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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL ........................................................................ 4 2.1 Qualidade .............................................................................................................. 5 2.2 Ferramentas da qualidade .................................................................................... 5 3 PROCESSOS ......................................................................................................... 8 3.1 Princípios para gerenciar processos organizacionais ......................................... 10 3.2 Processo organizacional ..................................................................................... 11 3.2.1 Categorias de processos ................................................................................ 12 3.2.2 Manual de gestão por processos .................................................................... 13 3.2.3 Planejamento BPM ......................................................................................... 14 4 MODELAGEM DE PROCESSO ........................................................................... 17 4.1 Notação de modelagem de processos de negócio (BPMN)................................ 18 4.2 Elementos da notação ........................................................................................ 18 4.3 Ciclo de gerenciamento ...................................................................................... 19 4.4 Desenho e modelagem ....................................................................................... 21 4.5 Implementação ................................................................................................... 22 4.6 Monitoramento .................................................................................................... 22 4.7 Refinamento ........................................................................................................ 23 5 NORMAS DA SÉRIE ISO 9000 ............................................................................ 23 5.1 Comparativo entre ISO 9001:2015 e ISO 9004 .................................................. 27 6 CICLO DE GERENCIAMENTO DE PROCESSOS DO MPF ................................ 31 6.1 Ciclo PDCA ......................................................................................................... 31 6.2 Ciclo DMAIC ....................................................................................................... 32 7 ESCRITÓRIO DE PROCESSOS .......................................................................... 33 7.1 Etapas ................................................................................................................. 34 8 MODELO DE GOVERNANÇA .............................................................................. 37 8.1 Etapas ................................................................................................................. 37 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 42 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL Fonte: shre.ink/mwgK A gestão da qualidade total pode ser definida como uma ferramenta estratégica dentro de uma organização. E seus fundamentos são: orientação ao cliente, o trabalho em equipe que permeia toda a organização, fatos e decisões baseadas em dados, e constantemente buscando soluções para problemas e minimizando erros (CARVALHO; PALATINI, 2005). Já Paladini (2019) entende que: Até um passado recente, parecia muito claro que a Gestão da Qualidade era uma área da Gestão da Produção, bem caracterizada e com contornos bem definidos. E, principalmente, tinha características claramente operacionais. Ocorre que a qualidade passou a ser uma variável estratégica das organizações. Em vez de decidir entre produzir e produzir com qualidade, as empresas hoje decidem entre produzir com qualidade e colocar em risco sua sobrevivência. Por consequência, a Gestão da Qualidade passou a ser uma ação estratégica das organizações. E isso mudou sua relação com a Gestão da Produção de forma radical (PALADINI, 2019, p. 239). Ainda Paladini (2019), menciona que a produção com qualidade está relacionada aos fatores estruturais de uma empresa, incluindo o custo, referindo-se à necessidade de entendê-la como uma ação estratégica que, além do custo, também se manifesta como elemento de competitividade. O Total Quality Management (TQM) é uma abordagem para uma organização que busca a melhoria contínua de todos os seus processos, produtos e serviços. Isto é possível através dos elementos do programa de gestão da qualidade, 5 nomeadamente liderança, envolvimento dos colaboradores, excelência do produto e/ou processo e foco no cliente. 2.1 Qualidade Existem muitas definições para a palavra qualidade, a forma como a qualidade é definida e compreendida por quem faz parte de uma organização reflete diretamente em suas atividades. Segundo Deming (2012), a qualidade é entendida mais como um atributo da percepção do cliente. Já a qualidade de um produto é definida, segundo o autor, pela percepção do cliente final sobre as especificações técnicas e a venda a um preço razoável, mas quando não é apreciado pelo cliente, não tem qualidade. No entanto, defende-se a qualidade como a busca da perfeição visando a satisfação de clientes cada vez mais exigentes, conscientes da qualidade das organizações e do que elas oferecem. Qualidade como um todo é a avaliação global do cliente/consumidor em relação a um produto ou serviço, embora a qualidade global exija uma visão mais global do negócio, ela reforça a necessidade de ser eficiente em todos os elementos e processos que compõem um negócio. 2.2 Ferramentas da qualidade Ferramentas de qualidade podem ser definidas como técnicas para determinar e melhorar a qualidade dos processos e, portanto, produtos e serviços (Figura 1). Figura 1 – Ferramentas de qualidade Fonte: shre.ink/mwgi 6 Poltronieri; Gerolamo; Carpinetti (2015) listam sete ferramentas de qualidade, destacando a relevância e uso de cada uma: Checklist: Usado para monitorar um processo. Com informações amplas e relevantes, partindo de um padrão de referência, assim permitindo um controle eficiente de todo o processo. Histograma: É utilizado para auxiliar no entendimento de como os dados coletados se comportam. Diagrama de Pareto: Essa ferramenta é utilizada na definição de prioridades, onde teremos melhores resultados com menor esforço. Diagrama de Dispersão: Representações de duas ou mais variáveis organizadas em um gráfico, demonstrando a correlação entre as variáveis estudadas. Fluxograma:É a representação gráfica de um determinado processo, que ilustram de forma sequencial as etapas. Diagrama de Ishikawa: É a ferramenta da qualidade que ajuda a levantar as causas-raízes de um problema, analisando todos os fatores que envolve a execução do processo. Folhas de verificação: Ferramenta utilizada para coletar dados, organizar e apresentar resultados. Ficando assim mais simples a verificação das variações de um processo. As ferramentas da qualidade são o primeiro passo para melhorar a rentabilidade do processo, otimizando as operações. Considerando que além de atender as expectativas dos consumidores e clientes, os lucros também são buscados pelas organizações, fica claro que a aplicação de ferramentas de gestão da qualidade é essencial. A aplicação da ferramenta certa requer o fortalecimento de métodos e programas de gestão da qualidade, que contribuam para o alcance da eficiência produtiva (POLTRONIERI; GEROLAMO; CARPINETTI, 2015). Programas e métodos de gestão da qualidade a produtividade pode ser alcançada através da implementação de programas e métodos em conjunto com processos de monitoramento e controle, além da busca pela melhoria contínua, que pode ser pesquisada através do “Programa 5S” e do “Kaizen”. Concebido no Japão em 1950, o “programa 5S” surgiu da necessidade de restaurar e organizar melhor a indústria japonesa para torná-la muito mais competitiva 7 no pós-guerra. Organização, limpeza, saúde, que oferece aos colaboradores uma melhor qualidade de vida; e por fim disciplina para que todas as fases do programa façam parte da organização (POLTRONIERI; GEROLAMO; CARPINETTI, 2015). O “Kaizen”, refere-se ao processo de melhoria contínua. O Kaizen atua no reconhecimento e a resolução dos problemas eliminando e evitando desperdícios nos processos. Deve ser padronizado para que todos da organização possam seguir o mesmo processo. Resultados quanto à aplicação dos instrumentos de gestão podem ser eficientes e positivos quando orientados por princípios (Figura 2). Figura 2 - Princípios da gestão da qualidade Fonte: shre.ink/mwgS. Orientação para o cliente: Refere-se às necessidades do cliente, analisa o mercado e toma ações de melhoria com base nesses insights que são realizados, cada processo permite identificar e medir as entradas e saídas da abordagem de gerenciamento de processos como por exemplo, identificar, entender e gerenciar os processos interconectados como um sistema, entender as dependências entre os processos de um sistema leva a uma melhoria no trabalho em equipe e quebra barreiras interfuncionais. Melhoria contínua: Fazer parte da cultura corporativa. 8 Abordagem para tomada de decisão: Baseada em fatos para tomada de decisão para receber os benefícios da certificação, as organizações implementam programas e ferramentas da qualidade com base em suas necessidades e buscam a melhoria contínua de seus processos. A gestão da qualidade estabelecida de acordo com as normas da série ISO 9000 permite um melhor controle dos processos e seus resultados. O processo de certificação ISO 9001 está se tornando cada vez mais importante para as empresas que buscam benefícios em termos de produtividade, qualidade de produtos e processos e maior participação no mercado (POLTRONIERI; GEROLAMO; CARPINETTI, 2015). 3 PROCESSOS Fonte: shre.ink/mw0l Douglas; Coleman; Oddy (2003) elucidam que processo é uma palavra derivada do latim precere, que significa um método, um sistema, uma maneira de agir ou uma série de medidas para atingir um objetivo. Em termos de sua etimologia, processo é uma palavra relacionada a caminho, significando "ir adiante". No âmbito da lei, um processo pode ser uma ação judicial, uma série de ações legalmente predeterminadas para alcançar um resultado juridicamente relevante. Além disso, uma ação judicial pode ser uma coleção de todos os documentos apresentados no curso de uma disputa. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, elenca a eficiência como um princípio da administração pública brasileira, o que inclui a eficiência, que por definição 9 é a capacidade de obter mais resultados com a menor quantidade de recursos/insumos. Trata-se da boa gestão dos recursos públicos, sejam eles físicos, humanos, tecnológicos, entre outros. Portanto, as tarefas serão eficientes quando executadas de maneira ideal. Com a globalização e seu atual cenário dinâmico, a necessidade de agilidade nas organizações públicas e privadas levou a profundas mudanças na forma de administração e gestão. As organizações têm buscado iniciativas de mudança, mas, na maioria das vezes, elas não são eficazes e, quando aplicadas, raramente seus resultados são avaliados de forma objetiva e clara. Isso mostra que o foco na qualidade e na melhoria não vem apenas da competência e vontade dos profissionais, mas também de uma série de fatores estratégicos que realmente impulsionam a mudança. No domínio público, deve-se sempre pensar “como podemos melhorar? ” E, dessa forma, encontrar o caminho para alcançar o resultado desejado, a forma adequada de gerenciar o processo. Desde a Revolução Industrial, os gestores têm se preocupado em organizar o processo produtivo. No passado, havia apenas iniciativas isoladas, principalmente relacionadas a um projeto específico. Diante dos resultados positivos alcançados com algumas medidas, atualmente os gestores passaram a implementar a gestão por processos como ferramenta de gestão contínua. Gestão de qualidade é um conjunto de ações coordenadas que permitem gerenciar uma organização, objetivando a satisfação dos agentes intervenientes, o que inclui, principalmente, o cliente externo (DOUGLAS; COLEMAN; ODDY, 2003). A gestão de processos está surgindo tanto no setor privado quanto nas organizações públicas como uma abordagem integrada que visa alcançar melhores resultados por meio da melhoria dos processos de trabalho. Ele é executado continuamente por todos os servidores e envolve entender, analisar, alterar e monitorar os programas do trabalhador. Por isso, é necessária a conscientização e mobilização de todos os servidores. No contexto do Ministério Público Federal (MPF), este novo comportamento é fruto do “Plano Estratégico 2011-2020 – Construção Coletiva”, que transcreveu este modelo de gestão mais flexível e eficiente, em conjunto com gestores profissionais, desenhados para cumprir a sua missão institucional. 10 O objetivo deste trabalho é demonstrar que seu uso eficaz pode produzir resultados mais duradouros, reduzir erros e gargalos e aumentar a produtividade. Nesse contexto, a combinação de gestão estratégica e gestão de processos é condição necessária para realizar a gestão estratégica após os processos, é um estado essencial para o sucesso de ambas as abordagens. Uma estratégia só pode ter sucesso transformando seus processos organizacionais. Afinal, os processos envolvem pessoas, são apoiados por sistemas e organizados em áreas de ação abrangentes para a implementação de estratégias (DOUGLAS; COLEMAN; ODDY, 2003). 3.1 Princípios para gerenciar processos organizacionais De acordo com os estudos de Gonzalez e Martins (2017), a gestão dos processos organizacionais é baseada em alguns princípios que orientam o desenvolvimento das ações, a saber: Satisfação do cliente: as necessidades, perspectivas e requisitos dos clientes internos e externos devem ser entendidos para projetar processos para produzir resultados que atendam às suas necessidades. Gestão Participativa: Compreender e avaliar a contribuição dos funcionários é um aspecto importante para discutir ideias e alcançar um melhor desempenho do processo. Desenvolvimento Humano: Para alcançar a melhor eficiência, eficácia e eficácia da organização, são necessários o conhecimento, as habilidades, a criatividade, a motivação e acompetência das pessoas. Metodologia padronizada: Para evitar mal-entendidos e alcançar os resultados esperados, é importante seguir os padrões e métodos definidos, que podem ser constantemente aprimorados. Melhoria Contínua: O compromisso com a melhoria contínua é o principal objetivo da gestão de processos para evitar retrabalhos e gargalos e garantir a qualidade do processo de trabalho. 11 Informação e comunicação: É fundamental disseminar a cultura organizacional, divulgar os resultados obtidos e compartilhar o conhecimento adquirido. Busca da Excelência: Alcançar a excelência envolve mitigar falhas e eliminar suas causas, melhores práticas reconhecidas como geradoras de resultados e buscar a melhoria contínua para identificar e potencializar oportunidades de melhoria e reforçar os pontos fortes da instituição. O conhecimento explícito é considerado como a melhor forma de se transmitir conhecimento (GONZALEZ; MARTINS, 2017). 3.2 Processo organizacional Fonte: shre.ink/mwgl É um conjunto de atividades logicamente ligadas, formas de fazer algo que envolvem pessoas, equipamentos, processos e informações e, quando realizadas, convertem insumos em produtos, agregam valor e produzem resultados. Na gestão de processos, um processo é visto como um fluxo de trabalho com entradas, saídas e serviços e atividades claramente definidos que seguem uma sequência lógica e dependem uns dos outros em uma sequência clara, indicando que os processos têm um início e um fim bem definido e gerar resultados para clientes internos e/ou externos. 12 Um processo organizacional é caracterizado por: início, fim e metas definidas. Além de clareza sobre o que está sendo transformado em sua execução, definir como ou quando uma atividade ocorre, resultado específico, listar os recursos utilizados para realizar a atividade, valor agregado para o destinatário do processo, estar devidamente documentado, ser mensurável, e ative o rastreamento durante toda a corrida. 3.2.1 Categorias de processos Os processos organizacionais podem ser divididos em três categorias: Processos de gestão: são aqueles relacionados à estratégia da organização, estão diretamente relacionados à formulação de políticas e diretrizes para o estabelecimento e alcance de metas, também estão relacionados ao estabelecimento de indicadores de desempenho e formas de avaliação dos resultados alcançados dentro e fora da organização Exemplos: planejamento estratégico, gestão de processos e gestão do conhecimento. Processos Finais: Estão ligados à essência do funcionamento da organização, caracterizam o desempenho da organização e são sustentados por outros processos internos, resultando em um produto ou serviço para o cliente interno ou cidadão. Eles estão diretamente relacionados à finalidade dos exemplos do MPF: medidas extrajudiciais e judiciais. Processos Intermediários: São processos essenciais para a gestão eficaz da organização e garantem suporte adequado aos processos finais. Estão diretamente relacionados à gestão dos recursos necessários ao desenvolvimento de todos os processos da instituição. Exemplos: contratação de funcionários, aquisição de bens e materiais e execução financeira do orçamento. Um dos principais temas no campo da estratégia empresarial diz respeito à competitividade e aos fatores de determinação do desempenho das organizações (BRITO; OLIVEIRA, 2016). 13 3.2.2 Manual de gestão por processos Os processos críticos de natureza estratégica para o sucesso institucional encontram-se nos chamados processos de gestão e finalistas, entre eles destaca-se a Hierarquia de Processos. A imagem 3 os apresenta graficamente. Figura 3 - Hierarquia na gestão de processos: Fonte: shre.ink/mwo A seguir descrevemos cada uma desses processos: Macroprocesso: que geralmente envolve mais de uma função organizacional, cuja operação tem impacto significativo no funcionamento da organização. Exemplo: processo macro de recursos humanos. Processo: que consiste em um conjunto de tarefas logicamente inter- relacionadas que utilizam os recursos da organização para produzir resultados, que são operações de alta complexidade: subprocessos, atividades e tarefas distintas e inter-relacionadas, destinadas a alcançar um objetivo organizacional específico. Exemplo: avaliação de desempenho. Subprocesso: está contido dentro de outro subprocesso, ou seja, um conjunto de operações de média a alta complexidade, assim, atividades e tarefas distintas e inter-relacionadas que realizam um objetivo específico em apoio a um processo Exemplo: desenvolvimento de recursos humanos. 14 Atividades: que são operações ou grupos de operações de média complexidade que ocorrem dentro de um processo ou subprocesso, geralmente realizadas por uma unidade organizacional específica e destinadas a alcançar um resultado específico. Exemplo: Faça a avaliação. Tarefas: que tratam de um nível mais detalhado de atividades, um conjunto de tarefas a serem executadas que envolve rotina e prazo determinado, corresponde a um nível logo abaixo de uma atividade. Exemplo: Envie uma revisão devidamente preenchida. 3.2.3 Planejamento BPM Cada um desses macroprocessos engloba outros desenvolvimentos que partem desse quadro mais geral para chegar a um nível detalhado de tarefas da cadeia de valor. O planejamento BPM visa definir as atividades que contribuem para o alcance dos objetivos estratégicos. Fonte: shre.ink/mwBI 15 Os seguintes processos podem estar envolvidos no desenvolvimento das atividades de planejamento, os quais são: compreensão do ambiente interno e externo, definição de estratégias e metas, coordenação de atualizações de processos, elaboração de manual de gestão de BPM, seleção e priorização de processos, geração de métodos e especificações, formação de equipes de trabalho e planejamento e controle a implementação do processo. A qualidade de bens e serviços deve ser encarada como uma questão maior na empresa e não mais como um aspecto apenas voltado ao setor de produção (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). A modelagem e otimização de processos inclui atividades que podem gerar informações atuais do processo, bem como uma proposta para uma futura administração pública, definir soluções para problemas atuais, realizar um redesenho com uma proposta futura (SER), criar um plano de implementação e fornecer feedback para o planejamento de BPM. Para apoiar a implantação e operação de processos, são necessários os seguintes processos: Realizar testes ou pilotos; Coordenar a adaptação de equipamentos e softwares existentes; Treinar equipes, fazer alterações Fazer ajustes de última hora; Implementar um novo processo e publicar a operação. Com o processo implementado, é necessário realizar o controle geral do processo através de indicadores, Business Intelligence (BI), gráficos, entre outros, essas informações irão retroalimentar as atividades de otimização e planejamento, o controle inclui os seguintes processos: Registro do desempenho do processo; Implantação de dados de feedback; Realização de auditorias de processo e, Avaliação da conformidade do plano. 16 Acima de todas essas atividades está a gestão de BPM, que engloba toda essa gama de processos e seu desenvolvimento. O empreendedorismo, apresenta‐se como um fenômeno global, foco de interesse de órgãos governamentais e não‐ governamentais, grupos de investimentos e universidades empenhados em estudar e apoiar novas atividades geradoras de riqueza. No caso das pequenas e médias empresas, os ganhos de novos empreendimentos são geralmente reinvestidos na produção e em outros negócios nas próprias comunidades. Dessa forma, o fenômeno assume características transformadoras no nível social.A gestão correta de uma cadeia de valor pode se tornar um diferencial competitivo na medida em que ajuda a melhorar a rentabilidade da instituição ao identificar e eliminar atividades que não agregam valor ao produto, considerando a cadeia de valor como parâmetro que pode fazer a diferença entre o sucesso e fracasso da iniciativa de gestão de processos, pois leva em consideração todas as fases do processo de trabalho da organização. A análise da cadeia de valor permitirá: Compreender as fontes de vantagem competitiva da organização; Rever práticas de negócios e antecipar tendências de mercado; Explicar as regras de negócio da organização; Dar uma visão completa do fluxo de informações nas relações entre os processos; Promover o desenvolvimento do desempenho dos processos na organização; Reconhecer a necessidade de reposicionamento estratégico e realinhamento dos processos de negócios (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). 17 4 MODELAGEM DE PROCESSO Fonte: https://bityli.com/7Jd2Y O termo “processo”, neste contexto, significa um processo de negócio e pode ser expresso em diferentes níveis de detalhe, desde uma visão contextual muito abstrata mostrando o processo em seu ambiente, até uma visão operacional interna detalhada que pode ser simulada para avaliar diferentes propriedades do processo do seu desempenho ou comportamento (BEZERRA; TAVARES; DA SILVA, 2018). O termo “modelo” é um conjunto de atividades envolvidas na criação de representações de um processo de negócios e fornece uma perspectiva de ponta a ponta dos processos de gerenciamento, suporte ou mídia de uma organização. "Modelo" é, portanto, uma representação simplificada que pode ser matemática, gráfica, física ou narrativa. Os modelos têm uma ampla gama de aplicações, incluindo: Organização (estruturação); Heurística (descoberta, aprendizado); Previsão (previsão); Medição (quantificação); Explicação (ensino, demonstração); Verificação (experiência, validação); Controle (condições de fronteira, objetivos). 18 Um modelo de processo pode conter um ou mais diagramas com informações sobre objetos, sobre relacionamentos entre objetos, sobre como os objetos representados se comportam ou funcionam (BEZERRA; TAVARES; DA SILVA, 2018). 4.1 Notação de modelagem de processos de negócio (BPMN) Bezerra; Tavares; DA Silva (2018) mencionam ainda que o Business Process Modeling Notation (BPMN) foi desenvolvido pela Business Process Management Initiative (BMPI) e vem sendo utilizado na versão 1.0 desde 2004. Em 2006 foi adotado pelo Object Management Group (OMG), atual mantenedor da notação, versão de janeiro de 2008 BPMN 1.1. Atualmente estamos usando a última versão, BPMN 2.0, lançada em janeiro de 2011. O Business Process Modeling Notation (BPMN) é uma notação gráfica que transmite a lógica das atividades, mensagens entre os diferentes participantes e todas as informações necessárias para análise, simulação e execução de um processo são necessários. Portanto, a notação usa um conjunto de números que suportam a representação gráfica de modelos de processos para melhorar o gerenciamento dos processos de negócios, documentar sua operação real e obter melhor desempenho. Uma linguagem comum é utilizada para apresentar os processos de forma clara e padronizada, criando um entendimento comum e facilitando a comunicação entre as pessoas. 4.2 Elementos da notação Um projeto de modelagem de processo contém três elementos: eventos, atividades e decisões. Cada um deles serão descritos a seguir: Eventos: Ocorrem no decorrer do processo de negócio. Eles afetam o fluxo e podem ter uma causa. Os eventos são representados por círculos vazios para permitir sinalização identificando gatilhos ou resultados. Os tipos de eventos são: Início, meio e fim. 19 Atividades: Este é um termo geral para o trabalho realizado pela organização. Ele pode conter uma ou mais tarefas em níveis mais detalhados. Os tipos de atividades que podem fazer parte de um processo de negócio são: processos, subprocessos e tarefas. Tarefas e threads são representados por um retângulo com cantos arredondados. Os processos podem ser representados da mesma forma ou inseridos em um pool. Decisões: São utilizadas para definir em qual direção o fluxo seguirá e controlar suas ramificações A forma gráfica é um losango com pontos alinhados horizontal e verticalmente. O interior do diamante indica o tipo de comportamento de tomada de decisão (CAMPOS; LUNA; GONCALVES, 2014). 4.3 Ciclo de gerenciamento Andrade (2017) ensina que, de acordo com the Guide to the Business Process Management Common Body of Knowledge (BPM CBOK), a prática de gestão de negócios e processos pode ser caracterizada como um ciclo de vida contínuo, ou seja, um processo de atividades integradas. Esse ciclo pode ser resumido pelas atividades interativas que serão demonstradas a seguir, além do conjunto de etapas, para que se alcance um resultado que é denominado o ciclo de gerenciamento (BEZERRA; TAVARES; SILVA, 2018). Planejamento É a fase em que são percebidas as necessidades de alinhamento estratégico dos processos, de acordo com o guia CBOK, deve ser desenvolvido um plano e estratégia orientados a processos para a organização, analisando suas estratégias e objetivos, dando estrutura e foco contínuo sobre processos centrados no cliente Além disso, são identificados os papéis e responsabilidades organizacionais relacionados à gestão de processos, aspectos relacionados a patrocínio, metas, expectativas de desempenho e métodos. 20 Análise De acordo com o guia CBOK, a análise visa compreender os processos organizacionais atuais no contexto das metas e objetivos desejados. Ele coleta informações de planos estratégicos, modelos de processos, medidas de desempenho, mudanças no ambiente externo e outros fatores para entender os processos dentro da estrutura da organização como um todo. Nesta fase, pontos como: Objetivos do negócio de modelagem, ambiente a ser modelado, atores-chave e escopo da modelagem (processos relacionados ao objetivo geral). Andrade (2017) explica que: No caso brasileiro, o Estado está estruturado sob rígidas bases do modelo burocrático, onde os processos administrativos são componentes fundamentais, enquanto que sobrevêm esforços para reforma e modernização da máquina estatal, com vistas a uma gestão pública gerencialista que tem como componente primário o resultado prevalecendo sobre o processo (ANDRADE, 2017). A análise de processos inclui várias técnicas e métodos para facilitar as atividades das partes interessadas na identificação do contexto e no diagnóstico da situação atual do negócio. Dentre as técnicas possíveis temos: Brainstorming, Grupo de Trabalho Focado em Processos, Entrevista, Cenários, Survey/Questionário 5W2H. Algumas dessas técnicas são utilizadas pelo Escritório de Processos para entender e documentar um processo ou revisar sua versão. A metodologia de modelagem de processos detalha técnicas úteis para a fase de análise de processos e, além de uma análise comparativa de cada uma delas, oferece uma discussão dos pontos fortes e fracos a partir de uma avaliação conceitual e operacional. O mercado globalizado e competitivo não permite que as empresas 21 estejam estruturadas com vários níveis hierárquicos e ineficientes. (BEZERRA; TAVARES; SILVA, 2018). 4.4 Desenho e modelagem O Guia CBOK define o design de processo como um elemento que permite criar especificações para processos de negócios novos ou alterados no contexto de objetivos de negócios, objetivos de desempenho de processos, fluxos de trabalho, aplicativos de negócios, plataformas de tecnologia, dados de recursos, controles financeiros e operacionaise integração com outros processos externos. A integração pode ser resumida como um processo de ligação de diferentes sistemas de gestão em um único sistema, sendo que para isso se utilizam recursos comuns buscando melhorar a satisfação das partes (POLTRONIERI; GEROLAMO; CARPINETTI, 2015). A modelagem de processos, por outro lado, é definida pela BMP CBOK (2013, p. 72) como: Modelagem de processos de negócio é o conjunto de atividades envolvidas na criação de representações de processos de negócio existentes ou propostos. Pode prover uma perspectiva ponta a ponta ou uma porção dos processos primários, de Suporte ou de gerenciamento. O propósito da modelagem é criar uma representação do processo de maneira completa e precisa sobre seu funcionamento. Por esse motivo, o nível de detalhamento e o tipo específico de modelo têm como base o que é esperado da iniciativa de modelagem. Um diagrama simples pode ser suficiente em alguns casos, enquanto um modelo completo e detalhado pode ser necessário em outros. Alternativamente, a modelagem também pode ser referida como "fase de identificação" como "a fase em que a representação do processo atual ocorre exatamente como é representado na realidade, sendo tentada é abster-se de redução ou simplificação de qualquer tipo” (SILVA; OLIVEIRA; SILVA, 2017). De acordo com o guia CBOK, a modelagem de processos pode ser realizada tanto para o mapeamento do processo atual quanto para o mapeamento de melhorias sugeridas como práticas de modelagem de processos relacionadas. A modelagem é considerada no trabalho também uma documentação do processo que fornece um guia indicando as informações do processo e as atividades do processo que precisam 22 ser especificadas e como descrevê-las, além de fornecer um modelo para descrição dos processos. 4.5 Implementação O Guia CBOK (2013) a define como a fase destinada a realizar o desenho do processo de negócios aprovado na forma de procedimentos e fluxos de trabalho documentados, testados e operacionais, proporcionando também o desenvolvimento e implementação de políticas e procedimentos novos ou revistos. Esta fase pressupõe que um conjunto completo de especificações foi criado e aprovado durante as fases de análise, modelagem e projeto, de modo que apenas pequenos ajustes precisam ser feitos durante a implementação. A área de atuação inclui processos primários de execução e suporte, processos de gestão e monitoramento, regras de negócio relacionadas aos três tipos de processos, e componentes do gerenciamento de processos de negócios relevantes e controláveis no ambiente interno da organização, como políticas, incentivos, governança e estilo de gestão. A Gestão de Recursos Humanos (GRH), como peça-chave no processo de criação e de desenvolvimento de uma força de trabalho altamente produtiva, encontra- se no centro do debate sobre a competitividade das empresas (BRITO; OLIVEIRA, 2016). 4.6 Monitoramento De acordo com a orientação do CBOK, a medição e o monitoramento contínuo dos processos de negócios são fundamentais e fornecem informações importantes para que os gerentes de processos de negócios ajustem os recursos para atingir as metas dos processos por meio de métricas relacionadas aos processos de negócios, metas e valor para a organização, que pode levar a atividades de melhoria, redesenho ou reengenharia, essa etapa também pode ser chamada de "simulação e emulação", cuidando da mensuração e validação do processo para garantir que ele seja representado de acordo com sua realidade, como, por exemplo, como examinando 23 diferentes cenários que permitem a análise de mudanças no processo (ANDRADE, 2017). 4.7 Refinamento A fase de refinamento ou transformação, de acordo com o guia CBOK, é responsável pela transformação dos processos, pela implementação do resultado da análise de desempenho, e também lida com os desafios associados à gestão das mudanças na organização, melhoria contínua e processo otimizado. Na medida em que os espaços para ações gerencialista surgem, por alterações no marco legal ou por pressão social, a gestão pública aprimora-se por meio de instrumentos, modelos, métodos e procedimentos de caráter mais específicos ou por reformas mais amplas (ANDRADE, 2017). 5 NORMAS DA SÉRIE ISO 9000 Fonte: https://shre.ink/mwDn A ABNT NBR ISO 9000, elaborada no Comitê Brasileiro da Qualidade (ABNT/CB-025), na Comissão de Estudo de Terminologia (CE-025:000.001), projeto que se publicou em Consulta Nacional conforme o Edital nº 08, de 17.08.2015 a 15.09.2015, trata de uma norma idêntica em conteúdo técnico, estrutura e redação à ISO 9000:2015, que foi elaborada pelo Technical Committee Quality management and 24 quality assurance (ISO/TC 176), Subcommittee Concepts and terminology (SC 01), conforme ISO/IEC Guide 21-1:2005. Essa terceira edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR ISO 9000:2008), que foi tecnicamente revisada. As Normas mencionadas têm como função fornecer os conceitos que são fundamentais ao Sistema de Gestão e Qualidade (SGQ), prevendo fundamentos e normas que sejam capazes de implementar de forma eficaz a SGQ (ABNT NBR ISO 9000:2015). Para Silva (2020), o conceito de normalização não é algo novo, pois visa à criação de padrões que diminuam a variabilidade de processos e produtos: Os padrões são demandados para estabelecer condições básicas para a qualidade, tanto para produtos, como para o crescimento econômico e social. Atualmente, não se pode conceber a ideia de um mundo sem padronização, pois ficaria quase impossível atender alguns critérios estabelecidos pelos mercados, por consumidores e legislações. Nesse quesito, são conhecidas por todos as medidas de roupas e sapatos, as medidas para receitas e remédios, pesos e medidas de produtos, dentre outros (SILVA, 2020, p. 16). Vários padrões foram definidos, baseados em normas específicas, muitas das quais são emitidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e pela International Organization for Standardization (ISO). Nesse sentido, afirma-se que, "de forma sistematizada a Normalização é executada por organismos que contam com a participação das partes interessadas no assunto objeto da normalização e que têm como principal função a elaboração, aprovação e divulgação de normas” (ABNT, 2014). Um número importante de setores de empresas que precisavam exportar não tinha normas internacionais que orientassem quanto à prestação de serviço, visando diminuir os custos de tais empresas. Dessa forma, surge um movimento internacional como objetivo padronizar tais normas, surgindo, então, a série ISO 9000. Que se tornou uma das normas orientadoras mais aceita pela globalização quando se trata de princípios orientadores, apontando à preparação, gerenciamento e planejamento em um sistema de gestão. Colocando em destaque os vários benefícios dessa normalização, dos quais destacam-se: Busca da redução de custos, por meio do uso eficiente dos recursos; Aumento do nível de qualidade, tanto em relação ao produto quanto ao serviço; 25 Busca do maior engajamento dos colaboradores; Aumento da produtividade; Criação de um sistema de capacitação dos colaboradores. Tratam-se de normas que são revisadas constantemente, como por exemplo da ISO 9001:2015, que passou por revisão quanto aos padrões estabelecidos em busca principalmenteda melhoria. É necessário a certificação das empresas mediante a ISSO. Para garantir essa certificação, então, são necessárias jornadas de planejamento e investimento de recursos, não só financeiros mas também humanos, entre outros. Esses preparativos requerem algumas etapas: Definir claramente a participação da gerência, pois este é considerado um fator de criticidade para o sucesso. Se isso não ocorrer, as chances de insucessos são enormes; Identificar quais são os principais requisitos, com foco no cliente, na legislação, entre outros; É de suma importância a definição do escopo do Sistema de Gestão. Esse parâmetro é o primeiro a delimitar a área de atuação ou de exclusão, se necessário; O próximo passo consiste em definir os processos e os procedimentos que vão auxiliar na execução. Alguns procedimentos são mandatórios, por isso, precisam ser identificados no início do projeto; Treinar e capacitar os colaboradores é uma demanda essencial. Os procedimentos podem ser usados para facilitar esta tarefa; Escolher um órgão que certificará a empresa. Este órgão pode também ser usado para consultoria se for julgado necessário; Identificar e capacitar uma equipe de auditores internos para a realização de auditorias; As oportunidades de melhorias encontradas durante as auditorias internas precisam ser gerenciadas para que as ações corretivas sejam implementadas; O sistema de gestão precisa ser revisado com frequência para garantir a maturidade do sistema e sua melhoria contínua (SILVA, 2020). 26 As normas ISO 9000 possui uma família composta por 4 normas que possuem objetivos específicos, os quais orientam de forma geral as organizações (Quadro 1): Quadro 1 – Série ISO 9000 A série é composta das seguintes normas: ISO 9000 – Norma de Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade – Diretrizes para a seleção de uso Fundamentos e vocabulário (descreve os fundamentos do sistema de gerenciamento da qualidade e específica a sua terminologia). ISO 9001:2015 – Sistema de Gestão da Qualidade - Requisitos Especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade para demonstrar sua capacidade de prover consistentemente produtos e serviços que atendem aos requisitos do cliente e aos requisitos estatutários e regularmente aplicáveis. Visa aumentar a satisfação do cliente, introduzir processos para a melhoria do sistema e garantir conformidade aos requisitos do cliente. ISO 9004:2010 – Diretrizes para o sucesso sustentado Sistemas de gerenciamento da qualidade – guia para melhoramento da performance (Fornece diretrizes para implantaçaõ de um Sistema de Gestão da Qualidade, incluindo os processos para melhoria contínua, que contribuem para a satisfação dos clientes da organização e outras partes interessadas). ISO 19011 – Diretrizes para auditorias de sistema de geestão Auditorias internas de qualidade e ambiental (provê guia para o gerenciamento e a condução de auditorias de qualidade e ambiental). Fonte: Adaptado de Silva, 2020. Ressalte-se ainda que ISO 9000 e 9001 são distintas, sendo a ISO 9000 um guia que traz princípios de um sistema de gestão de qualidade e sugere os principais conceitos e fundamentos usados em outras normas. Sendo ainda que a empresa que recebe a certificação ISO, possui vantagem em relação as outras empresas e conforme já mencionado tais normas possuem padrões internacionais (Gráfico 1). 27 Gráfico 1 - Registro de certificações no Brasil Fonte: shre.ink/mwDx Assim a ISO 9000 é um conjunto de normas, porém a ISO 9001 se trata de uma norma que prevê os requisitos necessários a certificação, bem como a qualidade de organização de uma empresa (SILVA, 2020). 5.1 Comparativo entre ISO 9001:2015 e ISO 9004 De acordo com Silva (2020), quando se observa as normas ISO 9001 e a ISO 9004 percebe-se que elas possuem estruturas similares, entretanto elas foram implementadas com propósitos diferentes, sendo complementares visando a orientação as empresas que pretendem implementar um sistema de gestão de qualidade. A ISO 9001 possui como foco a aplicação interna, pois menciona os requisitos para o sistema de gestão da qualidade, posicionando o cliente no centro de todo o processo, incluindo ainda a preparação com fulcro naqueles que pretendem se certificar, sendo ainda usada para fins contratuais. Já a ISO 9004, é uma norma muito mais ampla, podendo ser denominada de guia geral, uma vez que traz orientação, principalmente visando a liderança, que planeja ter resultados de desempenho de excelência. A ISO 9004 frequentemente é utilizada em parceira com a 1SO 9001, mas nada impede a empresa de utilizá-las separadamente, pois a ISO 9004 tem como objetivo fornecer diretrizes para mover a 28 empresa para caminhos de inovação e aprendizagem, e com isso aprimorar seus sistemas de gestão da qualidade para garantir uma gestão sustentável. Dentre as normas da série ISO 9000, a norma ISO 9001 é uma das mais conhecidas, pois específica os requisitos do sistema de qualidade, sendo reconhecida tanto pelas empresas como pelos consumidores. Não tem uma aplicação restritiva, sendo possível fazer uso dela tanto para serviços como para processos produtivos. Porém, tem maior implantação entre as indústrias, devido às exigências de toda a cadeia produtiva. Em relação ao tamanho da empresa, também não existe nenhuma delimitação, podendo essa norma ser aplicada a empresas de qualquer porte e em vários segmentos. Empresas que fazem uso da certificação em muitos casos estampam em seus produtos e em seus sites o selo de referência que indica que a empresa entrega produtos e/ou serviços com qualidade. Um dos princípios da norma é focar nos requisitos dos clientes, visando atendê-los de forma satisfatória. Isso ocorre por meio da melhoria de processos e do envolvimento de todos os níveis da organização (Quadro 2). Quadro 2 - Comparação de Princípios Comparativo dos princípios ISSO 9001: 2000 e ISSO 9001: 2008 ISSO 9001:2015 Foco no cliente Foco no cliente Liderança Liderança Envolvimento das pessoas Envolvimento das pessoas Abordagem por processos Abordagem por processos Abordagem sistêmica de gestão - Melhoria contínua Melhoria Abordagem de tomada de decisões baseadas em fatos Tomada de decisão baseada em evidência Relações mutuamente benéfica com fornecedores Gestão das relações Fonte: ABNT 2000, 2008 e 2015. 29 Visando a melhoria das normas, ao ser revisada ela passou por diversas transformações, cujo intuito era elaborar uma norma internacional qua atingisse um padrão de qualidade tanto em relação aos produtos quanto aos serviços, buscando facilitar a exportação. Deste modo, na versão atual, seu objetivo é a integração dos requisitos, para que a ISO 9001:2015 pudesse ser compatível com as outras normas como ISO 14001 e a OHSAS 18001 (Quadro 3). Quadro 3 - Comparativo de requisitos das normas Comparativo de requisitos das normas ISO 9001:1987 ISO 9001:1994 ISO 9001:2000 ISO 9001:2008 ISO 9001:2015 4.1Responsabilidade da direção 4.1Responsabilidade da administração 4.Sistema de gestão da qualidade 4.Sistema de gestão da qualidade 4. Contexto da organização 4.2Sistema da qualidade 4.2Sistema da qualidade 5.Responsabilidade da direção 5.Responsabilidade da direção 5. Liderança 4.3Análise crítica de contrato 4.3Análise crítica de contrato 6.Gestão de recursos 6.Gestão de recursos 6.Planejamento 4.4Controle de projeto 4.4Controle de projeto 7. Realização do produto 7. Realização do produto 7.Apoio 4.5Controle de documentos 4.5 Controle de documentos e de dados 8.Mediação, análise e melhoria contínua 8.Mediação, análise e melhoria contínua 8.Operação 4.6Aquisição 4.6Aquisição - - 9.Avaliação de desempenho 4.7Produtos fornecido pelo computador 4.7Controle de produto fornecido pelo cliente - - 10.Melhoria 4.8Identificação e rastreabilidade de produto 4.8Identificação e rastreabilidade de produto - - - 4.9Controle de processos 4.9Controle de processos - - - 4.10Inspenção e ensaios 4.10Inspenção e ensaios - - - 4.11Equipamento de inspeção, medição e ensaios 4.11Controle de equipamento de inspeção,medição e ensaios - - - 4.12Situação de inspeção e ensaios 4.12Situação de inspeção e ensaios - - - 30 4.13Controle de produto não conforme 4.13Controle de produto não conforme - - - 4.14Ação corretiva 4.14Ação corretiva e ação preventiva - - - 4.15Manuseio, armazenamento, embalagem e expedição 4.15Manuseio, armazenamento, embalagem, preservação e entrega - - - 4.16Registro de qualidade 4.16Controle de registros de qualidade - - - 4.17Auditoria interna da qualidade 4.17Auditoria interna da qualidade - - - 4.18Treinamento 4.18Treinamento - - - 4.19Assistência técnica 4.19Serviços associados - - - 4.20Técnicas estatísticas 4.20Técnicas estatísticas - - - Fonte: ABNT, 1987, 1994, 2000, 2008 e 2015. Na norma ISO 9001:2015, Sistema de Gestão da Qualidade, cujos requisitos, o cliente ainda continua sendo o centro das ações da empresa, a qual visa focar a agregação de valor aos processos por meio da melhoria destes. A norma continua defendendo a importância de se considerar os requisitos dos clientes e das partes interessadas como requisitos de qualidade. A ISO 9001:2015 destaca também a importância da responsabilidade da liderança pelos objetivos, metas e resultados, buscando uma gestão mais compartilhada pelos planos de ações e eficácia do sistema. Um ponto muito importante integrado, na última atualização, refere-se à gestão de riscos, que, na avaliação de muitos especialistas de qualidade, está sendo considerada a essência dessa nova norma. Esses riscos precisam ser identificados e minimizados quando possível para que os resultados de qualidade assumam novos patamares (SILVA, 2020). 31 6 CICLO DE GERENCIAMENTO DE PROCESSOS DO MPF Fonte: https://bityli.com/CvgR5 O Ministério Público da Federação (MPF) optou por um modelo mais simples do que o apresentado pelo CBOK, mas seguiu a mesma linha de pensamento: Planejar, Verificar, Executar e Agir (PDCA) e Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar (DMAIC). Ambos os modelos tratam das fases de melhoria, desde o planejamento inicial, até a análise e execução, inclusive do controle dos resultados, principalmente na gestão da qualidade desses processos, em colaboração com a redução de desperdícios, com padronização e com melhoria. O planejamento e a execução de um projeto exigem variadas tarefas, atividades, ações e cuidados, sendo todos esses aspectos um conjunto que constrói processos direcionados a confecção de determinado projeto. Nesse contexto, cada ação deve ser idealizada antes de ser executada e cada etapa do projeto deve considerar alguns aspectos importantes ao sucesso de sua aplicação. Contudo e considerando o exposto, a gestão de risco torna-se o conjunto de atividades orientadas por metodologias imprescindíveis (DO PRADO; SANTOS, 2018). 6.1 Ciclo PDCA Nascido no campo da era da Qualidade Total, surge como a ferramenta que melhor representa a gestão de uma atividade. Está atrelado à necessidade de cada instituição planejar e controlar suas atividades. 32 Para Pacheco; Salles; Garcia (2012), o ciclo PDCA é um método de gestão para promover a melhoria contínua e em suas quatro fases reflete a base da filosofia de melhoria contínua. Nesse sentido, suas fases podem ser apresentadas da seguinte forma: começa com a definição do problema e os métodos necessários para alcançar os resultados, passa pela análise do processo, é elaborado um plano de ação no qual o que é implementado foi a prática planejada uma vez executado o plano, inicia-se a revisão dos resultados, com uma análise comparativa da execução em relação ao planejado. Por fim, haja corretamente em caso de desvios ou identifique preventivamente novas possibilidades porque as coisas vão melhorar. Como resultado dessas fases, os processos de trabalho são padronizados. O objetivo do PDCA é solucionar problemas e atingir metas, para isso é importante criar uma visão de futuro dos processos da organização, caso os resultados esperados não sejam alcançados, o ciclo deve ser reiniciado. Para articular e organizar os conhecimentos e assim reconhecer os problemas do mundo é necessária uma reforma de pensamento. (PACHECO; SALLES; GARCIA, 2012). O aplicativo PDCA possibilita: Avaliação de desempenho; Análise comparativa entre o que foi feito e o que foi planejado; Análise de desvios; Tomar medidas corretivas; Acompanhamento da eficácia das medidas implementadas; e Coleta de informações para apoiar a tomada de decisões. 6.2 Ciclo DMAIC Projetos Seis Sigma estão estritamente próximos à estratégia gerencial das organizações, que têm como objetivo aumentar, de modo drástico, sua lucratividade por meio da melhoria da qualidade de produtos e processos, do aumento da satisfação dos clientes e, também, dos consumidores (SILVA; OLIVEIRA; SILVA, 2017). O método DMAIC, construído com o apoio do PDCA, tem foco na resolução de problemas e pode ser utilizado em diversos segmentos para realizar melhorias em processos ou para desenvolver um projeto concreto. Este método consiste em cinco 33 fases, na primeira fase o problema é definido com base nas opiniões do cliente e nos objetivos do projeto, na segunda fase as relações causa-efeito são medidas e examinadas, na terceira fase os dados são analisados e realizados um mapeamento para identificar oportunidades de melhoria. A quarta fase envolve a melhoria e otimização do processo de acordo com o mapeamento realizado e por fim inicia-se a fase de controle, que é realizada para garantir que os desvios sejam corrigidos antes que se tornem erros, conforme a figura abaixo mostra o que é feito e quais as metas devem ser alcançadas em cada fase do ciclo DMAIC (SILVA; OLIVEIRA; SILVA, 2017). 7 ESCRITÓRIO DE PROCESSOS Fonte: shre.ink/mwBk O DMAIC (do inglês Define, Measure, Analyze, Improve e Control) é uma metodologia que possui um roteiro de etapas que ajudam você a guiar os seus processos. A sigla resume as fases necessárias do projeto Seis Sigma: Definir; Medir; Analisar; Melhorar e Controlar. É a estrutura necessária para que as ações de gestão e automação de processos sejam coordenadas, aperfeiçoadas e realizadas com foco nos stakeholders e controle de processos, inovação, criação e manutenção da biblioteca de processos, monitoramento de indicadores de desempenho de processos. Vieira et al (2016) explicam que: 34 As seguintes etapas são citadas para a realização de uma transformação de processos: (I) a identificação do processo, no qual o processo é localizado na arquitetura de processos da organização; (II) a descoberta do processo, onde é realizada a modelagem do estado atual do processo (modelagem AS IS); (III) análise, onde são identificados os problemas e possíveis melhorias para o processo; (IV) redesenho, onde são introduzidas as melhorias identificadas na etapa anterior e realizada a modelagem do estado futuro do processo (modelagem TO BE); (V) implantação, onde o modelo de processo se torna executável; e (VI) monitoramento e controle, onde são definidos e implantados os indicadores de desempenho do processo. É importante ressaltar que, caso os processos sejam automatizados, essa automação deve ocorrer apenas na etapa (V) implantação dos processos, pois não se deve realizar a automação dos processos antes de serem realizadas ações de melhorias sobre eles, visto que isso geraria a automação das ineficiências e dos problemas. (VIEIRA et al, 2016). Embora muitas organizações não implementem um escritório de processos até atingirem um certo nível de maturidade de processos, a literatura mostra que sua implantação inicial é um elemento chave na disseminação e adoção da gestão de processos em uma localidade ou área que a representa, e assim surge o escritório de processos. 7.1 Etapas Segundoa ELO Group Consulting, centro de excelência em BPM, para uma estrutura eficaz que aumente a produtividade organizacional, alguns passos fundamentais devem ser desenvolvidos, a saber: Preparação e Planejamento: Uma proposta de projeto do que se deseja alcançar deve incluir os recursos, as principais partes interessadas e as principais barreiras. BPM Awareness: Discussões e apresentações fornecem uma base sólida para a adoção da nova cultura, todas as partes interessadas precisam estar envolvidas e o uso de histórias de sucesso reforça a metodologia. Historicamente, disseminaram-se nas organizações as estruturas verticais com funções e departamentos isolados que operavam independentemente umas das outras (BEZERRA; TAVARES; SILVA, 2018). Desenvolvimento da competência interna: É importante desenvolver a competência interna na gestão de processos, seja documentando os processos ou adaptando a organização aos métodos dos processos. 35 Construção e mobiliário do escritório: Consiste no desenvolvimento de um modelo de referência no escritório de processos e no desenvolvimento de competências. Comunicado: Os benefícios alcançados devem ser demonstrados ao público interessado e o compromisso com a gestão deve ser constantemente estimulado. Gestão da mudança: A cultura do processo deve ser fortalecida. Projetos de inovação devem ser realizados e não apenas recomendados. Demonstrar melhoria: a teoria deve ser colocada em prática, os projetos piloto devem ser implementados, mesmo as falhas fornecem lições importantes para projetos futuros. Melhoria Contínua: O trabalho realizado deve trazer lições importantes e, portanto, boas práticas para o trabalho do Gabinete de Processo. Responsabilidades: O Escritório é responsável por resguardar as metodologias, além de ser fonte de orientação e coordenação dos trabalhos do processo, possui grande poder em uma fase inicial de maturidade, seu papel é bastante intenso, pois é seguidor é resultado. À medida que o nível de maturidade aumenta, os departamentos podem realizar iniciativas de processos com o apoio do escritório. Principais Responsabilidades: Definir metodologias, modelos, treinamentos, projetos e ferramentas para iniciativas de BPM, coordenar a melhoria e inovação de processos, Acompanhar os progressos realizados e realizar a gestão diária, apoiar projetos de melhoria da unidade, Divulgar e compartilhar o conhecimento adquirido por meio de iniciativas de BPM, Manter uma arquitetura de processos, Medir o desempenho dos processos e reportá-lo aos níveis superiores, Gerenciar programas educacionais de BPM, apoiar os proprietários de processos em seu trabalho de melhoria, desenvolvimento e disseminação de uma cultura orientada para o processo. Comunicação sobre os benefícios alcançados com a gestão de processos. Escopo de Ação: Não é função do Gabinete de Processos realizar todas as melhorias e gestão do dia-a-dia de todos os processos da organização do escritório que existem para atender o negócio. A etapa normalmente oferece "Serviços de Melhoria de Processos" que incluem modelagem, análise e redesenho de processos, ou "Serviços de Gerenciamento de Processos Diários" que abrangem projetos, seja medição de desempenho ou treinamento de processos. A literatura indica que um 36 escritório de processos funciona melhor quando é uma entidade fisicamente centralizada, em vez de ser dividido em toda a organização em escritórios locais que se reportam ao escritório de processos de uma organização. Bezerra; Tavares; Silva (2018) explicam que, em geral, 5 a 10 profissionais da Mesa de Processo também devem trabalhar em grandes organizações em relação à entrega de serviços compartilhados. Níveis de maturidade: Existem três níveis de maturidade ou etapas de implementação para implementação: Nível 1 - Ocorre a disseminação dos conceitos de BPM e lucros; Nível 2 - Concentração de iniciativas de BPM; Nível 3 - Disseminação da cultura BPM. No Nível de Maturidade 1, a importância do BPM deve ser demonstrada, assim como um primeiro conjunto de serviços a serem entregues, incluindo ferramentas e métodos, esclareceu que gerenciar processos não é apenas modelar, mas também repensar como os serviços são feitos, com o objetivo de melhoria contínua. No Nível 2, a organização deve promover e estruturar a governança por meio de processos para que ela seja internalizada na organização, todas as iniciativas de processos devem convergir para garantir sua consistência, escopo e reconhecimento. No nível 3, o escopo de atuação da Diretoria de Processos passa a ser mais voltado para a liderança, as iniciativas definidas pela gestão devem ser traduzidas em figuras-chave estratégicas e a cultura de liderança por processos deve ser disseminada por toda a organização. Gestão de Desempenho e Compliance: a empresa deve alinhar suas práticas para atuar de acordo com as prioridades estabelecidas pelo CEO. Após o processo inicial de modelagem e melhoria do processo, todo o Escritório e sua infraestrutura devem ser revistos para garantir a atualização necessária. À medida que a gestão amadurece por meio de processos na instituição, o grau de envolvimento do escritório diminui e o grau de envolvimento da unidade de negócios aumenta. Quanto ao Multidimensional, as unidades complexas, como o ser humano ou a sociedade, são multidimensionais: dessa forma, o ser humano é ao mesmo tempo biológico, psíquico, social, afetivo e racional. A sociedade comporta as dimensões 37 histórica, econômica, sociológica, religiosa, etc. (PACHECO; SALLES; GARCIA 2012). 8 MODELO DE GOVERNANÇA Fonte: shre.ink/mwBM O modelo de governança mostra como os promotores podem entender e mudar seus processos de trabalho. A estratégia de BPM é uma construção contínua que amadurece ao longo do tempo. Apesar de haver diferentes modelos para a implantação do gerenciamento de processos, eles têm em comum a forma cíclica, por esta razão, fala-se em “ciclos de BPM”. Um modelo sistêmico composto por eventos, atividades e tarefas, com objetivo de organizar o fluxo e as operações de troca de valores entre fornecedores e clientes deve orientar o BPM (KLUSKA; LIMA; COSTA, 2015). 8.1 Etapas Os serviços de melhoria realizados pelo Escritório de Processos devem ter um escopo maior para que haja sinergia com a estratégia corporativa no início da ilustração: A gestão de processos é baseada nas metas definidas no planejamento estratégico da organização. Essas etapas e metas são: 38 Passo 1 - Planejamento de alterações: O processo de planejamento inicia o ciclo PDCA e este passo é destinado a planejamento projetos e processos, gerenciando projetos e portfólio, gerenciando os requisitos do dispositivo e da arquitetura de processo de atualização. A definição de processos de negócios ágeis diz respeito à capacidade de descobrir mudanças e oportunidades e reagir adequadamente e rapidamente às mesmas (MARTINS; ZACARIAS, 2017). Planejamento de Projetos e Processos: Consiste no planejamento inicial dos serviços que o Escritório de Processos prestará, indicando cronograma, escopo de atuação, responsabilidades, objetivos a serem alcançados, riscos, equipe envolvida e produtos esperados. É importante ter a concordância das partes envolvidas neste planejamento que deve ser atualizado a cada projeto de processo a fim de melhorar o desenvolvimento das atividades. Gerenciar projetos e portfólio: Consiste em consolidar o portfólio de projetos de processo para que sejam definidas prioridades, comunicando aos solicitantes quais requisitos foram priorizados ou não. A priorização precisa considerar o impacto no cidadão, alinhamento com o planejamento estratégico, possibilidade de automação de processos, entre outros. O portfólio consolidado dará suporte à tomada de decisão. Gestãode Solicitações de Unidade: Este objetivo requer organizar as diversas solicitações e ideias recebidas pelas unidades, agrupar aquelas que precisam ser tratadas como um único projeto e fazer estimativas dos esforços a serem realizados por meio desta iniciativa e realizar uma análise entre os diferentes tipos de projetos solicitados. Arquitetura do processo de atualização: A arquitetura fornece uma visão macro da organização e, portanto, deve ser de fácil compreensão e aplicável a todos os servidores, suporta os diferentes níveis de processos MPF, desde o nível macro (sua cadeia de valor) até o nível mais detalhado (técnica e instruções operacionais), com modificados, substituídos, excluídos, agrupados ou incluídos em seus processos de atualização ou macroprocessos. Passo 2 - Executar Projetos de Processos: As causas de atrasos estão relacionadas a empreendimentos que tiveram impactados seus prazos contratuais. (DE FILIPPI; MELHADO, 2015). Após a etapa de planejamento, inicie a execução dos projetos especificados na etapa anterior, seus principais objetivos são: construir uma 39 visão futura, entender e modelar a situação atual, processos de análise, transformar os processos e implementar novos processos além de executar a operação suportada. Criar uma visão de futuro: Os colaboradores devem estar motivados e aptos a implementar mudanças diariamente, construindo assim uma visão de futuro para cada processo. Os ganhos e melhorias esperados devem ser claros e mobilizar todos para alcançá-los. Compreender e modelar a situação atual (como ela está): Ao desenhar fluxogramas, a abordagem da agência pode ser visualizada, permitindo que os servidores entendam quais questões e dificuldades estão limitando o alcance da visão de futuro. É necessário coletar dados sobre o desempenho atual dos processos para que os lucros possam ser medidos posteriormente. Análise de processos: Após registrar a situação atual dos processos de trabalho, podem ser identificadas oportunidades de melhoria. O mapeamento permite entender a situação atual e identificar possíveis erros, mas é necessária uma análise do que pode ser melhorado. As melhorias devem ser descritas de forma clara e detalhada, pois as ideias gerais são facilmente aceitas por todos, mas os detalhes determinam o sucesso da implementação do novo processo. Processos de redesenho (TO BE): Nesta fase, os processos apresentados devem ser redesenhados, incluindo melhorias priorizadas. É importante mencionar que o responsável pela implementação (dono do processo) deve estar envolvido na criação, discussão e priorização das melhorias identificadas. A gestão de mudanças deve ser implementada, desgargando, ganhos de eficiência devem ser considerados e o impacto das melhorias propostas também deve ser avaliado. Implementar novo processo e realizar operação assistida: Com o redesenho realizado, ele entra em prática, treinamentos devem ser realizados se necessário, diretrizes devem ser verificadas para adequá-los ao novo processo e às funcionalidades desenvolvidas por meio de sistemas, pessoal e materiais. A operação apoiada deve ser realizada nas primeiras semanas de implantação, para verificar se o novo processo atende às expectativas traçadas, os planos de ação definidos devem ser acompanhados, seja por meio de reuniões periódicas ou relatórios sumários. Passo 3 - Monitorar processos: Na fase de monitoramento, o cumprimento do que foi implementado é estabelecido quando os objetivos estabelecidos são alcançados e a eficiência do processo é maximizada, tendo como principais objetivos 40 a padronização e implementação de melhorias contínuas; monitorar desempenho, risco e conformidade, comunicar e divulgar informações sobre gestão por processos e conhecer a execução de processos, além de educar e treinar gestão por processos. Padronizar e implementar a melhoria contínua: Após a implementação do processo, a nova forma de trabalhar deve ser padronizada para evitar desvios, manuais e fluxogramas devem ser atualizados, aprovados e publicados à medida que a melhoria é implementada, os problemas identificados são avaliados para definir melhores estratégias de correção. Monitoramento de desempenho, riscos e conformidade: O uso de indicadores de desempenho auxilia na tarefa de monitoramento, os riscos, controle, resultados finais do processo devem ser monitorados regularmente, essas informações subsidiarão novas políticas e apoiarão iniciativas de melhoria de processos, esses tópicos podem ser discutidos em reuniões para melhoria contínua onde poderão ser discutidas novas ideias, erros, falhas e perdas encontradas na implementação devem ser discutidas em reuniões para melhorar o trabalho futuro. Comunicar e divulgar informações sobre Gestão por Processos: As ações realizadas, os casos de sucesso, os benefícios alcançados, a melhoria contínua e a eficiência organizacional devem ser divulgados no MPF. Aprendendo a realizar processos por meio de educação e treinamento em gestão de processos. Em todas essas etapas, é necessária uma análise crítica do processo, as informações coletadas subsidiarão novas oportunidades de melhoria e aprimoramento do aprendizado, o escritório de processos terá novos conhecimentos e toda a equipe envolvida no processo. Passo 4 - Gestão da estratégia de melhoria: Existem particularidades estratégicas nestas organizações. Uma delas é a capacidade de agir rapidamente num determinado contexto, conduzido pela ideia de que quando uma oportunidade tiver sido investigada em sua totalidade, talvez seja tarde demais (BHIDE; BRITTO; WEVER, 2003) (Quadro 4). 41 Quadro 4 - Estratégias na Organização Suportar a construção da estratégia: Identificar como os objetivos estratégicos afetam a cadeia de valor e, assim, definir objetivos concretos para a execução dos processos de trabalho. Desdobrar a estratégia em processos: A estratégia organizacional deve ser traduzida em processos, os processos prioritários devem ser definidos para que possam ser aprimorados para atingir os objetivos estratégicos. Identificar demandas de melhorias e inovação: Mobiliza os colaboradores para pensarem em ideias e oportunidades de melhoria e inovação organizacional. Identifica necessidades, desenvolve planos de ação para implementação de melhoria contínua e desenvolve projetos de processos. Prospectar ideias: Capacitar a organização para obter solicitações da Diretoria de Processos, além de utilizar ferramentas como questionários, entrevistas, conferências e reuniões para demonstrar a importância da gestão de processos no MPF e identificar os processos que precisam aumentar a eficiência. Fonte: Adaptado de Silva, 2020. Esta fase mostra que deve haver sinergia entre a estratégia de negócio e a estratégia de melhoria, sendo a primeira desdobrada em processos de melhoria, a área de processo deve trabalhar para identificar requisitos e buscar novas ideias. Seus objetivos são apoiar a construção da estratégia, desdobrar a estratégia em processos, identificar necessidades de melhoria e inovação e buscar ideias. Cada objetivo tem resultados específicos que precisam ser alcançados, conforme descrito no Quadro 4. 42 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, E. Programa de mestrado em planejamento e governança gerenciamento de processos para melhoria da eficiência na administração pública: estrutura de referência para a UTFPR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná 2017. BEZERRA, M. C. C; TAVARES, M. S. A; DA SILVA, R. M. Gerenciamento dos processos de negócio: uma análise dos modelos de ciclo de vida BPM, 2018. BHIDE, A; BRITTO, F; WEVER, L. Como os empreendedores constroem estratégias que dão certo. 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