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HABILIDADES VISUOESPACIAIS

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WBA0920_v1.0
APRENDIZAGEM EM FOCO
HABILIDADES VISUOESPACIAIS, 
PRAXIAS E GNOSIAS: ASPECTOS 
TEÓRICOS E INSTRUMENTOS DE 
AVALIAÇÃO
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Aline Monique Carniel 
Leitura crítica: Elisangela Toth
Nessa disciplina, você poderá conhecer algumas funções cerebrais 
que possibilitam a relação entre o homem e o mundo ao seu redor: 
as habilidades visuoespaciais, as praxias e as gnosias.
As habilidades visuoespaciais estão presentes na maioria das 
atividades cotidianas e permitem a identificação de tamanho, 
dimensão, forma e distância dos lugares e dos objetos. Por meio 
dessas habilidades, é possível posicionar o corpo com relação ao 
ambiente, desviar de obstáculos, fazer esportes, estacionar o carro, 
imaginar um lugar ou traçar uma rota.
As praxias são responsáveis pela capacidade de realizar movimentos 
organizados com uma finalidade, como pentear os cabelos, escovar 
os dentes ou colocar os sapatos. Essa capacidade é necessária para 
a execução de atividades simples e complexas, para a compreensão 
da funcionalidade dos objetos e para o uso adequado desses 
utensílios.
As gnosias garantem ao homem a identificação do mundo utilizando 
seus sentidos: visão; audição; olfato; paladar; e tato. Tornam 
possível o reconhecimento de imagens; cores; rostos; sons; sabores; 
texturas; formas; e cheiros.
Os órgãos dos sentidos e as estruturas cerebrais relacionadas 
à percepção são fundamentais, para que essas habilidades se 
desenvolvam de forma saudável. Quando ocorrem alterações 
nessas estruturas, tais capacidades também são afetadas, causando 
diversos prejuízos para a funcionalidade e qualidade de vida das 
pessoas.
3
Por isso, nessa disciplina você poderá aprender quais os transtornos 
relacionados às habilidades visuoespaciais, praxias e gnosias, 
além de conhecer os testes neuropsicológicos mais utilizados 
para mensurar tais distúrbios como o Teste da Figura Complexa 
de Rey, o Teste de Retenção Visual de Benton (BVRT), o Teste 
Gestáltico Viso-Motor de Bender, o Instrumento de Avaliação 
Neuropsicológica Breve NEUPSLIN nas versões adulto e infantil, a 
Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS-III) e a Escala de 
Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-IV).
Convidamos você a conhecer mais sobre como a neuropsicologia 
pode atuar na avaliação de funções indispensáveis para o nosso 
cotidiano, será um prazer tê-lo conosco!
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira 
direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática 
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar 
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática 
profissional. Vem conosco!
Conceito de habilidades 
visuoespaciais e alterações 
relacionadas 
______________________________________________________________
Autoria: Aline Monique Carniel
Leitura crítica: Elisangela Toth
TEMA 1
5
DIRETO AO PONTO
As habilidades visuoespaciais estão presentes na maioria das 
atividades cotidianas e atuam como um mediador na relação 
entre o ser humano e o mundo. São responsáveis pela percepção 
e orientação espacial, permitem a identificação de tamanho, 
dimensão, forma e distância dos lugares e dos objetos. Por meio 
dessas habilidades, é possível posicionar o corpo com relação 
ao ambiente, desviar de obstáculos, praticar esportes, estimar a 
distância entre dois objetos, estacionar o carro, imaginar um lugar, 
traçar e memorizar rotas.
O primeiro passo para que essas atividades sejam executadas 
é a captação de estímulos disponíveis no ambiente, realizada 
pelos órgãos dos sentidos. Eles atuam na detecção e codificação 
das informações do ambiente e possibilitam que as informações 
cheguem até o cérebro, onde serão interpretadas pelo processo de 
percepção. Esse processo permite identificar, planejar e executar 
comportamentos adequados frente às situações.
A seleção dos estímulos visuoespaciais, também está relacionada 
ao controle atencional, que pode ser executado pelos sistemas 
bottom-up (de baixo para cima) e top-down (de cima para baixo). A 
rede bottom-up é classificada como ascendente, pois diz respeito 
à atenção aos estímulos instintivos e involuntários. Ela permite 
elaborá-los como realmente se apresentam, envolve a região 
temporoparietal e o córtex frontal ventral.
Já o circuito top-down é considerado como descendente, pois 
se origina no córtex cerebral e sobrepõe-se aos mecanismos 
instintivos. Abrange os campos oculares frontais e o lobo parietal 
superior. Viabiliza direcionar a atenção de acordo com o desejo, 
escolher os estímulos que são relevantes para uma tarefa e ignorar 
aqueles que não são necessários.
6
Os processos executivos também são responsáveis pela seleção 
desses estímulos. Organizam as informações para a identificação 
e interpretação visuoespacial, além da retenção e manipulação 
de representações mentais. Assim, são partes integrantes do 
sistema de memória operacional, que consiste na capacidade de 
apreender as informações por um breve período, para posterior 
processamento da memória e formulação de resposta.
O modelo de Baddeley (2012) propõe que esse tipo de memória 
abarca o componente executivo central (diretor dos recursos 
atencionais), a alça fonológica (responsável por reter o conteúdo 
verbal e importante para a aquisição de palavras, coerência e 
compreensão de discursos), o esboço visuoespacial (encarregado 
pela manipulação e armazenamento de estímulos visuais e 
espaciais, imprescindível para a orientação espacial, localização 
geográfica, movimentação dos olhos e representação da página 
durante a leitura) e por fim, o buffer episódico (integrador das 
funções verbal e espacial, e de ambas com a memória de longo-
prazo). 
O esboço visuoespacial também foi subdividido em dois 
armazenadores, o visual cache (armazenador visual passivo) e o 
innerscribe (armazenador espacial ativo). O primeiro, visual cache, 
guarda os conteúdos visuais estáticos, como formas, texturas 
e cores de uma cena. O segundo, innerscribe, retém as relações 
espaciais da cena, armazenamento da sequência dos eventos no 
campo visual e associação das informações mantidas no visual 
cache.
7
Figura 1 – Modelo de Baddeley
Fonte: elaborada pela autora.
Dessa forma, é possível o desenvolvimento das habilidades 
visuoespaciais como a busca visual, a organização visual, a 
orientação espacial e a visuoconstrução. A busca visual permite 
localizar informações do campo visual e avaliá-las de forma rápida e 
eficiente. Por sua vez, a organização visual consiste na organização 
de figuras completas ou incompletas. Quando a orientação espacial, 
localizar no espaço com base nas informações visuais. Por fim, a 
visuoconstrução diz respeito à manipulação manual de informações 
espaciais a fim de criar um design ou reproduzir um modelo.
As áreas de associação sensorial são responsáveis pelo 
funcionamento visuoespacial. No entanto, quando lesionadas, 
podem causar danos significativos nessas habilidades. Lesões no 
córtex primário podem provocar a chamada cegueira cortical, ou 
seja, incapacidade de receber informações dos estímulos visuais. 
Lesões no córtex secundário podem produzir agnosia visual que 
consiste em não reconhecer objetos do cotidiano ao vê-los, somente 
8
ao tocá-los; cegueira verbal que diz respeito à dificuldade de 
reconhecer as palavras; e a alexia que é a perda da capacidade de 
compreender a linguagem escrita ou impressa.
Outras alterações podem ser encontradas no sistema visuoespacial 
como: 1) prosopagnosia, inabilidade de reconhecer faces de 
pessoas familiares; 2) desorientação geográfica, déficits no senso 
de localização, apesar de identificar o ambiente; 3) desorientação 
topográfica, dificuldade de se relacionar com o espaço externo; 4) 
apraxia construtiva, falhas para elaborar desenhos e construções 
tridimensionais; 5) ataxia óptica: prejuízos na integração visual 
e motora, acarretando a perda do controle muscular durante os 
movimentos voluntários;6) heminegligência, falência ao orientar-
se ou responder a estímulos gerados do lado contralateral à lesão 
cortical; 7) discalculia, secundária às alterações visuais, na qual o 
indivíduo apresenta dificuldade de calcular operações no papel ou 
mentalmente.
Referências bibliográficas
BADDELEY, A. D. WorkingMemory: theories, models andcontroversies. Annual 
Review of Psychology, v. 63, p. 1-29, 2012. 
PARA SABER MAIS
A discalculia é um transtorno específico de aprendizagem 
relacionado a déficits nas habilidades matemáticas. Pessoas que 
possuem o diagnóstico desse transtorno apresentam dificuldades 
em conceitos numéricos simples, noção abstrata dos números, 
tempo, medida, cálculo e resolução de problemas.
A etiologia desse fenômeno está ligada a alterações neurológicas 
que podem ser ocasionadas, por exemplo, por distúrbios no Sistema 
9
Nervoso Central, desenvolvimento neurológico (hereditariedade) 
e memória operacional. Todavia, essas disfunções não estão 
relacionadas ao coeficiente intelectual, deficiência visual, deficiência 
auditiva ou lacunas na escolarização.
Na literatura, são encontradas diversas classificações quanto às 
manifestações de discalculia. A obra de Cunha (2015) discorre sobre 
a pesquisa de Senzer (2001) que aponta para cinco subtipos: 1) 
Gráfica: dificuldade na escrita dos números; 2) Léxica: dificuldade 
na leitura de símbolos matemáticos; 3) Operacional: dificuldade na 
realização de cálculos; 4) Practográfica: dificuldade na manipulação 
de números ou representações matemáticas; 5) Espacial: dificuldade 
para organizar números de acordo com uma estrutura espacial, 
pode estar relacionada à avaliação e organização visuoespacial.
Desse modo, compreende-se que os déficits observados na 
discalculia vão além da identificação do número e execução de 
cálculos, pois também abarcam a percepção visual, organização da 
informação e resolução de problemas. Tais características envolvem 
as habilidades visuoespaciais, visto que elas atuam no processo de 
representação mental dos números e de grandezas matemáticas.
Alguns sintomas da discalculia que podem sofrer impacto de 
alterações nas funções visuoespaciais são a dificuldade na avaliação 
de tamanho, forma, quantidade e distância; os erros na integração 
entre o número e a quantidade; problemas para posicionar os 
números em uma operação (utiliza espaço exacerbado ou limitado 
para a realização das contas); erros na cópia dos algarismos como 
confusão entre números parecidos; e dificuldades na percepção e 
reprodução de noções espaciais e temporais.
É importante ressaltar que vários mecanismos estão envolvidos 
na manifestação desse transtorno de aprendizagem. Disfunções 
executivas, prejuízos no conhecimento semântico numérico, déficits 
10
na memória operacional verbal e visual, também podem estar 
relacionados à discalculia. Logo, o reconhecimento do impacto das 
alterações visuoespaciais e a identificação do tipo de discalculia, são 
procedimentos relevantes para intervenções que visam melhorar a 
aprendizagem dos discálculos.
Referências bibliográficas
CUNHA, A. E. Práticas pedagógicas para a inclusão e diversidade. Rio de 
Janeiro: Wak Editora, 2015.
TEORIA EM PRÁTICA
A família de um homem de 82 anos procurou o consultório para 
avaliação neuropsicológica, devido ao encaminhamento do médico 
neurologista. Referem buscar o atendimento após vários episódios 
de desorientação do paciente. O idoso reside há 20 anos no mesmo 
bairro e sempre manteve o hábito de realizar sua caminhada 
matinal, encerrando-a com um cafezinho em uma padaria no 
meio do caminho. Há duas semanas, a família foi procurada por 
conhecidos do bairro que encontraram o senhor no centro da 
cidade, procurando a padaria próxima à sua casa. Situações como 
essa também aconteceram há 1 mês, quando o senhor, ao sair de 
uma celebração religiosa, não conseguiu seguir o caminho para 
sua casa. Foi encontrado pela família nos arredores da igreja, 
acreditando que estava caminhando em direção à sua residência. 
Esse paciente possui critérios para a realização de uma avaliação 
neuropsicológica? Qual hipótese diagnóstica pode estar por trás das 
queixas apresentadas? A investigação das habilidades visuoespaciais 
seria válida nesse caso?
11
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
Trata-se de uma revisão de literatura, que aborda a importância 
dos processos cognitivos visuoespaciais na aprendizagem de 
crianças em idade escolar. Inicialmente, apresenta as definições e os 
principais mecanismos funcionais, bem como evidências de várias 
pesquisas que abordam a importância dos processos de atenção, 
inibição e memória operacional nas tarefas visuoespaciais. Defende 
Indicações de leitura
12
que o ambiente visual externo, deve ser analisado de acordo com 
os processos cognitivos básicos, concluindo com a identificação da 
necessidade de estudos sistemáticos sobre a relação entre estes 
dois elementos (cognição e ambiente).
RODRIGUES, P. F. S. Processos cognitivos visuoespaciais e ambiente visual 
circundante: implicações educacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, 
v. 32, n. 04, 2016.
Indicação 2
Este trabalho apresenta conceitos da memória de trabalho 
visuoespacial, descreve o funcionamento do esboço visuoespacial 
e a dissociação entre memória espacial e visual. Discriminando 
cada conceito a partir de uma revisão de estudos neurológicos, 
apresentando suas características e métodos avaliativos. O artigo 
pretende discutir o fracionamento da memória visuoespacial em 
seus componentes visuais e espaciais.
GALERA, C., GARCIA, R. B.; VASQUES, R. Componentes funcionais da memória 
visuoespacial. Estudos Avançados, São Paulo, v. 27, n. 77, p. 29-44, 2013. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
13
1. Escolha a alternativa com a sequência de palavras que completa 
corretamente o texto abaixo.
O esboço __________ também foi subdividido em dois 
armazenadores, o visual cache e o innerscribe. O __________, 
guarda os conteúdos visuais estáticos, como formas, texturas 
e cores de uma cena. O __________, retém as relações espaciais 
da cena, armazenamento da sequência dos eventos no campo 
visual e associação das informações mantidas no __________. 
a. Visuoespacial; visual cache; innerscribe; visual cache.
b. Visuoespacial; innerscribe; visual cache; visual cache.
c. Heminegligência; innerscribe; visual cache; visuoespacial.
d. Visuoespacial; visual cache; innerscribe; visual cache.
e. Visuoespacial; visual cache; innerscribe; innerscribe. 
2. Assinale a alternativa que apresenta corretamente as 
funções das habilidades visuoespaciais.
a. São responsáveis por posicionar o corpo com relação 
ao ambiente, desviar de obstáculos e relembraros 
acontecimentos.
b. São responsáveis pela captação de estímulos auditivos 
disponíveis no ambiente. 
c. São responsáveis pela orientação temporal, que permite 
posicionar o corpo com relação ao ambiente, desviar de 
obstáculos, praticar esportes, estimar a distância entre dois 
objetos e identificar cheiros agradáveis.
d. São responsáveis pela percepção e orientação espacial, 
permitem a identificação de tamanho, dimensão, forma e 
distância dos lugares e dos objetos.
14
e. São responsáveis pela percepção e orientação espacial, 
dificultando que o sujeito identifique o tamanho, dimensão, 
forma e distância dos lugares e dos objetos. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta A
Resolução: Baddeley dividiu o esboço visuoespacial em dois 
armazenadores, sendo o visual cache responsável pela guarda 
dos conteúdos visuais estáticos, e o innerscribe pela retenção 
das relações espaciais da cena e da associação das informações 
mantidas no visual cache. 
Questão 2 - Resposta D
Resolução: As habilidades visuoespaciais estão presentes na 
maioria das atividades cotidianas e atuam como um mediador 
na relação entre o ser humano e o mundo. São responsáveis 
pela percepção e orientação espacial, permitem a identificação 
de tamanho, dimensão, forma e distância dos lugares e dos 
objetos. Por meio dessas habilidades, é possível posicionar o 
corpo com relação ao ambiente, desviar de obstáculos, praticar 
esportes, estimar a distância entre dois objetos, estacionar o 
carro, imaginar um lugar, traçar e memorizar rotas. 
Conceitos e tipos de praxias 
______________________________________________________________
Autoria: Aline Monique Carniel
Leitura crítica: Elisangela Toth
TEMA 2
16
DIRETO AO PONTO
A sobrevivência do ser humano depende intrinsecamente de sua 
relação com o mundo. Para interagir com seu ambiente e adaptar-se 
às demandas do meio, o corpo humano precisa estar em constante 
movimento sejam eles voluntários ou involuntários.
As respostas reflexas são movimentos involuntários diante de um 
estímulo, como a diminuição da pupila frente à luz, o reflexo da 
patela após a estimulação do joelho ou a retirada imediata da mão 
de um objeto que está quente. Já os padrões motores rítmicos, 
determinam o começo e o fim de uma sucessão de movimentos 
que, depois de estabelecidos, continuarão a ser realizados de forma 
automática, como comer e andar.
Os movimentos voluntários são distintos por serem executados 
mediante a um objetivo. Eles podem ser eliciados por estímulos 
externos ou pela motivação do indivíduo, tem um propósito 
estabelecido e são aprendidos durante a vida, por exemplo, ler, 
tocar um instrumento musical ou digitar no computador.
A habilidade de realizar movimentos organizados em torno de uma 
meta é definida como praxia. Essa habilidade é imprescindível para 
o cotidiano, pois está envolvida na execução de atividades simples 
e complexas, direcionadas a determinado fim, como sorrir, escrever 
ou dançar. As praxias abarcam a compreensão da funcionalidade 
dos objetos, para que possam ser manipulados para a realização de 
uma ação.
As regiões cerebrais envolvidas no início, manutenção e finalização 
das ações são chamadas de córtex motor. Situado principalmente 
no lobo frontal na frente do sulco central, integra diversas áreas 
cerebrais para possibilitar a realização dos movimentos. O córtex 
motor é subdividido em diversas áreas: córtex motor primário; área 
17
motora suplementar; áreas pré-motoras; área de Broca; e córtex 
parietal posterior.
O córtex motor primário pode ser considerando como o 
comandante dos movimentos, isso porque origina os impulsos 
elétricos que atuam como mensageiros, que levam para os 
músculos as ordens para a produção das ações voluntárias. A área 
motora suplementar funciona como o maestro dos movimentos, 
pois cria e organiza as sequências das ações a serem executadas.
Enquanto isso, as áreas pré-motoras são as guardiãs das memórias 
dos movimentos executados durante a vida. Auxiliam o córtex 
motor primário na coordenação das ações e estão relacionadas 
como alguns movimentos necessários para a fala. Considerando 
a linguagem oral, ressalta-se a área de Broca como a principal 
encarregada pelos movimentos necessários para a fala.
Outra área muito importante para a execução dos movimentos é o 
córtex parietal posterior. No entanto, nem sempre é considerado 
como uma área motora, devido ao fato de funcionar como um 
intermediário entre os estímulos visuais e os estímulos motores. 
Por isso, também pode ser considerado como parte integrante do 
sistema sensorial.
18
Figura 1 – Formação do córtex motor
Fonte: elaborada pela autora.
Quando o funcionamento dessas áreas é alterado seja por lesões, 
tumores ou sangramento craniano podem ser observados déficits 
na efetivação dos movimentos, como o uso de objetos (por exemplo, 
escovar os dentes e utilizar talheres) e a realização de atividades 
motoras familiares (por exemplo, fazer sinal de positivo). 
Tais dificuldades recebem o nome de apraxia, distúrbio que gera 
prejuízos na realização de atividades motoras orientadas para uma 
finalidade, limitando a prontidão para a execução das ações mesmo 
que o indivíduo mantenha as áreas sensoriais, a aptidão física, a 
compreensão da ação e a motivação para realizá-las preservadas. 
Existem diversas classificações para as apraxias, e essas divisões são 
estabelecidas de acordo com as capacidades afetadas.
Problemas para efetuar gestos direcionados por um pedido 
ou orientação, são classificados como apraxia ideomotora. As 
pessoas que possuem esse acometimento conhecem a ação 
solicitada, entretanto, não conseguem fazê-la de forma motora. 
Essas perturbações estão relacionadas especialmente a danos 
no córtex parietal. Já as alterações na organização dos estímulos, 
para reproduzir uma imagem e fazer desenhos em mais de uma 
19
dimensão, são chamadas de apraxia visuoconstrutiva, que também 
estão associadas a lesões no córtex parietal.
A apraxia ideatória é definida pela inabilidade na execução das 
tarefas complexas, como o manuseio dos objetos. Está ligada 
a perturbações têmporo-parietais e pode ser vista a partir da 
sequência de atos desorganizados diante de um objeto. Deve 
atentar para a diferença entre a dificuldade de reconhecimento 
visual e tátil e os prejuízos na manipulação dos itens. Por outro lado, 
a apraxia reflexiva diz respeito aos prejuízos na efetivação de ações 
desconhecidas, acarretando dificuldades para aprender e repetir 
novos gestos abstratos.
Alguns tipos de apraxia podem interferir diretamente na realização 
de atividades de vida diária. A apraxia facial (disfunção na 
movimentação de órgãos e músculos do rosto); a apraxia de marcha 
(incapacidade de efetuação dos passos); e apraxia do vestir (erros 
na atividade de colocar roupas de forma adequada), são alguns 
exemplos dos transtornos causados por tal alteração, além dos 
impactos na funcionalidade e qualidade de vida dos sujeitos.
Referências bibliográficas
GIL, R. Neuropsicologia. 2. ed. São Paulo: Livraria Santos, 2002. 
PARA SABER MAIS
As apraxias motoras podem ser diferenciadas segundo Luria (1978), 
precursor da neuropsicologia atual, como apraxias melocinética e 
cinestésica. Essa distinção ocorre devido ao fato de que na apraxia 
ideomotora, os movimentos automáticos são mantidos, enquanto, 
que na apraxia melocinética ocorre a preservação somente de 
20
gestos isolados e na apraxia cinestésica a perda de controle durante 
a realização da ação.
Os impactos observados como consequência da apraxia 
melocinética atingem principalmente, a coordenação motora fina, 
seja para movimentos voluntários ou involuntários. Indivíduos com 
tal comprometimento encontram problemas para a realização de 
sequências de gestos finos como abrir e fechar as mãos diversas 
vezes, unir dedos da mesma mão ou dedilhar.
Nesses quadros, quando ocorrem tentativas para a execução 
dos movimentos, notam-se reproduções sem ritmo ou destreza, 
rapidamente interrompidas.Assim, é comum que a sucessão de 
gestos seja substituída por repetições do mesmo gesto por um único 
membro, por exemplo, uma pessoa com dificuldade para abrir e 
fechar todos os dedos de uma mão pode fazer o movimento de abrir 
e fechar somente um único dedo.
Essa apraxia pode ser caracterizada por alterações nos padrões 
dinâmicos das ações e lesões na área pré-motora, impedindo 
aefetivaçãodos atos motores finos.
Por sua vez, a apraxia cinestésica está associada a lesões na 
área sensório-motora do córtex pós-central, gerando déficits na 
captação de impulsos aferentes (recepção de informações das áreas 
sensoriais) e na efetivação dos movimentos (quando os impulsos 
eferentes não possuem as informações do ambiente, reproduzem 
movimentos descontrolados).
Dessa forma, a apraxia cinestésica ocasiona alterações na habilidade 
de reproduzir gestos necessários para o uso de um objeto ou 
para colocar as mãos em uma determinada posição. As imitações 
também podem ser realizadas de forma incorreta quando as lesões 
21
alcançam o controle visual, diminuindo a sensibilidade cinético-
postural.
Referências bibliográficas
LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos 
e Científicos/EdUSP, 1981.
TEORIA EM PRÁTICA
Uma neuropsicóloga recebe em seu consultório um paciente com o 
seguinte histórico: homem de 56 anos, casado, tem 3 filhos, possui 
ensino superior completo e trabalha como contador. Destro, sempre 
demonstrou muita facilidade com cálculos matemáticos. Há 2 meses 
estava em seu escritório quando começou a sentir formigamento 
no braço e na perna esquerdos. Quando se levantou para chamar 
por ajuda, percebeu que também tinha prejuízos para caminhar e 
logo em seguida, perdeu a consciência. No hospital foi informado 
que sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), no 
hemisfério esquerdo do cérebro. Após o evento, o paciente notou 
limitações que impactaram diretamente suas atividades cotidianas. 
Não consegue mais fazer uso de objetos do dia a dia, como escova 
de dente, talheres e chaves. Considerando a descrição do caso, é 
viável que esse paciente realize uma avaliação neuropsicológica, 
tendo em vista que os déficits se iniciaram após o AVCi? Existe a 
possibilidade de estar apresentando um quadro de apraxia? Se sim, 
qual tipo de apraxia poderia ser esse?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
22
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
A pesquisa apresentada buscou compreender se pacientes 
com Alzheimer em fase inicial demonstravam apraxia desde o 
diagnóstico da doença. Para tanto, os participantes foram divididos 
em dois grupos: idosos com doença de Alzheimer e idosos sem o 
diagnóstico. Após avaliação dos padrões de movimento, concluíram 
que o grupo com doença de Alzheimer manifestou dificuldades nas 
atividades que envolviam praxia ideomotora e reflexiva.
ANDRADE, T. S. S. Análise de execução de movimentos em indivíduos 
diagnosticados com doença Alzheimer na fase inicial. 2020. 63 p. 
Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde) - Instituto Universitário 
da Maia, Portugal, 2020.
Indicações de leitura
23
Indicação 2
Este trabalho discorre sobre a elaboração de um protocolo que 
possibilita a identificação de sinais de apraxia da fala, em crianças de 
3 a 6 anos de idade. O estudo apresenta os índices de confiabilidade 
do instrumento e as categorias que devem ser analisadas para 
auxiliar a confirmação da hipótese diagnóstica de apraxia da fala em 
pré-escolares.
SANTOS, T.R. Elaboração de um checklist para identificação de sinais de 
apraxia de fala na infância. 2019. 111 p. Dissertação (Mestrado em Ciências 
no Programa de Fonoaudiologia) - Universidade de São Paulo, Bauru, 2019. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Os movimentos involuntários são realizados pelo ser humano de 
forma automática, independentemente de seu desejo. Podem 
ser considerados como movimentos involuntários, somente:
a. Piscar, bocejar, espirrar e falar.
b. Piscar, bocejar, soluçar e falar.
c. Respirar, piscar, dançar e falar.
d. Respirar, piscar, bocejar e soluçar.
24
e. Respirar, piscar, espirrar e pular. 
2. Existem diversas classificações para as apraxias, e essas 
divisões são estabelecidas de acordo com as capacidades 
afetadas. Assinale a alternativa que menciona corretamente 
tipos de apraxias.
a. Ideatória, ideomotora, visuoconstrutiva e reflexiva.
b. Ideatória, ideomotora, visuoconstrutiva e ativa.
c. Ideatória, ideomotora, apraxia de marcha e apraxia de 
velocidade.
d. Ideatória, ideomotora, apraxia de marcha e apraxia de parada.
e. Ideatória, ideomotora, apraxia de vestir e apraxia de parada. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta D
Resolução: Os movimentos de respirar, piscar, bocejar, soluçar 
e espirrar acontecem de forma automática no organismo 
humano, e não dependem de sua vontade ou decisão, por isso 
são considerados involuntários. Enquanto, falar, dançar e pular 
são ações que requerem a intenção do sujeito para serem 
realizadas. 
Questão 2 - Resposta A
Resolução: As apraxias são classificadas como: ideatória, 
ideomotora, visuoconstrutiva, reflexiva, apraxia de marcha, 
apraxia de vestir e apraxia facial. 
Conceitos e tipos de gnosias 
______________________________________________________________
Autoria: Aline Monique Carniel
Leitura crítica: Elisangela Toth
TEMA 3
26
DIRETO AO PONTO
A gnosia garante ao homem a identificação do mundo utilizando 
seus sentidos. Para que esse processo ocorra de forma intacta, 
conta com a participação dos órgãos dos sentidos e das 
estruturas cerebrais relacionadas à percepção. Quando essa 
capacidade é afetada seja por lesões cerebrais, tumores, doenças 
neurodegenerativas ou acidentes vasculares cerebrais, ocorrem às 
chamadas agnosias.
Esse transtorno pode causar problemas no reconhecimento de 
objetos, cores, rostos, sons, sabores, texturas, formas e cheiros. 
Nas agnosias o funcionamento dos órgãos dos sentidos não é 
impactado, mas a localização das lesões cerebrais é um fator 
importante para determinar quais habilidades serão alteradas.
Os danos cerebrais que provocam as agnosias são considerados 
intermediários, isso porque acontecem entre as áreas de captação 
sensorial e o centro da percepção. As áreas unimodais conectam as 
vias sensoriais e motoras as regiões do cérebro responsáveis pela 
associação dos estímulos, pela memória e pelas emoções.
As áreas unimodais de associação visual são divididas em duas 
vias: a dorsal que analisa onde a informação visual se encontra, e 
a ventral, que decifra as características da informação como cores, 
formas e tamanhos. Um processo semelhante ocorre nas áreas 
de associação auditiva, também segmentadas em duas vias. A via 
ventral é a responsável pela distinçãodos sons e das vozes e a via 
dorsal pela localização e interpretação do conteúdo dos sons. Já as 
áreas de associação somatossensoriais têm a função de localizar, 
explorar e manipular os estímulos de forma tátil, além de guardar as 
memórias táteis. Seria interessante dizer que esse acesso acontece 
por alguma lesão ligada ao córtex visual – nós temos o córtex 
sensorial, auditivo.
27
Outros locais envolvidos no reconhecimento das informações do 
ambiente são as áreas de associação supramodais. Essas áreas se 
comunicam com diversas regiões unimodais e integram os estímulos 
sensoriais.
Figura 1 – Áreas de associação sensorial
Fonte: elaborada pela autora
Deterioração em qualquer uma dessas estruturas pode levar a 
quadros de agnosia. As agnosias visuais dizem respeito a problemas 
para identificar figuras, objetos, (alexia) – percepção da escrita 
e letras, cores (acromatopsia) e faces (prosopagnosia) somente 
com o auxílio da visão. Pessoas com esse comprometimento, 
necessitam de auxílio de outros caminhos sensoriais para efetuar o 
reconhecimento dos estímulos.
Essa alteração pode afetar os dois hemisférios ou estar presente em 
apenas um hemisfério. Nesse caso, recebe o nome de hemiagnosia 
ou heminegligência. As agnosias visuais ainda podem ser divididas 
em agnosias aperceptivas e associativas.
28
Na primeira, aperceptiva, ocorrem distúrbios na percepção 
visual, assim, o indivíduo sabe que está diante de um objeto, tem 
consciência sua dificuldade em nomeá-lo, porém, não consegue 
classificar, reproduzir ou manusear o estímulo ao qual está diante. 
Um tipo de agnosia aperceptiva é a simultagnosia, caracterizada 
pela dificuldade de reconhecer as figuras como um todo, permite 
compreender somente partes isoladas ou um objeto por vez.
Na segunda, associativa, os sujeitos também não podem diferenciar 
os objetos, no entanto, conseguem reproduzi-los e utilizá-los. Pode 
atingir todas as modalidades visuais ou somente algumas classes 
de estímulos (preservação do reconhecimento de seres humanos, 
comprometimento do reconhecimento de objetos).
Outras agnosias que afetam um aspecto da visão são a 
acromatopsia e a prosopagnosia. A acromatopsia refere-se a déficits 
da percepção das cores, enquanto a prosopagnosia à inabilidade 
de distinguir fisionomias familiares, seja de parentes, amigos, 
conhecidos ou personalidades famosas. Nesses casos, o paciente 
faz a distinção por meio de outras características pessoais, como 
roupas, timbre da voz ou forma de andar.
Além das capacidades visuais, as agnosias podem afetar a percepção 
espacial. A agnosia topográfica é marcada pela desorientação 
do indivíduo no espaço, mesmo que ele esteja em um ambiente 
previamente conhecido. A agnosia espacial unilateral, também está 
relacionada à localização espacial, nesse caso, acomete a capacidade 
de identificar os dois hemisférios (direito e esquerdo), seja no corpo 
ou no espaço.
Considerando os impactos no esquema corporal a autotopoagnosia 
configura-se pela dificuldade de especificar as partes do 
próprio corpo, mesmo frente a um espelho. Em contrapartida, a 
heterotopoagnosia é marcada pela inabilidade de relatar as partes 
29
do corpo de outra pessoa. A anosognosia diz respeito à habilidade 
de reconhecer as próprias limitações, em quadros de anosognosia, 
o paciente não admite os déficits proeminentes, mesmo que lhes 
sejam evidenciados.
Na agnosia somatossensorial é o reconhecimento dos utensílios 
por meio do tato que é afetado. Pessoas que possuem esse tipo de 
agnosia, não conseguem saber o que estão tocando, até poderem 
avaliar o objeto por meio de outros sentidos. O mesmo fenômeno 
acontece na agnosia gustativa com os sabores, que são sentidos, 
contudo, não são diferenciados, enquanto na agnosia olfativa com 
os cheiros, que são captados pelo olfato, mas são não diferenciados.
Por fim, nas agnosias auditivas, ocorre a perda da capacidade de 
distinção dos sons. Podem ser especificadas em agnosia auditiva 
aperceptiva (problemas na ligação de sons semelhantes como notas 
musicais, por exemplo) e em agnosia auditiva associativa (déficits 
para associar os sons que são produzidos).
Referências bibliográficas
CAIXETA, L.; TEIXEIRA, A. L. Neuropsicologia Geriátrica: neuropsiquiatria 
cognitiva em idosos. Porto Alegre: Artmed, 2014.
GIL, R. Neuropsicologia. 2. ed. São Paulo: Livraria Santos, 2002. 
PARA SABER MAIS
A capacidade de gnosia é fundamental para a autonomia e 
realização das atividades de vida diária. Essa habilidade pode sofrer 
alterações devido às lesões cerebrais, neoplasias, sangramentos 
intracranianos e doenças neurodegenerativas, como as demências.
30
Não é possível afirmar que todos os quadros de demência 
produzirão impactos gnósticos para o paciente, por isso, é 
necessário o conhecimento do perfil neuropsicológico de cada 
doença e a realização de uma avaliação cuidadosa com testes 
neuropsicológicos adequados, a fim de contemplar os critérios 
diagnósticos corretos para todos os casos.
Na doença de Alzheimer, os sintomas de agnosia são mais 
frequentes em quadros moderados. Nessa fase, são notados 
prejuízos no reconhecimento de pessoas, no uso de objetos 
familiares e na orientação espacial. Em estágios iniciais, essas 
funções geralmente são preservadas, exceto em casos que se 
iniciam com agnosia visual ou de atrofia cortical posterior (subtipo 
raro da doença de Alzheimer que afeta as funções visuais).
A doença de Parkinson, transtorno no Sistema Nervoso Central que 
compromete a execução dos movimentos, pode manifestar-se como 
uma demência em seus estágios mais graves. Entre as principais 
alterações encontradas em demências na doença de Parkinson está 
a prosopagnosia, incapacidade de identificação facial.
A demência com corpos de Lewy, resultante do acúmulo indevido 
de proteínas cerebrais, também produz problemas relacionados 
à agnosia topográfica (desorientação espacial devido à falta 
de integração da percepção espacial), alterações nos testes de 
visuoconstrução e no sono REM. Essas alterações podem estar 
relacionadas à baixa irrigação sanguínea no córtex occipital, devido 
aos corpos de Lewy.
Demências vasculares também têm como sintomas impactos 
perceptivos. Nesse tipo de demência é importante observar quais 
áreas foram lesionadas, a fim de prever os danos ocasionados. 
31
Lesões na região parietal e occipital dominante, geralmente 
acarretam agnosia digital (inaptidão para diferenciar os dedos 
das mãos), alterações na região parietal e occipital bilateral 
desencadeiam a chamada simultanagnosia (inabilidade de distinguir 
mais de um objeto ao mesmo tempo). Danos no lobo parietal não 
dominante podem produzir a incapacidade de distinção das partes 
do corpo. Já lesões no lobo occipital não dominante ou bilateral 
podem causar a prosopagnosia.
Em outras doenças neurodegenerativas, como as demências 
frontotemporais, a afasia progressiva primária e a demência 
semântica, geralmente não são observados danos no processo de 
gnosia.
Referências bibliográficas
CAIXETA, L.; TEIXEIRA, A. L. Neuropsicologia Geriátrica: neuropsiquiatria 
cognitiva em idosos. Porto Alegre: Artmed, 2014.
TEORIA EM PRÁTICA
Paciente do sexo feminino, 27 anos, canhota, casada, com formação 
superior em Letras, trabalha com professora. Iniciou quadro 
de alterações visuais e foi encaminhada pelo oftalmologista ao 
neurologista, que após exames, identificou um adenoma hipofisário. 
A paciente foi submetida à ressecção do tumor e no pós-operatório, 
uma tomografia identificou alterações próximas à região da 
cirurgiafronto-têmporo-parietal esquerda. Dois meses após os 
exames de imagem, realizou uma avaliação neuropsicológica 
que evidenciou déficits atencionais, executivos, motores e 
visuoespaciais. Além disso, apresentou prejuízos significativos na 
habilidade de identificar e nomear os objetos quando não podia 
vê-los, principalmente ao usar a mão direita. No entanto, quando 
32
o teste foi aplicado com a possibilidade de visualizar e nomearcada objeto, reconheceu e classificou corretamente cada um deles. 
Os resultados da avaliação neuropsicológica estão relacionados 
às áreas alteradas durante a cirurgia neurológica? As alterações 
apresentadas demonstram algum tipo de agnosia? Durante a 
avaliação neuropsicológica, podem ser encontradas mais de uma 
região cerebral alterada?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicações de leitura
33
Indicação 1
Neste livro é possível encontrar a definição, sintomas e 
características de diversos tipos de agnosia. Além disso, apresenta 
os principais instrumentos de avaliação utilizados para avaliar a 
manifestação desse transtorno na população de adultos e idosos.
FLUENTES, D. et al. Neuropsicologia: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2014.
Indicação 2
Essa dissertação buscou caracterizar a percepção do esquema 
corporal de pessoas com acidente vascular cerebral (AVC). Para 
tanto, avaliaram um grupo de paciente que possuíam tal diagnóstico 
e outro grupo que não havia vivenciado a doença. Constataram que 
os pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral, possuíam 
menor precisão na percepção do seu esquema corporal.
PICADO, S. P. Percepção da imagem corporal e esquema corporal em 
pacientes pós-acidente vascular cerebral. 2018. 90 f. Dissertação (Mestrado 
em Psicomotricidade) – Universidade de Évora, Portugal, 2018. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
34
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Sobre aagnosia somatossensorial, assinale a alternativa 
correta: 
a. Altera a capacidade de somatização dos sentimentos para as 
doenças físicas.
b. Altera a capacidade de somatização dos sentimentos para 
membros do corpo.
c. Altera a capacidade de reconhecimento dos objetos por meio 
do tato. 
d. Altera a capacidade de tocar os objetos por meio do tato. 
e. Altera a capacidade de reconhecimento dos objetos por meio 
da visão. 
2. Existem diversas classificações para a agnosia, essas 
divisões são estabelecidas de acordo com as capacidades 
afetadas. Assinale a alternativa que menciona corretamente 
alguns tipos de agnosias.
a. Visual, auditiva, olfativa, gustativa e sensitiva.
b. Visual, auditiva, interpretativa, ilustrativa e criativa.
c. Visual, auditiva, olfativa, interpretativa e somatossensorial.
d. Visual, auditiva, olfativa, gustativa e interpretativa.
e. Visual, auditiva, olfativa, gustativa e somatossensorial. 
35
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: A agnosia somatossensorial se manifesta por meio 
de perturbações no reconhecimento dos utensílios pelo tato. 
Pessoas que possuem esse tipo de agnosia, não conseguem 
saber o que estão tocando, até poderem avaliar o objeto por 
meio de outros sentidos como a visão e audição. 
Questão 2 - Resposta E
Resolução: Alguns tipos de agnosia que interferem no 
processamento dos sentidos são: agnosia visual, agnosia 
somatossensorial, agnosia gustativa, agnosia olfativa e agnosia 
auditiva. 
Avaliação das habilidades 
visuoespaciais, praxias e gnosias 
______________________________________________________________
Autoria: Aline Monique Carniel
Leitura crítica: Elisangela Toth
TEMA 4
37
DIRETO AO PONTO
A avaliação neuropsicológica é um procedimento composto por 
diversos recursos e instrumentos. Conta com etapas, como a 
entrevista clínica, a avaliação neurológica e/ou psiquiátrica, análise 
da funcionalidade e testes psicológicos. Alguns parâmetros devem 
ser observados durante a escolha dos instrumentos da avaliação, 
como a padronização, a validade e a fidedignidade dos testes.
A padronização representa a uniformidade dos procedimentos 
de aplicação e interpretação dos resultados, a fim de que os 
desempenhos sejam comparáveis. A validade é representada 
pelas tabelas normativas que permitem uma análise nomotética 
do sujeito, comparando o seu desempenho aos demais indivíduos 
da população. A fidedignidade é definida pela consistência interna 
do teste, permite avaliar sua margem de erro e se os escores dos 
sujeitos se mantêm estáveis em comparação à média normativa.
Os testes neuropsicológicos voltados para a avaliação das 
habilidades visuoespaciais, praxias e gnosias, oferecem aos 
profissionais subsídios importantes para a avaliação desses 
constructos. O teste da Figura Complexa de Rey é amplamente 
utilizado para avaliação da percepção visual, visuoconstrução e 
memória visual. É dividido em dois formatos, de acordo com a faixa 
etária de interesse. A Figura A pode ser aplicada a partir dos 5 anos 
de idade e estende-se até a população idosa, enquanto a Figura 
B é específica para crianças de 4 a 7 anos de idade. Em ambos os 
formatos, o tempo médio de duração do teste está entre 5 e 25 
minutos (REY, 2010).
O teste de Retenção Visual de Benton (BVRT) também avalia a 
percepção visual, a praxia visuoconstrutiva e a memória visual. 
Elaborado para participantes de 7 a 30 anos e idosos de 60 a 75 
38
anos. Sua execução é realizada de forma individual, com duração de 
aproximadamente 20 minutos (SALLES et al., 2016).
As tarefas executadas durante o BVRT baseiam-se em duas formas 
de administração. Na forma A, a memória visual é avaliada a partir 
da exposição do testando por 10 segundos, a figuras que devem 
ser reproduzidas imediatamente após a visualização. Na forma C, 
o paciente realiza a cópia dos estímulos observados (SALLES et al., 
2016).
O Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender foi formulado para a 
investigação da maturação percepto-motora, de crianças de 6 a 10 
anos. Os exercícios consistem na apresentação de nove figuras, que 
devem ser copiadas da maneira mais precisa possível. Os modelos 
desenhados recebem de 0 a 3 pontos, considerando a qualidade da 
reprodução gráfica ou a presença de distorções nas formas (SISTO; 
NORONHA; SANTOS, 2006).
O Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve NEUPSLIN foi 
desenvolvido para o rastreamento das funções neuropsicológicas. 
A versão infantil, NEUPSLIN-Inf, foi delineada para crianças de 
6 a 12 anos. Durante a execução do instrumento são aplicados 
26 subtestes que avaliam, entre outras funções, a orientação, a 
percepção visual e as habilidades construtivas (SALLES et al., 2016). 
A escala NEUPSLIN destinada a adolescentes, adultos e idosos, 
abrange a faixa etária dos 12 aos 90 anos. É formada por 32 
subtestes que também avaliam as oito funções neuropsicológicas 
(FONSECA et al., 2009).
A Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS-III) apresenta 
uma medida da capacidade cognitiva do paciente, o chamado 
quoeficiente de inteligência (QI). Para tanto, é composta de diversos 
subtestes que são organizados para compor o QI verbal e o QI 
de execução. Os subtestes contidos no QI execução, auxiliam a 
39
avaliação das habilidades visuoespaciais, pois mensuramraciocínio 
fluido, processamento espacial, atenção a detalhes e integração 
visuomotora (WECHSLER, 2016).
O QI de execução é composto pelos subtestes: completar figuras, 
códigos, cubos, raciocínio matricial, arranjo de figuras, procurar 
símbolos (suplementar) e armar objetos (opcional). Por sua vez, o 
QI verbal é formado pelos subtestes: vocabulário, semelhanças, 
aritmética, dígitos, informação, compreensão, sequências de 
números e letras (suplementar).
A Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-IV), propõe-
se a mensurar o QI de crianças de 6 a 16 anos, a partir de índices 
fatoriais que representam a performance do indivíduo em 
determinado domínio ou área de conteúdo (WECHSLER, 2013).
Os índices fatoriais que compõem o WISC-IV são: Compreensão 
Verbal (raciocínio verbal, compreensão e conceituação), Organização 
Perceptual (formação de conceitos não verbais, percepção visual, 
organização, coordenação visual e motora), Memória Operacional 
(retenção das informações por um breve período, para posterior 
processamento da memória e formulação de resposta) e Velocidade 
de Processamento (habilidade de processar informações visuais) 
(WECHSLER, 2013).
A Figura 1 contém um breve indicativo sobre os principais testes 
utilizados para a avaliação das habilidades visuoespaciais, praxias e 
gnosias.
40
Figura 1 – Testes neuropsicológicos para avaliação das 
habilidades visuoespaciais, praxias e gnosias
Fonte: elaborada pela autora.
41
A avaliação neuropsicológica é composta por diversos 
procedimentos que possibilitam mensurar as funções cognitivas. 
O conhecimento dessas funções, permite compreender os sinais 
e sintomas, que geram prejuízo ao cotidiano do paciente, orienta 
intervenções direcionadas à recuperação e reabilitação dos déficits 
apresentado.
Referências bibliográficas
FONSECA, R. P.; SALLES, J. F.; PARENTE, M. A. M. P. Instrumento de Avaliação 
Neuropsicológica Breve Neupsilin. São Paulo, Brasil: Vetor, 2009.
REY, A. Figuras Complexas de Rey. São Paulo: Editora Casa do Psicológo, 2010.
SALLES, J. F. et al. Manual do Teste de Retenção Visual de Benton. São Paulo: 
Casa do Psicólogo, 2016.
SALLES, J. F. et al. Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve 
Infantil: NEUPSILIN-Inf – Manual. São Paulo: Editora Vetor, 2016.
SISTO, F. F.; NORONHA, A. P.; SANTOS, A. A. A. Manual Bender – Sistema de 
Pontuação Gradual (B-SPG). São Paulo: Vetor, 2006.
WECHSLER D. Escala Wechsler de Inteligência (WAIS). São Paulo: Pearson 
Clinical Brasil; 2016.
WECHSLER D. Escala Wechsler de Inteligência para Crianças – Quarta 
Edição (WISC IV). São Paulo: Editora Casa do Psicológo, 2013. 
PARA SABER MAIS
O termo perfil neuropsicológico é utilizado para descrever diversas 
alterações cognitivas comuns a um diagnóstico. A definição 
desse perfil permite ao clínico observar os achados da avaliação 
neuropsicológica sob a ótica das disfunções cerebrais apresentadas 
e dos resultados geralmente encontrados nos testes de sujeitos com 
determinado tipo de transtorno.
Dessa forma, é possível verificar os principais diagnósticos que 
acarretam déficits nas funções visuoespaciais, praxias e gnosias. 
42
Considerando os idosos a população mais suscetível a essas 
disfunções e à Doença de Alzheimer – uma das doenças que mais 
acometem essa população –, segue o perfil neuropsicológico desses 
pacientes.
Na Doença de Alzheimer, a percepção encontra-se prejudicada nos 
estágios moderados e graves da doença. Nessas etapas, o paciente 
pode perder a capacidade de identificar até mesmo objetos de uso 
pessoal. Em casos iniciais os problemas visuoespaciais são raros, 
estabelecendo-se somente em quadros iniciados com agnosia visual 
ou na atrofia cortical posterior.
As principais alterações visuoespaciais encontradas na Doença de 
Alzheimer contemplam a síndrome de Balint, agnosia topográfica, 
agnosia visual e prosopagnosia. Inicialmente, esses pacientes 
têm dificuldades para orientar-se em locais novos ou pouco 
frequentados, evoluindo posteriormente para desorientação em 
lugares que lhes são familiares.
Desordens nas praxias são menos frequentes em quadros iniciais 
da doença. Em estágios avançados é possível observar portadores 
da doença de Alzheimer que apresentam apraxia ideomotora 
(problemas para efetuar gestos direcionados por um pedido ou 
orientação), apraxia ideatória (inabilidade na execução das tarefas 
complexas, como o manuseio dos objetos), apraxia visuoconstrutiva 
(alterações na organização dos estímulos, para reproduzir uma 
imagem e fazer desenhos em mais de uma dimensão) e apraxia do 
vestir (erros na atividade de colocar roupas de forma adequada).
Essas disfunções podem ser observadas a partir de testes 
neuropsicológicos como a Figura Complexa de Rey, o Mini Exame 
do Estado Mental (na atividade de cópia dos pentágonos), o Teste 
do Desenho do Relógio, o Teste de Hooper e os Subtestes Cubos e 
Arranjo de Figuras na Escala Wechsler de Inteligência para Adultos.
43
Além disso, podem ser utilizados recursos como entrevistas 
para levantamento da queixa e sintomatologia com familiares e 
cuidadores, questionários de funcionalidade como o Questionário 
de Atividades Funcionais de Pfeffer, questionários de rastreio 
cognitivo como o IQCODE (Informant Questionnaire on Cognitive 
Decline in the elderly), observação clínica e relatórios de outros 
profissionais que acompanham o paciente.
Outros prejuízos que completam o perfil neuropsicológico na 
Doença de Alzheimer são: diminuição do quoeficiente intelectual 
(com relação a resultados pré-mórbidos); déficits na atenção 
(principalmente no spam atencional e na atenção dividida); 
problemas nas funções executivas como julgamento, inibição e 
resolução de problemas; erros de nomeação e comprometimentos 
na memória episódica e semântica.
Referências bibliográficas
CAIXETA, L., TEIXEIRA, A. L. Neuropsicologia Geriátrica: neuropsiquiatria 
cognitiva em idosos. Porto Alegre: Artmed, 2014.
TEORIA EM PRÁTICA
Paciente do sexo masculino, 79 anos, viúvo, aposentado, reside com 
a filha e dois netos. Está em acompanhamento neurológico há três 
anos desde que iniciou quadro de tremor intenso, lentidão para 
movimentar-se e dificuldade para caminhar. Na primeira avaliação 
com o neurologista foi diagnosticado com sintomas da Doença 
de Parkinson. No último ano, sua filha observou que os sintomas 
iniciais se acentuaram, tornando mais difícil para o paciente 
a realização de atividades como comer, vestir-se e realizar as 
atividades cotidianas. Além disso, notou que o paciente está apático 
para na interação com os familiares, não se recorda de conversas 
44
recentes, e no período da noite apresenta desorientação espacial, 
perdendo-se na própria casa. Qual a hipótese diagnóstica para as 
alterações apresentadas por esse paciente? Quais testes poderiam 
ser utilizados para confirmar ou refutar essa hipótese? Por que 
esses testes seriam escolhidos?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicações de leitura
45
Indicação 1
O estudo apresentado aborda as características da Figura Complexa 
de Rey, teste utilizado para a avaliação de habilidades visuoespaciais,visuoconstrução, planejamento e memória episódica visual. Buscou 
investigar as estratégias utilizadas por crianças de 7 a 13 anos, na 
etapa de evocação da figura. Além disso, descreveu e analisou as 
técnicas adotadas para a reprodução da memória, em cada uma das 
etapas do método de Osterrieth (sistema qualitativo, que classifica a 
capacidade de planejamento na execução da cópia da figura). Essa 
pesquisa produziu novas adaptações do método de Osterrieth, que 
em sua forma original restringe-se ao detalhamento da fase de cópia 
da figura.
PEÇANHA, E. et al. Estratégias de evocação tardia na Figura Complexa de Rey 
por crianças. Revista Neuropsicologia Latinoamericana, v. 11, n. 1, p. 48-57, 
2019.
Indicação 2
Esse artigo investigou a validade do Teste Gestáltico de Bender 
em amostras de idosos saudáveis, com diagnóstico de doença de 
Alzheimer e de Demência Vascular. A partir do acompanhamento 
longitudinal, verificou que o teste apresenta dados psicométricos 
satisfatórios para ser administrado em idosos com demência. 
Trata-se de um estudo de ampla aplicabilidade, considerando que 
o Teste Gestáltico de Bender avalia a organização perceptual e a 
praxia visuoconstrutiva, funções cognitivas comumente afetadas nas 
demências.
CECATO, J.; FLUENTES, D. E.; MARTINELLI, J. E. Evidências de validade para o 
Teste Gestáltico de Bender: dados normativos na avaliação neuropsicológica 
de idosos brasileiros na doença de Alzheimer e Demência Vascular. Revista 
Neuropsicologia Latinoamericana, v. 12, n. 2, p. 31-43, 2020. 
46
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Três parâmetros devem ser considerados durante a escolha 
dos testes neuropsicológicos, garantido o uso de instrumentos 
adequados durante a avaliação. Assinale a alternativa que 
apresenta corretamente quais parâmetros devem ser 
observados: 
a. Apresentação, facilidade e complexidade.
b. Apresentação, facilidade e idoneidade.
c. Padronização, validade e fidedignidade.
d. Apresentação, validade e fidedignidade. 
e. Padronização, facilidade e fidedignidade. 
2. O Teste de Retenção Visual de Benton (BVRT) foi elaborado 
para avaliar:
a. Memória visual, funções executivas e gnosia auditiva.
b. Memória visual, funções executivas e linguagem.
c. Memória visual, linguagem e gnosia auditiva.
d. Memória visual, percepção visual e gnosia auditiva.
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e. Memória visual, percepção visual e praxia visuoconstrutiva. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: Os parâmetros a serem observados durante 
a escolha dos instrumentos da avaliação contemplam a 
padronização, a validade e a fidedignidade dos testes. A 
padronização consiste na uniformidade dos procedimentos, 
a validade representa a consistência dos resultados obtidos e 
a fidedignidade comprova se o teste mede o que se propõe a 
avaliar. 
Questão 2 - Resposta E
Resolução: O Teste de Retenção Visual de Benton avalia a 
percepção visual na fase de apresentação dos estímulos, 
a memória visual e a praxia visuoconstrutiva na fase de 
reprodução das figuras. 
BONS ESTUDOS!
	Apresentação da disciplina
	Introdução
	TEMA 1
	Direto ao ponto
	Para saber mais 
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 2
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 3
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
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	Gabarito
	TEMA 4
	Direto ao ponto
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	Teoria em prática
	Quiz
	Gabarito
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