas, que aumentam ainda 
mais a velocidade de degradação dos imóveis históricos. 
 
6 
 
 
TIPOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES 
Os bens edificados suscetíveis a passar por um processo de reabilitação 
estão localizados, geralmente em maior número, nas cidades mais antigas. Este 
processo envolve diversos agentes, cada um motivado por seus próprios 
interesses, de tal modo que a reabilitação não se aplica apenas aos edifícios 
antigos e degradados. (CROITOR, 2008) 
Figura 1: Reabilitação de Edifícios 
 
As intervenções urbanas realizadas no passado na cidade do Rio de 
Janeiro incentivavam a remoção de habitações do centro da cidade, mas tal 
política provocou a desocupação e abandono de edificações. Hoje, a habitação 
é encarada como uma forma de recuperar regiões degradadas, pois garante 
presença de pessoas durante todo o dia. Assim, a existência de edifícios 
degradados em áreas valorizadas e o interesse na ocupação dessas áreas 
transformam a reabilitação em uma nova oportunidade para o setor da 
construção civil. (CROITOR, 2008) 
O mercado de reabilitações pode ser aplicado a edificações em quatro 
condições diferentes: edificações antigas e degradadas; edificações inacabadas 
7 
 
 
e abandonadas; edificações com sistemas prediais ineficientes ou inadequados; 
reabilitação com mudança do uso. (CROITOR, 2008) 
 Figura 2: Edificações antigas e degradadas 
 
Edifícios antigos são aqueles que foram construídos antes da invenção do 
cimento Portland e das estruturas de concreto armado, através da utilização das 
técnicas edificantes herdadas da tradição romana e da aplicação de materiais 
tradicionais. (APPLETON, 2003) 
Os edifícios classificados como patrimônio humanidade ou tombados por 
instituições de governo de nível municipal, estadual ou federal, quando têm a 
madeira, a pedra, o vidro e a cal como seus principais de construção, também 
são considerados antigos. Nestes casos, as intervenções seguem as regras 
impostas pelas entidades que as regulam. (FREITAS, 2012) 
As edificações sofrem um processo de degradação natural devido à ação 
de agentes climáticose ao uso da edificação. A deterioração natural de 
benfeitorias pode ser retardada através de ações de manutenção preventiva, 
mas não pode ser interrompida. Portanto, eventualmente toda e qualquer 
construção precisará de passar por ações de reabilitação. (CROITOR, 2008) 
Em geral, as operações de manutenção em edifícios antigos são 
insuficientes ou até mesmo inexistentes porque os proprietários não sabem 
8 
 
 
avaliar o impacto que uma manutenção adequada proporcionará no valor do 
imóvel. Além disso, em muitos casos as taxas condominiais não abrangem os 
custos de uma manutenção apropriada. Edifícios que investem na manutenção 
preventiva, geralmente administrados por pessoas ou empresas especializadas, 
conseguem retardar sua degradação natural. 
A desocupação de imóveis favorece a redução de ações de manutenção 
e consequente degradação de imóveis. Em São Paulo, as obras de infraestrutura 
executadas pelo poder público em regiões não centrais atraíram o interesse para 
estas áreas e provocaram a desvalorização e a desocupação de áreas centrais. 
(CROITOR, 2008) 
A reabilitação de edificações degradadas pode ter diversas motivações: 
(CROITOR, 2008) 
a) necessidade de adequação da edificação às normas e legislações 
atuais; 
b) necessidade de se flexibilizar o layout dos andares para tornar o imóvel 
mais atraente comercialmente; 
c) intenção de se reduzir o custo de operação e manutenção dos edifícios; 
d) necessidade de adequação das instalações para uma nova demanda 
de energia do edifício; 
e) necessidade de serem realizados serviços de recuperação estrutural 
e/ou de fachadas; 
f) necessidade de adaptação do imóvel para acessibilidade universal; 
g) interesse na adaptação das áreas comuns às demandas 
contemporâneas; 
h) necessidade de recuperação dos sistemas de impermeabilização; e 
i) interesse na revalorização de preço de mercado do imóvel etc. 
2.2.2 Edificações inacabadas e abandonadas 
Nas principais cidades do país, podemos encontrar vários edifícios 
abandonados antes do termino da sua execução, tanto empreendimentos 
9 
 
 
públicos quanto privados. Vários fatores podem levar ao abandono de uma obra: 
falta de recursos financeiros, problemas técnicos durante a execução, mudança 
da política de investimento do investidor, falência da incorporadora, interdição 
judicial, etc. (CROITOR, 2008) 
 
O abandono destas edificações provoca a degradação tanto do prédio em 
si, como das áreas de entorno. Quando o projeto original admite alterações e 
adaptações a técnicas mais modernas, quando a localização do 
empreendimento está em uma região valorizada, e se os proprietários ou 
investidores se interessarem, o processo de reabilitação pode agregar valor a 
estes edifícios. 
Nestes casos, a reabilitação apresenta particularidades no estudo de 
viabilidade e no desenvolvimento dos projetos. Além disto, o volume de recursos 
necessários está ligado à dimensão das degradações e, muitas vezes, é o motivo 
do abandono destes edifícios. 
(CROITOR, 2008) 
2.2.3 Edificações com sistemas prediais ineficientes ou inadequados 
A reabilitação pode ser feita com intuito de atualizar os sistemas prediais 
porque perderam sua eficiência devido ao uso, por existiram tecnologias mais 
10 
 
 
eficientes ou para atender novas necessidades. A edificação passa pelo 
processo do retrofit quando o maior objetivo é a modernização dos seus sistemas 
prediais. (CROITOR, 2008) 
O retrofit é mais empregado em edifícios comerciais por empresas que 
buscam readequar espaços e diminuir os custos com operação e manutenção 
através da modernização de instalações. Então, sistemas elétricos que não 
atendem à demanda, sistemas de refrigeração ineficientes e sistemas 
hidrossanitários que não reutilizam as águas pluviais são substituídos por 
projetos mais modernos e eficientes. (CROITOR, 2008) 
2.2.4 Edificações com mudança de uso 
Os projetos originais são desenvolvidos para atender a uma demanda 
específica. No entanto, ao longo do tempo as atividades se diversificam e podem 
alterar o cenário de uma região. Esse tipo de reabilitação possibilita que novas 
demandas sejam atendidas através da alteração do uso dos espaços. 
(CROITOR, 2008) 
A mudança de uso pode ocorrer entre tipos de utilização diferentes 
(residencial e comercial, por exemplo), no adensamento de unidades 
habitacionais e nos padrões das edificações (médio padrão para HIS, por 
exemplo). Como exemplo de mudança no uso, temos: transformação de edifício 
residencial em escritórios, adaptação de antigas fábricas em supermercados, 
hotéis transformados em edifícios residenciais. (CROITOR, 2008) 
Como exemplo abaixo, prédio que abrigava um colégio transformado em 
hotel na Lapa, Rio de Janeiro. 
11 
 
 
 
 
As mudanças de uso são impulsionadas pela localização da edificação e 
pelo modelo de expansão urbanística da cidade. Atualmente, empresas 
buscando menores custos de locação e infraestrutura pública migram para 
região central. Para atender esta demanda, edifícios residenciais podem ser 
transformados em comerciais e as remodelações de layout são essenciais para 
adaptar os ambientes a novos usos. Entretanto, deve-se levar em consideração 
que as possibilidades de alterações são limitadas pela sua utilização original. 
(CROITOR, 2008) 
12 
 
 
MAPA DE DANOS 
Mapas de danos são documentos gráficos que sintetizam informações a 
respeito do estado de conservação geral de um edifício, por meio da 
representação das alterações sofridas por seus materiais e estruturas ao longo 
do tempo, buscando caracterizá-las e quantificá-las. 
 
A identificação das patologias em edifícios históricos é feita através de um 
estudo preliminar, basicamente visual, e estudos mais aprofundados, utilizando-
se de equipamentos de sondagem, humidímetro, boroscópio, macacos planos, 
equipamentos de laboratório, etc. 
Como resultado da identificação das patologias temos o mapa de danos. 
O mapa de danos objetiva a representação gráfica do levantamento de todos os 
danos existentes e identificados na edificação, relacionando-os aos seus 
agentes e causas. São considerados danos todos os tipos de lesões e perdas 
materiais e estruturais, tais como: fissuras, degradações por umidade e ataque 
de xilófagos, abatimentos, deformações, destacamento de argamassas, 
corrosão e outros. 
Não existe uma normativa para se proceder um mapa de danos, existem 
inúmeros modelos, e cada profissional executa do seu modo. 
Para a preparação das bases dos Mapas de Danos recomenda-se a 
utilização do método de levantamento métrico direto, se possível, associado aos 
sistemas de fotogrametria terrestre. 
 
 
13 
 
 
PATOLOGIAS DE FACHADA 
 
 Fissuras na união parede - piso externo 
Essas fissuras, comumente encontradas em edifícios históricos são 
oriundas de movimentações higrotérmicas entre componentes distintos. Em 
alguns lugares, deve-se considerar inclusive, o declive inadequado do pavimento 
que propicia o acúmulo de água nessas regiões, bem como o desenvolvimento 
de fungos e bolores e favorece o acesso da água para o interior da edificação. 
 Recalques 
 
Os recalques podem acontecer tanto na estrutura da edificação, como na 
do passeio/calçada. As origens podem ser estruturais, como sobrepeso na 
estrutura - aumento de paredes na edificação, troca de telhado, fundação 
desgastada, acomodação do terreno. Ou ainda por movimentação intensa de 
veículos na proximidade, grande acúmulo de água, entre outros. 
 Degradação da marquise e guarda-corpo 
Devido à inexistência de pingadeira, a presença de umidade constante no 
guarda corpo propicia o desenvolvimento de microorganismos (fungos e bolores) 
14 
 
 
resultando na degradação da pintura e da argamassa de revestimento, 
comprometendo, assim a vida útil dos materiais. 
 Fissuras nas paredes externas 
Paredes que são expostas diariamente a uma grande variação de 
temperaturaapresentam fissuras, assim como o emprego de materiais 
inadequados, que ocasionam tensões diferentes. 
 Colônias de microorganismos e desprendimento de tinta 
Estes problemas patológicos desenvolvem-se com maior ocorrência na 
parte superior das paredes, próximo ao telhado. Pode-se atribuir a 
predominância destas patologias à umidade de precipitação decorrente de falhas 
no sistema de escoamento da água da chuva. 
 Deslocamento de revestimento 
Os deslocamentos de revestimento ocorrem tanto em pequenas áreas 
como na totalidade da alvenaria. 
Entre os principais fatores que ocasionam essa patologia estão as falhas 
na hidratação da cal extinta, a má qualidade da cal ou ainda a má execução da 
pasta de cal. 
 Fissuras no revestimento 
Apresentam a forma de rupturas curtas e sem ordem aparente, estando 
relacionadas com uma má dosagem do reboco, excesso de espessura de 
aplicação ou secagem demasiada rápida, por exposição a muito calor ou vento. 
Acontecem durante a fase de presa e endurecimento das argamassas e 
revestimentos. 
 Vegetação superior 
15 
 
 
 
Estes problemas patológicos desenvolvem-se com maior ocorrência na 
parte superior das paredes e também no telhado. Essa patologia pode estar 
associada a presença de árvores muito próximas, que acabam lançando 
sementes na edificação, ou também a presença de pássaros, que transportam 
sementes de outros lugares para o edifício. Devido à presença de umidade na 
edificação, a planta consegue se desenvolver. 
 Eflorescência e as manchas de umidade por presença de sais 
Alguns sais têm capacidade higroscópica, ou seja, são capazes de extrair 
umidade da atmosfera. Em regiões com alta umidade relativa do ar, os sais 
podem, portanto, aparecer como manchas no reboco. 
 Desprendimento e/ou estufamento de tinta e desagregação de 
argamassa junto ao piso. 
Essa patologia ocorre devido à umidade ascendente, causada na maioria 
das vezes por falta de impermeabilização das fundações. 
 
 
 
 
16 
 
 
PATOLOGIAS INTERNAS 
 
 Infiltração no teto 
Infiltrações no teto podem ser oriundas de uma má impermeabilização da 
laje superior, por falha no sistema de calhas, ou ainda por falta ou quebra de 
telhas. 
 Fissuras em 45 graus próximas a aberturas 
Essa patologia ocorre devido a falta de verga e contraverga, ou ainda pela 
deterioração das mesmas (madeira). Tal fato é oriundo da atuação de 
sobrecargas, ocasionando a entrada de água (umidade) e a danificação da tinta 
e argamassa de revestimento. 
 Umidade com deterioração de argamassa e pintura abaixo de 
janelas 
Esse problema ocorre devido a inclinação inadequada dos peitoris das 
janelas (com inclinação para região interna da edificação) e muitas vezes pela 
ausência de pingadeira tem-se o retorno da água de chuva e consequentemente 
a deterioração da argamassa de revestimento e da pintura. 
 Deterioração de portas e janelas de madeira 
Essa patologia acorre pela atuação de agentes xilófagos na aberturas; 
pela falta de manutenção, propiciando a entrada e permanência de umidade. 
 Fissura sub-vertical no material de acabamento. 
17 
 
 
Essas fissuras que apresentam esse tipo de inclinação possuem várias 
origens, sendo as mais comuns, a carga elevada nos pavimentos, compressão 
excessiva da alvenaria devido a cargas pontuais, e movimentações estruturais. 
 Deformação de pavimento 
A deformação de pavimento, causando a folga entre o rodapé e o 
piso/assoalho, também é acarretada pela carga elevada nos pavimentos, 
compressão excessiva da alvenaria devido a cargas pontuais, e movimentações 
estruturais. 
 Desgaste, fissura e quebra em pisos. 
 
A patologia de desgaste superficial, fissura e quebra acontece pelo uso 
excessivo e prolongado sem manutenção/conservação e também pela ação das 
intempéries. 
 
18 
 
 
INSPEÇÃO, DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
 
A análise e o estudo de um processo patológico deve permitir ao 
investigador a determinação, com rigor, da origem, do mecanismo e dos danos 
subsequentes, de forma que possa avaliar e concluir sobre as técnicas de 
recomendações mais eficazes. A denominação mais comum, para caracterizar 
este tipo de estudo, é a inspeção ou avaliação da estrutura. 
Em termos gerais, as seguintes etapas correspondem a uma inspeção: 
a) elaboração de uma ficha de antecedentes, da estrutura e do ambiente, 
baseado em documentação existente e visita a obra; 
b) exame visual geral da estrutura; 
c) levantamento dos danos; 
d) seleção de regiões para a realização de ensaios, medições, análises 
fisioquímicas no concreto, nas armaduras e no ambiente circundante; 
e) seleção das técnicas de ensaio, medições, análise mais acurada, etc; 
f) execução de medições, ensaios e análises físicoquímico. 
Dependendo do tipo de estrutura e dos problemas avaliados inicialmente, 
é importante que se realize uma averiguação mais detalhada na estrutura, afim 
de poder realizar um diagnóstico preciso. 
Diagnóstico: Dá-se o nome de diagnóstico do problema patológico, todo 
o processo de entendimento e explicação científica dos fenômenos ocorridos e 
19 
 
 
seus respectivos desenvolvimentos de uma construção onde ocorrem 
manifestações patológicas. 
Os sintomas possuem dinamismo, isto é, o diagnóstico de um problema 
patológico não pode ser algo imediatista, mas sim, uma análise que entenda e 
leve em consideração todo o processo de evolução do caso, pois, assim como o 
aspecto de uma manifestação pode ser de uma maneira durante uma fase, em 
outro período pode encontrar-se completamente diferente. 
Salienta-se que os dados devem ser colhidos ordenadamente, até que 
seja possível realizar o diagnóstico. A colheita desordenada e excessiva de 
dados pode criar dificuldades e, até mesmo, desviar o patologista do caminho 
certo. A etapa de inspeção é crucial para a formulação de um bom parecer 
técnico da estrutura. 
Prognóstico: Depois de estabelecido o diagnóstico da enfermidade em 
questão, passa-se para a definição da conduta a ser seguida, isto é, a escolha 
da medida adotada para o caso. Porém, antes que se tome qualquer atitude, é 
necessário que seja feito um levantamento das hipóteses de evolução do 
problema, isto é, o prognóstico do caso. 
Para a elaboração do prognóstico, o técnico irá analisar e estudar o 
problema, baseando-se em determinados parâmetros, ao longo do tempo, para 
a obtenção de possíveis alternativas de desenvolvimento da falha. Alguns 
parâmetros a serem considerados são: 
• quadro de evolução natural do problema; 
• condições de exposição a que a edificação se encontra; 
• tipo de terreno em que esta localizada; 
• tipologia do problema. 
Este estudo é importante, não só para casos simples de diagnósticos e 
reparos evidentes, mas, principalmente, para problemas complexos, difíceis de 
serem solucionados, pois, em diversos casos, percebe-se que a possibilidade de 
resolução é praticamente remota, devendo-se desenvolver medidas apenas de 
controle da situação, isto é, para que não venha a piorar. 
20 
 
 
Em algumas situações, através do prognóstico, percebe-se que a 
intervenção não será um procedimento satisfatório e/ou com custo benefício 
considerável, pois a evolução desfavorável do caso é um fator inevitável, , 
constituindo-se um prognóstico pessimista. 
Estabelecido o prognóstico, parte-se para a tomada de decisão sobre o 
que fazer, analisando-se as possíveis alternativas de intervenção frente aos 
problemas patológicos. 
Esta fase exigirá do profissional tamanha sensibilidade e criatividade, 
além de vasto conhecimento no assunto. 
Em função do prognóstico, o especialista define o objetivo da intervenção, 
que poderá ser: 
• erradicar a enfermidade; 
• impedir ou controlar sua evolução; 
• não intervir. 
E, no caso da não intervenção, por algum motivo, o patologista deve 
estimar o tempo de vida da estrutura, limitar sua utilização e, quando necessário, 
indicar a demolição, sendoque esta é deve ser a última alternativa. 
 
21 
 
 
PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS 
Quando falamos em sintomas, estamos citando, na verdade, 
manifestações patológicas. Em outras palavras, a apresentação de alguma 
característica que possa se mostrar prejudicial ao afetar materiais ou estruturas 
da construção. 
Por manifestações patológicas se entendem as degradações identificadas 
na edificação, as quais podem ser geradas durante o período de execução da 
obra (quer por emprego de métodos construtivos ou materiais inapropriados), ou 
na própria elaboração do projeto ou ainda adquiridas ao longo do tempo pela 
utilização da edificação. 
Neste caso, as manifestações patológicas simples se remetem àquelas 
que podem ser analisadas e resolvidas através de uma padronização, sendo 
mais evidentes tanto o diagnóstico quanto o tratamento das mesmas e não 
demandando que o profissional responsável obrigatoriamente possua 
conhecimentos elevados sobre o tema. Os problemas patológicos complexos 
seriam aqueles que demandam análise muito mais criteriosa e detalhada, cujos 
mecanismos de diagnóstico, inspeção e consequentemente de tratamento se 
distanciam daqueles mais convencionais e de rotina. 
Tais manifestações aparecem de diversas formas e podem incluir de 
patologias do concreto como fissuras, rachaduras e infiltrações até patologias de 
revestimento, como de pintura e alvenaria, desbotamento, bolhas e 
destacamento. Vejamos as características principais de 9 delas: 
1. Trincas e fissuras 
Aparentemente inofensivas, as trincas e fissuras são sinal de que houve, 
principalmente, algum tipo de falha na uniformidade da mistura do concreto. A 
medida preventiva começa na contratação do profissional, que deve considerar 
todas as indicações ambientais antes de preparar a mistura. Além disso, evitar 
o problema tem a ver, principalmente, com a dosagem correta durante a 
elaboração. 
2. Porosidade 
22 
 
 
Problema que compromete a resistência do concreto e está diretamente 
relacionado a um processo de preparação que não foi realizado de acordo com 
parâmetros de qualidade e boas práticas da construção. Para evitar a 
porosidade, certifique-se que o concreto seja lançado sempre próximo do local 
definitivo e que a ação ocorra antes do início do ponto de pega. Utilize calhas, 
funis ou trombas para lançamentos de alturas superiores a dois metros. 
3. Infiltração 
Possivelmente um dos piores vilões da construção civil, a infiltração 
consiste em estragos causados por água e umidade em excesso. Em geral, é 
uma patologia que pode ser evitada com medidas básicas de impermeabilização. 
Lembrando que existem impermeabilizantes adequados para cada espaço e 
essa é uma classificação que deve ser respeitada. 
4. Rachaduras 
Mais graves que as fissuras e trincas, as rachaduras são facilmente 
identificadas uma vez que ultrapassam o diâmetro de um milímetro. Costumam 
aparecer devido a micro-movimentos de acomodação da edificação sobre o solo. 
Quando surgem em lajes, marquises, pilares e vigas, merecem atenção especial, 
pois comprometem a sustentação estrutural das construções. 
5. Carbonatação 
É a corrosão de estruturas metálicas, também chamadas de armaduras 
de concreto. O problema ocorre quando a cobertura de cimento não é suficiente 
para proteger o aço de processos corrosivos. É uma degradação contínua que, 
se não for resolvida com agilidade, pode comprometer as estruturas da 
edificação. 
6. Destacamento 
Manifestação patológica caracterizada pela perda de aderência entre 
peças cerâmicas e substrato ou argamassa. É o descolamento parcial ou total 
de ladrilhos, pisos e porcelanatos da superfície. 
7. Gretamento 
23 
 
 
Representa o comprometimento estético de placas cerâmicas. É 
caracterizado por defeitos superficiais em azulejos e materiais similares, como 
riscos e marcas, que eventualmente podem evoluir para um descolamento. 
8. Desbotamento 
É a descoloração de pigmentos presentes em tintas pouco resistentes, 
especialmente quando aplicadas em áreas externas – como fachadas, muros e 
varandas. Ocorre quando a incidência de luz solar é muito frequente sobre a 
superfície. Pode ser evitado com a utilização de produtos com alta resistência 
aos raios ultravioleta. 
9. Bolhas 
São representadas pela presença de água ou ar sob uma película de tinta, 
gesso ou textura. A umidade é a grande vilã nesses casos e pode ser evitada 
com impermeabilizantes de boa resistência, acabamento de qualidade e aditivos 
antiespumantes. 
Na maioria dos casos, as patologias na construção civil são decorrentes 
de fatores como: 
 Falhas de execução; 
 Qualidade baixa dos materiais ou serviços prestados; 
 Manutenções inadequadas ou inexistentes; 
 Mau acondicionamento de matérias-primas; 
 Não cumprimento de normas técnicas; 
 Erros de manipulação ou utilização; 
 Falta de atenção ou comprometimento. 
A boa notícia é que todas elas podem ser evitadas! A iniciar pelo processo 
de gestão, ideal para garantir resultados de qualidade e comunicação 
transparente durante todas as etapas de um projeto. 
24 
 
 
MEDIDAS DE PROFILAXIA 
 
As medidas de profilaxia são muito importantes para se evitar que as 
estruturas entrem em colapso causando prejuízos financeiros ou até mesmo 
vítimas fatais. 
As principais medidas de profilaxia para se evitar patologias nas 
edificações são: 
 Projetos bem elaborados 
Um projeto bem elaborado deve levar em conta todos os fatores, estar de 
acordo com as normas vigentes (NBR’s), ser de fácil compreensão e estar com 
todos os detalhes necessários para sua execução. Segundo Silva e Jonov 
(2011)14, projetos mal elaborados correspondem a 18% das origens das 
manifestações patológicas no Brasil. 
 Controle tecnológico dos materiais 
De acordo com a NBR 12655 (2015), é preciso fazer não somente o 
controle do concreto, mas também dos agregados, água e aditivos. Segundo a 
NBR 12654 (2000) o controle tecnológico deve ser elaborado em função do grau 
de responsabilidade da estrutura, das condições agressivas existentes no local 
da obra e do conhecimento prévio das características dos materiais disponíveis 
para a execução das obras. Segundo Silva e Jonov (2011)15, a falta de controle 
tecnológico dos materiais corresponde a 7% das origens das manifestações 
patológicas no Brasil. 
25 
 
 
 Fiscalização e equipe bem preparada 
A falha na etapa de construção é um dos grandes problemas na 
construção civil pode gerar muitos custos adicionais. Está relacionado à quando 
não se tem uma equipe preparada e quando gestores e / ou responsáveis 
técnicos não visitam e nem acompanham suas obras periodicamente. Uma 
equipe mal preparada vai estar relacionada diretamente à principal causa de 
patologia no Brasil a de erros de execução. De nada adianta um projeto bem 
elaborado se a equipe não conseguir entender e executa-lo devido as suas 
limitações. Segundo Silva e Jonov (2011)15, uma equipe mal preparada e a falta 
de fiscalização estão ligadas às patologias com origens na execução que 
correspondem a 51%. 
 Manutenções preventivas 
As manutenções preventivas são muito importantes à medida em que a 
edificação vai ficando mais velha. A garantia de maior vida útil e de satisfatório 
desempenho estrutural e funcional só poderá ser obtida através de uma 
manutenção adequada, a qual deverá fazer parte de uma gestão eficiente, pois 
os inconvenientes resultantes da inexistência de atividades de manutenção 
preventivas e periódicas tornam-se mais frequentes e ameaçam o sentimento de 
segurança de seus usuários. Segundo Silva e Jonov (2011)15, as faltas de 
manutenções preventivas correspondem a 3% das origens das patologias no 
Brasil. 
 Utilização adequada da edificação 
Segundo Silva e Jonov (2011)15, a utilização inadequada de uma 
edificação corresponde a 13% das patologias no Brasil. Ocorre, principalmente, 
quando edificações passampara a mão de terceiros como é o caso de quando 
se aluga uma casa para ser utilizada para outros fins que não seja para moradia 
(o peso próprio é dado de acordo com a finalidade da edificação). 
 
26 
 
 
ENGENHARIA DIAGNÓSTICA 
 
 
A Engenharia Diagnóstica em Edificações é a disciplina das investigações 
técnicas nos diversos componentes, sistemas construtivos, suas conexões e 
conjunto geral da edificação, visando qualidade total, sustentabilidade e 
responsabilidade social. Essas investigações técnicas podem ser desenvolvidas 
com diversos focos e graus de amplitude, dependendo do objetivo técnico 
pretendido no diagnóstico. 
Tradicionalmente, todas as investigações técnicas se desenvolvem 
através de método dedutivo que ao final bem demonstra o diagnóstico, com 
conclusão e fundamentação. 
Iniciando-se de premissas gerais, colhidas através de observações, o 
Engenheiro Diagnóstico parte para posteriores análises e comparações, para 
então finalizar o diagnóstico técnico com sua conclusão e fundamentação. 
Em geral, as principais atividades intelectuais do investigador são aquelas 
decorrentes da percepção, intuição, comparação e dedução. Outras atividades 
práticas contribuem para o êxito da investigação técnica, tais quais as 
indagações, inquirições, pesquisas, ensaios, exames laboratoriais, etc. No 
entanto, as quatro ações diretas do intelecto são fundamentais e indispensáveis 
no processo investigativo. 
27 
 
 
E o que é a percepção? De maneira simplista pode-se definir a percepção 
como sendo a obtenção do conhecimento pelos sentidos e, no caso específico 
da engenharia diagnóstica, a visão é o sentido predominante, redundante da 
constatação que se faz na vistoria, primeira ferramenta diagnóstica. As vistorias 
de vizinhança para a constatação das condições físicas gerais dos imóveis 
confrontantes ao terreno da obra é o exemplo mais típico dessa investigação 
diagnóstica preliminar. 
E a intuição diagnóstica, o que seria ? É o discernimento instantâneo, a 
análise decorrente da experiência, que denominamos de inspeção, segunda 
ferramenta diagnóstica. A inspeção predial para se analisar as condições 
técnicas dos prédios em uso é exemplo marcante dessa segunda ferramenta 
diagnóstica, pois contém as análises gerais da qualidade predial quanto à 
técnica, manutenção e uso da edificação. 
E a comparação, como se processa? A comparação se processa entre 
dois polos, a realidade e o ideal técnico. O ideal técnico é uma norma ou outro 
diploma, e a comparação visa apurar conformidades, ou não, da realidade em 
relação ao documento, ou seja, a auditoria técnica é a terceira ferramenta. Essa 
ferramenta diagnóstica é muito utilizada nas auditorias de projeto, para se atestar 
o atendimento, ou não, da legislação e normas, ou mesmo nas obras novas, para 
se atestar a execução correta, ou não, em cumprimento aos projetos e normas 
técnicas. 
A dedução diagnóstica, por sua vez, é a determinação da origem, do 
mecanismo de ação e da causa do fato em estudo, ferramenta tradicionalmente 
denominada perícia, ou ainda, a rainha das provas. Quando é necessário se 
conhecer a causa de uma anomalia construtiva, como um vazamento ou trinca 
estrutural, por exemplo, o diagnóstico técnico há de ser completo, passando pela 
percepção, intuição, comparação e dedução. Nesses casos, a perícia é a 
ferramenta que redundará na conclusão e fundamentação, a explicar o 
mecanismo de ação da anomalia, sua origem e também a sua causa. 
No mundo prático, após o diagnóstico técnico vem a prescrição do 
tratamento, que denominamos consultoria, sendo essa a última das ferramentas 
da Engenharia Diagnóstica em Edificações. 
28 
 
 
Em suma, a Engenharia Diagnóstica é a investigação técnica das causas 
das patologias prediais, através de seus sintomas, ou seja, as anomalias 
construtivas, falhas de manutenção e irregularidades de uso. 
Na prática laboral, porém, o método dedutivo diagnóstico nem sempre 
requer o ciclo completo, pois as informações diagnósticas no decorrer do 
processo construtivo são de diversas amplitudes. 
Assim sendo, como exposto nos exemplos acima, a Engenharia 
Diagnóstica em Edificações, através das suas ferramentas, - responde a todos 
os questionamentos para o bom planejamento da execução obra, sua plena 
utilização e até mesmo na sua desconstrução, atividades fundamentais no 
moderno foco da boa qualidade, sustentabilidade e responsabilidade social da 
construção civil atual, além de servir à Justiça, na produção de provas técnicas 
fundamentadas. 
Percebe-se, portanto, que qualquer semelhança do engenheiro 
diagnóstico com o clínico geral, não é mera coincidência. O engenheiro deverá 
se valer de ensaios tecnológicos, realizados em campo ou em laboratório, para 
validar ou rejeitar as hipóteses formuladas na proposição do diagnóstico, 
portanto, deverá lançar mão de profissionais especializados, até mesmo para 
interpretação dos resultados, aprofundamento das análises, visando, após a 
determinação do diagnóstico, a proposta de soluções fundamentadas. 
 
29 
 
 
FERRAMENTAS DA ENGENHARIA DIAGNÓSTICA 
Auditoria: Atividade que envolve a obtenção de evidências (registros, fatos 
ou outras informações) que avalia o atendimento a determinados critérios: 
políticas, procedimentos, normas técnicas, ou requisitos usados como 
referência. 
Atestamento ou não de conformidade de um fato, condição ou direito 
relativo a uma edificação. Esta é uma grande aliada do controle de qualidade, 
onde podemos citar exemplos de auditoria de desempenho, gestão ambiental, 
operacional, projetos, manutenções e vários outros. Basicamente é a ferramenta 
para verificar se determinado item ou processo está de acordo com o que é 
esperado para o mesmo. 
Avaliação: Atividade que envolve a determinação técnica do valor 
qualitativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento 
(ABNT NBR 13752, 1996). 
Inspeção Predial: Diversas atividades (processo) de avaliação das 
condições técnicas da edificação. Fundamenta-se em atividade de anamnese e 
de vistoria sensorial, podendo ter o apoio de testes e verificações expeditas, 
apurando as causas da situação, classificação da importância das falhas, 
anomalias e manifestações patológicas mais significativas, assim como 
indicação das ações necessárias para assegurar a conservação da edificação 
(adaptado ABNT NBR Projeto Norma Inspeção Predial, 2016). 
Inspeção Predial Especializada: A Inspeção Predial Especializada é um 
processo de menor abrangência e mais aprofundado de inspeção, que visa 
avaliar as condições técnicas de um sistema ou subsistema específico. 
Normalmente é desencadeada pela Inspeção Predial, de forma a complementar 
ou aprofundar o diagnóstico (adaptado ABNT NBR Projeto Norma Inspeção 
Predial, 2016). 
Perícia: Atividade que envolve apuração das causas que motivaram 
determinado evento, tais como, anomalias, falhas etc. (adaptado ABNT NBR 
13752, 1996). 
30 
 
 
Determinação de origem, causa, mecanismo de ação de um fato, 
condição ou direito relativo de uma edificação. Muitos clientes entram em contato 
conosco solicitando uma inspeção, quando na verdade o que precisam é de uma 
perícia. É nessa ferramenta que fazemos toda a investigação das causas e 
origens das não conformidades, realizamos ensaios comprobatórios e 
investigativos, avaliamos de forma mais profunda as suas consequências e 
elaboramos laudos que muitas vezes serão usados na justiça para obter 
soluções, receber por danos materiais e morais. 
Vistoria: Atividade de constatação de um fato, mediante exame 
circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o constituem (ABNT 
NBR 13752, 1996). 
É a constatação técnica de determinado fato, condição ou direito relativo 
a uma edificação, mediante a verificação in loco. Podemos destacar a vistoria de 
material e acompanhamento de obra, de conclusão de obra, locativa (paraalugar 
um local ou até mesmo para entrega-lo ao proprietário) e vistoria de vizinhança 
(aonde obtém-se o famoso laudo de vizinhança) 
 
 
 
 
31 
 
 
PERÍCIA 
 
A perícia por certo é desenvolvida por profissionais habilitados, 
eminentemente especializados na busca pelo esclarecimento de aspectos 
associados ao estabelecimento fundamentado de causa, origem e mecanismo 
de ação, no estudo das demandas técnicas que demandam e prescindem 
dessas explicações. Nesse caso, a multidisciplinaridade também se apresenta, 
recomendando, inclusive, a participação do consultor especialista, se 
necessário. 
Tradicionalmente, segundo os dicionaristas, perícia é o exame técnico de 
caráter especializado, ou seja, é a observação, investigação, análise, inspeção 
ou pesquisa minuciosa de um fato, condição ou direito, realizado pelo 
especialista. 
E a definição de perícia de Engenharia pela resolução 345 do Confea, de 
27 de julho de 1990, segue no foco da especialidade, determinando que é a 
atividade que envolve a apuração das causas que motivaram determinado 
evento ou da asserção de direitos. 
Nessa perícia de Engenharia na Construção Civil o exame especializado 
incide no planejamento, projeto, obra em execução ou concluída, visando apurar, 
principalmente, a causa do evento em estudo. 
Destacam-se como as mais usuais atividades desse exame de 
engenharia, as seguintes: 
32 
 
 
a) Coleta de informes gerais (extrínsecos) – geográficas, climáticas, 
ambientais, região, vizinhança, urbanização,melhoramentos públicos, usos, 
costumes e outros; 
b) Coleta de informes específicos (intrínsecos) – projetos, especificações, 
manuais técnicos, normas técnicas e legislações pertinentes, e outros; 
c) Vistoria – constatações gerais e específicas doevento em estudo; 
d) Inspeção – análises gerais e específicas do evento em estudo; 
e) Auditoria - atestamentos das conformidades e não-conformidades do 
evento em estudo; 
f) Ensaio – pesquisas das especificações dos materiais relativas ao 
evento; 
g) Protótipo – para testes do modelo. 
Evidentemente, o resultado desse exame, ou seja, a determinaçãoda 
causa do evento em questão permitirá se adotaruma série de medidas corretivas, 
ou de avaliação, posteriores, podendo-se destacar as seguintes: 
a) Corrigir ou aprimorar a Qualidade; 
b) Apurar responsabilidade; 
c) Avaliar qualitativamente ou monetariamente; 
d) Apurar eventuais desequilíbrios contratuais; 
e) Indicar procedimentos de reparo ou reabilitação. 
O quadro ilustrativo das principais atividades de investigação técnica e 
medidas posteriores da perícia de engenharia pode ser o seguinte: 
Sabendo-se que os resultados das perícias são muito utilizados no meio 
judicial, para apurar responsabilidades e corrigir problemas, é usual o 
chamamento dos peritos, não só para apurar as causas, como também para 
darem seus pareceres sobre as medidas técnicas corretivas ou de avaliação 
posterioresao diagnóstico.Essas medidas, no entanto, não se confundem com 
33 
 
 
as perícias de engenharia, pois são consultorias posteriores, como se pode 
observar no quadro anterior. 
Os leigos e neófitos, entretanto, costumam denominar todas as 
ferramentas de investigação e essas medidas posteriores de “perícia”, 
confundindo diagnóstico com ferramentas de investigação técnica, avaliação ou 
medidas de correção técnica. 
No foco da Engenharia Diagnóstica, numa visão mais detalhada e precisa, 
tudo se esclarece, pois a diferença entre vistoria, perícia, avaliação, apuração de 
responsabilidade, recomendações técnicas, etc, é nítida.É sabido que a perícia 
resulta exclusivamente no diagnóstico final e completo do evento, podendo ser 
conceituada como a investigação técnica que determina a origem, o mecanismo 
de ação e causa de um fato, condição ou direito relativo a uma construção. 
A origem pode ser endógena (projeto, execução e materiais), exógena 
(fatores externos), natural (clima) e funcional (degradação e uso intenso), 
cabendo ressaltar que a determinação da origem precede aos diagnósticos do 
mecanismo de ação e causa. 
A causa, por óbvio, é o diagnóstico técnico resultante da investigação 
procedida. 
O mecanismo de ação é a descrição dos fatores de ação e suas 
influências no evento em estudo, ou seja, é a fundamentação da causa. 
A perícia requer estudos aprofundados e reiterados, muitas vezes 
requerendo ensaios tecnológicos ou mesmo a construção de um protótipo. 
As perícias de engenharia na construção civil podem ser diretas ou 
indiretas. São diretas quando os exames técnicos recaem diretamente no objeto, 
fato ou condição em estudo, ou indiretas, quando os exames se desenvolvem à 
distância, por meios digitais ou através da análise de documentos retrospectivos 
do caso em estudo. As Diretrizes Técnicas de Engenharia Diagnóstica em 
Edificações elaboradas pelo Instituto de Engenharia apresentam os conceitos, 
classificações, metodologia e demais procedimentos das Perícias, cabendo 
destacar a sequência recomendada desses trabalhos técnicos: 
 Planejamento e coleta de informações; 
34 
 
 
 Estudo da documentação; 
 Vistoria técnica; 
 Inspeções e Auditorias Técnicas; 
 Recursos Técnicos Adicionais – levantamentos topográficos, 
ensaios, protótipos e outros; 
 Exames intrínsecos do objeto, fato, condição ou direito; 
 Exames extrínsecos; 
 Conclusão e fundamentação; 
 Elaboração do laudo. 
Perícia de Engenharia na Construção Civil se distingue, sutilmente, das 
provas periciais preconizadas pelos juristas, e não se confunde com Avaliação 
ou Medidas de Reparação. Norma Técnica não se confunde com norma jurídica. 
 
35 
 
 
ARTIGO (Fragmentos) 
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS: FATORES QUE INFLUENCIAM NO SEU 
APARECIMENTO EM PRÉDIOS RESIDENCIAIS 
Publicado no Congresso Brasileiro de Patologias das Construções 
Fotaleza/2020 
 
Autores: 
RODRIGUES, ESAÚ DANIEL COSTAS FERREIRA, 
Professor Doutor em Engenharia Civil UNIFACEMA 
Maranhão/Brasil 
esau.rodrigues@outlook.com 
 
CLÁUDIO VIDRIH 
Graduando de Engenharia Civil; 
UNIFACEMA Brasil Maranhão; 
vidrih@vidrih.com.br 
 
SANTOS, MIKHAEL FERREIRA DA SILVA 
Mestrando em Engenharia Civil 
UFPE 
Maranhão; Brasil 
mikhael@ferreiraeng.com 
 
SANTOS, PAULO RICARDO ALVES REIS 
Mestrando Engenharia de Materiais 
IFPI 
Maranhão; Brasil 
pauloricardo.ars@gmail.com 
mailto:vidrih@vidrih.com.br
36 
 
 
RESUMO 
Desde o estopim da civilização humana, o homem tem se preocupado em 
construir estruturas adaptadas às suas necessidades individuais e coletivas, 
sejam elas habitacionais, laborais ou de infraestrutura. O desenvolvimento 
tecnológico na construção civil se deu justamente através dessas necessidades, 
abrangendo concepção, projeto e execução. Apesar disso, diversas estruturas 
estão apresentando desempenho insatisfatório. 
Diante desse cenário, o presente trabalho apresenta o objetivo de avaliar 
os principais fatores que influenciam no aparecimento de manifestações 
patológicas em prédios residenciais no município de Caxias, estado do 
Maranhão. Para isso, foi catalogado grupos construtivos nas edificações levando 
em consideração a incidência dos principais problemas construtivos na região: 
instalações hidráulicas, alvenaria, impermeabilização, pisos e forro de gesso. 
Foram realizadas inspeções prediais, diagnóstico, prognóstico e terapia, 
seguindo os normativos brasileiro, tendo como a base a NBR 15575/2013, 
também conhecida como norma de desempenho. 
As manifestações patológicas encontratadas, por muitas vezes, não são 
tratadas com a devida solução, principalmente devido a falta de conhecimento 
dos usuários. Além das soluções indicadas, foi possível conscientizar a 
importância de profissionais capacitados, evitando problemas de concepção, 
projeto, execução ou pósocupação. Dentre os principais problemas encontrados, 
destaca-se ruptura em tubulações hidráulicas, acúmulo de ar nastubulações, 
trincas, fissuras horizontais devido a variação térmica, fissuras verticais em 
paredes devido retração, fissuras por falta de verga e contraverga, problemas de 
umidade, entre outros. 
Palavras-chave: patologia, manifestações patológicas, inspeção predial, 
desempenho, vida útil. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Alinhados os resultados obtidos na pesquisa de campo e bibliográfico foi 
possível detalhar cada manifestação obedecendo os grupos previamente 
37 
 
 
escolhidos: 1- Instalações hidráulicas; 2- Alvenaria; 3- Impermeabilização; 4- 
Pisos; 5- Forro de gesso 
Instalações hidráulicas 
Segundo Vieira (2016), 75% das patologias da construção são 
decorrentes de problemas relacionados com as instalações hidráulicas prediais. 
Isso é uma demonstração de que os sistemas hidráulicos prediais não estão 
merecendo a atenção necessária e indispensável para que tenham o seu 
desempenho de acordo com a vida útil da edificação. Essa condição é 
decorrente de algumas evidências, tais como: a) Instalações hidráulicas e 
sanitárias estão ocultas; b) Execução de obras sem os projetos de instalações; 
c) Preocupação em reduzir custos nas instalações; d) Aplicações de 
componentes / materiais de baixa qualidade; e) Baixa qualificação na mão de 
obra utilizada; 
Neste trabalho serão abordados três tipos dos quais tiveram mais 
ocorrências, são eles: 1) Rupturas em engates flexíveis; 2) Acúmulo de ar na 
tubulação; 3) Trincas em conexões. 
 
38 
 
 
Rupturas em engates flexíveis 
Os engates flexíveis são destinados a fazer a ligação de materiais 
sanitários ao ponto de fornecimento de agua. As rupturas em engastes flexíveis 
foram encontradas na coleta realizada. Há disponível no mercado brasileiro 
engates flexíveis fabricados em material plástico ou material metálico, conforme 
mostra a Figura 01. A diferença entre um e outro, além do material de fabricação, 
é a capacidade de suportar pressões e temperaturas. As rupturas desse material 
ocorrem normalmente no corpo do flexível ou nas porcas de engates plásticos, 
as quais eventualmente são submetidas ao excesso de aperto, procedimento 
que vai contra ao que recomenda o fabricante. 
A Figura 02 mostra o engate plástico contendo ruptura por excesso de 
aperto com o uso de ferramenta tipo chave de grifo, fato ocorrido em uma das 
casas visitadas. 
 
As medidas de correção sugeridas são: 1- Utilização de engates 
metálicos, pois proporcionará maior resistência ao aperto; 2- Se for utilizar 
engates plásticos deve-se atentar ao manual de utilização do material, para não 
ocorrer a má utilização e nem uma montagem incorreta do mesmo. 3.1.2. 
Acúmulo de ar na tubulação 
A formação de bolsões de ar na canalização de água fria foi observada 
em três residências visitadas, o acontecimento dessa anomalia ocorre com 
frequência, ocasionando a falta de água. A falta de água decorrente do 
esvaziamento do reservatório, voluntariamente ou não, é um fator que gera a 
possibilidade de formação de bolsas de ar na tubulação e a consequente 
obstrução da passagem da água para os pontos de consumo diversos. Se há 
39 
 
 
formação de bolsas de ar nas tubulações de água, é um indicativo de que os 
tubos ventiladores não estão cumprindo a finalidade para a qual se destinam, ou 
seja, expulsar as bolhas de ar presas nos barriletes, fato que ocorre sempre que 
o reservatório superior fica esvaziado e volta a ser cheio. Esse fato ocorre 
principalmente por erros na execução da montagem dos tubos ventiladores do 
reservatório de agua. 
Trincas em conexões 
As tubulações estão sujeitas às trincas por causas diversas. Entre elas, o 
tensionamento sendo considerado um grande fator que leva ao colapso de uma 
tubulação, pois trata-se de um esforço mecânico externo que força a conexão 
por desalinhamento na tubulação, golpe de aríete, vibrações transmitidas por 
equipamentos (moto bombas, etc.), dilatação e contração térmica da tubulação 
e até o recalque em terrenos (VIEIRA, 2016). Trincas em conexões hidráulicas 
são sinistros que podem causar danos materiais de grande proporção, foi 
utilizado como exemplo um caso vivenciado na pesquisa: uma casa com apenas 
3 meses de uso, a trinca ocorreu no joelho que faz conexão da água proveniente 
da caixa d’água com a alimentação para à casa (figura 03) da qual se localiza na 
cobertura entre o quarto e banheiro, esse acontecimento danificou parte dos 
móveis, acabamento em pintura, placas de gesso, fora o incomodo que trousse 
aos moradores como mostra a figura 04 e figura 05. 
 
Nesse caso especifico, foi detectado o agente que ocasionou esse 
sinistro, a economia que a construtora fez na escolha do material; constatou-se 
40 
 
 
que a mesma adquiriu materiais de péssima qualidade e ressecados na intenção 
de obter economia no orçamento final. A tubulação foi bem dimensionada e bem 
executada porem a má escolha do material ocasionou no surgimento dessa 
manifestação. 
Alvenarias 
Segundo Lima (2015), várias são as patologias que podem ser 
encontradas em alvenarias, como fissuras, desnivelamento de superfícies, entre 
outros. No entanto, a manifestação patológica que se dá ênfase é a fissura, 
devido a aspectos fundamentais, como o comprometimento da obra em serviço 
(estanqueidade à água, isolamento térmico e acústico, durabilidade, etc.), o 
constrangimento e preocupação psicológicos que a fissuração do edifício exerce 
sobre seus usuários devido a um eventual estado de perigo para a estrutura, etc. 
Os principais mecanismos de formação das fissuras, são: 
 Movimentações provocadas por variações térmicas e de umidade; 
 Atuação de sobrecargas ou concentração de tensões; 
 Deformabilidade excessiva das estruturas; 
 Retração de produtos à base de ligantes hidráulicos. 
As manifestações patológicas em alvenarias ainda são bem frequentes no 
Brasil, devido à comunicação precária entre seus envolvidos, como engenheiros 
que executam a obra, projetistas e os fabricantes de materiais e componentes 
da construção. Essa pode ser a principal razão do surgimento dessas com tanta 
frequência. As fissuras em paredes podem ser classificadas com critérios 
diferentes, como as causas, o tipo a atividade, a abertura, a forma, a direção, as 
tensões envolvidas, entre outras. Frequentemente, a configuração típica, a 
dimensão e a magnitude de uma fissura permite que se especule sua causa 
provável. 
As figuras 06 a 09, apresentam os quadros resumo das 25 configurações 
típicas catalogadas, reunidas em seus respectivos grupos (MAGALHÃES, 2004) 
A partir desses catálogos foi possível identificar os tipos de fissuras encontradas 
na pesquisa de campo e identificar causas prováveis além de elencar possíveis 
medidas de terapia e prevenção. 
41 
 
 
 
 
Através do comparativo entre catálogo citado anteriormente e a pesquisa 
de campo foi possível identificar os tipos de fissuras encontradas nas edificações 
visitadas, em duas residências foram detectadas fissuras causadas por 
variações de temperaturas, em outras duas fissuras causadas por retração e 
expansão, em outra fissura vertical induzida por sobrecargas. 3.2.1. Fissuras 
causadas por variações de temperaturas Os diversos elementos que compõem 
as construções estão expostos às variações de temperatura sazonais e diárias 
que provocam movimentos de dilatação e contração que, associados às diversas 
restrições existentes à sua movimentação, resultam em tensões que podem 
42 
 
 
provocar fissuras de temperatura (MAGALHÃES, 2004). As fissuras causadas 
por variações de temperatura ainda podem se dividir em 8 tipos distintas, sendo: 
1 – Fissuras horizontais por movimentação térmica da laje; 2 - Fissuras 
inclinadas por movimentação térmica da laje; 3 - Fissuras inclinadas em paredes 
transversais por movimentação térmica da laje; 4 - Fissuras verticais por 
movimentação térmica da laje; 5 - Fissuras inclinadas por movimentação térmicada estrutura de concreto armado; 6 - Fissuras de destacamento por 
movimentação térmica da estrutura de concreto armado; 7 - Fissuras verticais 
por movimentação térmica da alvenaria; 8 - Fissuras de destacamento de 
platibandas por movimentação térmica. 
Na pesquisa realizada detectou-se um tipo de fissuras causadas por 
variações de temperatura, sendo ela bem fácil de ser encontrada em diversas 
edificações, as fissuras horizontais por movimentação térmica da laje 
Fissuras horizontais por movimentação térmica da laje 
As fissuras horizontais por movimentação térmica da laje ocorrem em 
paredes de alvenaria que sustentam lajes de concreto armado expostas às 
variações de temperatura, especialmente as lajes de cobertura. A forma destas 
fissuras é tipicamente horizontal, na interface entre a parede de alvenaria e a laje 
de concreto armado, ou mais abaixo, em uma linha paralela à laje. Coberturas 
rígidas, mesmo que não construídas em concreto armado, também podem 
provocar fissuras com esta mesma configuração (MAGALHÃES, 2004). As 
figuras 10 e 11 apresentam os casos encontrados dos quais apresentam as 
configurações típicas deste tipo de fissuração. 
43 
 
 
 
Fissuras causadas por retração 
Segundo Magalhães (2004) são manifestações ocasionadas pela 
movimentação de elementos construtivos ou de seus constituintes por retração 
de produtos à base de cimento. Podem ser provocadas em paredes de alvenaria 
de duas formas: pela retração dos materiais constituintes das alvenarias, ou 
ainda, pela movimentação por retração de outros elementos construtivos, como 
as lajes e vigas de concreto armado por exemplo, causando fissuras nas paredes 
de alvenaria adjacentes a estes elementos. 
Esse tipo de fissura se divide em 5 tipos distintos, são eles: 1 - Fissuras 
horizontais em paredes por retração da laje; 2 - Fissuras na base de paredes por 
retração da laje; 3 - Fissuras verticais em paredes por retração da laje; 4 - 
Fissuras de destacamento de paredes de alvenaria por retração; 5 - Fissuras 
verticais em paredes por retração da alvenaria. Na pesquisa foi identificado 
fissuras de destacamento de paredes de alvenaria por retração e fissuras 
verticais em paredes por retração da alvenaria. 
Fissuras de destacamento de paredes de alvenaria por retração 
As fissuras de destacamento de paredes de alvenaria por retração como 
mostra a figura 12, são fissuras horizontais e verticais que ocorrem na interface 
entre a parede e a estrutura de concreto armado. A retração por secagem das 
argamassas de assentamento pode provocar o abatimento de paredes de 
alvenaria recém executadas, provocando o seu destacamento. Também a última 
fiada da alvenaria executada prematuramente poderá sofrer com este 
abatimento, provocando seu superior ou laje. 
44 
 
 
A retração das argamassas de assentamento pode provocar ainda 
destacamentos localizados entre a argamassa e o componente da alvenaria, 
como tijolos ou blocos, gerando fissuras de pequeno porte na interface entre o 
componente e a argamassa (THOMAZ, 1989). 
Fissuras verticais em paredes por retração da alvenaria 
Fissuras verticais em paredes podem ocorrer pela retração da própria 
alvenaria que, além do destacamento, pode induzir a formação de fissuras no 
próprio corpo da parede. Em geral ocorrem pela retração de seus elementos 
constituintes, como tijolos ou blocos e/ou juntas de argamassa (THOMAZ, 1989). 
Fissuras verticais em paredes por retração da alvenaria (figura 13), podem 
apresentar variações, mantendo uma orientação predominantemente vertical 
(MAGALHÃES, 2004). 
 
Fissura induzida por sobrecarga 
Muitos são os fatores que influenciam na fissuração de paredes em 
alvenaria submetidas a sobrecargas de compressão: a forma, seção transversal 
e esbeltez; o tipo e forma geométrica dos tijolos ou blocos; a resistência 
mecânica e os módulos de deformação destes componentes e da junta de 
argamassa; a rugosidade e porosidade dos componentes; o poder de aderência, 
elasticidade, retração e retenção de água da argamassa; o tipo de junta de 
assentamento, sua espessura e regularidade; o tipo de fixação da parede a 
outras estruturas; e, as técnicas construtivas e qualidade de execução 
(MASSETO; SABBATINI, 1998). 
45 
 
 
Como em todos os tipos de fissuras, a fissura induzida por sobrecarga é 
dividida em 5 tipos, sendo eles: 1 - Fissuras verticais induzidas por sobrecargas; 
2 - Fissuras horizontais por sobrecargas; 3 - Fissuras por sobrecargas em 
apoios; 4 - Fissuras por sobrecargas em pilares de alvenaria; 5 - Fissuras por 
sobrecargas em torno de aberturas. Em nosso estudo identificou-se um dos 
tipos: fissuras por sobrecargas em torno de aberturas, esse tipo de fissura é fácil 
de ser encontrada em diversas edificações. 
Fissuras por sobrecargas em torno de aberturas 
Ocorrem em paredes descontínuas, com aberturas submetidas a 
carregamentos de compressão excessivos e têm como característica a formação 
de fissuras a partir dos vértices das aberturas. Podem apresentar-se com 
diversas formas, em função de múltiplos fatores como dimensões da parede e 
das aberturas, materiais constituintes da parede, dimensão e rigidez de vergas 
e contravergas, deformação e comportamento da alvenaria e de seu suporte 
(THOMAZ, 1989). 
Na maioria dos casos essas sobrecargas em torno das aberturas podem 
ser combatidas apenas com emprego de uma peça estrutural conhecida como 
verga (quando forem portas e janelas) e contravergas (quando for janelas ou 
basculantes). Na figura 14 e 15 pode-se observar o comportamento desse tipo 
de fissura. 
 
Impermeabilização 
Os problemas de umidade podem se manifestar em diversos elementos 
das edificações: paredes, pisos, fachadas, elementos de concreto armado, etc. 
Geralmente eles não estão relacionados a uma única causa. Quando surgem 
46 
 
 
nas edificações, sempre trazem um grande desconforto e degradam a 
construção rapidamente (SOUZA, 2008). 
De acordo com a NBR 9575 (ABNT, 2010), a impermeabilização é o 
conjunto de operações e técnicas construtivas (serviço), composto por uma ou 
mais camadas, que tem por finalidade proteger as construções contra ação 
deletéria de fluídos, de vapores e da umidade. Para a execução dessa atividade 
faz-se necessário a existência de um projeto de impermeabilização, pois todos 
os cuidados serão poucos para que vazamentos não voltem a ocorrer, pois parte 
dos problemas com os sistemas ocorrem em encontros com ralos, juntas, 
mudança de planos, passagem de dutos e chubamentos (LIMA, 2015). 
A umidade é um dos problemas mais difíceis de ser resolvidos na 
construção civil. Identificamos em uma das residências visitadas uma parede 
com umidade generalizada, como mostra a figura 16, foi-se possível identificar 
com facilidade a origem da patologia, os proprietários da edificação ainda 
indicaram que a patologia se manifestou após uma noite de chuva, também foi 
verificado que a mesma parede se encontra com tijolos a vista na parte externa. 
Souza (2008) cita, uma causa poderia ser o reboco poroso, outra o reboco 
salpicado, que é capaz de reter água, que irá atravessar a parede. 
Em se tratando de paredes de tijolo à vista, a causa de infiltração é devido 
às juntas malfeitas 
 
Pisos 
Segundo Rhod (2011) a maioria das ocorrências de manifestações 
patológicas em revestimento cerâmico pode ser atribuída à falta de 
compreensão das interfaces entre seus diversos componentes. Essa falta de 
47 
 
 
compreensão está ligada às deficiências no conhecimento técnico de toda a 
cadeia produtiva, destacando: 1- Assentadores despreparados e sem 
treinamento; 2- Fabricantes não preocupados com garantia, assistência técnica 
e informações de uso; 3- Projetistas desconhecedores de suas 
responsabilidades; 4- Incorporadores não atentos ao real valor atribuído à 
relação entre custos de recuperação da manifestação patológica e o valor do 
bem a serrecuperado. 
Os principais tipos de patologias que ocorrem em revestimentos cerâmicos são: 
destacamentos de placas, trincas, manchas e deterioração de juntas; nessa 
pesquisa iremos destacar dois tipos considerados principais, são eles: Trincas e 
Deterioração de juntas. 
Trincas 
Este fenômeno caracteriza-se por perda de integridade da superfície do 
revestimento cerâmico, podendo até mesmo levar ao seu descolamento do 
substrato (BARROS; FLAIN; SABBATINI, 1993). A figura 17 caracteriza essa 
manifestação. 
Segundo Rhod (2011) as principais causas para os problemas de trincas, 
são: a) Dilatação e retração das placas cerâmicas: ocorre quando há variação 
de temperatura ou de umidade; b) Deformação estrutural excessiva: a 
deformação da estrutura do edifício pode criar tensões que são transmitidas para 
a alvenaria e desta para os revestimentos. c) retração da argamassa de fixação: 
ocorre principalmente quando a argamassa de fixação é dosada na obra, 
causando retração excessiva pela perda da água de amassamento, podendo 
tornar a superfície da placa convexa e tracionada. 
Deterioração de juntas 
Os rejuntes, em geral, não vem sendo considerados como um serviço 
técnico de importância para o desempenho do conjunto do revestimento. Na 
realidade, desconhece-se as suas verdadeiras funções, atribuindo-lhes somente 
à estética do conjunto (BARROS; FLAIN; SABBATINI, 1993). 
48 
 
 
A deterioração das juntas figura 18, apesar de afetar as argamassas de 
preenchimento das juntas de assentamento e de movimentação, compromete 
todo o revestimento cerâmico, interferindo na sua capacidade de absorver 
deformações. 
 
Por isso, a escolha correta do material e o controle de execução do 
rejuntamento são as maneiras de se evitar essa manifestação patológica (LIMA, 
2015). Existe duas formas dela se manifestar: pela perda de estanqueidade da 
junta ou pelo envelhecimento do material de preenchimento. 
A perda de estanqueidade das juntas, muitas vezes, inicia-se logo após 
sua execução, pois procedimentos inadequados de limpeza, promovem a 
deterioração de parte de seu material constituinte que, somada aos ataques 
agressivos do meio ambiente, ou de solicitações devido a movimentos 
diferenciais, desencadeiam um estado de vulnerabilidade de sua integridade, 
podendo originar fissuras ou mesmo trincas ocorrendo, assim, o processo de 
desenvolvimento de um problema patológico como o descolamento e a 
eflorescência, por exemplo, pela possibilidade de infiltração de água (BARROS; 
FLAIN; SABBATINI, 1993) 
Forro de gesso 
Dentre as manifestações patológicas que ocorrem em casas residenciais, 
são comuns o surgimento em placas e revestimento de gesso, os defeitos mais 
comuns são trincas e fissuras (figura 19), causadas pela interação entre forro e 
acomodação da estrutura. 
Para evitar trincas em forros de gesso, é necessário que se permita a livre 
movimentação do gesso. Para tanto, recomenda que sejam feitas juntas de 
ligação, que são as que ficam localizadas entre o forro e as paredes ou 
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elementos da estrutura, permitindo a movimentação diferencial. 
Independentemente das dimensões do forro, as juntas devem ser executadas 
em todo o perímetro entre o forro e as paredes ou divisórias, bem como entre o 
forro e os elementos da estrutura em contato com ele (LIMA, 2015). 
 
 
 
Sintese das manifestações ocorrentes na pesquisa 
Neste trabalho, foram estudadas diversas casas residenciais em bairros 
e construtoras diferentes, no intuito de catalogar as manifestações patológicas 
mais ocorrentes em casas residenciais elencando suas causas, prevenção e 
manutenção. Para melhor entendimento a tabela 01 apresenta os tipos de 
manifestações patológicas registradas e analisadas no presente trabalho 
 
50 
 
 
CONCLUSÕES 
Foram mostrados, ao longo do trabalho, defeitos que ocorrem no dia a dia 
e que, por muitas vezes, não são tratados com a solução adequada que 
necessitam por falta de conhecimento, por isso a importância de se trabalhar 
com profissionais capacitados, seja na hora do projeto, para detectar possíveis 
manifestações patológicas futuras, como as fissuras, ou durante a obra para 
evitar defeitos com causas na execução. 
Esse trabalho permitiu um maior conhecimento sobre o tema, 
manifestações patológicas: fatores que influenciam no aparecimento em casas 
residências, e quais os cuidados e tratamentos devem ser tomados com cada 
caso, o que traz a certeza da necessidade de lidar sempre com profissionais 
habilitados para tal e materiais condizentes com a qualidade que deve estar 
presente em toda e qualquer edificação. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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415p 
BOTELHO, M. H. C.; MARCHETTI, O. Concreto armado eu te amo. Vol 1. 7. 
ed. São Paulo: Edgar Blucher, 2013. 525 p. 
CAPELLO, A. et al. Patologia das fundações. 2010. 115f. Monografia (Bacharel 
em Engenharia Civil) - Faculdade Anhanguera de Jundiaí, Jundiaí, 2010. 
CORSINI, R. Trinca ou fissura?. São Paulo: Téchne. 160, p., jul. de 2010. 
CARMONA FILHO, A. Panorama da Edificação Sob a Ótica da Patologia. 
Conexão AEC, 2009. 
FERREIRA, J. A. A. Técnicas de Diagnóstico de Patologias em Edifícios. 
Mestrado Universidade do Porto, Faculdade de Engenharia- FEUP. 
Departamento de Engenharia Civil, 2010. 
KLUPPEL, G. P.; SANTANA, M. C. Manual de conservação preventiva para 
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LICHTENSTEIN, N. B. Patologia das construções. São Paulo: Escola 
Politécnica da Universidade de São Paulo, 1986.

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