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Prévia do material em texto

Perícia, Avaliação 
e Arbitragem
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Rodrigo De Souza Marin 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil
• Aspecto Histórico da Perícia Contábil
• Perfil do Perito Contábil
• Exigências
 · Apresentar os aspecto relevantes sobre o Perfil Exigível do Perito 
Contador, destacando seus pontos mais consideráveis.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Caro Aluno (a),
Nesta Unidade, vamos discutir o perfil exigível do perito-contador, bem como 
seus aspectos mais relevantes.
É importante que você leia todo o material, inclusive o complementar, com 
muita atenção, anotando as suas dúvidas para apresentar ao professor.
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo 
possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de 
Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a vídeo-aula.
Bons estudos!
ORIENTAÇÕES
Perfi l Profi ssional e Exigência 
na Perícia Contábil
UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil
Contextualização
A perícia contábil é realizada pelo profissional de contabilidade. É, na realidade, 
uma das atividades exercidas pelo contador da mais alta relevância e que exige uma 
imensa gama de conhecimentos, não só da própria contabilidade, como também de 
outras ciências afins, além de uma atitude ética irrepreensível. O contador, quando 
no exercício da função de perito, tem a obrigação de envidar todos os esforços 
possíveis em busca da veracidade dos fatos, transcrevendo no Laudo Pericial os 
resultados que obteve do exame realizado, procurando agir sempre com o máximo 
de independência e absoluta ética. A perícia contábil é uma atividade ou função, 
nunca pode ser encarada como profissão. Há ainda muitos problemas e obstáculos 
a serem vencidos pela classe contábil para que a perícia contábil, principalmente, 
a judicial, possa ser executada com maior rigor científico e técnico. Dentre desses 
problemas, um dos maiores é a remuneração do perito.
A finalidade desta unidade é apresentar os aspectos relevantes quanto ao perfil 
do perito, quais seus benefícios, suas limitações e responsabilidades.
6
7
Aspecto Histórico da Perícia Contábil
Notam-se indícios de perícia desde o início da civilização, entre os homens 
primitivos, no momento em o líder exercia todos os papéis: de legislador, de juiz e 
de executor.
Existem registros, na Índia, do surgimento do árbitro eleito pelas partes que 
exercia o papel de perito e juiz ao mesmo tempo.
Assim como há vestígios de perícia nos antigos registros da Grécia e do Egito, 
com o aparecimento das instituições jurídicas, área em que, já naquela época, se 
recorria aos conhecimentos de pessoas especializadas.
A imagem do perito, mesmo que afiliada a árbitro ficou definida no Direito 
Romano primitivo, onde o laudo do perito constituía a própria sentença, 
sendo somente desprendida da figura do árbitro depois da Idade Média, com o 
desenvolvimento jurídico ocidental. (OLIVEIRA, 2005).
Então, a partir do século XVII foi criada, definitivamente, a figura do perito 
como um auxiliar da justiça, criando a partir daí a possibilidade de especialidade no 
trabalho judicial (Fonseca, 2000).
No tempo do Brasil colônia, já era relevante a função contábil e das perícias, 
conforme claramente evidenciado no Relatório de 19 de Junho de 1779 do vice-rei 
Marquês do Lavradio ao sucessor Luís de Vasconcelos e Souza (Arquivo Nacional 
do Rio de Janeiro) (SÁ, 2002).
No Brasil a perícia Judicial foi introduzida pelo Código de Processo Civil de 
1939, em seus artigos 208 e 254, que regulam a perícia, nomeação do perito pelo 
juiz e indicação das partes. (FONSECA APUD ALBERTO, 2000)
Perfi l do Perito Contábil
A palavra “perito” possui origem do latim peritus, que significa esperto ou 
sabido e conhecido com louvado na linguagem forense. (SILVA, 2005).
Santana (1999, p. 66) completa ainda que perito:
“[...] significa aquele que entende, conhece profundamente, que 
sabe por experiência; em inglês derivou para expert em francês para 
expertise. É aquele que, especialmente por conhecer e entender 
de determinados fatos ou por sua técnica ou ciência normalmente, 
interpreta os significado de tais fatos.”
Nas definições de Silva (2005) e Santana (1999), o perito é o profissional 
que deve ter instrução e prática sobre determinada temática com capacidade de 
interpretar, analisar e evidenciar problemas e fatos com clareza e profundidade. 
7
UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil
Pode-se concluir que a instrução advém da formação e qualificação e a experiência 
do envolvimento prático do profissional perito.
O perito, através de laudo pericial, deve apresentar com fidelidade a realidade 
dos fatos para ajudar a justiça na solução das situações com lisura e acerto. Dessa 
forma, é necessário que o perito contador seja dotado de habilidades específicas 
para desenvolver seu trabalho com a eficácia esperada.
De acordo com Dave et all. (2010, p. 3), “um contador efetivo não necessariamente 
o traduz como um perito contador judicial”. Sendo assim, entende-se que o perito 
contábil deve ter a formação e qualificação diferenciadas do profissional contábil, a 
priori, devido às exigências legais, conhecimento profundo e visão interdisciplinar 
do assunto.
Como elementos para a realização de seu trabalho, o Perito Contador dispõe 
da escrituração contábil, da escrituração fiscal, da escrituração societária de uma 
entidade econômica, que, independentemente da natureza da perícia, judicial ou 
extrajudicial, lhe serão exibidas total ou parcialmente, segundo a necessidade de 
dado caso, além de todos os controles internos gerenciais, operacionais, planos da 
entidade e demais informações escritas.
Além desses elementos, existem os veículos acessórios, como a documentação 
que suporta a escrituração ou outros necessários para a comprovação do fato, 
conforme previsto no Código de Processo Civil (art.429), tais como depoimentos 
de testemunhas, documentos em poder de partes, repartições públicas e outros. 
(ALBERTO, 2012).
Nomeação do perito
De acordo com a Lei nº 13.105/15, do CPC, Código do Processo Civil:
• O juiz somente poderá ser assistido por um perito quando a prova, necessitar 
de conhecimento técnico ou científico.
• O perito será nomeado quando este estiver devidamente habilitado e o seu 
respectivo órgão técnico ou científico devidamente inscrito em cadastro 
mantido pelo tribunal ao qual o juiz estiver vinculado.
• Deverá o perito cumprir todos os itens que a lei exige. (ART. 156 à ART. 158)
Para melhor conhecimento, recomendamos a leitura da lei na íntegra. 
Disponível em: http://goo.gl/JFoz8zEx
pl
or
8
9
Função do Perito
A função do perito está vinculada com a verdade. O perito dá assessoria à justiça, 
explicando os fatos que estão obscuros. Por essa razão, deve o perito possuir 
competência profissional e ter boa reputação. (MAGALHÃES, 2004)
Uma vez que no Brasil existe uma série de regulamentações que permitem a 
atividade pericial, especialmente contadores, médicos e engenheiros podem se 
dedicar exclusivamente a esta atividade.
A Resolução CFC n° 560/83, definiu o campo de atuação dos profissionais da 
Contabilidade, enumerou no art. 3° as atribuições privativas dos profissionais 
da Contabilidade, das quais se destacam:
• avaliação de acervos patrimoniais e verificação de haveres e obrigações, 
para quaisquer finalidades, inclusive de natureza fiscal;
• avaliação dos fundos de comércio;
• apuração do valor patrimonial de participações, quotas e ações; 
• apuração de haveres e avaliação de direitos e obrigações, do acervo 
patrimonial de quaisquer entidades, em vista de liquidação, fusão, cisão, 
expropriação no interesse público, transformação ou incorporação 
dessas entidades, bem como em razão de entrada, retirada, exclusão ou 
falecimento de sócios, quotistas ou acionistas;
• regulamentações judiciais e extrajudiciais, de avariasgrossas ou comuns;
• apuração, cálculo e registro de custos, etc.;
• análise de custos e despesas, etc.;
• controle, avaliação e estudo da gestão econômica, financeira e patrimonial 
das despesas das empresas e demais entidades;
• análise de custos com vistas ao estabelecimento dos preços de vendas 
de mercadorias, produtos e serviços, bem como de tarifas nos serviços 
públicos, e a comprovação dos reflexos dos aumentos de custos nos preços 
de venda, diante de órgãos governamentais;
• avaliação do desempenho das entidades e exame das causas de insolvência 
ou incapacidade de geração de resultados;
• perícias contábeis, judiciais e extrajudiciais;
• fiscalização tributária que requeira exame ou interpretação de peças 
contábeis de qualquer natureza;
• assistência aos comissários nas concordatas, aos síndicos nas falências, e 
aos liquidantes de qualquer massa ou acervo patrimonial.
9
UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil
Poderes do perito
Depois de aceitar o encargo, o perito deve iniciar os trabalhos, e para isso, deve 
cientificar-se do andamento do processo e, caso seja necessário, poderá solicitar 
documentos e informações que estejam em poder das partes ou repartição pública, 
de acordo com o art. 429 do Código de Processo Civil:
Art. 429 para o desempenho das suas funções, podem o perito e os 
assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo 
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam 
em poder da parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo 
com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.
Limites da Competência
Art. 200 do Código de Processo Civil – Os atos processuais serão 
cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam 
de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca.
Exigências
Qualidade do perito
Pelo fato de tratar de um item muito importante no contexto da execução 
da perícia, “O perito precisa ser um profissional habilitado, legal, cultural e 
intelectualmente, e exercer virtudes morais e éticas com total compromisso com a 
verdade” (SÁ, 2000).
O profissional que executa a perícia contábil precisa ter um conjunto de 
capacidades, que são suas qualidades.
Entre elas estão: legal, profissional, ética e moral.
1. Legal - é a que lhe confere o título de bacharel em Ciências Contábeis, com 
registro no Conselho Regional de Contabilidade – CRC. 
2. Profissional - caracterizada pelo conhecimento teórico e prático das 
tecnologias contábeis, preconizadas pelas normas de contabilidade e 
periciais do CFC. 
3. Ética - é a que estabelece o Código de Ética Profissional do Contador e a 
norma do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
4. Moral - é a que se estriba na virtude na virtude das atitudes pessoais 
do profissional.
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Caracteres Psicoéticos
Estabelecidas e relacionadas as bases conceituais da perícia, seu objeto e 
objetivos, é natural que em relação àquelas já pode-se ter uma idéia de quais 
características devem constituir o perfil do profissional que atua ou que atuará 
na perícia, fundamentando tais características, em geral, naquelas duas formas 
de excelência: a excelência moral (honestidade, moderação, equidade etc.) e a 
excelência intelectual (conhecimento, inteligência, discernimento etc.). Essas 
qualidades permitirão a manifestação consciente do agente na realidade (do perito 
no conflito), de maneira equilibrada.
De maneira simples, pode-se dizer que ao perito não é permitido agir sem eficácia, 
ou seja, deve atuar com a eficiência associada à perfeita dosagem de equidistância 
e do emprego de seus conhecimentos sobre o objeto, que permitirá o alcance da 
finalidade objetiva para a qual a perícia foi determinada (ALBERTO, 2012).
Requisitos Educacionais e Jurídicos
Para conceder um padrão técnico e comportamental que atenda à eqüidistância 
perfeita de animus e de aplicação da técnica ou ciência também na perfeita medida 
para o caso concreto, deve-se considerar os requisitos educacionais mínimos que 
abrangem o surgimento e a introjeção de tais características á própria manifestação 
equilibrada do perito. (ALBERTO, 2002)
Alguns desses requisitos, por mais perceptíveis ao senso comum, concretizaram-
se na produção e materialização legal ou no ordenamento processual. 
Visando o caráter técnico e especial de que é dotada a atividade pericial, o 
Código de Processo Civil do Brasil determina a comprovação formal de que o 
perito possui esses conhecimentos, e entre as quais dispõem: 
Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou 
científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.
§ 1°- Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, 
devidamente inscrito no órgão de classe competente, respeitado o 
disposto no Capítulo VI, seção VII, deste Código.
§ 2°- Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre 
que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que 
estiverem inscritos.
§ 3° - Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que 
preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos 
peritos será de livre escolha do juiz.
Logo, o primeiro requisito legal exigível do perito é que seja profissional de 
nível universitário, e é lógico que deverá ser profissional na matéria sobre a qual 
recairá a perícia.
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UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil
A segunda junção legal prevista é que esteja inscrito no órgão de classe 
competente. Neste caso CRC - Conselho Regional de Contabilidade.
É nítido, conseqüentemente, o primeiro requisito legal exigível do perito: o de 
que seja um profissional de nível universitário. 
Considerando ainda, que nada adiantaria o profissional ser de nível universitário 
em uma ciência e opinar sobre outra, como, por exemplo, se tivéssemos um 
contador opinando sobre questões relacionadas à medicina. (SÁ, 2002)
A partir disto provém a segunda vinculação antevista, que se transforma no 
segundo requisito legal: o de que seja inscrito no órgão de classe competente. 
É considerável destacar aqui que a exceção prevista no§ 3° somente confirma a 
regra, ou seja, o juiz pode escolher somente entre pessoas que não aquelas que 
sejam profissionais inscritos no órgão competente se na localidade não existir tais 
profissionais. (MAGALHÃES, 2004).
Sendo assim, dois são os requisitos legais gerais exigíveis daqueles que exercem 
ou exercerão a perícia: 
I. Que possuam grau de nível universitário na matéria a qual deverão opinar.
II. Que estejam registrados no órgão de classe regulador da profissão a 
que se refere a especialidade da matéria submetida à apreciação pericial.
Essas são as regras gerais, aplicáveis diretamente ao processo civil, subsidiariamente 
ao processo do trabalho e conseqüentemente aos demais ordenamentos processuais, 
sejam eles judiciais, extrajudiciais ou arbitrais. (SÁ, 2002)
Pessoalidade da Função
Existe uma condição para o exercício da especialização contábil, sendo este o de 
que somente pode ser realizado por pessoa física. (SÁ, 2002)
Isto é necessário, pois o Código de Processo Civil dispõe que o perito está ligado 
ao grupo de pessoas físicas que auxiliam a justiça e que exercem suas funções 
como tais, estando sujeitas as responsabilidades penais e civis, podendo sofrer as 
punições quando cometidos deslizes como tais. (ALBERTO, 2012)
Para isso, é imprescindível reportarmo-nos à legislação profissional, ou 
seja, aquela que define os direitos concedidos aos profissionais que exercem a 
Contabilidade, ou ainda melhor, dos profissionais que militam dentro da Ciência 
Contábil. (MAGALHÃES, 2004)
Conhecimentos Contábeis Essenciais
Usufruir bem dos conteúdos do bacharelado é um requisito educacional indispensável, 
sendo que a aplicação da atividade pericial está diretamente vinculada à conquista 
pessoal de conhecimentos que o indivíduo tenha retido da educação formal.
12
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Tendo em vistaa atividade pericial como finalidade, algumas matérias do curso de 
Ciências Contábeis possuem maior valor, pois estão mais intimamente ligadas a essa 
atividade. Destacando-se entre elas: análise das demonstrações contábeis, contabilidade 
e análise de custos, sistemas contábeis, direito aplicado, matemática e economia.
Isso se deve pela necessidade constante de, durante o exercício da atividade 
pericial, recorrer aos conhecimentos específicos dessas matérias, porque a perícia 
assim exige. (ALBERTO, 2012)
Conhecimentos Jurídicos
No que se refere aos conhecimentos jurídicos, é preciso que o profissional tenha 
a compreensão destes em três sentidos:
(a) o primeiro se refere às regras interpretativas próprias do direito, bem como a 
exegese e a hermenêutica, para que possa diferenciar com firmeza a precisão até 
onde pode opinar tecnicamente ou até onde não deve opinar sobre determinada 
matéria cuja especialidade jurídica não é perfeita ou evidentemente perceptível;
(b) o segundo faz referência ao conhecimento em intimidade de roteiro legal, 
especialmente o processual, de seu trabalho; e
(c) o terceiro, refere-se ao dever de ter conhecimento profundo sobre toda a 
legislação a qual a matéria examinada se aplica, uma vez que, mesmo que a matéria 
tenha aspecto técnico ou científico - e por isso está sendo examinada na perícia - as 
legislações que a elas são aplicadas muitas vezes delimitam sua forma, alcance e 
reflexos práticos. (MAGALHÃES, 2004)
Português Instrumental 
Em meio às exigências educacionais, o profissional deve se preocupar em ter 
domínio sobre o instrumento básico que permite a transmissão e compreensão das 
idéias: a língua portuguesa, de acordo com a norma culta.
Elaborar com objetividade e clareza é uma qualidade que o profissional deve 
buscar, sem que desvalorize a si e a sua profissão devido a uma linguagem muito 
simples, sem cultura ou sem indícios dos conhecimentos que adquiriu no decorrer 
de sua vida educacional e profissional. (ALBERTO, 2012).
Perito: responsabilidade e zelo
Estabelece a Resolução CFC nº 733/92 de 22/10/92 – NBC P2 – Normas 
Profissionais de Perito Contábil, item 2.7 – Responsabilidade e Zelo:
2.7.1. o perito contábil deve cumprir os prazos e zelar por suas 
prerrogativas profissionais nos limites de sua função, fazendo-se respeitar 
e agindo sempre com seriedade e discrição.
13
UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil
2.7.2. Os peritos contábeis, no exercício de suas atribuições, respeitar-se-
ão mutuamente, defesos elogios e críticas de cunho pessoal.
No exercício da atividade, o Perito Contador e o Perito Assistente devem portar-se 
com ética, lealdade, idoneidade e honestidade em relação ao juiz e ás partes envolvidas.
Se, acaso, o Perito Contador agir incorretamente, especificamente de maneira 
que possa trazer danos às partes, responderá por estes atos e ainda estará sujeito a 
punições do Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição e sanção da Lei 
Penal. (ALBERTO, 2012).
Responsabilidade do Perito na Esfera Penal
A lei penal a que se refere o artigo 147 do Código de Processo Civil é de fato o 
Código Penal, mais notadamente o seu artigo 342: 
Art.342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como 
testemunha, perito, tradutor ou interprete em processo judicial, policial 
ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) 
anos e multa. 
§ 1º As penas aumentam-se de um terço, se o crime é praticado mediante 
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir 
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade 
da administração pública direta ou indireta.
§ 2º O fato deixa de ser punível, se antes da sentença no processo em que 
ocorreu o ilícito o agente se retrata ou declara a verdade.
De acordo com os penalistas, os crimes especificados no artigo 342 do Código 
Penal “são do tipo formal, unis subsistentes, dolosos, de dolo genérico, não 
existindo na modalidade culposa e não admitindo tentativa. Sendo doloso, não se 
admite como típica, a realização culposa do tipo”.
Sendo assim, quando o perito, propositalmente prestar informações falsas, não 
incorrerá em qualquer sanção penal, pois a lei penal não a estabelece para este 
caso. (MAGALHÃES, 2004)
Responsabilidade do Perito na Esfera Civil
Na esfera civil o perito tem por obrigação indenizar a parte pelos prejuízos que 
lhe causar, ou seja, será conveniente contra o perito que, por dolo ou culpa, prestar 
informações falsas, ação de indenização, inclusive por danos morais.
Não se referindo à lei penal, que exige o engano para a aplicação da sanção 
ao perito, mas, sim, de lei civil, que impõe que aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano à outros, ainda, 
que exclusivamente moral, comete ato ilícito (artigo 186 Código Civil/2002). 
(MAGALHÃES, 2004)
14
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Responsabilidade do Perito na Esfera Processual
Sem haver motivo legítimo ou relevante para que o perito deixe de cumprir 
o encargo no prazo que lhe foi assinado, este poderá sofrer multa a ser fixada 
pelo juiz, visando o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no 
processo (Código de Processo Civil artigo 424, II e parágrafo único).
E caso preste informações falsas, ficará inabilitado, por dois anos, funcionando 
em outras perícias, obviamente judiciais (Código de Processo Civil, artigo 147). 
(MAGALHÃES, 2004)
Ética e a perícia
Como princípio contábil, a ética envolve características objetivas em que sua 
aplicação não depende de opção ou escolha do profissional, mas é conseqüência 
da própria natureza da Contabilidade, contida no princípio contábil, a qual 
necessita ser respeitada. Logo, por não se poder alegar ignorância da lei, para 
não cumpri-la, também não se podem ignorar as exigências técnicas e culturais 
para o exercício da profissão.
Quanto maior a falta de conhecimento, menos condições têm o profissional 
de ter consciência de que está errado. Essa ignorância também é um aspecto de 
falta de ética, mesmo que o indivíduo, por carência de conhecimento possa aceitar 
como certo aquilo que está errado.
Semelhantemente, quando a pessoa não tem boa formação ética, também não 
sabe se está ou não cometendo ato antiético. Quando este não tem competência 
e é mal formado, seu erro pode abranger os dois aspectos, ou seja, ele erra no 
julgamento de seus próprios atos e na aplicação da ética contábil.
O respeito para com a ética deve estar incluído no exercício de qualquer profissão, 
mas especialmente na Profissão Contábil, não só por envolver interesses de pessoas 
que podem estar apenas indiretamente ligadas ao patrimônio, mas também porque 
a ética está incluída na própria ciência contábil, como um Princípio Fundamental 
de Contabilidade.
O Conselho Federal de Contabilidade, com poderes concedidos por Lei, aprovou 
o Código de Ética Profissional do Contabilista. Resolução CFC nº 803/96, de 10 
de outubro de 1996, incluindo as alterações da Resolução CFC nº 819/97, de 20 
de novembro de 1997. (MAGALHÃES, 2004)
15
UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
O papel do Perito Judicial
MELO, Gilberto. O papel do Perito Judicial. 2003.
http://goo.gl/D84bEp
Quem é e o que faz o Perito Contábil?
http://goo.gl/09ZCXe
Exame de Suficiência terá mais Questões de Contabilidade Geral
http://goo.gl/Qnad3J
 Livros
Perícia Contábil
ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 2003.
16
17
Referências
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e 
normais brasileiras de contabilidade. Brasília, CFC, 2003.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, Resolução CFC Nº 803, de 
10 de outubro de 1996. Dispõe sobreconduta ética no exercício profissional 
dos contabilistas.
DAVE, Charles; FARRELL, Ramona; OGILBY, Suzanne. Characteristics 
and Skills of the Forensic Accountant. 2010. Disponível em: <http://www.
aicpa.org/InterestAreas/ForensicAndValuation/Resources/PractAidsGuidance/
DownloadableDocuments/ForensicAccountingResearchWhitePaper.pdf.>. 
FONSECA, Alice Aparecida da Silva et al. Revista Brasileira de Contabilidade. 
Ano XXIX nº 123. Brasília. Mai/Jun 2000.
LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. (ART. 156 à ART. 158). Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.
htm#art1046>
MAGALHÃES , Antonio de Deus Farias e Outros; Perícia Contábil: Uma 
Abordagem Teórica, Ética, Legal, Processual e Operacional. São Paulo: 
Editora Atlas S/A , 2004. 
OLIVEIRA, Celso M. Responsabilidade civil e penal do perito: o profissional 
de contabilidade na nova legislação civil e falimentar. Disponível em: <http://
jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6520>.
ORNELLAS, Martinho Maurício Gomes. Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: 
Atlas, 1995.
SÁ, Antonio Lopes de. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
SANTANA, Creusa Maria Santos de. A perícia contábil e sua contribuição 
na sentença judicial: um estudo exploratório. São Paulo, 1999. Disponível 
em:<http://www.teses.usp.br>. 
SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico / atualizadores: Nagib Slaibi Filho e 
Gláucia Carvalho – Rio de Janeiro, 2005. 26°Edição. Editora Forense.
17

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