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Psicologia Social Aplicada

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21/06/2023, 11:44 Psicologia Social Aplicada
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03578/index.html# 1/44
Psicologia Social
Aplicada
Prof. Saulo Valmor Batista
Descrição
As diversas aplicações e campos de atuação da Psicologia Social, bem como as possibilidades de práticas de
intervenção em diferentes contextos.
Propósito
Caracterizar os meios de atuação profissional do psicólogo social, ressaltando as contribuições da Psicologia
Social entre os diversos contextos sociais e nas diversas possibilidades de relacionamento humano.
Objetivos
Módulo 1
Psicologia Social e saúde
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Analisar a atuação da Psicologia Social no âmbito da saúde.
Módulo 2
Psicologia Social e escola
Analisar o papel da Psicologia Social no ambiente educacional.
Módulo 3
Psicologia Social e trabalho
Reconhecer as contribuições da Psicologia Social para o trabalho e as organizações.
Módulo 4
Psicologia Social e clínica
Reconhecer a importância da Psicologia Social na prática clínica.
Introdução
Sabemos que a Psicologia Social lida com fatos dinâmicos, bem como com as influências recíprocas das
relações humanas e suas interações com o meio. De alguma forma, isso tudo impacta as pessoas envolvidas em
um movimento de interação e transformação que se retroalimenta, no qual o indivíduo, ao modificar o meio, é
também modificado por ele.

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No Brasil, a concepção e o desenvolvimento da Psicologia Social procuraram ir além dessa prática unicamente
cognitivista e experimental da Psicologia. Sendo assim, realizou-se uma atuação concreta da disciplina no
cotidiano comunitário em busca de melhores condições de vida para a população, que se encontrava, em sua
maioria, abaixo da linha da pobreza e em um processo de redemocratização após a ditatura militar.
Esses novos métodos de intervenção preconizados pela Psicologia Social procuravam mudar o paradigma
elitista da Psicologia, levando sua atuação para a realidade socioeconômica e política dos indivíduos em função
de seu protagonismo e em busca de uma transformação social efetiva.
Por isso, neste conteúdo conheceremos as diversas aplicações da Psicologia Social e como sua teoria e
conceitos podem ser aplicadas em áreas onde a interação humana é essencial, atuando enquanto instrumento
de compreensão e resolução de situações concretas.
1 - Psicologia Social e saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a atuação da Psicologia Social no âmbito da
saúde.
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Visão histórico-social do indivíduo e participação social
Relação entre Psicologia Social e saúde
Neste primeiro momento, conheceremos a relação entre Psicologia Social e saúde. Vamos aprender sobre a
importância da visão histórico-social do indivíduo e o potencial transformador que a participação social tem na
afirmação da saúde mental enquanto direito. Vamos também compreender sobre a relevância da consolidação
da saúde como direito, fato que contribui para entender as perspectivas de atuação da Psicologia na construção
de um Sistema Único de Saúde universal, equitativo e integral.
Além disso, as informações encontradas aqui permitirão que você amplie seu conhecimento sobre a diversidade
na relação entre Psicologia Social e saúde, que compreende aspectos culturais, clínicos, institucionais e
sobretudo políticos, uma vez que o campo de atuação da saúde é amplo e multifacetado. Este conteúdo será de
grande valor para sua atuação profissional. Aproveite!
Mas, a�nal, quais são as dimensões da Psicologia Social na saúde?
Segundo Motta (2015), o movimento de revisão das práticas do psicólogo no contexto da saúde pública
contribuiu com a perspectiva social e política para o exercício profissional, promovendo um diálogo entre a
Psicologia Social e a saúde, ampliando a compreensão das forças sociais e dos aspectos históricos que afetam
os processos de intervenção em saúde.
Todas as estratégias de atuação nos processos relacionados à saúde mental têm como objetivo a possibilidade
de construção de ações singulares que representam projetos voltados para os usuários de saúde mental e em
função da produção de meios de transformação em sua vida concreta.
A Psicologia Social da saúde sai das perspectivas tradicionais intraindividuais para uma ótica coletiva. Por isso,
ela é embasada em autores que estudam as formas de organização coletiva da sociedade e atua em serviços
voltados à atenção primária, na prevenção e promoção da saúde e em contextos comunitários, no sentido das
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questões sociais e políticas, além de estar presente em conselhos, comissões e fóruns que colaborem com as
políticas púbicas.
Saiba mais
De acordo com Rosa e Zanerato (2015), as ações voltadas para a atenção básica em saúde mental são
essenciais a partir da inserção do sujeito na comunidade, na compreensão da organização social, configurações
familiares, manutenção de vínculos e situações de sofrimento, marcados por condições sociais, culturais e
econômicas.
Além disso, esse panorama indica a amplitude de atuações do psicólogo social no âmbito da saúde por meio do
cuidado em saúde e da construção da participação social nas políticas públicas de saúde mental e atenção
básica a partir de ações de acolhimento, integração e intervenção psicológica e psicossocial que respondam às
necessidades contextuais da população (MOTTA, 2015).
Por isso, devemos olhar para o processo de saúde versus doença como algo multideterminado, produzidos
historicamente enquanto resultado das interrelações vivenciadas pelo sujeito enquanto ser social e histórico,
mas também como protagonista, já que sua subjetividade não se constrói puramente na transposição do social
para o individual (ROSA; ZANERATO, 2015).
Histórico da Psicologia Social na saúde
Os primeiros cursos de Psicologia Social no Brasil ocorreram na década de 1930, com Raul Briquet (1887-1953).
Em 1960, ocorre a consolidação da Psicologia Social enquanto uma disciplina ligada à Psicologia. Esse processo
é atribuído à regulamentação da profissão de psicólogo em 1962, que incluiu a matéria de Psicologia Social
como obrigatória na formação em Psicologia no Brasil.
Curiosidade
A Psicologia Social nasceu no Brasil a partir de uma concepção de comunidade da Psicologia Social norte-
americana que surgia como resposta aos movimentos que criticavam a atuação exclusivamente institucional na
questão da saúde mental e buscavam não apenas o tratamento das doenças psiquiátricas, mas também ações
preventivas, deslocando a atenção exclusiva ao indivíduo para seu entorno: a comunidade.
Embora ainda seja um processo em desenvolvimento, a ênfase na atenção primária à saúde e nas formas de
organização baseadas em equipe interdisciplinar abriu novos espaços para os psicólogos que, sobretudo a partir
da Constituição Federal (BRASIL, 1988) e do surgimento do Sistema Único de Saúde – SUS (BRASIL, 1990),
passaram a fazer parte dos serviços de saúde nas unidades básicas de saúde e nos serviços especializados nas
unidades de saúde. Ainda que inicialmente não houvesse documentos oficiais que regulamentassem a atuação
do psicólogo nas instituições, o próprio conceito ampliado de saúde representou um arcabouço para a atuação
do psicólogo nesses setores.
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Existindo demandas comunitárias de atenção à saúde mental de diversas esferas sociais, ocorre a ampliação da
participação da Psicologia no SUS. O seu marco ocorre com o movimento da reforma psiquiátrica, com a
substituiçãodos modelos asilares por Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), e das equipes do Núcleo de
Apoio à Saúde da Família (NASF), traçando, assim, a Política Nacional de Humanização (PNH) que contribuiu
com a transformação das práticas profissionais por meio do acolhimento.
A atenção básica possui papel fundamental na efetivação de estratégias de ação na comunidade e nos esforços
em prol da qualidade em saúde mental. Nesse sentido, os CAPS vêm como importante instrumento substitutivo
decorrente da reforma psiquiátrica. Mas, antes de seguirmos nosso estudo, é importante entendermos o que foi
a reforma psiquiátrica brasileira.
Reforma psiquiátrica brasileira e o SUS
Atenção integral e universal à saúde
A reforma psiquiátrica tem sua origem nas lutas pelo direito à atenção integral e universal à saúde e se
consolidou a partir da reforma sanitária e com a instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), que reconhece o
indivíduo enquanto sujeito singular e, ao mesmo tempo, pertencente a uma comunidade.
Saiba mais
A desinstitucionalização da saúde mental permitiu a articulação de políticas de atendimento intersetorial e
interdisciplinar em rede, promovendo autonomia e reabilitação psicossocial dos usuários e seus familiares, a
partir das estratégias de saúde da família (ESF) no acompanhamento terapêutico no contexto da atenção básica.
A reforma psiquiátrica é um processo que se iniciou a partir da análise crítica do conceito de doença mental e
das estruturas que se desdobraram em virtude das repercussões do processo saúde versus doença. Concepções
e teorias sobre a saúde e os limites do sofrimento mental foram modificadas, definindo o cuidado em saúde
mental de acordo com as diretrizes do SUS e tornando a atenção básica a porta de entrada para o usuário do
sistema de saúde.
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Descentralizar a Saúde Mental para os territórios foi uma conquista cara à Reforma
Psiquiátrica e consideramos necessário aprimorar esse modelo, vinculando cada
vez mais a assistência com a análise e utilização do território e da rede social, a fim
de desenvolver uma clínica implicada com a constituição de sujeitos mais
saudáveis em sua afetividade e em suas relações sociais, e mais potentes para
transformar a realidade.
(ROSA; ZANERATO, 2015, p. 234)
SUS: Diretrizes para a saúde mental na atenção básica
A saúde é o componente central e fundamento constituinte do contexto social, pois a saúde de uma população é
uma questão social, de responsabilidade coletiva e o resultado das condições de vida e de trabalho da
sociedade. Assim, se faz necessário o aprimoramento de um olhar para a saúde de uma forma ampliada, muito
além da doença. Aqui, a saúde é entendida como um processo e como uma possibilidade de enfretamento das
questões cotidianas, portanto, a construção da Psicologia Social se faz importante nesse entendimento.
O SUS se configura como principal cenário de expressão dessa construção, já que ele é o maior empregador de
psicólogos da atualidade, com foco na articulação entre políticas públicas e os serviços de saúde mental. As
intervenções psicológicas passam a considerar a perspectiva do outro na construção da identidade dos atores
sociais, e se apresentam em um contínuo jogo de construção e desconstrução de representações sociais. Essas
representações se tornam uma continuidade do processo de contextualização social da saúde e se configuram
como um legado da Psicologia Social à saúde: a atuação centrada no coletivo.
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Nesse sentido, a coletividade e os aspectos sociais da atuação vão ao encontro das estratégias de trabalho
esperadas pelo SUS, em que as práticas de intervenção são construídas a partir das experiências de trabalho e
vivências sociais.
Atualmente, os psicólogos do SUS atuam construindo e respeitando diretrizes para a saúde mental na atenção
básica. São muitos exemplos de áreas e serviços com a absorção de inúmeros serviços internos (centros de
formação e educação do trabalhador de saúde; apoio técnico aos programas da mulher, idoso, criança e
adolescente; saúde mental; serviços de epidemiologia, de hemoterapia, de práticas alternativas em saúde):
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS);
Nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS);
Em centros de convivência, cooperativa e cultura; em ambulatórios de saúde mental;
Em hospitais-dia;
Em centros de reabilitação física;
Em centros de referência à saúde do trabalhador; centros de apoio e orientação sobre DST/AIDS;
Equipes de atenção a presidiários;
Hospitais gerais e hospitais psiquiátricos (CAMPOS; GUARIDA, 2007).
Aplicações da Psicologia Social à saúde
Atribuição de causalidade e os estilos explanatórios
São tantas contribuições da Psicologia Social à saúde que ela se tornou uma nova área dentro da Psicologia da
saúde, que continua se desenvolvendo de forma acelerada. Dentre as diversas descobertas dos psicólogos sobre
a relação existente entre fatores situacionais e saúde física e suas contribuições em fatores de natureza
psicossocial, Rodrigues, Assmar e Jablonski (2009) destacam que as pessoas, internamente, tendem a atribuir
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causas aos eventos negativos – também chamadas de estilo explanatório – que interferem diretamente na
saúde do indivíduo.
Estudos indicam também que a percepção de controle influencia a saúde dos indivíduos, que apresentam maior
estabilidade emocional e melhora no estado de humor, aumentando, consequentemente, sua qualidade de vida e
longevidade. De maneira geral, a autopercepção de controle em algum grau significativo contribui para a melhoria
nos estados relacionados a doenças crônicas e ao aumento da imunidade.
Bandura (1997) apresentou o conceito de crença na própria eficácia, que consiste em acreditar que possui o
controle para realizar o que é necessário para o cumprimento de metas em situações específicas, onde pessoas
com grau elevado de crença na própria eficácia são capazes de enfrentar situações adversas. Dessa forma,
diferentes estudos apontam em direção a uma integração dos conhecimentos médicos e psicológicos em busca
de uma melhor compreensão das relações entre mente e corpo nos sistemas nervoso, endócrino, imunológico e
suas reações aos fatores psicossociais.
Esse conceito baseia-se na noção de que o indivíduo com percepção de controle positiva é capaz de se opor às
forças ambientais, lutando, provocando mudanças, atingindo seus ideais e desfrutando de satisfação pessoal,
enquanto os que não acreditam em sua eficácia se resignam, desistem de lutar e mostram apatia diante das
adversidades.
Saiba mais
O apoio pessoal refere-se à demonstração de empatia, o que promove sensação de pertencimento a um grupo e
suporte emocional propriamente dito, uma vez que pessoas que vivem em grupos predominantemente
coletivistas sofrem menos estresse que aqueles pertencentes a culturas individualistas.
Dessa maneira, a interdependência e o apoio mútuo constante são instrumentos de enfrentamento em situações
estressoras nas quais a segurança de cuidados, amparo e suporte proporcionam maior probabilidade de sucesso
a indivíduos que, diante de tais situações, sentem-se apoiados.
Mudança de hábitos prejudiciais à saúde
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Um estudo conduzido por De Vries (1995) indicou que hábitos são influenciados por normas ou pressão social,
ou comportamento de pessoas significativas – ainda que sejam hábitos inadequados. Nesse contexto, a
Psicologia Social indica técnicas que permitem mudanças de hábitos e atitudes.
Saiba mais
Segundo a Psicologia Social, uma atitude é formada por componentes cognitivos, afetivos e comportamentais,e
a alteração em um desses componentes resulta em uma reorganização cognitiva e de atitude. Assim, conhecer
os fatores influenciadores colaboram com a compensação e alteração de atitudes.
Chegamos ao final do módulo! A partir das informações apresentadas pudemos conhecer o movimento que a
Psicologia Social vivenciou dentro da saúde, sobretudo a partir da institucionalização e das práticas promovidas
pelo SUS, demonstrando a importância da coletividade da perspectiva social para o campo da saúde e se
construindo por meio de práticas que buscam proporcionar um atendimento à saúde de forma integral e
equitativa.
Mudanças de hábitos
Neste vídeo, o especialista faz uma reflexão sobre os hábitos prejudiciais à saúde, bem como o impacto deste
comportamento na vida pessoas, com exemplos de possibilidades de intervenção.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Analise as afirmações a seguir e marque as alternativas verdadeiras em uma única alternativa correta:
I – O sentimento de pertencimento de um indivíduo é fruto do apoio social recebido na demonstração de
sentimentos que reconhecem e respeitam os sentimentos alheios.
II – O estresse pode ocorrer mais em culturas individualistas do que em pessoas que vivem em grupos
predominantemente coletivistas.
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III – O apoio social recebido por um indivíduo não irá influenciar na maneira como este irá perceber as
situações estressantes e o bem-estar emocional e psicológico.
Parabéns! A alternativa B está correta.
O apoio pessoal está relacionado à demonstração de empatia e à promoção de um sentimento de
pertencimento nos indivíduos. Os grupos que recebem suporte emocional propriamente dito estão inseridos
em ambientes predominantemente coletivistas e sofrem menos estresse que aqueles pertencentes a
culturas individualistas. Sobre os indivíduos e os efeitos do apoio recebido, tem sido relatados diversos
desfechos positivos na saúde física e mental que podem influenciar a maneira de perceber situações
estressantes, de apreender as sensações de bem-estar emocional e psicológico e até mesmo a longevidade
dos indivíduos.
Questão 2
Sobre a relação entre Psicologia Social e saúde, é correto afirmar que:
A Somente a primeira é verdadeira.
B I e II são verdadeiras.
C I, II e III são verdadeiras.
D Somente a II é verdadeira.
E II e III são verdadeiras.
A
A Psicologia Social da saúde sai das perspectivas tradicionais coletivas em função de uma
ótica social.
B
A Psicologia Social da saúde sai das perspectivas tradicionais intraindividuais em função de
uma ótica social.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
A Psicologia Social transforma a visão tradicional intraindividual em uma visão coletiva, atuando em
contextos comunitários.
2 - Psicologia Social e escola
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar o papel da Psicologia Social no ambiente
educacional.
C
A Psicologia Social da saúde sai das perspectivas tradicionais coletivas em função de uma
ótica intraindividual.
D
A Psicologia Social da saúde sai das perspectivas tradicionais sociais em função de uma
ótica coletiva.
E
A Psicologia Social da saúde sai das perspectivas tradicionais intraindividuais em função de
uma ótica coletiva.
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A experiência escolar
Caracterização da Psicologia Escolar
Agora, você verá os conceitos ligados à Psicologia Social no ambiente educacional e como ela pode impactar na
construção do protagonismo estudantil e no processo de ensino-aprendizagem. Um dos papéis da escola é
permitir e incentivar a participação de pais, alunos, professores e demais membros da equipe e da comunidade
em prol da qualidade na educação. O grande desafio da escola está em garantir um padrão de qualidade para
todos e, ao mesmo tempo, respeitar a diversidade local, étnica, social e cultural.
Por muito tempo, a Psicologia Escolar se resumiu a uma área específica para intervenção de crianças com
problemas de aprendizagem e ajustamento escolar, deixando de lado aspectos como as metodologias de ensino,
a participação da escola na comunidade e a interação entre professores e alunos, além de demais aspectos
sociais da escola (LIBÂNEO, 1989).
Esse enfoque estritamente psicológico ignora o ato educativo em sua totalidade e a influência das condições
sociais e políticas nos comportamentos, transformando os problemas gerados pelas estruturas sociais e
econômicas em reflexos exclusivos da subjetividade.
O ambiente escolar
O ambiente escolar é caracterizado pela constante avaliação, na qual a percepção subjetiva de situações
avaliativas pode aumentar ou diminuir a autoestima do estudante, além de influenciar diretamente no
desempenho escolar do indivíduo. Veja abaixo a diferença ato e espaço educativo no ambiente escolar:
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Ato educativo
É um processo amplo que engloba fatores psicológicos, econômicos e sociais, que permitem à criança se
constituir enquanto ser social, apropriada do conhecimento a partir de condições biológicas, sociais e
psíquicas que são construídas com base na mediação entre indivíduo e sociedade.
Espaço educativo
É por si só um ambiente dinâmico e abrangente que é formado a partir de diferentes relações sociais,
históricas e materiais que permitem a articulação das realidades subjetivas e objetivas dos sujeitos ali
inseridos, considerando suas relações com a coletividade.
Existem dispositivos próprios da relação pedagógica que englobam tanto mediações de natureza político-social
quanto análise da experiência individual e até mesmo a eficácia da situação de ensino-aprendizagem. Por isso,
as situações pedagógicas antecedem o ato educativo em si, uma vez que o papel da Psicologia Escolar é
explicar problemas enfrentados em sala de aula resultantes de fatores estruturais mais amplos (LIBÂNEO, 1989).
Entender o contexto psicológico dentro do pedagógico e ambos dentro do contexto social amplo significa
assumir a posição de que a escola é, para os alunos, uma mediação entre determinantes gerais que caracterizam
seus antecedentes sociais e o seu destino social de classe. Isso quer dizer que as finalidades da escola são,
acima de tudo, sociais, seja no sentido de adaptação à sociedade vigente, seja no sentido de sua transformação.
Saiba mais

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A experiência escolar deve ser baseada na experimentação dos diferentes objetos e interrelações sociais, pois a
interação social promove o desenvolvimento cognitivo. Nesse sentido, a escola é uma instituição social com uma
função igualmente social, devendo ser um espaço de convívio democrático que permita trocas de experiências
sociais em um processo reflexivo aberto.
Compreender os condicionantes sociais do ato pedagógico significa entender o aluno enquanto sujeito concreto,
resultado de diversas determinações numa dimensão histórico-cultural do grupo social onde ele nasce. Portanto,
uma Psicologia não individualista é voltada para as relações sociais nas quais as aptidões são determinadas por
situações externas ao indivíduo.
Qual é a relação entre a escola e a Psicologia Social?
Instituição formativa
O reconhecimento da escola enquanto instituição formativa permite observar a ação educativa dela enquanto
instituição social e analisar o impacto das relações sociais nas manifestações da inteligência, do pensamento,da criticidade, da ética e dos valores no processo de apropriação da realidade como fenômeno sociocultural.
Estudos realizados por Deutsch e Krauss (1960) indicam que ambientes escolares cooperativos aumentam o
desempenho dos alunos, fortalecendo sua autoestima e interferindo em suas atrações interpessoais
(RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 2009).
A escola possui então uma relação dialética entre indivíduo e sociedade, na qual é importante conseguir realizar
esses processos de forma bem-sucedida e mantendo o vínculo com o todo social a partir da mediação entre a
condição concreta do ser versus destinação social.
A Psicologia Escolar Social deve ser permeada por ações transformadoras a partir de pensamentos críticos e
criativos, relações interpessoais e convivências, tornando o bem-estar coletivo e individual como parte do seu dia
a dia.
Portanto, a escola deve contribuir com a formação do sujeito reflexivo ao oferecer à criança experiências que
envolvam relações sociais interpessoais, cumprindo, assim, sua função socializadora.
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Ações inovadoras, transformadoras e signi�cativas
Sabemos que nossa percepção de outras pessoas é formada segundo nossos interesses, atitudes, conceitos e
esquemas sociais. Como o ambiente escolar é repleto de interações sociais, é fundamental que o educador
compreenda o fenômeno de percepção social, além dos esquemas sociais que influenciam nossas percepções.
Como a Psicologia pode contribuir com ações inovadoras, transformadoras e signi�cativas?
A Psicologia Escolar Social é um campo de atuação que articula os aspectos individuais, sociais, institucionais e
culturais dos indivíduos, equilibrando suas necessidades com a capacidade de produzir respostas para as
demandas que surgem.
Estudos conduzidos por psicólogos sociais indicam também que a atribuição de causalidade vista no módulo
anterior também impacta o ambiente educacional, sendo que fracassos atribuídos a causas internas, estáveis e
incontroláveis podem levar ao desânimo e à evasão, sendo a Psicologia Social essencial no processo de
intervenção desses casos (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 2009).
Por isso a Psicologia Escolar Social deve colaborar com o desenvolvimento de uma consciência crítica e
transformadora, além da capacidade em lidar com problemas cotidianos.
O desempenho dos estudantes
Bases fundamentais de in�uência
A influência social também pode ser chamada de “prova social”. Esse é um fenômeno psicológico no qual uma
pessoa repete o comportamento de outra, usando esse comportamento como referência para definir-se e decidir
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como deve agir. Segundo Rodrigues, Assmar e Jablonski (2009), a influência social também pode ser utilizada no
ambiente escolar de forma cooperativa, aumentando o desempenho de estudantes. Existem seis bases
fundamentais de influência social para professores nos ambientes disciplinar, acadêmico, cooperativo e
comunitário. São elas:
É quando a influência é exercida pela possibilidade de se receber uma recompensa com a obediência (ex.:
obedecer a alguém em troca de um prêmio possível).
É quando a influência é exercida pelo medo de se receber algum castigo caso seja desobedecido (ex.:
obedecer a alguém por medo de apanhar).
É quando a influência é exercida em nome de valores sociais ou de tradição (ex.: obedecer às regras do
chefe do grupo – escoteiros, religiosos etc.).
É quando a influência acontece por meio de propaganda ou slogans (pode ser negativa ou positiva).
É quando a influência acontece com base no conhecimento (ex.: o médico que influencia a tomada de
medicamentos).
Poder de recompensa 
Poder de coerção 
Poder de legitimidade 
Poder de referência 
Poder de conhecimento 
Poder de informação 
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É quando a influência é exercida a partir da informação sobre o assunto (ex.: o vendedor que mostra
informações importantes que convençam da qualidade de um produto).
Em um exemplo dentro do contexto escolar, o professor exerce uma grande influência na sala de aula
expressando sua filosofia, seus objetivos, sua organização, sua proposta curricular, sua forma didática de falar e
usar os materiais pedagógicos, e até mesmo sua visão disciplinar sobre limites e deveres dos alunos.
Estabelecer direitos e deveres de toda a comunidade escolar dentro dos aspectos disciplinares, acadêmicos,
cooperativos e comunitários pode promover maior rendimento escolar e, de outra forma, a influência por coerção
pode provocar maior desmotivação.
O projeto do psicólogo deve se constituir a partir da criação de espaços de re�exão para a
comunidade escolar (professores, alunos, pais, direção, funcionários) em centros
educativos formais (escolas) e informais (ONGs, comunidades estruturadas, centros de
atendimento a jovens etc.).
(ALVES; SILVA, 2006, p. 195)
Para isso, o professor deve estar amparado por uma base teórica para atuar enquanto produto e elemento
produtivo nas relações sociais e realizar intervenções positivas na construção do saber social.
Orientação e intervenção em con�itos
Considera-se que a motivação causada por uma realização pode influenciar o desempenho dos estudantes e
ainda ser considerada como resultado de características pessoais (menor ou maior valorização do bom
desempenho), da probabilidade de sucesso percebida ou do valor positivo do sucesso.
Essas características pessoais e motivacionais podem ser desenvolvidas pelo professor a partir de algumas
técnicas, são elas: discussões de histórias com avaliação de categorias de realização em imagens; biografia de
pessoas de sucesso; entrevista com pessoas populares famosas e discussão de planos vocacionais para o
futuro (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 2009).
Um exemplo de gerenciamento de conflito é uma ação pedagógica com alunos de ensino superior de Psicologia
que foram orientados a seguir o roteiro com liberdade para acrescentar ou adaptar informações ao contexto de
uma disciplina. Durante toda a disciplina, foi destacada a importância de os alunos desenvolverem sua
autonomia e o pensamento criativo. Todas as avaliações, com exceção da prova final, bem como a dinâmica das
aulas e até mesmo algumas bibliografias, foram definidas a partir de decisões da turma com o professor.
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Essa postura do professor não foi livre de conflitos, uma vez que muitos alunos manifestaram angústia diante
das dificuldades de se definir democraticamente os processos avaliativos. A discordância entre os alunos não foi
algo com que a turma lidou com facilidade. Dessa forma, o professor é fundamental para orientação e
intervenção em conflitos, desenvolvimento de habilidades e manutenção de referências sociais que se
expressam de diversas maneiras no ambiente escolar, aumentando o espaço de comunicação de conteúdos
históricos, políticos e culturais dos diferentes grupos de convívio escolar (SANT'ANA, 2005).
Do mesmo modo, dentro das organizações, um funcionário pode ser impactado em uma empresa e ser afetado
na sua satisfação e motivação no trabalho e nos relacionamentos pessoais, prejudicando a sinergia de uma
equipe.
Os líderes das equipes e o RH podem usar estratégicas de intervenção e gerenciamento de conflito. Uma dessas
ações educativas empresariais são as universidades corporativas, que capacitam os funcionários antigos,
alinhando o serviço com novos colaboradores, aproximando gerações e setores de trabalho, retomando a
motivação e a produtividade, engajando a equipe e criando um ambiente de compartilhamento de conhecimento.
Essa ação de capacitação também é uma ação de prevenção de conflitos egerenciamento de interesses.
Chegamos ao final deste módulo! Aqui pudemos conhecer todos os aspectos da educação sob o enfoque da
Psicologia Social e compreender as práticas educacionais rumo ao desenvolvimento do protagonismo estudantil
e corporativo. Que as informações deste módulo se transformem em conhecimento significativo e auxiliem você
em sua atuação profissional futura!

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Contribuições do psicólogo social na educação
Neste vídeo, o especialista fará uma reflexão sobre a contribuição da Psicologia Social para o desenvolvimento
de uma consciência crítica e transformadora para a ampliação da capacidade em lidar com problemas
cotidianos.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Dentro do contexto escolar o professor exerce influência nos aspectos disciplinares, acadêmicos,
cooperativos e comunitários (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 2009). Segundo os autores, quais
influências promovem respectivamente maior rendimento e maior desmotivação?
Parabéns! A alternativa C está correta.
A Legitimidade e recompensa.
B Coerção e referência.
C Informação e coerção.
D Referência e informação.
E Recompensa e legitimidade.
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Dentro do contexto escolar o professor exerce influência nos aspectos disciplinares, acadêmicos,
cooperativos e comunitários, sendo que a influência por informação pode promover maior rendimento
escolar ao serem apresentadas informações sobre o assunto abordado. Já a influência por coerção pode
causar maior desmotivação, pois é exercida pelo medo.
Questão 2
A experiência escolar deve ser baseada na experimentação dos diferentes objetos e inter-relações sociais,
pois a interação social promove o desenvolvimento _______________. Nesse sentido, a escola é então uma
instituição social e com uma função igualmente social, devendo ser um espaço de convívio ______________
que permita trocas de experiências sociais em um processo _____________ aberto (SANT'ANA, 2005). Quais
termos completam respectivamente as lacunas anteriores?
Parabéns! A alternativa B está correta.
A experiência escolar deve ser baseada na experimentação dos diferentes objetos e inter-relações sociais,
pois a interação social promove o desenvolvimento cognitivo. Nesse sentido, a escola é uma instituição
social e com uma função igualmente social, devendo ser um espaço de convívio democrático que permita
trocas de experiências sociais em um processo reflexivo aberto.
A democrático – reflexivo – cognitivo
B cognitivo – democrático – reflexivo
C reflexivo – democrático – cognitivo
D democrático – cognitivo – reflexivo
E cognitivo – reflexivo – democrático
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3 - Psicologia Social e trabalho
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as contribuições da Psicologia Social para o
trabalho e as organizações.
Organização e Psicologia do Trabalho
Fenômeno psicossocial
Agora iremos conhecer a atuação da Psicologia Social no contexto laboral e seus impactos no setor
organizacional, além de compreendermos as práticas profissionais do psicólogo social nas organizações.
Ao observarmos as relações trabalhistas da atualidade podemos perceber uma infinidade de modos de trabalhar
e de estar no trabalho, por isso o estudo da Psicologia dentro do ambiente organizacional possui também
vertentes e focos diversos.
Neste módulo iremos conhecer os determinantes sociais dos fenômenos organizacionais – a chamada
Psicologia Social do Trabalho –, que se articula com as Ciências Sociais e procura compreender os fenômenos
enquanto resultantes da interação, percepção e cognição social, bem como a subjetividade do trabalhador.
Saiba mais
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No estudo da Psicologia Organizacional, dois grandes campos teóricos se destacaram. Um deles analisa os
problemas e interesses das organizações a partir do ponto de vista gerencial; enquanto o outro está articulado às
relações de trabalho a partir do olhar do trabalhador, enxergando a organização como um fenômeno
psicossocial.
Mas, antes de analisarmos os aspectos da Psicologia no trabalho a partir do enfoque social, iremos conhecer um
pouco do histórico da Psicologia e suas relações com o trabalho.
A relação histórica da Psicologia com o trabalho
A Psicologia voltada para as relações de trabalho tem seu início na Psicologia Industrial da virada do século XX e
está relacionada aos interesses empresariais e às questões de gestão das empresas.
Porém, para compreendermos o histórico da preocupação da Psicologia com as questões trabalhistas, é
necessário entendermos as transformações nas relações de organização do trabalho ao longo do último século,
especificamente no final do século XIX, com o surgimento das grandes indústrias e a organização científica do
trabalho de Taylor.
Saiba mais
Em países onde a sociedade se dividia entre as fontes de renda formais e informais, a Psicologia do Trabalho
dedicou, inicialmente, pouca atenção às modalidades originárias nos estratos pobres da população.
Nesse contexto, o surgimento da Psicologia Organizacional aconteceu para atender às necessidades do
processo de industrialização com a seleção de pessoal ao tentar metrificar as aptidões laborais dos
trabalhadores.
Apenas no final da década de 1920 é que a Psicologia estende seu campo de atuação na organização com as
primeiras ideias da escola de relações humanas, que passa a investigar não apenas o trabalhador em seu posto
de trabalho, mas também amplia para as relações interpessoais, mesmo que ainda prevalecendo o interesse das
gerências e alienando os trabalhadores de suas condições de explorados (BERNARDO et al., 2015).
A aproximação da Psicologia com o conceito de saúde e segurança no trabalho que temos hoje acontece
somente em conjunto com a própria mudança dos conceitos de atenção à saúde de forma geral.
Vivências de trabalho em diferentes contextos
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Relações trabalhistas
Ao observarmos as relações trabalhistas podemos perceber que existem diversos modos de trabalhar que vão
além das linhas de produção estabelecidas durante e pós-revolução industrial. Embora essas configurações
trabalhistas sejam a identificação de trabalho no imaginário social, podemos ver diversas configurações laborais,
sobretudo com a terceirização e com o avanço da economia informal.
O comportamento organizacional é um campo disciplinar que investiga não apenas os indivíduos no contexto
trabalhista, mas também a estrutura das organizações em si. Ele se divide em duas grandes áreas (GOMIDE
JÚNIOR; OLIVEIRA; SIQUEIRA, 2011):

Macrocomportamento organizacional
Diz respeito às teorias organizacionais e traz investigações sobre a estrutura, ações e design da
organização em si. Tem aspectos da Sociologia, Ciências Políticas e Economia.

Microcomportamento organizacional
Diz respeito às atitudes e comportamento dos trabalhadores e analisa a influência dos sistemas
organizacionais nos indivíduos. Tem aspectos da Psicologia.
A pesquisa de comportamento organizacional pode se concentrar no comportamento individual de um indivíduo
dentro da organização, como os grupos trabalham juntos, como a própria organização se comporta e como
todos eles estão interconectados e se impactam.
A partir dos movimentos sindicais e da origem dos sistemas públicos de saúde, a saúde do trabalhador passou a
ter mais visibilidade.Com isso, os aspectos relacionados às condições de trabalho e os impactos na vida dos
trabalhadores passaram a ser estudados.

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Psicologia Social e trabalho
Tendo como pano de fundo reinvindicações por melhores condições de trabalho e de direitos sociais, a saúde do
trabalhador passa, então, a ser considerada como um direito e não apenas como um fator necessário à
produtividade, sendo estudada dentro do campo das Ciências Sociais, que encaram a relação entre saúde e
doença como um processo social (SATO; BERNARDO; OLIVEIRA, 2008).
Nesse contexto, a Psicologia Social e a Psicologia Organizacional são disciplinas interdependentes há um bom
tempo. Dessa forma, conceitos da Psicologia Social – tais como percepção, atitudes, categorização e demais –
têm sido trazidos para o campo da Psicologia Organizacional, fundando um novo enfoque de estudo: os
fenômenos humanos nas organizações de trabalho.
Características da Psicologia Social do trabalho
A Psicologia Social do trabalho se interessa muito pelos cenários que problematizam o ato laboral e os aspectos
que o circundam. Por meio de pesquisas, avaliações e intervenções podemos identificar que as características
estáveis ou transitórias do indivíduo na organização afetam o comportamento e o desempenho dos funcionários
dessa mesma organização. De acordo com tais características, alguns temas são relevantes nos estudos da área
da Psicologia Social nas organizações. São eles: a satisfação dos funcionários, o comprometimento
organizacional, as emoções no trabalho, a personalidade e os valores do indivíduo (GOMIDE JÚNIOR; OLIVEIRA;
SIQUEIRA, 2011).
Satisfação dos funcionários
A satisfação diz respeito a sua relação direta com o trabalho e o quanto este último o faz se sentir bem, sendo
então um aspecto muito importante da atividade profissional e que tem amplas consequências, tanto no nível
pessoal quanto no nível organizacional. Assim, a satisfação no trabalho é um indicador pelo qual cada
funcionário se relaciona com a organização.
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Saiba mais
A satisfação profissional é um conceito multidimensional, gerando inúmeras pesquisas que buscam analisar a
relação entre a satisfação profissional e a performance no local de trabalho.
A satisfação profissional pode ser influenciada por fatores individuais, tais como:
Idade;
Nível de treinamento;
Nível de qualificação;
Antiguidade na organização;
Políticas de clima organizacional;
Condições de trabalho;
Natureza do trabalho;
Salário;
Oportunidades de avanço;
Administração;
Grupos de trabalho;
Preocupação com a melhoria das condições de trabalho ou fatores de personalidade.
Assim, o estado de satisfação/insatisfação é um indicador de motivação, sendo a motivação e a satisfação uma
dupla causalidade, e se relacionam em conjunto com o desempenho da atividade que elas podem influenciar,
tanto positiva quanto negativamente.
Comprometimento organizacional
Já o comprometimento organizacional é identificado com o estado de espírito dos representantes e sua eficácia
na execução e tem três elementos básicos, que são o comprometimento afetivo, o componente de continuidade
e o componente normativo.
Comprometimento afetivo
Refere-se ao apego emocional do empregado à identificação e ao envolvimento na organização.
Componente de continuidade
Refere-se ao comprometimento com base nos custos que o empregado associa à saída da organização.
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Componente normativo
Refere-se ao sentimento de obrigação do funcionário de permanecer na organização.
O comprometimento dos funcionários é omnidirecional (em todas as direções) e sua empolgação em dar mais
impulso ao estabelecimento cria a estima institucional. O comprometimento do funcionário é fortemente afetado
pelo nível de motivação, necessário para aumentar a atitude dele em relação ao trabalho.
Emoções no trabalho
A emoção é a experiência de uma forma de resposta biológica ao estímulo ambiental, resultando em mudanças
físicas e psicológicas e subsequente prontidão para a ação. Como tal, as emoções servem como um mecanismo
de sinalização para que os organismos adaptem o comportamento às condições ambientais.
No local de trabalho as emoções moldam a crença de um indivíduo sobre o valor de um emprego, empresa ou
equipe. As emoções também afetam o ambiente laboral em seus aspectos cognitivo, fisiológico e
comportamental.
Personalidade
Os traços e valores da personalidade são duas dimensões nas quais as pessoas diferem. Embora a
personalidade tenha uma influência mais forte sobre as atitudes no trabalho, sua relação com o desempenho no
trabalho é mais fraca.
De maneira geral, a personalidade abrange sentimentos, pensamentos e padrões comportamentais relativamente
estáveis de uma pessoa. Cada um tem uma personalidade única e entender a personalidade de alguém dá pistas
sobre como é provável que essa pessoa aja e se sinta em uma variedade de situações. Para gerenciar
efetivamente, é útil entender as personalidades de diferentes funcionários e definir cargos e organizações.
A personalidade no ambiente organizacional e sua validade relacionada ao desempenho individual do trabalho
mostram que variáveis de personalidade estão associadas à proficiência geral no trabalho.
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Valores do indivíduo
Os valores se referem aos objetivos de vida estável das pessoas, refletindo o que é mais importante para elas. Os
valores são estabelecidos ao longo da vida como resultado da acumulação de experiências, e eles tendem a ser
relativamente estáveis. Os valores que são importantes para uma pessoa costumam afetar os tipos de decisões
que tomam, como percebem seu ambiente e seus comportamentos reais.
Assim como a personalidade, os valores têm implicações nas atividades de organização, como atribuir tarefas a
trabalhos específicos ou desenvolver a cadeia de comando. É provável que os valores dos funcionários afetem a
forma como eles respondem às mudanças nas características de seus empregos.
Chegamos ao fim deste módulo! Até agora conseguimos conhecer as aplicações da Psicologia Social no
ambiente da saúde, na escola e nas organizações, além de conhecer um pouco mais dos aspectos relacionados
aos temas.
Comprometimento organizacional
Neste vídeo, o especialista fará uma reflexão sobre a relação entre o indivíduo e a organização para explicar o
comprometimento organizacional.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O comprometimento organizacional é identificado com o estado de espírito dos representantes e a sua
eficácia na execução, e ele tem três elementos básicos. São eles:
Parabéns! A alternativa E está correta.
O comprometimento organizacional está relacionado ao estado de espírito de seus representantes, ao poder
de execução da liderança e ao desenvolvimento de três componentes de comprometimento organizacional:
afetivo, continuidade e normativo. O comprometimento afetivo diz respeito à identificação e ao envolvimento
na organização. O componente de continuidade se refere à visão dos custos associados à saída da
organização. O componente normativo está ligado ao sentimento de obrigação em permanecer na
organização.
Questão 2
A motivação no trabalho está ligada à vontade de um indivíduo de se manter empregado, e será esse
sentimento que moverá todas assuas ações no ambiente de trabalho, mantendo alto interesse de cumprir
metas e atingir bons resultados. Sobre o comprometimento e os modelos identificados nas relações
A Afetivo, estabilidade e normativo.
B Continuidade, indicativo e afetivo.
C Normativo, indicativo e continuidade.
D Afável, indicativo e normativo.
E Afetivo, continuidade e normativo.
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trabalhistas de demissões e estabilidade profissional nas organizações, quais afirmações a seguir estão
corretas?
I – O vínculo emocional do empregado com seu papel social no trabalho aumenta o envolvimento na
organização e é conhecido como comprometimento normativo.
II – Os custos que um empregado gera com sua demissão podem acarretar uma decisão baseada em um
comprometimento de continuidade.
III – O comprometimento afetivo vai se referir a um tipo de sentimento que gera obrigação do funcionário em
permanecer na organização.
Marque a única alternativa correta:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Sobre os comprometimentos em gestão de pessoas, os custos gerados por um empregado na sua demissão
são mencionados como um comprometimento de continuidade na decisão de manutenção de um cargo
profissional. O comprometimento afetivo é um vínculo emocional do empregado com sua atuação e
identificação no papel social do trabalho e com a organização. O comprometimento normativo seria o
sentimento de obrigação do funcionário de permanecer na organização.
A I, II e III são verdadeiras.
B Apenas a II é verdadeira.
C I e III são verdadeiras.
D Apenas a III é verdadeira.
E II e III são verdadeiras.
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4 - Psicologia Social e clínica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da Psicologia Social na
prática clínica.
Contribuições da Psicologia Social
A partir de agora, você aprenderá sobre as contribuições da Psicologia Social para a prática clínica. A Psicologia
Social tem muito a contribuir com a Psicologia Clínica já que a relação terapêutica se trata também de uma
relação interpessoal, ainda que tenha aspectos diferentes do relacionamento entre duas pessoas fora do
consultório.
Você está com curiosidade para entrar logo nesse assunto? Pois bem, garanto que ele será muito interessante e,
acima de tudo, irá trazer-lhe muitas contribuições para ampliar seu conhecimento em diversos aspectos da
Psicologia Social. Tenho certeza de que você vai gostar!
Como dito antes, a Psicologia Social tem muitas contribuições para a prática clínica por se tratar também de um
tipo de inter-relação pessoal (mesmo com as diferenças da relação terapêutica) e, por isso, se enquadrando em
diversas estruturas da Psicologia Social. O conteúdo que iremos estudar irá nos permitir compreender duas
coisas:
1. As descobertas feitas em Psicologia Social podem, sim, ser aplicadas no contexto clínico;
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2. Cabe ao psicólogo clínico definir quando determinado conhecimento da Psicologia Social poderá ser
encaixado no caso concreto em questão.
É importante saber que a Psicologia Social não indica como utilizar os conhecimentos psicossociais no contexto
da clínica, mas que o conhecimento da teoria trará contribuições importantes para sua atuação em cada caso
concreto que aparecer em sua clínica. Algumas teorias psicológicas sociais podem colaborar na práxis clínica. A
seguir, vamos conhecer algumas. Você está preparado(a)?
Dissonância cognitiva e prática clínica
A teoria
A teoria da dissonância cognitiva de Festinger (1957) descreve a sensação de desconforto que um indivíduo
experimenta ao lidar com duas crenças contraditórias. Isso porque as pessoas têm uma necessidade de corrigir
crenças e/ou comportamentos inconsistentes. Esse conceito pode ser aplicado à clínica nas seguintes
circunstâncias:
Quando alguém procura por psicoterapia, entendemos que essa pessoa deseja mudar algo. Mesmo que
sejam queixas de estados de humor ou sentimentos, eles normalmente estão associados a um
comportamento (esteja ele presente ou ausente). Nesse contexto, a postura do psicoterapeuta pode
colaborar com a adoção de novos comportamentos e formas mais favoráveis de conduta.
Uma situação dissonante pode ser solucionada de diversas maneiras que possuem graus diferentes de
dificuldade. Ao perceber que o paciente está entre duas formas de eliminar a dissonância, o psicólogo
pode facilitar as formas favoráveis de resolução da dissonância.
Justificação de comportamento desejado 
Orientação sobre as formas de reduzir dissonância 
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A decisão de realizar psicoterapia é escolha do indivíduo e, como é uma decisão dele, haverá dissonância,
pois nem sempre é fácil tomar essa decisão por inúmeros fatores. Nesse caso, cabe ao terapeuta
fornecer alguns elementos que colaborem com a decisão (sem induzir à escolha). Alguns estudos
sugerem que decisões tomadas após advertência de decisões penosas aumentam o engajamento na
decisão.
Estudos indicam que quanto maior consciência dos aspectos negativos de determinada escolha, maior é
o engajamento no processo. Assim, ao perceber uma dúvida entre dois caminhos, o terapeuta colabora
solicitando ao indivíduo que nomeie os aspectos negativos das escolhas, o que irá ajudar na tomada de
decisão.
Outras teorias importantes
Reatância psicológica e comportamento do terapeuta
Essa teoria relata que algumas pessoas têm dificuldade em perceber a ordem social e seu papel nela,
contrariando as decisões apenas “por contrariar”. No contexto clínico, o psicólogo pode utilizar isso a seu favor
impedindo ou instigando o aparecimento da reatância de acordo com a necessidade do processo terapêutico.
Atribuição de causalidade e sua importância na atividade clínica
Essa teoria descreve que os sujeitos procuram sempre atribuir uma causa a acontecimentos. No contexto clínico
ela é útil, pois alterar o lócus causal pode fazer com que os sintomas indesejados desapareçam.
In�uência social e a relação terapeuta-cliente
Embora diversas abordagens aleguem que o psicoterapeuta não influencia o indivíduo, na prática é improvável
que não haja de fato nenhuma influência. Mesmo havendo intervenções terapêuticas mais e menos diretivas,
sempre há algum tipo de influência de um indivíduo sobre o outro (sim, o psicólogo pode influenciar e pode
também ser influenciado!).
Dissonância decorrente da decisão de submeter-se à terapia 
Ênfase moderada nos aspectos negativos do comportamento desejado 
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Relembrando
É importante que o terapeuta conheça os seis tipos de influência. Você se lembra deles? vamos relembrar? São
eles: recompensa, coerção, legitimidade, referência, conhecimento e informação.
E por que é importante que o psicólogo conheça os tipos de influência? Porque será possível observar se está
utilizando algum tipo de influência durante as sessões. Lembrando que o único tipo de influência aceitável no
processo psicoterápico é o de informação, pois é a única que conduz a uma modificação independente do agente
influenciador (você). Nesse caso, cabe a você apenas transmitir a informação, a escolha será do outro. Todas as
outras dependem do influenciador e da sua capacidade de mediar consequências positivas ou negativas (sendo
essas últimas aquilo que não deve ser feito em nenhum momento da sua prática clínica).
A clínica como abordagem
Abordagem teórica para pensar no sujeito
Ao olharmos para a Psicologia Social enquanto lócus da clínica, assumimos o significado da clínica não
enquanto área de atuação, masenquanto abordagem teórica, na qual utilizaremos diferentes contribuições
teóricas renunciando ao reducionismo e reconhecendo aspectos de sinergia entre elas (COSTA; BRANDÃO,
2005).
O pensar no sujeito, grupo e sociedade provocou na Psicologia uma reflexão sobre novas possibilidades para a
ciência e para a clínica, criando uma sinergia entre o individual e o social em direção a uma prática que integra
singularidade, grupo e comunidade.
Ao atuarmos dentro do contexto social, pautamos o pensamento estruturado no tripé subjetividade x
complexidade x contexto, que define as bases da compreensão das ações com grupos sociais ou indivíduos.
Porém, também devemos pautar as ações na perspectiva de que os grupos sociais estão permeados por
relações de poder, ligadas diretamente ao pertencimento, classe social e momento histórico (COSTA; BRANDÃO,
2005).
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Desenvolvemos, assim, uma abordagem que se relaciona diretamente com a identidade social, fortalecendo as
condições de existência comum e permitindo, então, que as identidades surjam mais saudáveis, transformando a
escuta e os espaços onde a prática clínica acontece e, consequentemente, transformando a percepção de quem
são os atores sociais.
Trabalho social a partir da abordagem clínica
No diálogo entre clínica e comunidade, é fundamental fixarmos a visão de homem sócio-histórico – definida pela
Psicologia Social –, que considera o sofrimento humano como sendo ético-político, produzido por uma história
de desigualdades e injustiças sociais vivenciadas pelo sujeito.
Para desenvolvermos um trabalho social a partir da abordagem clínica, Costa e Brandão (2005) apontam alguns
recursos: enfoque nas relações; mobilização da rede social; vinculação com instituições e líderes da comunidade;
e realização de ações que visem a autonomia e a autogestão.
[...] é preciso cuidado para que não sigamos ajudando as pessoas a conviverem mais
felizes em suas condições perversas de vida, naturalizando-as. É normal que a mulher
cuide dos �lhos, mas isso não faz parte da sua natureza. É normal ter poucos negros nas
universidades, mas não é porque eles não sejam capazes de ingressar em um curso
superior.
(COSTA; BRANDÃO, 2005, p. 35)
O psicólogo social na abordagem clínica deve estar atento à naturalização no indivíduo frente a alguns
fenômenos sociais que deveriam ser denunciados nas práticas terapêuticas. Um exemplo prático é a demanda
de uma contínua ação reflexiva sobre a terapia familiar. Contudo, nesse campo, ao criticarmos a atuação da
Psicologia Social com famílias pobres e/ou de culturas distintas do grupo dominante, observamos realmente o
quanto esse alcance do psicólogo pode ser limitado uma vez que existe o ajuste à condição de pobreza dos
indivíduos e a efetiva necessidade de mudança da realidade social.
Há nessa área um desenvolvimento de pesquisa, assim a área do trabalho social e abordagem clínica possuem
alguns instrumentos de pesquisa que possibilitam investigar grupos sociais, como os multifamiliares. Nesse
caso, os objetivos humanizadores da Psicologia Social são alcançados com a intervenção e a observação da
eficácia no alívio de tensões. O compartilhamento de sentimentos e ampliação da consciência sobre os
problemas enfrentados em muitas famílias de baixa renda atendidas, por exemplo, são ajustados em programas
sociais com atendimento psicoterapêutico e compreendidos na busca de soluções (COSTA; BRANDÃO, 2005).
Bem, estamos finalizando este módulo. Graças a ele pudemos ter uma visão sobre a atuação do psicólogo social
na prática clínica. Com isso conseguimos estudar diversas áreas de atuação do psicólogo social e sua visão do
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indivíduo enquanto ser sócio-histórico. Que os conhecimentos adquiridos aqui possam ajudar você no seu dia a
dia profissional.
Psicologia Social na clínica
Neste vídeo, o especialista demonstrará como a Psicologia Social pode ser utilizada na psicologia clínica para o
enfrentamento de condições emocionais desconfortáveis e a promoção de comportamentos saudáveis.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
No diálogo entre clínica e comunidade, é fundamental fixarmos a visão de homem _________________ –
definida pela Psicologia Social –, que considera o sofrimento humano como sendo _________________,
produzido por uma história de desigualdades e injustiças sociais vivenciadas pelo sujeito (COSTA;
BRANDÃO, 2005).
Selecione a opção que completa corretamente as lacunas:
A ético; social
B relacional; subjetivo
C subjetivo; pontual
D sócio-histórico; ético-político
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Na relação entre clínica e comunidade é importante reconhecer a pessoa como um produto sócio-histórico e,
o sofrimento, como o resultado de um antecedente de desigualdades e injustiças sociais vivenciadas e,
portanto, ético-político.
Questão 2
Sobre as teorias psicológicas sociais que podem colaborar na práxis clínica, marque a opção correta:
Parabéns! A alternativa E está correta.
Na dissonância as pessoas têm a necessidade de corrigir crenças e/ou comportamentos inconsistentes.
E estático; dinâmico
A
Na teoria da dissonância cognitiva, as pessoas não têm uma necessidade de corrigir crenças
e/ou comportamentos inconsistentes.
B
Na teoria de dissonância cognitiva, as pessoas têm dificuldade em perceber a ordem social e
seu papel nela.
C
Segundo a reatância psicológica, algumas pessoas têm dificuldade em perceber a ordem
social e seu papel nela, contrariando, consequentemente, as decisões apenas para contrariar.
D
Na atribuição de causalidade, os sujeitos têm dificuldade de atribuir uma causa a
acontecimentos.
E
Na teoria da dissonância cognitiva, as pessoas se sentem desconfortáveis ao lidar com duas
crenças contraditórias.
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Considerações �nais
A Psicologia Social no Brasil vem mostrando um crescimento progressivo desde os anos 1970 baseada em uma
longa história de pesquisa e intervenção no contexto brasileiro. Essa mudança se deu simultaneamente ao
reconhecimento das várias realidades que representam de diferentes maneiras os muitos atores sociais e
materiais presentes nessa rede heterogênea. Isso permite a multiplicidade da Psicologia em um cenário
complexo, familiar às questões culturais e históricas que estão direta ou indiretamente relacionadas à
organização da comunidade, viabilizando práticas políticas e éticas diárias.
Assim, a Psicologia Social traz para a Psicologia aquilo que ela se propunha a fazer para o todo: ela permite uma
efetiva transformação do indivíduo a partir da transformação social, ao mesmo tempo que transforma a
sociedade mediante a tomada de consciência e empoderamento do indivíduo.
Podcast
Neste podcast, o especialista abordará as possibilidades e desafios da psicologia social nas diversas áreas de
atuação do psicólogo, com destaque para saúde, escola, trabalho e clínica.
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Para obter mais informações sobre a prática do psicólogo social na saúde, leia o artigo Contribuições da
Psicologia Social para o psicólogo na Saúde Coletiva, de Magda do Canto Zurba e publicado na revista
Psicologia e Sociedade em 2011.
Para aprofundar seu conhecimento sobre a Psicologia Social no ambiente laboral, leia o texto Contribuições da
Psicologia Social para o trabalho eas organizações, de Maria da Graça Corrêa Jacques e apresentado no VII
Encontro da Regional Sul da ABRAPSO em 1998.
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