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WBA0920_v1.0 APRENDIZAGEM EM FOCO HABILIDADES VISUOESPACIAIS, PRAXIAS E GNOSIAS: ASPECTOS TEÓRICOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Aline Monique Carniel Leitura crítica: Elisangela Toth Nessa disciplina, você poderá conhecer algumas funções cerebrais que possibilitam a relação entre o homem e o mundo ao seu redor: as habilidades visuoespaciais, as praxias e as gnosias. As habilidades visuoespaciais estão presentes na maioria das atividades cotidianas e permitem a identificação de tamanho, dimensão, forma e distância dos lugares e dos objetos. Por meio dessas habilidades, é possível posicionar o corpo com relação ao ambiente, desviar de obstáculos, fazer esportes, estacionar o carro, imaginar um lugar ou traçar uma rota. As praxias são responsáveis pela capacidade de realizar movimentos organizados com uma finalidade, como pentear os cabelos, escovar os dentes ou colocar os sapatos. Essa capacidade é necessária para a execução de atividades simples e complexas, para a compreensão da funcionalidade dos objetos e para o uso adequado desses utensílios. As gnosias garantem ao homem a identificação do mundo utilizando seus sentidos: visão; audição; olfato; paladar; e tato. Tornam possível o reconhecimento de imagens; cores; rostos; sons; sabores; texturas; formas; e cheiros. Os órgãos dos sentidos e as estruturas cerebrais relacionadas à percepção são fundamentais, para que essas habilidades se desenvolvam de forma saudável. Quando ocorrem alterações nessas estruturas, tais capacidades também são afetadas, causando diversos prejuízos para a funcionalidade e qualidade de vida das pessoas. 3 Por isso, nessa disciplina você poderá aprender quais os transtornos relacionados às habilidades visuoespaciais, praxias e gnosias, além de conhecer os testes neuropsicológicos mais utilizados para mensurar tais distúrbios como o Teste da Figura Complexa de Rey, o Teste de Retenção Visual de Benton (BVRT), o Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender, o Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve NEUPSLIN nas versões adulto e infantil, a Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS-III) e a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-IV). Convidamos você a conhecer mais sobre como a neuropsicologia pode atuar na avaliação de funções indispensáveis para o nosso cotidiano, será um prazer tê-lo conosco! INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! Conceito de habilidades visuoespaciais e alterações relacionadas ______________________________________________________________ Autoria: Aline Monique Carniel Leitura crítica: Elisangela Toth TEMA 1 5 DIRETO AO PONTO As habilidades visuoespaciais estão presentes na maioria das atividades cotidianas e atuam como um mediador na relação entre o ser humano e o mundo. São responsáveis pela percepção e orientação espacial, permitem a identificação de tamanho, dimensão, forma e distância dos lugares e dos objetos. Por meio dessas habilidades, é possível posicionar o corpo com relação ao ambiente, desviar de obstáculos, praticar esportes, estimar a distância entre dois objetos, estacionar o carro, imaginar um lugar, traçar e memorizar rotas. O primeiro passo para que essas atividades sejam executadas é a captação de estímulos disponíveis no ambiente, realizada pelos órgãos dos sentidos. Eles atuam na detecção e codificação das informações do ambiente e possibilitam que as informações cheguem até o cérebro, onde serão interpretadas pelo processo de percepção. Esse processo permite identificar, planejar e executar comportamentos adequados frente às situações. A seleção dos estímulos visuoespaciais, também está relacionada ao controle atencional, que pode ser executado pelos sistemas bottom-up (de baixo para cima) e top-down (de cima para baixo). A rede bottom-up é classificada como ascendente, pois diz respeito à atenção aos estímulos instintivos e involuntários. Ela permite elaborá-los como realmente se apresentam, envolve a região temporoparietal e o córtex frontal ventral. Já o circuito top-down é considerado como descendente, pois se origina no córtex cerebral e sobrepõe-se aos mecanismos instintivos. Abrange os campos oculares frontais e o lobo parietal superior. Viabiliza direcionar a atenção de acordo com o desejo, escolher os estímulos que são relevantes para uma tarefa e ignorar aqueles que não são necessários. 6 Os processos executivos também são responsáveis pela seleção desses estímulos. Organizam as informações para a identificação e interpretação visuoespacial, além da retenção e manipulação de representações mentais. Assim, são partes integrantes do sistema de memória operacional, que consiste na capacidade de apreender as informações por um breve período, para posterior processamento da memória e formulação de resposta. O modelo de Baddeley (2012) propõe que esse tipo de memória abarca o componente executivo central (diretor dos recursos atencionais), a alça fonológica (responsável por reter o conteúdo verbal e importante para a aquisição de palavras, coerência e compreensão de discursos), o esboço visuoespacial (encarregado pela manipulação e armazenamento de estímulos visuais e espaciais, imprescindível para a orientação espacial, localização geográfica, movimentação dos olhos e representação da página durante a leitura) e por fim, o buffer episódico (integrador das funções verbal e espacial, e de ambas com a memória de longo- prazo). O esboço visuoespacial também foi subdividido em dois armazenadores, o visual cache (armazenador visual passivo) e o innerscribe (armazenador espacial ativo). O primeiro, visual cache, guarda os conteúdos visuais estáticos, como formas, texturas e cores de uma cena. O segundo, innerscribe, retém as relações espaciais da cena, armazenamento da sequência dos eventos no campo visual e associação das informações mantidas no visual cache. 7 Figura 1 – Modelo de Baddeley Fonte: elaborada pela autora. Dessa forma, é possível o desenvolvimento das habilidades visuoespaciais como a busca visual, a organização visual, a orientação espacial e a visuoconstrução. A busca visual permite localizar informações do campo visual e avaliá-las de forma rápida e eficiente. Por sua vez, a organização visual consiste na organização de figuras completas ou incompletas. Quando a orientação espacial, localizar no espaço com base nas informações visuais. Por fim, a visuoconstrução diz respeito à manipulação manual de informações espaciais a fim de criar um design ou reproduzir um modelo. As áreas de associação sensorial são responsáveis pelo funcionamento visuoespacial. No entanto, quando lesionadas, podem causar danos significativos nessas habilidades. Lesões no córtex primário podem provocar a chamada cegueira cortical, ou seja, incapacidade de receber informações dos estímulos visuais. Lesões no córtex secundário podem produzir agnosia visual que consiste em não reconhecer objetos do cotidiano ao vê-los, somente 8 ao tocá-los; cegueira verbal que diz respeito à dificuldade de reconhecer as palavras; e a alexia que é a perda da capacidade de compreender a linguagem escrita ou impressa. Outras alterações podem ser encontradas no sistema visuoespacial como: 1) prosopagnosia, inabilidade de reconhecer faces de pessoas familiares; 2) desorientação geográfica, déficits no senso de localização, apesar de identificar o ambiente; 3) desorientação topográfica, dificuldade de se relacionar com o espaço externo; 4) apraxia construtiva, falhas para elaborar desenhos e construções tridimensionais; 5) ataxia óptica: prejuízos na integração visual e motora, acarretando a perda do controle muscular durante os movimentos voluntários;6) heminegligência, falência ao orientar- se ou responder a estímulos gerados do lado contralateral à lesão cortical; 7) discalculia, secundária às alterações visuais, na qual o indivíduo apresenta dificuldade de calcular operações no papel ou mentalmente. Referências bibliográficas BADDELEY, A. D. WorkingMemory: theories, models andcontroversies. Annual Review of Psychology, v. 63, p. 1-29, 2012. PARA SABER MAIS A discalculia é um transtorno específico de aprendizagem relacionado a déficits nas habilidades matemáticas. Pessoas que possuem o diagnóstico desse transtorno apresentam dificuldades em conceitos numéricos simples, noção abstrata dos números, tempo, medida, cálculo e resolução de problemas. A etiologia desse fenômeno está ligada a alterações neurológicas que podem ser ocasionadas, por exemplo, por distúrbios no Sistema 9 Nervoso Central, desenvolvimento neurológico (hereditariedade) e memória operacional. Todavia, essas disfunções não estão relacionadas ao coeficiente intelectual, deficiência visual, deficiência auditiva ou lacunas na escolarização. Na literatura, são encontradas diversas classificações quanto às manifestações de discalculia. A obra de Cunha (2015) discorre sobre a pesquisa de Senzer (2001) que aponta para cinco subtipos: 1) Gráfica: dificuldade na escrita dos números; 2) Léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos; 3) Operacional: dificuldade na realização de cálculos; 4) Practográfica: dificuldade na manipulação de números ou representações matemáticas; 5) Espacial: dificuldade para organizar números de acordo com uma estrutura espacial, pode estar relacionada à avaliação e organização visuoespacial. Desse modo, compreende-se que os déficits observados na discalculia vão além da identificação do número e execução de cálculos, pois também abarcam a percepção visual, organização da informação e resolução de problemas. Tais características envolvem as habilidades visuoespaciais, visto que elas atuam no processo de representação mental dos números e de grandezas matemáticas. Alguns sintomas da discalculia que podem sofrer impacto de alterações nas funções visuoespaciais são a dificuldade na avaliação de tamanho, forma, quantidade e distância; os erros na integração entre o número e a quantidade; problemas para posicionar os números em uma operação (utiliza espaço exacerbado ou limitado para a realização das contas); erros na cópia dos algarismos como confusão entre números parecidos; e dificuldades na percepção e reprodução de noções espaciais e temporais. É importante ressaltar que vários mecanismos estão envolvidos na manifestação desse transtorno de aprendizagem. Disfunções executivas, prejuízos no conhecimento semântico numérico, déficits 10 na memória operacional verbal e visual, também podem estar relacionados à discalculia. Logo, o reconhecimento do impacto das alterações visuoespaciais e a identificação do tipo de discalculia, são procedimentos relevantes para intervenções que visam melhorar a aprendizagem dos discálculos. Referências bibliográficas CUNHA, A. E. Práticas pedagógicas para a inclusão e diversidade. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2015. TEORIA EM PRÁTICA A família de um homem de 82 anos procurou o consultório para avaliação neuropsicológica, devido ao encaminhamento do médico neurologista. Referem buscar o atendimento após vários episódios de desorientação do paciente. O idoso reside há 20 anos no mesmo bairro e sempre manteve o hábito de realizar sua caminhada matinal, encerrando-a com um cafezinho em uma padaria no meio do caminho. Há duas semanas, a família foi procurada por conhecidos do bairro que encontraram o senhor no centro da cidade, procurando a padaria próxima à sua casa. Situações como essa também aconteceram há 1 mês, quando o senhor, ao sair de uma celebração religiosa, não conseguiu seguir o caminho para sua casa. Foi encontrado pela família nos arredores da igreja, acreditando que estava caminhando em direção à sua residência. Esse paciente possui critérios para a realização de uma avaliação neuropsicológica? Qual hipótese diagnóstica pode estar por trás das queixas apresentadas? A investigação das habilidades visuoespaciais seria válida nesse caso? 11 Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 Trata-se de uma revisão de literatura, que aborda a importância dos processos cognitivos visuoespaciais na aprendizagem de crianças em idade escolar. Inicialmente, apresenta as definições e os principais mecanismos funcionais, bem como evidências de várias pesquisas que abordam a importância dos processos de atenção, inibição e memória operacional nas tarefas visuoespaciais. Defende Indicações de leitura 12 que o ambiente visual externo, deve ser analisado de acordo com os processos cognitivos básicos, concluindo com a identificação da necessidade de estudos sistemáticos sobre a relação entre estes dois elementos (cognição e ambiente). RODRIGUES, P. F. S. Processos cognitivos visuoespaciais e ambiente visual circundante: implicações educacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 32, n. 04, 2016. Indicação 2 Este trabalho apresenta conceitos da memória de trabalho visuoespacial, descreve o funcionamento do esboço visuoespacial e a dissociação entre memória espacial e visual. Discriminando cada conceito a partir de uma revisão de estudos neurológicos, apresentando suas características e métodos avaliativos. O artigo pretende discutir o fracionamento da memória visuoespacial em seus componentes visuais e espaciais. GALERA, C., GARCIA, R. B.; VASQUES, R. Componentes funcionais da memória visuoespacial. Estudos Avançados, São Paulo, v. 27, n. 77, p. 29-44, 2013. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 13 1. Escolha a alternativa com a sequência de palavras que completa corretamente o texto abaixo. O esboço __________ também foi subdividido em dois armazenadores, o visual cache e o innerscribe. O __________, guarda os conteúdos visuais estáticos, como formas, texturas e cores de uma cena. O __________, retém as relações espaciais da cena, armazenamento da sequência dos eventos no campo visual e associação das informações mantidas no __________. a. Visuoespacial; visual cache; innerscribe; visual cache. b. Visuoespacial; innerscribe; visual cache; visual cache. c. Heminegligência; innerscribe; visual cache; visuoespacial. d. Visuoespacial; visual cache; innerscribe; visual cache. e. Visuoespacial; visual cache; innerscribe; innerscribe. 2. Assinale a alternativa que apresenta corretamente as funções das habilidades visuoespaciais. a. São responsáveis por posicionar o corpo com relação ao ambiente, desviar de obstáculos e relembraros acontecimentos. b. São responsáveis pela captação de estímulos auditivos disponíveis no ambiente. c. São responsáveis pela orientação temporal, que permite posicionar o corpo com relação ao ambiente, desviar de obstáculos, praticar esportes, estimar a distância entre dois objetos e identificar cheiros agradáveis. d. São responsáveis pela percepção e orientação espacial, permitem a identificação de tamanho, dimensão, forma e distância dos lugares e dos objetos. 14 e. São responsáveis pela percepção e orientação espacial, dificultando que o sujeito identifique o tamanho, dimensão, forma e distância dos lugares e dos objetos. GABARITO Questão 1 - Resposta A Resolução: Baddeley dividiu o esboço visuoespacial em dois armazenadores, sendo o visual cache responsável pela guarda dos conteúdos visuais estáticos, e o innerscribe pela retenção das relações espaciais da cena e da associação das informações mantidas no visual cache. Questão 2 - Resposta D Resolução: As habilidades visuoespaciais estão presentes na maioria das atividades cotidianas e atuam como um mediador na relação entre o ser humano e o mundo. São responsáveis pela percepção e orientação espacial, permitem a identificação de tamanho, dimensão, forma e distância dos lugares e dos objetos. Por meio dessas habilidades, é possível posicionar o corpo com relação ao ambiente, desviar de obstáculos, praticar esportes, estimar a distância entre dois objetos, estacionar o carro, imaginar um lugar, traçar e memorizar rotas. Conceitos e tipos de praxias ______________________________________________________________ Autoria: Aline Monique Carniel Leitura crítica: Elisangela Toth TEMA 2 16 DIRETO AO PONTO A sobrevivência do ser humano depende intrinsecamente de sua relação com o mundo. Para interagir com seu ambiente e adaptar-se às demandas do meio, o corpo humano precisa estar em constante movimento sejam eles voluntários ou involuntários. As respostas reflexas são movimentos involuntários diante de um estímulo, como a diminuição da pupila frente à luz, o reflexo da patela após a estimulação do joelho ou a retirada imediata da mão de um objeto que está quente. Já os padrões motores rítmicos, determinam o começo e o fim de uma sucessão de movimentos que, depois de estabelecidos, continuarão a ser realizados de forma automática, como comer e andar. Os movimentos voluntários são distintos por serem executados mediante a um objetivo. Eles podem ser eliciados por estímulos externos ou pela motivação do indivíduo, tem um propósito estabelecido e são aprendidos durante a vida, por exemplo, ler, tocar um instrumento musical ou digitar no computador. A habilidade de realizar movimentos organizados em torno de uma meta é definida como praxia. Essa habilidade é imprescindível para o cotidiano, pois está envolvida na execução de atividades simples e complexas, direcionadas a determinado fim, como sorrir, escrever ou dançar. As praxias abarcam a compreensão da funcionalidade dos objetos, para que possam ser manipulados para a realização de uma ação. As regiões cerebrais envolvidas no início, manutenção e finalização das ações são chamadas de córtex motor. Situado principalmente no lobo frontal na frente do sulco central, integra diversas áreas cerebrais para possibilitar a realização dos movimentos. O córtex motor é subdividido em diversas áreas: córtex motor primário; área 17 motora suplementar; áreas pré-motoras; área de Broca; e córtex parietal posterior. O córtex motor primário pode ser considerando como o comandante dos movimentos, isso porque origina os impulsos elétricos que atuam como mensageiros, que levam para os músculos as ordens para a produção das ações voluntárias. A área motora suplementar funciona como o maestro dos movimentos, pois cria e organiza as sequências das ações a serem executadas. Enquanto isso, as áreas pré-motoras são as guardiãs das memórias dos movimentos executados durante a vida. Auxiliam o córtex motor primário na coordenação das ações e estão relacionadas como alguns movimentos necessários para a fala. Considerando a linguagem oral, ressalta-se a área de Broca como a principal encarregada pelos movimentos necessários para a fala. Outra área muito importante para a execução dos movimentos é o córtex parietal posterior. No entanto, nem sempre é considerado como uma área motora, devido ao fato de funcionar como um intermediário entre os estímulos visuais e os estímulos motores. Por isso, também pode ser considerado como parte integrante do sistema sensorial. 18 Figura 1 – Formação do córtex motor Fonte: elaborada pela autora. Quando o funcionamento dessas áreas é alterado seja por lesões, tumores ou sangramento craniano podem ser observados déficits na efetivação dos movimentos, como o uso de objetos (por exemplo, escovar os dentes e utilizar talheres) e a realização de atividades motoras familiares (por exemplo, fazer sinal de positivo). Tais dificuldades recebem o nome de apraxia, distúrbio que gera prejuízos na realização de atividades motoras orientadas para uma finalidade, limitando a prontidão para a execução das ações mesmo que o indivíduo mantenha as áreas sensoriais, a aptidão física, a compreensão da ação e a motivação para realizá-las preservadas. Existem diversas classificações para as apraxias, e essas divisões são estabelecidas de acordo com as capacidades afetadas. Problemas para efetuar gestos direcionados por um pedido ou orientação, são classificados como apraxia ideomotora. As pessoas que possuem esse acometimento conhecem a ação solicitada, entretanto, não conseguem fazê-la de forma motora. Essas perturbações estão relacionadas especialmente a danos no córtex parietal. Já as alterações na organização dos estímulos, para reproduzir uma imagem e fazer desenhos em mais de uma 19 dimensão, são chamadas de apraxia visuoconstrutiva, que também estão associadas a lesões no córtex parietal. A apraxia ideatória é definida pela inabilidade na execução das tarefas complexas, como o manuseio dos objetos. Está ligada a perturbações têmporo-parietais e pode ser vista a partir da sequência de atos desorganizados diante de um objeto. Deve atentar para a diferença entre a dificuldade de reconhecimento visual e tátil e os prejuízos na manipulação dos itens. Por outro lado, a apraxia reflexiva diz respeito aos prejuízos na efetivação de ações desconhecidas, acarretando dificuldades para aprender e repetir novos gestos abstratos. Alguns tipos de apraxia podem interferir diretamente na realização de atividades de vida diária. A apraxia facial (disfunção na movimentação de órgãos e músculos do rosto); a apraxia de marcha (incapacidade de efetuação dos passos); e apraxia do vestir (erros na atividade de colocar roupas de forma adequada), são alguns exemplos dos transtornos causados por tal alteração, além dos impactos na funcionalidade e qualidade de vida dos sujeitos. Referências bibliográficas GIL, R. Neuropsicologia. 2. ed. São Paulo: Livraria Santos, 2002. PARA SABER MAIS As apraxias motoras podem ser diferenciadas segundo Luria (1978), precursor da neuropsicologia atual, como apraxias melocinética e cinestésica. Essa distinção ocorre devido ao fato de que na apraxia ideomotora, os movimentos automáticos são mantidos, enquanto, que na apraxia melocinética ocorre a preservação somente de 20 gestos isolados e na apraxia cinestésica a perda de controle durante a realização da ação. Os impactos observados como consequência da apraxia melocinética atingem principalmente, a coordenação motora fina, seja para movimentos voluntários ou involuntários. Indivíduos com tal comprometimento encontram problemas para a realização de sequências de gestos finos como abrir e fechar as mãos diversas vezes, unir dedos da mesma mão ou dedilhar. Nesses quadros, quando ocorrem tentativas para a execução dos movimentos, notam-se reproduções sem ritmo ou destreza, rapidamente interrompidas.Assim, é comum que a sucessão de gestos seja substituída por repetições do mesmo gesto por um único membro, por exemplo, uma pessoa com dificuldade para abrir e fechar todos os dedos de uma mão pode fazer o movimento de abrir e fechar somente um único dedo. Essa apraxia pode ser caracterizada por alterações nos padrões dinâmicos das ações e lesões na área pré-motora, impedindo aefetivaçãodos atos motores finos. Por sua vez, a apraxia cinestésica está associada a lesões na área sensório-motora do córtex pós-central, gerando déficits na captação de impulsos aferentes (recepção de informações das áreas sensoriais) e na efetivação dos movimentos (quando os impulsos eferentes não possuem as informações do ambiente, reproduzem movimentos descontrolados). Dessa forma, a apraxia cinestésica ocasiona alterações na habilidade de reproduzir gestos necessários para o uso de um objeto ou para colocar as mãos em uma determinada posição. As imitações também podem ser realizadas de forma incorreta quando as lesões 21 alcançam o controle visual, diminuindo a sensibilidade cinético- postural. Referências bibliográficas LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos/EdUSP, 1981. TEORIA EM PRÁTICA Uma neuropsicóloga recebe em seu consultório um paciente com o seguinte histórico: homem de 56 anos, casado, tem 3 filhos, possui ensino superior completo e trabalha como contador. Destro, sempre demonstrou muita facilidade com cálculos matemáticos. Há 2 meses estava em seu escritório quando começou a sentir formigamento no braço e na perna esquerdos. Quando se levantou para chamar por ajuda, percebeu que também tinha prejuízos para caminhar e logo em seguida, perdeu a consciência. No hospital foi informado que sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), no hemisfério esquerdo do cérebro. Após o evento, o paciente notou limitações que impactaram diretamente suas atividades cotidianas. Não consegue mais fazer uso de objetos do dia a dia, como escova de dente, talheres e chaves. Considerando a descrição do caso, é viável que esse paciente realize uma avaliação neuropsicológica, tendo em vista que os déficits se iniciaram após o AVCi? Existe a possibilidade de estar apresentando um quadro de apraxia? Se sim, qual tipo de apraxia poderia ser esse? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 22 LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 A pesquisa apresentada buscou compreender se pacientes com Alzheimer em fase inicial demonstravam apraxia desde o diagnóstico da doença. Para tanto, os participantes foram divididos em dois grupos: idosos com doença de Alzheimer e idosos sem o diagnóstico. Após avaliação dos padrões de movimento, concluíram que o grupo com doença de Alzheimer manifestou dificuldades nas atividades que envolviam praxia ideomotora e reflexiva. ANDRADE, T. S. S. Análise de execução de movimentos em indivíduos diagnosticados com doença Alzheimer na fase inicial. 2020. 63 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde) - Instituto Universitário da Maia, Portugal, 2020. Indicações de leitura 23 Indicação 2 Este trabalho discorre sobre a elaboração de um protocolo que possibilita a identificação de sinais de apraxia da fala, em crianças de 3 a 6 anos de idade. O estudo apresenta os índices de confiabilidade do instrumento e as categorias que devem ser analisadas para auxiliar a confirmação da hipótese diagnóstica de apraxia da fala em pré-escolares. SANTOS, T.R. Elaboração de um checklist para identificação de sinais de apraxia de fala na infância. 2019. 111 p. Dissertação (Mestrado em Ciências no Programa de Fonoaudiologia) - Universidade de São Paulo, Bauru, 2019. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Os movimentos involuntários são realizados pelo ser humano de forma automática, independentemente de seu desejo. Podem ser considerados como movimentos involuntários, somente: a. Piscar, bocejar, espirrar e falar. b. Piscar, bocejar, soluçar e falar. c. Respirar, piscar, dançar e falar. d. Respirar, piscar, bocejar e soluçar. 24 e. Respirar, piscar, espirrar e pular. 2. Existem diversas classificações para as apraxias, e essas divisões são estabelecidas de acordo com as capacidades afetadas. Assinale a alternativa que menciona corretamente tipos de apraxias. a. Ideatória, ideomotora, visuoconstrutiva e reflexiva. b. Ideatória, ideomotora, visuoconstrutiva e ativa. c. Ideatória, ideomotora, apraxia de marcha e apraxia de velocidade. d. Ideatória, ideomotora, apraxia de marcha e apraxia de parada. e. Ideatória, ideomotora, apraxia de vestir e apraxia de parada. GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: Os movimentos de respirar, piscar, bocejar, soluçar e espirrar acontecem de forma automática no organismo humano, e não dependem de sua vontade ou decisão, por isso são considerados involuntários. Enquanto, falar, dançar e pular são ações que requerem a intenção do sujeito para serem realizadas. Questão 2 - Resposta A Resolução: As apraxias são classificadas como: ideatória, ideomotora, visuoconstrutiva, reflexiva, apraxia de marcha, apraxia de vestir e apraxia facial. Conceitos e tipos de gnosias ______________________________________________________________ Autoria: Aline Monique Carniel Leitura crítica: Elisangela Toth TEMA 3 26 DIRETO AO PONTO A gnosia garante ao homem a identificação do mundo utilizando seus sentidos. Para que esse processo ocorra de forma intacta, conta com a participação dos órgãos dos sentidos e das estruturas cerebrais relacionadas à percepção. Quando essa capacidade é afetada seja por lesões cerebrais, tumores, doenças neurodegenerativas ou acidentes vasculares cerebrais, ocorrem às chamadas agnosias. Esse transtorno pode causar problemas no reconhecimento de objetos, cores, rostos, sons, sabores, texturas, formas e cheiros. Nas agnosias o funcionamento dos órgãos dos sentidos não é impactado, mas a localização das lesões cerebrais é um fator importante para determinar quais habilidades serão alteradas. Os danos cerebrais que provocam as agnosias são considerados intermediários, isso porque acontecem entre as áreas de captação sensorial e o centro da percepção. As áreas unimodais conectam as vias sensoriais e motoras as regiões do cérebro responsáveis pela associação dos estímulos, pela memória e pelas emoções. As áreas unimodais de associação visual são divididas em duas vias: a dorsal que analisa onde a informação visual se encontra, e a ventral, que decifra as características da informação como cores, formas e tamanhos. Um processo semelhante ocorre nas áreas de associação auditiva, também segmentadas em duas vias. A via ventral é a responsável pela distinçãodos sons e das vozes e a via dorsal pela localização e interpretação do conteúdo dos sons. Já as áreas de associação somatossensoriais têm a função de localizar, explorar e manipular os estímulos de forma tátil, além de guardar as memórias táteis. Seria interessante dizer que esse acesso acontece por alguma lesão ligada ao córtex visual – nós temos o córtex sensorial, auditivo. 27 Outros locais envolvidos no reconhecimento das informações do ambiente são as áreas de associação supramodais. Essas áreas se comunicam com diversas regiões unimodais e integram os estímulos sensoriais. Figura 1 – Áreas de associação sensorial Fonte: elaborada pela autora Deterioração em qualquer uma dessas estruturas pode levar a quadros de agnosia. As agnosias visuais dizem respeito a problemas para identificar figuras, objetos, (alexia) – percepção da escrita e letras, cores (acromatopsia) e faces (prosopagnosia) somente com o auxílio da visão. Pessoas com esse comprometimento, necessitam de auxílio de outros caminhos sensoriais para efetuar o reconhecimento dos estímulos. Essa alteração pode afetar os dois hemisférios ou estar presente em apenas um hemisfério. Nesse caso, recebe o nome de hemiagnosia ou heminegligência. As agnosias visuais ainda podem ser divididas em agnosias aperceptivas e associativas. 28 Na primeira, aperceptiva, ocorrem distúrbios na percepção visual, assim, o indivíduo sabe que está diante de um objeto, tem consciência sua dificuldade em nomeá-lo, porém, não consegue classificar, reproduzir ou manusear o estímulo ao qual está diante. Um tipo de agnosia aperceptiva é a simultagnosia, caracterizada pela dificuldade de reconhecer as figuras como um todo, permite compreender somente partes isoladas ou um objeto por vez. Na segunda, associativa, os sujeitos também não podem diferenciar os objetos, no entanto, conseguem reproduzi-los e utilizá-los. Pode atingir todas as modalidades visuais ou somente algumas classes de estímulos (preservação do reconhecimento de seres humanos, comprometimento do reconhecimento de objetos). Outras agnosias que afetam um aspecto da visão são a acromatopsia e a prosopagnosia. A acromatopsia refere-se a déficits da percepção das cores, enquanto a prosopagnosia à inabilidade de distinguir fisionomias familiares, seja de parentes, amigos, conhecidos ou personalidades famosas. Nesses casos, o paciente faz a distinção por meio de outras características pessoais, como roupas, timbre da voz ou forma de andar. Além das capacidades visuais, as agnosias podem afetar a percepção espacial. A agnosia topográfica é marcada pela desorientação do indivíduo no espaço, mesmo que ele esteja em um ambiente previamente conhecido. A agnosia espacial unilateral, também está relacionada à localização espacial, nesse caso, acomete a capacidade de identificar os dois hemisférios (direito e esquerdo), seja no corpo ou no espaço. Considerando os impactos no esquema corporal a autotopoagnosia configura-se pela dificuldade de especificar as partes do próprio corpo, mesmo frente a um espelho. Em contrapartida, a heterotopoagnosia é marcada pela inabilidade de relatar as partes 29 do corpo de outra pessoa. A anosognosia diz respeito à habilidade de reconhecer as próprias limitações, em quadros de anosognosia, o paciente não admite os déficits proeminentes, mesmo que lhes sejam evidenciados. Na agnosia somatossensorial é o reconhecimento dos utensílios por meio do tato que é afetado. Pessoas que possuem esse tipo de agnosia, não conseguem saber o que estão tocando, até poderem avaliar o objeto por meio de outros sentidos. O mesmo fenômeno acontece na agnosia gustativa com os sabores, que são sentidos, contudo, não são diferenciados, enquanto na agnosia olfativa com os cheiros, que são captados pelo olfato, mas são não diferenciados. Por fim, nas agnosias auditivas, ocorre a perda da capacidade de distinção dos sons. Podem ser especificadas em agnosia auditiva aperceptiva (problemas na ligação de sons semelhantes como notas musicais, por exemplo) e em agnosia auditiva associativa (déficits para associar os sons que são produzidos). Referências bibliográficas CAIXETA, L.; TEIXEIRA, A. L. Neuropsicologia Geriátrica: neuropsiquiatria cognitiva em idosos. Porto Alegre: Artmed, 2014. GIL, R. Neuropsicologia. 2. ed. São Paulo: Livraria Santos, 2002. PARA SABER MAIS A capacidade de gnosia é fundamental para a autonomia e realização das atividades de vida diária. Essa habilidade pode sofrer alterações devido às lesões cerebrais, neoplasias, sangramentos intracranianos e doenças neurodegenerativas, como as demências. 30 Não é possível afirmar que todos os quadros de demência produzirão impactos gnósticos para o paciente, por isso, é necessário o conhecimento do perfil neuropsicológico de cada doença e a realização de uma avaliação cuidadosa com testes neuropsicológicos adequados, a fim de contemplar os critérios diagnósticos corretos para todos os casos. Na doença de Alzheimer, os sintomas de agnosia são mais frequentes em quadros moderados. Nessa fase, são notados prejuízos no reconhecimento de pessoas, no uso de objetos familiares e na orientação espacial. Em estágios iniciais, essas funções geralmente são preservadas, exceto em casos que se iniciam com agnosia visual ou de atrofia cortical posterior (subtipo raro da doença de Alzheimer que afeta as funções visuais). A doença de Parkinson, transtorno no Sistema Nervoso Central que compromete a execução dos movimentos, pode manifestar-se como uma demência em seus estágios mais graves. Entre as principais alterações encontradas em demências na doença de Parkinson está a prosopagnosia, incapacidade de identificação facial. A demência com corpos de Lewy, resultante do acúmulo indevido de proteínas cerebrais, também produz problemas relacionados à agnosia topográfica (desorientação espacial devido à falta de integração da percepção espacial), alterações nos testes de visuoconstrução e no sono REM. Essas alterações podem estar relacionadas à baixa irrigação sanguínea no córtex occipital, devido aos corpos de Lewy. Demências vasculares também têm como sintomas impactos perceptivos. Nesse tipo de demência é importante observar quais áreas foram lesionadas, a fim de prever os danos ocasionados. 31 Lesões na região parietal e occipital dominante, geralmente acarretam agnosia digital (inaptidão para diferenciar os dedos das mãos), alterações na região parietal e occipital bilateral desencadeiam a chamada simultanagnosia (inabilidade de distinguir mais de um objeto ao mesmo tempo). Danos no lobo parietal não dominante podem produzir a incapacidade de distinção das partes do corpo. Já lesões no lobo occipital não dominante ou bilateral podem causar a prosopagnosia. Em outras doenças neurodegenerativas, como as demências frontotemporais, a afasia progressiva primária e a demência semântica, geralmente não são observados danos no processo de gnosia. Referências bibliográficas CAIXETA, L.; TEIXEIRA, A. L. Neuropsicologia Geriátrica: neuropsiquiatria cognitiva em idosos. Porto Alegre: Artmed, 2014. TEORIA EM PRÁTICA Paciente do sexo feminino, 27 anos, canhota, casada, com formação superior em Letras, trabalha com professora. Iniciou quadro de alterações visuais e foi encaminhada pelo oftalmologista ao neurologista, que após exames, identificou um adenoma hipofisário. A paciente foi submetida à ressecção do tumor e no pós-operatório, uma tomografia identificou alterações próximas à região da cirurgiafronto-têmporo-parietal esquerda. Dois meses após os exames de imagem, realizou uma avaliação neuropsicológica que evidenciou déficits atencionais, executivos, motores e visuoespaciais. Além disso, apresentou prejuízos significativos na habilidade de identificar e nomear os objetos quando não podia vê-los, principalmente ao usar a mão direita. No entanto, quando 32 o teste foi aplicado com a possibilidade de visualizar e nomearcada objeto, reconheceu e classificou corretamente cada um deles. Os resultados da avaliação neuropsicológica estão relacionados às áreas alteradas durante a cirurgia neurológica? As alterações apresentadas demonstram algum tipo de agnosia? Durante a avaliação neuropsicológica, podem ser encontradas mais de uma região cerebral alterada? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicações de leitura 33 Indicação 1 Neste livro é possível encontrar a definição, sintomas e características de diversos tipos de agnosia. Além disso, apresenta os principais instrumentos de avaliação utilizados para avaliar a manifestação desse transtorno na população de adultos e idosos. FLUENTES, D. et al. Neuropsicologia: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Indicação 2 Essa dissertação buscou caracterizar a percepção do esquema corporal de pessoas com acidente vascular cerebral (AVC). Para tanto, avaliaram um grupo de paciente que possuíam tal diagnóstico e outro grupo que não havia vivenciado a doença. Constataram que os pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral, possuíam menor precisão na percepção do seu esquema corporal. PICADO, S. P. Percepção da imagem corporal e esquema corporal em pacientes pós-acidente vascular cerebral. 2018. 90 f. Dissertação (Mestrado em Psicomotricidade) – Universidade de Évora, Portugal, 2018. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 34 questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Sobre aagnosia somatossensorial, assinale a alternativa correta: a. Altera a capacidade de somatização dos sentimentos para as doenças físicas. b. Altera a capacidade de somatização dos sentimentos para membros do corpo. c. Altera a capacidade de reconhecimento dos objetos por meio do tato. d. Altera a capacidade de tocar os objetos por meio do tato. e. Altera a capacidade de reconhecimento dos objetos por meio da visão. 2. Existem diversas classificações para a agnosia, essas divisões são estabelecidas de acordo com as capacidades afetadas. Assinale a alternativa que menciona corretamente alguns tipos de agnosias. a. Visual, auditiva, olfativa, gustativa e sensitiva. b. Visual, auditiva, interpretativa, ilustrativa e criativa. c. Visual, auditiva, olfativa, interpretativa e somatossensorial. d. Visual, auditiva, olfativa, gustativa e interpretativa. e. Visual, auditiva, olfativa, gustativa e somatossensorial. 35 GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: A agnosia somatossensorial se manifesta por meio de perturbações no reconhecimento dos utensílios pelo tato. Pessoas que possuem esse tipo de agnosia, não conseguem saber o que estão tocando, até poderem avaliar o objeto por meio de outros sentidos como a visão e audição. Questão 2 - Resposta E Resolução: Alguns tipos de agnosia que interferem no processamento dos sentidos são: agnosia visual, agnosia somatossensorial, agnosia gustativa, agnosia olfativa e agnosia auditiva. Avaliação das habilidades visuoespaciais, praxias e gnosias ______________________________________________________________ Autoria: Aline Monique Carniel Leitura crítica: Elisangela Toth TEMA 4 37 DIRETO AO PONTO A avaliação neuropsicológica é um procedimento composto por diversos recursos e instrumentos. Conta com etapas, como a entrevista clínica, a avaliação neurológica e/ou psiquiátrica, análise da funcionalidade e testes psicológicos. Alguns parâmetros devem ser observados durante a escolha dos instrumentos da avaliação, como a padronização, a validade e a fidedignidade dos testes. A padronização representa a uniformidade dos procedimentos de aplicação e interpretação dos resultados, a fim de que os desempenhos sejam comparáveis. A validade é representada pelas tabelas normativas que permitem uma análise nomotética do sujeito, comparando o seu desempenho aos demais indivíduos da população. A fidedignidade é definida pela consistência interna do teste, permite avaliar sua margem de erro e se os escores dos sujeitos se mantêm estáveis em comparação à média normativa. Os testes neuropsicológicos voltados para a avaliação das habilidades visuoespaciais, praxias e gnosias, oferecem aos profissionais subsídios importantes para a avaliação desses constructos. O teste da Figura Complexa de Rey é amplamente utilizado para avaliação da percepção visual, visuoconstrução e memória visual. É dividido em dois formatos, de acordo com a faixa etária de interesse. A Figura A pode ser aplicada a partir dos 5 anos de idade e estende-se até a população idosa, enquanto a Figura B é específica para crianças de 4 a 7 anos de idade. Em ambos os formatos, o tempo médio de duração do teste está entre 5 e 25 minutos (REY, 2010). O teste de Retenção Visual de Benton (BVRT) também avalia a percepção visual, a praxia visuoconstrutiva e a memória visual. Elaborado para participantes de 7 a 30 anos e idosos de 60 a 75 38 anos. Sua execução é realizada de forma individual, com duração de aproximadamente 20 minutos (SALLES et al., 2016). As tarefas executadas durante o BVRT baseiam-se em duas formas de administração. Na forma A, a memória visual é avaliada a partir da exposição do testando por 10 segundos, a figuras que devem ser reproduzidas imediatamente após a visualização. Na forma C, o paciente realiza a cópia dos estímulos observados (SALLES et al., 2016). O Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender foi formulado para a investigação da maturação percepto-motora, de crianças de 6 a 10 anos. Os exercícios consistem na apresentação de nove figuras, que devem ser copiadas da maneira mais precisa possível. Os modelos desenhados recebem de 0 a 3 pontos, considerando a qualidade da reprodução gráfica ou a presença de distorções nas formas (SISTO; NORONHA; SANTOS, 2006). O Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve NEUPSLIN foi desenvolvido para o rastreamento das funções neuropsicológicas. A versão infantil, NEUPSLIN-Inf, foi delineada para crianças de 6 a 12 anos. Durante a execução do instrumento são aplicados 26 subtestes que avaliam, entre outras funções, a orientação, a percepção visual e as habilidades construtivas (SALLES et al., 2016). A escala NEUPSLIN destinada a adolescentes, adultos e idosos, abrange a faixa etária dos 12 aos 90 anos. É formada por 32 subtestes que também avaliam as oito funções neuropsicológicas (FONSECA et al., 2009). A Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS-III) apresenta uma medida da capacidade cognitiva do paciente, o chamado quoeficiente de inteligência (QI). Para tanto, é composta de diversos subtestes que são organizados para compor o QI verbal e o QI de execução. Os subtestes contidos no QI execução, auxiliam a 39 avaliação das habilidades visuoespaciais, pois mensuramraciocínio fluido, processamento espacial, atenção a detalhes e integração visuomotora (WECHSLER, 2016). O QI de execução é composto pelos subtestes: completar figuras, códigos, cubos, raciocínio matricial, arranjo de figuras, procurar símbolos (suplementar) e armar objetos (opcional). Por sua vez, o QI verbal é formado pelos subtestes: vocabulário, semelhanças, aritmética, dígitos, informação, compreensão, sequências de números e letras (suplementar). A Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-IV), propõe- se a mensurar o QI de crianças de 6 a 16 anos, a partir de índices fatoriais que representam a performance do indivíduo em determinado domínio ou área de conteúdo (WECHSLER, 2013). Os índices fatoriais que compõem o WISC-IV são: Compreensão Verbal (raciocínio verbal, compreensão e conceituação), Organização Perceptual (formação de conceitos não verbais, percepção visual, organização, coordenação visual e motora), Memória Operacional (retenção das informações por um breve período, para posterior processamento da memória e formulação de resposta) e Velocidade de Processamento (habilidade de processar informações visuais) (WECHSLER, 2013). A Figura 1 contém um breve indicativo sobre os principais testes utilizados para a avaliação das habilidades visuoespaciais, praxias e gnosias. 40 Figura 1 – Testes neuropsicológicos para avaliação das habilidades visuoespaciais, praxias e gnosias Fonte: elaborada pela autora. 41 A avaliação neuropsicológica é composta por diversos procedimentos que possibilitam mensurar as funções cognitivas. O conhecimento dessas funções, permite compreender os sinais e sintomas, que geram prejuízo ao cotidiano do paciente, orienta intervenções direcionadas à recuperação e reabilitação dos déficits apresentado. Referências bibliográficas FONSECA, R. P.; SALLES, J. F.; PARENTE, M. A. M. P. Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve Neupsilin. São Paulo, Brasil: Vetor, 2009. REY, A. Figuras Complexas de Rey. São Paulo: Editora Casa do Psicológo, 2010. SALLES, J. F. et al. Manual do Teste de Retenção Visual de Benton. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2016. SALLES, J. F. et al. Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve Infantil: NEUPSILIN-Inf – Manual. São Paulo: Editora Vetor, 2016. SISTO, F. F.; NORONHA, A. P.; SANTOS, A. A. A. Manual Bender – Sistema de Pontuação Gradual (B-SPG). São Paulo: Vetor, 2006. WECHSLER D. Escala Wechsler de Inteligência (WAIS). São Paulo: Pearson Clinical Brasil; 2016. WECHSLER D. Escala Wechsler de Inteligência para Crianças – Quarta Edição (WISC IV). São Paulo: Editora Casa do Psicológo, 2013. PARA SABER MAIS O termo perfil neuropsicológico é utilizado para descrever diversas alterações cognitivas comuns a um diagnóstico. A definição desse perfil permite ao clínico observar os achados da avaliação neuropsicológica sob a ótica das disfunções cerebrais apresentadas e dos resultados geralmente encontrados nos testes de sujeitos com determinado tipo de transtorno. Dessa forma, é possível verificar os principais diagnósticos que acarretam déficits nas funções visuoespaciais, praxias e gnosias. 42 Considerando os idosos a população mais suscetível a essas disfunções e à Doença de Alzheimer – uma das doenças que mais acometem essa população –, segue o perfil neuropsicológico desses pacientes. Na Doença de Alzheimer, a percepção encontra-se prejudicada nos estágios moderados e graves da doença. Nessas etapas, o paciente pode perder a capacidade de identificar até mesmo objetos de uso pessoal. Em casos iniciais os problemas visuoespaciais são raros, estabelecendo-se somente em quadros iniciados com agnosia visual ou na atrofia cortical posterior. As principais alterações visuoespaciais encontradas na Doença de Alzheimer contemplam a síndrome de Balint, agnosia topográfica, agnosia visual e prosopagnosia. Inicialmente, esses pacientes têm dificuldades para orientar-se em locais novos ou pouco frequentados, evoluindo posteriormente para desorientação em lugares que lhes são familiares. Desordens nas praxias são menos frequentes em quadros iniciais da doença. Em estágios avançados é possível observar portadores da doença de Alzheimer que apresentam apraxia ideomotora (problemas para efetuar gestos direcionados por um pedido ou orientação), apraxia ideatória (inabilidade na execução das tarefas complexas, como o manuseio dos objetos), apraxia visuoconstrutiva (alterações na organização dos estímulos, para reproduzir uma imagem e fazer desenhos em mais de uma dimensão) e apraxia do vestir (erros na atividade de colocar roupas de forma adequada). Essas disfunções podem ser observadas a partir de testes neuropsicológicos como a Figura Complexa de Rey, o Mini Exame do Estado Mental (na atividade de cópia dos pentágonos), o Teste do Desenho do Relógio, o Teste de Hooper e os Subtestes Cubos e Arranjo de Figuras na Escala Wechsler de Inteligência para Adultos. 43 Além disso, podem ser utilizados recursos como entrevistas para levantamento da queixa e sintomatologia com familiares e cuidadores, questionários de funcionalidade como o Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer, questionários de rastreio cognitivo como o IQCODE (Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the elderly), observação clínica e relatórios de outros profissionais que acompanham o paciente. Outros prejuízos que completam o perfil neuropsicológico na Doença de Alzheimer são: diminuição do quoeficiente intelectual (com relação a resultados pré-mórbidos); déficits na atenção (principalmente no spam atencional e na atenção dividida); problemas nas funções executivas como julgamento, inibição e resolução de problemas; erros de nomeação e comprometimentos na memória episódica e semântica. Referências bibliográficas CAIXETA, L., TEIXEIRA, A. L. Neuropsicologia Geriátrica: neuropsiquiatria cognitiva em idosos. Porto Alegre: Artmed, 2014. TEORIA EM PRÁTICA Paciente do sexo masculino, 79 anos, viúvo, aposentado, reside com a filha e dois netos. Está em acompanhamento neurológico há três anos desde que iniciou quadro de tremor intenso, lentidão para movimentar-se e dificuldade para caminhar. Na primeira avaliação com o neurologista foi diagnosticado com sintomas da Doença de Parkinson. No último ano, sua filha observou que os sintomas iniciais se acentuaram, tornando mais difícil para o paciente a realização de atividades como comer, vestir-se e realizar as atividades cotidianas. Além disso, notou que o paciente está apático para na interação com os familiares, não se recorda de conversas 44 recentes, e no período da noite apresenta desorientação espacial, perdendo-se na própria casa. Qual a hipótese diagnóstica para as alterações apresentadas por esse paciente? Quais testes poderiam ser utilizados para confirmar ou refutar essa hipótese? Por que esses testes seriam escolhidos? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicações de leitura 45 Indicação 1 O estudo apresentado aborda as características da Figura Complexa de Rey, teste utilizado para a avaliação de habilidades visuoespaciais,visuoconstrução, planejamento e memória episódica visual. Buscou investigar as estratégias utilizadas por crianças de 7 a 13 anos, na etapa de evocação da figura. Além disso, descreveu e analisou as técnicas adotadas para a reprodução da memória, em cada uma das etapas do método de Osterrieth (sistema qualitativo, que classifica a capacidade de planejamento na execução da cópia da figura). Essa pesquisa produziu novas adaptações do método de Osterrieth, que em sua forma original restringe-se ao detalhamento da fase de cópia da figura. PEÇANHA, E. et al. Estratégias de evocação tardia na Figura Complexa de Rey por crianças. Revista Neuropsicologia Latinoamericana, v. 11, n. 1, p. 48-57, 2019. Indicação 2 Esse artigo investigou a validade do Teste Gestáltico de Bender em amostras de idosos saudáveis, com diagnóstico de doença de Alzheimer e de Demência Vascular. A partir do acompanhamento longitudinal, verificou que o teste apresenta dados psicométricos satisfatórios para ser administrado em idosos com demência. Trata-se de um estudo de ampla aplicabilidade, considerando que o Teste Gestáltico de Bender avalia a organização perceptual e a praxia visuoconstrutiva, funções cognitivas comumente afetadas nas demências. CECATO, J.; FLUENTES, D. E.; MARTINELLI, J. E. Evidências de validade para o Teste Gestáltico de Bender: dados normativos na avaliação neuropsicológica de idosos brasileiros na doença de Alzheimer e Demência Vascular. Revista Neuropsicologia Latinoamericana, v. 12, n. 2, p. 31-43, 2020. 46 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Três parâmetros devem ser considerados durante a escolha dos testes neuropsicológicos, garantido o uso de instrumentos adequados durante a avaliação. Assinale a alternativa que apresenta corretamente quais parâmetros devem ser observados: a. Apresentação, facilidade e complexidade. b. Apresentação, facilidade e idoneidade. c. Padronização, validade e fidedignidade. d. Apresentação, validade e fidedignidade. e. Padronização, facilidade e fidedignidade. 2. O Teste de Retenção Visual de Benton (BVRT) foi elaborado para avaliar: a. Memória visual, funções executivas e gnosia auditiva. b. Memória visual, funções executivas e linguagem. c. Memória visual, linguagem e gnosia auditiva. d. Memória visual, percepção visual e gnosia auditiva. 47 e. Memória visual, percepção visual e praxia visuoconstrutiva. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: Os parâmetros a serem observados durante a escolha dos instrumentos da avaliação contemplam a padronização, a validade e a fidedignidade dos testes. A padronização consiste na uniformidade dos procedimentos, a validade representa a consistência dos resultados obtidos e a fidedignidade comprova se o teste mede o que se propõe a avaliar. Questão 2 - Resposta E Resolução: O Teste de Retenção Visual de Benton avalia a percepção visual na fase de apresentação dos estímulos, a memória visual e a praxia visuoconstrutiva na fase de reprodução das figuras. BONS ESTUDOS! Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 3 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 4 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Quiz Gabarito Inicio 2: Botão TEMA 4: Botão TEMA 1: Botão TEMA 2: Botão TEMA 3: Botão TEMA 9: Inicio :
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