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ENFERMAGEM-EM-TERAPIA-INTENSIVA-NEONATAL-1

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1 
 
 
ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA NEONATAL 
1 
 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 6 
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 7 
NEONATOLOGIA .................................................................................... 9 
CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DO RECÉM-NATO .................... 10 
SISTEMA CARDIOVASCULAR ............................................................. 10 
SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................................... 12 
SISTEMA HEMATOPOIÉTICO .............................................................. 12 
SISTEMA HEPÁTICO ............................................................................ 13 
SISTEMA RENAL .................................................................................. 15 
SISTEMA DIGESTÓRIO ........................................................................ 15 
SISTEMA IMUNOLÓGICO .................................................................... 17 
SISTEMA NEUROLÓGICO ................................................................... 18 
ADAPTAÇÃO TÉRMICA ........................................................................ 20 
SISTEMA TEGUMENTAR ..................................................................... 24 
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO ................................................... 24 
SISTEMA REPRODUTOR ..................................................................... 25 
INTERAÇÕES ENTRE O NEONATO E O AMBIENTE.......................... 25 
PADRÕES CARACTERÍSTICOS DE SONO E ATIVIDADE .................. 28 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO ....................... 33 
MODELO DE ANAMNESE DE ENFERMAGEM .................................... 34 
EXAME FÍSICO DO RN ......................................................................... 36 
MODELO DE EXAME FÍSICO DE ENFERMAGEM .............................. 46 
AVALIAÇÃO DO PESO E IDADE GESTACIONAL ............................... 51 
RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS (RNPT) ....................................... 55 
2 
 
 
APNEIA DA PREMATURIDADE ............................................................ 58 
IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO COM APNEIA
 ......................................................................................................................... 61 
TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DE RECÉM-NASCIDO ........................... 64 
PNEUMONIA NEONATAL ..................................................................... 66 
SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO MECONIAL ............................................ 67 
HIPERTENSÃO PULMONAR ................................................................ 70 
SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (SDR) - DOENÇA DE 
MEMBRANA HIALINA ...................................................................................... 73 
DISPLASIA BRONCOPULMONAR ....................................................... 80 
ANEMIA DA PREMATURIDADE ........................................................... 82 
POLICITEMIA ........................................................................................ 84 
HEMORRAGIA NO PERÍODO NEONATAL .......................................... 85 
HIPOGLICEMIA ..................................................................................... 86 
HIPERGLICEMIA ................................................................................... 88 
HIPOCALCEMIA .................................................................................... 89 
HIPOMAGNESEMIA .............................................................................. 90 
OSTEOPENIA DA PREMATURIDADE.................................................. 91 
ICTERÍCIA ............................................................................................. 92 
CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO DURANTE A FOTOTERAPIA:
 ......................................................................................................................... 95 
INFECÇÃO NO RECÉM-NASCIDO....................................................... 97 
SEPSE NEONATAL............................................................................... 98 
CHOQUE SÉPTICO ............................................................................ 104 
ENCEFALOPATIA HIPOXIA-ISQUÊMICA .......................................... 106 
CONVULSÕES NO PERÍODO NEONATAL ........................................ 112 
HEMORRAGIA INTRACRANIANA ...................................................... 114 
ENTEROCOLITE NECROSANTE ....................................................... 116 
3 
 
 
INSUFICIÊNCIA RENAL ...................................................................... 121 
ATRESIA DE ESÔFAGO ..................................................................... 124 
MENINGOMIELOCELE ....................................................................... 126 
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA ................................................................. 129 
GASTROQUISE .................................................................................. 131 
ONFALOCELE ..................................................................................... 134 
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS ......................................................... 135 
PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL ............................................. 139 
ATENDIMENTO AO RN NA SALA DE PARTO ................................... 141 
OXIGENOTERAPIA ............................................................................. 147 
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA (VPP) .............................. 148 
MASSAGEM CARDÍACA ..................................................................... 149 
TRANSPORTE DO RECÉM-NASCIDO ............................................... 150 
ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO SADIO NO BERÇÁRIO ......... 157 
NASCIMENTOS MÚLTIPLOS ............................................................. 158 
TERMORREGULAÇÃO NO RECÉM-NASCIDO ................................. 160 
ALEITAMENTO MATERMO ................................................................ 161 
ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR OU TÉCNICO DE ENFERMAGEM ..... 162 
MONTAGEM DO LEITO NEONATAL .................................................. 164 
ADMISSÃO DO RN EM UTI NEONATAL ............................................ 166 
LAVAGEM DAS MÃOS........................................................................ 168 
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR.................................................. 169 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CATETERISMO VENOSO 
CENTRAL....................................................................................................... 172 
CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) .............. 173 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA CATETERIZAÇÃO UMBILICAL
 ....................................................................................................................... 180 
CURATIVO DO CATETER UMBILICAL .............................................. 182 
4 
 
 
CURATIVO OCLUSIVO DE CATETER VENOSO CENTRAL ............. 183 
SONDAGEM VESICAL NO RN ........................................................... 184 
FOTOTERAPIA ................................................................................... 187 
EXSANGUINOTRANSFUSÃO ............................................................ 188 
SURFACTANTE .................................................................................. 191 
COLHEITA DE SANGUE CAPILAR .................................................... 193 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA TERAPÊUTICA TRANSFUSIONAL
 ....................................................................................................................... 194 
ISOLAMENTO ..................................................................................... 195 
PRECAUÇÕES PADRÃO OU UNIVERSAL ........................................196 
PRECAUÇÕES CONFORME ROTA DE TRANSMISSÃO PRECAUÇÕES 
DE CONTATO: ............................................................................................... 197 
PRECAUÇÕES COM PARTÍCULAS (GOTÍCULAS) ........................... 198 
PRECAUÇÕES EMPÍRICAS ............................................................... 198 
PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO MÍNIMA ....................................... 199 
PROTOCOLO MÉTODO CANGURU .................................................. 202 
BANHO ................................................................................................ 205 
BANHO DE IMERSÃO/ASPERSÃO .................................................... 205 
BANHO NA INCUBADORA ................................................................. 207 
HIGIENIZAÇÃO COM ÓLEO DE GIRASSOL ...................................... 209 
LIMPEZA CONCORRENTE DA INCUBADORA .................................. 210 
ALTA DO PACIENTE NEONATAL ...................................................... 212 
DESINFECÇÃO TERMINAL DA UNIDADE ......................................... 214 
TRATAMENTO DA DOR EM UNIDADE NEONATAL.......................... 215 
HUMANIZAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
 ....................................................................................................................... 216 
BIOÉTICA NA PRÁTICA NEONATAL ................................................. 221 
MANEJO DA MORTE EM UNIDADE NEONATAL .............................. 223 
5 
 
 
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM ................. 224 
REFERÊNCIAS ................................................................................... 227 
 
 
 
6 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Unidade de Terapia Intensiva é um lugar que precisa de uma atenção 
especial por ser cheia de fortes sentimentos e conflitos, que envolvem o 
ambiente e os indivíduos, o recém-nascido (RN) internado, os familiares e os 
profissionais. Cada um apresenta grau de vulnerabilidade, necessidades 
específicas que podem ser adequadamente atendidas. 
De acordo com o Guia de Cuidados para o Profissional de Saúde, o 
cuidado com a saúde do recém-nascido (RN) tem grande importância para a 
redução da mortalidade infantil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde 
(OMS) define como pré-termo toda criança nascida antes de 37 semanas, em 
geral, a criança que nasceu muito prematura fica na Unidade de Terapia 
Intensiva, em uso de aparelhos que permitam acompanhar o desenvolvimento 
de sua saúde. Os profissionais da saúde envolvidos avaliam individualmente 
cada criança para determinar cuidados específicos, e para isso os profissionais 
devem se atentar aos riscos que deve ter aos prematuros. 
A evolução no cuidado neonatal proporcionou inúmeras potencialidades 
que surgem questões preocupantes, como a qualidade do serviço e a segurança 
do paciente nesse cenário, complexo e crítico do cuidado hospitalar, frente a 
esse novo panorama de cuidado em saúde, a segurança do paciente reporta a 
importância de cuidados seguros, buscando a diminuição dos erros e danos 
ocorridos durante o cuidado ao paciente 
O objetivo da realização deste assunto 
é desvelar os cuidados que enfermeiro deve 
ter na unidade de terapia intensiva em 
relação aos prematuros, diante desta 
problemática, iremos apresentar alguns 
procedimentos que a equipe de saúde deve 
acometer aos prematuros. 
 
 
8 
 
 
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 
A terapia intensiva experimenta grande desenvolvimento nas últimas 
décadas o que resulta na necessidade cada vez maior do preparo dos 
profissionais de saúde, incluindo o Enfermeiro, aprofundando e completando 
seus conhecimentos, habilidades e atitudes nesta área específica. Tem como 
objetivo aprimorar os conhecimentos qualificando os enfermeiros para atuarem 
na assistência de pacientes internados nas unidades de terapia intensiva 
neonatal e pediátrica, acometidos nas mais diversas situações críticas. 
A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal é um lugar onde uma equipe 
fica 24 horas por dia de plantão para o tratamento de recém-nascidos que 
apresentam algum risco de vida e bebês nascidos prematuramente. Nem 
sempre os bebês internados nas Unidades de Terapias Intensivas neonatais 
estão doentes, algumas vezes eles estão apenas crescendo e se tornando aptos 
para respirar e deglutir, este fato necessita de um amadurecimento e muitas 
pessoas estão envolvidas neste processo para oferecer o melhor tratamento. 
O momento tão esperado de toda a família e quando o bebe já estar hábito 
para condicionar o mundo sem ajuda de aparelhos, e para isso ele precisa ter 
um peso em torno de 2 kg a 2,2 kg, idade gestacional maior que 34 semanas, 
conseguir sugar toda a dieta e não ser dependente de oxigênio, estar respirando 
sem dificuldade, entre outras (MOREIRA; BRAGA; MORSCH, 2003). 
O tratamento intensivo é, na maioria das vezes, indicado para bebês 
prematuros nascidos antes de nove meses de gestação ou de baixo peso. 
Qualquer recém-nascido pode precisar da UTI Neonatal. Os maiores 
casos são de bebês que nascem com algumas patologias, ou após uma cirurgia 
que podem exigir cuidados intensivos.(CELESTE; MONTEIRO; PEDRESCHI, 
2019) 
 
 
 
9 
 
 
NEONATOLOGIA 
É a área da saúde que presta assistência ao recém-nato até 28 dias. 
HISTÓRICO 
No século XIX as crianças eram ignoradas pelos médicos, não existiam 
hospitais infantis e eram muito altas as taxas de mortalidade infantil, 
especialmente entre os prematuros. Havia um sentimento de que a seleção 
natural se encarregaria das crianças “menos adaptadas”. Pela alta mortalidade 
e baixa natalidade, criou-se então um receio de despovoamento e 
vulnerabilidade da defesa nacional europeia, surgindo então um movimento pela 
saúde da criança, passando-se a praticar o cuidado preventivo e a ampliação 
das maternidades. 
Em 1978 foi criada por um funcionário do zoológico de Paris uma 
incubadora a pedido do professor e obstetra Stephane Etiemme Tarnier, que a 
instalou na maternidade de Paris diminuindo a taxa de mortalidade entre os 
bebês menores de 200gr de 66 para 38%. 
A Neonatologia, porém, teve seu início concreto com o obstetra francês 
Pierre Budin que estendeu sua preocupação com os recém-nascidos além das 
salas de parto, criando um ambulatório de Puericultura em 1892. 
Na primeira década do século XX observa-se um aumento da contribuição 
dos pediatras para a medicina neonatal, especialmente com o estudo sobre 
alimentação e prematuridade. Os avanços na Neonatologia reduziram a taxa de 
mortalidade e a infecção hospitalar foi controlada com o isolamento do recém-
nascido na maternidade, porém tais medidas ocasionaram a separação entre 
mãe e filho, prejudicando o vínculo afetivo e o aleitamento materno.A enfermagem exerceu papel fundamental no início da Neonatologia, Júlio 
Hess (autoridade americana em prematuridade) trouxe em um de seus artigos a 
informação que os melhores resultados obtidos nos cuidados aos recém-
nascidos prematuros eram alcançados quando enfermeiros bem treinados 
estavam à frente do serviço como supervisores. Crescendo desta forma o 
incentivo para a especialização da enfermagem para o cuidado com recém-
nascidos prematuros. 
10 
 
 
ADAPTAÇÃO DO NEONATO 
Imediatamente após o nascimento, o neonato 
precisa assumir as funções vitais realizadas pela 
placenta, período denominado de período de transição 
que engloba as primeiras 24 horas. 
O processo de transição da vida intra para a vida 
extrauterina é muito complexo, pois envolve alterações 
anatômicas e funcionais que, se não forem 
devidamente compreendidas, avaliadas e 
acompanhadas poderão aumentar o risco de 
morbidade neonatal. 
CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DO RECÉM-NATO 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
A conversão da circulação fetal para neonatal ocorre quando há o 
clampeamento o cordão umbilical e o neonato tem sua primeira respiração. O 
volume sanguíneo do RN a termo 7 varia de 80 a 90 ml/Kg de peso corporal, em 
contraste com o volume do RN prematuro, que varia de 90 a 105ml/Kg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
FIGURA : SISTEMA CARDIOVASCULAR DO RN 
 
12 
 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
Durante a gestação, características respiratórias bioquímicas se 
desenvolvem progressivamente, preparando o feto para as alterações 
respiratórias abrutas trazidas pelo nascimento. Entre as 24 e 30 semanas de 
gestação, os pneumócitos do tipo II começam a secretar surfactante. O 
surfactante é um fosfolipídio, que diminui a tensão superficial e evita o colapso 
alveolar ao final da expiração, essa redução facilita as trocas gasosas e diminui 
o trabalho respiratório. 
Com as primeiras respirações desencadeia-se uma série de eventos 
simultâneos: a conversão da circulação fetal para o tipo adulto, esvaziamento do 
líquido pulmonar, estabelecimento do volume pulmonar e das características da 
circulação pulmonar. Os movimentos respiratórios passam de um padrão 
intermitente (fetal) para um processo contínuo. 
A frequência respiratória nos primeiros dez minutos de vida pode variar 
de 25 a 105 movimentos respiratórios por minuto, com média de 60 movimentos 
respiratórios por minuto, permanecendo assim nas primeiras 6 horas de vida, 
caindo gradativamente para 40 movimentos respiratórios por minuto depois do 
primeiro dia de vida. Nos primeiros três dias de vida podem ocorrer algumas 
pausas respiratórias que não devem ultrapassar 18 segundos. 
 
SISTEMA HEMATOPOIÉTICO 
Tal como os outros sistemas corporais, o sistema 
hematopoiético não está totalmente desenvolvido após o 
nascimento e as características hematológicas que garantiram a 
oxigenação tissular adequada intraútero precisam ser 
substituídas por alguns elementos mais maduros após o 
nascimento. 
A principal determinante do volume sanguíneo nos 
primeiros dias de vida é a transfusão placentária, que depende das contrações 
uterinas, da posição do recém-nascido em relação à placenta e do momento do 
clampeamento umbilical. 
13 
 
 
Um importante aspecto da adaptação hematológica diz respeito aos 
fatores de coagulação. O recém-nascido possui uma deficiência de vitamina K e 
dos fatores vitamina – K 9 dependentes (II, VII, IX,X), e se tal deficiência não for 
corrigida logo após o nascimento com a administração de tal vitamina pode levar 
ao aparecimento da Doença Hemorrágica do Recém– nascido. 
HEMÁCEAS: 
A eritropoiese (produção de eritrócitos, ou hemácias) é estimulada pelo 
hormônio renal eritropoietina, no feto a baixa saturação de oxigênio causa 
aumento da liberação de eritropoietina, garantindo a oxigenação tissular 
adequada e a produção de hemácias. A saturação aumentada que segue o início 
da respiração, inibe a liberação de eritropoietina reduzindo a produção de 
hemácias. As hemácias fetais têm uma vida útil de cerca de 90 dias, comparadas 
com 120 dias em hemácias normais do adulto isso geralmente pode causar uma 
anemia fisiológica. 
Hemoglobinas: a hemoglobina é o componente transportador do 
oxigênio no sangue e é produzida pelas hemácias em desenvolvimento, a 
hemoglobina fetal possui maior afinidade com o oxigênio do que a hemoglobina 
do adulto, esse mecanismo compensatório ajuda a garantir uma oxigenação 
adequada intraútero. O nível normal de hemoglobina para um neonato a termo 
é de 17,5g/dl com um hematócrito médio de 53,5%, já no recém-nascido 
prematuro com 26 a 30 semanas o nível normal de hemoglobina é de 13,4g/dl e 
do hematócrito é de 41,5%. 
SISTEMA HEPÁTICO 
O sistema hepático no neonato é imaturo, a bilirrubina é pigmento biliar 
amarelo e subproduto da degradação das hemácias. À medida que envelhecem, 
as hemácias tornam-se frágeis e eventualmente são eliminadas da circulação 
pelo sistema fagocitário mononuclear que removem as porções de ferro e 
proteínas e as reciclam para uso posterior. Após deixar o sistema fagocitário 
mononuclear, a bilirrubina se liga à albumina plasmática e é chamada de 
bilirrubina indireta (não conjugada). 
14 
 
 
A bilirrubina indireta precisa ser conjugada (convertida em bilirrubina 
direta) para ser excretada, a conjugação ocorre no fígado quando a bilirrubina 
se junta ao ácido glicurônico. Com a assistência da enzima glicuronil transferase 
o resultado é uma bilirrubina hidrossolúvel. 
O urobilinogênio e o estercobilinogênio são compostos bilirrubínicos que 
resultam da degradação e podem ser excretados na urina e nas fezes. 
Se a bilirrubina não conjugada (indireta) se acumular mais rapidamente 
do que o fígado pode eliminar, o recém-nascido pode desenvolver uma coloração 
amarela conhecida como icterícia. 
Alguns fatores podem aumentar o risco de 
hiperbilirrubinemia no recém-nascido como: asfixia e 
estresse por frio e hipoglicemia. 
TIPOS DE ICTERÍCIA: 
• Icterícia fisiológica: manifesta-se 48 a 72 
horas pós o nascimento e o nível sérico de bilirrubina 
atingem o pico de 4 a 12mg/dl, as causas são: circulação hepática diminuída, 
carga de bilirrubina aumentada, captação hepática de bilirrubina plasmática 
reduzida, conjugação da bilirrubina diminuída e excreção de bilirrubina 
diminuída. 
• Icterícia patológica: manifesta nas primeiras 24 horas após nascimento 
e o nível de bilirrubina sérica se eleva acima de 13mg/dl, e as causas são: 
incompatibilidade sanguínea ABO ou RH, anormalidades hepáticas, biliares, 
metabólicas ou infecção. 
• Encefalopatia bilirrubínica: (Kernicterus ou icterícia nuclear) níveis de 
bilirrubina sérica (medida no sangue) não conjugada (indireta) de 
aproximadamente 20mg/dl ou mais podem levar a encefalopatia por bilirrubina, 
uma condição potencialmente fatal caracterizada por depósitos de bilirrubina nos 
gânglios basais do cérebro. A condição de hiperbilirrubinemia pode ser tratada 
com fototerapia ou nos casos mais graves exsanguineotransfusões. 
 
15 
 
 
METABOLISMO 
A asfixia relativa do trabalho de parto, o choque térmico do nascimento e 
a necessidade de fontes de energia independentes, bem como de oxigênio, 
levam aos principais distúrbios metabólicos do nascimento: hipóxia, hipoglicemia 
e hipotermia. O feto depende integralmente de sua mãe para o fornecimento de 
glicose para o metabolismo energético e para síntese metabólica. Com o 
nascimento há uma brusca interrupção do fornecimento de glicose, fazendo com 
que durante as primeiras horas de vida o recém-nascido atinja os menores níveis 
de glicemia. 
SISTEMA RENAL 
O Rim desempenha um importante papel na transição da vida fetal para 
a vida pós-natal, uma vez que o fluxo sanguíneo renal corresponde a cerca de 
6% do débito cardíaco. Ao fim da primeira semana de vida e a 15% ao final do 
primeiro mês de vida. A urina é formada pelofeto a partir da décima semana de 
gestação, contribuindo para a formação do líquido amniótico. Em média 12% dos 
recém-nascidos eliminam sua primeira urina na sala de parto e com 24 horas de 
vida 97% já tiveram sua primeira eliminação. 
 Nos dias subsequentes ao nascimento ocorre um aumento do débito 
urinário com perda de 5 a 10% do peso 
corpóreo, ocasionado pela perda de 
líquido, a função renal estabiliza-se em 
poucos dias, mas somente durante o 
primeiro ano de vida é que o rim da criança 
iguala-se ao do adulto. 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
Embora o feto possa deglutir o 
líquido amniótico, a coordenação entre sucção e deglutição ocorre em torno da 
34ª - 35ª semanas de idade gestacional, de modo que o recém-nascido a termo 
consegue sugar e deglutir o leite adequadamente para suprir suas necessidades 
nutricionais. 
16 
 
 
A capacidade gástrica é de 40 a 60 ml no primeiro dia após o nascimento, 
assim as alimentações são mais frequentes e o tempo de esvaziamento gástrico 
leva em média 2 a 4 horas variando conforme o tipo de alimentação, a idade do 
neonato e a peristalse. Muitos recém-nascidos regurgitam pequenas 
quantidades (1 a 2 ml) de matéria ingerida por uma frouxidão do esfíncter 
esofagiano (um anel muscular que contrai o esôfago), porém esse refluxo 
gastresofágico é transitório e resolve-se com a idade. A regurgitação persistente, 
forçada ou de grandes volumes é anormal e indica necessidade de investigação. 
Comparado com o intestino de um adulto, o intestino do recém-nascido é 
mais longo, possui mais glândulas secretórias e maior superfície de absorção. A 
capacidade do recém nascido de digerir nutrientes depende da atividade 
enzimática e da acidez gástrica, sendo que a digestão do leite começa no 
estômago e continua no intestino delgado. 
A síntese da vitamina K por meio da atividade bacteriana é outra função 
gastrintestinal importante embora de início seja estéril. O trato gastrintestinal 
estabelece uma colônia bacteriana normal dentro da primeira semana após o 
nascimento, permitindo uma síntese adequada da vitamina K. 
A alimentação deve ser iniciada logo que o recém-nascido esteja 
fisicamente estável e exiba coordenação adequada dos reflexos de sucção e 
deglutição. Uma longa demora para iniciar a alimentação pode esgotar as 
reservas limitadas de glicogênio do neonato, já bastante exigidas pelo aumento 
da demanda energética do período de transição, isso pode resultar em 
hipoglicemia (refletida por um nível de glicose sérica abaixo de 35mg/dl), 
colocando em risco o cérebro altamente dependente de glicose. 
Inicialmente o intestino do recém-nascido contém mecônio, uma 
substância fecal espessa, verde-escura e inodora que consiste em líquido 
amniótico, bile, células epiteliais e cabelo (da queda de lanugem no útero os 
pelos finos e macios que recobrem os ombros e as costas do recém-nascido). 
Geralmente, o recém-nascido elimina o primeiro mecônio dentro de 24 horas 
após o nascimento. 
Depois da presença de alimento no intestino, a cor, o odor e a consistência 
das fezes se alteram, para marrom-esverdeado e o teor de água é maior do que 
17 
 
 
no mecônio. O tipo de alimentação determina as características das fezes 
subsequentes, o neonato alimentado com fórmulas lácteas, às fezes são 
pastosas, amareladas e de odor forte já o neonato alimentado com leite materno 
às fezes são amarelo-vivo, mais liquefeitas e de odor adocicado. 
SISTEMA IMUNOLÓGICO 
É deficiente ao nascer, com o parto vem à exposição a substâncias como 
bactérias e vírus que não estão presentes comumente no útero. Tal exposição 
ativa componentes da resposta imunológica, geralmente o primeiro ano é o 
período de maior vulnerabilidade às infecções graves. Às vezes as barreiras de 
proteção (pele e membranas mucosas) não impedem a invasão antigênica e o 
sistema imunológico inicia sua resposta humoral ou celular. 
Imunidade humoral é mediada por anticorpos humorais, também 
chamadas de imunoglobulinas que são proteínas sintetizadas pelas células B, 
as imunoglobulinas específicas reagem com o antígeno ativando o sistema 
complemento e uma série de reações químicas que remove o antígeno do corpo. 
A imunidade humoral é mais importante contra reinfecções bacterianas e virais. 
Imoglobulina G (IgG) é a imunoglobulina mais abundante e é sintetizada 
em resposta as bactérias, vírus e fungos. A IgG materna, transferida para o feto 
por meio da placenta, confere imunidade passiva adquirida (uma imunidade de 
curta duração na qual não há produção de anticorpos), já a IgG fetal apareça em 
torno da 12º semana de gestação e os níveis crescem significativamente no 
último trimestre. A IgG é ativa contra cocos Gram-positivos (pneumococos e 
estreptococos). 
O recém-nascido tem proteção contra a maioria das doenças infantis 
desde que a mãe tenha anticorpos contra essas doenças, como a IgG não age 
contra bacilos Gram-negativos (Escherichia coli e Enterobacter), o neonato é 
mais suscetível a infecções por esses agentes. E em torno de três meses, a IgG 
da mãe se esgota. Imunoglobulina IgM) é a primeira imunoglobulina produzida 
pela estimulação antigênica, a IgM é o principal anticorpo na incompatibilidade 
do tipo sanguíneo e em infecções por bactérias Gram-negativas. A IgM materna 
não atravessa a placenta e em torno da 20ª semana de gestação o feto produz 
IgM em resposta à exposição ao antígeno ela também provê uma imunidade 
18 
 
 
ativa ou seja uma imunidade permanente resultante da estimulação antigênica 
por meio de inoculação ou da imunidade natural, níveis elevados de IgM no 
neonato podem indicar infecção perinatal. 
Imunoglobulina A (IgA) é o principal anticorpo do revestimento mucoso 
dos intestinos e brônquios, IgA aparece nas secreções corpóreas, não atravessa 
a placenta e comumente está ausente no recém-nascido. Combinada com uma 
proteína mucosa, a IgA é secretada sobre as superfícies mucosas como um 
anticorpo secretório, além do que está presente no leite materno conferindo uma 
imunidade passiva ao lactente. A IgA secretória também limita o crescimento 
bacteriano no trato gastrointestinal. 
Imunidade celular indireta é mais aparente nas inflamações e é realizada 
pelas células T, essas reconhecem o antígeno, mobilizam os macrófagos 
tissulares e na presença de fator de inibição migratória desencadeia reações 
químicas que converte os macrófagos em fagócitos que irão destruir os 
antígenos. A imunidade celular indireta também é adquirida passivamente ao 
neonato pelo aleitamento materno. As infecções congênitas são aquelas 
adquiridas ainda no útero e resultam da exposição a vírus como citomegalovírus, 
rubéola, hepatite B, herpes simples, herpes-zoester, varicela e Epstein-Barr ou 
agentes nas virais como: toxoplasmose, sífilis, tuberculose, tripanossomíase e 
malária, coletivamente esses agentes são denominados de TORCH. As 
infecções por TORCH podem causar uma ampla faixa de sequelas, desde aborto 
espontâneo e morte fetal até infecções explícitas 
ou assintomáticas ao nascer. 
O feto pode ser infectado por organismo 
que chegam à bolsa amniótica por meio da cérvice 
materna ou pela placenta. Um neonato infectado 
pode estar gravemente enfermo ao nascer. 
SISTEMA NEUROLÓGICO 
Embora não totalmente desenvolvido, o 
sistema neurológico do recém-nascido pode 
realizar funções complexas necessárias para regular a adaptação do neonato 
como: estimular as respirações iniciais, manter o equilíbrio acidobásico e regular 
19 
 
 
a temperatura corporal. A função neurológica do recém-nascido é controlada 
principalmente pelo tronco cerebral e pela medula espinhal, o sistema autônomo 
e o tronco cerebral coordenam as funções respiratórias e cardíacas. Todos os 
nervos cranianos estão presentes ao nascimento; contudo, os nervos não são 
totalmente recobertos com mielina, substância essencial para uma transmissão 
suave do impulso nervoso. 
O neonatotem um córtex cerebral funcionante, embora o grau que ele é 
usado permaneça desconhecido. Ao nascer, o cérebro mede cerca de ¼ do 
tamanho do cérebro adulto, o cérebro cresce e amadurece na direção 
cefalocaudal. O cérebro necessita de um suprimento constante de glicose como 
fonte de energia e de um nível relativamente alto de oxigênio para manter um 
metabolismo celular adequado. 
Por esse motivo, o estado de oxigenação do neonato e os níveis de 
glicose sérica devem ser avaliados e monitorados cuidadosamente, a fim de se 
detectarem o comprometimento das trocas gasosas e sinais de hipoglicemia. No 
desenvolvimento do trato nervoso as vias nervosas sensorial, cerebelar e 
extrapiramidal são as primeiras a se desenvolverem, isto responde pelo forte 
senso de audição, paladar e olfato do neonato. O cerebelo governa os 
movimentos voluntários e ajuda a manter o equilíbrio, o trato extrapiramidal 
controla os movimentos reflexos grosseiros e o ajuste postural pela regulação da 
flexão e extensão recíproca de grupos musculares, desse modo mantendo um 
movimento coordenado suave. 
Os reflexos neonatais classificados como alimentares, protetores, 
posturais e sociais incluem reflexos primitivos como a sucção e o reflexo de 
procura (que leva o recém nascido a se virar em direção ao mamilo e procurá-
lo). 
Cruciais para a sobrevivência, esses reflexos servem de base ao exame 
neurológico do recém-nascido, a persistência de reflexos neonatais, além da 
idade em que eles comumente desaparecem pode indicar anormalidades 
neurológicas. 
20 
 
 
 
ADAPTAÇÃO TÉRMICA 
A manutenção da temperatura corporal é essencial para uma adaptação 
extrauterina bem-sucedida; ela é regulada por interações complexas entre a 
temperatura ambiental e a perda e produção de calor corporal. A compreensão 
e o uso adequado da termorregulação foram um dos primeiros avanços da 
neonatologia, prevenindo e diminuindo a morbidade e a mortalidade neonatal. O 
neonato tem uma capacidade termorreguladora limitada, obtida por mecanismos 
de aquecimento e esfriamento corporal, quando o recém-nascido não pode mais 
manter a temperatura corporal ocorre o resfriamento ou superaquecimento e a 
exaustão do mecanismo de termorregulação leva à morte. 
A prevenção da hipotermia está entre os objetivos mais importantes nos 
cuidados de enfermagem neonatal, tal como apresenta a figura, a hipotermia não 
tratada pode ter sérias consequências culminando em morte. 
 
21 
 
 
 
HIPORTEMIA 
 
O ambiente térmico neutro (ATN) engloba uma estreita faixa de 
temperaturas ambientais, o ambiente térmico neutro requer a menor quantidade 
de energia para manter uma temperatura central estável para um recém-nascido 
a termo, despido no primeiro dia após o nascimento, o ambiente térmico neutro 
varia de 32 a 34ºC. 
Dentro dessa faixa de temperatura, o consumo de oxigênio e a produção 
de dióxido de carbono são menores e a temperatura central é normal. Para 
manter a temperatura dentro do ambiente térmico neutro, o recém-nascido faz 
ajustes vasomotores, vasoconstrição para conservar o calor e vasodilatação 
22 
 
 
para liberar calor. Temperaturas ambientais acima ou abaixo do ambiente 
térmico neutro aumentam o consumo de oxigênio e a taxa de metabolismo. 
Algumas características colocam o recém-nascido em desvantagem 
fisiológica para a termorregulação, aumentando o risco de hipotermia: 
• Uma grande superfície corporal em relação à massa; 
• Deposição limitada de gordura subcutânea para 
prover isolamento; 
• Instabilidade vasomotora; 
• Capacidade metabólica limitada. 
 
A perda de calor, que começa no parto, pode ocorrer por quatro 
mecanismos – evaporação, condução, radiação e convecção. 
Evaporação: a perda de calor por evaporação ocorre quando fluidos 
(água insensível, perspiração visíveis e fluidos pulmonares) tornam-se vapor no 
ar seco. Quanto mais seco o ambiente, maior a perda de calor por evaporação 
a perda acentuada de calor por evaporação que ocorre com o parto pode ser 
minimizada secando-se imediatamente o recém-nascido e removendo-se os 
campos molhados. 
Condução: esta forma de perda de calor ocorre quando a pele entra em 
contato direto com um objeto mais frio, por exemplo, uma bancada ou balanças 
frias, portanto qualquer superfície sobre a qual o recém-nascido será colocado 
deve ser forrada. 
Radiação: uma superfície sólida mais fria sem contato direto com o 
neonato pode causar perda de calor através de radiação. Fontes comuns de 
perda de calor radiante incluem as paredes e janelas da incubadora, ocorrendo 
mesmo a temperaturas quentes, a perda de calor radiante pode ser minimizada 
pelo uso de uma cobertura de calor termoplástica. 
Convecção: a perda de calor da superfície corporal para o ar 
circunjacente mais frio ocorre pela convecção, ela é maior em ambientes 
23 
 
 
resfriados assim a sala de parto resfriada para o conforto da equipe de saúde 
pode causar perda significativa de calor convectivo no recém nascido. 
Em um ambiente frio ou em outras circunstâncias estressantes o recém-
nascido se defende contra a perda de calor por meio de controle vasomotor, do 
isolamento térmico, da atividade muscular e da termogênese sem tremor de frio. 
O estímulo nervoso periférico ativa o controle vasomotor e os processos 
metabólicos para regular o controle térmico. O recém-nascido conserva o calor 
por meio de vasoconstrição periférica e dissipa calor pela vasodilatação 
periférica. O isolamento térmico fornecido pela gordura subcutânea (branca), o 
isolamento térmico protege contra a perda rápida de calor. 
A quantidade de gordura subcutânea determina o grau de isolamento 
térmico (a gordura subcutânea é responsável por 11 a 17% do peso recém 
nascido a termo), e ela não se desenvolve até a 26ª à 30ª semana gestacional, 
comprometendo assim a capacidade do neonato prematuro de manter ou 
estabilizar a temperatura. A atividade muscular aumenta a produção de calor 
inicialmente, o recém-nascido reage ao ambiente frio com um aumento dos 
movimentos (frequentemente percebidos como irritabilidade). 
A termogênese não espasmogênica é definida como a produção de calor 
pela lipólise da gordura marrom, trata-se do mecanismo de produção de calor 
mais eficaz do recém-nascido porque aumenta minimamente a taxa metabólica. 
Um tipo de tecido adiposo, a gordura marrom responde por até 1,5% do peso 
total do recém-nascido a termo, assim chamada devido sua cor marrom. Como 
resultado do seu rico suprimento vascular, do conteúdo vascular denso e das 
inúmeras terminações nervosas, a gordura marrom é depositada em torno do 
pescoço, da cabeça, do coração, dos grandes vasos, dos rins, das glândulas 
suprarrenais, entre as escápulas, atrás do esterno e nas axilas. 
O cérebro, o fígado e os músculos esqueléticos tomam parte na 
termogênese não espasmogênica em resposta à perda de calor, os nervos 
simpáticos estimulam a liberação de norepinefrina, o principal mediador da 
termogênese levando a um aumento da produção de calor. A produção de calor 
pela oxidação da gordura marrom é distribuída no corpo pelo sangue, que 
absorve o calor ao passar pelo tecido gorduroso. 
24 
 
 
SISTEMA TEGUMENTAR 
O recém-nascido saudável é úmido e quente ao toque, lanugem, um 
cabelo fino e felpudo pode existir sobre as costas e os ombros, a pele do recém-
nascido serve também como a primeira linha de defesa contra infecções e a 
camada mais externa. O estrato córneo é fundido com o verniz caseoso 
(substância gordurosa branca produzida pelas glândulas sebáceas e que 
protege a pele fetal do fluido amniótico), que devido as suas propriedades 
protetoras não deve ser retirado. 
A pele do recém-nascido a termo pode parecer eritematosa 
(avermelhada) por várias horas após o nascimento, mas logo assume a sua cor 
normal, em muitos neonatos a instabilidade vasomotora, a estase capilar e os 
níveis elevados de hemoglobinalevam à acrocianose, caracterizada pela 
coloração azulada das mãos e dos pés. A cor da pele e a circulação em geral 
melhoram com o aquecimento das mãos e dos pés (acrocianose é uma condição 
comum e não deve ser confundida com cianose central, que reflete troca gasosa 
comprometida). 
Ao contrário, a pele do recém-nascido prematuro é frágil, transparente, 
com veias visíveis e sem lanugem e o verniz caseoso também está ausente. 
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 
A ossificação (desenvolvimento ósseo) é incompleta ao nascer. O crânio 
é composto por seis ossos finos e desunidos. Separando os ossos estão às 
suturas que são articulações fibrosas. As fontanelas são áreas de tecidos moles 
cobertos com membranas rígidas que separam as suturas e geralmente o parto 
normal causa uma sobreposição das suturas, uma condição que se resolve 
espontaneamente. Os músculos são anatomicamente completos no nascimento 
a termo, com a idade a massa, a força e o tamanho muscular aumentam e isto 
é crucial para o desenvolvimento do controle postural e da mobilidade. 
 
25 
 
 
SISTEMA REPRODUTOR 
O sistema reprodutor é anatomicamente e funcionalmente imaturo ao 
nascer, porém devido aos elevados níveis de estrogênio materno podem causar 
efeitos adversos transitórios e sem importância clínica como: hipertrofia mamária 
com ou sem leite da bruxa (uma secreção aquosa, fina, semelhante ao colostro) 
pode aparecer tanto no recém-nascido do sexo feminino e do masculino. 
Já as meninas podem ter pseudomenstruação uma secreção vaginal 
mucoide ou manchada de sangue, causada pela queda brusca de hormônio após 
o nascimento, tais situações se resolvem espontaneamente. 
 
INTERAÇÕES ENTRE O NEONATO E O AMBIENTE 
 
O recém-nascido a termo não só percebe o ambiente como também tenta 
controlá-lo pelo comportamento. Capaz de ver, ouvir e distinguir entre gostos e 
cheiros, o recém-nascido responde ao toque e aos movimentos se defende de 
estímulos e dá sinais que quando interpretados por um cuidador atento, podem 
satisfazer às suas necessidades. 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Visão 
Embora o recém-nascido possa ver, a acuidade visual é limitada a uma 
distância de aproximadamente 23 a 30,5 cm. O neonato tem uma preferência 
por formas geométricas como quadrados, retângulos ou círculos. Imagens em 
preto e branco prendem o olhar do neonato por mais tempo do que as imagens 
coloridas, o controle muscular incompleto dos movimentos oculares, às vezes, 
causa estrabismo transitório. O recém-nascido parece achar a face humana 
curiosa, e normalmente fixa o olhar intencionalmente em uma face próxima, 
como durante a amamentação e o acariciamento, tal comportamento reforça 
intensamente a ligação entre pais e filho. A acuidade visual melhora rapidamente 
e em torno dos seis meses o bebê alcança a acuidade visual do nível do adulto, 
no neonato exposto a vários objetos agradáveis em uma gama de cores, formas 
e contrastes, a acuidade visual pode melhorar até mais rapidamente. A 
colocação de brinquedos, móbiles e figuras no berço, dentro do seu campo de 
visão, pode ajudar a estimular o desenvolvimento visual. 
O recém-nascido é sensível à luz e reage fazendo caretas ou franze as 
sobrancelhas e vira a cabeça para longe do brilho da luz dirigida aos seus olhos 
e abre os olhos prontamente em um quarto na penumbra. Assim, reduzindo a 
luz, os pais podem melhorar o contato visual com o recém-nascido, facilitando a 
interação. 
Audição 
O recém-nascido pode ouvir ao nascer, de fato a audição começa até mais 
cedo, o feto pode ouvir sons extrauterinos (por exemplos, vozes ou música), bem 
como ruídos que se originam nos sistemas corporais maternos, inclusive sons 
variáveis de baixa frequência do sistema cardiovascular materno e do sistema 
digestório. A audição é bem estabelecida após a aeração das trompas de 
Eustáquio e drenagem de sangue, verniz caseoso, fluido amniótico e muco do 
ouvido externo. 
Logo após o nascimento, o recém-nascido se vira em direção a sons e se 
assusta com ruídos altos como: campainha do telefone, a queda de objetos e o 
bater de uma porta. Capaz de distinguir sons com base na frequência, na 
intensidade e no padrão, o recém nascido responde mais rapidamente a sons 
27 
 
 
abaixo de 4.000Hz. (A fala humana em geral está entre 500 e 900 Hz). O neonato 
responde de maneira variada a diferentes tons de vozes. A maioria das mulheres 
tem voz de maior frequência quando fala com um bebê, uma voz de alta 
frequência atrai a atenção do recém-nascido, que se vira em direção ao som com 
maior agilidade em contraste, a voz masculina de baixa frequência parece ter um 
efeito mais calmante. 
Toque 
O recém-nascido tem uma percepção tátil bem desenvolvida, que serve 
como um estímulo para a primeira respiração às áreas corporais mais sensíveis 
inclui: a face (especialmente em torno da boca), as mãos e as plantas dos pés. 
As vias da dor e os centros corticais e subcorticais cruciais à percepção da dor 
são bem desenvolvidos e os sistemas neuroquímicos à transmissão da dor estão 
intactos e funcionais. As alterações fisiológicas associadas à dor no neonato 
incluem aumento da pressão arterial e frequência cardíaca durante e após os 
procedimentos dolorosos. 
Durante os procedimentos dolorosos o nível de PaCO2 do neonato flutua 
amplamente e a sudorese palmar aumenta, pesquisadores também 
documentam acentuadas alterações hormonais, incluindo aumento dos níveis de 
renina plasmática logo após punção venosa e níveis de cortisol plasmático. 
Estímulos dolorosos produzem respostas motoras simples (flexão e adução das 
extremidades), expressões faciais distintas (dor, tristeza e surpresa) e choro 
característico. Alguns estudos preliminares sugerem que os recém-nascidos têm 
memória para a dor, bem como para a percepção da dor. 
O estímulo cutâneo agradável por outro lado, induz o relaxamento 
muscular e é outro fator importante na ligação entre pais e filhos à medida que a 
mãe se familiariza com o neonato. Tocando-lhe levemente a face às 
extremidades e o tronco, o tônus muscular, os movimentos do neonato diminuem 
e o choro para ou reduz de intensidade reforçando o elo materno. 
O manuseio do recém-nascido proporciona estimulação sensorial a partir 
de movimentos e do toque, produzindo vigilância e respostas de atenção e de 
orientação, que por sua vez influenciam o desenvolvimento neonatal e a 
interação entre pais e o recém-nascido; contudo o recém-nascido pode ficar 
28 
 
 
cansado se for muito manuseado. Com o bebê prematuro o contato pele a pele 
proporciona uma oportunidade para o toque, as pesquisas têm mostrado que o 
uso do toque resulta em estabilidade dos sinais vitais, padrões de crescimento 
positivo e termorregulação. 
Paladar 
O neonato distingue os sabores em torno do 1º ou 2º dia após o 
nascimento em resposta a uma solução insalubre (como água esterilizada), a 
expressão facial do recém-nascido permanece inalterada, uma solução doce, 
por ouro lado, produz uma sucção satisfeita, uma solução azeda induz uma 
careta e a cessação da sucção já uma solução amarga provoca uma expressão 
facial zangada, cessação da sucção e em muitos casos o distanciamento da 
cabeça. 
Olfato 
Embora tenham sido feitas poucas pesquisas a respeito da olfação 
neonatal, sabe-se que o neonato reage a odores fortes ou nocivos, afastando a 
cabeça do odor e a sensibilidade aos estímulos olfatórios aumenta nos primeiros 
quatro dias após o nascimento. 
PADRÕES CARACTERÍSTICOS DE SONO E 
ATIVIDADE 
Durante o período transicional, o recém-nascido 
experimenta uma série de alterações que englobam o estado 
de consciência, a resposta comportamental aos estímulos e 
parâmetros fisiológicos, além disso, vários estados neonatais 
de sono e vigília também foram identificados. 
Períodos de Reatividade Neonatal 
As primeiras horas do neonato são marcadas por uma 
série de características comportamentaise fisiológicas 
identificáveis e previsíveis, descritas coletivamente como 
períodos de reatividade neonatal, todos os recém-nascidos 
experimentam a mesma sequência de períodos, contudo o 
29 
 
 
início de cada período e o tempo de duração varia de um recém-nascido para 
outro. 
Medicações maternas, anestesia, duração do trabalho de parto e qualquer 
estresse que afetam o recém-nascido podem influenciar a duração de um dado 
período. 
Primeiro Período de Reatividade 
Começando logo após o nascimento, esse período dura grosso modo 60 
minutos, nessa fase de intensa atividade e consciência de estímulos externos, o 
neonato está alerta e atento ao ambiente e pode exibir atividade vigorosa, choro 
e frequência cardíaca e respiratória rápidas. O recém-nascido tem um forte 
desejo de sugar nesse período, de modo que a amamentação pode ser iniciada 
e aos poucos o recém-nascido torna-se menos alerta e menos ativo e dorme. 
As adaptações neonatais durante esse período inicial são reguladas, 
sobretudo pelo sistema simpático, respirações irregulares, taquipneia e abertura 
nasal sem relação com estresse podem ocorrer. Outras características visíveis 
nesse período incluem sustos espontâneos, o reflexo de Moro (no qual o neonato 
se estende e move os membros para longe do corpo quando a cabeça cai 
subitamente para trás). Caretas, movimentos de sucção, choro súbito que cessa 
abruptamente, tremores finos do queixo ou das extremidades, piscar dos olhos 
e movimentos oculares. Nesse primeiro período de reatividade é o momento 
ideal para promover a interação entre os pais e o recém-nascido, a enfermeira 
pode melhorar o vínculo, permitindo que a mãe e o neonato permaneçam juntos 
nesse período (desde que o recém-nascido seja saudável). A temperatura 
precisa ser monitorada e mantida cuidadosamente durante esse período para 
prevenir o estresse por frio. 
Estágio de Sono 
O recém-nascido geralmente dorme cerca de 2 a 3 horas após o 
nascimento e permanecem adormecidos de alguns minutos até 4 horas, alguns 
especialistas classificam o sono como um período de reatividade autocontido 
distinto, outros o consideram uma fase transicional ligando o primeiro e o 
segundo período. Enquanto adormecido, a frequência respiratória do recém-
30 
 
 
nascido aumenta, enquanto a frequência cardíaca varia de 120 a 140 batimentos 
por minuto, a cor da pele melhora embora persista alguma acrocianose. Como o 
recém-nascido tem pouca resposta a estímulos externos durante o período de 
sono, tentativas de amamentá-lo não irão produzir respostas. 
Segundo Período de Reatividade 
Iniciado com o despertar do recém-nascido caracteriza-se por uma 
resposta exagerada a estímulos externos e internos, a frequência cardíaca é lábil 
e ocorrem episódios de bradicardia e taquicardia. A pele do recém-nascido em 
geral parece rosada ou avermelhada, secreções orais espessas costumam 
causar engasgos e vômitos, a frequência respiratória varia de 30 a 60 
respirações por minuto, sendo irregular e pode incluir breves pausas, apneias e 
taquipneia periódica. O recém-nascido em geral expele mecônio do trato 
gastrintestinal nesse período, o segundo período pode durar 4 a 6 horas quando 
ele termina o recém-nascido torna-se mais estável e as frequências cardíacas e 
respiratórias se normalizam. E um equilíbrio dinâmico emerge com o recém-
nascido alternando entre atividade alerta e o sono, estabelecendo um padrão de 
sono, choro, atividade e alimentação. 
Estados de Sono e Vigília do Recém-Nascido 
Brazelton (1979) classificou o estado de consciência do recém-nascido 
em seis estados: dois estados de sono e quatro de vigília, a capacidade que o 
neonato tem de regular o estado de consciência reflete a integridade do sistema 
nervoso central. O estado de consciência pode ser afetado por medicações, pela 
fome, pelos ciclos diurnos, por estresse (como ruído, dor, luz forte), e qualquer 
outro desconforto físico. 
Comumente o recém-nascido em um estado de sono responde a 
estímulos com atividade aumentada, enquanto um recém-nascido no estado de 
choro responde com atividade diminuída. De acordo com Brazelton, quando 
confrontado com interferências externas como uma picada no calcanhar ou outro 
estímulo doloroso, o recém-nascido, tenta controlar o estado de consciência 
utilizando as seguintes maneiras: 
 
31 
 
 
• Tentando retirá-lo fisicamente; 
• Tentando afastar o estímulo com as mãos ou com os pés; 
• Tentando retirar-se emocionalmente (por exemplo, desviando-se do 
estímulo ou dormindo); 
• Chorando ou fazendo ruídos, em um esforço de interromper o estímulo. 
 
Usando essa informação a enfermeira pode avaliar mais habilidosamente 
o neonato, planejar os cuidados neonatais e ajudar a promover a interação entre 
pais e recém-nascido. 
Sono Profundo 
No estado de sono profundo, os olhos do recém-nascido ficam fechados 
e não aparecem movimentos oculares rápidos (REMs), exceto por reflexos de 
susto ocasionais não ocorre qualquer atividade espontânea. As respirações são 
iguais e regulares, o recém-nascido em sono profundo em geral não pode ser 
acordado por estímulos externos nem ser amamentado, qualquer tentativa da 
mãe de alimentar o recém-nascido será frustrada. 
Sono Leve 
Durante o período de sono leve os olhos do neonato estão fechados e 
ocorrem REMs, padrões respiratórios variáveis movimentos aleatórios e 
movimentos de sucção caracterizam o sono leve e estímulos externos podem 
acordar o recém-nascido nesse estado. 
Estado de Sonolência 
No estado de sonolência transicional, o recém-nascido tenta se tornar 
completamente alerta, os olhos podem estar abertos ou fechados e as pálpebras 
podem agitar-se frequentemente. Os movimentos musculares são suaves com 
atividades espontâneas e sustos intermitentes, os estímulos táteis ou auditivos 
podem estimular uma resposta, mas a resposta pode ser lenta até que o recém-
nascido se aproxime do próximo estágio. 
 
32 
 
 
Estado de Vigília 
No estado de vigília ou alerta os olhos estão abertos, brilhantes e o recém-
nascido focaliza a fonte de estímulos consciente, é responsivo ao ambiente, faz 
movimentos propositais e mostra uma boa coordenação dos olhos com as mãos. 
O recém-nascido tenta atingir e manter esse estado. É um ótimo momento para 
iniciar a amamentação. 
Estado Ativo 
Nesse estado os movimentos neonatais aumentam devido aos estímulos 
externos causando movimentos oculares e corporais. 
Estado de choro 
No estado de choro o neonato responde a estímulos internos e externos 
em geral começando com choramingos leves e mínima atividade motora 
aumentada, com movimentos de empurrar as extremidades e sustos 
espontâneos. 
As chances de alimentação ou interação bem-sucedida podem aumentar 
se os pais ou a enfermeira puderem acalmar o recém-nascido com movimentos 
de embalo. 
 
33 
 
 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO 
 
ANAMNESE 
A história pregressa materna, pré-natal e intraparto são informações 
importantes para uma avaliação adequada do recém-nascido, de modo que a 
equipe possa dessa forma antecipar mais precisamente problemas perinatais 
potenciais e tomar condutas mais adequadas obtendo assim, resultados mais 
satisfatórios. Tais tópicos são descritos no quadro abaixo: 
 
QUADRO 1 –ANAMNESE 
 
 
34 
 
 
 
MODELO DE ANAMNESE DE ENFERMAGEM 
 
35 
 
 
 
 
 
36 
 
 
EXAME FÍSICO DO RN 
 
Deve ser realizado após 2 – 6 horas do nascimento. 
Sinais vitais: 
Temperatura: geralmente é aferida a temperatura axilar e a faixa de 
normalidade está entre 36,5ºC e 37,5ºC e considera-se hipotermia quando a 
temperatura está abaixo de 36,5ºC, podendo ser: 
• Leve: 36ºC a 36,4ºC. 
• Moderada: 32ºC a 35,9ºC. 
• Grave: abaixo de 32ºC. 
 
Frequência respiratória: depende do período de reatividade do recém-
nascido, mas varia de 40 a 80 respirações por minuto, uma frequência 
anormalmenteelevada indica taquipneia e pode ser um sinal de problema 
perinatal já um lapso de 15 segundos ou mais, um ciclo respiratório completo 
(uma expiração e uma inspiração) indica apneia. Um padrão irregular como 
respiração forçada, expansão torácica assimétrica, batimento de asas do nariz, 
retração torácicas visíveis, gemidos expiratórios e estridor podem indicar 
disfunção respiratória. 
Frequência cardíaca: colocando o estetoscópio sobre o impulso apical 
do quarto ou quinto espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda, sobre o 
ápice cardíaco, será avaliado o ritmo, frequência (120 a 160 bpm) e sons 
anormais como sopro cardíaco. 
Pressão arterial: instalar o manguito diretamente sobre a artéria braquial 
ou poplítea para garantir uma leitura acurada se for aferido pelo biomonitor. A 
largura do manguito deve ser metade da circunferência no braço do recém-
nascido, um manguito muito grande ou muito pequeno pode causar uma leitura 
enganosa. 
 
 
37 
 
 
Medidas Antropométricas 
Peso: realize a pesagem antes e não após a alimentação, com o recém-
nascido despido. Antes de pesar coloque uma ou duas folhas de papel 
descartável sobre a balança para prevenir estresse por frio, quando estiver 
realizando a pesagem mantenha uma das mãos diretamente acima do recém-
nascido, contudo evite tocar o recém-nascido o que poderia afetar a exatidão da 
pesagem. O peso ao nascer de um recém-nascido a termo varia de 2.500 A 
4.000 KG. 
PESAGEM 
 
Material: 
• Papel toalha (2 folhas); 
• Balança; 
• Luva de procedimento (1 
par). 
 
Procedimento: 
1. Lavar as mãos; 
2. Tarar a balança com o 
papel toalha; 
3. Calçar as luvas; 
4. Colocar o RN sobre a balança (sem roupa); 
5. Aferir e anotar o peso em impresso próprio. 
 
Estatura: coloque o recém-nascido em posição de supina, com as pernas 
estendidas, e meça da cabeça ao calcanhar, o comprimento varia de 45 a 53 cm. 
38 
 
 
 
Material: 
• Régua móvel; 
• Mesa (superfície plana e rígida); 
• Lençol; 
• Luva de procedimento. 
 
Procedimento: 
1. Lavar as mãos; 
2. Calçar as luvas; 
3. Deslocar o cursor da régua até os pés do RN; 
4. Deixar O RN em ângulo reto; 
5. Fazer leve pressão sobre os joelhos; 
6. Ler a cifra situada sobre a régua; 
7. Aferir e anotar a medida em impresso próprio. 
39 
 
 
Perímetro cefálico: observe que se o parto causou moldagem ou edema 
da cabeça à medida obtida pode ser enganosa. 
Material: 
• Luva de procedimento; 
• Fita métrica. 
 
Procedimento: 
1. Lavar as mãos; 
2. Calçar as luvas; 
3. Envolver a fita métrica em torno do crânio, passando os três polos 
proeminentes: occipital, parietal e frontal; 
4. Ler a cifra no ponto de encontro das duas partes da fita; 
5. Aferir e anotar a medida em impresso próprio. 
 
Perímetro torácico: faça a medida após o recém-nascido ter inspirado, 
antes do início da expiração, o perímetro torácico em geral mede cerca de 2 cm 
menos que o perímetro cefálico, em média 30 a 33 cm. 
 
Material: 
• Luva de procedimento; 
• Fita métrica. 
 
Procedimento: 
1. Lavar as mãos; 
2. Calçar as luvas; 
40 
 
 
3. Envolver a fita em torno do tórax, passando sob as axilas no nível dos 
mamilos; 
4. Ler a cifra situada no ponto de encontro das duas partes da fita métrica; 
5. Aferir e anotar o valor em impresso próprio. 
• Luva de procedimento; 
• Fita métrica. 
PERÍMETRO ABDOMINAL: 
Material: 
• Luva de procedimento; 
• Fita métrica. 
 
Procedimento: 
1. Lavar as mãos; 
2. Calçar as luvas; 
3. Envolver a fita em torno do abdômen, acima do coto umbilical; 
4. Ler a cifra situada no ponto de encontro das duas partes da fita métrica; 
5. Aferir e anotar o valor em impresso próprio. 
Obs.: realizar limpeza da balança, régua e fita métrica a cada 24h com 
água e sabão, e após cada procedimento com álcool a 70%. 
Altura ombro-umbigo: tem objetivo para avaliar o comprimento da 
inserção dos cateteres umbilical venoso e arterial. Tal valor é colocado em uma 
tabela em que teremos em valores numéricos o comprimento exato dos cateteres 
umbilical. 
Material: 
• Luva de procedimento; 
• Fita métrica. 
41 
 
 
 
Procedimento: 
1. Lavar as mãos; 
2. Calçar as luvas; 
3. Posicionar uma das pontas da fita métrica em cima da clavícula, 
seguindo sentido transversal até o coto umbilical; 
4. Ler a cifra e anotar o valor em impresso próprio. 
Observação geral 
 
Avaliar postura, atividade espontânea, reatividade, tônus 
muscular, tipo de respiratório, fácies, estado de hidratação 
e estado de consciência. 
 
PELE 
Coloração 
 
RN de raça branca são rosados e os de raça negra são 
avermelhados. 
Pletora pode ocorrer em RN com poliglobulina( RN de mãe 
diabética, cardiopatia cianótica ligadura tardia de cordão e 
gemelaridade). 
Palidez 
 
Anemia, pré-choque, hipóxia grave ou RN edemasiado. 
Alteração vasomotora (pele de alerquim): quando há 
palidez em um hemicorpo e vermelho no lado oposto. 
Cianose 
 
Generalizada: geralmente por problemas 
cardiorrespiratórios. 
 
Localizada: Cianose de extremidades (acrocianose) pode 
ser devido à hipotermia; 
Cianose peribucal associada à palidez pode ocorrer em 
infecção. 
Icterícia 
 
Coloração amarelada da pele que pode ou não estar 
associada à patologia de hiperbilirrubinemia. 
 
Eritema tóxico São pequenas lesões eritemato-papulosas observadas 
nos primeiros dias de vida, que regridem em poucos dias 
e não têm valor clínico. 
Milium sebáceo Pequenos pontos branco-amarelados localizados no nariz, 
na face, na testa e no queixo. 
42 
 
 
Hemangioma capilar Comum, principalmente em fronte, pálpebra superior e 
nuca e desaparece em alguns meses. 
Edema Principalmente no prematuro e localiza-se em região 
palpebral, pré-tibial, dorso dos pés e sacral e desaparece 
em 24 a 48 horas. A anasarca aparece em RN com 
hidropisia fetal, insuficiência cardíaca congestiva, nefrose 
congênita, anemia intensa, hipoproteinemia, insuficiência 
renal e hipernatremia. 
Outras alterações Hematomas, petéquias e equimoses podem ser 
encontrados no polo de apresentação. Quando 
localizados na face, a denominação é de máscara 
cianótica, petéquias e púrpuras quando não localizadas 
podem ocorrer devido à plaquetopenia secundária à 
hipóxia, infecção, doenças hemolíticas graves e drogas 
administradas à mãe (anticonvulsivantes e diuréticos). 
CABEÇA 
Forma Pode apresentar deformidades transitórias dependentes 
da apresentação e do próprio parto. 
Perímetro Deve ser medido por fita métrica, geralmente é 2 a 3 cm 
maior que o perímetro torácico. Avaliar a presença de 
macrocefalia ou microcefalia. 
7Fontanelas O tamanho é variável, a fontanela anterior tem forma de 
losango e mede 2 cm nos dois sentidos (variação de 1 a 5 
cm), a posterior é triangular e puntiforme. 
Suturas Podem estar afastadas ou com cavalgamento, e deve ser 
diferenciado da cranioestenose, responsável por 
deformidades do crânio com hipertensão intracraniana já 
o afastamento grande de suturas está associado a 
perímetro cefálico aumentado e ocorre em hidrocefalia. 
Bossa serossanguínea É uma massa mole, mal limitada, edemaciada e 
equimótica localizada ao nível da apresentação que 
desaparece nos primeiros dias de vida. 
Céfalo-hematoma É um derrame sanguíneo subperióstico que apareça como 
uma coleção de consistência cística, volume variável, 
limitando-se ao osso atingido. Pode-se calcificar e a 
regressão é espontânea, podendo demorar semanas ou 
meses para ser reabsorvido e ainda pode ser causa de 
hiperbilirrubinemia. 
Alterações ósseas A craniotables é uma zona de tábua óssea depressível, com 
consistência diminuída, comparada à de uma bola de 
pinguepongue, encontrada em RN normais, principalmente 
no prematuro. 
43 
 
 
Olhos Observar: sobrancelhas, cílios, movimentos palpebrais, 
edema, direção da comissura palpebral (oblíqua e 
transversal), afastamentode pálpebras e epicanto. 
Pesquisar microftalmia (microcórnea), catarata (reflexo 
esbranquiçado da pupila), coloboma iridiano (persistência de 
uma fenda inferior da íris), tamanho da pupila (midríase e 
miose), igualdade (isocoria ou anisocoria), glaucoma 
congênito e reação à luz. 
Hemorragias conjuntivais são comuns. 
Presença de estrabismo não tem significado nesta idade e 
pode persistir por 3 a 6 meses. 
Nistagmo lateral é frequente. 
Sinal do sol poente é encontrado em RN com hidrocefalia 
encefalopatia bilirrubínica e em lesões do tronco encefálico. 
Orelhas Pesquisar apêndice e fístula pré-auricular. 
Anomalias do pavilhão podem estar associadas à 
malformação. 
Nariz Forma. 
Permeabilidades de coanas. 
Presença de secreção (coriza intensa – uso de reserpina 
pela mãe e mucossanguinolenta - sífilis congênita). 
Boca Pérolas de Epstein: pequenas formações esbranquiçadas 
no palato e, às vezes, na gengiva. 
Aftas de Bednar: lesões erosivas com halo avermelhado 
no palato. 
Salivação: excesso de saliva leva a pensar em atresia de 
esôfago. 
Presença de dentes. 
Conformação do palato (ogival). 
Presença de fenda palatina. 
Fissura labial (lábio leporino). 
Desvio da comissura labial (paralisia facial). 
Hipoplasia (micrognatia). 
Posição da mandíbula (retrognatia). 
Visualizar a úvula e avaliar tamanho da língua e do freio 
lingual. 
PESCOÇO Detectar a presença de bócio, fístulas, cistos, restos de 
arcos branquiais, hematoma do esternocleidomastoídeo. 
Palpar as clavículas (fraturas). 
Explorar a mobilidade e o tônus. 
TÓRAX Assimetria pode ocorrer por malformações de coração, 
pulmões, coluna ou arcabouço costal. 
Tamanho da aréola e tecido mamário e/ou presença de 
leite, podem ocorrer em ambos os sexos, e a presença 
de glândulas supranumerárias. 
Pulmões Frequência respiratória normal: varia de 40 a 60 
movimentos por minuto. 
Verificar a presença de simetria torácica, retração, 
estertores, estridor, roncos, crepitação e diminuição do 
murmúrio vesicular. 
44 
 
 
Cardiovascular Frequência cardíaca normal: varia entre 100 a 160 
batimentos por minuto. 
Batimentos cardíacos são melhor audíveis no bordo 
esquerdo do esterno. 
Presença de sopro nos primeiros dias é comum, porém, 
se persistirem por algumas semanas é provável 
manifestação de cardiopatia congênita. 
Palpação dos pulsos nos quatro membros é obrigatório: 
já que ausência dos pulsos femorais deve-se pensar em 
coartação da aorta e pulso amplo sugere Permanência do 
Canal Arterial (PCA). 
Verificar a pressão arterial. 
 
 
 
 
 
 ABDÔMEN 
Inspeção Distensão abdominal indica presença de visceromegalia, 
obstrução ou perfuração intestinal. 
Abdômen escavado indica hérnia diafragmática. 
Diástase de reto abdominal. 
Agenesia de musculatura abdominal. 
Extrofia de bexiga. 
Hérnia inguinal e umbilical. 
Onfalocele. 
Cisto e hemorragia de cordão. 
Visualizar o orifício anal. 
Secreção, edema e hiperemia periumbilical indicam 
onfalite. 
Palpação Fígado é palpável até 2 cm do rebordo costal. 
Uma ponta de baço pode ser palpável na primeira 
semana sendo que o aumento deve ser investigado. 
Detectar a presença de massas abdominais. 
GENITÁLIA 
Masculina Palpação da bolsa escrotal: verificar a presença dos 
testículos que podem encontrar-se também nos canais 
inguinais (comum em RN prematuro extremo). 
Distopia testicular é a ausência de testículos na bolsa 
escrotal ou no canal inguinal. 
Presença de hidrocele não comumente é frequente e 
reabsorverá com o tempo. 
Fimose é fisiológica ao nascimento. 
Observar a localização do meato urinário: terminal 
(normal), ventral (hipopádia) ou dorsal (epispádia). 
Presença de hipospádia associada à criptorquia 
pesquisar cromatina sexual e cariótipo. 
45 
 
 
Equimose e edema traumático do escroto podem ocorrer 
em alguns partos vaginais 
Feminina Os pequenos lábios e clitóris estão proeminentes. 
Pode aparecer nos primeiros dias uma secreção 
esbranquiçada mais ou menos abundante e às vezes 
hemorrágica. 
Edema traumático de vulva pode ocorrer no parto vaginal 
distócico. 
Pesquisar: imperfuração himenal, hidrocolpos, aderência 
de pequenos lábios. 
Fusão posterior dos grandes lábios e hipertrofia clitoriana 
indicam a pesquisa de cromatina sexual e cariótipo. 
EXTREMIDADES Dedos: polidactilia, sindactila, malformações ungueais. 
Articulações coxofemurais: realizar manobras de Ortolani 
pela abdução das coxas, tendo as pernas fletidas quando 
positiva indica displasia coxofemural. 
Pesquisar simetria das pregas da face das coxas e 
subglúteas. Presença de fraturas ou lesão nervosa 
(paralisia) será avaliada pela atividade espontânea ou 
provocada dos membros. 
Observar as pregas de flexão palmares e as localizadas 
no 5º dedo prega palmar única e falta de uma prega no 
dedo presença de S. de Down. 
COLUNA VERTEBRAL Examinar especialmente a área sacrolombar, 
percorrendo com os dedos a linha média em busca de 
espinha bífida, mielomeningacele e outros defeitos (sinus 
sacral acima do promontório). 
Presença de hipertricose lombossacra sugere espinha 
bífida oculta. 
EXAME NEUROLÓGICO Observar atitude, reatividade, choro, tônus, movimentos e 
reflexos. 
Pesquisar os reflexos de Moro, sucção, busca, preensão 
palmar e plantar, tônus do pescoço, extensão cruzada 
dos membros inferiores, endireitamento do tronco e 
marcha automática. 
 
 
46 
 
 
MODELO DE EXAME FÍSICO DE ENFERMAGEM 
 
SINAIS VITAIS 
T: Fc: Fr: P.A: Spo2: 
 
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 
Peso: Estatura: PC: PT: PA: 
 
SISTEMA NERVOSO 
Fontanelas: Suturas: 
Tono: Cabeça: 
( ) normotensa ( ) tensa ( ) normal ( ) separadas ( ) normal ( ) hipotônico 
( ) bossa 
( ) abaulada ( ) deprimida ( ) sobrepostas ( ) flácido ( ) hipertônico 
Fraturas: 
Anormalidades: 
 
Atividade predominante: Choro: Atividade Motora: 
( ) alerta ( ) chorando ( ) sono ativo ( ) normal ( ) simétrico ( ) assimétrico 
( ) sono aprofundo ( ) fraco ( ) convulsões ( ) letargia ( ) irritabilidade 
( ) tremores 
 
Resposta ao estímulo: Reflexos: 
CÓDIGO: Normal = N; fraco = F Não avaliado = NA 
47 
 
 
( ) vocal ( ) toque sucção: Ausente = A ( ) dor ( ) luz 
apreensão: Moro: 
 
PELE 
Condições: Turgor: 
( ) fria ( ) quente ( ) úmida ( ) bom ( ) regular ( ) ruim 
( ) gelatinosa ( ) descamada ( ) estrias de mecônio ( ) lanugem 
( ) vérnix caseoso ( ) petéquias 
( ) equimoses 
Local: 
OLHOS BOCA FOSSAS NASAIS 
Geral: Reflexo de náuseas: Permeáveis: 
( ) abertura espontânea ( ) normal ( ) ausente ( ) sim ( ) não 
( ) fechados ( ) edema ( ) hipoativo ( ) hiperativo 
( ) secreção ( ) fixo ( ) sialorreia excessiva 
 
ORELHAS 
( ) implantação baixa 
Esclera: Palato: 
Pupilas: ( ) completo ( ) incompleto Malformação: 
( ) isocóricas ( ) anisocóricas Lábio Leporino: 
Reflexo à luz: ( ) presente ( ) ausente 
( ) presente ( ) ausente 
 
48 
 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
Respiração: Retração: Ausculta Pulmonar: 
( ) regular ( ) irregular ( ) esternal ( ) intercostal ( ) bilat. limpos 
( ) roncos bolhosos 
( ) apneia ( ) superficial ( ) subcostal ( ) diminuídos ( ) roncos 
( ) batimento de asa de nariz 
 
Configuração do tórax: ( ) estertores ( ) sibilos ( ) gemente ( ) taquipneia ( 
) simétrico ( ) assimétrico 
Secreção vias 
( ) bradipneia 
aéreas 
( ) sim () não 
Necessidade de oxigênio: 
 ( ) ar ambiente ( ) ventilador 
( ) caixa de hood ( ) CPAP nasal 
( ) CPAP endotraqueal 
( ) tubo endotraqueal nº 
Fixado nº 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
Pulso apical: Sopro: 
( ) ritmo regular ( ) arritmia ( ) ausente ( ) presente 
Cor: Perfusão capilar: 
( ) corado ( ) pletórico ( ) hipocorado ( ) normal ( 1 a 3 s) 
( ) moteado ( ) ictérico ( ) lento ( < 3 s ) 
49 
 
 
( ) acrocianose ( ) cianose circoral 
Edema: 
( ) cianose central ( ) ausente ( ) pés ( ) mãos ( ) olhos ( ) generalizado 
Pulso: 
Braquial: ( ) presente ( ) igual ( ) ausente ( ) cheio/amplo ( ) filiforme 
Femoral: ( ) presente ( ) igual ( ) ausente ( ) cheio/amplo ( ) filiforme 
Radial: ( ) presente ( ) igual ( ) ausente ( ) cheio/amplo ( ) filiforme ( ) ausente 
Pedial: ( ) presente ( ) igual ( ) ausente ( ) cheio/amplo ( ) filiforme ( ) ausente 
 
SISTEMA GASTROINTESTINAL 
 ( ) evacuou ( ) não observado 
 
Ausculta intestinal: Abdome: 
( ) não evacuou ( ) RHA diminuído ( ) RHA ativos ( ) flácido ( ) tenso 
( ) RHA aumentado ( ) RHA ausentes ( ) semigloboso ( ) globoso 
( ) distendido ( ) escavado 
Anormalidades: 
( ) hiperemia e/ou sensível ao toque 
( ) hepatomgalia 
( ) esplenomegalia 
Deglutição / sucção: Resíduo Gástrico: Cordão umbilical: 
( ) coordenada ( ) insuficiente ( ) claro ( ) amarelo ( ) verde aspecto: 
( ) ausente ( ) não avaliado ( ) sanguinolento ( ) líquido de estase 
 
50 
 
 
SISTEMA GENITURINÁRIO 
Urina: Genitais: 
( ) espontânea ( ) sonda vesical ( ) normal ( ) edemasiada 
( ) claro ( ) turva ( ) genitália ambígua ( ) hidrocele ( ) hematúria 
( ) concentrada ( ) outros 
 
EXTREMIDADES 
( ) distocia de ombro ( ) lesão de plexo braquial 
( ) luxação 
ANORMALIDADES: 
ACESSO VASCULAR 
( ) AVP: local: aspecto 
( ) AVC: local: aspecto 
( ) cateter umbilical venoso aspecto 
( ) cateter umbilical arterial aspecto 
COLUNA VERTEBRAL 
Anormalidades: 
Data: Hora: Enf ª: 
 
51 
 
 
AVALIAÇÃO DO PESO E IDADE GESTACIONAL 
A avaliação do peso e da idade gestacional é de suma importância para 
que possamos planejar uma assistência adequada e que traga uma recuperação 
rápida e sem sequelas. 
Peso ao nascimento (PN): é o primeiro peso obtido após o nascimento, 
se este não for determinado à pesagem mais tardia e mesmo o peso posterior à 
morte deverá ser considerado como peso ao nascimento. 
• Baixo peso: peso ao nascimento menor de 2.500g; Muito baixo peso: 
peso ao nascimento menor de 1.500g; 
• Extremo baixo peso: peso ao nascimento menor de 1000g. 
A idade gestacional: compreende o período entre o primeiro dia do último 
período menstrual e a data do nascimento, e que deve ser expressas em dias ou 
semanas completas. 
• RN pré-termo: é o concepto com idade gestacional menor que 37 
semanas (259 dias); 
• RN termo: é o concepto com idade gestacional de 37 semanas a 41 
semanas e seis dias (259 a 293 dias); 
• RN pós-termo: é o concepto com idade gestacional igual ou maior do 
que 42 semanas (294 dias ou mais). 
No RN, a idade gestacional pode ser verificada clinicamente pelos 
métodos de New Ballard e Capurro. Esses métodos utilizam a avaliação de 
combinações de características somáticas e neurológicas que permitem estimar 
a idade gestacional do RN com erro de uma ou duas semanas. 
MÉTODO DE CAPURRO 
Capurro e cols. Utilizam apenas cinco parâmetros somáticos e dois 
neurológicos, porém a verificação desses parâmetros em crianças deprimidas, 
doentes ou de difícil acesso fica limitada às variáveis somáticas. 
 
 
52 
 
 
TEXTURA DA PELE 
0 = muito fina, gelatinosa. 
5 = fina e lisa. 
10 = algo mais grossa, discreta descamação superficial. 
15 = grossa, rugas superficiais, descamação nas mãos e pés. 
20 = grossa, apergaminhada, com rugas profundas. 
 
FORMA DA ORELHA 
0 = chata, disforme, pavilhão não encurvado. 
8 = pavilhão parcialmente encurvado na borda. 
16 = pavilhão parcialmente encurvado em toda parte superior. 
24 = pavilhão totalmente encurvado. 
 
GLÂNDULA MAMÁRIA 
0 = não palpável. 
5 = palpável, menor de 5 mm. 
10 = entre 5 e 10 mm. 
15 = maior de 10 mm. 
 
PREGAS PLANTARES 
0 = sem pregas. 
5 = marcas mal definidas sobre a parte anterior. 
10 = marcas bem definidas sobre a metade anterior e sulcos no terço 
anterior. 
15 = sulcos na metade anterior da planta. 
53 
 
 
20 sulcos em mais da metade anterior da planta. 
 
SINAL DO XALE 
0 = o cotovelo alcança a linha axilar anterior do lado oposto. 
6 = o cotovelo situado entre a linha anterior do lado oposto e a linha média. 
12 = o cotovelo situado ao nível da linha média. 
16 o cotovelo situado entre a linha média e a linha axilar anterior do 
mesmo lado. 
 
POSIÇÃO DA CABEÇA AO LEVANTAR O RN 
0 = cabeça totalmente deflexionada, ângulo torácico 270º. 
4 = ângulo cervicotorácico entre 180 e 270º. 
8 = ângulo cervicotorácico igual 180º. 
12 = ângulo cervicotorácico menor que 180º. 
 
FORMAÇÃO DO MAMILO 
0 = apenas visível. 
5 = aréola pigmentada, diâmetro menor que 75 mm. 
10 = aréola pigmentada, pontiaguda, diâmetro menor que 75 mm, borda 
não elevada. 
15 = borda elevada, diâmetro maior que 75 mm. 
 
Capurro somático: soma dos itens A+B+C+D+G+204 = idade 
gestacional em dias. 
Capurro somático – neurológico: soma dos itens A+B+C+D+E+F+200 
= IDADE GESTACIONAL EM DIAS desvio padrão de 8,4 dias. 
54 
 
 
MÉTODO DE NEW BALLARD 
Ballard e cols. propuseram um método derivado do Dubowitz, em que 
utilizam seis parâmetros somáticos e seis neurológicos. Este método é mais 
simples, consome menos tempo na sua execução e é aplicável em todos os RNs, 
inclusive os que estão em terapia intensiva. Em 1993 sofreu uma modificação, 
para poder ser aplicado em prematuros com menos de 29 semanas de gestação. 
 
Um dos parâmetros utilizados para classificação do risco ao nascer é a 
idade gestacional do RN. O cálculo utilizando a data da última menstruação 
(DUM) muitas vezes não é possível, por falta dessa informação. O profissional 
pode estimar a idade gestacional utilizando-se da avaliação de sinais físicos e 
neurológicos. O método de Capurro é prático e baseia-se na observação de 
cinco características físicas e duas neurológicas para estimar a idade 
gestacional do RN. É bastante adequado para bebês com 29 semanas de 
gestação ou mais. Na determinação da idade gestacional para classificar o risco 
ao nascer, caso a DUM não seja conhecida, utiliza-se o método de Capurro 
somático, avaliando-se somente as cinco características físicas do método 
(Quadro 11). 
55 
 
 
 
RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS (RNPT) 
 
A sobrevida de recém-nascidos prematuros (RNPT), definidos como os 
nascidos vivos com idade gestacional <37 semanas, reflete a estrutura e a 
qualidade do cuidado antenatal, da assistência ao trabalho de parto e parto e do 
atendimento neonatal. Segundo a Organização Mundial de Saúde em 2012, no 
relatório “Born Too Soon: The Global Action Report on Preterm Birth”, o Brasil é 
o 10º país do mundo em número de nascidos vivos prematuros e o 16º em 
número de óbitos decorrentes de complicações da prematuridade. 
Dados de 2013 indicam que, no Brasil, nascem cerca de três milhões de 
crianças ao ano, das quais 350.000 apresentam idade gestacional <37 semanas, 
sendo 45.000 entre 22-31 semanas e 40.000 com peso ao nascer <1.500g. 
56 
 
 
A maioria dos RNPT precisa de ajuda para iniciar a transição 
cardiorrespiratória, necessária para a adequada adaptação à vida extrauterina. 
Dados da Rede Brasileira de Pesquisas

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