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2impressao METODOLOGIAS DE AUDITORIA EXTERNA

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AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METODOLOGIAS DE 
AUDITORIA EXTERNA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Liezer Veloso 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Sabendo que o enfoque da auditoria é examinar as demonstrações 
contábeis e conceder maior credibilidade aos dados e informações reportados 
nela, é necessário compreender que muitos fatores precisam ser observados para 
que esse objetivo seja alcançado. É vital em nossos estudos jamais deixar de lado 
o objetivo da auditoria, pois ele revela que as decisões a serem tomadas, em 
todas, prezam por alcançar, estruturar e remanejar os meios e processos 
necessários para o parecer. Para isso, essa etapa trará um roteiro com as fases 
da auditoria, permitindo que criemos um planejamento e estruturemos um 
cronograma que possa ser aplicado para obter exatidão na auditagem. Além do 
roteiro de auditoria, será apresentado aspectos como relevância, materialidade, 
riscos, distorção, alguns testes de auditoria e a opinião do auditor (relatório de 
auditoria). 
CONTEXTUALIZANDO 
A complexidade dos processos das organizações revela que os desafios 
da auditoria são grandes, pois selecionar e estruturar um planejamento que possa 
examinar e confrontar as informações e os dados reportados nas DCs precisa de 
muita técnica e experiência do auditor. Para tanto, os procedimentos de auditoria 
e todo o aparato normativo revela que os caminhos podem ser facilitados, ao 
passo que a equipe de auditoria observa de forma obediente e aplica todo 
conhecimento em prol de evidenciar a fidedignidade das informações. 
Sabe-se que o planejamento é uma ferramenta utilizada por inúmeras 
ciências, pois criar o caminho a ser trilhado é a melhor forma de observar as 
estratégias a cada passo a ser dado. Para isso, o roteiro de auditoria serve para 
criar um caminho que levará os auditores ao encontro do seu relatório, ou melhor, 
o roteiro apresentará as fases que lhe possibilitará escavar provas e evidências 
que lhe concederão condições de expressar sua opinião. 
Os riscos de auditoria precisam ser notórios a cada auditagem, pois quando 
estes forem menores, mais exato será o parecer do auditor, em conformidade com 
aquilo que foi relatado pela empresa e confirmação dele. Todavia, ao contrário, 
ao identificar que as DCs podem apresentar distorções significativas, o auditor 
precisa apontá-las em seu relatório, utilizando-se das possibilidades em que sua 
opinião poderá ser expressa, segundo as orientações da NBC. 
 
 
3 
TEMA 1 – ROTEIRO SINTÉTICO DA REALIZAÇÃO DA AUDITORIA 
Como o objeto da auditoria consiste em examinar as demonstrações 
contábeis (DCs), é vital compreender que o surgimento destas tem relação direta 
com fatores internos e externos. Para tanto, as informações reportadas foram 
oriundas de um fluxo de informações dentro dos parâmetros do controle interno 
da organização. 
A auditoria ocorre por solicitação da administração da empresa – conselho 
fiscal, diretoria executiva ou pelo conselho de administração. Todavia, algumas 
organizações não necessitam passar por auditoria. A obrigatoriedade recai sobre 
as registradas na CVM e as de grande porte (ativo total superior a 
R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual 
superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais) no exercício social 
anterior) em consonância a Lei n. 6.404/1976 e alterações pela Lei n. 
11.638/2007. 
A prestação do serviço de auditoria independente, antes do aceite pelos 
auditores, passa pela ciência acerca dos procedimentos, métodos e do controle 
interno que a organização que será auditada utilizada. Tal razão é vital para 
análise dos auditores porque, de forma simples, não havendo controles e 
obediência aos preceitos contábeis e legais, os valores concernidos nas DCs 
podem não apresentar informações fidedignas. Assim, o grau de confiança é 
reduzido, ao passo que a coleta dos dados e a escrituração da empresa não foi 
executada corretamente dentro dos moldes contábeis. 
Estabelecido o grau de confiança dos controles internos, qual seja, o 
sistema de coleta de informação e dos controles internos permite com 
razoável eficiência e eficácia que todas as alternativas e possibilidades 
sejam informadas para as mutações da situação patrimonial a aplicação 
da auditoria se faz por testes, provas seletivas, amostragens estatísticas 
que objetivam a obtenção de provas e evidências necessárias para a 
formação da opinião do auditor acerca das demonstrações contábeis. 
(Attie, 2018, p. 17) 
Após a favorável análise de que os procedimentos e os controles internos 
da organização atendem aos códigos contábeis, os processos de auditoria 
poderão ser executados. Os testes, as evidências e as provas precisam ser 
registrados nos papéis de trabalho, os quais consistem em elementos de prova 
da execução do serviço do auditor, que diante destes tem possibilidades para 
emitir seu parecer. 
 
 
4 
Como roteiro resumido, para sucesso da auditoria as seguintes etapas 
precisam ser planejadas, controladas e executadas dentro de todas as normas 
aplicáveis. Importante aqui a Resolução CFC n. 1.204/2009, que aprova a NBC 
TA 210 – Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria. 
Quadro 1 – Etapas da Auditoria 
Etapa inicial 
• Solicitação dos serviços de auditoria por empresa interessada. 
• Dimensionamento dos trabalhos de auditoria. 
• Carta-proposta dos serviços de auditoria. 
Etapa da execução 
da auditoria 
• Planejamento do trabalho. 
• Estudo e avaliação dos sistemas de controles internos. 
• Testes de procedimentos de controles internos. 
• Seleção e programa de trabalho da auditoria. 
• Aplicação dos procedimentos de auditoria. 
• Evidenciação dos exames efetuados. 
Etapa de conclusão 
da auditoria 
• Avaliação das evidências obtidas. 
• Emissão do parecer de auditoria. 
• Elaboração dos relatórios de auditoria. 
Fonte: elaborado com base em Attie, 2018, p. 17. 
1.1 Etapas da auditoria 
Em atendimento à Instrução CVM n. 308 (arts. 26 a 29 e art. 31), que deve 
ser solicitada a auditoria, compete a entidade contratar a auditoria independente 
(firma ou pessoa física) e os auditores não podem prospectar clientes. Tal fato faz 
prevalecer a soberania da independência da auditoria em relação ao auditado. 
Para dimensionar o trabalho de auditoria e avaliar os honorários, como 
também as complexidades e os procedimentos que deverão ser realizados pelos 
auditores, eles precisam conhecer: tipo e ramo da empresa; quais produtos e 
serviços ela oferta ao mercado; o número de empregados; a localização dos ativos 
fixos (imobilizado) e os estoques nos centros de distribuições; a cartela de clientes 
e seu respectivo faturamento; a estrutura organizacional e seus documentos; 
aspectos da escrituração contábil (quantidade de lançamentos e os principais 
registros por operações) e o sistema completo do controle interno. 
Após o dimensionamento, é possível estipular prazos e valores para 
execução da auditoria. Nesse momento, o auditor envia uma carta proposta para 
realização, com o escopo dos serviços que serão executados. Caso a entidade 
aceite, a próxima etapa consiste na celebração do contrato de prestação de 
serviço, em conformidade aos preceitos da NBC PA 200; da Resolução CFC n. 
1.311/2010 e da NBC TA 210 (R1). 
 
 
5 
O planejamento do trabalho de auditoria é vital, pois é necessário fazer o 
levantamento das tarefas de auditoria que deverão ser realizados, como também 
a amplitude de documentos e o levantamento das provas segregadas pelas áreas 
de atuação da auditoria. Um exame preliminar é importante, pois objetiva avaliar 
os processos e itens cruciais antes do encerramento do exercício social e da 
elaboração das DCs. Os itens podem compreender: o conhecimento dos controles 
internos, inspeção física do imobilizado, seleção das contas a serem confirmadas, 
contagens físicas de estoque e realização de alguns examesde auditoria nas 
contas patrimoniais e de resultados. Após, é realizado o exame final, momento de 
pós-fechamento do exercício social em que as DCs foram finalizadas. Aqui, 
finaliza-se os exames iniciados na fase anterior, examina-se as variações dos 
saldos e busca-se por transações incomuns e faz-se o acompanhamento e exame 
das confirmações selecionadas e respondidas, a análise dos inventários e 
confirmação conforme as demonstrações e a conclusão da auditagem. 
O estudo e a avaliação dos sistemas de controles internos possibilita 
mensurar a eficácia e eficiência dos processos internos da organização; quanto 
melhor for o controle interno, mais eficaz as informações das DCs será, visto que 
a escrituração será decorrente do fluxo mais assertivo, objetivo e claro dentro da 
organização. Para tanto, observa-se o quão é adequado os registros contábeis 
por meio do controle interno. 
“Os testes de procedimentos de controles internos são executados para 
determinar que as informações obtidas pelo estudo e avaliação dos controles 
internos estão vigentes, são reais e permitem que todas as transações de igual 
natureza tenham idênticos processos e registros” (Attie, 2018, p. 20). 
A seleção e o programa de trabalho da auditoria ocorrem após a validação 
e o entendimento do controle interno. Agora, é projetado os procedimentos de 
auditoria para averiguar a razoabilidade das operações e o impacto nas DCs. 
Observa-se a natureza – tipo ou espécie de procedimento de auditoria que deverá 
ser aplicado, bem como estipula-se a quantidade de operações da mesma 
espécie e o período que será examinado, e a profundidade, que diz respeito à 
quantidade de dados a ser examinada. 
Por meio da evidenciação dos exames efetuados, conquistados pelos 
procedimentos de auditoria, o auditor obtém dados e informações para firmar e 
pautar sua opinião. Todas as evidências devem ser indexadas aos papéis de 
trabalho para constituir provas de sua conclusão. 
 
 
6 
A etapa da conclusão ocorre inicialmente com avaliação das evidências 
obtidas e documentadas nos papéis de trabalho: “o auditor, com a aplicação e o 
exercício de seu julgamento profissional, realiza a avaliação das provas e da 
validade dos dados submetidos a julgamento” (Attie, 2018, p. 20). Depois, o 
auditor avalia o tipo de parecer de auditoria que será relatado em relação às DCs, 
elabora este em conformidade com a NBC TA 700. Após o parecer (opinião) do 
auditor, a última etapa consiste na elaboração dos relatórios de auditoria, o qual, 
além de contemplar o parecer, apresenta as DCs, as notas explicativas e os 
relatórios auxiliares que podem indicar os exames por áreas ou processos, suas 
revisões e toda gama informacional que seja útil à administração e melhoria dos 
controles internos, caso necessário e identificado pela auditagem. 
Saiba mais 
Principais etapas da auditoria independente. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=bcLPR0nR93c>. Acesso em: 8 jun. 2022. 
1.2 Processo da auditoria 
O processo de auditoria possibilita criar uma linha lógica para buscar 
evidências, documentos e comprovação para que a opinião do auditor possa ser 
expressa, visto que o objetivo de processo de auditagem é a emissão do parecer 
técnico do auditor. Dessa forma, o parecer deve ser redigido com base em 
informações factuais. 
Figura 1 – Roteiro sinóptico do processo auditorial 
 
Fonte: elaborado com base em Attie, 2018, p. 23. 
2 Análise da 
afirmação
3 Avaliação 
da afirmação
4 Obtenção 
de elementos 
comprobatórios
5 Formação 
de opinião
1 Afirmação
 
 
7 
Afirmação representa o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do 
Resultado e Exercício (DRE), a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) e demais 
DCs, e ainda, o controle de estoque, os controles e documentos de pessoal, 
documentos financeiros, entre outros. Ou seja, afirmação pode ser entendido 
como qualquer item apresentado pela empresa que traga uma informação – 
situação financeira, econômica, patrimonial. Afirmação diz respeito ao que a 
empresa relata, reporta, informa, demonstra, ao que afirma existe, existiu ou 
ocorrerá. 
TEMA 2 – ANÁLISE DA AFIRMAÇÃO 
Na análise da afirmação, o auditor precisará elencar os meios de levantar 
elementos que comprovem tal afirmação. “Procura-se, por intermédio da leitura e 
visualização de cada fator, buscar a origem dos dados, a complexidade, a 
relevância e o levantamento de perguntas a cada afirmação que venha a auxiliar 
a confecção de um bom planejamento de trabalho” (Attie, 2018, p. 24). Para uma 
análise da afirmação assertiva, ela precisa passar por quatro estágios: revisão 
analítica; planejamento; conhecimento e conteúdo do planejamento. 
2.1 Revisão analítica 
A revisão analítica possibilita identificar a abrangência da auditoria. Aqui o 
auditor precisa avaliar os riscos que tenham maior significância, ponderando sua 
atenção e estipulando exames com maior profundidade. Assim, os riscos dão 
sentido e o cerne para poder criar os procedimentos de auditoria. 
Cada dado precisa ser questionado intensamente, com isso é possível 
extrair da organização informações mais pertinentes para análise e exame, 
revelando quais objetos serão auditados (caixa, fornecedores, estoque, DRE…). 
“Em complemento, a revisão analítica pode apontar os locais, departamentos e 
filiais cuja escolha deva recair para as visitas e exames de auditoria em função de 
fatores históricos, aspectos de controle e volumes operacionais”. (Attie, 2018, p. 
25). 
Os dados precisam ser colocados em prova: quais aspectos podem conter 
por trás desse valor? Há outros locais? Contém outros mecanismos de controles? 
Esse valor pode acarretar quais problemas nas análises? 
 
 
8 
2.2 Planejamento 
Para o sucesso da auditagem, a execução eficaz da auditoria é dependente 
de um planejamento bem elaborado. Assim, os objetivos propostos terão um curso 
fluente e capaz de conduzir papéis e procedimentos de auditoria para que seu 
objetivo seja alcançado – emissão do parecer do auditor. 
O planejamento é o alicerce para a ação dos planos de trabalho e serve 
como guia, base, roteiro para que todo processo de análise, verificação e 
confirmação das DCs aconteça. De tal modo, todos os fatos, meios, recursos, 
condições, restrições, sujeitos e objetos devem ser conhecidos antecipadamente 
e dispostos em conformidade ao julgamento do plano a ser elaborado pelo auditor. 
Nessa fase, os aspectos descritos no Quadro 2 a seguir são importantes. 
Quadro 2 – Fatores a serem considerados para o Planejamento de Auditoria 
• o conhecimento detalhado das práticas contábeis adotadas pela entidade e as alterações 
procedidas em relação ao exercício anterior; 
• o conhecimento detalhado do sistema contábil e de controles internos da entidade e seu grau de 
confiabilidade; 
• os riscos de auditoria e identificação das áreas importantes da entidade, quer pelo volume de 
transações, quer pela complexidade de suas atividades; 
• a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria a serem aplicados; 
• a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas; 
• o uso dos trabalhos de outros auditores independentes, especialistas e auditores internos; 
• a natureza, o conteúdo e a oportunidade dos pareceres, relatórios e outros informes a serem 
entregues à entidade; e 
• a necessidade de atender a prazos estabelecidos por entidades reguladoras ou fiscalizadoras e 
para a entidade prestar informações aos demais usuários externos. 
• obtenção de evidências suficientes de que os saldos de abertura do exercício não contenham 
representações errôneas ou inconsistentes que, de alguma maneira, distorçam as demonstrações 
contábeis do exercício atual; 
• exame da adequação dos saldos de encerramento do exercício anterior com os saldos de 
abertura do exercício atual; 
• verificação se as práticas contábeis adotadas no atual exercício são uniformes com as adotadas 
no exercícioanterior; 
• identificação de fatos relevantes que possam afetar as atividades da entidade e sua situação 
patrimonial e financeira; e 
• identificação de relevantes eventos subsequentes ao exercício anterior, revelados ou não 
revelados. 
Fonte: Attie, 2018, p. 25-26. 
No planejamento da auditoria, compete ao auditor e sua equipe identificar 
quais as estratégias que trarão melhor resultado para o sucesso da auditagem. 
Para tanto, as estratégias devem conduzir para a elaboração de um plano de 
trabalho que tenha eficiência e eficácia nos procedimentos e exames. 
 
 
9 
2.3 Conhecimento 
Conhecer o terreno que será trilhado é a melhor forma de ponderar a 
velocidade e a força ao pisar. O auditor precisa ter ciência dos aspectos mais 
relevantes e essenciais da organização, visto que cada empresa apresenta 
peculiaridades que impactam e modificam meios e formas pelas quais a auditoria 
se desencadeará. Assim, o porquê de como e o que a empresa faz tem sentido e 
faz relação às DCs. 
Para tanto, precisa-se conhecer as operações, os processos, as forças que 
atuam internamente e externamente e o fluxo de trabalho. Isso possibilita ao 
auditor ter um caminho mais claro e admitir um planejamento mais assertivo, de 
modo que a execução e o resultado dos exames possam ser maximizados, 
concedendo maior grau de confiança. 
Na fase do conhecimento, os seguintes aspectos são cruciais, a serem 
visualizados na empresa: controles internos contábeis; obediência aos princípios 
e métodos de contabilidade; clareza das atividades realizada pela entidade; 
fatores econômicos – políticas governamentais, taxas de juros e condições de 
financiamentos, inflação e desemprego; toda legislação aplicável para entidade – 
impostos, taxas, contribuições sociais e regulamentações do setor; práticas 
operacionais da empresa – natureza e tipo de atividade, localização dos bens, 
unidades e filiais, clientes e fornecedores, licenças, marcas, sistemas de 
informações e controles gerenciais; competência da administração – estrutura 
corporativa, relacionamento entre as partes relacionadas, limite de alçada e 
responsabilidade, grau de autonomia da administração para tomada de decisão; 
práticas contábeis adotadas; sistema contábil e de controle interno; áreas 
importantes da entidade; volume de transações; complexidade das transações; 
entidades associadas, filiais e partes relacionadas; participação do trabalho de 
outros auditores independentes, auditores internos e especialistas; exigências e 
prazos estabelecidos por órgãos reguladores. 
2.4 Conteúdo do planejamento 
Em conformidade com os aspectos anteriores, o pré-planejamento poderá 
ser visualizado e desenhado, facilitando o entendimento dos esforços necessários 
para execução da auditoria. Diante de sua experiência, o auditor poderá visualizar 
caminhos, estratégias, complexidades e “enigmas” visualizados inicialmente em 
 
 
10 
tudo o que se tornou notório até aqui, para após isso elaborar um programa 
específico para auditar. 
Agora, engajado em realizar um plano eficaz, o auditor deverá redigir 
claramente todas as peças que conduzirão seus trabalhos, levando como 
premissas as orientações contidas na NBC TA 320 (R1) Materialidade no 
Planejamento e na Execução da Auditoria. Os elementos a seguir devem fazer 
parte de todo conteúdo abrangidos pelo planejamento (Attie, 2018, p. 37-41): 
cronograma; procedimentos de auditoria; relevância e planejamento; riscos de 
auditoria; pessoal designado; épocas oportunas dos trabalhos; horas estimas para 
a execução dos trabalhos; supervisão e revisão; indagações à administração para 
concluir o planejamento; revisões e atualizações no planejamento e nos 
programas de auditoria; planejamento da primeira auditoria; saldos de abertura; 
procedimentos contábeis adotados; uniformidade dos procedimentos contábeis; 
eventos relevantes subsequentes ao exercício anterior; revisão dos papéis de 
trabalho do auditor anterior. 
O planejamento de auditoria possibilitará executar uma profunda varredura 
na organização. Dessa forma, os aspectos aqui analisados e programados 
poderão ser confirmados pelos procedimentos de auditoria. No cronograma, o 
auditor deverá deixar claramente todas as áreas, setores, atividades e unidades 
que passarão pelo seu exame, elencando etapas e épocas. Assim, os serviços 
declarados no contrato da prestação de serviços de auditoria deverão ser 
discriminados no cronograma, perfazendo a independência e transparência da 
auditoria, servindo de comprovação dos compromissos assumidos com os que 
serão realizados. 
TEMA 3 – AVALIAÇÃO DA AFIRMAÇÃO 
Finalizado a etapa de análise, o desafio agora é angariar provas e 
documentos para sua avaliação. Aqui, o auditor deve identificar quais métodos e 
medidas poderão ser utilizados para realizar a avaliação da afirmação. Se desejar 
avaliar a conta estoque, ele poderá trilhar alguns caminhos – observar o controle 
de estoque no sistema gerencial, conferir os controles dos inventários realizados 
e anotados fisicamente, visitar in loco as unidades que contêm estoques e 
armazéns, avaliar os controles internos acerca dos trâmites de estocagem etc. 
Para determinar os métodos e medidas compatíveis e suficientes, é 
necessário examinar as circunstâncias que influem na determinação 
 
 
11 
dessa suficiência. A natureza, o momento e a profundidade dos testes 
de auditoria são, em essência, parte de um processo de identificação 
para verificar o objeto da auditoria. Não obstante isso, o auditor deve 
considerar diversos fatores capazes de afetar a auditoria, para poder 
planejar a abrangência de auditoria nos diversos setores, 
individualmente. (Attie, 2018, p. 41) 
É preciso que os auditores observem a gama de condições, restrições e 
meios que podem inferir em seus exames, os quais impactarão diretamente na 
qualidade da emissão do seu parecer. 
O nível de controle interno da empresa serve como fonte de credibilidade 
para o auditor. Após avaliar o grau de confiança dos controles, o auditor poderá 
estabelecer a intensidade e quantidade de teste de procedimentos e teste de 
saldos substantivos que vai realizar. Erros e irregularidades são minimizados ao 
passo que os controles são mais robustos, como também as análises e a extensão 
da auditoria a ser aplicada é projetada em relação ao grau de exatidão dos 
controles internos. Todavia, mesmo que haja um controle em conformidade e 
considerado blindado pelos auditores, estes precisam encontrar outras evidências 
que revelem fidedignidade dos dados reportados quanto a erro, fraude e 
irregularidades. Tal questão é importante visto que os administradores pelo poder 
recebido podem algumas vezes driblar os controles (conluio). 
A subjetividade inerente diz respeito ao julgamento do empregado que 
executará as atividades, ao passo que a atividade seja rotineira e sem muita 
complexidade para executar/decidir, ou seja, ele executa seguindo os 
procedimentos e normas da empresa, sem necessitar aplicar senso crítico ou 
dispor de experiência. Todavia, atividades que necessitem de aplicação complexa 
de raciocínio, análise técnica e um julgamento pessoal podem aumentar o risco 
de auditoria. A operação do caixa é rotineira e não exige procedimentos 
complexos de auditoria, todavia, ao se observar a atividade da gestão de estoque 
de uma construtora com contrato de longo prazo, por exemplo, exige-se maior 
análise acerca do custeio e da formação do preço e custo do projeto (imóvel, 
empreendimento). 
Outro aspecto que pode inferir na avaliação da afirmação é a integridade 
dos administradores. Ocorre, como noticiado em muitos canais, 
comportamentos de gerentes e presidentes (CEOs, executivos), os quais agiram 
contrários aos moldes aceitos pela empresa e disciplinados pela governança 
corporativa e pelos controles internos. Dessa forma, os procedimentos de 
auditoria devem levar em conta o que possa conter conflitos de interesses12 
(organização X executivos), assim os dados reportados poderão ter vieses 
subjetivos dos objetivos dos executivos (manipulação dos procedimentos para 
maximização dos dividendos). Caso essa afirmativa aconteça, os procedimentos 
de auditoria deverão ser aplicados, teste e análises devem ser mais profundos, 
ocasionando uma expansão temporal na auditagem, e as considerações dos 
administradores não devem fazer parte, visto que não são confiáveis. O que deve 
ocorrer é uma administração idônea e a concordância em preservar os interesses 
dos investidores e da sociedade em geral. Auditor e administrador se unem para 
viabilizar todo processo de auditagem, assim conferindo eficiência e eficácia do 
CEO e dos procedimentos adotados pela organização. 
A ponderação da relevância diz respeito ao impacto que os eventos e 
dados refletem nas DCs. Dessa forma, o plano de auditoria é pautado em 
examinar áreas e processos em que houve maior relevância no que se reporta. 
Áreas com menor impacto terão procedimentos e testes de forma reduzida, 
todavia, sem deixar de lado a asseguração razoável. 
3.1 Relevância, risco e materialidade na auditoria 
Segundo a NBC 200 (R1) (2016), “risco de auditoria é o risco de que o 
auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações 
contábeis contiverem distorção relevante. O risco de auditoria é uma função dos 
riscos de distorção relevante e do risco de detecção” (NBC 200 (R1), 2016). 
Ainda, “risco de detecção é o risco de que os procedimentos executados 
pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não 
detectem uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em 
conjunto com outras distorções” (NBC 200 (R1), 2016). 
“Risco inerente é aquele comum a qualquer atividade empresarial. 
Apresenta-se com ênfase na parte operacional.” (Lins, 2017, p. 255). Aqui os 
riscos podem ser significativos, pois a empresa não tem um controle interno para 
o processo; assim, uma atividade pode conter erro ou fraude, pela ausência de 
controles. Desembolso com serviços de transporte executivo podem ter maior 
superavaliação do que o desembolso com fatura de energia elétrica. 
Distorção é a diferença entre o valor, a classificação, a apresentação ou a 
divulgação de uma demonstração contábil relatada e o valor, a classificação, a 
apresentação ou a divulgação que é exigida para que o item esteja de acordo com 
 
 
13 
a estrutura de relatório financeiro aplicável. As distorções podem originar-se de 
erro ou fraude (NBC 200 (R1), 2016). 
Os conceitos extraídos da NBC 200 (R1) são de extrema importância, pois 
essa normativa deixa claro que pode ocorrer distorções que não sejam detectadas 
pelos procedimentos de auditoria; todavia, os esforços do auditor devem ser para 
reduzir esses riscos. Para tanto, ele atua com um “ceticismo profissional que é 
a postura que inclui uma mente questionadora e alerta para condições que 
possam indicar possível distorção devido a erro ou fraude e uma avaliação crítica 
das evidências de auditoria”. Assim, seu “julgamento profissional é a aplicação 
do treinamento, conhecimento e experiência relevantes, dentro do contexto 
fornecido pelas normas de auditoria, contábeis e éticas, na tomada de decisões 
informadas a respeito dos cursos de ação apropriados nas circunstâncias do 
trabalho de auditoria” (NBC 200 (R1), 2016). 
Fazendo uso do julgamento e ceticismo profissional, o auditor procura 
reduzir os riscos de auditoria por meio de mecanismos para reduzir os riscos de 
detecção, perfazendo que as distorções possam ser conhecidas e orientadas às 
devidas correções nas DCs. Dessa forma, a relevância expressa-se pela 
intensidade que distorções, erros e irregularidades podem impactar na exatidão 
das informações contidas nas DCs. 
Outro aspecto ainda a respeito da relevância norteia a representatividade 
dos valores e das contas nos demonstrativos reportados de forma simples. Um 
estoque contabilizado em R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) tem mais 
representatividade que outro ativo qualquer de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 
Essa comparação denomina-se ponderação do risco relativo; nesse exemplo, 
o outro ativo tem relatividade de risco e o estoque tem relevância. 
A materialidade representa os limites mínimos estipulados para que uma 
conta passe pelo exame de auditoria. Pode-se imaginar que essa conta deverá 
ser auditada se os valores apresentados no ativo representam acima de 1,00% 
do ativo total. Os percentuais devem ser estipulados na fase do planejamento. A 
materialidade é importante para o auditor manter o valor atento a processos e 
contas que causam maiores impactos no patrimônio da entidade. 
Saiba mais 
Auditoria Contábil – Materialidade e Relevância nos Trabalhos de Auditoria. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=CeFiGZaqsno>. Acesso em: 
8 jun. 2022. 
 
 
14 
TEMA 4 – OBTENÇÃO DE ELEMENTOS COMPROBATÓRIOS 
Nesta etapa, compete ao auditor e sua equipe utilizar os meios que 
representa os procedimentos de auditoria mais eficazes para obter elementos 
comprobatórios de seu exame. Deve-se levar em conta a natureza das 
afirmações, a confiabilidade das evidências que necessita alcançar, a finalidade 
de cada revisão e a facilidade de aplicação dos procedimentos da auditoria. 
“Essa é a fase de concretização de trabalho que transforma o programa 
detalhado de auditoria, indicado por uma série de procedimentos específicos, na 
colheita de provas que serão evidenciadas nos papéis de trabalho” (Attie, 2018, 
p. 50). 
Para reunir os elementos que comprovam seu parecer, o auditor se utiliza 
dos testes de auditoria para realizar os exames de forma mais assertiva. Pode ser 
realizado um teste em todas as transações ou se aplicado um processo de 
amostragem para seleção de uma parte que tenha relevância. 
O maior desafio nessa fase aos auditores envolve o entendimento da 
natureza e a extensão da verificação, que seja imperativa, determinando o 
alcance, a abrangência, a quantidade, as condições e os limites dos fatos e 
transações que deverão ser testados, pois, quando utilizado de amostragem, 
sempre ocorre a dúvida da exatidão e representatividade da parte em relação ao 
todo, gerando receio no parecer do auditor. Os testes de auditoria pode ser: 
• testes de procedimentos, que tem por finalidade avaliar se os controles 
da empresa concedem credibilidade aos dados concernidos nas DCs. 
Assim, compreende-se que todas as transações idênticas seguiram o 
mesmo fluxo para contabilização. Aqui não se leva em conta os valores, 
mas sim os procedimentos realizados para registros dos fatos. Dessa 
forma, é necessário verificar se as práticas do controle interno estão sendo 
ou foram realizadas de igual modo a todos os eventos; 
• teste de saldos representa os testes que podem ser feitos para levantar o 
saldo das contas por meio de informações de controles extracontábeis. 
Assim, a confirmação do saldo por outro instrumento garante exatidão do 
saldo relatado na DC. O objetivo é obter provas satisfatórias e convincentes 
de que as transações resultaram os valores reportados. Os aspectos que 
norteiam o teste de saldos é confrontar a existência real do saldo, ou seja, 
as transações existiram de fato e o saldo é resultante delas (existência 
 
 
15 
real). As transações e os valores realmente são correspondentes à 
entidade (propriedade) que reporta. Os saldos foram avaliados e aferidos 
pelos métodos corretos (avaliação e aferição); 
• Testes de transações “consistem basicamente no exame da 
documentação que, em conjunto, suportam os lançamentos e saldos 
contábeis” (Lins, 2017, p. 77). Objetiva reunir todo o universo documental 
daquela transação (exemplo: todas notas fiscais de vendas a prazo) e, 
posteriormente, realiza uma seleção aleatória de um rol de clientes para 
fazer o confronto do saldo. Após a seleção, o auditor realiza os 
procedimentosde auditoria para fazer o exame e a análise. 
TEMA 5 – FORMAÇÃO DA OPINIÃO 
A última etapa do roteiro de auditoria compreende atingir o seu objetivo, 
que consiste na emissão de um parecer (opinião) do auditor acerca dos dados e 
informações que estão sendo reportados. Aqui, a eficiência e eficácia das fases 
anteriores podem conduzir e refletir na exatidão ou superficialidade do parecer. 
Para tanto, a fase de planejamento e análise precisa ser cuidadosamente 
projetada, pois tem como ênfase aliciar meios para reunir provas cabíveis que 
darão um suporte profundo para a emissão da opinião do auditor. 
Assim, os testes realizados pelo auditor possibilitarão confirmar os saldos 
e os procedimentos executados, se atendem ou não às normas aplicáveis. Com 
isso, as informações estão ou não em conformidades, e refletem a posição 
patrimonial, financeira e econômica na data em que foram geradas. 
O parecer de auditoria é um instrumento para o auditor expressar sua 
opinião e deve ser redigido dentro dos parâmetros de auditoria. Ele precisa 
declarar os meios técnicos e os processos de auditoria que utilizou no trabalho de 
campo que possibilitou conduzir todo o processo de levantamento de provas e 
confirmação dos dados, por meio dos quais obteve evidências palpáveis e 
fidedignas que oportunizam agora expressar a representatividade e o grau de 
confiança do que foi reportado. Aos leitores do parecer, o texto possibilita 
compreender os processos de auditoria e meios realizados pela auditoria 
independente e quais as conclusões obtidas; de forma resumida, as partes 
interessadas são informadas. 
A NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor 
Independente sobre as Demonstrações Contábeis, a NBC TA 701 – Comunicação 
 
 
16 
dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do Auditor Independente e a 
NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente representam a 
normatização base para que o auditor possa conduzir a redação de seu parecer. 
Obediências a essas NBC trarão maior exatidão e padronização quanto ao 
formato em que deverá ser expressa sua opinião e roteirização para evidenciar o 
processo de forma clara e objetiva, oportunizando a qualquer leitor o 
entendimento e objetividade daquilo que compreendeu sua confirmação. 
Quadro 3 – Tipos de pareceres 
• Parecer sem ressalvas: esse parecer é emitido pelo auditor no momento em que ele 
executou todos os procedimentos de auditoria na dimensão que considerou necessária e não 
encontrou qualquer evidência que ocasionasse efeitos na opinião emitida. O parecer sem 
ressalva se refere a um exame em que não foram evidenciadas divergências. 
• Parecer com ressalvas: o parágrafo modelo referente à opinião precisa ser modificado. Isso 
é feito de modo a favorecer o entendimento quanto à natureza da ressalva e seu reflexo sobre 
a posição patrimonial e financeira. Também é preciso considerar o resultado das operações, as 
alterações do patrimônio líquido, os fluxos de caixa e os valores adicionais, quando forem 
aplicáveis, se o tal reflexo conseguir ser definido. A ressalva ainda pode ser considerada tão 
significativa a ponto de impossibilitar o auditor de apresentar uma opinião referente às 
demonstrações contábeis. 
• Parecer com opinião adversa: esse parecer é redigido pelo auditor quando ele adquiriu 
dados satisfatórios para opinar que as demonstrações financeiras não apresentam 
corretamente a situação patrimonial e financeira, o resultado das operações, as variações do 
patrimônio líquido e também as origens e a aplicação dos recursos, conforme as técnicas 
contábeis adotadas. Isso ocorre quando o auditor conclui que a operação é tão relevante que 
não se enquadra na emissão de um parecer com ressalvas. 
• Parecer com abstenção de opinião: é redigido quando o auditor não conseguiu executar 
todos os procedimentos de auditoria que considerou necessários e, por esse motivo, não houve 
a possibilidade de formar opinião referente a algum elemento das demonstrações contábeis. 
Dessa forma, não é emitida qualquer opinião. 
Fonte: Alves, 2017, p. 209-210. 
Em atendimento à NBC TA 700, os relatórios de auditoria apresentam os 
seguintes tópicos: Título; Destinatário; Opinião do auditor; Base para opinião; 
Continuidade operacional; Principais assuntos de auditoria; Outras informações; 
Responsabilidades pelas demonstrações contábeis; Responsabilidades do 
auditor independente pela auditoria das demonstrações contábeis; Localização da 
descrição das responsabilidades do auditor independente pela auditoria das 
demonstrações contábeis; Outras responsabilidades relativas à emissão do 
relatório; Nome do sócio ou responsável técnico; Assinatura do auditor; Endereço 
do auditor independente; Data do relatório do auditor. 
 
 
 
17 
Saiba mais 
Nas indicações a seguir, há dois relatórios de auditoria nos quais é possível 
visualizar as temáticas apresentadas até o momento. 
1º Exemplo de Relatório. Sobre Demonstrações Contábeis 31 de dezembro 
2022 e 2021 da empresa MagazineLuiza. Acesse o link: 
<https://ri.magazineluiza.com.br/Download/ITR-
DFP?=1ma7Uig6SY1ApD3uYujvpw==> 
2º Exemplo de Relatório. Sobre Demonstrações Contábeis 31 de dezembro 
2015. Acesse o link: <https://transparencia.cfp.org.br/wp-
content/uploads/sites/8/2015/12/Relat%C3%B3rio-dos-Auditores-Independentes-
sobre-as-demonstra%C3%A7%C3%B5es-contabeis-de-31-dez-2015-Audi-
Link.pdf> 
FINALIZANDO 
A opinião do auditor só poderá ser expressa com maior convicção, ao 
passo que os procedimentos e métodos de auditoria trouxerem essa convicção 
ao julgamento profissional do auditor. Uma análise fraca, incompleta, não concede 
convicção, tão pouco dá confirmações de que o auditor precisa. Dessa forma, a 
experiência profissional do auditor, o conhecimento técnico e a observação a 
todas as normas aplicáveis oportuniza um entendimento profundo acerca dos 
ricos, das complexidades e de como criar um processo de auditagem eficiente e 
eficaz. 
A qualidade do relatório com a opinião do auditor é ampliada ou reduzida, 
sendo diretamente proporcional à qualidade dos procedimentos aplicados por ele. 
Atividade de fixação 
1. (Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2003) Dadas as situações a seguir, 
identifique, na respectiva ordem, quais os tipos de parecer de auditoria mais 
adequados a cada situação: 
I. O auditor constatou que a empresa Alpha S.A. somente faturava parte de 
suas mercadorias vendidas e que boa parte das mercadorias compradas 
entravam sem documentação hábil. 
II. O auditor constatou que a empresa Beta S.A. não estava reconhecendo os 
juros e variações monetárias de seus contratos de financiamentos no 
 
 
18 
Banco Empresta Tudo S.A., efetuando a contabilização somente no 
pagamento do empréstimo. 
III. O auditor, ao executar os trabalhos na empresa Gama S.A., encontrou 
divergências no cálculo da provisão para contingências trabalhistas. Ao 
analisar a relevância dos números, percebeu que estes não afetavam as 
demonstrações contábeis. 
IV. O auditor, ao avaliar as demonstrações financeiras da empresa Ômega 
S.A., não conseguiu compor o saldo das contas de financiamentos 
concedidos, nem das contas de investimento. 
a. Com ressalva, adverso, abstenção de opinião e sem ressalva. 
b. Adverso, abstenção de opinião, sem ressalva e com ressalva. 
c. Adverso, com ressalva, sem ressalva e abstenção de opinião. 
d. Abstenção de opinião, sem ressalva, com ressalva e adverso. 
e. Abstenção de opinião, com ressalva, sem ressalva e adverso. 
2. (Adaptado Casa da Moeda – Auditor – 2009) Sobre as técnicas de 
auditoria, na ótica das normas do Conselho Federal de Contabilidade, 
analise as afirmações a seguir. 
I. O planejamento de auditoria pressupõe adequado nível de conhecimento 
sobre o ramo de atividade, negócios e práticas operacionais da entidade. 
II. Uma vez estabelecidos, os programas de trabalho do auditor são imutáveis, 
a menos que a administraçãoda entidade concorde com sua revisão e 
atualização. 
III. O auditor, ao aplicar os testes de saldo, deve objetivar a obtenção de 
evidências quanto à existência, à efetividade e à continuidade dos controles 
internos e exatidão dos processos. 
IV. Ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção 
de itens a serem testados, o auditor pode empregar técnicas de 
amostragem não estatísticas. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a. I e III. 
b. I e IV. 
c. II e III. 
d. II e IV. 
e. III e IV. 
 
 
19 
3. (Auditor-Fiscal da Previdência Social – 2002) Na realização dos serviços 
de auditoria, a avaliação do controle interno é de fundamental importância 
para o auditor. Assim sendo, pode-se afirmar que: 
a. há relação do controle interno com o número de testes a serem aplicados 
pela auditoria. Dessa forma, se o controle interno for eficiente, menor será 
o número de testes, mas o auditor nunca deverá deixar de aplicá-los. No 
entanto, se o controle interno for deficiente, o auditor deverá aplicar número 
maior. 
b. empresa que apresente controle interno deficiente, segundo a avaliação do 
auditor, dispensa a aplicação de teste, pois o controle interno não interfere 
nessa análise. 
c. o número de testes é puramente subjetivo, ou seja, depende da experiência 
do auditor. 
d. os testes de auditoria não guardam correlação com a avaliação do controle 
interno da empresa. 
e. empresa que apresente controle interno eficiente, segundo a avaliação do 
auditor, dispensa a aplicação de testes de auditoria. 
 
 
 
20 
REFERÊNCIAS 
ALVES, A. Auditoria contábil avançada. Porto Alegre: SAGAH, 2017. 
ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
FAVERO, F. Responsabilidade civil dos auditores independentes: uma análise 
da sua função e critérios para sua responsabilização. São Paulo : Almedina, 2018 
LINS, L. dos S. Auditoria: uma abordagem prática com ênfase na auditoria externa 
– contém exercícios. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
NBC TA 200 (R1). Objetivos gerais do auditor independente e a condução da 
auditoria em conformidade com normas de auditoria. Brasília: Conselho 
Federal de Contabilidade, 2016. 
 
 
 
21 
GABARITO ATIVIDADE DE FIXAÇÃO 
1. C 
2. B 
3. A.

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