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CONTABILIDADE E GESTAO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS aula 2

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CONTABILIDADE E GESTÃO DE 
MICRO E PEQUENAS 
EMPRESAS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Daiane Lolatto 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta etapa, vamos tratar sobre obrigatoriedades contábeis e tributárias 
para Microempresário Individual (MEI), Microempresa (ME) e Pequenas e 
Médias Empresas (PMEs), e para tanto, estudaremos os seguintes temas: 
• Obrigatoriedades contábeis e tributárias (obrigações acessórias) para 
MEI, ME e PMEs; 
• LC 123 – Regras societárias para ME; 
• LC 123 – Regras tributárias para EPP; 
• NBC TG 1002 – Regras contábeis para ME; 
• NBC TG 1001 – Regras contábeis para EPP. 
Aproveite a leitura e exercite os conhecimentos adquiridos resolvendo as 
atividades. Lembre-se de que a melhor forma de aprender é exercitando. 
CONTEXTUALIZANDO 
O sistema tributário no Brasil é complexo e demanda muito estudo. Com 
o objetivo de facilitar o processo de abertura e tributação das micro e pequenas 
empresas, o Governo criou o regime tributário do Simples Nacional. Isso não 
impede as empresas de aderirem a outros regimes tributários, mas, como 
veremos nesta etapa, realmente há vantagens na escolha por esse regime. 
Em relação às normas contábeis, a partir do dia 1º de janeiro de 2023 
passamos a aplicar a NBC TG 1000 (R1), NBC TG 1001 e NBC TG 1002. A NBC 
TG 1001 estabelece as regras contábeis para as pequenas empresas e a NBC 
TG 1002 estabelece as regras contábeis para as microentidades. Vamos ver que 
as microempresas e empresas de pequeno porte recebem classificações 
contábeis e tributárias diferentes. 
Diante disso, nesta etapa, vamos conhecer as leis que regem o 
Microempresário Individual (MEI), a Microempresa (ME) e as Pequenas e Médias 
Empresas (PMEs). Da mesma forma, trataremos algumas particularidades 
contábeis, societárias e tributárias relacionadas a elas. 
Esta etapa é fundamental para compreendermos o próximo conteúdo. Por 
isso, é imprescindível atentar para todos os temas e detalhes descritos. 
Iniciaremos falando sobre as obrigatoriedades contábeis e tributárias 
(obrigações acessórias) para MEI, ME e PMEs. 
 
 
3 
TEMA 1 – OBRIGATORIEDADES CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIAS (OBRIGAÇÕES 
ACESSÓRIAS) PARA MEI, ME E PMES 
O Microempresário Individual (MEI), a Microempresa (ME) e as Pequenas 
e Médias Empresas (PMEs) possuem regras contábeis e tributárias específicas. 
A Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, principal lei das Micro 
e Pequenas Empresas (MPEs), facilitou a abertura dessas empresas, 
aumentando a formalidade e sua chance de sobrevivência no mercado (Lemes 
Jr.; Pisa, 2019, p. 244). Com a alteração dessa lei em 2008, foi criada a figura 
do MEI, facilitando ainda mais o processo de abertura de negócios e reduzindo 
o ônus tributário sobre os empresários individuais. A empresa de médio porte 
não é abrangida pela Lei Complementar n. 123/2006, pois seu faturamento bruto 
anual supera R$ 4.800.000,00 e é menor ou igual a R$ 300.000.000,00. 
Segundo Lemes e Pisa (2019, p. 244), o Brasil possui uma legislação rica 
e avançada no âmbito de organizações societárias e tem sido inovador na 
desburocratização dos processos de abertura de empresas, na simplificação da 
apuração e recolhimento de tributos e na redução da carga tributária das MPEs. 
No entanto, mesmo com as facilidades de abertura de empresas disposta 
na Lei Complementar n. 123/2006, o empreendedor brasileiro ainda persiste na 
informalidade. Em um primeiro momento, a informalidade pode ser atrativa, mas 
conforme a empresa cresce, passa a ser conhecida e ganha mercado, isso será 
mais uma dificuldade do que uma comodidade. Uma empresa informal não 
possui CNPJ, nota fiscal, qualquer documentação, que lhe permita negociar com 
médias e grandes empresas ou participar de licitações públicas, dentre outras 
situações (Lemes Jr.; Pisa, 2019, p. 244). 
Agora vamos conhecer as obrigatoriedades contábeis e tributárias 
(obrigações acessórias) para MEI, ME e PMES. 
1.1 Obrigações contábeis e tributárias para MEI 
De acordo com a Lei Complementar n. 123/2006, especificamente nos 
arts. 18-A a 18-C, para um empreendedor se enquadrar como 
Microempreendedor Individual (MEI), ele deve ter uma receita bruta anual igual 
ou inferior a R$ 81.000,00, no máximo um empregado que receba 
exclusivamente um salário-mínimo ou o piso salarial da categoria profissional, 
não ter participação como sócio ou titular em outra empresa, e exercer uma 
 
 
4 
atividade permitida pela legislação (Brasil, 2006). Se o empreendedor não iniciar 
suas atividades em janeiro, o limite da receita bruta anual será proporcional aos 
meses restantes do ano. 
O empreendedor que atender a essas condições pode se formalizar 
gratuitamente no Portal do Empreendedor. Nesse processo, ele obtém o CNPJ, 
número de inscrição na Junta Comercial, número de inscrição no INSS e o 
documento de alvará que equivale ao alvará de funcionamento, tudo de forma 
instantânea, gerando um documento único chamado Certificado da Condição de 
Microempreendedor Individual – CCMEI. 
O processo de formalização não tem nenhum custo associado. No 
entanto, após a formalização, o MEI passa a recolher mensalmente os seguintes 
valores a partir de maio de 2023: R$ 66,00 para a Previdência Social 
(correspondente a 5% do salário-mínimo reajustado anualmente); R$ 1,00 fixo 
por mês para o Estado (ICMS) se a atividade for comércio ou indústria; e R$ 5,00 
fixos por mês para o Município (ISS) se a atividade for de prestação de serviços. 
Esses valores são pagos por meio de um único documento chamado DAS 
(Documento de Arrecadação do Simples Nacional), conforme estabelecido na 
Lei Complementar n. 123/2006. No Quadro 1, é possível observar os valores a 
serem recolhidos para cada atividade no ano de 2023. 
Quadro 1 – DAS MEI 2023 
Atividade INSS ISS e ICMS TOTAL 
Comércio e indústria R$ 66,00 R$ 1,00 R$ 67,00 
Serviços R$ 66,00 R$ 5,00 R$ 71,00 
Comércio/indústria e serviços R$ 66,00 R$ 6,00 R$ 72,00 
Fonte: Lolatto, 2023. 
Assim, mesmo que o MEI não tenha faturamento mensal, ele deve 
recolher os valores fixos mensais informados no Quadro 1 aos cofres públicos. 
O DAS é emitido pelo Portal do Empreendedor ou pelo aplicativo do MEI. Em 
relação aos aspectos fiscais, o MEI está dispensado de emitir nota fiscal para 
consumidores pessoa física (CPF), mas é obrigado a emitir nota fiscal quando 
vender para destinatários pessoa jurídica (CNPJ). 
Saiba mais 
Outra obrigação fiscal do MEI é a declaração anual, que pode ser 
entregue pelo próprio MEI no Portal do Empreendedor: 
 
 
5 
DECLARAÇÃO Anual de Faturamento – DASN. Portal do 
Empreendedor, S.d. Disponível em: <https://www.gov.br/empresas-e-
negocios/pt-br/empreendedor/servicos-para-mei/declaracao-anual-de-
faturamento>. Acesso em: 29 jun. 2023. 
É importante destacar que o MEI (pessoa jurídica) e o empreendedor 
(pessoa física) são pessoas distintas e devem enviar a declaração nos prazos 
estabelecidos. A distribuição de lucros da pessoa jurídica para a pessoa física 
segue a mesma regra aplicada às empresas optantes pelo lucro presumido, 
conforme disposto na Lei n. 9.249/1995 (art. 15) e Lei n. 9.430/1996 (art. 1º e 25, 
Inciso I). 
Vamos considerar a seguinte situação: um MEI obteve uma receita de R$ 
80.000,00 em suas atividades comerciais, e suas despesas operacionais 
totalizaram R$ 20.000,00, resultando em um lucro de R$ 60.000,00. Como o MEI 
não realiza escrituração contábil, é necessário calcular o lucro que pode ser 
distribuído de forma isenta do imposto sobre a renda. Para isso, devemos 
multiplicar a receita bruta anual da atividade pelo percentual de presunção do 
lucro presumido, que é de 8% para a atividade comercial. Assim, temos R$ 
80.000,00 x 8% = R$ 6.400,00. Caso o MEI opte por apresentar a Declaração de 
Ajuste Anual (embora não seja obrigatório apenas com esses rendimentos), ele 
deverá informar o valor de R$ 6.400,00 como rendimentos isentos e não 
tributáveis.Em relação às obrigações contábeis, o MEI não é obrigado a realizar a 
contabilidade formal, como o livro diário, o livro razão e o livro caixa, conforme 
determina o Código Civil, art. 1.179, parágrafo 2º (regulação contábil e tributária) 
(Brasil, 2002). No entanto, o empreendedor tem a obrigação tributária de 
registrar mensalmente o total de suas receitas em um formulário simplificado, de 
acordo com o Anexo XII da Resolução CGSN 140/2018 (Brasil, 2018). 
Saiba mais 
O formulário está disponível no Portal do Empreendedor: 
RELATÓRIO Mensal de Receitas Brutas. Portal do Empreendedor, S.d. 
Disponível em: <https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-
br/empreendedor/servicos-para-mei/relatorio-mensal>. Acesso em: 29 jun. 2023. 
Caso o empreendedor (pessoa física) opte por contratar um profissional 
contábil para manter a contabilidade do MEI (pessoa jurídica) em ordem, 
gerando os livros comerciais devidamente registrados no órgão competente, 
 
 
6 
assim como ocorre com as demais empresas optantes por outros regimes 
tributários (RIR/2018, art. 35 inciso IV), a distribuição de lucros para o 
empreendedor será realizada de forma isenta e sem qualquer imposto adicional, 
conforme previsto na Lei Complementar n. 123/2006, art. 14 (Brasil, 2006), e na 
Resolução CGSN n. 140/2018, art. 145, parágrafo 3º (Brasil, 2018). Além disso, 
uma contabilidade adequada proporciona uma gestão financeira de qualidade, 
ou seja, o MEI pode acompanhar de perto seus resultados, identificar 
oportunidades de melhorias e otimizar o desempenho financeiro da organização. 
Dentre as vantagens do MEI, destacam-se a facilidade no processo de 
abertura da empresa, com menos burocracia e custos reduzidos; o custo mensal 
fixo e simplificado da tributação; a declaração anual simplificada, o que diminui 
a carga de trabalho contábil; a cobertura previdenciária do INSS, que oferece 
benefícios como aposentadoria, auxílio doença, auxílio maternidade, auxílio 
reclusão para o empreendedor (pessoa física) e pensão por morte para a família; 
a possibilidade de contratar um empregado para auxiliar no crescimento do 
negócio; o acesso facilitado a crédito e linhas de financiamento; além da 
dispensa da obrigatoriedade de contabilidade para o MEI (pessoa jurídica) e 
emissão de nota fiscal em algumas situações. 
No entanto, apesar das diversas vantagens, o MEI também apresenta 
algumas desvantagens. O faturamento é limitado a R$ 81.000,00 por ano, o que 
pode restringir o crescimento do negócio. Caso o valor do faturamento anual 
ultrapasse o limite em até 20%, atingindo R$ 97.200,00 de faturamento no ano, 
o MEI deverá fazer a transição de sua condição de MEI para uma Microempresa 
(ME), cujo limite de faturamento anual é de até R$ 360.000,00. Além da mudança 
de categoria, será necessário efetuar o recolhimento do valor excedente por 
meio de um DAS complementar, emitido na Declaração Anual do Simples 
Nacional do MEI (DASN-SIMEI). Se o MEI ultrapassar o limite em mais de 20%, 
alcançando um valor superior a R$ 97.200,00, ocorrerá automaticamente a 
exclusão da categoria, e será realizada a cobrança retroativa de impostos sobre 
o valor total faturado durante o ano, com a aplicação das alíquotas de uma 
microempresa, acrescido de juros e multa (Lei Complementar n. 123/2006, art. 
18-A, parágrafo 7º, inciso III). 
Outra desvantagem em ser um MEI envolve o limite de contratação de 
funcionários, sendo permitido apenas um empregado. Ainda, a linha de crédito 
disponível para o MEI também pode ser reduzida em comparação a outras 
 
 
7 
categorias de empresa, o que pode dificultar o acesso a financiamentos. Outro 
ponto a ser considerado é que, se a pessoa física (CPF) que tiver MEI também 
estiver atuando profissionalmente em regime CLT for dispensado, ele não terá 
direito ao seguro-desemprego, uma vez que o governo considera que o MEI 
possui outra fonte de renda. 
Com suas vantagens e desvantagens, o MEI é uma oportunidade para 
que os empreendedores tenham um respaldo social. Na sequência, vamos 
conhecer as obrigações contábeis e tributárias para as microempresas, outro 
enquadramento de empresa. 
1.2 Obrigações contábeis e tributárias para ME 
Assim como o MEI, a ME também segue as regras da Lei Complementar 
n. 123/2006 em virtude do enquadramento por porte, porém possui obrigações 
contábeis e tributárias diferentes. Mas qual é a principal diferença entre o MEI e 
a ME? 
O MEI é aquele que tem uma receita bruta anual igual ou inferior a R$ 
81.000,00, enquanto a ME é aquela com uma receita bruta anual igual ou inferior 
a R$ 360.000,00. Enquanto o MEI recolhe um valor fixo mensal, a ME pode optar 
por diferentes regimes tributários, como o Simples Nacional, Lucro Presumido 
ou Lucro Real, dependendo do resultado do planejamento tributário. 
As obrigações tributárias estão diretamente relacionadas ao regime de 
tributação. Vamos analisar, inicialmente, as obrigações tributárias principais 
(arrecadação) das microempresas optantes pelo Simples Nacional. No Simples 
Nacional, o contribuinte (ME) deve recolher mensalmente, em um único 
Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), os seguintes tributos: 
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), 
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Programa 
de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público 
(PIS/Pasep), Contribuição Previdenciária Patronal (CPP), Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto Sobre Serviços (ISS). 
O valor arrecadado mensalmente pelo Simples Nacional será 
determinado mediante aplicação das alíquotas efetivas, calculadas com base 
nas alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos I a V desta Lei 
Complementar n. 123/2006. 
 
 
8 
Vamos supor que uma empresa comercial obtenha mensalmente receita 
bruta igual a R$ 130.000,00. Você pode visualizar a apuração da alíquota efetiva 
e do DAS no Quadro 2. 
Quadro 2 – Exemplo de apuração do Simples Nacional – Comércio 
Faturamento mensal R$ 130.000,00 
Receita bruta acumulada 12 meses R$ 1.560.000,00 
Anexo I – alíquota nominal 10,7% 
Valor a deduzir R$ 22.500,00 
Alíquota efetiva 
(1.560.000,00 𝑥 10,7%) − 22.500,00
1.560.000,00
=
166.920
1.560.000.00
= 0,0926 𝑥 100 = 9,26% 
 
Valor a pagar no DAS (R$ 130.000,00 x 
9,26%) 
R$ 12.035,00 
Fonte: Lolatto, 2023. 
Vamos considerar o caso em que a mesma empresa optou pelo regime 
tributário do Lucro Presumido. De acordo com a Lei n. 12.814, de 16 de maio de 
2013, ela pode escolher esse regime, uma vez que o limite de receita bruta total 
anual é de R$ 78.000.000,00 ou R$ 6.500.000,00 multiplicado pelo número de 
meses de atividade do ano-calendário anterior (Brasil, 2013). 
Uma característica principal desse regime é a presunção da base de 
cálculo do IRPJ e CSLL, que leva em consideração a atividade exercida pela 
empresa, conforme previsto no art. 592 do Regulamento do Imposto de Renda 
de 2018 (RIR/2018) e no art. 22 da Lei n. 10.684, de 30 de maio de 2003. O 
recolhimento é feito trimestralmente e o pagamento da primeira parcela dos 
tributos é considerado pelo Fisco como a escolha pelo Lucro Presumido. A 
apuração do ICMS ocorre mensalmente pelo regime não cumulativo, de acordo 
com a legislação de cada Estado. A apuração do PIS/Pasep e da Cofins é feita 
pelo regime cumulativo, aplicando-se as alíquotas de 0,65% e 3%, 
respectivamente, sobre a receita bruta mensal. 
No regime tributário do Lucro Real, a base de cálculo para apuração do 
IRPJ e da CSLL é o lucro real, ou seja, o lucro contábil ajustado pelas adições e 
exclusões definidas no RIR/2018. Também é possível realizar a compensação 
de prejuízos fiscais apurados em exercícios anteriores, limitado a 30% do lucro 
real antes da compensação. A legislação permite apurar o lucro real 
trimestralmenteou anualmente. O ICMS, PIS/Pasep e Cofins devem ser 
apurados mensalmente pelo regime não cumulativo. As empresas que faturarem 
 
 
9 
mais que R$ 78.000.000,00 estão automaticamente obrigadas a apuração pelo 
Lucro Real, conforme disposto no art. 257 do RIR/2018, sendo facultativo para 
as demais empresas. 
Assim, observa-se que o MEI realmente possui um ônus tributário menor 
em relação às empresas que optam pelo regime tributário do Simples Nacional, 
Lucro Presumido e Lucro Real. Os únicos tipos de empresas que podem aderir 
ao Simples Nacional são as MEs e EPPs, porém ME e EPP podem optar pelo 
Lucro Presumido ou pelo Lucro Real. 
As obrigações tributárias acessórias variam em função do regime 
tributário e da atividade desenvolvida pela empresa. Assim, o profissional 
contábil deve analisar a legislação vigente para cumprir com essas obrigações. 
De acordo com a Lei das Sociedades por Ações (Lei das S.A.), Lei n. 
6.404, de 15 de dezembro de 1976, e suas alterações posteriores, no art. 176, é 
estabelecido que as empresas, com exceção do MEI, são obrigadas a apresentar 
as seguintes demonstrações contábeis ao fim de cada exercício social: 
a. Balanço Patrimonial (BP); 
b. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); 
c. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
d. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); 
e. Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA); 
f. Notas Explicativas (NE) (Brasil, 1976). 
A Lei das S.A., art. 176, parágrafo 6o, ainda determina que a empresa de 
capital fechado, cujo patrimônio líquido na data do balanço seja inferior a R$ 
2.000.000,00, não terá a obrigação de elaborar e publicar a demonstração dos 
fluxos de caixa (Brasil, 1976). Cada demonstração possui normas específicas 
para sua elaboração. Agora vamos estudar as obrigações contábeis e tributárias 
para as PMEs. 
1.3 Obrigações contábeis e tributárias para PMES 
As Empresas de Pequeno Porte (EPP) são aquelas que auferem receita 
bruta anual maior a R$ 360.000,00 e menor ou igual a R$ 4.800.000,00. 
Considerando essa faixa de faturamento anual (receita bruta anual), elas se 
enquadram nas regras dispostas na Lei Complementar n. 123/2006 e podem 
 
 
10 
optar pelo regime tributário do Simples Nacional ou optar pelos regimes 
tributários do Lucro Presumido (Lei n. 12.814/2013) e Lucro Real (RIR/2018). 
Em contrapartida, as médias empresas não se enquadram nas regras 
estabelecidas pela Lei Complementar n. 123/2006, pois o faturamento bruto 
anual dessas empresas é maior que R$ 4.800.000,00 e menor ou igual a R$ 
300.000.000,00. Desta forma, elas só podem escolher entre o Lucro Presumido 
e o Lucro Real. 
A lógica de tributação (obrigações principais) das PMEs em relação ao 
regime tributário é a mesma lógica das microempresas. No regime tributário do 
Simples Nacional, o valor arrecadado mensalmente será determinado em função 
da aplicação das alíquotas efetivas, calculadas com base nas alíquotas nominais 
constantes das tabelas dos Anexos I a V desta Lei Complementar 123/2006. 
No Lucro Presumido, a base de cálculo do IRPJ e CSLL é presumida de 
acordo com a atividade exercida pela empresa. A apuração do ICMS ocorre 
mensalmente pelo regime não cumulativo e em conformidade com a legislação 
de cada Estado. A apuração do PIS/Pasep e da Cofins se dá pelo regime 
cumulativo, aplicando-se as alíquotas de 0,65% e 3%, respectivamente, sobre a 
receita bruta mensal. 
No regime tributário do Lucro Real, a base de cálculo para apuração do 
IRPJ e da CSLL é o lucro real, ou seja, o lucro contábil ajustado pelas adições e 
exclusões definidas no RIR/2018, sendo possível realizar a compensação de 
prejuízos fiscais apurados em exercícios anteriores, limitado a 30% do lucro real 
antes da compensação. A legislação permite apurar o lucro real trimestralmente 
ou anualmente. O ICMS, PIS/PASEP e Cofins devem ser apurados 
mensalmente pelo regime não cumulativo. 
As obrigações acessórias (declarações) das empresas podem variar de 
acordo com o regime tributário e a atividade desenvolvida pela empresa. Assim, 
as empresas devem cumprir as legislações vigentes. 
As demonstrações contábeis obrigatórias para as PMEs, assim como para 
as ME, estão relacionadas na Lei n. 6.404/76, art. 176 (Brasil, 1976). As regras 
para elaboração das demonstrações contábeis podem ser encontradas no CPC 
PME aderida pelo Conselho Federal de Contabilidade mediante divulgação da 
NBC TG 1000 (R1) (Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral 1000 
(Revisão 1)). Enquanto a NBC TG 1000 (R1) equivale ao CPC PME, que é o 
conjunto de normas contábeis aplicadas as médias empresas, a NBC TG 1001 
 
 
11 
é destinada para as pequenas empresas e a NBC TG 1002 é destinada para as 
microentidades. 
Agora vamos estudar com mais detalhes a Lei Complementar n. 
123/2006, que trata das questões tributárias e societárias das MPEs, e as 
normas técnicas de contabilidade NBCs 1001 e 1002 que estabelecem os 
critérios e procedimentos contábeis para essas empresas. 
TEMA 2 – LC 123 – REGRAS SOCIETÁRIAS PARA ME 
A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, também conhecida como 
Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte, foi 
estabelecida pela Lei Complementar n. 123/2006, ou LC 123/2006. Essa 
legislação definiu normas gerais, tanto societárias quanto tributárias, que visam 
proporcionar tratamento diferenciado e favorecido às Microempresas (ME) e às 
Empresas de Pequeno Porte (EPP) em âmbito federal, estadual, distrital e 
municipal, em conformidade com os arts. 146, 170 e 179 da Constituição Federal 
(Lemes Jr.; Pisa, 2019). 
De acordo com Lemes Jr. e Pisa (2019), a Lei Geral das Micro e Pequenas 
Empresas trouxe diversos benefícios, como a unificação do regime de tributação 
e simplificação das obrigações fiscais acessórias, redução do ônus tributário em 
receitas de exportação e substituição tributária, desobrigação de certas 
obrigações trabalhistas e previdenciárias, facilidade no processo de abertura, 
alteração e encerramento de MPEs, simplificação do acesso ao crédito e 
mercado, prioridade nas compras públicas, incentivo à inovação tecnológica, 
estímulo ao associativismo e consórcios, regulamentação do pequeno 
empresário, parcelamento de dívidas tributárias para enquadramento no Simples 
Nacional, entre outros benefícios. 
Dessa forma, a Lei Geral das MPEs passou a contribuir efetivamente com 
a construção de um ambiente sustentável para o desenvolvimento e crescimento 
dos pequenos negócios. A categoria de Microempresário Individual (MEI), que 
não se enquadra como ME ou EPP, foi criada com base na alteração da LC 
123/2006 realizada por meio da Lei Complementar n. 128, de 19 de dezembro 
de 2008. O MEI possui benefícios mais amplos que as MPEs, entre os quais a 
garantia de que todos os custos relacionados à abertura, alvará, funcionamento, 
alterações, entre outros, estão reduzidos a zero. 
 
 
12 
Mas quais são as regras societárias relativas às microempresas dispostas 
na LC n. 123/2006? 
A Lei Complementar n. 123/2006, em seu art. 3º, parágrafo 4º, estabelece 
algumas regras e limites no âmbito societário para as microempresas e 
empresas de pequeno porte do Simples Nacional, como descrito a seguir: 
1. Não pode ter participação de outras empresas em seu capital; 
2. Não pode ter sede no exterior ou filial, sucursal, agência ou representação 
no país; 
3. Sócio (pessoa física) pode participar do capital de outras empresas do 
Simples Nacional desde que o faturamento bruto anual não ultrapasse R$ 
4.800.000,00; 
4. Sócio (pessoa física) com até 10% de participação em empresa fora do 
Simples Nacional não tem o faturamento somado como critério de 
impedimento, mas acima de 10% é somado e não pode ultrapassar R$ 
4.800.000,00; 
5. Sócio ou titular (pessoa física) que atuar como administrador em outra 
empresa terá a receita bruta global somada, não podendoultrapassar R$ 
4.800.000,00; 
6. Empresa constituída como cooperativa, exceto cooperativas de consumo, 
não pode aderir ao Simples Nacional; 
7. A empresa do Simples Nacional não pode ser sócia do capital de outra 
pessoa jurídica; 
8. Empresas que desenvolvam atividades específicas, como instituições 
financeiras, não podem fazer parte do Simples Nacional; 
9. Empresas que tenham realizado cisão, fusão ou incorporação nos últimos 
cinco anos não podem fazer parte do Simples Nacional; 
10. Sociedades por ações não podem aderir ao Simples Nacional; 
11. Sócio ou titular não pode ter relação de pessoalidade, subordinação e 
habitualidade com o contratante do serviço, como no caso de pejotização 
(Brasil, 2006). 
Considerando os benefícios de ser enquadrado no Simples Nacional, é 
fundamental compreender as regras societárias. A seguir, conheceremos as 
regras tributárias aplicáveis às empresas de pequeno porte que possuem um 
tratamento jurídico diferenciado previsto na LC n. 123/2006. 
 
 
13 
TEMA 3 – LC 123 - REGRAS TRIBUTÁRIAS PARA EPP 
A principal diferença entre as ME e EPP compreende o limite máximo que 
cada uma delas pode faturar anualmente. Segundo a LC n. 123/2006, uma ME 
pode faturar até R$ 360.000,00 por ano, enquanto uma EPP deve ter um 
faturamento anual entre R$ 360.000,00 e R$ 4.800.000,00. O faturamento bruto 
ou receita bruta corresponde ao valor total obtido pela empresa com a venda de 
bens e serviços, antes dos descontos referentes a despesas e tributos. 
As MEs e as EPPs que se enquadram nesses limites podem aderir a um 
a um regime tributário simplificado, denominado de Simples Nacional, que é um 
regime exclusivo para MEs e EPPs. O cálculo do tributo a pagar mensalmente é 
realizado com base no faturamento bruto da empresa por meio do DAS, 
conforme estudado anteriormente. 
A adesão ao Simples Nacional é facultativa, visto que as MEs e EPPs 
também podem optar pelo Lucro Presumido ou Lucro Real. No Lucro Presumido, 
o cálculo do IRPJ e da CSLL é feito com base no lucro presumido, ou seja, aplica-
se percentuais de presunção sobre a receita bruta trimestral. No Lucro Real, o 
lucro líquido contábil é ajustado a fim de aplicar as alíquotas do IRPJ e da CSLL. 
A natureza jurídica das MEs e EPPs também é um dos critérios para aderir 
ao regime tributário do Simples Nacional. Enquanto o porte está associado ao 
faturamento da empresa, a natureza jurídica define as regras de abertura e 
direitos dos sócios. 
A LC n. 123/2006, art. 3º, determina que, para se enquadrar no Simples 
Nacional, as MEs e as EPPs devem ter natureza jurídica de Sociedade Limitada, 
Empresário Individual ou Sociedade Simples (Brasil, 2006). Mas o que quer dizer 
cada uma dessas naturezas jurídicas? 
A Sociedade Limitada é uma forma de sociedade contratual que pode ser 
de pessoas ou de capital, conforme definido no contrato social. O contrato social 
de uma Sociedade Limitada de pessoas inclui cláusulas de controle para a 
entrada de terceiros estranhos à sociedade, por exemplo, condicionar a cessão 
de cotas sociais à aprovação dos demais cotistas ou proibir a sucessão dos 
herdeiros por morte de um sócio. Se o contrato social não estabelecer restrições 
à entrada de terceiros, seja por sucessão ou cessão de cotas, então a Sociedade 
Limitada será considerada de capital (Vido, 2022, p. 85). 
 
 
14 
O Empresário Individual é uma pessoa física que exerce uma atividade 
empresarial sem ter sócios. Nesse caso, o empresário assume o risco total pela 
atividade exercida, ou seja, não há separação entre o patrimônio empresarial e 
pessoal. Portanto, em caso de dívidas empresariais ou pessoais, o patrimônio 
único do empresário pode ser utilizado para responder por tais obrigações (Vido, 
2022). 
A Sociedade Simples é uma forma de sociedade utilizada para atividades 
que não são consideradas empresariais, como é o caso de sociedades formadas 
por profissionais intelectuais. Por exemplo, consultórios médicos, escritórios de 
advocacia e atividades similares podem optar pela constituição de uma 
Sociedade Simples (Vido, 2022). 
Diante disso, ao aderir ao Simples Nacional, a empresa deve identificar 
as tabelas de apuração dos tributos. O Simples Nacional dispõe de cinco anexos 
diferentes e cada anexo possui tabelas especificas para apuração do DAS. O 
Anexo I é aplicado na atividade comercial, o Anexo II é utilizado na atividade 
industrial, o Anexo III é empregado nas receitas de locação de bens móveis e de 
prestação de serviços não relacionados no parágrafo 5º-C do art. 18 da LC 
123/2006, o Anexo IV é aplicado nas receitas decorrentes da prestação de 
serviços relacionados no parágrafo 5º-C do art. 18 da LC 123/2006 e o Anexo V 
é empregado nas receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no 
parágrafo 5º-I do art. 18 da LC 123/2006 (Brasil, 2006). 
Agora que compreendemos o aspecto tributário das micro e pequenas 
empresas com mais profundidade, vamos conhecer os aspectos contábeis. As 
NBCs TG 1001 e 1002 são as normas destinadas para as microentidades e 
pequenas empresas. 
TEMA 4 – NBC TG 1002 – REGRAS CONTÁBEIS PARA ME 
 A NBC TG 1002 entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2023, 
revogando a ITG 1000. Essa norma contábil é aplicada às microentidades. De 
acordo com a norma, as microentidades são aquelas empresas com finalidade 
de lucros, que possuem receita bruta anual de até R$ 4.800.000,00. Para o 
Conselho Federal de Contabilidade, as microentidades compreendem as 
microempresas e empresas de pequeno porte descritas na legislação fiscal. As 
microentidades que ultrapassarem o limite de receita bruta anual de R$ 
 
 
15 
4.800.000,00 por dois anos seguidos passarão, obrigatoriamente, a seguir a 
NBC TG 1001. 
De acordo com a NBC TG 1002, as demonstrações contábeis têm o 
objetivo de apresentar informações sobre a posição financeira (balanço 
patrimonial) e o desempenho (resultado) da empresa. Para isso, as informações 
devem atender unicamente às características qualitativas (princípios gerais) da 
compreensibilidade, relevância (materialidade), confiabilidade, prudência e 
comparabilidade. 
As demonstrações contábeis obrigatórias para as microentidades são o 
Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e 
a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e devem ser 
apresentadas de forma comparativa às demonstrações do ano anterior (NBC TG 
1002). É importante observar que as contas são denominadas de forma diferente 
nas microentidades quando comparadas às pequenas e médias empresas. Por 
exemplo, nas microentidades temos no BP as contas caixa e bancos e nas 
pequenas empresas temos disponibilidades. 
A NBC TG 1002 também trata de mudanças de políticas contábeis, 
mudanças de estimativas e retificação de erros, tratamento contábil de 
instrumentos financeiros, estoques, investimentos, imobilizado, intangível, 
arrendamentos e aluguéis, passivos e provisões, patrimônio líquido, receitas, 
despesas financeiras, benefícios a empregados e administradores, tributos 
sobre o lucro e transações em moeda estrangeira. Na sequência, vamos ver 
algumas particularidades para esse tipo de empresa. 
Os estoques podem ser avaliados pelo método do Primeiro a Entrar, 
Primeiro a Sair (PEPS), ou pelo método do custo médio ponderado, de forma 
consistente ao longo do tempo e aplicado da mesma forma para estoques de 
natureza e uso parecido (NBC TG 1002). O método Último a Entrar, Primeiro a 
Sair (UEPS) não pode ser utilizado para fins contábeis por essas entidades, 
diferentemente do que ocorre nas grandes empresas. Para fins tributários, o 
método UEPS não pode ser aplicado. 
Os investimentos societários realizados por microentidades devem ser 
avaliados exclusivamente pelo método de custo, não sendo aplicável o método 
de equivalência patrimonial. Desta forma, os lucros distribuídos por essas 
entidades investidas serão reconhecidoscomo receitas de dividendos ou de 
lucros recebidos. Se houver uma clara desvalorização do investimento, essa 
 
 
16 
perda deve ser registrada como um débito no resultado (NBC TG 1002). A 
restrição do uso da equivalência patrimonial é aplicada apenas para as 
microentidades. 
O imobilizado nas microentidades inclui propriedade para investimento. A 
propriedade para investimento consiste na propriedade física, como um terreno 
que o proprietário mantém para ter rendas e/ou valorizar o capital (NBC TG 
1002). Vamos observar que o registro da propriedade para investimento ocorre 
da mesma forma nas pequenas empresas e difere das médias empresas. 
Os bens do ativo imobilizado devem ser reconhecidos pelo custo de 
aquisição e devem ser depreciados pelo método da linha reta, considerando o 
prazo de vida útil definido pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil. 
Caso uma alternativa diferente proporcione uma apresentação do balanço e um 
desempenho substancialmente melhores, ela poderá ser adotada. As partes e 
peças de substituição nas microentidades devem ser contabilizadas como 
despesa do período em que ocorrer a substituição (NBC TG 1002). Vamos ver 
que o reconhecimento das partes e peças de substituição nas médias empresas 
recebe um tratamento diferenciado. 
O ativo intangível deve ser contabilizado pelo custo de aquisição, o qual 
compreende o preço de compra à vista, os tributos não recuperáveis e demais 
custos diretamente associados à compra. Os gastos com pesquisa e 
desenvolvimento devem ser reconhecidos como despesa. A amortização do 
ativo intangível deve ocorrer no prazo máximo de 5 anos, sendo iniciada quando 
o ativo estiver disponível para uso ou quando o projeto estiver concluído (NBC 
TG 1002). Vamos observar que o prazo limite de amortização nas pequenas 
empresas difere das microentidades. 
De acordo com a NBC TG 1002, as contraprestações dos arrendamentos 
em microentidades são contabilizadas como despesa pelo arrendatário e como 
receita pelo arrendador, sem distinção entre arrendamento operacional e 
arrendamento financeiro. O mesmo tratamento é dado às pequenas empresas. 
As microentidades devem reconhecer as receitas quando transferirem 
para o comprador os riscos e benefícios do ativo, puderem mensurar a receita 
com confiabilidade e for provável seu recebimento. No entanto, elas podem, por 
expediente prático, reconhecer as receitas no momento da emissão da nota 
fiscal, desde que representem adequadamente a posição patrimonial e o 
 
 
17 
desempenho da empresa (NBC TG 1002). O expediente prático se aplica apenas 
às microentidades. 
De acordo com a NBC TG 1002, as microentidades devem apresentar a 
despesa com tributos sobre o lucro (IRPJ e CSLL) na Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE) antes do resultado líquido do exercício, caso 
sejam optantes pelo Lucro Real e Lucro Presumido (CFC, 2021b). Porém, se 
forem optantes pelo Simples Nacional, os tributos podem ser evidenciados como 
dedução da receita bruta. Essa opção de reconhecimento dos tributos sobre o 
lucro pelo Simples Nacional é tratada como expediente prático para as pequenas 
empresas. 
As normas de contabilidade aplicadas às microentidades são mais 
simples do que as normas aplicadas às demais entidades. Em seguida, 
analisaremos as normas aplicadas às pequenas empresas. 
TEMA 5 – NBC TG 1001 – REGRAS CONTÁBEIS PARA EPP 
A NBC TG 1001 entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2023. Essa 
norma contábil é aplicada às pequenas empresas que antes eram objeto de 
estudo da NBC TG 1000. De acordo com a norma, as pequenas empresas são 
aquelas empresas com finalidade de lucros, com receita bruta anual acima de 
R$ 4.800.000,00 até R$ 78.000.000,00. Na legislação fiscal, as empresas que 
se encontram dentro dessa faixa de faturamento são classificadas como 
empresas de médio porte. As empresas de pequeno porte que ultrapassarem o 
limite da receita bruta anual de R$ 78.000.000,00 por dois anos seguidos 
passarão, obrigatoriamente, a seguir a NBC TG 1000 (R1). 
De acordo com a NBC TG 1001 (CFC, 2021a), o limite de R$ 4.800.000,00 
está vinculado ao inciso II do art. 3º da Lei Complementar n 123/2006 (Simples 
Nacional) e o limite de R$ 78.000.000,00 está associado ao art. 13 da Lei n. 
9.718/1998 (Lucro Presumido). Se o limite das referidas Leis for alterado, 
considera-se também alterado o limite da Norma. 
A NBC TG 1001 não pode ser aplicada de forma parcial, exceto quando 
não houver tratamento contábil específico para determinada situação. Então, se 
a NBC TG 1001 não especificar como contabilizar um evento, o profissional 
contábil deve recorrer à NBC TG 1000 (R1) e se a NBC TG 1000 (R1) não 
descrever como contabilizar, o profissional contábil deve adotar os CPCs de 
maneira geral. 
 
 
18 
A NBC TG 1001 não se aplica às entidades que possuem 
responsabilidade pública de prestação de contas, como é o caso das 
companhias abertas e das instituições financeiras que precisam prestar contas 
à Comissão de Valores Mobiliários. 
O objetivo das demonstrações contábeis, segundo a NBC TG 1001, é 
apresentar informações sobre a situação patrimonial e financeira (BP), o 
desempenho (DRE) e os fluxos de caixa da entidade, assim como informações 
qualitativas em notas explicativas e relatórios adicionais que contribuem para a 
tomada de decisões dos usuários. Dessa forma, as demonstrações contábeis 
obrigatórias para as empresas de pequeno porte são as seguintes: 
a. Balanço Patrimonial (BP); 
b. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); 
d. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); 
e. Notas Explicativas (NE), contendo o resumo das políticas contábeis mais 
relevantes e outras informações explanatórias. 
As informações das demonstrações contábeis devem conter as 
características qualitativas (princípios gerais) da compreensibilidade, relevância 
(materialidade), confiabilidade, primazia da essência sobre a forma, prudência e 
comparabilidade. A NBC TG 1001, em relação à NBC TG 1002, introduziu o 
princípio da primazia da essência sobre a forma, registrando os eventos com 
base na essência, e não apenas na sua forma legal, por exemplo, na 
depreciação mensal com base na vida útil real do bem. Agora vamos entender 
mais algumas particularidades para esse tipo de empresa. 
A entidade deve apresentar no BP os grupos do ativo circulante e não 
circulante, passivo circulante e não circulante e patrimônio líquido de forma 
separada, assim como ocorre com os demais tipos de empresa. No entanto, as 
contas que compõem o balanço recebem denominações diferentes das 
microentidades e que devem ser observadas nas normas. Por exemplo, as 
microentidades devem registrar a conta caixa e bancos no ativo circulante, 
enquanto as pequenas empresas devem registrar a conta Disponibilidades. Em 
contrapartida, para as médias empresas, é adotada a denominação Caixa e 
Equivalentes de Caixa. 
Na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), as despesas são 
agrupadas por função e não por natureza, o que significa que a empresa não 
 
 
19 
precisa especificar na demonstração quais são as despesas administrativas 
(como pessoal, materiais, depreciações, entre outros). A entidade tem a opção 
de fornecer informações adicionais por meio de notas explicativas (NBC TG 
1001). Ainda, nas pequenas empresas, a DRE deve iniciar com a receita líquida, 
e as informações anteriores (receita bruta e deduções e abatimentos) podem ser 
explicadas nas notas explicativas, pois essas entidades são obrigadas a elaborar 
essas notas. Em contrapartida, as microentidades devem começar a DRE com 
a informação da receita bruta, e a demonstração é apresentada de forma mais 
detalhada, uma vez que não é obrigatória a elaboração das notas explicativas. 
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) pode ser 
substituída pela Demonstração dosLucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). 
Isso ocorre quando há apenas movimentação das contas de lucros e prejuízos 
acumulados, ou seja, quando não há integralização de capital ou movimentação 
de contas entre reservas (NBC TG 1001). 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) deve ser apresentada pelo 
método indireto, baseando-se no resultado líquido do período e analisando a 
movimentação das contas patrimoniais e de resultado. A DFC deve detalhar os 
fluxos de atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos. A NBC 
TG 1001 especifica, por exemplo, que os juros e dividendos recebidos devem 
ser lançados nas atividades de investimentos e os juros e dividendos pagos 
devem ser registros nas atividades de financiamos (CFC, 2021a). Essa é uma 
diferença importante da NBC TG 1000 (R1), pois as médias empresas devem 
analisar a característica da operação para realizar o registro. 
As Notas Explicativas (NEs) devem conter apenas informações relevantes 
aos usuários e podem ser apresentadas em ordem de maior relevância, maior 
risco ou agrupadas por função na estrutura patrimonial, com a obrigação de 
declarar a conformidade com a NBC TG 1001. As demonstrações devem ser 
apresentadas de forma comparativa às demonstrações do ano anterior. 
Os investimentos feitos por pequenas empresas devem obrigatoriamente 
ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial, ao contrário das 
microempresas, que utilizam o método de custo para avaliar seus investimentos. 
A equivalência patrimonial consiste na atualização do valor do investimento com 
base em quaisquer mudanças no Patrimônio Líquido da empresa investida, 
levando em consideração a participação efetiva do investidor (Santos et al., 
2022, p. 99). 
 
 
20 
A propriedade para investimento das pequenas empresas recebe o 
mesmo tratamento contábil das microempresas, ou seja, é reconhecida como 
imobilizado pelo custo de aquisição, e o valor registrado não é ajustado ao valor 
justo ao longo do tempo (NBC TG 1001) (CFC, 2021a). 
O imobilizado nas pequenas empresas é reconhecido pelo custo de 
aquisição e deve ser depreciado pelo método da linha reta. A depreciação, ao 
contrário das microempresas, deve ser registrada com base na vida útil que 
melhor represente o uso do imobilizado, ou conforme definido pela Secretaria 
Especial da Receita Federal do Brasil (expediente prático) (NBC TG 1001) (CFC, 
2021a). 
As partes e peças de substituição do imobilizado nas pequenas empresas 
devem ser contabilizadas como despesa no período em que ocorrer a 
substituição, exceto quando as partes e peças adicionarem benefícios futuros à 
entidade. Nesse caso, a entidade deve adicionar o custo ao bem e baixar o valor 
contábil das partes substituídas contra o resultado (NBC TG 1001) (CFC, 2021a). 
Podemos observar que, nas pequenas empresas, há a opção de incluir as partes 
e peças de substituição como parte do ativo imobilizado, enquanto nas 
microentidades elas devem ser reconhecidas diretamente no resultado. 
Assim como nas microentidades, as pequenas empresas devem registrar 
os ativos intangíveis pelo custo de aquisição, e os gastos com pesquisa e 
desenvolvimento devem ser reconhecidos como despesa. No entanto, as 
pequenas empresas devem amortizar os intangíveis de acordo com o período 
de vigência dos direitos contratuais ou outros direitos legais. Caso a amortização 
não possa ser realizada com base nesses critérios, a vida útil estimada pela 
administração não deve ultrapassar o limite de dez anos, e somente poderá ser 
menor do que cinco anos se devidamente justificado (NBC TG 1001) (CFC, 
2021a). 
Conforme a NBC TG 1001, as contraprestações de arrendamentos de 
pequenas empresas devem ser contabilizadas como despesa pelo arrendatário 
e como receita pelo arrendador, independentemente de serem arrendamentos 
operacionais ou financeiros, assim como ocorre para as microentidades (CFC, 
2021a). 
A classificação de um instrumento como passivo ou patrimônio líquido 
deve refletir a essência do acordo contratual. Por exemplo, adiantamentos feitos 
pelos sócios para aumento de capital devem ser reconhecidos como patrimônio 
 
 
21 
líquido, uma vez que se entende que esses valores não serão revertidos. Ainda, 
a emissão de ações ou outros títulos patrimoniais, as ações ou quotas em 
tesouraria, reservas de capital e reservas de lucros devem ser reconhecidos no 
patrimônio líquido. Já os valores a serem distribuídos aos sócios devem ser 
reconhecidos como passivo (NBC TG 1001) (CFC, 2021a). 
O tratamento para os tributos sobre o lucro (IRPJ e CSLL) na NBC TG 
1001 é semelhante à NBC TG 1002, ou seja, as entidades optantes pelo Lucro 
Real e Lucro Presumido devem apresentar os tributos sobre o lucro na DRE 
antes do resultado líquido do exercício. E, caso a pequena empresa seja optante 
pelo Simples Nacional, ela pode evidenciar os tributos como dedução da receita 
bruta. 
Diante desse contexto, a aplicação das normas contábeis pode ser 
resumida conforme apresentado no Quadro 3. 
Quadro 3 – Aplicação das normas contábeis 
Tipo de entidade Porte da entidade 
Norma a ser 
aplicada 
Alternativa permitida 
Empresas de 
grande porte 
(Sociedades por 
Ações) 
Ativo total > R$ 240 
milhões ou 
Receita bruta anual > 
R$ 300 milhões 1 
Todos os CPCs Não há 
Médias empresas 
Ativo total até R$ 240 
milhões ou 
Receita bruta anual 
entre R$ 78 milhões a 
R$ 300 milhões 
CPC PME (NBC TG 
1000 (R1)) 
Todos os CPCs 
Pequenas 
empresas 
Receita bruta anual 
entre R$ 4,8 milhões 
a R$ 78 milhões 
NBC TG 1001 
CPC PME (NBC TG 
1000 (R1)) ou 
Todos os CPCs 
Microempresas 
Receita bruta anual < 
R$ 4,8 milhões 
NBC TG 1002 
NBC TG 1001 ou 
CPC PME (NBC TG 
1000 (R1)) ou 
Todos os CPCs 
1. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, art. 3º, parágrafo único 
Fonte: Lolatto, 2023. 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é responsável pela 
tradução das Normas Internacionais de Contabilidade, as IFRS (International 
Financial Reporting Standards). Os pronunciamentos emitidos são aplicados, na 
maioria das vezes, pelas empresas de grande porte, e quando as NBCs não 
abordarem determinado assunto. As normas são hierarquizadas de acordo com 
o conteúdo apresentado no Quadro 3, quarta coluna. 
 
 
22 
O profissional da contabilidade deve estar atento a todas as normas e as 
mudanças que ocorrem constantemente a fim de que as informações 
representam a real situação econômico-financeira da empresa. 
TROCANDO IDEIAS 
Vamos supor que você tenha uma indústria que produza produtos de 
higiene. A empresa está enquadrada como EPP pela LC 123/2006. Então, ao 
realizar um estudo sobre o regime tributário mais vantajoso, você identifica que 
o Simples Nacional gerará um ônus tributário menor. A indústria apresenta um 
faturamento bruto mensal de R$ 100.000,00 e deve aplicar o Anexo II da referida 
Lei. Sendo assim, apure o valor do DAS mensal a recolher com base nos dados 
apresentados a seguir: 
Quadro 4 – Alíquotas 
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$) 
1a Faixa Até 180.000,00 4,50% - 
2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,00 
3a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,00 
4a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,00 
5a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,00 
6a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00 
Fonte: Brasil, 2006, Anexo II. 
Quadro 5 – Partilha do Simples Nacional 
Faixas 
Percentual de Repartição dos Tributos 
IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP IPI ICMS 
1a Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00% 
2a Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00% 
3a Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00% 
4a Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00% 
5a Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00% 
6a Faixa 8,50% 7,50% 20,96% 4,54% 23,50% 35,00% - 
Fonte: Brasil, 2006, Anexo II. 
NA PRÁTICA 
Agora que conhecemos um poucosobre as regras tributárias, societárias 
e contábeis das micro e pequenas empresas, que tal exercitarmos os 
conhecimentos adquiridos? 
Questão 1 – Sobre o MEI 
 
 
23 
A Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, é a principal lei 
das micro e pequenas empresas. A instituição dessa lei favoreceu as empresas 
que se encontram em situação de irregularidade, pois tornou o processo de 
abertura e tributação mais simples. O Microempresário Individual (MEI) é uma 
das figuras mais beneficiadas com a lei. 
Nesse sentido, analise as assertivas a seguir sobre os benefícios de ser 
MEI e assinale a alternativa correta. 
I. O tributo mensal a pagar é fixo e está associado a atividade desenvolvida. 
II. A contabilidade e a emissão de nota fiscal não são obrigatórias. 
III. Há a possibilidade de contratar no máximo dois empregados. 
IV. Há cobertura previdenciária do INSS. 
Assinale a alternativa correta: 
a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
c. Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
d. Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas. 
e. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. 
Questão 2 – Sobre o ME 
A Microempresa (ME), pela Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro 
de 2006 (Simples Nacional), é aquela que aufere receita bruta anual menor ou 
igual a R$ 360.000,00. O valor a recolher mensalmente pelas MEs optantes pelo 
Simples Nacional é determinado mediante aplicação das alíquotas efetivas, 
calculadas com base nas alíquotas nominais constantes nas tabelas dos Anexos 
I a V da referida Lei. 
Nesse sentido, considere que uma empresa comercial aufere receita bruta 
mensal igual a R$ 110.000,00. Assinale a alternativa que corresponde ao valor 
do DAS a recolher. 
a. R$ 8.455,00. 
b. R$ 9.295,00. 
c. R$ 9.895,00. 
d. R$ 11.770,00. 
e. R$ 18.740,00. 
Questão 3 – Regras societárias para ME 
 
 
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A Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, art. 3º, parágrafo 
4º, estabelece algumas regras e limites no âmbito societário para as 
microempresas e empresas de pequeno porte do Simples Nacional. Quando 
essas regras não são cumpridas, a empresa é desenquadrada do Simples 
Nacional. 
Assim, analise as assertivas a seguir sobre os requisitos societários para 
a empresa ser enquadrada no Simples Nacional e assinale a alternativa correta. 
I. A empresa não pode ter em seu capital participação de outras empresas. 
II. A empresa não pode ter sede no exterior e filial no País. 
III. A empresa não pode ser sócia do capital de outra pessoa jurídica. 
IV. A empresa não pode constituída sob a forma de cooperativas de 
consumo. 
Assinale a alternativa correta: 
a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
c. Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
d. Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
e. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. 
Questão 4 – Regras contábeis para ME 
De acordo com a NBC TG 1002, o objetivo das demonstrações contábeis 
consiste em apresentar informações sobre a posição financeira (balanço 
patrimonial) e o desempenho (resultado) da empresa. Dessa forma, as 
informações devem atender às características qualitativas (princípio gerais) da 
compreensibilidade, relevância (materialidade), confiabilidade, prudência e 
comparabilidade. 
Sendo assim, analise as assertivas a seguir sobre os princípios gerais e 
assinale a alternativa correta. 
I. O princípio da relevância prevê que as informações contábeis devem ser 
capazes de fazer a diferença na tomada de decisões. 
II. O princípio da confiabilidade determina que a informação contábil não 
deve ser tendenciosa. 
III. O princípio da comparabilidade estabelece que os ativos e receitas devem 
ser mensuradas pelo menor valor e os passivos e despesas pelo maior 
valor. 
 
 
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IV. O princípio da prudência determina que as informações podem ser 
comparadas ao longo do tempo ou com outras entidades do mesmo setor. 
Assinale a alternativa correta: 
a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
c. Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
d. Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
e. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. 
FINALIZANDO 
Nesta etapa, estudamos sobre obrigatoriedades contábeis e tributárias 
para Microempresário Individual (MEI), Microempresa (ME) e Pequenas e 
Médias Empresas (PMEs). Conhecemos as normas aplicáveis e modelos e 
planos de contas e de demonstrações contábeis. 
Os temas tratados nesta etapa foram os seguintes: 
• Obrigatoriedades contábeis e tributárias (obrigações acessórias) para 
MEI, ME e PMEs; 
• LC 123 - Regras societárias para ME; 
• LC 123 - Regras tributárias para EPP; 
• NBC TG 1002 – Regras contábeis para ME; 
• NBC TG 1001 – Regras contábeis para EPP. 
Posteriormente, estudaremos sobre as regras de elaboração e 
apresentação das demonstrações contábeis das médias empresas. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Diário Oficial 
da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 15 dez. 2006. 
BRASIL. Lei Complementar n. 128, de 19 de dezembro de 2008. Diário Oficial 
da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 22 dez. 2008. 
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 17 dez. 1976. 
BRASIL. Comitê Gestor do Simples Nacional. Resolução CGSN n. 140, de 22 de 
maior de 2018. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 maio 
2018. 
BRASIL. Lei n. 12.814, de 16 de maio de 2013. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 17 maio 2013. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TG 1000 (R1). Diário 
Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 1 nov. 2016. 
_____. NBC TG 1001. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 
9 dez. 2021. 
_____. NBC TG 1002. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 
9 dez. 2021. 
LEMES JR, A. B.; PISA, B. J. Administrando Micro e Pequenas Empresas – 
Empreendedorismo e gestão. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
MARION, J. C. Contabilidade básica. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2022. 
SANTOS, A. dos et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas 
as sociedades: de acordo com as normas internacionais e do CPC. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2022. 
VIDO, E. Curso de direito empresarial. São Paulo: SaraivaJur, 2022. 
 
 
 
 
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GABARITO 
Resposta do exercício da seção Trocando Ideias 
Quadro 6 – Apuração do Simples Nacional – Indústria 
Faturamento mensal R$ 100.000,00 
Receita bruta acumulada 12 meses R$ 1.200.000,00 
Anexo I – alíquota nominal 11,20% 
Valor a deduzir R$ 22.500,00 
Alíquota efetiva 
(1.200.000,00 𝑥 11,20%) − 22.500,00
1.200.000,00
=
111.900
1.200.000.00
= 0,09325 𝑥 100 = 9,33% 
 
Valor a pagar no DAS (R$ 100.000,00 x 
9,33%) 
R$ 9.325,00 
Fonte: Lolatto, 2023. 
Gabarito dos exercícios da seção Na prática 
Questão 1 
Correta: d. Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas. 
Dentre as vantagens do MEI, temos: 
• Facilidade no processo de abertura da empresa; 
• Custo mensal reduzido a valores fixos (tributação); 
• Declaração anual simplificada; 
• Cobertura previdenciária do INSS, como aposentadoria, auxílio doença, 
auxilio maternidade, auxilio reclusão e pensão por morte para a família; 
• Possibilidade de contratar um empregado; 
• Crédito facilitado; 
• Contabilidade e emissão de nota fiscal não são obrigatórias. 
Questão 2 
Correta: c. R$ 9.895,00. 
Quadro 7 – Apuração do Simples Nacional – Comércio 
Faturamento mensal R$ 110.000,00 
Receita bruta acumulada 12 meses R$ 1.320.000,00 
Anexo I – alíquota nominal 10,70% 
Valor a deduzir R$ 22.500,00 
Alíquota efetiva 
(1.320.000,00 𝑥 10,70%) − 22.500,00
1.320.000,00
=
118.740
1.320.000.00
= 0,09325 𝑥 100 = 9,33%28 
Valor a pagar no DAS (R$ 110.000,00 x 
9,00%) 
R$ 9.325,00 
Fonte: Lolatto, 2023. 
Questão 3 
Correta: d. Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
A empresa, para aderir ao Simples Nacional, não pode ter em seu capital 
participação de outras empresas; não pode ter sede no exterior e filial no país; 
não pode ser sócia do capital de outra pessoa jurídica; e não pode ser constituída 
sob a forma de cooperativas, com exceção as de consumo. 
Questão 4 
Correta: a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
O princípio da relevância prevê que as informações contábeis devem ser 
capazes de fazer a diferença na tomada de decisões. O princípio da 
confiabilidade determina que a informação contábil não deve ser tendenciosa. O 
princípio da prudência estabelece que os ativos e receitas devem ser 
mensuradas pelo menor valor e os passivos e despesas pelo maior valor. O 
princípio da comparabilidade determina que as informações podem ser 
comparadas ao longo do tempo ou com outras entidades do mesmo setor.

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