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AULA 1 METODOLOGIAS DE AUDITORIA EXTERNA Prof. Liezer Veloso 2 INTRODUÇÃO Esse estudo revela um pouco do universo da auditoria, aspectos cruciais, essenciais e relevantes acerca das organizações, e em cada etapa você será desafiado a compreender sobre os principais tópicos e elementos que a compõem. Como gestor você poderá compreender como seu departamento e suas decisões causam impactos no resultado da empresa, sendo este uma parte do objeto da auditoria. Como auditor (ou futuro), você poderá se aprofundar nos principais requisitos para sua atuação profissional, aprendendo como planejar e criar um roteiro que lhe ajude aceitar e executar um plano de auditoria, apresentando o relatório de auditoria (produto). Como profissional de outras áreas voltado ao mundo corporativo, é vital que você entenda a importância da auditoria como forma de garantir exatidão das informações contidas nos relatórios contábeis. Nesta etapa, abordaremos o conceito de auditoria, um breve histórico de sua evolução, os objetivos e a distinção da auditoria interna e externa, a responsabilidade e habilidades do auditor, a ética na auditoria, os órgãos e as normas norteadores acerca do profissional contábil e do auditor. CONTEXTUALIZAÇÃO Muitas temáticas da vida exigem confirmação! Talvez você já tenha feito algum exame médico que lhe causou dúvida, espanto e medo. Para tanto, por desejo próprio ou por determinação médica, seu exame foi refeito por outro laboratório, tendo um apreço maior, refeito teste e, talvez, usando outro meio para confrontar o resultado. Outro caso muito comum é quando as indústrias de alimentos passam por auditorias de qualidade, em que seu processo atual (rotina) é confrontado com os procedimentos, padrões de higiene, manipulação, armazenamento e todo processo que impacte na qualidade do alimento em si. Aqui dois exemplos próximos da razão da necessidade da auditoria. Mas e a auditoria externa? Antes de responder à sua dúvida, reflita! Você investiria em uma empresa que notoriamente tivesse informações distorcidas em suas informações? Deixaria seu dinheiro investido em um banco que houve denúncias de fraude e erro? Certamente, não. Para isso que serve a auditoria, para confirmar, dar 3 garantia de que um demonstrativo contábil emitido por uma empresa expressa fidedignidade e se encontra dentro dos moldes legais a ela pertinente. TEMA 1 – INTRODUÇÃO À AUDITORIA A palavra auditoria é encontrada em diversas situações do cotidiano. É notório ouvir falar sobre auditoria da qualidade, auditoria operacional, auditoria fiscal e auditoria no setor público. Sua aplicação e utilização atende algumas finalidades e anseios para diversos indivíduos, e, certamente, em sua trajetória profissional já se deparou com uma, ou tão logo se deparará. Com a expansão do capitalismo e do mercado de capitais, a auditoria tornou-se mais relevante, sendo uma ferramenta do processo da gestão da organização (auditoria interna) e instrumento de validação e confirmação das demonstrações publicadas pelas sociedades anônimas. Alguns fatos foram preponderantes para a evolução da auditoria no Brasil, conforme se pode observar no quadro a seguir. Quadro 1 – Fatos históricos que contribuíram para a evolução da auditoria no Brasil ▪ Sec. XIX a XX – Revolução industrial. ▪ 1930 – Criação da SEC. ▪ 1946 – Fundação do Conselho Federal de Contabilidade. ▪ 1960 – Fundação do Instituto dos Auditores Internos do Brasil. ▪ 1971 – Fundação do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. ▪ 1972 – Criação de normas de auditoria pelo Banco Central. ▪ 1976 – Criação da CVM e Decreto-lei no 6.404/1976 (lei das sociedades por ações). ▪ 1990 – A CVM torna obrigatória as auditorias trimestrais, por auditores independentes. ▪ 2002 – Criação da Sarbanes-Oxley Act (SOX). ▪ 2007 – Criação da Lei no 11.638/2007 (Nova Lei das Sociedades Anônimas). ▪ 2010 – Novas Normas Brasileiras de Auditoria convergidas no padrão internacional emitido pelo International Federation of Accounting (IFAC). Fonte: Mattos, 2017, p. 13. Os fatos históricos desencadearam devido à amplitude gigantesca financeira e econômica que as organizações chegaram, tendo inúmeras filiais e operações em outros países (multinacional), a expansão e o surgimento de muitas sociedades abertas, o envolvimento grande do capital de terceiros das 4 instituições financeiras e públicas por meio de empréstimos e financiamentos, as relações entre a companhia e seu quadro acionário, ainda arrecadação tributária (imposto de renda) pelo poder público, esses são alguns exemplos que motivaram a evolução e a melhoria das técnicas de auditoria (Alves, 2017). Saiba mais Sobre a história e evolução da auditoria, Attie (2018), nas páginas 7 a 10, e Favero (2018), no capítulo 2, abordam de forma mais profunda sobre os fatos históricos evolutivos no Brasil e no mundo. Vale a pena ler... Os avanços técnicos e operacionais na ciência contábil firmaram-se como os recursos mais importantes para desenvolver a auditoria e chegar nos moldes atuais do aparato que as organizações e os órgãos regulamentadores dispõem acerca da auditoria. Tal razão se justifica devido ao papel crucial que a contabilidade exerce dentro e fora das organizações. Independentemente do porte da empresa, ela necessita de contabilidade, a qual apresenta o mecanismo para efetuar a escrituração contábil de todos os atos e fatos que alteram a composição do patrimônio da empresa (objeto contábil). “A palavra auditoria tem como origem o latim audire, cujo significado é ouvir. Os ingleses adotaram e ampliaram o conceito para auditing com um sentido mais voltado para revisão, verificação” (Lins, 2017, p. 3). O conceito do inglês é o mais compreendido no ramo da auditoria, como forma de avaliar, constatar, conferir e chancelar os documentos apresentados e divulgados pelas empresas. Auditoria “significa conferência, verificação, análise e avaliação e, acima de tudo, comunicação dos resultados dentro de um determinado objetivo ao qual a auditoria se propõe” (Lins, 2017, p. 3). “É uma especialização contábil voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado” (Attie, 2018, p. 5). Sobre as citações, pode-se inferir a essência da auditoria diz respeito a relatar se os valores apresentados nas demonstrações contábeis realmente foram computados pelos mecanismos legais e técnicas aceitas. Assim, a situação econômica, financeira e patrimonial relatada nos demonstrativos são fidedignas e podem ser confirmadas expressamente pela opinião do auditor. 5 Antes das informações, sendo elas resultantes de alguns elementos, é necessário compreender como elas surgiram, quais eventos ou conjunturas foram determinadas para chegar a tal situação. Quadro 2 – Forma ilustrativa de canalização das informações ocorridas em dada empresa Fonte: Attie, 2018, p. 3. O quadro 2 mostra muitos elementos que podem causar impactos na geração dos relatórios contábeis. Imagine que um empregado esqueça de efetuar algum lançamento ou que adote regime de caixa e competência para fazer a escrituração de algum bem, isso causaria distorção nos relatórios, pois deve-se usar apenas um regime conforme os preceitos do contábeis (princípios). Os órgãos reguladores ditam normas e regras que as organizações devem seguir, caso a inobservância ocorra, o demonstrativo apresentado encontra-se com informação distorcida. Para manter informações, processos administrativos e contábeis em conformidade, observa-se no quadro 2 a presença da palavra “controles”, os quais servem para dar caminho e fluxo aos processos de escrituração contábil. Todos os atos e fatos praticados pelos empregados causam impactos nos demonstrativos contábeis, por isso, ocontrole, e procedimentar todos os processos são meios que contribuem para a organização ter eficiência e eficácia informacional de seus demonstrativos. Dessa forma: 6 A Contabilidade é o instrumento de medição e avaliação do patrimônio e dos resultados auferidos pela gestão da Administração da entidade. O controle patrimonial é exercido em função dos atos e acontecimentos heterogêneos ocorridos que podem ser mensurados em termos de valores. (Attie, 2018, p. 3) Para manter essa avaliação e controle do patrimônio, todas as operações da empresa precisam ser documentadas; assim, cada registro contábil que afetar a situação do patrimônio deve ser registrada com um suporte documental – recibos, notas fiscais, faturas, boletos, contratos, folha de pagamento etc., os quais permitem que a empresa possa efetuar seus registros. Por meio eficaz dos registos, é possível, a qualquer tempo, por qualquer interessado, extrair informações do produto dos registros – as demonstrações contábeis. A veracidade e a transparência desses servem para atender às necessidades dos empregados, e atender aos interesses dos credores, investidores, fornecedores e dos órgãos fiscalizadores. Saiba mais A contabilidade foi a disciplina que deu início ao processo de auxílio e prestação de informações ao administrador. Também foi responsável pela especialização conhecida como auditoria, usada como instrumento de confirmação da própria contabilidade. A evolução da auditoria, que é decorrente da evolução contábil, está relacionada ao crescimento econômico dos países, ao resumo do progresso das empresas e à ampliação das atividades produtoras. Isso ocasionou crescente dificuldade na administração dos negócios e nas práticas financeiras para o andamento da economia de mercado (Alves, 2017, p. 15). TEMA 2 – OBJETIVOS DA AUDITORIA E DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E TIPOS DE AUDITORIA As inúmeras operações que as empresas realizam como compras, vendas, aquisição de investimentos, pagamentos de salários, impostos, encargos sociais e trabalhistas, e ainda transferências de numerários entre as coligadas e controladas, os valores destruídos aos sócios e investidores e mais uma gama de operações em que a empresa está sujeita, fazem com que a movimentação do dinheiro, dos bens, dos direitos e das obrigações a cada 7 transação afete de forma direta a situação patrimonial da empresa; para tanto, a contabilidade precisa manter controles e registar (escriturar) cada movimento. Os registros realizados de cada transação apresentam em datas importantes (final do mês, do trimestre, do semestre e anual) a situação global da empresa, evidenciando aspectos que interessam aos stakeholders em manter relações com ela de créditos, investimentos, prestadores de serviços, relações trabalhistas, concessão de insumos para o processo produtivo e ainda instituições financeiras e mercado de valores mobiliários. A informação expressa nas demonstrações contábeis (DCs) serve de base para a tomada de decisão dos stakeholders, os quais precisam avaliar a posição econômica (capacidade de comprar e vender), a posição financeira (capacidade de pagar e receber) e a posição patrimonial (como os bens estão dispostos na empresa, o capital próprio e de terceiros). Com isso, o objetivo das demonstrações contábeis é relatar, informar a composição patrimonial (bens, direitos e obrigações) como também os aspectos que consumiram recursos e geraram lucro e caixa. Sobre tal confirmação, pode- se observar: As demonstrações contábeis, de modo geral, precisam ser preparadas de forma que exprimam com clareza a real situação da empresa em termos de seus direitos, obrigações e resultados das operações realizadas no período em exame, incluindo-se nesta preparação os critérios e procedimentos contábeis adotados em sua elaboração e segundo os princípios de contabilidade, de forma que proporcionem interpretação uniforme e facilidade de compreensão. (Attie, 2018, p. 12) Tendo claro o objetivo das demonstrações, podemos inferir o objetivo da auditoria, a qual permeia ampliar a veracidade e confirmar que todos os relatórios apresentados pela organização atendam aos princípios e normas contábeis, as normas legais e as regulamentações de diversos órgãos, assim uma opinião do auditor traz maior credibilidade aos números declarados pela organização. O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso da maioria das estruturas conceituais para fins gerais, essa opinião expressa se as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. A auditoria conduzida em conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas relevantes capacita o auditor a formar essa opinião. (NBC TA 200 (R1), p. 2) 8 Dessa forma, a auditoria cerca os indivíduos de vantagens, tanto organização, credores, governo (fisco) – possuem uma maior convicção para tomadas de decisão, visto que a auditoria reafirma, confirma e amplia a fidedignidade dos relatórios contábeis. Para a administração da empresa: Fiscaliza a eficiência dos controles internos; Assegura maior correção dos registros contábeis; Opina sobre a adequação das demonstrações contábeis; Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas; Possibilita a apuração de omissões no registro das receitas, na realização oportuna de créditos ou na liquidação oportuna de débitos; Contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira da empresa auditada; Aponta falhas na organização administrativa da empresa e nos controles internos. Para os investidores e titulares do capital (sócios): Contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis; Possibilita melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira da empresa auditada; Assegura maior exatidão dos resultados apurados. Para o fisco: Permite maior exatidão das demonstrações contábeis; Assegura maior exatidão dos resultados apurados; Contribui para maior observância das leis fiscais. Para a sociedade como um todo: Maior credibilidade das demonstrações contábeis da entidade auditada; Assegura a veracidade das informações, das quais dependerá a tranquilidade quanto à sanidade das empresas e garantias de empregos; Informa o grau de solidez e a evolução da economia nacional (através das demonstrações contábeis). (CRCCE, [S.d.]) 2.1 Auditoria externa e auditoria interna A auditoria contábil pode acontecer de duas formas – auditoria interna e externa. A finalidade de ambas é praticamente idêntica, pois elas objetivam garantir e dar maior respaldo aos demonstrativos contábeis, relatando que o produto (relatórios contábeis) foi gerado dentro dos moldes, parâmetros e processos controlados pela organização. Todavia, ocorre algumas distinções entre elas. A auditoria interna é realizada por um quadro de auditores que pertencem à empresa, que possuem um vínculo empregatício. Está à disposição e ligada a alta administração, tendo certa independência, atuando como staff (assessoria e/ou consultoria) na organização. Os auditores internos participam do cotidiano da empresa, participam da análise dos procedimentos e diretrizes internas, como auditam rotineiramente (conforme necessidade) para que as ações sejam sempre realizadas diante das normas impostas pela organização, de forma que atende aos preceitos legais (fisco, trabalhistas, mercantis, jurídicos, operacionais). Para tanto, os auditores internos precisam redigir um 9 relatório finalda área, departamento ou processo auditado, com objetividade e imparcialidade, relatando claramente as conclusões da auditoria. A capacidade técnica desses auditores é de suma importância, além do conhecimento em contabilidade, é crucial que conheçam algumas ferramentas de gestão e outros saberes relevantes para empresa, uma equipe com formação técnica heterógena pode ter mais sinergia e eficácia técnica. Precisam dominar e conhecer profundamente os riscos nos quais a organização está inserida, assim, auxilia-a a criar e a manter controles que garantem maior eficiência e eficácia de todos os processos. O enfoque maior da auditoria interna permeia assessorar e assegurar a administração que em todos os processos estejam isentos de fraude e erro. O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários. O termo “erro” aplica-se a ato não- intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários. (NBC TI 01, 2003, p. 3). Saiba mais Sobre a auditoria interna, o Conselho Federal de Contabilidade dispõe da NBC TI 01 – DA AUDITORIA INTERNA, na qual você encontra muito mais informações, requisitos, métodos e objetivos que a norteiam. A auditoria externa ou auditoria independente difere em alguns aspectos da auditoria interna. O principal elemento é que os auditores aqui não possuem relação trabalhista com a empresa, atuam como prestadores de serviços. Quando auditam, possuem um tempo menor para aplicar os testes e procedimentos da auditoria, e não conhecem profundamente os processos da organização. Normalmente, a auditoria independente tem enfoque nos relatórios financeiros; dessa forma, os auditores precisam ter graduação em contabilidade. A finalidade da auditoria externa é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos seus usuários [...] expressar uma opinião através da emissão de um relatório [...] sobre as demonstrações contábeis da empresa auditada[...] assegurar que estas foram elaboradas [...] em conformidade com as normas brasileiras de Contabilidade e legislação específica aplicáveis. (Lins, 2017, p. 11) 10 Quadro 3 – Características da auditoria interna e externa Objeto Comparativo Auditor Interno Auditor Externo Vínculo empregatício Funcionário da empresa Profissional independente Objetivo Principal Prevenção e detecção de falhas nos controles internos Exame das DCs com evidenciação da adequação dos números apresentados pela empresa auditada na data do balanço através do relatório Grau de independência Menor Maior Tipos de auditorias mais comuns Contábil, operacional e gestão Contábil Periodicidade dos testes Maior Menor Responsabilidade Maior Menor Contribuições para o negócio Maior Menor Constituições para os investidores e público externo Menor Maior Resultado do trabalho Relatórios de recomendações Emissão de relatório Cliente do serviço Em linhas gerais, alta administração e diretorias/gerências Empresa contratante, na figura do Conselho de Administração ou Presidência da empresa Frequência Permanente Periódica Detalhamento da análise Alto Baixa Fonte: Mattos, 2017, p. 29; Lins, 2017, p. 7; 1. Compreendendo a abrangência e as limitações de cada auditoria, fica visível que uma contribui com a outra, perfazendo que as práticas contábeis mediante os fatos apresentados nos demonstrativos contábeis pela empresa estão em consonância com as normas aplicáveis por diversos órgãos à organização. Dessa forma, a auditoria como um todo, revela que os papéis 11 sociais desempenhados pela organização (geração de emprego, rendas, impostos, impactos na sociedade e no ambiente) estão em conformidade com os anseios da sociedade em geral, tendo em vista o pleno cumprimento de toda norma, regra, lei e princípio em que a empresa é subsidiária. Saiba mais AUDITORIA – aula 1 – principais normas e diferenças em relação à auditoria externa. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_tu1D_7- gCQ>. Acesso em: 13 jun. 2022. TEMA 3 – RESPONSABILIDADES E HABILIDADES DO AUDITOR INDEPENDENTE Existem várias normas que legitimam e limitam a atuação do auditor. É importante observar a aplicação e amplitude de cada uma. Alguns aspectos são cruciais e básicos para que o trabalho do auditor possa ser desenvolvido dentro dos moldes legais. O auditor independente precisa possuir graduação em Ciências Contábeis, ter registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), o qual autoriza o exercício profissional de contador. Precisa ser aprovado no Exame de Qualificação Técnica realizado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que permite o ingresso no rol de Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI). O registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme Instrução CVM n. 308, de 14 de maio de 1999, alterada pelas Instruções no 509/2011 e 545/2014, deve ser feito pelos auditores pessoas física ou jurídica. O registro do auditor independente pessoa jurídica é conferido à sociedade integrada exclusivamente por contadores e cadastrada no Conselho Regional de Contabilidade. Para que o sócio ou qualquer outra pessoa que tenha vínculo de emprego com a sociedade de auditoria possa emitir e assinar pareceres e relatórios em nome da sociedade, torna-se obrigatório estar cadastrado como responsável técnico junto à Comissão de Valores Mobiliários. (Lins, 2017, p. 17) 12 Saiba mais Acesse ao site: https://www.gov.br/cvm/pt- br/assuntos/regulados/consultas-por-participante/auditores- independentes/resumo-comentado-das-normas-de-registro-e-atuacao-dos- auditores-independentes> e descubra a normatização da CVM para auditores independentes. A guarda da documentação e sigilo deve ser feita pelo auditor pelos próximos cinco anos, após publicação de seu relatório. Todos os documentos, papéis de trabalho, relatórios e pareces que foram utilizados e serviram de embasamento do seu parecer devem ser mantidos e guardados em sigilo. Com isso, toda documentação de auditoria é confidencial. Só pode ser divulgada por ordem judicial ou por autorização expressa da entidade auditada. Responsabilidade compartilhada diz respeito à solidariedade do auditor quando seu relatório (parecer) tiver erro (distorção), oriundo de erro ou fraude não identificada. Ou seja, mesmo que os controles internos e escrituração foram feitos por contadores e contabilistas, ou ainda diante dos documentos da auditoria interna utilizada. “O auditor pode ser responsabilizado pela não descoberta de fraude significativa em consequência da negligência na execução das normas de auditoria, ou em consequência de não as ter aplicado convenientemente” (Attie, 2018, p. 16). Revisão externa manifesta o ensejo dos órgãos interessados em manter a auditoria independente com qualidade. Para isso, os trabalhos dos auditores deverão passar por uma revisão externa (peer-review), na qual o trabalho auditado é submetido à análise crítica de outro auditor registrado na CVM. A cada ciclo de quatro anos, os auditores devem se submeter à essa revisão. Tal medida é regulamenta pela NBC PA 11 – Revisão Externa de Qualidade pelos Pares. Correlacionando essa medida de revisão, os auditores que farão a revisão entendem que a qualidade consiste no atendimento dos requisitos declarados na NBC PA 01 – Gestão de Qualidade Para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) De Auditores Independentes. A NBC PA 01 traz em seu escopo textual uma gama de requisitos, itens, aspectos técnicos, operacionais e estruturaisque os auditores devem cuidar, manter e gerenciar para que todo processo de auditoria atenda aos requisitos de qualidade. 13 Outro dever imposto como responsabilidade aos auditores é a NBC PG 12 (R3) – Educação Profissional Continuada. Essa NBC declara que esses profissionais devem manter-se atualizado acerca das práticas, normas e metodologias, como manter e expandir o conhecimento e capacidade técnica no exercício como auditor. Para isso, necessitam participar de cursos de capacitação, reuniões técnicas das firmas de auditoria, palestras, cursos de graduação e pós-graduação, conferências, seminários, fóruns etc. Anualmente, os auditores precisam pontuar 40 pontos de Educação Profissional Continuada, o Anexo II da referida norma apresenta a lista completa do que pode ser feito e a pontuação para cada requisito. 3.1 Habilidades do auditor Visando ao sucesso da auditoria, além de observar todas as normas acerca dela, o relacionamento entre auditado e auditor é fator importantíssimo. Sabe-se que a auditoria, muitas vezes, é encarada como uma atividade hostil, de espionagem, em que as áreas, atividades e processos auditados muitas vezes agem com preconceito com relação ao auditor e criam barreiras de comunicação trazendo dificuldades na auditagem. Para tanto, é relevante saber quais itens aplicados e desenvolvidos pelo auditor podem contribuir para minimizar a resistência e conseguir sinergia com todos os envolvidos, objetivando o sucesso no trabalho de auditoria. Assim, alguns cuidados são importantes, e necessitam de senso crítico do auditor para que sua atuação possa ser com maestria. Tais cuidados, ao serem tomados, podem trazer habilidades no relacionamento interpessoal. Observe a seguir. 14 Quadro 4 – Cuidados e habilidades do auditor • Tom de voz: o auditor deve se comunicar de forma firme, porém utilizando um tom agradável e constante para evitar que o auditado se sinta intimidado. • Não exigir, pedir: embora sua posição lhe coloque em condição de exigir que suas recomendações sejam acatadas, você deve evitar esse tipo de confronto. Procure demonstrar de forma clara a importância e a urgência de suas solicitações, porém sem valer-se de seu cargo. • Bom senso: procure utilizar o bom senso e ponderar as situações, o auditor precisa ser justo e imparcial em suas decisões. Portanto, não se apegue em detalhes que possam gerar desgastes, mas não alterem o resultado final do trabalho ou teste. • Autoconfiança: demonstre que está seguro de sua capacidade e que é capaz de executar o trabalho. No entanto, tome muito cuidado para não exagerar em suas demonstrações de autoconfiança, pois o auditado pode interpretar isso como arrogância e se fechar, fato que pode prejudicar o trabalho. • Ser um bom ouvinte: procure ouvir mais do que falar, não interrompa o auditado enquanto estiver falando e não conclua o raciocínio dele para demonstrar que domina o assunto, mesmo que você saiba o que será dito. • Respeito e humildade: mantenha o respeito e a tranquilidade mesmo quando for desafiado, seja humilde e trate todos da mesma forma (operadores, gerentes, diretores). Lembre-se que todos são iguais, independentemente do cargo que exercem. Fonte: Mattos, 2017, p. 56. A posição do auditor lhe confere autoridade, dessa maneira, sua abordagem deverá ser firme, entretanto, precisa conhecer os limites para não parecer agressivo diante de alguma situação. Como o auditor é visto como um conhecedor profundo da matéria auditada (DCs), ele precisa agir naturalmente, sem que cause intimidação ou constrangimento aos auditados. Ainda, é vital estabelecer uma aproximação com todos os empregados e áreas que serão auditados, o acesso flexível e límpido a todos permite maior clareza e coesão de todo processo. O auditor precisa desenvolver e manter habilidades de equilíbrio emocional. Ter desenvoltura para lidar com muitos assuntos que são delicados e exige uma comunicação com a liderança da empresa auditada, e saber reagir quando contrariado ou diante de um feedback negativo por alguma pessoa de cargo maior. Ainda, ter habilidades de liderança e criatividade podem contribuir para um gerenciamento mais flexível e assertivo da equipe, como também na 15 busca por soluções inovadoras e inusitadas que contribuem para o alcance do objetivo da autoria. TEMA 4 – ÉTICA PROFISSIONAL “A palavra ética deriva do grego ethos e significa, em linhas gerais, conduta relativa aos costumes derivados da convivência em sociedade. Note-se, assim, que o nível de ética praticada – se isso fosse possível medir adequadamente – depende da percepção pela sociedade do que seja correto” (Lins, 2017, p. 22). Tendo em vista que concede maior credibilidade às demonstrações contábeis da organização, o auditor, ao expressar sua opinião e condução de todo processo de auditagem, além da qualidade no planejamento e execução da auditagem, precisa observar e agir com padrões morais e éticos que lhe conferem transparência, imparcialidade e honestidade. A ética é importante, visto que defronte ao parecer da auditoria independente, muitas decisões são tomadas pelos indivíduos que mantêm ou têm interesses em relações comerciais e financeiras com a entidade auditada. Para tanto, agir com probidade e zelo é função essencial do auditor. A NBC PG 01 – Código de ética Profissional do Contador apresenta os direitos e deveres no exercício do profissional de contabilidade. Aplica-se essa norma aos contadores, aos técnicos em contabilidade, aos contabilistas e à classe de auditores. Alguns princípios éticos são declarados e devem ser praticados no exercício do profissional de auditoria: a independência, a integridade, a eficiência, a confidencialidade, a objetividade, a competência e o zelo profissional e a conduta profissional. Tais princípios são apontados dentro de outras Normas Brasileiras de Contabilidade, como: NBC PA 01, NBC TA 200 e NBC 230 (R1). Observa-se que muitas redações normativas apresentadas nas NBC são requisitos da conduta moral e ética do profissional de contabilidade, ainda é possível identificar aspectos éticos na Instrução da CVM n. 308/99 e suas alterações. A independência é requisito mínimo, básico e crucial na auditoria, para obter subsídios de prova e um julgamento profissional. Diante de todos os fatos e documentos apresentados, o auditor deverá agir com imparcialidade e 16 independência, tendo maior coerência e clareza em sua interpretação. O trabalho do auditor é norteado pela verdade, pela razão absoluta dos fatos, desconsiderando agradar, persuadir ou gerar benefícios a quem tem interesse na empresa auditada. Caso em alguns momentos necessite de opinião técnica de outra área que não a sua (medicina, engenharia, psicologia etc.), poderá utilizar no momento que exigir, prevalecendo a imparcialidade dos sujeitos. Integridade deve ser praticada em todos os processos de auditoria. Desde a assinatura do contrato para prestação do serviço, da negociação entre os pares, meios, formulação da equipe de auditoria, como também das entrevistas e levantamento das provas e análises, a conduta do auditor deverá ser idônea. Sua opinião deve ser pautada pela verdade e para a verdade que a auditoria ocorra. Valores monetários, ganhos e interesses pessoais devem ser desconsiderados, quando esses infligem a moral e a ética, causando impactos de distorção ou má fé na elaboração de seu parecer. A eficiência diz que ação do auditor é individual e intransferível, agindo em seu próprio nome, este assume total responsabilidade por sua atuação e pela opinião emitida. A auditoria deve ser realizada com prazos, extensão, meios de coletas de provas e todos os processos dentro das perspectivas da eficiência e eficácia. A opinião do auditor deverá ser realizada no momento oportuno, quandodiante de evidências, as quais dão rastreabilidade e condição para tal, assim seu parecer dever conter clareza e objetividade. Tendo em vista o acesso irrestrito e livre aos documentos, processos, estratégias e todo aparato do estabelecimento empresarial, muitos atos e fatos documentados são sigilosos e de responsabilidade da organização, a confidencialidade apresenta-se como princípio ético para resguardar os interesses da organização diante da acessibilidade da equipe de auditoria. Muito se conhece da situação atual e futura da organização, visto que os auditores adentram à empresa e conhecem-na em detalhes, além das informações das DCs. Assim, o auditor só poderá divulgar materiais acerca da organização, para qual foi contratada, jamais, usar as informações que teve acesso para angariar algum benefício com ela ou outra entidade que tenha interesse. Só poderá conceder informações confidenciais a terceiro, caso exista uma determinação judicial. 17 O auditor deve ser discreto em suas atividades, suas ações não devem chamar a atenção das áreas auditadas, não devem gerar incômodos ou desgastes na rotina. É notório que, em determinados trabalhos, as solicitações da auditoria atrapalhem a rotina da área, ou coloquem os auditados em uma situação desconfortável. Nesses casos, cabe ao auditor se dedicar a superar essas adversidades. (Mattos, 2017, p. 54). A ética e a moral são relevantes para o exercício de qualquer profissão. Cabe ao auditor independente ter conduta sábia diante de muitos eventos que lhe defrontará. Saber identificar e como agir em situações em que se observam comportamentos dos empregados da organização de forma contrária aos interesses delas, ou ainda, agindo com dolo e interesse próprio, compete ao auditor reportar à alta administração, para que tome as providências cabíveis. Deverá evitar conflitos, e diante destes, solucioná-los, de forma que nenhuma lei, norma, ou preceito ético e moral seja infringido. Saiba mais No Brasil, algumas frases que já se tornaram de uso comum e estão incluídas no cotidiano popular passam a equivocada impressão de que os brasileiros são “malandros” e/ou “aproveitadores”. São alguns exemplos: “Todo homem tem seu preço.” “Todo mundo faz isso, por que eu seria diferente?” “Não estou roubando de ninguém, já que o dinheiro é público.” E por aí vai... Eu entendo que o homem é fruto do meio. Não entendo que alguma pessoa nasça má ou boa. Ela simplesmente vai se adequando e se desenvolvendo dentro do que a sociedade oferece como correto e honesto. Constantemente são noticiados nos meios de comunicação casos absurdos de condutas aéticas, como alguns poucos exemplos abaixo, dentre muitos outros. Continue essa leitura no livro de Lins (2017, p. 25). TEMA 5 – ÓRGÃOS E NORMAS APLICADAS À AUDITORIA As atividades da profissão de contabilidade são regadas por interesses de inúmeras instituições, organizações e pela esfera pública, as quais disciplinam, legalizam, concedem direitos e deveres, como padronizam as atividades e processos, e determinam como devem ser apresentados e relatados as informações e os demonstrativos contábeis. Não há uma supremacia, uma 18 hierarquia legislativa/normativa, o que ocorre é uma interligação e inter- relacionamento entre todas as normas aplicáveis à organização, à ciência contábil e a auditoria. Quadro 5 – Órgãos reguladores da profissão de auditor CVM – Comissão de Valores Mobiliários É um órgão nacional, vinculado ao ministério da fazenda, que tem como finalidade acompanhar o mercado de valores mobiliários no Brasil. Por meio de sua Instrução Normativa no 308/99, delibera sobre os direitos e deveres das auditorias independentes, tratando de trabalhos envolvendo empresas que operam no mercado de capitais brasileiro. IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil Tem como principal objetivo a luta em prol do fortalecimento da profissão de auditor independente e das estruturas de mercado no Brasil, além disso é a instituição autorizada a traduzir o Livro Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS). CFC e CRC – Conselho Federal e Regional de Contabilidade O CFC é responsável pela regulamentação da profissão contábil e pela emissão de normas que norteiam o trabalho de contadores e auditores internos e externos, em relação a trabalhos de auditoria contábil ou de avaliação de controles internos que afetam a situação patrimonial ou resultado das empresas. IIA Brasil – Instituto dos Auditores Internos do Brasil O IIA Brasil tem como preocupações promover o valor dos auditores internos nas organizações, proporcionar condições para o desenvolvimento e a capacitação dos executivos do setor e, ainda, disseminar o papel desse profissional no mercado. IASB – International Accounting Standards Board Criado em 2001, com sede em Londres, o IASB é responsável pelo estudo e divulgação das normas contábeis internacionais (IFRS, do inglês International Financial Standards Reports). FASB – Financial Accounting Standards Board Também é responsável pelo estudo e divulgação de normas técnicas da contabilidade chamadas FAS, do inglês financial accounting standards. Porém as normas emitidas por essa entidade estão restritas a empresas do mercado financeiro americano. Não são consideradas normas internacionais como o IFRS. IFAC – International Federation of Accountants Criado em 1977, com sede nos Estado Unidos, o IFAC é responsável por emitir orientações contábeis e de auditoria em aspectos como: IAS (normas e procedimentos internacionais de auditoria) por meio do apoio ao IAASB; código de 19 ética sobre dos profissionais de contabilidade; procedimentos internacionais de contabilidade gerencial e governamental. IAASB – International Auditing and Assurance Standards Board Criado em 1978, nos Estados Unidos, é intitulado como organismo de normatização e tem como finalidade estabelecer normas internacionais sobre auditoria, revisão, outras assegurações, controle de qualidade e serviços relacionados. Também trabalha para melhorar a qualidade da prática dos auditores em todo o mundo. PCAOB – Public Company Accounting Oversight Board Ativo desde 2002, também com sede nos Estado Unidos, foi criado em conjunto com a Lei SOX (Sarbanes-Oxley), com a finalidade de fiscalizar auditores e, consequentemente, proteger os interesses dos investidores. Embora aplicável às empresas que estão submetidas a SOX, o PCAOB tem como missão estabelecer as normas de auditoria, controle de qualidade, ética e independência em relação aos processos de inspeção e a emissão dos relatórios de auditoria Fonte: Mattos, 2017, p. 32-33. Os órgãos com mais destaque no quesito normatização da auditoria no Brasil decorre da atuação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC). É válido lembrar que toda norma atende aos anseios e requisitos disciplinados pelos demais órgãos do quadro 5 Quadro 6 – Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) classificam-se em Profissionais e Técnicas. Estas estabelecem preceitos de conduta profissional, padrões e procedimentos técnicos necessários para o adequado exercício profissional. As normas profissionais se estruturam conforme segue: I. Geral – NBC PG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade; II. do Auditor Independente – NBC PA – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores independentes; III. do Auditor Interno – NBC PI – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos; IV. do Perito – NBC PP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuamcomo peritos contábeis. As normas técnicas se estruturam conforme segue: I. Geral – NBC TG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com as normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board 20 (IASB); e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais; II. do Setor Público – NBC TSP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público, convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público, emitidas pela International Federation of Accountants (IFAC); e as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais; III. de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica – NBC TA – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Independente emitidas pela IFAC; IV. de Revisão de Informação Contábil Histórica – NBC TR – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Revisão convergentes com as Normas Internacionais de Revisão emitidas pela IFAC; V. de Asseguração de Informação Não Histórica – NBC TO – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Asseguração convergentes com as Normas Internacionais de Asseguração emitidas pela IFAC; VI. de Serviço Correlato – NBC TSC – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas aos Serviços Correlatos convergentes com as Normas Internacionais para Serviços Correlatos emitidas pela IFAC; VII. de Auditoria Interna – NBC TI – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Auditoria Interna; VIII. de Perícia – NBC TP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Perícia; IX.de Auditoria Governamental – NBC TAG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria Governamental convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Governamental emitidas pela Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI). Fonte: Resolução CFC n. 1.328/11; Lins, 2017, p. 30. Você poderá acessar todas as Normas Brasileiras de Contabilidade em: <https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/>, aqui você encontra as normas agrupadas conforme o quadro 6. Ao clicar em uma delas, você é direcionado para a relação completa das normas que contêm o respectivo menu. 21 Saiba mais Normas Brasileiras de Contabilidade: <https://www.youtube.com/watch?v=FRftKLSr0Qg>. Acesso em: 13 jun. 2022. Esse rol de normas é crucial e vital para ser de conhecimento notório dos auditores e contabilistas, pois eles necessitam delas para atuar dentro da legalidade e atender aos anseios da sociedade como um todo. Aos demais profissionais de negócios, é importante para conhecer como agir e contribuir para os processos de auditagem, quando defronte dela. Ainda, perceber e identificar o papel relevante e preponderante na credibilidade e confirmação dos atos e fatos anunciados por sua organização. FINALIZANDO A evolução da auditoria acompanhou o desenvolvimento tecnológico da comunicação, dos sistemas empresariais e do mercado de capitais. Os demonstrativos contábeis objetivam revelar a situação financeira da empresa, a qual é apreciada pelos investidores, credores e órgãos públicos que têm interesse naquela organização. Dessa forma, o auditor exerce significativa importância, pois por meio de seu parecer (relatório) concede mais credibilidade e relata que a empresa que reporta mantém controles que atendem às expectativas de todo aparato legislativo/normativo. A ética e a moral praticada pelo auditor revelam que este atua de forma imparcial, tendo eficiência e objetividade no processo de auditoria e na sua evidenciação. Toda auditoria é pautada e realizada por técnicas e normas no âmbito contábil, para tanto, deve- se os interessados por essa ciência conhecer os órgãos e as normas que constantemente aperfeiçoam o arcabouço teórico e normativo, perfazendo da auditoria uma obra-prima em constante aprimoramento. 22 REFERÊNCIAS ALVES, A. Auditoria contábil avançada [recurso eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2017. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. CRC-CE. Conselho Regional de Contabilidade do Ceará. Auditoria Contábil. Disponível em: <https://www.crc-ce.org.br/fiscalizacao/informacoes- importantes/auditoria- contabil/#:~:text=A%20auditoria%20tem%20por%20objetivo,e%20a%20repres enta%C3%A7%C3%A3o%20desse%20patrim%C3%B4nio>. Acesso em: 20 abr. 2022. FAVERO, F. Responsabilidade civil dos auditores independentes: uma análise da sua função e critérios para sua responsabilização. São Paulo: Almedina, 2018. LINS, L. dos S. Auditoria: uma abordagem prática com ênfase na auditoria externa: contém exercícios. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. MATTOS, J. G. de. Auditoria [recurso eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2017. NBC TA 200 (R1). Objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2016. PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004.
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