Buscar

SEMANTICA DA LINGUA INGLESA - APROFUNDANDO-SE NA SEMANTICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autoria: Dra. Alessandra da Silva Felix
Revisão técnica: Dra. Rita de Cássia Eleutério de Moraes
SEMÂNTICA DA LÍNGUA INGLESA
APROFUNDANDO-SE
NA SEMÂNTICA
Introdução
Olá, estudante! Esta unidade tem por objetivo trazer a você conhecimentos mais
profundos sobre a Semântica, uma área de estudos da Linguística, além de
ajudá-lo a entender um pouco mais o seu papel nas investigações dos idiomas e
como ela é importante para a compreensão das �guras de linguagens, estruturas
linguísticas e palavras. Conheceremos os termos homófonos, homógrafos e
homônimos, seus conceitos e exemplos e, além disso, abordaremos sobre a
ambiguidade nos textos.
Organizados em tópicos, a unidade apresentará uma outra camada de estudos
dentro da Semântica. Esses tópicos são um recorte das investigações
acadêmicas sobre os estudos linguísticos e foram selecionados como
instrumentos de uso dentro das interações sociais. Assim, o assunto que
abordaremos lhe auxiliará nas interpretações de textos falados e escritos,
dando-lhe também ferramentas para a produção textual em língua estrangeira,
assim como para a sua compreensão.
Para isso, procuraremos responder a três perguntas que nortearão esta unidade:
Como é o estudo da língua? Quais são os fatos linguísticos? Quais são os
contextos das palavras? Durante o desenvolvimento de nossos estudos sobre
Semântica, as respostas a essas perguntas serão dadas de maneira a facilitar a
compreensão do tema. Fique atento ao assunto desta unidade e se envolva no
estudo da Semântica aplicada à língua inglesa.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 48 minutos.
É normal não reconhecermos o signi�cado de algumas palavras quando
estamos lendo ou ouvindo algum texto. Não somos conhecedores dos
signi�cados de todas as palavras do dicionário da nossa língua materna e nem
2.1 Semântica – George Yule
precisamos ser. O dicionário existe para nos auxiliar quando temos dúvidas ou
desconhecemos alguma palavra. Isso não é diferente quando lemos vocábulos
de uma língua estrangeira, na verdade, é mais comum termos dúvidas e
desconhecimentos sobre palavras estrangeiras do que sobre as de nossa língua
materna.
Tendo isso em vista, estudaremos uma área da Linguística chamada Semântica,
que nos auxiliará no entendimento do signi�cado das palavras, em especial, as
da língua inglesa.
Antes de qualquer coisa, precisamos entender que a comunicação é algo que
acontece com qualquer ser vivo. No mundo animal, há comunicação entre
animais, especialmente, os da mesma espécie. Existem estudos sobre a
comunicação entre as abelhas, entre os gol�nhos, entre as baleias e entre outros
animais. A comunicação é algo inerente ao ser vivo.
Nesse sentido, com a humanidade não é diferente. Precisamos nos comunicar,
pois é a comunicação que colabora com a interação interpessoal, familiar, social,
pro�ssional etc. O desenvolvimento de uma sociedade necessita da
comunicação para se realizar e podemos classi�car a comunicação, grosso
modo, em três grupos: oral (produção oral, fala, língua falada), escrita (produção
escrita, alfabeto, caracteres, códigos) e gestual (língua gestual, expressão
gestual).
2.1.1 Estudo da língua
Quem foi o primeiro a criar um dicionário no mundo? Foi um monge
italiano chamado Ambrogio Calepino e publicado em 1502. Para saber
mais sobre ele e sobre a história dos dicionários como conhecemos hoje,
leia o artigo da revista Superinteressante.
Acesse (https://super.abril.com.br/cultura/qual-foi-o-primeiro-dicionario/)
VOCÊ O CONHECE?
https://super.abril.com.br/cultura/qual-foi-o-primeiro-dicionario/
Figura 1 - Abelhas
Fonte: darnkadel, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Desenho de duas abelhas com três favos de mel
desenhados em volta delas e uma linha
tracejada ligando as duas abelhas.
George Yule em sua obra Estudo da Língua a�rma que: “Humans are clearly able
to re�ect on language and its uses” (YULE, 2017, p. 64), em português: “os
humanos são claramente capazes de re�etir sobre a língua e seus usos”.
Parafraseando Yule (2017), ser re�exivo, para ele, é considerar que somos
capazes de pensar e falar sobre a língua, sendo isso uma das características que
distingue a língua humana, por isso, sem essa capacidade não conseguiríamos
identi�car qualquer outra característica na língua dos seres humanos (YULE,
2017, p. 64).
George Yule (2017) apresenta cinco propriedades distintivas da linguagem
humana, a saber: deslocamento, arbitrariedade, produtividade, transmissão
cultural e dualidade. Veremos o que cada uma signi�ca.
Veja a seguir, as propriedades distintivas da linguagem humana.
Deslocamento.
1. Deslocamento (displacement): capacidade de se deslocar no tempo, ou seja, a
capacidade de fazer referências ao passado e futuro, e a capacidade de se
referir a coisas e lugares, assim diz Yule: “It allows language users to talk about
things not present in the immediate environment. Displacement allows us to talk
about things and places (e.g. angels, fairies, Santa Claus, Superman, heaven, hell)
whose existence we cannot even be sure of.” (Isso permite que os usuários da
língua conversem sobre coisas que não estão no presente dentro de um
ambiente imediato. O deslocamento nos permite falar sobre coisas e lugares
(anjos, fadas, Papai Noel, Super-homem, céu, inferno) cuja existência não temos
certeza (YULE, 2017, p. 65, tradução nossa).
Essa característica ou propriedade é complexa dentro da linguagem humana,
pois podemos nos referir a coisas, lugares, pessoas, tempos que não estão
acontecendo ou presentes no momento da fala. Veja um exemplo para melhor
ilustrar o que esta propriedade signi�ca:
a. Vi João na semana passada, visitando uma galeria de arte no centro da
cidade.
b. I saw John last week visiting an Art Gallery downtown.
No exemplo acima (tanto em português como em inglês) podemos entender que
João foi visto num período do tempo que não é o presente e em um lugar que
não é onde estamos. Só conseguimos expressar isso porque a linguagem
humana permite a construção de sentenças complexas com signi�cados que
Arbitrariedade.
Produtividade.
Transmissão cultural.
Dualidade.
não são rasos. Então, o deslocamento é uma propriedade que nos permite
transitar pelo tempo, espaço e situações que não é possível acontecer numa
comunicação entre os animais, por exemplo; porque o animal possui uma
comunicação que podemos chamar de pontual, tanto no tempo como no
espaço.
2. Arbitrariedade (arbitrariness): a relação não natural entre a palavra e o
signi�cado da coisa, ou seja, é arbitrário porque não existe uma razão lógica das
coisas, lugares, entre outros, terem o nome que tem. Isso ocorre tanto na língua
materna como na estrangeira. Para Yule (2017, p. 66, tradução nossa): “It is
possible to make words “�t” the concept they indicate, (…), but this type of game
only emphasizes the arbitrariness of the connection that normally exists between
a word and its meaning.” (É possível fazer as palavras se encaixarem no conceito
que elas indicam, (…), mas este tipo de jogo somente enfatiza a arbitrariedade da
conexão que normalmente existe entre a palavra e o seu signi�cado.)
A arbitrariedade é uma realidade dentro da linguagem humana, pois as palavras
e os signi�cados de tudo que existe não possuem uma relação lógica e
coerente. Algumas vezes, podemos reconhecer palavras que reproduzem o som
que objetos, animais ou atividades têm e, por isso, parece existir uma lógica na
palavra para aquela determinada coisa em função da reprodução do som nas
formas escritas e faladas, mas, segundo Yule (2017), as palavras
onomatopaicas são raras. Para esclarecer melhor esta propriedade da
linguagem humana, vamos dar um exemplo:
a. Relógio
b. Watch / Clock
Quando pensamos no porquê chamamos de relógio o relógio, em português, não
conseguimos ver lógica para isso, talvez fosse mais adequado chamá-lo de
produtor de horas ou indicador de horas ou leitor de horas, mas mesmo que
escolhamos um deles para representar de forma lógica o objeto em questão,
seria um nome muito grande e a tendência da comunicação humana é a lei no
menor esforço,ou seja, quanto mais simples e rápido, melhor.
No caso da língua inglesa, o objeto em questão possui dois nomes que o
identi�ca: quando de pulso usamos watch e quando de parede (ou para uso
doméstico) usamos clock. Dois nomes para o mesmo objeto e qual seria a
lógica para isso? Se colocássemos um nome que explicasse o objeto? Se fosse
grande, provavelmente, não funcionaria porque a linguagem humana tende a ser
econômica, explicar muito em poucas palavras. Bom, de�nitivamente,
percebemos que não existe lógica para os nomes ligados às coisas que existem.
Elas são nomeadas arbitrariamente.
3. Produtividade (productivity): a capacidade do ser humano de criar novas
expressões pela manipulação das fontes linguísticas para descrever objetos e
situações é in�nita. A criatividade humana no uso da linguagem é muito
produtiva e é por isso que essa propriedade é uma característica importante
dentro da linguagem humana.
Yule (YULE, 2017, p. 68, tradução nossa) explica que: “The human, given similar
circumstances, is quite capable of creating a “new” signal, after initial surprise
perhaps, by saying something never said before, as in Hey! Watch out for that
�ying snake!”. (O humano, em circunstâncias similares, é muito capaz de criar
um novo sinal, depois de uma surpresa inicial talvez, por algo que nunca
aconteceu antes, como por exemplo, Ei! Olha uma cobra voadora!).
Algumas sentenças antes da selecionada acima, Yule (2017) explica que os
animais, de maneira geral, podem ter sinais que ajudam na sua comunicação,
como ocorrem com as abelhas, mas eles não são capazes de produzirem novos
sinais para expressar algo novo que esteja acontecendo. Vejamos um exemplo
que esclareça isso melhor.
Yule (2017) apresentou a situação das abelhas através dos estudos sobre a sua
comunicação que ocorre por meio de danças que indicam a localização dos
lugares onde há �ores para abastecer a colmeia. Essa comunicação é limitada,
porque elas não podem indicar um lugar diferente que já visitaram no passado
ou criar um sinal novo para expressar uma situação nova que possa estar
acontecendo.
Em outras palavras, a propriedade da produtividade é algo único do ser humano,
pois ele é o único capaz de criar alguma expressão nova para alguma situação
nova ou algo novo que surja. Assim, a capacidade de criar expressões e palavras
novas não tem limites dentro da linguagem humana.
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
Leia o excerto abaixo:
“The problem seems to be that bee communication has a �xed
set of signals for communicating location and they all relate to
horizontal distance. The bee cannot manipulate its
communication system to create a “new” message for vertical
distance”.
“O problema parece ser que a comunicação da abelha  tem um conjunto �xo de
sinais para comunicar a localização e eles todos estão relacionados à distância
horizontal. A abelha não pode manipular seu sistema de comunicação para criar
uma ‘nova’ mensagem para a distância vertical.” (YULE, 2017, p. 68,
tradução nossa)
YULE, G. The study of language. University of Cambridge:
Cambridge UK, 2017.
O trecho acima indica qual propriedade que as abelhas não têm em sua
comunicação. Assinale a alternativa correta.
a. Produtividade.
b. Transmissão cultural.
c. Arbitrariedade.
d. Dualidade.
e. Deslocamento.
VERIFICAR
4. Transmissão Cultural (cultural transmission): está ligada ao meio, à
sociedade, à família em que se encontra o indivíduo. A in�uência linguística não
é genética, muito menos �siológica, mas social. Não é a nossa estrutura
�siológica que nos faz falar, ela apenas é o meio pelo qual falamos. A laringe, a
faringe, a língua, os dentes, o palato, o nariz, os pulmões são componentes
�siológicos que nos dão condições para que falemos, mas só falamos realmente
quando ouvimos o outro e por constância ou imitação, repetimos o que ouvimos.
Não existe um órgão especí�co para a fala, como temos para a respiração
(pulmões), �ltragem do sangue (rins), bombeamento/circulação do sangue
(coração), etc. A fala é uma ação que acontece com o auxílio de várias partes do
corpo. Se uma delas tem algum tipo de problema, isso pode prejudicá-la.
A transmissão cultural se inicia através da língua falada, da comunicação em
família, célula-mater da sociedade. Se uma família estrangeira vem para o Brasil,
por exemplo, com um bebê de colo, com certeza a língua que ele falará é a
língua que a família fala, mas se desde cedo tiver contato com a língua nativa do
povo onde está vivendo, a língua estrangeira também se tornará uma língua
principal, pois será o idioma que usará para se comunicar com o mundo fora de
sua casa.
O mesmo ocorre com crianças estrangeiras que são adotadas. Elas terão as
características biológicas de seus pais, mas falarão a língua da sua família
adotiva. Yule (2017, p. 67, tradução nossa) a�rma que: “It is clear that humans
are born with some kind of predisposition to acquire language in a general sense.
However, we are not born with the ability to produce utterances in a speci�c
language such as English. We acquire our �rst language as children in a culture.”
(É claro que humanos nascem com algum tipo de pré-disposição para adquirir a
linguagem no sentido geral. No entanto, nós não nascemos com a habilidade de
produzir enunciados numa língua especí�ca tal como o Inglês. Nós adquirimos a
nossa primeira língua como crianças inseridas na cultura.)
Diferentemente da comunicação dos animais, a sua produção sonora está mais
ligada ao seu instinto do que a uma in�uência social. Yule (2017) a�rma também
que as criaturas nascem com um conjunto de sinais especí�cos e que são
produzidos instintivamente, mesmo se tiverem isolados de seu grupo, não é o
caso dos humanos, que se por alguma razão �carem isolados, não conseguem
produzir enunciados ou palavras instintivamente.
Essa propriedade da linguagem humana é importante para o nosso
desenvolvimento linguístico, como também para o nosso desenvolvimento
intelectual, social, pessoal, moral, ético, relacional, pro�ssional, emocional,
sentimental, espiritual, na verdade, em todas as áreas que fazem parte do ser
humano e da sua vida em comunidade, em sociedade.
5. Dualidade (duality): também conhecida como dupla articulação, é a
combinação de determinados sons produzindo muitas palavras, ou seja, as
letras e seus sons podem ser combinadas de diferentes maneiras que
produzirão novas palavras com signi�cados diferentes, por exemplo, L + A + T +
A forma a palavra LATA, em português (objeto de metal que pode conter algo
líquido ou não), mas se trocarmos as consoantes (T + A + L + A) teremos, em
português, a palavra TALA, que é um tipo de atadura com apoio de madeira.
Duas palavras e dois signi�cados distintos. O mesmo ocorre com a língua
inglesa, como vemos nos exemplos abaixo:
a. D + O + G = dog (cão/cachorro)
b. G + O + D = God (Deus)
As palavras acima são distintas com signi�cados diferentes. Isso somente é
possível porque os sons das letras, por exemplo, podem ser combinados e
usados para formar palavras, sejam elas já existentes ou novas (neologismo),
sejam elas de origem da língua nativa ou estrangeira. Segundo Yule: “This duality
of levels is one of the most economical features of human language because,
with a limited set of sounds, we are capable of producing a very large number of
sound combinations (e.g. words) that are distinct in meaning.” (Esta dualidade
de níveis é uma das características mais econômicas da linguagem humana
porque, com um limitado conjunto de sons, nós somos capazes de produzir um
grande número de combinações de sons, isto é, palavras, que são distintas em
seu signi�cado.” (YULE, 2017, p. 70, tradução nossa).
A dualidade é uma propriedade da linguagem humana muito necessária para
enriquecimento linguístico, porque é ela que permite a pluralidade de palavras e
a in�nidade de formações de signi�cados.
Um �lme de 1994 chamado Nell, dirigido por Michael Apted, conta a
história de uma jovem que é encontrada em uma casa isolada por um
médico e todo o processo que ele passa para entenderqual é o problema
que ela tem. Esse �lme lhe ajudará a entender a como a vida isolada pode
gerar problemas de diversos tipos no desenvolvimento da linguagem.
VOCÊ QUER VER?
O estudo da língua de George Yule (2017) nos traz elucidações sobre a
linguagem humana e isso nos ajuda a compreender um pouco a complexidade
da comunicação do ser humano em comparação aos outros seres vivos que se
comunicam instintivamente. Podemos entender, através das propriedades da
linguagem humana, o quanto as línguas no mundo são ricas e vivas, permitindo
que as diversas gerações de cada país vivam a língua de forma criativa,
diacrônica e sincrônica.
Leia o excerto abaixo:
“While we inherit physical features such as brown eyes and dark
hair from our parents, we do not inherit their language. We
acquire a language in a culture with other speakers and not from
parental genes. An infant born to Korean parents in Korea, but
adopted and brought up from birth by English speakers in the
United States, will have physical characteristics inherited from
his or her natural parents, but will inevitably speak English.”
“Enquanto nós herdamos características físicas como olhos marrons e cabelo
escuro de nossos pais, nós não herdamos a sua linguagem. Adquirimos uma
língua na cultura com outros falantes e não dos genes paternos. Uma criança
que nasce de pais coreanos na Coreia, mas é adotada e cresce desde o
nascimento com falantes do inglês nos Estados Unidos, terá as características
físicas herdadas por seus pais naturais, mas inevitavelmente falará inglês.”
(YULE, 2017, p. 67, tradução nossa)
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
YULE, G. The study of language. University of Cambridge:
Cambridge UK, 2017
Qual é a propriedade da linguagem humana que representa o comentário do
trecho acima? Assinale a alternativa correta.
a. Transmissão cultural.
b. Dualidade.
c. Arbitrariedade.
d. Produtividade.
e. Deslocamento.
VERIFICAR
Antes de entrarmos no assunto deste tópico é importante entender o que
signi�ca a palavra “semântica” e qual é o seu papel. Segundo o dicionário online
da língua portuguesa, "semântica" é:
2.2 Homophones, homonyms, homographs
Para Cançado (2012, p. 15), “semântica é o estudo do signi�cado das línguas”.
Tendo isso em mente, podemos compreender que o papel da Semântica é
estudar e entender o que as palavras querem signi�car, transmitir, informar,
comunicar, assim como os enunciados que o ser humano produz, tanto na fala
quanto na escrita.
parte da linguística que se
dedica ao estudo do significado
das palavras e da interpretação
das frases ou dos enunciados”;
também pode ser entendida
como “[Linguística] Análise da
significação nas línguas
naturais, sendo ela sincrônica,
tendo em conta a evolução da
língua, ou diacrônica, num
tempo passado”; e por fim, ela é
“[Filologia] Ciência que analisa
a evolução do sentido das
palavras e de outros símbolos
utilizados na comunicação
humana (SEMÂNTICA, 2021).
Figura 2 - Homônimo
Fonte: BNP Design Studio, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Desenho da palavra homônimo escrita em inglês
(homonyms) com o desenho de algumas
crianças apresentando palavras que são
homônimas (escrita igual e sentido diferente) e
entre elas estão palm (palmeira e palma), bat
(morcego e taco), seal (foca e selo) e iron (ferro
de passar e ferro).
Ainda é necessário conhecer o que a palavra “metalinguagem” signi�ca, já que
ela também nos auxiliará no nosso estudo. Segundo o dicionário online da língua
portuguesa, metalinguagem é “tipo de linguagem cujo propósito é descrever ou
falar da própria ou de qualquer outra linguagem; metalíngua: o dicionário é um
exemplo de metalinguagem” (METALINGUAGEM, 2021). Em outras palavras, ela
é a explicação da palavra, da língua de modo geral. Um bom exemplo disso são
os dicionários. Isso tudo é essencial para o assunto deste tópico: palavras
homófonas, homônimas e homográ�cas.
A semântica nos auxilia a entender o signi�cado denotativo de palavras e
expressões, assim como o seu signi�cado conotativo. Vejamos alguns
exemplos.
1. Coração/Heart: tanto em português como em inglês, os dois vocábulos
representam o órgão que bombeia e faz circular o sangue no nosso corpo, mas
podemos usar metáforas com o coração que trazem novos signi�cados a essa
palavra, como podemos ver em coração partido / broken heart, em ambas se
pensarmos na literalidade da expressão, imaginaremos o órgão partido em dois
ou mais pedaços. No entanto, por mais que a imagem seja muito vívida em
nossa mente, o signi�cado dessa expressão é outro: alguém que está sofrendo
por um relacionamento que não deu certo.
Outra metáfora para coração / heart é a expressão coração de pedra / heart of
stone. Aqui podemos usar a imaginação e pensar num coração feito de pedra,
mas se pensarmos no ser humano, um coração de pedra, literalmente, não é
possível, porque o nosso coração é um músculo e isso não muda. Porém, o que
essa expressão quer nos informar, transmitir? Por mais interessante que seja
imaginar a literalidade dessa expressão, a verdade é que ela nos comunica que
uma pessoa que tem essa característica é dura em seu coração, ou seja, não
possui empatia pelo outro, os seus sentimentos não geram nela afeição, mas
atitudes egoístas, ríspidas, cruéis, insensíveis, más etc.
Figura 3 - Dicionário
Fonte: aga7ta, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Figura do recorte de um dicionário em inglês na
qual aparece a palavra semantic (em português,
“semântica”), em negrito, e uma parte de sua
pronúncia e significado.
A Semântica nos permite entender esse jogo de signi�cados e de palavras
dentro de um enunciado, uma conversa ou um texto escrito. Isso nos ajuda a
entender palavras que têm escritas iguais, sons iguais e signi�cados diferentes e
conseguir diferenciá-las ou explicá-las de maneira mais clara.
Palavras que possuem alguma igualdade ou semelhança não são raras, apesar
de não serem abundantes. Podemos dizer isso tanto em português como em
inglês.
Dentro da semântica podemos estudar algumas propriedades que classi�cam
as palavras de uma língua, entre elas, temos a homonímia, homogra�a,
homofonia.
2. Homonímia/Homonym: de acordo com o dicionário online da língua
portuguesa, signi�ca “qualidade do que é homônimo; semelhança ou igualdade
de palavras com diferentes signi�cados.” (HOMONÍMIA, 2021). O dicionário
online da língua inglesa apresenta a seguinte de�nição: “a word that sounds the
same or is spelled the same as another word but has a different meaning”
(HOMONYM, 2021). As duas descrições indicam a mesma coisa: som/escrita
igual ou semelhante, mas sentido diferente. Vejamos um exemplo em cada
idioma:
a. Concerto e Conserto: som idêntico, mas a primeira signi�ca composição
sinfônica ou musical e a segunda signi�ca reparo de algo que esteja quebrado
ou com defeito.
b. No e Know: som idêntico, mas a primeira é uma palavra negativa e a segunda
signi�ca saber (verbo). 
3. Homogra�a/Homograph: de acordo com o dicionário online da língua
portuguesa, signi�ca “qualidade do que é homógrafo; diz-se das, ou palavras que
têm gra�a idêntica e sentidos diferentes” (HOMOGRAFIA, 2021); o dicionário
online da língua inglesa apresenta a seguinte de�nição: “a word that is spelled
the same as another word but has a different meaning” (HOMOGRAPH, 2021). As
duas descrições indicam a mesma coisa: escrita igual, mas sentido diferente.
Vejamos um exemplo em cada idioma.
a. Sede e Sede: som semelhante e gra�a idêntica, a primeira signi�ca centro do
poder ou administração de algum lugar ou algo e a segunda signi�ca vontade de
beber, especialmente água.
b. Date e Date: som idêntico e escrita idêntica, a primeira signi�ca data (dia, mês,
ano) e a segunda signi�ca namoro ou encontro, especialmente, amoroso, que
exista ou que possa a vir existir.
4. Homofonia/Homophone: de acordo com o dicionário online da língua
portuguesa, signi�ca “o oposto de polifonia. Homofonia vem das palavras
gregas homos (mesmo) e fonia (som); que tem o mesmo som, com gra�a e
sentidos diferentes” (HOMOFONIA, 2021); o dicionário onlineda língua inglesa
apresenta “a word that is pronounced the same as another word but has a
different meaning or spelling, or both” (HOMOPHONE, 2021). As duas descrições
indicam a mesma coisa: som igual, mas sentido diferente. Vejamos um exemplo
em cada idioma:
a. Paço e Passo: som idêntico, primeira signi�ca palácio e a segunda signi�ca
andar.
b. Sail e Sale: som idêntico, primeira signi�ca velejar e a segunda signi�ca
vender.
Percebemos através dos conceitos e exemplos acima que as palavras
homônimas podem ter o som e/ou a gra�a iguais, mas os sentidos diferentes.
Dentro da homonímia, encontramos as palavras homógrafas e homófonas, uma
com gra�a idêntica e outra com som idêntico. Percebemos também que isso é
um fenômeno natural na linguagem humana e que, diante dessas semelhanças,
as diferenças serão, em alguns casos, mais reconhecidas dentro de um
contexto.
Para melhor entender o fenômeno acima descrito, vamos conhecer alguns fatos
linguísticos que nos auxiliam a entender a estrutura da língua e as construções
de enunciados.
Os fatos linguísticos ou da linguagem são os fenômenos estudados pela
Linguística, dessa forma, apresentaremos alguns desses fatos que são alvo de
pesquisa dos linguistas, entendendo que alguns deles também são ramos de
pesquisa dentro da Linguística, a saber: Fonética, Fonologia, Morfologia, Sintaxe,
Semântica, Estilística. Focaremos em todas, exceto na Semântica, porque essa
já foi apresentada anteriormente.
Veja a seguir, os ramos da Linguística.
2.2.1 Fatos Linguísticos
Easy Way – False Friends (2006), de José Roberto A. Igreja, é um pequeno
livro com verbetes de falsos cognatos entre a língua portuguesa e a
língua inglesa. As explicações são fáceis de compreender e têm
exemplos que ilustram os seus usos. Este livro pode ser muito importante
para seus estudos.
VOCÊ QUER LER?
1. Fonética: de acordo com o dicionário online da língua portuguesa “é estudo
dos sons de uma língua do ponto de vista de sua articulação ou de sua recepção
auditiva” (FONÉTICA, 2021); segundo Yule, é “the general study of the
characteristics of speech sounds” (“estudo geral das características dos sons da
fala”) (YULE, 2017, p. 98, tradução nossa). Conforme Yule (2017), a Fonética é
dividida em três partes: fonética articulatória, fonética acústica e fonética
perceptiva. A primeira se preocupa com as articulações dos sons, como eles são
feitos. O segundo tipo de Fonética lida com as propriedades físicas da fala como
as ondas do som pelo ar. O terceiro ramo estuda a percepção da fala dos sons
por meio do ouvido (YULE, 2017, p. 98).
Fonética.
Fonologia.
Morfologia.
Sintaxe.
Semântica.
Estilística.
2. Fonologia: segundo o dicionário online da língua portuguesa, é a “ciência que
trata dos fonemas do ponto de vista de sua função em uma língua” (FONOLOGIA,
2021). Para Silva (SILVA, 2017, p. 17), “a fonologia estabelece os princípios que
regulam a estrutura sonora das línguas, caracterizando as sequências de sons
permitidas e excluídas na língua em questão”.
3. Morfologia: segundo o dicionário online da língua portuguesa é o “estudo da
classi�cação, da origem, da �exão das palavras e dos processos de formação
pelos quais passam” (MORFOLOGIA, 2021); para Faustino e Feitosa (2016, p. 2),
“a morfologia se preocupa em estudar a forma das palavras, como elas são
estruturadas e a sua classi�cação em classes gramaticais que são divididas em:
substantivos, artigos, verbos, pronomes, adjetivos, conjunções, interjeições,
preposições, advérbios e numerais.”
4. Sintaxe: segundo o dicionário online da língua portuguesa é “parte da
gramática que trata das funções das palavras na frase e das relações
estabelecidas entre elas; análise da estrutura gramatical das palavras que
compõem uma frase, oração; o que determina suas funções e relações formais”
(SINTAXE, 2021). Para Faustino e Feitosa (2016, p. 2), “a sintaxe ocupa-se das
relações estabelecidas entre as palavras nas frases (ou orações), ou seja,
identi�ca o sujeito, o predicado, o adjunto adverbial, o objeto direto e o indireto,
os complementos nominais e assim por diante.”
Othero e Kenedy (2015, p. 10) também conceituam a Sintaxe como “parte da
estrutura das línguas e, assim, compreende um conjunto de formas e arranjos,
mas é claro que essas formas querem dizer alguma coisa sobre o mundo e,
dessa maneira, cumprem alguma função comunicativa”.
O estudo da Sintaxe dentro da Linguística tem vários ramos e linhas de pesquisa
e análise, a saber, Sintaxe gerativa, Sintaxe minimalista, Sintaxe experimental,
Sintaxe em Teoria da Otimidade, Sintaxe tipológica, Sintaxe lexical, Sintaxe
computacional, Sintaxe funcional, Sintaxe construtivista, Sintaxe descritiva,
Sintaxe normativa tradicional. Não abordaremos o que cada uma signi�ca,
porque esse não é o objetivo desta unidade, mas é interessante saber que existe
um estudo extenso nessa área.
5. Estilística: segundo o dicionário online da língua portuguesa é o “estudo
cientí�co dos processos de estilo; método de análise e crítica literária ou
artística que se detém no estilo; Arte de bem escrever” (ESTILÍSTICA, 2021).
Para Martins (2008, p. 17) é “uma das disciplinas voltadas para os fenômenos da
linguagem, tendo por objetivo o estilo. (...) Designava em latim – stills –
instrumento pontiagudo usado pelos antigos para escrever sobre tabuinhas
enceradas e daí passou a designar a própria escrita e o modo de escrever”.
Figura 4 - Nuvem de Palavras
Fonte: Boris15, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Infográfico que apresenta várias palavras
escritas na horizontal e na vertical sobre a
Linguística e seus ramos de estudo e pesquisa.
Todos os vocabulários estão escritos na língua
inglesa.
Os fatos linguísticos nos ajudam a compreender as línguas e as suas estruturas
e organizações, entre esses fatos temos a Semântica, que nos auxilia a entender
os signi�cados das palavras, das expressões e das enunciações.
Veja a seguir, as de�nições dos ramos da Linguística.
“É o estudo dos sons de uma língua do ponto de
vista de sua articulação ou de sua recepção
auditiva” (FONÉTICA, 2021).
“Ciência que trata dos fonemas do ponto de vista
de sua função em uma língua” (FONOLOGIA,
2021).
Fonéti
ca 
Fonolo
gia 
Continue acompanhando os estudos! Veja a seguir, sobre a ambiguidade.
Sabemos que a comunicação é essencial para o ser humano, uma vez que sem
ela não nos desenvolvemos como pessoa nem como sociedade, pois a
comunicação permite que tenhamos interação.
No entanto, nossa comunicação pode sofrer ruídos e, por isso, causar mal-
entendidos, incompreensão, equívocos e confusões durante o processo de
interação verbal, seja oral ou escrito. Um dos elementos que pode colaborar para
2.3 Ambiguidade
"Estudo da classi�cação, da origem, da �exão
das palavras e dos processos de formação pelos
quais passam” (MORFOLOGIA, 2021).
“Parte da gramática que trata das funções das
palavras na frase e das relações estabelecidas
entre elas; análise da estrutura gramatical das
palavras que compõem uma frase, oração; o que
determina suas funções e relações formais”
(SINTAXE, 2021).
“Parte da linguística que se dedica ao estudo do
signi�cado das palavras e da interpretação das
frases ou dos enunciados” (SEMÂNTICA, 2021).
“Estudo cientí�co dos processos de estilo;
método de análise e crítica literária ou artística
que se detém no estilo; Arte de bem escrever”
(ESTILÍSTICA, 2021). 
Morfol
ogia
Sintax
e
Semân
tica
Estilísti
ca 
esse ruído na comunicação é a ambiguidade. Mas o que seria ambiguidade? O
conceito dado pelo dicionário online da língua portuguesa é:
qualidade daquilo que possui
ou pode possuir diferentes
sentidos, do que é incerto ou
indefinido; natureza do que é
ambíguo; [Linguística]
duplicidade de sentidos;
característica de alguns termos,
expressões, sentenças que
expressam mais de uma
acepção ou entendimento
possível; [Gramática] a
ambiguidade é muito utilizada
na linguagem poética ou
literária, mas deve ser evitada
em alguns tipos textuais;
[Filosofia] dualidade profunda
de um termo, de uma
proposição ou de uma situação(AMBIGUIDADE, 2021).
Para Hainzenreder (2018, p. 126), ambiguidade é “uma palavra ou expressão
pode conter mais de um signi�cado”.
Figura 5 - Ambiguidade
Fonte: Anton Shaparenko, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Figura de uma placa com três setas, uma
apontando para esquerda e duas para a direita e
abaixo dela a palavra ambiguidade escrita em
inglês, ambiguity.
Segundo a classi�cação de Hainzenreder (2018, p. 126), a ambiguidade pode ser
lexical ou estrutural. A ambiguidade lexical é “quando um item lexical apresenta
dois ou mais signi�cados”. Vejamos um exemplo disso:
a. Manga: pode ser a fruta ou pode ser uma parte determinada da camisa;
b. Can: pode ser um cilindro de metal que pode conter líquido, por exemplo, ou
pode ser o verbo modal da língua inglesa.
A ambiguidade estrutural “ocorre com uma ou mais estruturas sintáticas”
(HAINZENREDER, 2018, p. 126). Vejamos um exemplo disso:
a. Vim visitar a gata da Fernanda. (É o animal da Fernanda ou é um elogio para a
Fernanda? Não sabemos, uma vez que só o contexto mostrará o real signi�cado
da frase).
b. The police killed the criminal with a gun. (É o policial que está com uma arma
ou é o homem estava com a arma? Não sabemos, só o contexto mostrará o real
signi�cado da frase).
A ambiguidade é naturalmente usada, até mesmo com liberdade, em textos
poéticos e em piadas, mas não é bem-vista nos demais textos porque pode
causar confusão entre os interlocutores, leitores etc.
Desenvolveremos mais sobre a ambiguidade estrutural que, geralmente, é o que
causa maior mal-entendido na comunicação. A ambiguidade lexical causa
menos confusão quando aparece em sentenças. Claro que alguém pode
intencionalmente usar palavras que trazem sentidos duplos ou com duplo
signi�cado para criar sentenças ambíguas.
2.3.1 O contexto das palavras
Existem dicionários em inglês de um grupo especí�cos de verbetes que
chamamos de phrasal verbs. Esses dicionários trazem verbos que
mudam de signi�cado de acordo com a preposição que lhes acompanha.
Isso é algo muito bom para quem estuda inglês e não consegue entender
de imediato os phrasal verbs. Eles podem ser encontrados em qualquer
livraria.
VOCÊ SABIA?
Figura 6 - Nuvem de palavras
Fonte: ibreakstock, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Infográfico com palavras ligadas à ambiguidade
em que todos os vocabulários estão escritos na
língua inglesa. À direita do infográfico há uma
mão com um pincel atômico como se estivesse
escrevendo as palavras que lemos.
As estruturas frasais, quando mal construídas ou, até mesmo, construídas
dentro da regra geral com palavras ambíguas, podem causar ruídos no
entendimento da informação. Muitas das vezes, serão os contextos em que
essas frases estão inseridas que farão com que a ambiguidade seja desfeita,
outras vezes, o interlocutor terá que explicar a sua sentença para desfazer o mal-
entendido.
Por exemplo, uma amiga foi veri�car a gatinha de outra amiga que tinha saído
para um retiro espiritual. A que foi olhar como estava a gatinha sozinha no
apartamento precisou comunicar ao porteiro para onde iria e o que faria no
apartamento que estava vazio naquele �nal de semana. Então, ela disse ao
porteiro: “Vim ver a gata da Fátima”. Quando ela percebeu que a sua frase
poderia causar um mal-entendido, rapidamente essa amiga explicou que subiria
para ver se gata estava bem enquanto a sua dona estava fora.
Esse tipo de mal-entendido pode acontecer a qualquer momento durante uma
conversa e até mesmo na leitura de alguma mensagem. Se não observarmos
bem o que falamos ou escrevemos, o outro que nos ouve ou lê a nossa escrita
poderá entender uma mensagem ou informação diferente daquela que
gostaríamos de passar.
Há casos em que o contexto desfaz qualquer ambiguidade que possa vir a
existir. Imaginemos uma ação policial contra bandidos e, nessa ação, o bandido
morre porque ele estava pondo em risco a vida de civis e policiais. Quem estava
observando tudo o que acontecia entendeu que o policial matou um bandido
armado. No entanto, quando aparece no jornal a frase “Policial mata bandido
com arma” (“The police killed the criminal with a gun”), o texto �ca ambíguo para
quem não foi testemunha ocular do ocorrido. Então, o leitor terá que ler o artigo
daquela manchete para saber o que aconteceu de fato.
Existem situações em que a sentença é propositalmente construída para ter
ambiguidade, usando palavras ambíguas ou frases construídas ambiguamente,
principalmente, em piadas. Esse tipo de atitude linguística sempre tem um
propósito que, muitas vezes, é atingido, especialmente, se quem a ouve ou lê
consegue reconhecer o jogo de duplo sentido que está na frase. Há espaço para
isso também em poesias e músicas que brincam com os sentidos a �m de
revelar indiretamente a sua intenção por trás das letras.
Nesta unidade, vimos a Semântica apresentada por George Yule (2017) e as
suas propriedades. Também aprendemos sobre as palavras homônimas,
homófonas e homógrafas e suas características e como a Semântica nos auxilia
CONCLUSÃO
Faça uma resenha de 15 a 20 linhas do �lme Nell, apresentando a sinopse
do �lme, também as características mais marcantes que foram
encontradas ali, além de fazer uma relação com o que foi apresentado
nesta unidade. Escreva o seu ponto de vista sobre o tema central do �lme
e o que mais lhe chamou atenção, baseando-se no que estudamos aqui.
VOCÊ O CONHECE?
a entendê-las. Conhecemos também os fatos linguísticos e alguns dos ramos de
estudo da Linguística, seus conceitos e suas características. Aprendemos
também um pouco sobre ambiguidade e como ocorre e como pode ser desfeita.
O estudo que �zemos nesta unidade nos ajudará e entender melhor uma
camada mais profunda sobre a Semântica de maneira geral, mas também sobre
a Semântica da língua inglesa. Conhecer características que facilitam ou
di�cultam a compreensão dos enunciados nos preparam para uma leitura
menos super�cial ou ingênua sobre os textos que recebemos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
aprender sobre semântica de George Yule e suas
propriedades ;
entender o que são Homonyms, Homophones e
Homographs;
conhecer os fatos linguísticos;
compreender que é ambiguidade e seus tipos;
reconhecer como entender e desfazer da ambiguidade.
Clique para baixar conteúdo deste tema.
AMBIGUIDADE. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021.
Disponível em: https://www.dicio.com.br/ambiguidade/
(https://www.dicio.com.br/ambiguidade/).
Referências
https://www.dicio.com.br/ambiguidade/
CANÇADO, M. Manual da semântica: noções básicas e exercícios. São
Paulo: Contexto, 2012. Disponível na Biblioteca Virtual Universitária.
COLELLO, S. M. G. (org.). Textos em contextos: re�exões sobre o ensino
da língua escrita. 29. ed. São Paulo: Summus, 2011. Disponível na
Biblioteca Virtual Universitária.
COSTA JR., D. F. Lógica em linguística: o quadrado semiótico e os
estados intencionais da pragmática. Cadernos de Letras da UFF, Niterói,
v. 23, n. 46, 2013. Disponível em:
https://periodicos.uff.br/cadernosdeletras/article/view/43766/25006
(https://periodicos.uff.br/cadernosdeletras/article/view/43766/25006).
Acesso em: 22 jun. 2021.
ESTILÍSTICA. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/estilistica/
(https://www.dicio.com.br/estilistica/).
FAUSTINO, R.; FEITOSA, C. J. A. (org.). Morfologia do português. São
Paulo: Person Education do Brasil, 2016.
FERRARI. M. Qual foi o primeiro dicionário? Superinteressante, 30 nov.
2020. Disponível em: https://super.abril.com.br/cultura/qual-foi-o-
primeiro-dicionario/. Acesso em: 22 jun. 2021.
FIORIN, J. L. (org.). Introdução a linguística II: princípios de análise. São
Paulo: Contexto, 2010. Disponível na Biblioteca Virtual Universitária.
FONÉTICA. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/fonetica/
(https://www.dicio.com.br/fonetica/).
FONOLOGIA. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/fonologia/
(https://www.dicio.com.br/fonologia/).
GAVIOLI-PRESTES,C. M.; LEGROSKI, M. C.  Introdução à sintaxe e a
semântica da língua portuguesa. Curitiba: Intersaberes, 2015. Disponível
na Biblioteca Virtual Universitária.
GUIMARÂES, E. Texto, discurso e ensino. São Paulo: Contexto. Disponível
em Biblioteca Virtual.
HAINZENREDER, L. S. Semântica do inglês. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
https://periodicos.uff.br/cadernosdeletras/article/view/43766/25006
https://www.dicio.com.br/estilistica/
https://www.dicio.com.br/fonetica/
https://www.dicio.com.br/fonologia/
HOMOFONIA. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/homofonia/
(https://www.dicio.com.br/homofonia/). Acesso em: 22 jun. 2021.
HOMÓFONO. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/pesquisa.php?q=hom%C3%B3fono
(https://www.dicio.com.br/pesquisa.php?q=hom%C3%B3fono). Acesso
em: 22 jun. 2021.
HOMOGRAFIA. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021.
Disponível em: https://www.dicio.com.br/homogra�a/
(https://www.dicio.com.br/homogra�a/). Acesso em: 22 jun. 2021.
HOMÓGRAFO. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/homografo/
(https://www.dicio.com.br/homografo/). Acesso em: 22 jun. 2021.
HOMOGRAPH. In: Cambridge. Dicionário Online de Inglês, 2021.
Disponível em:
https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/homograph
(https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/homograph).
Acesso em: 22 jun. 2021.
HOMONÍMIA. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/homonimia-2/
(https://www.dicio.com.br/homonimia-2/). Acesso em: 22 jun. 2021.
HOMONYM. In: Cambridge. Dicionário Online de Inglês, 2021. Disponível
em: https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/homonym
(https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/homonym). Acesso
em: 22 jun. 2021.
HOMOPHONE. In: Cambridge. Dicionário Online de Inglês, 2021.
Disponível em:
https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/homophone
(https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/homophone).
Acesso em: 22 jun. 2021.
IGREJA, J. R. A. False friends. São Paulo: Disal, 2006 – (Série Easy way).
ILARI, Rodolfo. Introdução à semântica: brincando com a gramática.
Disponível em: Biblioteca Virtual.
https://www.dicio.com.br/homofonia/
https://www.dicio.com.br/pesquisa.php?q=hom%C3%B3fono
https://www.dicio.com.br/homografia/
https://www.dicio.com.br/homografo/
https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/homograph
https://www.dicio.com.br/homonimia-2/
https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/homonym
https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/homophone
METALINGUAGEM. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021.
Disponível em: https://www.dicio.com.br/metalinguagem/
(https://www.dicio.com.br/metalinguagem/). Acesso em: 22 jun. 2021.
MORFOLOGIA. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/morfologia/
(https://www.dicio.com.br/morfologia/). Acesso em: 22 jun. 2021.
NELL. Direção: Micheal Apted. Egg Pictures e PolyGram Filmed
Entertainment: EUA, 1994. 108 min.
OTHERO, G. A.; KENEDY, E. (org.). Sintaxe, sintaxes: uma introdução. São
Paulo: Contexto, 2015.
PERNA, C. B. L.; GOLDNADEL, M.; MOLSING, K.V. (org.). Pragmáticas:
vertentes contemporâneas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2016. Disponível na
Biblioteca Virtual Universitária.
SANTOS, I. A. 2011. 98 f. Um estudo sobre a metonímia como um
processo cognitivo. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) –
Centro de Ciências Humanas, Universidade Federal do Espírito Santo,
Vitória, 2011. Disponível em:
https://repositorio.ufes.br/jspui/bitstream/10/3740/1/tese_5064_Dissert
a%c3%a7%c3%a3o%20Ione%20Aires%20-%20Completa.pdf
(https://repositorio.ufes.br/jspui/bitstream/10/3740/1/tese_5064_Disser
ta%c3%a7%c3%a3o%20Ione%20Aires%20-%20Completa.pdf). Acesso
em: 22 jun. 2021.
SEMÂNTICA. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/semantica/
(https://www.dicio.com.br/semantica/). Acesso em: 22 jun. 2021.
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia
de exercícios. São Paulo: Contexto, 2017.
SINTAXE. In: DICIO. Dicionário Online de Português, 2021. Disponível em:
https://www.dicio.com.br/sintaxe/ (https://www.dicio.com.br/sintaxe/).
YULE, G. The study of language. University of Cambridge: Cambridge-UK,
2017.
https://www.dicio.com.br/metalinguagem/
https://www.dicio.com.br/morfologia/
https://repositorio.ufes.br/jspui/bitstream/10/3740/1/tese_5064_Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Ione%20Aires%20-%20Completa.pdf
https://www.dicio.com.br/semantica/
https://www.dicio.com.br/sintaxe/

Outros materiais