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AULA 1 
METODOLOGIAS DE 
AUDITORIA EXTERNA 
Prof. Liezer Veloso 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Esse estudo revela um pouco do universo da auditoria, aspectos cruciais, 
essenciais e relevantes acerca das organizações, e em cada etapa você será 
desafiado a compreender sobre os principais tópicos e elementos que a 
compõem. 
Como gestor você poderá compreender como seu departamento e suas 
decisões causam impactos no resultado da empresa, sendo este uma parte do 
objeto da auditoria. Como auditor (ou futuro), você poderá se aprofundar nos 
principais requisitos para sua atuação profissional, aprendendo como planejar e 
criar um roteiro que lhe ajude aceitar e executar um plano de auditoria, 
apresentando o relatório de auditoria (produto). 
Como profissional de outras áreas voltado ao mundo corporativo, é vital 
que você entenda a importância da auditoria como forma de garantir exatidão 
das informações contidas nos relatórios contábeis. 
Nesta etapa, abordaremos o conceito de auditoria, um breve histórico de 
sua evolução, os objetivos e a distinção da auditoria interna e externa, a 
responsabilidade e habilidades do auditor, a ética na auditoria, os órgãos e as 
normas norteadores acerca do profissional contábil e do auditor. 
CONTEXTUALIZAÇÃO 
Muitas temáticas da vida exigem confirmação! Talvez você já tenha feito 
algum exame médico que lhe causou dúvida, espanto e medo. Para tanto, por 
desejo próprio ou por determinação médica, seu exame foi refeito por outro 
laboratório, tendo um apreço maior, refeito teste e, talvez, usando outro meio 
para confrontar o resultado. Outro caso muito comum é quando as indústrias de 
alimentos passam por auditorias de qualidade, em que seu processo atual 
(rotina) é confrontado com os procedimentos, padrões de higiene, manipulação, 
armazenamento e todo processo que impacte na qualidade do alimento em si. 
Aqui dois exemplos próximos da razão da necessidade da auditoria. Mas e a 
auditoria externa? 
Antes de responder à sua dúvida, reflita! Você investiria em uma empresa 
que notoriamente tivesse informações distorcidas em suas informações? 
Deixaria seu dinheiro investido em um banco que houve denúncias de fraude e 
erro? Certamente, não. Para isso que serve a auditoria, para confirmar, dar 
 
 
3 
garantia de que um demonstrativo contábil emitido por uma empresa expressa 
fidedignidade e se encontra dentro dos moldes legais a ela pertinente. 
TEMA 1 – INTRODUÇÃO À AUDITORIA 
A palavra auditoria é encontrada em diversas situações do cotidiano. É 
notório ouvir falar sobre auditoria da qualidade, auditoria operacional, auditoria 
fiscal e auditoria no setor público. Sua aplicação e utilização atende algumas 
finalidades e anseios para diversos indivíduos, e, certamente, em sua trajetória 
profissional já se deparou com uma, ou tão logo se deparará. 
Com a expansão do capitalismo e do mercado de capitais, a auditoria 
tornou-se mais relevante, sendo uma ferramenta do processo da gestão da 
organização (auditoria interna) e instrumento de validação e confirmação das 
demonstrações publicadas pelas sociedades anônimas. Alguns fatos foram 
preponderantes para a evolução da auditoria no Brasil, conforme se pode 
observar no quadro a seguir. 
Quadro 1 – Fatos históricos que contribuíram para a evolução da auditoria no 
Brasil 
▪ Sec. XIX a XX – Revolução industrial. 
▪ 1930 – Criação da SEC. 
▪ 1946 – Fundação do Conselho Federal de Contabilidade. 
▪ 1960 – Fundação do Instituto dos Auditores Internos do Brasil. 
▪ 1971 – Fundação do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. 
▪ 1972 – Criação de normas de auditoria pelo Banco Central. 
▪ 1976 – Criação da CVM e Decreto-lei no 6.404/1976 (lei das sociedades por ações). 
▪ 1990 – A CVM torna obrigatória as auditorias trimestrais, por auditores independentes. 
▪ 2002 – Criação da Sarbanes-Oxley Act (SOX). 
▪ 2007 – Criação da Lei no 11.638/2007 (Nova Lei das Sociedades Anônimas). 
▪ 2010 – Novas Normas Brasileiras de Auditoria convergidas no padrão internacional 
emitido pelo International Federation of Accounting (IFAC). 
Fonte: Mattos, 2017, p. 13. 
Os fatos históricos desencadearam devido à amplitude gigantesca 
financeira e econômica que as organizações chegaram, tendo inúmeras filiais e 
operações em outros países (multinacional), a expansão e o surgimento de 
muitas sociedades abertas, o envolvimento grande do capital de terceiros das 
 
 
4 
instituições financeiras e públicas por meio de empréstimos e financiamentos, as 
relações entre a companhia e seu quadro acionário, ainda arrecadação tributária 
(imposto de renda) pelo poder público, esses são alguns exemplos que 
motivaram a evolução e a melhoria das técnicas de auditoria (Alves, 2017). 
 
Saiba mais 
Sobre a história e evolução da auditoria, Attie (2018), nas páginas 7 a 10, 
e Favero (2018), no capítulo 2, abordam de forma mais profunda sobre os fatos 
históricos evolutivos no Brasil e no mundo. Vale a pena ler... 
 
Os avanços técnicos e operacionais na ciência contábil firmaram-se como 
os recursos mais importantes para desenvolver a auditoria e chegar nos moldes 
atuais do aparato que as organizações e os órgãos regulamentadores dispõem 
acerca da auditoria. Tal razão se justifica devido ao papel crucial que a 
contabilidade exerce dentro e fora das organizações. Independentemente do 
porte da empresa, ela necessita de contabilidade, a qual apresenta o mecanismo 
para efetuar a escrituração contábil de todos os atos e fatos que alteram a 
composição do patrimônio da empresa (objeto contábil). 
“A palavra auditoria tem como origem o latim audire, cujo significado é 
ouvir. Os ingleses adotaram e ampliaram o conceito para auditing com um 
sentido mais voltado para revisão, verificação” (Lins, 2017, p. 3). O conceito do 
inglês é o mais compreendido no ramo da auditoria, como forma de avaliar, 
constatar, conferir e chancelar os documentos apresentados e divulgados pelas 
empresas. 
Auditoria “significa conferência, verificação, análise e avaliação e, acima 
de tudo, comunicação dos resultados dentro de um determinado objetivo ao qual 
a auditoria se propõe” (Lins, 2017, p. 3). “É uma especialização contábil voltada 
a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo 
de expressar uma opinião sobre determinado dado” (Attie, 2018, p. 5). 
Sobre as citações, pode-se inferir a essência da auditoria diz respeito a 
relatar se os valores apresentados nas demonstrações contábeis realmente 
foram computados pelos mecanismos legais e técnicas aceitas. Assim, a 
situação econômica, financeira e patrimonial relatada nos demonstrativos são 
fidedignas e podem ser confirmadas expressamente pela opinião do auditor. 
 
 
5 
Antes das informações, sendo elas resultantes de alguns elementos, é 
necessário compreender como elas surgiram, quais eventos ou conjunturas 
foram determinadas para chegar a tal situação. 
Quadro 2 – Forma ilustrativa de canalização das informações ocorridas em dada 
empresa 
 
Fonte: Attie, 2018, p. 3. 
O quadro 2 mostra muitos elementos que podem causar impactos na 
geração dos relatórios contábeis. Imagine que um empregado esqueça de 
efetuar algum lançamento ou que adote regime de caixa e competência para 
fazer a escrituração de algum bem, isso causaria distorção nos relatórios, pois 
deve-se usar apenas um regime conforme os preceitos do contábeis (princípios). 
Os órgãos reguladores ditam normas e regras que as organizações 
devem seguir, caso a inobservância ocorra, o demonstrativo apresentado 
encontra-se com informação distorcida. Para manter informações, processos 
administrativos e contábeis em conformidade, observa-se no quadro 2 a 
presença da palavra “controles”, os quais servem para dar caminho e fluxo aos 
processos de escrituração contábil. Todos os atos e fatos praticados pelos 
empregados causam impactos nos demonstrativos contábeis, por isso, ocontrole, e procedimentar todos os processos são meios que contribuem para a 
organização ter eficiência e eficácia informacional de seus demonstrativos. 
Dessa forma: 
 
 
6 
A Contabilidade é o instrumento de medição e avaliação do patrimônio 
e dos resultados auferidos pela gestão da Administração da entidade. 
O controle patrimonial é exercido em função dos atos e acontecimentos 
heterogêneos ocorridos que podem ser mensurados em termos de 
valores. (Attie, 2018, p. 3) 
Para manter essa avaliação e controle do patrimônio, todas as operações 
da empresa precisam ser documentadas; assim, cada registro contábil que 
afetar a situação do patrimônio deve ser registrada com um suporte documental 
– recibos, notas fiscais, faturas, boletos, contratos, folha de pagamento etc., os 
quais permitem que a empresa possa efetuar seus registros. 
Por meio eficaz dos registos, é possível, a qualquer tempo, por qualquer 
interessado, extrair informações do produto dos registros – as demonstrações 
contábeis. A veracidade e a transparência desses servem para atender às 
necessidades dos empregados, e atender aos interesses dos credores, 
investidores, fornecedores e dos órgãos fiscalizadores. 
Saiba mais 
A contabilidade foi a disciplina que deu início ao processo de auxílio e 
prestação de informações ao administrador. Também foi responsável pela 
especialização conhecida como auditoria, usada como instrumento de 
confirmação da própria contabilidade. A evolução da auditoria, que é decorrente 
da evolução contábil, está relacionada ao crescimento econômico dos países, 
ao resumo do progresso das empresas e à ampliação das atividades produtoras. 
Isso ocasionou crescente dificuldade na administração dos negócios e nas 
práticas financeiras para o andamento da economia de mercado (Alves, 2017, p. 
15). 
TEMA 2 – OBJETIVOS DA AUDITORIA E DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
E TIPOS DE AUDITORIA 
As inúmeras operações que as empresas realizam como compras, 
vendas, aquisição de investimentos, pagamentos de salários, impostos, 
encargos sociais e trabalhistas, e ainda transferências de numerários entre as 
coligadas e controladas, os valores destruídos aos sócios e investidores e mais 
uma gama de operações em que a empresa está sujeita, fazem com que a 
movimentação do dinheiro, dos bens, dos direitos e das obrigações a cada 
 
 
7 
transação afete de forma direta a situação patrimonial da empresa; para tanto, a 
contabilidade precisa manter controles e registar (escriturar) cada movimento. 
Os registros realizados de cada transação apresentam em datas 
importantes (final do mês, do trimestre, do semestre e anual) a situação global 
da empresa, evidenciando aspectos que interessam aos stakeholders em manter 
relações com ela de créditos, investimentos, prestadores de serviços, relações 
trabalhistas, concessão de insumos para o processo produtivo e ainda 
instituições financeiras e mercado de valores mobiliários. A informação expressa 
nas demonstrações contábeis (DCs) serve de base para a tomada de decisão 
dos stakeholders, os quais precisam avaliar a posição econômica (capacidade 
de comprar e vender), a posição financeira (capacidade de pagar e receber) e a 
posição patrimonial (como os bens estão dispostos na empresa, o capital próprio 
e de terceiros). 
Com isso, o objetivo das demonstrações contábeis é relatar, informar a 
composição patrimonial (bens, direitos e obrigações) como também os aspectos 
que consumiram recursos e geraram lucro e caixa. Sobre tal confirmação, pode-
se observar: 
As demonstrações contábeis, de modo geral, precisam ser preparadas 
de forma que exprimam com clareza a real situação da empresa em 
termos de seus direitos, obrigações e resultados das operações 
realizadas no período em exame, incluindo-se nesta preparação os 
critérios e procedimentos contábeis adotados em sua elaboração e 
segundo os princípios de contabilidade, de forma que proporcionem 
interpretação uniforme e facilidade de compreensão. (Attie, 2018, p. 
12) 
Tendo claro o objetivo das demonstrações, podemos inferir o objetivo da 
auditoria, a qual permeia ampliar a veracidade e confirmar que todos os relatórios 
apresentados pela organização atendam aos princípios e normas contábeis, as 
normas legais e as regulamentações de diversos órgãos, assim uma opinião do 
auditor traz maior credibilidade aos números declarados pela organização. 
O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas 
demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado 
mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as 
demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos 
relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro 
aplicável. No caso da maioria das estruturas conceituais para fins 
gerais, essa opinião expressa se as demonstrações contábeis estão 
apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em 
conformidade com a estrutura de relatório financeiro. A auditoria 
conduzida em conformidade com as normas de auditoria e exigências 
éticas relevantes capacita o auditor a formar essa opinião. (NBC TA 
200 (R1), p. 2) 
 
 
8 
Dessa forma, a auditoria cerca os indivíduos de vantagens, tanto 
organização, credores, governo (fisco) – possuem uma maior convicção para 
tomadas de decisão, visto que a auditoria reafirma, confirma e amplia a 
fidedignidade dos relatórios contábeis. 
Para a administração da empresa: Fiscaliza a eficiência dos 
controles internos; Assegura maior correção dos registros contábeis; 
Opina sobre a adequação das demonstrações contábeis; Dificulta 
desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas; 
Possibilita a apuração de omissões no registro das receitas, na 
realização oportuna de créditos ou na liquidação oportuna de débitos; 
Contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação 
econômica, patrimonial e financeira da empresa auditada; Aponta 
falhas na organização administrativa da empresa e nos controles 
internos. 
Para os investidores e titulares do capital (sócios): Contribui para 
maior exatidão das demonstrações contábeis; Possibilita melhores 
informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira 
da empresa auditada; Assegura maior exatidão dos resultados 
apurados. 
Para o fisco: Permite maior exatidão das demonstrações contábeis; 
Assegura maior exatidão dos resultados apurados; Contribui para 
maior observância das leis fiscais. 
Para a sociedade como um todo: Maior credibilidade das 
demonstrações contábeis da entidade auditada; Assegura a 
veracidade das informações, das quais dependerá a tranquilidade 
quanto à sanidade das empresas e garantias de empregos; Informa o 
grau de solidez e a evolução da economia nacional (através das 
demonstrações contábeis). (CRCCE, [S.d.]) 
2.1 Auditoria externa e auditoria interna 
A auditoria contábil pode acontecer de duas formas – auditoria interna e 
externa. A finalidade de ambas é praticamente idêntica, pois elas objetivam 
garantir e dar maior respaldo aos demonstrativos contábeis, relatando que o 
produto (relatórios contábeis) foi gerado dentro dos moldes, parâmetros e 
processos controlados pela organização. Todavia, ocorre algumas distinções 
entre elas. 
A auditoria interna é realizada por um quadro de auditores que 
pertencem à empresa, que possuem um vínculo empregatício. Está à disposição 
e ligada a alta administração, tendo certa independência, atuando como staff 
(assessoria e/ou consultoria) na organização. Os auditores internos participam 
do cotidiano da empresa, participam da análise dos procedimentos e diretrizes 
internas, como auditam rotineiramente (conforme necessidade) para que as 
ações sejam sempre realizadas diante das normas impostas pela organização, 
de forma que atende aos preceitos legais (fisco, trabalhistas, mercantis, 
jurídicos, operacionais). Para tanto, os auditores internos precisam redigir um 
 
 
9 
relatório finalda área, departamento ou processo auditado, com objetividade e 
imparcialidade, relatando claramente as conclusões da auditoria. 
A capacidade técnica desses auditores é de suma importância, além do 
conhecimento em contabilidade, é crucial que conheçam algumas ferramentas 
de gestão e outros saberes relevantes para empresa, uma equipe com formação 
técnica heterógena pode ter mais sinergia e eficácia técnica. Precisam dominar 
e conhecer profundamente os riscos nos quais a organização está inserida, 
assim, auxilia-a a criar e a manter controles que garantem maior eficiência e 
eficácia de todos os processos. 
O enfoque maior da auditoria interna permeia assessorar e assegurar a 
administração que em todos os processos estejam isentos de fraude e erro. 
O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou 
manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, 
registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em 
termos físicos quanto monetários. O termo “erro” aplica-se a ato não-
intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má 
interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e 
demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da 
entidade, tanto em termos físicos quanto monetários. (NBC TI 01, 
2003, p. 3). 
Saiba mais 
Sobre a auditoria interna, o Conselho Federal de Contabilidade dispõe da 
NBC TI 01 – DA AUDITORIA INTERNA, na qual você encontra muito mais 
informações, requisitos, métodos e objetivos que a norteiam. 
A auditoria externa ou auditoria independente difere em alguns 
aspectos da auditoria interna. O principal elemento é que os auditores aqui não 
possuem relação trabalhista com a empresa, atuam como prestadores de 
serviços. Quando auditam, possuem um tempo menor para aplicar os testes e 
procedimentos da auditoria, e não conhecem profundamente os processos da 
organização. Normalmente, a auditoria independente tem enfoque nos relatórios 
financeiros; dessa forma, os auditores precisam ter graduação em contabilidade. 
A finalidade da auditoria externa é aumentar o grau de confiança nas 
demonstrações contábeis por parte dos seus usuários [...] expressar 
uma opinião através da emissão de um relatório [...] sobre as 
demonstrações contábeis da empresa auditada[...] assegurar que 
estas foram elaboradas [...] em conformidade com as normas 
brasileiras de Contabilidade e legislação específica aplicáveis. (Lins, 
2017, p. 11) 
 
 
 
10 
Quadro 3 – Características da auditoria interna e externa 
Objeto Comparativo Auditor Interno Auditor Externo 
Vínculo empregatício Funcionário da empresa Profissional independente 
Objetivo Principal 
Prevenção e detecção de 
falhas nos controles 
internos 
Exame das DCs com 
evidenciação da 
adequação dos números 
apresentados pela 
empresa auditada na data 
do balanço através do 
relatório 
Grau de independência Menor Maior 
Tipos de auditorias mais 
comuns 
Contábil, operacional e 
gestão 
Contábil 
Periodicidade dos testes Maior Menor 
Responsabilidade Maior Menor 
Contribuições para o 
negócio 
Maior Menor 
Constituições para os 
investidores e público 
externo 
Menor Maior 
Resultado do trabalho 
Relatórios de 
recomendações 
Emissão de relatório 
Cliente do serviço 
Em linhas gerais, alta 
administração e 
diretorias/gerências 
Empresa contratante, na 
figura do Conselho de 
Administração ou 
Presidência da empresa 
Frequência Permanente Periódica 
Detalhamento da análise Alto Baixa 
 
Fonte: Mattos, 2017, p. 29; Lins, 2017, p. 7; 1. 
Compreendendo a abrangência e as limitações de cada auditoria, fica 
visível que uma contribui com a outra, perfazendo que as práticas contábeis 
mediante os fatos apresentados nos demonstrativos contábeis pela empresa 
estão em consonância com as normas aplicáveis por diversos órgãos à 
organização. Dessa forma, a auditoria como um todo, revela que os papéis 
 
 
11 
sociais desempenhados pela organização (geração de emprego, rendas, 
impostos, impactos na sociedade e no ambiente) estão em conformidade com 
os anseios da sociedade em geral, tendo em vista o pleno cumprimento de toda 
norma, regra, lei e princípio em que a empresa é subsidiária. 
Saiba mais 
AUDITORIA – aula 1 – principais normas e diferenças em relação à 
auditoria externa. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_tu1D_7-
gCQ>. Acesso em: 13 jun. 2022. 
TEMA 3 – RESPONSABILIDADES E HABILIDADES DO AUDITOR 
INDEPENDENTE 
Existem várias normas que legitimam e limitam a atuação do auditor. É 
importante observar a aplicação e amplitude de cada uma. Alguns aspectos são 
cruciais e básicos para que o trabalho do auditor possa ser desenvolvido dentro 
dos moldes legais. 
O auditor independente precisa possuir graduação em Ciências 
Contábeis, ter registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), o qual 
autoriza o exercício profissional de contador. Precisa ser aprovado no Exame de 
Qualificação Técnica realizado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 
que permite o ingresso no rol de Cadastro Nacional de Auditores Independentes 
(CNAI). 
O registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme 
Instrução CVM n. 308, de 14 de maio de 1999, alterada pelas Instruções no 
509/2011 e 545/2014, deve ser feito pelos auditores pessoas física ou jurídica. 
O registro do auditor independente pessoa jurídica é conferido à 
sociedade integrada exclusivamente por contadores e cadastrada no 
Conselho Regional de Contabilidade. Para que o sócio ou qualquer 
outra pessoa que tenha vínculo de emprego com a sociedade de 
auditoria possa emitir e assinar pareceres e relatórios em nome da 
sociedade, torna-se obrigatório estar cadastrado como responsável 
técnico junto à Comissão de Valores Mobiliários. (Lins, 2017, p. 17) 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Saiba mais 
Acesse ao site: https://www.gov.br/cvm/pt-
br/assuntos/regulados/consultas-por-participante/auditores-
independentes/resumo-comentado-das-normas-de-registro-e-atuacao-dos-
auditores-independentes> e descubra a normatização da CVM para auditores 
independentes. 
A guarda da documentação e sigilo deve ser feita pelo auditor pelos 
próximos cinco anos, após publicação de seu relatório. Todos os documentos, 
papéis de trabalho, relatórios e pareces que foram utilizados e serviram de 
embasamento do seu parecer devem ser mantidos e guardados em sigilo. Com 
isso, toda documentação de auditoria é confidencial. Só pode ser divulgada por 
ordem judicial ou por autorização expressa da entidade auditada. 
Responsabilidade compartilhada diz respeito à solidariedade do auditor 
quando seu relatório (parecer) tiver erro (distorção), oriundo de erro ou fraude 
não identificada. Ou seja, mesmo que os controles internos e escrituração foram 
feitos por contadores e contabilistas, ou ainda diante dos documentos da 
auditoria interna utilizada. “O auditor pode ser responsabilizado pela não 
descoberta de fraude significativa em consequência da negligência na execução 
das normas de auditoria, ou em consequência de não as ter aplicado 
convenientemente” (Attie, 2018, p. 16). 
Revisão externa manifesta o ensejo dos órgãos interessados em manter 
a auditoria independente com qualidade. Para isso, os trabalhos dos auditores 
deverão passar por uma revisão externa (peer-review), na qual o trabalho 
auditado é submetido à análise crítica de outro auditor registrado na CVM. A 
cada ciclo de quatro anos, os auditores devem se submeter à essa revisão. Tal 
medida é regulamenta pela NBC PA 11 – Revisão Externa de Qualidade pelos 
Pares. Correlacionando essa medida de revisão, os auditores que farão a revisão 
entendem que a qualidade consiste no atendimento dos requisitos declarados 
na NBC PA 01 – Gestão de Qualidade Para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) 
De Auditores Independentes. A NBC PA 01 traz em seu escopo textual uma 
gama de requisitos, itens, aspectos técnicos, operacionais e estruturaisque os 
auditores devem cuidar, manter e gerenciar para que todo processo de auditoria 
atenda aos requisitos de qualidade. 
 
 
13 
Outro dever imposto como responsabilidade aos auditores é a NBC PG 
12 (R3) – Educação Profissional Continuada. Essa NBC declara que esses 
profissionais devem manter-se atualizado acerca das práticas, normas e 
metodologias, como manter e expandir o conhecimento e capacidade técnica no 
exercício como auditor. Para isso, necessitam participar de cursos de 
capacitação, reuniões técnicas das firmas de auditoria, palestras, cursos de 
graduação e pós-graduação, conferências, seminários, fóruns etc. Anualmente, 
os auditores precisam pontuar 40 pontos de Educação Profissional Continuada, 
o Anexo II da referida norma apresenta a lista completa do que pode ser feito e 
a pontuação para cada requisito. 
3.1 Habilidades do auditor 
Visando ao sucesso da auditoria, além de observar todas as normas 
acerca dela, o relacionamento entre auditado e auditor é fator importantíssimo. 
Sabe-se que a auditoria, muitas vezes, é encarada como uma atividade hostil, 
de espionagem, em que as áreas, atividades e processos auditados muitas 
vezes agem com preconceito com relação ao auditor e criam barreiras de 
comunicação trazendo dificuldades na auditagem. 
Para tanto, é relevante saber quais itens aplicados e desenvolvidos pelo 
auditor podem contribuir para minimizar a resistência e conseguir sinergia com 
todos os envolvidos, objetivando o sucesso no trabalho de auditoria. 
Assim, alguns cuidados são importantes, e necessitam de senso crítico 
do auditor para que sua atuação possa ser com maestria. Tais cuidados, ao 
serem tomados, podem trazer habilidades no relacionamento interpessoal. 
Observe a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
Quadro 4 – Cuidados e habilidades do auditor 
• Tom de voz: o auditor deve se comunicar de forma firme, porém utilizando um tom 
agradável e constante para evitar que o auditado se sinta intimidado. 
• Não exigir, pedir: embora sua posição lhe coloque em condição de exigir que suas 
recomendações sejam acatadas, você deve evitar esse tipo de confronto. Procure 
demonstrar de forma clara a importância e a urgência de suas solicitações, porém sem 
valer-se de seu cargo. 
• Bom senso: procure utilizar o bom senso e ponderar as situações, o auditor precisa 
ser justo e imparcial em suas decisões. Portanto, não se apegue em detalhes que 
possam gerar desgastes, mas não alterem o resultado final do trabalho ou teste. 
• Autoconfiança: demonstre que está seguro de sua capacidade e que é capaz de 
executar o trabalho. No entanto, tome muito cuidado para não exagerar em suas 
demonstrações de autoconfiança, pois o auditado pode interpretar isso como arrogância 
e se fechar, fato que pode prejudicar o trabalho. 
• Ser um bom ouvinte: procure ouvir mais do que falar, não interrompa o auditado 
enquanto estiver falando e não conclua o raciocínio dele para demonstrar que domina 
o assunto, mesmo que você saiba o que será dito. 
• Respeito e humildade: mantenha o respeito e a tranquilidade mesmo quando for 
desafiado, seja humilde e trate todos da mesma forma (operadores, gerentes, diretores). 
Lembre-se que todos são iguais, independentemente do cargo que exercem. 
Fonte: Mattos, 2017, p. 56. 
A posição do auditor lhe confere autoridade, dessa maneira, sua 
abordagem deverá ser firme, entretanto, precisa conhecer os limites para não 
parecer agressivo diante de alguma situação. Como o auditor é visto como um 
conhecedor profundo da matéria auditada (DCs), ele precisa agir naturalmente, 
sem que cause intimidação ou constrangimento aos auditados. Ainda, é vital 
estabelecer uma aproximação com todos os empregados e áreas que serão 
auditados, o acesso flexível e límpido a todos permite maior clareza e coesão de 
todo processo. 
O auditor precisa desenvolver e manter habilidades de equilíbrio 
emocional. Ter desenvoltura para lidar com muitos assuntos que são delicados 
e exige uma comunicação com a liderança da empresa auditada, e saber reagir 
quando contrariado ou diante de um feedback negativo por alguma pessoa de 
cargo maior. Ainda, ter habilidades de liderança e criatividade podem contribuir 
para um gerenciamento mais flexível e assertivo da equipe, como também na 
 
 
15 
busca por soluções inovadoras e inusitadas que contribuem para o alcance do 
objetivo da autoria. 
TEMA 4 – ÉTICA PROFISSIONAL 
“A palavra ética deriva do grego ethos e significa, em linhas gerais, 
conduta relativa aos costumes derivados da convivência em sociedade. Note-se, 
assim, que o nível de ética praticada – se isso fosse possível medir 
adequadamente – depende da percepção pela sociedade do que seja correto” 
(Lins, 2017, p. 22). 
Tendo em vista que concede maior credibilidade às demonstrações 
contábeis da organização, o auditor, ao expressar sua opinião e condução de 
todo processo de auditagem, além da qualidade no planejamento e execução da 
auditagem, precisa observar e agir com padrões morais e éticos que lhe 
conferem transparência, imparcialidade e honestidade. A ética é importante, 
visto que defronte ao parecer da auditoria independente, muitas decisões são 
tomadas pelos indivíduos que mantêm ou têm interesses em relações comerciais 
e financeiras com a entidade auditada. Para tanto, agir com probidade e zelo é 
função essencial do auditor. 
A NBC PG 01 – Código de ética Profissional do Contador apresenta os 
direitos e deveres no exercício do profissional de contabilidade. Aplica-se essa 
norma aos contadores, aos técnicos em contabilidade, aos contabilistas e à 
classe de auditores. 
Alguns princípios éticos são declarados e devem ser praticados no 
exercício do profissional de auditoria: a independência, a integridade, a 
eficiência, a confidencialidade, a objetividade, a competência e o zelo 
profissional e a conduta profissional. Tais princípios são apontados dentro de 
outras Normas Brasileiras de Contabilidade, como: NBC PA 01, NBC TA 200 e 
NBC 230 (R1). Observa-se que muitas redações normativas apresentadas nas 
NBC são requisitos da conduta moral e ética do profissional de contabilidade, 
ainda é possível identificar aspectos éticos na Instrução da CVM n. 308/99 e 
suas alterações. 
A independência é requisito mínimo, básico e crucial na auditoria, para 
obter subsídios de prova e um julgamento profissional. Diante de todos os fatos 
e documentos apresentados, o auditor deverá agir com imparcialidade e 
 
 
16 
independência, tendo maior coerência e clareza em sua interpretação. O 
trabalho do auditor é norteado pela verdade, pela razão absoluta dos fatos, 
desconsiderando agradar, persuadir ou gerar benefícios a quem tem interesse 
na empresa auditada. Caso em alguns momentos necessite de opinião técnica 
de outra área que não a sua (medicina, engenharia, psicologia etc.), poderá 
utilizar no momento que exigir, prevalecendo a imparcialidade dos sujeitos. 
Integridade deve ser praticada em todos os processos de auditoria. 
Desde a assinatura do contrato para prestação do serviço, da negociação entre 
os pares, meios, formulação da equipe de auditoria, como também das 
entrevistas e levantamento das provas e análises, a conduta do auditor deverá 
ser idônea. Sua opinião deve ser pautada pela verdade e para a verdade que a 
auditoria ocorra. Valores monetários, ganhos e interesses pessoais devem ser 
desconsiderados, quando esses infligem a moral e a ética, causando impactos 
de distorção ou má fé na elaboração de seu parecer. 
A eficiência diz que ação do auditor é individual e intransferível, agindo 
em seu próprio nome, este assume total responsabilidade por sua atuação e pela 
opinião emitida. A auditoria deve ser realizada com prazos, extensão, meios de 
coletas de provas e todos os processos dentro das perspectivas da eficiência e 
eficácia. A opinião do auditor deverá ser realizada no momento oportuno, quandodiante de evidências, as quais dão rastreabilidade e condição para tal, assim seu 
parecer dever conter clareza e objetividade. 
Tendo em vista o acesso irrestrito e livre aos documentos, processos, 
estratégias e todo aparato do estabelecimento empresarial, muitos atos e fatos 
documentados são sigilosos e de responsabilidade da organização, a 
confidencialidade apresenta-se como princípio ético para resguardar os 
interesses da organização diante da acessibilidade da equipe de auditoria. Muito 
se conhece da situação atual e futura da organização, visto que os auditores 
adentram à empresa e conhecem-na em detalhes, além das informações das 
DCs. Assim, o auditor só poderá divulgar materiais acerca da organização, para 
qual foi contratada, jamais, usar as informações que teve acesso para angariar 
algum benefício com ela ou outra entidade que tenha interesse. Só poderá 
conceder informações confidenciais a terceiro, caso exista uma determinação 
judicial. 
 
 
 
17 
O auditor deve ser discreto em suas atividades, suas ações não devem 
chamar a atenção das áreas auditadas, não devem gerar incômodos 
ou desgastes na rotina. É notório que, em determinados trabalhos, as 
solicitações da auditoria atrapalhem a rotina da área, ou coloquem os 
auditados em uma situação desconfortável. Nesses casos, cabe ao 
auditor se dedicar a superar essas adversidades. (Mattos, 2017, p. 54). 
A ética e a moral são relevantes para o exercício de qualquer profissão. 
Cabe ao auditor independente ter conduta sábia diante de muitos eventos que 
lhe defrontará. Saber identificar e como agir em situações em que se observam 
comportamentos dos empregados da organização de forma contrária aos 
interesses delas, ou ainda, agindo com dolo e interesse próprio, compete ao 
auditor reportar à alta administração, para que tome as providências cabíveis. 
Deverá evitar conflitos, e diante destes, solucioná-los, de forma que nenhuma 
lei, norma, ou preceito ético e moral seja infringido. 
Saiba mais 
No Brasil, algumas frases que já se tornaram de uso comum e estão 
incluídas no cotidiano popular passam a equivocada impressão de que os 
brasileiros são “malandros” e/ou “aproveitadores”. 
São alguns exemplos: 
“Todo homem tem seu preço.” 
“Todo mundo faz isso, por que eu seria diferente?” 
“Não estou roubando de ninguém, já que o dinheiro é público.” 
E por aí vai... 
Eu entendo que o homem é fruto do meio. Não entendo que alguma 
pessoa nasça má ou boa. Ela simplesmente vai se adequando e se 
desenvolvendo dentro do que a sociedade oferece como correto e honesto. 
Constantemente são noticiados nos meios de comunicação casos absurdos de 
condutas aéticas, como alguns poucos exemplos abaixo, dentre muitos outros. 
Continue essa leitura no livro de Lins (2017, p. 25). 
TEMA 5 – ÓRGÃOS E NORMAS APLICADAS À AUDITORIA 
As atividades da profissão de contabilidade são regadas por interesses de 
inúmeras instituições, organizações e pela esfera pública, as quais disciplinam, 
legalizam, concedem direitos e deveres, como padronizam as atividades e 
processos, e determinam como devem ser apresentados e relatados as 
informações e os demonstrativos contábeis. Não há uma supremacia, uma 
 
 
18 
hierarquia legislativa/normativa, o que ocorre é uma interligação e inter-
relacionamento entre todas as normas aplicáveis à organização, à ciência 
contábil e a auditoria. 
Quadro 5 – Órgãos reguladores da profissão de auditor 
CVM – Comissão de Valores Mobiliários 
É um órgão nacional, vinculado ao ministério da fazenda, que tem como finalidade 
acompanhar o mercado de valores mobiliários no Brasil. Por meio de sua Instrução 
Normativa no 308/99, delibera sobre os direitos e deveres das auditorias 
independentes, tratando de trabalhos envolvendo empresas que operam no mercado 
de capitais brasileiro. 
IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 
Tem como principal objetivo a luta em prol do fortalecimento da profissão de auditor 
independente e das estruturas de mercado no Brasil, além disso é a instituição 
autorizada a traduzir o Livro Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS). 
CFC e CRC – Conselho Federal e Regional de Contabilidade 
O CFC é responsável pela regulamentação da profissão contábil e pela emissão de 
normas que norteiam o trabalho de contadores e auditores internos e externos, em 
relação a trabalhos de auditoria contábil ou de avaliação de controles internos que 
afetam a situação patrimonial ou resultado das empresas. 
IIA Brasil – Instituto dos Auditores Internos do Brasil 
O IIA Brasil tem como preocupações promover o valor dos auditores internos nas 
organizações, proporcionar condições para o desenvolvimento e a capacitação dos 
executivos do setor e, ainda, disseminar o papel desse profissional no mercado. 
IASB – International Accounting Standards Board 
Criado em 2001, com sede em Londres, o IASB é responsável pelo estudo e 
divulgação das normas contábeis internacionais (IFRS, do inglês International 
Financial Standards Reports). 
FASB – Financial Accounting Standards Board 
Também é responsável pelo estudo e divulgação de normas técnicas da contabilidade 
chamadas FAS, do inglês financial accounting standards. Porém as normas emitidas 
por essa entidade estão restritas a empresas do mercado financeiro americano. Não 
são consideradas normas internacionais como o IFRS. 
IFAC – International Federation of Accountants 
Criado em 1977, com sede nos Estado Unidos, o IFAC é responsável por emitir 
orientações contábeis e de auditoria em aspectos como: IAS (normas e 
procedimentos internacionais de auditoria) por meio do apoio ao IAASB; código de 
 
 
19 
ética sobre dos profissionais de contabilidade; procedimentos internacionais de 
contabilidade gerencial e governamental. 
IAASB – International Auditing and Assurance Standards Board 
Criado em 1978, nos Estados Unidos, é intitulado como organismo de normatização 
e tem como finalidade estabelecer normas internacionais sobre auditoria, revisão, 
outras assegurações, controle de qualidade e serviços relacionados. Também 
trabalha para melhorar a qualidade da prática dos auditores em todo o mundo. 
PCAOB – Public Company Accounting Oversight Board 
Ativo desde 2002, também com sede nos Estado Unidos, foi criado em conjunto com 
a Lei SOX (Sarbanes-Oxley), com a finalidade de fiscalizar auditores e, 
consequentemente, proteger os interesses dos investidores. Embora aplicável às 
empresas que estão submetidas a SOX, o PCAOB tem como missão estabelecer as 
normas de auditoria, controle de qualidade, ética e independência em relação aos 
processos de inspeção e a emissão dos relatórios de auditoria 
Fonte: Mattos, 2017, p. 32-33. 
Os órgãos com mais destaque no quesito normatização da auditoria no 
Brasil decorre da atuação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e dos 
Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC). É válido lembrar que toda norma 
atende aos anseios e requisitos disciplinados pelos demais órgãos do quadro 5 
Quadro 6 – Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade 
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) classificam-se em Profissionais e 
Técnicas. Estas estabelecem preceitos de conduta profissional, padrões e 
procedimentos técnicos necessários para o adequado exercício profissional. 
As normas profissionais se estruturam conforme segue: 
I. Geral – NBC PG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas 
indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade; 
II. do Auditor Independente – NBC PA – são as Normas Brasileiras de Contabilidade 
aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores 
independentes; 
III. do Auditor Interno – NBC PI – são as Normas Brasileiras de Contabilidade 
aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos; 
IV. do Perito – NBC PP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas 
especificamente aos contadores que atuamcomo peritos contábeis. 
As normas técnicas se estruturam conforme segue: 
I. Geral – NBC TG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com 
as normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board 
 
 
20 
(IASB); e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas por necessidades locais, 
sem equivalentes internacionais; 
II. do Setor Público – NBC TSP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade 
aplicadas ao Setor Público, convergentes com as Normas Internacionais de 
Contabilidade para o Setor Público, emitidas pela International Federation of 
Accountants (IFAC); e as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor 
Público editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais; 
III. de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica – NBC TA – são 
as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria convergentes com as 
Normas Internacionais de Auditoria Independente emitidas pela IFAC; 
IV. de Revisão de Informação Contábil Histórica – NBC TR – são as Normas 
Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Revisão convergentes com as Normas 
Internacionais de Revisão emitidas pela IFAC; 
V. de Asseguração de Informação Não Histórica – NBC TO – são as Normas 
Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Asseguração convergentes com as Normas 
Internacionais de Asseguração emitidas pela IFAC; 
VI. de Serviço Correlato – NBC TSC – são as Normas Brasileiras de Contabilidade 
aplicadas aos Serviços Correlatos convergentes com as Normas Internacionais para 
Serviços Correlatos emitidas pela IFAC; 
VII. de Auditoria Interna – NBC TI – são as Normas Brasileiras de Contabilidade 
aplicáveis aos trabalhos de Auditoria Interna; 
VIII. de Perícia – NBC TP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis 
aos trabalhos de Perícia; 
IX.de Auditoria Governamental – NBC TAG – são as Normas Brasileiras de 
Contabilidade aplicadas à Auditoria Governamental convergentes com as Normas 
Internacionais de Auditoria Governamental emitidas pela Organização Internacional 
de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI). 
Fonte: Resolução CFC n. 1.328/11; Lins, 2017, p. 30. 
Você poderá acessar todas as Normas Brasileiras de Contabilidade em: 
<https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/>, aqui você 
encontra as normas agrupadas conforme o quadro 6. Ao clicar em uma delas, 
você é direcionado para a relação completa das normas que contêm o respectivo 
menu. 
 
 
 
 
 
 
21 
Saiba mais 
Normas Brasileiras de Contabilidade: 
<https://www.youtube.com/watch?v=FRftKLSr0Qg>. Acesso em: 13 jun. 2022. 
Esse rol de normas é crucial e vital para ser de conhecimento notório dos 
auditores e contabilistas, pois eles necessitam delas para atuar dentro da 
legalidade e atender aos anseios da sociedade como um todo. 
Aos demais profissionais de negócios, é importante para conhecer como 
agir e contribuir para os processos de auditagem, quando defronte dela. Ainda, 
perceber e identificar o papel relevante e preponderante na credibilidade e 
confirmação dos atos e fatos anunciados por sua organização. 
FINALIZANDO 
A evolução da auditoria acompanhou o desenvolvimento tecnológico da 
comunicação, dos sistemas empresariais e do mercado de capitais. Os 
demonstrativos contábeis objetivam revelar a situação financeira da empresa, a 
qual é apreciada pelos investidores, credores e órgãos públicos que têm 
interesse naquela organização. Dessa forma, o auditor exerce significativa 
importância, pois por meio de seu parecer (relatório) concede mais credibilidade 
e relata que a empresa que reporta mantém controles que atendem às 
expectativas de todo aparato legislativo/normativo. A ética e a moral praticada 
pelo auditor revelam que este atua de forma imparcial, tendo eficiência e 
objetividade no processo de auditoria e na sua evidenciação. Toda auditoria é 
pautada e realizada por técnicas e normas no âmbito contábil, para tanto, deve-
se os interessados por essa ciência conhecer os órgãos e as normas que 
constantemente aperfeiçoam o arcabouço teórico e normativo, perfazendo da 
auditoria uma obra-prima em constante aprimoramento. 
 
 
 
22 
REFERÊNCIAS 
ALVES, A. Auditoria contábil avançada [recurso eletrônico]. Porto Alegre: 
SAGAH, 2017. 
ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
CRC-CE. Conselho Regional de Contabilidade do Ceará. Auditoria Contábil. 
Disponível em: <https://www.crc-ce.org.br/fiscalizacao/informacoes-
importantes/auditoria-
contabil/#:~:text=A%20auditoria%20tem%20por%20objetivo,e%20a%20repres
enta%C3%A7%C3%A3o%20desse%20patrim%C3%B4nio>. Acesso em: 20 
abr. 2022. 
FAVERO, F. Responsabilidade civil dos auditores independentes: uma 
análise da sua função e critérios para sua responsabilização. São Paulo: 
Almedina, 2018. 
LINS, L. dos S. Auditoria: uma abordagem prática com ênfase na auditoria 
externa: contém exercícios. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
MATTOS, J. G. de. Auditoria [recurso eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2017. 
NBC TA 200 (R1). Objetivos gerais do auditor independente e a condução 
da auditoria em conformidade com normas de auditoria. Brasília: Conselho 
Federal de Contabilidade, 2016. 
PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações contábeis: 
testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004.

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