Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OBJETIVO Averiguar se a amostra atende o padrão de demanda química de oxigênio segundo a Resolução CONAMA 357/2005, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água superficiais e, anexo XX da Portaria de Consolidação n° 5. INTRODUÇÃO A demanda química de oxigênio (DQO) é uma medida do oxigênio equivalente à matéria orgânica de uma amostra, suscetível de oxidação por um oxidante químico forte. Para amostras de origem específica, DQO pode ser relacionada empiricamente à demanda bioquímica de oxigênio (DBO), carbono orgânico ou matéria orgânica. O método de refluxo utilizando dicromato é preferido em vez de outros métodos devido a sua superior capacidade de oxidação, aplicabilidade a uma grande variedade de amostras e de fácil manipulação. A oxidação da maioria dos compostos orgânicos é de 95 a 100 % do valor teórico. A Piridina e compostos relacionados resistem à oxidação, e compostos orgânicos voláteis são oxidados somente se eles permanecerem em contato com o oxidante. Amônia, presente em efluentes ou liberadas da matéria orgânica nitrogenada, não é oxidada na ausência de íons cloreto livre em concentração significativa. O método do refluxo aberto é apropriado para uma grande faixa de despejos, onde uma amostra de tamanho maior é preferida. Os métodos de refluxo fechado são mais econômicos no uso de reagentes de sais metálicos, mas requerem a homogeneização das amostras contendo sólidos em suspensão para se obter resultados reproduzíveis. A quantidade da matéria orgânica oxidada, expressa como equivalente em oxigênio, é proporcional à quantidade do agente oxidante consumido. A maioria da matéria orgânica contida na amostra é destruída por uma mistura de dicromato de potássio e ácido sulfúrico. Este resultado é a mudança do cromo no estado hexavalente para o estado trivalente. O íon dicromato (Cr2O72-) absorve fortemente na região 400 nm onde o íon cromato (Cr3+) absorve muito pouco. O íon cromato (Cr3+) absorve fortemente na região 600 nm onde o íon cromato (Cr2O72-) absorve muito pouco. O Cromo reduzido (Cr3+), de cor verde, produz coloração proporcional à quantidade de matéria orgânica oxidada, permitindo leitura no espectrofotômetro. A DQO indicar o teor de matéria orgânica no corpo d’água, o que caracteriza o grau de poluição desse meio. Esse parâmetro torna-se muito útil nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e efluentes industriais e em conjunto da DBO permite se conhecer quão facilmente biodegradável o efluente será. Além disso, pode ser utilizada para prever a diluição necessária para a análise de DBO, que é um procedimento mais demorado e custoso. A PRC nº5/2017, nem a CONAMA 357/2005 dispõem de valores para a DQO. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL REAGENTES, ÁGUA E PADRÕES ● Solução digestora range alto ● Acido Sulfúrico / Sulfato de Prata MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ● Bloco de aquecimento ● Tubos de cultura para digestão com tampa rosqueável ● Pipeta graduada e volumétrica ● Espectrofotômetro ENSAIO O equipamento foi calibrado com amostras de 0, 10, 50, 250 e 500 mg/L O2 para que a curva de calibração com base na absorbância fosse construída e a taxa de DBO na amostra pudesse ser analisada. Com o uso de uma pipeta volumétrica 2,0 mL da amostra de água foram coletados e dispostos no tubo de cultura, onde 1,2 mL da solução-padrão de dicromato de potássio foram também adicionados. Feito isso, 2,8mL da solução ácida sulfúrico com sulfato de prata foram incorporados à mistura. O tubo foi fechado firmemente e invertido múltiplas vezes a fim de homogeneizar completamente a amostra e evitar aquecimento local na base do frasco e, conseqüentemente, uma possível projeção do conteúdo. Feito isso, o tubo foi colocado no digestor de bloco a 150 ± 2 ºC por 2h e esfriou a temperatura ambiente. O tubo fechado foi colocado no suporte do espectrofotômetro e a leitura da absorbância foi realizada. O experimento foi repetido duas vezes e todos os valores revelados pelo aparelho foram registrados. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram feitas 3 leituras de absorbância e essas mostraram uma certa disparidade devido a erros instrumentais e humanos. As leituras de DQO feitas foram as seguintes: Quadro 1 - DQO Amostra 1 (mg/L O2) Amostra 2 (mg/L O2) Amostra 3 (mg/L O2) Média (mg/L O2) 15,87 14,72 13,92 14,83 Fonte: Autoria Própria, 2019 O teor de DQO é calculado pelo instrumento com base em uma curva de calibração linear. Se a amostra for diluída previamente o respectivo fator de diluição deverá ser aplicado; o resultado deverá ser expresso com inteiros e no máximo 03 algarismos significativos. Na amostra analisada não houve necessidade de diluição. A relação DQO/DBO é capaz, também, de indicar a biodegradabilidade do efluente, ou seja, qual tipo de oxidação será efetiva na destruição da carga orgânica presente. Se a relação for menor do que 2,5 o efluente tem uma taxa de degradação elevada; valores entre 2,5 e 5,0 já indicam que o esgoto não tem uma grande degradabilidade e exige que cuidados sejam tomados na escolha tratamento mais adequado para a remoção da carga orgânica presente; para valores acima de 5,0 o processo mais indicado para a remoção dessa carga orgânica é a oxidação química. 5. CONCLUSÃO Não há especificações na Resolução CONAMA Nº357 ou na PRC n°5/2017 sobre valores máximos permitidos de DQO. No entanto, o método permite quantificar a matéria orgânica e, juntamente com a DBO, podem fornecer dados mais seguros sobre a qualidade da água. 6. REFERÊNCIAS SPERLING, M.V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 4 ed. Belo Horizonte: UFMG, 2017 SÃO PAULO. Norma Técnica Interna SABESP NTS 004 - DQO - Demanda Química de Oxigênio. Maio, 1997. JARDIM, W., CANELA, M. Fundamentos da Oxidação Química no Tratamento de Efluentes e Remediação de solos. Campinas, São Paulo: UNICAMP, 2014.
Compartilhar