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PERÍODOS DA HISTÓRIA DO BRASIL 8° Ano O que foram as Revoltas Regenciais? As Revoltas Regenciais foram rebeliões que aconteceram por todo o Brasil durante o Período Regencial. Os anos entre 1831 e 1840 foram marcados pela instabilidade política (falta de um governo presente e unificador), somada à má qualidade da condição de vida da população. O Período Regencial é um tempo intermediário entre o Primeiro e o Segundo Reinado. Ele durou de 1831 a 1840 e começou quando o imperador D. Pedro I abdicou do trono. O problema foi que seu filho, o sucessor, era apenas uma criança e não tinha condições de reinar! Enquanto D. Pedro II crescia, os membros do Congresso escolhiam os regentes (líderes provisórios) para governar o Brasil. Nessa época, o país já tinha novos grupos políticos formados, como os liberais e os conservadores. Cada governo provisório era de um segmento político, foram muitas mudanças e ideias novas em um curto período, principalmente para um país que estava acostumado a ter as atenções voltadas para a família real e suas tradições. As regiões do Brasil, do norte ao sul, começaram a se rebelar e criar disputas entre os setores da sociedade. Não havia um sentimento de união no país, faltava um líder que unificasse e mediasse os conflitos de todos. Essas causas apontadas eram as que havia em comum por toda a nação mas, na realidade, cada rebelião tinha outras causas locais e uma identidade própria. Assim, não é possível pensar nessas revoltas de forma homogênea. As principais Revoltas Regenciais As principais revoltas do Período Regencial aconteceram no Norte, Nordeste e no Sul. Elas são 5: Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha – ocorreu na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul entre 1835 e 1845. Revolta dos Malês – ocorreu na Província da Bahia em 1835. Sabinada – ocorreu na Província da Bahia entre 1837 e 1838. Balaiada – ocorreu na Província do Maranhão entre 1838 e 1841. Cabanagem – ocorreu na Província do Grão-Pará entre 1835 e 1840. Revolta dos Malês Onde aconteceu: Província da Bahia (atual Bahia), bem na capital Salvador Ano: 1835 Componentes: negros escravos e libertos de origem muçulmana em sua maioria. Principais líderes: Pacífico Licutã, Manuel Calafate e Luis Sanim Contexto: Os revoltosos eram os “negros de ganho”: vendiam produtos e traziam metade do que recebiam para seus donos. Com a venda, podiam andar mais livres pela capital, facilitando a organização das revoltas. Muitos deles guardavam dinheiro e compravam a própria alforria. Eles defendiam a luta armada para libertar a cidade, além da abolição da escravidão para os negros que viviam ali. Como acabou: Uma escrava liberta, Guilhermina Rosa de Souza, contou ao seu ex-senhor sobre o movimento. O movimento durou menos de um dia e não alcançou os seus objetivos. Foi duramente reprimido com um saldo de muitos mortos, presos e até cerca de quinhentos negros libertos exilados na África. Apesar de não ter tido sucesso, teve seu destaque por apresentar uma organização dos povos menos favorecidos. Farroupilha ou Guerra dos Farrapos Onde aconteceu: Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (atual Rio Grande do Sul). Anos: 1835 a 1845 Componentes: os farrapos (comerciantes populares que usavam roupas humildes) Principais líderes: Bento Gonçalves, Davi Canabarro, Guiseppe Garibaldi e Anita Garibaldi. Contexto: A economia era baseada na criação de gado (estância) e na produção de carne seca (charque). Porém, os impostos do Brasil eram altos e os países que faziam divisa com o sul lucravam mais. Portanto, ficaram ameaçados pela concorrência. O objetivo era conquistar maior autonomia econômica e política para a região. Como acabou: Eles eram separatistas, então chegaram a proclamar duas repúblicas: a primeira foi a República Rio-Grandense e a segunda foi a República Juliana ou Catarinense). O movimento foi derrotado com algumas mortes e muitas prisões. Porém, o governo fez uma acordo com os farrapos: todos os revoltosos seriam anistiados e suas terras confiscadas seriam devolvidas. Cabanagem Onde aconteceu: Província do Grão-Pará (atual Pará e Amazonas) Anos: 1835 a 1840 Componentes: negros, índios e cabanos (moradores pobres de cabanas a beira do rio) Principais líderes: Batista Campos, Eduardo Nogueira Argelim, os irmãos Vinagre, Felix Antônio Clemente Malcher e Vicente Ferreira Lavor. Contexto: Desde 1820,a população tentava se separar do resto do Brasil. Quando o governo regencial nomeou o novo presidente da província, as coisas pioraram. Eles lutavam pela melhoria da vida dos pobres e pela perda do domínio político dos grandes produtores da terra. Como acabou: No início conseguiram conquistar a capital Belém e até mesmo chegaram a declarar a independência do Pará! Mas formaram-se dois governos cabanos e um acabou traindo o movimento e se juntou ao império. Foram derrotados pelas tropas do governo e deixando 30 mil mortos. Isso correspondia a quase 40% da população paraense da época! Mesmo tendo falhado, a Cabanagem foi o primeiro movimento popular que chegou ao poder. Sabinada Onde aconteceu: Província da Bahia (atual Bahia) Anos: 1837 a 1838 Componentes: classe média, ricos e militares Principal líder: Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira (médico) Contexto: As causas foram os baixos salários dos militares e a insatisfação com o governo regencial, que queria enviá-los para resolver conflitos no Sul. Os demais interesses eram ter maior participação política e mais acesso ao poder. Como acabou: Inicialmente conseguiram até declarar a independência da Bahia com um governo republicano, mas foram duramente reprimidos pelas autoridades da província. Balaiada Onde aconteceu: Província do Maranhão (atual Maranhão) Anos: 1838 a 1841 Componentes: quilombolas, escravos e artesãos Principal líder: Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (fazedor de balaios – artesanato), Cosme Bento Chagas (chefe de quilombo) e Raimundo Gomes (vaqueiro) Contexto: A revolta teve início por causa das disputas políticas entre os cabanos (conservadores) e os bem-te-vis (liberais). Mas logo as classes populares se levantaram pedindo para deixarem de ser explorados pelos produtores rurais e grandes comerciantes. Portanto, não foi um movimento unificado. Como acabou: O futuro Duque de Caxias era o coronel do exército do governo regencial nessa época. Ele liderou a dominação e pacificação dos rebeldes, encerrando as revoltas. As classes médias recuaram, facilitando a repressão dos pobres. Fim das Revoltas Regenciais Todas as revoltas foram reprimidas pelos comandantes das províncias. Porém, você viu que algumas tiveram penas maiores que outras, dependendo do valor que aquele setor representava para a época. Independente das repressões, as tentativas de novas revoltas só chegaram ao fim quando o período regencial chegou ao fim também. Isso aconteceu com o Golpe da Maioridade, uma estratégia política que antecipou a maioridade de D. Pedro II. Assim, ele foi declarado imperador do Brasil quando era adolescente. Mesmo que adolescente, o menino havia sido educado para essa função desde sempre e sabia o que estava acontecendo nos territórios. O simples fato de ter um representante nacional já unificava as pessoas e ajudava a acalmar os ânimos, pois trazia esperança e evitaria o surgimento de novas revoltas. Atividades (Copie a pergunta e somente a resposta correta) 1- Qual das revoltas abaixo não ocorreu no período regencial? a) Revolta dos Malês. b) Balaiada. c) Sabinada. d) Guerra do Paraguai. e) Cabanagem. 2- Sobre as revoltas ocorridas no Brasil durante o período regencial, assinale o que for INCORRETO: a) A Cabanagem (1835-1840), ocorrida na província do Grão-Pará, recebeu esse nome porque boa parte dos integrantes dessa revolta moravam em cabanas e eram chamados de cabanos. b) A Guerra dos Farrapos (1835-1845) foi um conflito separatista ocorrido no sul do país. Foi uma revolta mobilizada por grandes proprietários de terra. c) A Revolta dosMalês (1835) teve como fator motivador o fato de escravizados de origem islâmica quererem sua liberdade religiosa. d) A Sabinada (1837-1838), liderada por Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, aconteceu por conta da insatisfação da população com a falta de autonomia política e administrativa da Bahia e também pelo recrutamento obrigatório para os baianos em função da Guerra dos Farrapos. e) A Balaiada (1838-1841), ocorrida na província do Paraná, foi mobilizada através da reivindicação por melhores condições de vida da população. 3- Qual das revoltas a baixo NÃO é uma revolta regencial? a) mascates b) farroupilha c) sabinada d) balaiada 4- Quаl о nоmе dа rеvоltа quе соmеçоu еm 1835, fаz rеfеrênсіа áѕ hаbіtаçõеѕ еm quе а рорulаçãо mаіѕ роbrе dо Grãо-Раrá vіvіа, áѕ mаrgеnѕ dоѕ rіоѕ? a) bаlаіаdа b)саbаnаgеm c) Ѕаbіnаdа d) mаlês "O Segundo Reinado é o período da história brasileira em que o país foi governado por D. Pedro II. Esse período estendeu-se de 1840, quando D. Pedro II foi coroado imperador após o Golpe da Maioridade, e encerrou-se em 1889, quando a Proclamação da República colocou fim na monarquia do Brasil. Foi um período de grandes transformações no país e marcado por importantes conflitos, como a Guerra do Paraguai”. Contexto e fases do Segundo Reinado O Segundo Reinado iniciou-se em 1840 por meio do Golpe da Maioridade. Por meio desse movimento, os políticos brasileiros, pela via dos liberais, anteciparam a maioridade de D. Pedro II para que ele pudesse assumir o trono. Isso aconteceu porque os liberais queriam recuperar o poder que estava nas mãos dos conservadores e porque acreditavam que a coroação do imperador colocaria fim em todos os conflitos que se passavam no país. Assim foi iniciado o Segundo Reinado, período que se estendeu por 49 anos e que pode ser dividido da seguinte maneira: Consolidação (1840-1850): quando o imperador estava no poder e estabeleceu-o, a seu modo, sobre o país, colocando políticos e províncias rebeldes sob seu controle. Auge (1850-1865): quando o poder do imperador era amplo e sua posição estava consolidada. Declínio (1865-1889): quando surgem contestações contra a posição de D. Pedro II, e a economia do país não ia bem." Política do Segundo Reinado No caso da política durante o Segundo Reinado, o primeiro destaque a ser feito se dá pela atuação dos partidos políticos existentes. Os dois partidos que atuaram na política brasileira nesse período formaram-se durante o Período Regencial e eram conhecidos como Partido Conservador e Partido Liberal. A disputa pelo poder realizada por conservadores e liberais era intensa e tinha impactos negativos para a política brasileira, pois gerava muita instabilidade. A saída encontrada pelo imperador foi promover uma política de revezamento em que conservadores e liberais alternavam-se na liderança do gabinete ministerial. Isso reduziu um pouco os conflitos. Ambos partidos tinham leves diferenças de posição ideológica e de classe em que se apoiavam. Conservadores eram partidários de uma grande centralização do poder nas mãos do imperador, enquanto os liberais defendiam uma maior autonomia local para as províncias. A distribuição do poder durante o Segundo Reinado acontecia de forma que o imperador tivesse amplos poderes na política. O imperador representava pessoalmente o Poder Moderador e estava à frente do Executivo. No Executivo também constava o Conselho de Estado. No caso do Legislativo, destacam-se os cargos de senador e deputado. Por fim, da política brasileira, um último e importante destaque a ser mencionado é o que ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. O Brasil funcionava como uma monarquia parlamentarista na qual o imperador interferia na política sempre que fosse necessário para garantir seus interesses. Assim, se fosse eleito um primeiro-ministro que não lhe agradasse, ele o destituía, e se a Câmara tomasse medidas que não lhe agradassem, ela era dissolvida. Economia do Segundo Reinado Em termos econômicos, o grande destaque vai para a economia cafeeira, que se consolidou durante o Segundo Reinado como o principal meio de produção da economia brasileira. As zonas produtoras de café do Brasil nesse período foram três: Vale do Paraíba (RJ/SP), Oeste Paulista (SP) e Zona da Mata (MG). O crescimento econômico desse período é muito atribuído ao reflexo do fim do tráfico negreiro no país por meio da Lei Eusébio de Queirós, de 1850. Com essa lei, o tráfico negreiro foi proibido, e todos os recursos, que antes eram utilizados na aquisição de escravos, passaram a servir para outros investimentos. As exportações do país aumentaram, e o investimento em estradas de ferro, por exemplo, aumentou bastante. Abolição da escravatura Durante o Segundo Reinado, a abolição da escravatura foi um dos temas centrais e alvo de debates acalorados nos meios políticos. O ponto de partida para que a abolição fosse decretada no Brasil foi a Lei Eusébio de Queirós, decretada em 1850 e que estipulava a proibição do tráfico negreiro no país. Durante esse período de transição, foram decretadas diversas leis, como a Lei de Terras, Lei do Ventre Livre e Lei dos Sexagenários. A abolição da escravatura aconteceu em 13 de maio de 1888, quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea. Guerra do Paraguai Um acontecimento marcante na história do Segundo Reinado foi a Guerra do Paraguai, conflito travado entre 1864 e 1870. Nessa guerra, Brasil, Argentina e Uruguai, por meio da Tríplice Aliança, lutaram contra o Paraguai, governado nessa época por Francisco Solano López. O Brasil venceu esse conflito, mas suas consequências para a economia do país e para a monarquia foram ruins. O conflito foi resultado do choque de interesses territoriais, econômicos e políticos entre as nações da Bacia Platina (Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil). O combate iniciou-se quando os paraguaios aprisionaram uma embarcação brasileira, no final de 1864, e encerrou-se em 1870, quando o ditador paraguaio foi morto na Batalha de Cerro Corá. Fim da monarquia O fim da monarquia no Brasil foi resultado do desgaste dessa forma de governo com os interesses da elite política e econômica do país. Sua queda ocorreu por meio de seu rompimento com três importantes grupos do país: a Igreja (fator menos relevante), o Exército e a elite escravocrata. O grupo que teve maior envolvimento com esse fim foi o Exército. Insatisfeito com a monarquia desde o fim da Guerra do Paraguai, os militares começaram a conspirar contra ela. Assim, em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, liderando tropas militares, destituiu o Gabinete Ministerial, e, no decorrer desse dia, José do Patrocínio proclamou a República no Brasil. Resumo: A coroação de D. Pedro II ocorreu por meio do Golpe da Maioridade, em 1840. Os dois partidos que controlavam a política brasileira eram o Partido Liberal e o Partido Conservador. O sistema político brasileiro ficou conhecido como “parlamentarismo às avessas”. Na economia, o café estabeleceu-se como nosso principal produto, e, entre 1840 e 1860, aconteceu um período de prosperidade conhecido como Era Mauá. A abolição da escravatura foi resultado de uma intensa mobilização popular e política aliada com a resistência realizada pelos escravos. Concretizou-se com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. A Guerra do Paraguai foi um divisor de águas na história do Segundo Reinado. Nesse conflito, o Brasil envolveu-se em uma luta contra o Paraguai entre 1864-1870. Os militares foram o grupo de maior envolvimento com a Proclamação da República no Brasil. A proclamação de fato foi realizada por José do Patrocínio em 15 de novembro de 1889. 5- O principal evento que marcou o início do Segundo Reinado foi: a) A Confederação do Equador. b) A Guerra do Paraguai. c) O Parlamentarismo às avessas. d) O Golpe da Maioridade. e) A Lei Áurea. 6- Os conflitos políticos no Segundo Reinado passaram por dois partidos: Conservador e Liberal. A respeito das características de ambos, assinale a alternativacorreta: a) O Partido Conservador tinha como principal característica o desejo de acabar com a escravidão no Brasil. b) O Partido Liberal tinha como principal característica o desejo de acabar com a escravidão no Brasil. c) Ambos possuíam características muito próximas, porém o que os diferenciavam era o fato de os conservadores almejarem uma maior autonomia para as províncias. d) Ambos possuíam características muito próximas, porém o que os diferenciavam era o fato de os liberais almejarem uma maior autonomia para as províncias. e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas 7- O Segundo Reinado foi um período de conflitos internos e externos. Sobre tais acontecimentos, assinale a alternativa INCORRETA: a) A Guerra do Paraguai foi um conflito envolvendo 4 países: Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil. Entre as consequências dessa guerra para o Brasil está o fortalecimento da classe militar perante a sociedade brasileira. b) As leis abolicionistas surgiram de forma tardia no Brasil. A Lei Áurea, de 1888, foi assinada pela Princesa Isabel enquanto D. Pedro II encontrava-se na Europa, cuidando de sua saúde. c) A Questão Christie foi um conflito envolvendo o governo imperial brasileiro e as tropas militares francesas que tentaram invadir a Baía de Guanabara, na província do Rio de Janeiro. d) A Revolução Praieira foi um conflito de caráter liberal ocorrido na província de Pernambuco. Ele recebeu esse nome por conta da rua onde estava a sede do “Diário Novo”, principal meio de comunicação do grupo liberal. e) O fim do Segundo Reinado aconteceu após D. Pedro II perder apoios essenciais para seu governo, tais como dos militares, da Igreja Católica e dos latifundiários.