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IdadeModerna (1)

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SISTEMADEENSINO
HISTÓRIA
Idade Moderna
Livro Eletrônico
HISTÓRIA
Idade Moderna
Daniel Vasconcellos
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SUMÁRIo
1. Idade Moderna ...............................................................................................................................................................4
1.1. O Renascimento Cultural e Comercial ..........................................................................................................4
1.1.1. Renascimento Comercial e Urbano .............................................................................................................4
1.1.2. Renascimento Cultural......................................................................................................................................8
1.2. O Absolutismo Monárquico .............................................................................................................................14
1.3. A Reforma e a Contra-Reforma.......................................................................................................................17
1.3.1. A Reforma Luterana ..........................................................................................................................................17
1.3.2. A Reforma Calvinista........................................................................................................................................19
1.3.3.A Reforma Anglicana ......................................................................................................................................20
1.3.4. A Contrarreforma Católica............................................................................................................................21
4. As Grandes Navegações no Século XV: Partilha de Terras Coloniais, Economia
Mercantil e Regime de Monopólios, Fortalecimento da Burguesia Mercantil..........................22
1.4.1. O Pioneirismo Português..............................................................................................................................25
1.4.2. Expansão Marítima Espanhola.................................................................................................................26
1.4.3. As Práticas Mercantilistas .........................................................................................................................28
5. O Tráfico Atlântico, a Escravidão Africana e a Diáspora dos Povos Africanos ................30
6.A América antes dos Europeus: Populações Nativas, Organização Social e Cultural .34
1.6.1. Populações Nativas do Brasil ....................................................................................................................34
1.6.2. Incas, Maias e Astecas ..................................................................................................................................38
1.7. Iluminismo e Revolução Francesa ..............................................................................................................43
1.7.1. Iluminismo .............................................................................................................................................................43
1.7.2. A Revolução Francesa ...................................................................................................................................47
Resumo ............................................................................................................................................................................... 52
Mapas Mentais ...............................................................................................................................................................54
Questões Comentadas em Aula............................................................................................................................ 58
Exercícios ........................................................................................................................................................................... 67
Gabarito .............................................................................................................................................................................. 82
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................83
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HISTÓRIA
Idade Moderna
Daniel Vasconcellos
1.IDADE MODERNA
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A Idade Moderna se inicia em 1453, com a queda de Constantinopla para os turcos. O que
nos interessa, nesse primeiro momento, é entender que a Idade Moderna se apresenta como
uma transição do mundo feudal para o mundo capitalista. Essa transição se deu num processo
em que ocorreram inúmeras transformações sociais, econômicas, políticas e religiosas.
O renascimento comercial e urbano criou cidades de grande importância (Gênova, Veneza,
Florença) e a vida urbana, de necessária praticidade nas relações mercantis, possibilitou con-
tato com outras culturas, outras formas de se ver o mundo. Nesse sentido, o contato cultural
com muçulmanos e outros mercadores do norte da África e Oriente Médio, promoveu uma re-
visão dos valores europeus. É nesse contexto que a Igreja Católica começa a ser questionada,
como veremos nas Reformas Religiosas do período.
Portugal e Espanha, por terem sido os primeiros a se formarem como estados-nação, de-
senvolveram tecnologias de navegação e partiram para a expansão marítima. Daí surgiu um
processo de colonização da América, África e Ásia que, de sua parte, fez surgir um novo con-
junto de práticas econômicas chamada de mercantilismo.
A burguesia, ainda mais enriquecida com o mercantilismo, passou a exigir o fim dos privilé-
gios da nobreza e propagar seus ideais através de pensadores iluministas. Essas ideias encon-
traram ressonância na Inglaterra, onde ocorreram as Revoluções Inglesas (Puritana, Gloriosa e
Industrial), na França (Revolução Francesa) e no continente americano, com a Independência
dos Estados Unidos e de outras nações da América Latina. No Brasil, o iluminismo inspirou
movimentos separatistas como a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Baiana (1798) e
a Insurreição Pernambucana (1817).
Eis, meu(minha) querido(a), um breve panorama do que iremos estudar sobre a Idade Moderna.
Note que todos os conteúdos estão conectados. Daí a importância de que percebamos a história
como um processo. Isso vai facilitar muito sua capacidade de interpretar as questões da banca.
1. ORENAsCIMENTO CuLTuRAL E COMERCIAL
Querido(a), como há de concordar comigo, melhor seria se tratássemos desse contexto his-
tórico com a nomenclatura “renascimentos”, tendo em vista a ligação indissociável entre a re-
tomada do comércio, o surgimento de cidades e o movimento cultural que erigiu no século XIV.
1. RENAsCIMENTO COMERCIAL E uRBANO
Ao longo da baixa idade média, camponeses começaram a montar feiras de fim de semana
nos arredores dos castelos dos feudos para negociar parte excedente de sua produção. Essas
feiras, com o passar do tempo, deixaram de ser dominicais e passaram a ser fixas, formando
um povoado urbano que se convencionou chamar por “burgo”. Aquele que habita o burgo, o
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Idade Moderna
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comerciante, é o burguês. Com o aumentoda demanda por produtos diferenciados, houve a
necessidade de buscá-los em áreas afastadas do burgo de origem, promovendo maior integra-
ção entre as regiões da Europa.
Esse movimento resultou no crescimento das cidades, fazendo com que algumas delas
chegassem a um número significativo de habitantes. Além disso, o crescimento urbano in-
fluenciou e foi influenciado pelo renascimento comercial, que implicou na ampliação da circu-
lação de mercadorias e a retomada na utilização da moeda, por exemplo.
O crescimento do comércio e das cidades durante a Idade Média só foi possível porque a
disponibilidade de alimento aumentou a ponto de permitir o aumento populacional.
Melhores técnicas de arado, plantio e descanso do solo garantiram um aumento considerável
na produ- ção de alimentos. Isso permitiu que a população europeia aumentasse e chegasse a
cerca de 22 milhões de habitantes por volta do ano 1000. Esse crescimento garantiu o
desenvolvimen- to de muitas cidades na Europa, sendo Paris, com 200 mil habitantes, a maior
delas. Outras cidades importantes, por exemplo, foram Florença, Veneza, Londres e
Barcelona.
001. (FCC/SEDUC-ES/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2022) Entre as transformações
históricas ocorridas na sociedade medieval europeia no período conhecido como Baixa Idade
Média (do século XI ao século XV) tem-se:
a)O surgimento das primeiras Cruzadas, a implementação das relações de suserania e vassa-
lagem e o início do feudalismo.
b)As invasões bárbaras que aceleraram a formação de feudos, a instituição do trabalho servil e
a pandemia conhecida como Peste Negra.
c)O fim do Império Bizantino, a criação das primeiras corporações de ofício e o auge da expan-
são marítimo-comercial europeia.
d)O aumento da produtividade agrícola graças a novas técnicas de cultivo, o crescimento ur-
bano favorecendo a formação de burgos e o aumento da exploração dos camponeses.
e)O fortalecimento da Igreja Católica, a expansão do Império Carolíngio e a implantação das
moedas nacionais.
a) Errada. O feudalismo começou a se formar na Alta Idade Média.
b) Errada. As invasões bárbaras começaram no início da Idade Média.
c) Errada. O auge da expansão marítimo-comercial se dá na Idade Moderna.
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d)Certa. Como vimos, novas tecnologias foram aplicadas à agricultura de modo tal que au-
mentou a produtividade, permitindo um excedente de produção que alavancou a atividade co-
mercial e o surgimento dos burgos.
e) Errada. A expansão do Império Carolíngio se dá na Alta Idade Média.
Letra d.
Além das cidades, o comércio na Europa fortaleceu-se a partir da Baixa Idade Média e
proporcionou uma série de mudanças, como o estabelecimento de uma nova classe social, a
criação de colônias sob a esfera de influência de cidades italianas e o uso da moeda. O
aumen- to na produção agrícola foi o ponto de partida que deu força ao comércio europeu, pois
o que sobrava dela passou a ser comercializado.
O primeiro destaque a respeito do comércio é que o seu crescimento permitiu a sua sedentari-
zação. Isso porque essa atividade itinerante, a princípio, trazia muitos riscos e custos. As estradas
eram ruins e perigosas, e existiam locais que cobravam impostos pesados dos comerciantes.
Na medida em que as cidades cresciam, uma demanda contínua por diferentes mercado-
rias dava possibilidade para que os comerciantes se fixassem nos arredores da cidade. Eles
vendiam itens de luxo, itens essenciais para o estilo de vida urbano e também itens básicos
para a sobrevivência, como alimento.
Muitos comerciantes preferiam seguir a vida itinerante por meio da navegação fluvial. Não
obstante, o crescimento do comércio e a localização geográfica de muitas cidades contribuí-
ram para que muitos outros investissem em rotas marítimas. A abertura do comércio oriental,
por meio das Cruzadas, garantiu acesso a mercadorias de luxo e intensificou o enriquecimento
da classe mercantil das cidades italianas.
Cruzada é um termo utilizado para designar qualquer dos movimentos militares de inspiração
cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa e à cidade de Jerusalém com
o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio cristão. Além disso, foram incen-
tivadas para diminuir a pressão demográfica sobre a Europa e conquistar novas terras para a
nobreza, tendo em vista que estavam todas distribuídas apesar do aumento da população nobre.
O comércio marítimo ficou marcado pelo desenvolvimento de dois grandes polos comer-
ciais. Ao sul da Europa, na região mediterrânea, o domínio era dos italianos; ao norte da Eu-
ropa, por sua vez, o domínio era da Liga Hanseática, uma aliança de cidades mercantis que
surgiu na Alemanha e estabeleceu rotas que ligavam Londres a Novgorod (na Rússia).
Os comerciantes italianos e da Liga Hanseática encontravam-se nas feiras de Champagne,
que aconteciam em quatro locais diferentes da França. Cada local abrigava-a por um período
determinado, sendo que Lagny recebia-a em janeiro e fevereiro; Bar-sur-Aube, em março e abril;
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Provins, em maio e junho, e de setembro a novembro; e Troyes, em julho e agosto, e em novem-
bro e dezembro. Ainda existiam feiras em outros locais da Europa.
Havia também uma rota comercial que ligava os centros comerciais italianos a centros
comerciais importantes da Liga Hanseática instalados na Inglaterra e na Bélgica. O comércio
europeu também abriu mercados no Oriente, como a região do Levante, e chegou até à
região da Rus Kievana, nas atuais Ucrânia e Rússia.
O desenvolvimento do comércio encareceu as mercadorias. Esse fenômeno foi
registrado pelos historiadores e acontecia de maneira muito mais agressiva nos períodos de
escassez. O historiador Hilário Franco Júnior analisa que a crise de alimentos que atingiu a
Europa no co- meço do século XIV, por exemplo, fez com que o preço do trigo passasse de 5
xelins, em 1313, para 40 xelins, em 1315.
Além disso, o crescimento comercial gerou a demanda pela cunhagem de moedas, que
passaram a ser largamente usadas a partir do século XIII.
002. (FGV/VESTIBULAR/2015) Analise o
mapa.
Considerando-se as informações do mapa e o processo histórico europeu do século XIV, é
correto afirmar que
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a)as rotas comerciais terrestres do leste da Europa em direção ao Oriente são mais numero-
sas e, portanto, tornam essa região a mais rica do continente na Alta Idade Média, pelo aumen-
to demográfico e pela expansão da agricultura.
b)as rotas comerciais, no mar Mediterrâneo, só enriquecem as cidades italianas e as cidades
do norte da África, já que as transações são dificultadas pelas diferentes moedas e pela ausên-
cia de meios de troca, caso das cartas de crédito.
c)o comércio se expande com o crescimento da população e da agricultura, o que desenvolve
as feiras e as cidades na Idade Moderna, especialmente no norte da África, pela facilidade dos
cheques, das letrasde câmbio e do crédito.
d)as cidades da Liga Hanseática, entre o mar do Norte e o mar Báltico, aumentam a circulação
de mercadorias gerada pela redução tributária, porém trazem o seu isolamento em relação ao
restante dos mercados e feiras.
e)os três principais focos europeus de comércio na Baixa Idade Média são as cidades italia-
nas no Mediterrâneo, as feiras na região de Champagne e a Liga Hanseática no mar do Norte
e no Báltico, que mantêm comunicações entre si.
Querido(a), o renascimento comercial está diretamente ligado ao renascimento urbano, se ali-
mentavam. Como vimos, e também é possível constatar isso observando o mapa, as três prin-
cipais rotas comerciais tinham as cidades italianas do Mediterrâneo, a Liga Hanseática e as
feiras de Champagne como polos de troca de mercadorias.
Letra e.
1.1.2.RENAsCIMENTOCuLTuRAL
O Renascimento Cultural foi um movimento que teve seu início na Itália no século XIV e
se estendeu pela Europa até o século XVI. Os artistas, escritores e pensadores renascentistas
expressavam em suas obras os valores, os ideais e uma nova visão do mundo, de uma socie-
dade que emergia da crise do período medieval. Na Idade Média, grande parte da produção
intelectual e artística estava ligada à Igreja. Já na Idade Moderna, a arte e o saber voltaram-se
para o mundo concreto, para a humanidade e a sua capacidade de transformar o mundo.
O movimento renascentista envolveu uma nova sociedade e, portanto, novas relações so-
ciais em seu cotidiano. A vida urbana passou a implicar um novo comportamento, pois o tra-
balho, a diversão, o tipo de moradia, os encontros nas ruas, implicavam por si só um novo com-
portamento dos homens. Isso significa que o Renascimento não foi um movimento de alguns
artistas, mas uma nova concepção de vida adotada por uma parcela da sociedade e que será
exaltada e difundida nas obras de arte.
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Além disso, a invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg, em 1439,
re- volucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o
mé- todo manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi
de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no
Renascimento. As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o
comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o
aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus
fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições
financeiras para investir na
produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores etc.
Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos
artis- tas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo
fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre
as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres
encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.
Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu, dando origem a uma grande
quantidade de locais de produção artística. Cidades como Veneza, Florença e Gênova tiveram
um expressivo movimento artístico e intelectual. Alguns fatores permitiram que a Itália se tor-
nasse o berço do Renascimento Cultural, veja:
• Posição geográfica: permitiu o contato com outras culturas.
• Herança Romana: a arte e a arquitetura legadas pelo Império Romano fez com que os 
italianos respirassem a arte clássica.
• Crescimento urbano e comercial, que já discutimos.
Apesar de recuperar os valores da cultura clássica, o Renascimento não foi uma cópia, pois 
utilizava-se dos mesmos conceitos, mas, aplicados de uma nova maneira à uma nova realidade. 
Assim como os gregos, os homens “modernos” valorizaram o antropocentrismo: “O homem é 
a medida de todas as coisas”; o entendimento do mundo passava a ser feito a partir da impor-
tância do ser humano, o trabalho, as guerras, as transformações, os amores, as contradições hu-
manas tornaram-se objetos de preocupação, compreendidos como produto da ação do homem. 
Uma outra característica marcante foi o racionalismo, isto é, a convicção de que tudo 
pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer 
coisa que não tenha sido provada; dessa maneira o experimentalismo, a ciência,
conhece-
ram grande desenvolvimento.
O individualismo também foi um dos valores renascentistas e refletiu a emergência da bur-
guesia e de novas relações de trabalho. A ideia de que cada um é responsável pela condução
de sua vida, a possibilidade de fazer opções e de manifestar-se sobre diversos assuntos acen-
tuaram gradualmente o individualismo. É importante percebermos que essa característica não
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implica o isolamento do homem, que continua a viver em sociedade, em relação direta com
outros homens, mas na possibilidade que cada um tem de tomar decisões.
Foi acentuada a importância do estudo da natureza; o naturalismo aguçou o espírito de
observação do homem. O hedonismo representou o “culto ao prazer”, ou seja, a ideia de
que o homem pode produzir o belo, pode gerar uma obra apenas pelo prazer que isso possa
lhe proporcionar, rompendo com o pragmatismo.
O Universalismo foi uma das principais características do Renascimento e considera que
o homem deve desenvolver todas as áreas do saber; podemos dizer que Leonardo da Vinci é o
principal modelo de “homem universal”, matemático, físico, pintor e escultor, estudou inclusive
aspectos da biologia humana.
Por outro lado, o Humanismo foi um movimento literário de transição entre a Idade Média e
o Renascimento. Suas produções carregavam traços do movimento medieval em decadência
(o Trovadorismo) e do movimento moderno em ascensão (o Renascimento). Assim, é possível
verificar, nas obras literárias desse período, uma mescla do velho e do novo modo de pensar da
humanidade da época. O humanismo valoriza as características humanas e a natureza.
O PULO DO GATO
Caro(a) aluno(a), a maioria das questões que abordam o Renascimento Cultural busca do can-
didato o conhecimento acerca de suas características, seus valores. Nesse sentido, trago um
pequeno macete. Quanto aparecer uma questão sobre o Renascimento, a primeira coisa que
fará será anotar a palavra CARINHO na vertical e usar cada letra da palavra para se recordar
desses valores. Veja:
C lacissimo
A ntropocentrismo
R acionalismo
I – ndividualismo
N aturalismo
H umanismo/ hedonismo
O timismo
Querido(a), outro pequeno “macete”, caso não consiga se recordar de nenhum dos artistas
ou escritores que listarei, é se recordar das “4 Tartarugas Ninjas”: Rafael, Donatelo, Michelan-
gelo e Leonardo. Mas, como sei que é melhor contar com os estudos do que com os macetes,
veja a lista dos principais representantes do Renascimento Cultural:
• Giotto di Bondone (1266-1337) – pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Re-
nascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.
• Fra Angelico (1395 – 1455). Pintor da fase inicial do Renascimento. Pintou iluminuras, alta-
rese afrescos. Obras principais: O coração da Virgem, AAnunciação eAdoração dos Magos.
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HISTÓRIA
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• Michelangelo Buonarroti (1475-1564). Destacou-se em arquitetura, pintura e escultura. Obras
principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).
• Rafael Sanzio (1483-1520). Pintou várias madonas (representações da Virgem Maria
com o menino Jesus). Também a conhecida Deposição da Cruz e a Escola de Atenas
entre outros.
• Leonardo da Vinci (1452-1519). Conhecido como o principal representante do movimento,
foi pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor etc. Uma de suas celebres frases
pode resumir o ideal do Renascimento: “O Homem é o modelo do Mundo”. Um desenho,
também muito conhecido, é o Homem Vitruviano.Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.
• Sandro Botticelli (1445-1510). Pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos.
Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.
• Tintoretto (1518-1594). Importante pintor veneziano da fase final do Renascimento.
Obras principais: O Paraíso e Última Ceia.
• Veronese (1528-1588). Nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Re-
nascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto.
• Ticiano (1488-1576). O mais importante pintor da Escola de Veneza do Renascimento
Italiano. Sua grande obra foi O imperador Carlos V em Muhlberg de 1548.
• Giorgio Vasari (1511-1574). Além de pintor foi um importante biógrafo da vida de vários
artistas renascentistas. Entre suas obras principais, podemos citar: Adoração dos ma-
gos e Perseu e Andrômeda.
Renascimento Cultural em outras regiões da Europa:
• Holanda (Países Baixos): Erasmo de Roterdã foi um dos principais representantes da
filosofia e literatura renascentista nos Países Baixos. Humanista e fervoroso crítico so-
cial, sua principal obra foi Elogio da loucura. Defendeu a tolerância, a liberdade de
pensa- mento e uma teologia baseada exclusivamente nos Evangelhos. Já no campo
das artes plásticas, podemos destacar o pintor holandês Jan Van Eyck, cuja obra
principal e mais conhecida é O Casal Arnolfini.
• Espanha: Na literatura podemos destacar o escritor Miguel de Cervantes, autor da co-
nhecida obra Dom Quixote de la Mancha. Nas artes plásticas, destaca-se o pintor El
Gre- co, autor de A Ascensão da Virgem, Adoração dos reis magos, El Expolio, entre
outras.
• França: no campo da literatura renascentista francesa, podemos destacar o escritor e
padre François Rabelais, autor da série de romances Gargântua e Pantagruel. Outro im-
portante escritor renascentista francês foi o filósofo Montaigne, autor de Ensaios.
• Inglaterra: William Shakespeare foi o grande destaque da literatura inglesa renascen-
tista. Considerado também um dos maiores escritores de todos os tempos, é autor de
muitas obras famosas como, por exemplo, Romeu e Julieta, O Mercador de Veneza, O
Rei Lear e Macbeth etc.
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HISTÓRIA
Idade Moderna
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Além do Renascimento Cultural, fala-se também do Renascimento Científico. Assim, pode-
mos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este
defendeu a revolucionária ideia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no
centro do sistema solar). Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.
Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de
construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a ideia
de que a Terra girava em torno do Sol. Esta afirmação fez com que Galilei fosse perseguido,
preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta ideia como
sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas ideias para fugir da fogueira.
O movimento de difusão do Renascimento coincidiu com a decadência do Renascimento
Italiano, motivado pela crise econômica das cidades, provocada pela perda do monopólio so-
bre o comércio de especiarias.
A mudança do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, graças às Grandes Nave-
gações, determinou a decadência italiana e ao mesmo tempo impulsionou o desenvolvimento
dos demais países, promovendo reflexos na produção cultural
Outro fator fundamental para a crise do Renascimento italiano foi a Reforma Religiosa
e principalmente a Contrarreforma. Toda a polêmica que se desenvolveu pelo embate
religioso fez com que a religião voltasse a ocupar o principal espaço da vida humana; além
disso, a Igre- ja Católica desenvolveu um grande movimento de repressão, apoiado na
publicação do INDEX e na retomada da Inquisição que atingiu todo indivíduo que de alguma
forma de opusesse a Igreja. Como o movimento protestante não existiu na Itália, a repressão
recaiu sobre os intelec- tuais e artistas do renascimento.
003. (FCC/PREFEITURA DE CAMPINAS/PROFESSOR ADJUNTO II/ÁREA:
HISTÓRIA/2016)
Considere as figuras abaixo.
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Figura 1
Escultura de Policleto conhecida como Doríforo (ou homem que carrega a lança, século V
a.C.) Os artistas gregos do período clássico procuravam transmitir em suas esculturas valores
como ordem, equilíbrio, harmonia, simplicidade.
Figura 2
Além da beleza única de suas proporções, David, esculpido em mármore por Michelangelo, é
portador de um importante significado para a compreensão do Renascimento. Michelangelo o
idealizou tendo em mente o personagem bíblico que venceu o gigante Golias em um combate
entre a inteligência e a força bruta. Desta maneira, o artista expressa o humanismo renascen-
tista como uma vitória da razão sobre as forças cegas da natureza.
(In: AZEVEDO, Gislene; SERIACOPI, Reinaldo. História. São Paulo: Ática, 2005. p. 56 e
135)
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Uma comparação entre as figuras acima permite afirmar que
a)os princípios do racionalismo e do humanismo, presentes nas obras de artes renascentis-
tas, tiveram sua origem na teologia medieval, que defendia a independência da razão perante
o mundo espiritual.
b)as principais características do Renascimento foram: romantismo, espírito crítico em re- lação
à política, adoção de temas de inspiração exclusivamente naturalista, evidenciando a
preocupação com o homem.
c)o contraste entre a arquitetura medieval, que pregava a humildade cristã, e a renascentista,
que proclamava a dignidade do homem, aparece no conjunto das artes plásticas, mas não nas
demais atividades religiosas decorrentes do humanismo.
d)o fenômeno marcante da cultura renascentista, baseada no modelo da civilização grega, foi
seu caráter universalista, sendoo deísmo um dos ideais almejados, pois dava acesso à sabe-
doria e à santidade.
e)os humanistas do Renascimento reataram o elo perdido durante a Idade Média com o antigo
mundo grego. Daí fizeram renascer os ideais da arte que colocavam na figura humana a mais
bela criação de Deus.
A alternativa “e” destaca três valores do Renascimento Cultural: humanismo, classicismo e
antropocentrismo.
Letra e.
1.2.OABsOLuTIsMO M ONÁRQuICO
Absolutismo foi uma forma de governo muito comum na Europa entre os séculos XVI e XIX
e defendeu a teoria do poder absoluto do rei sobre toda a nação. O poder dos reis durante a
Idade Média era considerado limitado em comparação com o período absolutista, pois havia
muita fragmentação política e a influência do rei dependia de uma relação de vassalagem, na
qual a troca de favores entre reis e nobres garantia o poder real.
À medida em que as nações modernas se estruturavam, principalmente Inglaterra, França
e Espanha, e que o comércio ressurgia na Europa, uma nova classe social emergia com grande
poderio econômico: a burguesia. Para a burguesia, a fragmentação política e econômica exis-
tente desde a Idade Média não era interessante, pois afetava seus negócios, principalmente
por causa das diferenças de moeda e impostos existentes de uma província para outra (mes-
mo em províncias do mesmo reino, havia essas diferenças de moeda e impostos).
A nobreza, por sua vez, via com bons olhos a concentração do poder na figura do monarca
como forma de garantir o controle das terras que possuía. Assim, a concentração do poder nas
mãos do rei era uma demanda da burguesia em ascensão e também da nobreza.
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Com o poder concentrado no rei, cabia a ele a criação de impostos, determinação e imposi-
ção das leis, garantir a segurança do reino, sufocar rebeliões e revoltas e impedir invasões e ata-
ques estrangeiros. Para que isso acontecesse de forma eficiente, foi criada toda uma estrutura
administrativa para auxiliar os reis em suas várias obrigações. Com a formação dos Estados
Nacionais – as nações –, o rei determinava a imposição de moeda e idioma único para toda a
nação, eliminando as diferenças que restringiam a atuação da crescente classe mercantil.
Como a economia das nações cresceu e fortaleceu-se, foi necessário garantir a proteção
da produção nacional. Assim, foram criados impostos alfandegários, ou seja, impostos para
produtos que eram produzidos em outros países. Com o poder concentrado em suas mãos e o
crescimento da arrecadação, já que inúmeros impostos foram criados e não tinham atravessa-
dores, o rei pôde formar um exército especializado e permanente para defender o reino.
Como o poder real possuía grande respaldo, que partia tanto da ascendente burguesia
quanto das elites nobres, surgiu uma série de intelectuais, tais como Nicolau Maquiavel, Tho-
mas Hobbes, Jacques Bossuet, Jean Bodin, entre outros, para ressaltar a legitimidade do poder
absoluto do rei. A crítica ao absolutismo surgiu a partir da popularização dos ideais iluministas a
partir do século XVIII.
Veja um resumo das principais ideias desses teóricos do Absolutismo:
• Nicolau Maquiavel (1469 – 1527): Ficou conhecido principalmente pelas suas frases
simbólicas para retratar o governo ideal. Ele defendeu que o Estado, para atingir os seus
objetivos, não deveria medir esforços. Uma das alternativas para construir um governo
forte seria a separação entre moral e política, uma vez que as razões do Estado deve-
riam ser superiores a quaisquer valores culturais e sociais da nação. Maquiavel elaborou
a tese de que o Príncipe (Líder político) deveria aprender a ser mau para conseguir man-
ter o poder e, além disso, defendeu um governo em que os indivíduos eram vistos como
súditos, que deveriam apenas cumprir ordens. “Melhor ser temido que amado”.
• Thomas Hobbes (1588 – 1679): Foi um dos teóricos mais radicais do absolutismo. Ele
defendeu a tese de que “o homem era o lobo do homem”, afirmando que os seres hu-
manos nasciam ruins e egoístas por natureza. Esse pessimismo perante a humanidade
levou o teórico inglês a propor um pacto político em que as pessoas conseguiriam con-
quistar paz e felicidade. Esse pacto dizia que, para a humanidade viver em harmonia,
deveria abdicar de seus direitos e os transferir a um soberano cujo papel era conter
o ímpeto do homem em seu estado de natureza. Dessa forma, Hobbes legitimou a exis-
tência do poder real afirmando que era através dele que as pessoas não viveriam em um
cenário de caos e guerra.
• Jacques Bossuet (1627 – 1704): Foi o teórico responsável por envolver política e reli-
gião em sua tese. Ele partiu do pressuposto que o poder real era também o poder
divino, pois os monarcas eram representantes de Deus na Terra. Por isso, os reis
tinham que
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possuir controle total da sociedade. Dessa forma, eles não poderiam ser questionados
quanto às suas práticas políticas. Assim, o monarca possuía o direito divino de governar e
o súdito que se voltasse contra ele estaria questionando as verdades eternas de Deus.
• Jean Bodin (1530 — 1596). Em resumo, na teoria que ficou conhecida como o “Direito
Divino dos Reis”, acreditava que a soberania absoluta deveria se concentrar numa só
figura. Seguiu na mesma linha de pensamento em que estava Jacques Bossuet.
Veja agora os principais reis absolutistas e período de governo: 
Henrique VIII (Dinastia Tudor) – governou a Inglaterra no século XVII
Elizabeth I (Dinastia Tudor) – rainha da Inglaterra e Irlanda entre 1558 e 1603.
Luís XIII – (Dinastia Bourbon) – governou a França entre 1610 e 1643.
Luis XIV (Dinastia dos Bourbons) – conhecido como Rei Sol – governou a França entre
1643 e 1715.
Luis XV (Dinastia dos Bourbons) – governou a França entre 1715 e 1774. 
Luis XVI (Dinastia dos Bourbons) – governou a França entre 1774 e 1789.
Fernando de Aragão e Isabel de Castela – governaram a Espanha no século XVI.
D. João V (Dinastia de Bragança) – governou Portugal de 1707 até 1750. 
Fernando VII (Dinastia de Bourbon) – governou a Espanha de 1808 a 1833. 
Nicolau II (Dinastia Romanov) – governou a Rússia entre 1894 e 1917
004. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA/REDATOR/2019) O absolutismo, como o próprio
termo sugere, tem como base o poder absoluto do governante, que dessa forma
a)assume o comando das Forças Armadas e passa a instituir um regime militar autoritário, com
a finalidade de transferir gradativamente seus poderes para uma instituição estatal consi- derada
sólida, absoluta e impessoal.
b)exerce o poder amparado pela tese de que sua autoridade tem origem divina, e que a mo-
narquia é o regime ideal de governo, capaz de assegurar vitórias militares, prosperidade e o
sentimento de unidade em torno da figura de um soberano.
c) age como déspota ou tirano, obedecendo a seus caprichos e interesses, sem a preocupação
de justificar seu poder, expor sua imagem ou estabelecer alianças.
d)centraliza o governo em suas mãos, exercendo, para isso, uma estratégia populista de comu-
nicação para conquistar a aprovação dos setores emergentes da sociedade, como a burguesia.
e) se torna o grande líder espiritual e religioso de seus país, fundando uma igreja baseada no
culto personalista de sua figura e em regras por ele inventadas.
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a) Errada. Instituição estatal impessoal?!
b)Certa. Essa tese do Absolutismo é fundamentada nas boras de Jean Bodin (Direito Divino 
dos Reis) e de Jacques Bossuet (A Política Tirada da Sagrada Escritura)
c) Errada. Os reis absolutistas, em cerimoniais, faziam questão de justificar seu poder.
d) Errada. O rei absolutista não precisa da aprovação de seus súditos.
e)Errada. A igreja foi uma instituição que importante para justificar o poder dos reis, tendo em 
vista que essa justificativa era retirada da Bíblia.
Letra b.
3. A RE fORMA E A CONTRA-RE fORMA
Querido(a) professor(a), o processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Po-
demos destacar como causas dessas reformas: abusos cometidos pela Igreja Católica e
uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com
luxos e bens materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos integrantes do
clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente no que se diz respeito ao
celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais deixavam os cristãos
católicos insatisfeitos.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, ficou cada vez mais inconforma-
da, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de
um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da Basílica de São Pedro em
Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão). No campo político, os reis estavam des-
contentes com o papa, pois esse interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O ho-
mem renascentista começou a ler mais e formar opiniões cada vez mais críticas. Trabalhado-
res urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do
mundo, baseando-se na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
1. A RE fORMA LuTERANA
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas
da Igreja Católica. Ele afixou, na porta da Igreja de Wittenberg, as 95 teses que criticavam vá-
rios pontos da doutrina católica.
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Parte do texto original das 95 Teses de Martinho Lutero
As 95 teses de Martinho Lutero condenavam a venda de indulgências e propunham a fun-
dação do luteranismo (religião luterana). De acordo com Lutero, a salvação do homem
ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio,
teve grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas teses, condenou o culto às
imagens, muito prati- cado pelos católicos, e revogou o celibato.
Martinho Lutero foi solicitado para desmentir suas teses na Dieta de Worms, convocada
pelo imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não só defendeu suas teses, como
mostrou a necessidade da reforma da Igreja Católica.
A diferença de interesse por de trás da nova fé pregada por Lutero foi percebida quando
um grande número de camponeses começou a invadir terras e destruir igrejas. Os revoltosos,
também conhecidos como anabatistas, começaram a empreender uma revolução social que
ameaçava os interesses dos nobres germânicos. Martinho Lutero não deu apoio ao movimen-
to popular e defendeu o direito de propriedade dos nobres e dos clérigos.
Em 1530, Martinho Lutero e Filipe Melanchthon estabeleceram os princípios da religião lu-
terana. Nesta carta, reafirmaram o princípio da salvação pela fé e afirmavam que a Bíblia era
a única fonte de consulta para o estabelecimento de dogmas. A nova Igreja seria composta
por líderes sem distinção hierárquica e eles não teriam que cumprir voto de castidade.
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No ano de 1555, os nobres convertidos ao luteranismo sagraram a assinatura da Paz de
Augsburg. No documento ficou decretado que cada um dos principies alemães tinha liberdade
para seguir qualquer opção religiosa. Por fim, os conflitos diminuíram e uma nova crença se
arraigou na Europa.
005. (OMNI/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO/SP/PEB II/HISTÓRIA/2021) Leia o trecho
que se segue a respeito da Reforma Protestante: “Coube a Martinho Lutero falar por essa
Alema- nha dividida: ‘nenhuma nação é mais desvalorizada que a alemã. A Itália nos chama de
bestas, França e Inglaterra troçam de nós, assim como os demais!’, bradava.” Embora tenha se
iniciado por um caráter estritamente teológico, a Reforma promovida por Martinho Lutero, a
partir de 1517, só obteve seu rápido sucesso pois:
a)ao contrário dos demais Estados Nacionais que surgiam na Europa, a Alemanha de Lutero
encontrava-se dividida em um império sem unidade, fazendo com que os príncipes das várias
regiões da Alemanha enxergassem em Lutero o ponto de unificação que convergiria com seus
interesses políticos e econômicos.
b)a maior parte dos países católicos não estavam satisfeitos com a constante intervenção do
papado em seus respectivos governos, vislumbrando no discurso de Lutero a possibilidade de
alcançarem maior autonomia política e religiosa.
c)obteve apoio da Igreja Católica, que via na sutileza e jovialidade da pregação luterana uma
forma de alcançar povos não cristãos, sobretudo judeus e árabes.
d)o discurso luterano não atacava as principais bases do catolicismo, o que não resultou em
uma repulsa contundente por parte do papado, sendo, pelo contrário, assimilado como mais
um conjunto de doutrinas da Igreja.
O enunciado da questão encaminha a resposta ao dizer que aa reforma luterana ultrapassou
o “caráter estritamente teológico”. Nesse sentido, a alternativa “a” descreve o caráter político
dos interesses dos príncipes germânicos. Ademais, as outras alternativas chegam ao absurdo.
Letra a.
1.3.2.A RE fORMA CALVINIsTA
Na Suíça, o teólogo cristão francês João Calvino começou a Reforma na década de 1533.
De acordo com Calvino, a salvação era explicada através da Doutrina da Predestinação
(salvos e condenados já estão escolhidos por Deus).
O trabalho justo e honesto é valorizado, sendo que o sucesso pessoal e profissional, ad-
vindos desse trabalho, é um dos indícios, de acordo com os calvinistas, de que a pessoa está
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predestinada à salvação. Essa crença calvinista atraiu muitos burgueses e banqueiros para o
calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nessa nova religião uma forma de ficar em paz
com sua religiosidade.
Essa mentalidadeque ia de encontro ao interesse burguês, fora abordada pelo sociólogo
Max Weber em sua obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, na qual analisar os
impactos do calvinismo no desenvolvimento do capitalismo nos Países Baixos.
1.3.3.A RE fORMA ANgLICANA
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após esse se recusar a cancelar
o casamento do rei com Catarina de Aragão para que ele pudesse se casar novamente.
Em 1534, o rei obrigou – através do chamado Ato de Supremacia – que fosse criada
a
Igreja Anglicana, sobrepondo o poder do Estado sob o poder da Igreja.
Além de deixar de estar sob a autoridade o papa, garantindo, a ampliação do poder da mo-
narquia, o Estado expropriava inúmeras terras pertencentes à Igreja. Nesse momento, a igreja
na Inglaterra deixa de ser católica romana e passa a ser católica reformada.
A Igreja Anglicana manteve apenas dois sacramentos: o Batismo e a Eucaristia. Também
não reconhecem a autoridade papal e a adoração de imagens (iconoclaustia).
006. (FCC/SEDUC-ES/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2022) Dentre as consequências da
Refor- ma protestante iniciada na Alemanha, cita-se:
a)O surgimento de novas igrejas em toda a Europa, a exemplo da Igreja Ortodoxa Grega, le-
vando a maioria dos países europeus a reverem sua religião oficial e não mais reconhecerem
a autoridade papal.
b)A reorganização administrativa e missionária da Igreja Católica para fazer frente à forte atra-
ção que as religiões não cristãs, então emergentes, passam a exercer na população camponesa.
c) A divisão da nobreza europeia entre reinos católicos e protestantes, causando guerras por
motivos religiosos, entre outros fatores, a exemplo da Guerra dos Trinta Anos.
d)A eliminação de determinadas práticas arraigadas na Igreja Católica, denunciadas pelos
protestantes, como a cobrança de dízimo, a condenação por heresia e a instituição do celibato.
e)A mudança na forma da escolha do Papa, agora por meio de eleição, e a simplificação dos
rituais católicos, a exemplo da substituição do uso do latim por línguas vernáculas, nas missas e
em outras celebrações eucarísticas.
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A Guerra dos Trinta Anos representou um conjunto de conflitos, de caráter político e religioso (con-
flitos entre católicos e protestantes), que ocorreram em diversos países da Europa (França, Ingla-
terra, Espanha, Portugal, Alemanha, Dinamarca, Países Baixos, Áustria, Suécia), entre 1618 e
1648. Letra c.
1.3.4.A CONTRARREfORMA CATÓLICA
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas
reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano
de reação. No Concílio de Trento ficou definido:
• Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
• Retomada do Tribunal do Santo Ofício;
• Inquisição: punir e condenar os acusados de heresias;
• Criação do Index Librorum Prohibitorum (Índice de Livros Proibidos): evitar a propaga-
ção de ideias contrárias à Igreja Católica.
Em muitos países europeus, as minorias religiosas foram perseguidas e diversas guerras
ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colo-
cou católicos e protestantes em conflito por motivos puramente religiosos. Na França, o rei
mandou assassinar 30.000 calvinistas (huguenotes) na chamada Noite de São Bartolomeu,
ocorrida em 23 de agosto de 1572.
Em 1534, o padre Inácio de Loyola criou a Companhia de Jesus e foi oficialmente reconhe-
cida pela Igreja a partir do papa Paulo III em 1540. Os jesuítas eram padres que pertenciam à
Companhia de Jesus, uma ordem religiosa vinculada à Igreja Católica que tinha como objetivo
a pregação do evangelho pelo mundo.
A proposta dos padres jesuítas para a divulgação do cristianismo era baseada no ensino da
catequese. Eles atuaram em diversas partes do mundo e destacaram-se no Brasil colonial. Na
Europa, os jesuítas surgiram como parte do movimento de contrarreforma e, portanto, tinham
como importante missão impedir o crescimento do protestantismo.
Os primeiros jesuítas que vieram ao Brasil chegaram com o primeiro governador-geral da
colônia, Tomé de Sousa, em 1549. Eles eram liderados por Manuel da Nóbrega e tinham como
principal missão a cristianização dos nativos e zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial. Os
jesuítas construíram locais chamados missões, onde combinavam a catequese dos nativos
com a sua utilização como mão de obra para a produção de tudo o que a missão precisasse.
Para que exercessem seu trabalho na colônia, inicialmente, foi necessário criar uma co-
municação com os nativos, uma vez que esses falavam tupi e os jesuítas falavam português.
Assim, o padre José de Anchieta desenvolveu um manual que auxiliava na comunicação dos
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jesuítas com os nativos. Nesse período da história brasileira, o idioma mais comum existente
aqui era a Língua Geral, que mesclava elementos do português com idiomas nativos.
Além disso, os jesuítas tiveram um importante papel educacional no Brasil, pois, além da
catequese aos nativos, eles educavam os filhos dos colonos. Para que isso fosse possível,
esses padres criaram colégios em diversas partes da colônia portuguesa, como aconteceu na
cidade de Salvador e em São Paulo de Piratininga (atual cidade de São Paulo).
007. (OMNI/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO/SP/PEB II/HISTÓRIA/2021) A Reforma
Católi- ca ou Contrarreforma foi um movimento que, antes de ser uma resposta aos ideais
teológicos luteranos, buscava atender aos anseios de clérigos da própria Igreja, que
propugnavam por mudanças antes mesmo dos reformadores protestantes. Buscando revisar
algumas questões doutrinárias e morais, ao mesmo tempo em que reafirmava outras, a Igreja
de Roma procurou fortalecer a autoridade da eclesiástica e coibir seus excessos, sobretudo os
denunciados por Lutero. Para tanto, uma série de reuniões aconteceram, a partir de 1545, em
espécies de as- sembleias que ficaram conhecidas como:
a) O Concílio de Niceia.
b) O Concílio de Latrão.
c) Concílio de Hipona.
d) Concílio de Trento.
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reuniram-
-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação.
Letra d.
4. As gRANDEs NAVEgAÇÕEs NO séCuLO XV: PARTILHA DE TERRAs COLO-
NIAIs,ECONOMIA M ERCANTIL E REg IME DE M ONOPÓLIOs,f ORTALECIMENTO DA
BuRguEsIA MERCANTIL
Meu(minha) querido(a), a expansão marítima europeia foi um fenômeno compreendido en-
tre os séculos XV e XVIII, em que algumas nações europeias partiram para explorar o oceano. 
Foram essas viagens que iniciaram a Revolução Comercial, promovendo o contato de diferen-
tes culturas, a exploração de novos recursos e o primeiro processo de “globalização” econômica. 
A necessidade de o europeu lançar-se ao mar resultou de uma série de fatores sociais,
políticos, econômicos e tecnológicos. Veja:
• Centralização Política: a substituição de feudos por um Estado Centralizado, com governo
e fronteiras definidas, reuniu riquezas para financiar a navegação;
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• O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas ideias e uma evolução técnica de
navegação;
• Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre
as
mercadorias orientais, que vinham pela rota do mediterrâneo;
• A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise agrícola
do século XIV;
• Expansão da fé: Portugal e Espanha buscaram expandir a fé católica diante das reformas
protestantes que diminuíram a influência da Igreja de Roma. Outros estados, como Holan-
da, buscaram conquistar novos fiéis para sua religião calvinista, de origem protestante.
Como resultado, as nações europeias se organizaram e traçaram sua estratégia buscando:
• Metais precisos;
• Novos mercados fornecedores de especiarias (Noz Moscada, Cravo, Pimenta…) e outros 
produtos de interesse europeu;
• Terras: tendo em vista que as terras europeias já estavam distribuídas e a nobreza, cres-
cente, necessitava de mais áreas de exploração;
• Fiéis.
O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, foi celebrado entre o Reino
de Portugal e a Coroa de Castela(Espanha) para dividir as terras do globo, “descobertas e por
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descobrir”, por ambas as Coroas fora da Europa. Entretanto, outros países que pretendiam se
lançar no processo das Grandes Navegações questionaram a validade desse Tratado. Dentre
eles, destaque para a França.
008. (FCC/METRÔ-SP/2016) Dada a escassez de metais preciosos na Europa, era fundamen-
tal para os mercadores europeus estabelecer uma relação comercial sem intermediários com a
África ocidental, na época a principal fonte produtora de ouro, além de sal, pimenta e, mais
tarde, escravos negros.
(SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil. São Paulo: Moderna, 1992. p. 17)
O texto identifica uma das causas responsáveis
a) pela tomada de Constantinopla e o fechamento do comércio no século XIV.
b) pela expansão marítima europeia do século XV e do “achamento” do Brasil.
c) pela guerra europeia entre Portugal e Espanha durante todo século XIV.
d) pelo restabelecimento da rota entre oriente e ocidente através do Mediterrâneo.
e) pela crise europeia do século XV e a criação da Escola de Sagres em Portugal.
Uma das causas das grandes navegações fora a necessidade de descobrir uma nova rota co-
mercial, atendendo os preceitos do mercantilismo.
Letra b.
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1.4.1.OP IONEIRIsMO PORTuguÊs
Caro(a) aluno(a), como vimos na aula anterior, Portugal foi o primeiro Estado-Nação,
cen- tralizado em 1139 sob a coroa de Dom Afonso I. Isso foi de fundamental importância para
otimizar o recolhimento de impostos e organizar a economia. Com o acúmulo de riqueza, Por-
tugal direcionou seus recursos para a expansão marítima. Assim, criou a Escola de Sagres, um
centro de estudos náuticos onde foram desenvolvidas nova tecnologias de navegação. Entre
os instrumentos utilizados podemos listar a bússola, o astrolábio e o quadrante:
Além disso, a posição geográfica portuguesa, com sua costa voltada para o Atlântico, era
um convite ao desconhecido: quais os destinos e rotas possíveis? E, se os encontrarem, quais
as possibilidades de lucro?
Buscando uma nova rota para à Índia, as navegações portuguesas buscaram contornar a
África e acabaram criando fortes, feitorias e portos para estabelecer comércio.
A conquista da Ilha de Ceuta é marco do início das Grandes Navegações, isto porque pos-
sibilitou o fim do controle da entrada do mar Mediterrâneo pelos muçulmanos.
Em 1431, os navegadores portugueses chegavam às ilhas dos Açores, e mais tarde, ocu-
pariam a Madeira e Cabo Verde. O Cabo do Bojador foi atingido em 1434, numa expedição
comandada por Gil Eanes. O comércio de escravos africanos já era uma realidade em 1460,
com retirada de pessoas do Senegal até Serra Leoa.
Em 1488, os portugueses chegaram ao Cabo da Boa Esperança sob o comando de
Barto- lomeu Dias (1450-1500). Para as pretensões portuguesas essa foi uma conquista
significativa pois se encontrou uma rota para o Oceano Índico em alternativa ao Mar
Mediterrâneo.
Entre 1498, foi a vez de Vasco da Gama (1469-1524) chegar a Calicute, nas Índias, e esta-
belecer uma nova rota de comércio com as Índias.
Pedro Álvares Cabral (1467-1520), se afastando da costa da África a fim de confirmar se
havia terras por ali, chegou na região onde seria o Brasil, em 1500.
009. (FCC/SEDUC-ES/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2022) Considere as afirmações sobre
as
grandes navegações iniciadas no século XV:
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I.– As grandes navegações atlânticas foram estimuladas pela busca de novas rotas para as
Índias e para o Oriente, visando combater o monopólio das cidades italianas e as dificuldades
impostas pelos Otomanos.
II.– O pioneirismo dessas navegações coube à Espanha e à França, cujas monarquias, tempo-
rariamente unidas por elos da Dinastia Bourbon, estiveram vivamente empenhadas na corrida
mercantilista, patrocinando estudos que resultaram em novos traçados de rotas para o Oriente,
contornando a costa africana.
III.– O conhecimento científico e a técnica presentes nas navegações portuguesas tiveram re-
lação com as trocas culturais decorrentes da ocupação árabe da Península Ibérica, o processo
de formação do Estado nacional português e a expertise no comércio de especiarias.
IV.– A Inglaterra, com sua tradição de pirataria, esteve entre as potências que lideraram as
grandes navegações, sendo responsável pela descoberta e exploração do norte do continente
americano, além da primeira circum-navegação do globo, com Francis Drake.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) II, III e IV.
e) I, II e IV.
I.– Certo. A afirmativa descreve as principais motivações para as grandes navegações.
II.– Errado. O pioneirismo das grandes navegações se deu com Portugal.
III.– Certo. O desenvolvimento da tecnologia de navegação se deveu ao contato com conheci-
mentos da cultura árabe, dos investimentos estatais e ao conhecimento português acerca do
comércio de especiarias.
IV.– Errado. A primeira circum-navegação do globo foi realizada pelo português Fernão de Ma-
galhães a mando da coroa espanhola.
Letra c.
1.4.2.EXPANsÃO M ARÍTIMA Es PANHOLA
Querido(a), ao contrário de Portugal, os espanhóis tiveram que resolver vários problemas
relacionados ao processo de formação de sua monarquia nacional, para só então empreender
a aventura pelos mares. Ao longo de toda a Baixa Idade Média, os reinos católicos de Aragão e
Castela lutavam para estabelecer a expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica.
No ano de 1492, a aliança matrimonial entre os herdeiros desses tronos assegurou a vi-
tória contra os muçulmanosna chamada Guerra de Reconquista. A partir de então, o
recém-
-formado governo espanhol decidiu contratar os serviços de um navegador italiano chamado
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Cristóvão Colombo. Na época, os reis espanhóis investem no projeto de criação de uma
rota
que dava acesso às Índias através da navegação do Atlântico rumo a Oeste.
À princípio, a ideia era de que a circum-navegação da Terra pudesse oferecer um novo
acesso ao continente indiano. Contudo, os três navios utilizados para esse fim acabaram ba-
tendo na ilha de Guanaani, no Caribe.
Após batizar a ilha de San Salvador, Colombo fez outras viagens onde encontrou as ilhas
de Cuba, Bahamas e São Domingos. Ainda pensando estar nas Índias, Colombo batizou os
moradores locais de “índios”.
Pouco tempo depois, outros navegadores e companheiros de viagem demonstraram que
Cristóvão Colombo havia feito a descoberta de um novo continente entre a Europa e a Ásia. O na-
vegador florentino Américo Vespúcio foi o responsável por oficializar tal constatação e, por essa
razão, acabou tendo o nome usado para nomear a América, o mais novo continente do mundo.
Após essa valorosa conquista marítima, o navegador Vasco de Balboa conseguiu, em 1513,
alcançar o Oceano Pacífico atravessando a América Central. Em um projeto ainda mais ousado –
executado entre 1519 e 1521 – a expedição de Fernão de Magalhães realizou a primeira circuna-
vegação ao redor do mundo. Dos quinhentos e doze tripulantes dessa corajosa viagem, apenas
dezoito sobreviveram no retorno à Europa. Aliás, sobre esse tema, recentemente foi lança uma
série embasada no diário de bordo de Fernão de Magalhães, qual seja, “Sem Limites”. Disponível
em serviço de streaming. Recomendo.
Durante seu processo de expansão, os espanhóis adentraram o interior das terras con-
quistadas em busca de metais preciosos. Nesse contexto, encontraram diversas civilizações
contra as quais travaram um sangrento processo de conquista e dominação. E assim, pela
cobiça e a força das armas, os espanhóis formaram um grande império colonial que fortalecia a
Coroa Espanhola.
010. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR/HISTÓRIA/2014) A historiografia utiliza a expressão
“pioneirismo ibérico” para indicar a liderança de Portugal e Espanha na expansão ultramarina
nos séculos XV e XVI.
Com relação ao processo de expansão marítima português, analise as afirmativas a seguir.
I.– Dentre as especialidades da arte náutica os portugueses ganharam reconhecimento pela
cartografia e pela técnica de construção e navegação de caravelas, que transformou Portugal
em um centro de referência.
II.– A presença portuguesa no Oriente foi garantida graças a guerras travadas com os árabes,
que controlavam o tráfego no Índico Ocidental, de que é exemplo a ocupação de Goa.
III.– A conquista da ilha da Madeira é o marco inicial da expansão marítima portuguesa, tor-
nando efetivo o modelo de colonização baseado na exploração da agromanufatura do açúcar.
Assinale:
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a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Querido(a), esta questão cobra conhecimentos muito específicos sobre a ocupação de Goa
pelos portugueses. Mas o foco deve ser na memorização da contribuição da Escola de Sagres
para a navegação portuguesa e da luta dos portugueses contra os muçulmanos para garantir a
navegação e o comércio de especiarias. Ademais, é preciso que guarde que a conquista de
Celta marca o início da expansão marítima portuguesa.
I – Refere-se à Escola de Sagres, importante escola sobre estudos náuticos. 
II – Lutas portuguesas na Arábia, para manter o comercio de especiarias;
III – Marco inicial é a conquista de Celta em 1415.
Letra d.
1.4.3.As PRÁTICAs M ERCANTILIsTAs
O mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas adotado pelas nações europeias
entre o século XV e o século XVIII. Essas práticas econômicas são consideradas pelos histo-
riadores como o estágio de transição do modo de produção feudal para o modo de
produção capitalista. Nesse sentido, é incorreto afirmar que o mercantilismo foi um sistema
econômico, uma vez que não consistiu em um modo de produção, como o feudalismo e o
capitalismo.
Foi adotado pelas nações europeias durante o período das Grandes Navegações e da
mon- tagem do sistema colonial no continente americano. Por conta disso, muitas das práticas
mer- cantilistas foram aplicadas pelos portugueses durante o período de colonização do Brasil.
É importante considerar que o mercantilismo adotou características distintas de acordo com a
realidade e a necessidade de cada país europeu.
O surgimento do mercantilismo, enquanto conjunto de práticas econômicas, está direta-
mente ligado ao fim do feudalismo e à formação dos Estados Nacionais Modernos.
O apoio à burguesia permitiu que se investisse no desenvolvimento comercial e manufatu-
reiro. Esse processo de desenvolvimento do comércio e da manufatura (embrião da indústria)
apoiou-se também na intensa exploração colonial que aconteceu no continente americano.
Por fim, o Estado Moderno que surgiu nesse período com o poder centralizado no rei assumiu
o controle de questões relativas à economia como forma de garantir seus interesses e resolver
entraves que impediam o fortalecimento do poder real.
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Foi nesse contexto de forte intervenção do Estado na economia, de expansão do
comércio mediante a exploração colonial e de crescimento das manufaturas que se
consolidou uma série de práticas econômicas que recebeu o nome de mercantilismo. Como
essas práticas econômicas são consideradas embrionárias ao capitalismo, alguns historiadores
chamam o mercantilismo de capitalismo comercial.
As principais características que definiram o mercantilismo foram:
• Metalismo: Também conhecido como bulionismo, esse princípio consistia em defender a
acumulação de metais preciosos como principal forma de obtenção de riquezas. Esse con-
ceito foi utilizado principalmente na Espanha, durante o reinado dos reis católicos Fernando
de Aragão e Isabel de Castela. Essa prática coincidiu exatamente com o período em que os
espanhóis traziam enorme quantidade de metais preciosos de suas colônias da América.
• Colbertismo: É visto, em partes, como o oposto do metalismo praticado pelos espa-
nhóis. Essa prática foi adotada pelos franceses por influência de Jean-Baptiste Colbert
e ficou caracterizada pelo incentivo ao desenvolvimento manufatureiro como forma
de atrair moeda estrangeira e, consequentemente, riqueza. Defendia também uma
política de limitação de gastos internos.
• Balança comercial favorável: essa teoria defendia que a soma das transições comer-
ciais de um Estado deveria ser positiva, ou seja, o volume de mercadorias vendidas de-
veria ser superiorao volume de mercadorias compradas.
Outros pontos importantes a serem considerados sobre o mercantilismo: incentivo ao desenvol-
vimento manufatureiro, incentivo à construção de embarcações (base para a expansão
comercial na época), protecionismo alfandegário (imposição de impostos sobre mercadorias
estrangeiras).
011. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2021) O Brasil foi
colonizado por Portugal no contexto do mercantilismo europeu da Idade Moderna. A
colonização das Américas significou a subjugação da população originária (indígena) e a
escravidão de povos oriundos da África. As independências latino-americanas ocorreram no
cenário histórico da onda revolucionária que, iniciada na América do Norte, varreu boa parte da
Europa, entre fins do século XVIII e primeira metade do XIX.
Tendo o texto acima apenas como referência inicial, julgue o item.
A chegada dos europeus ao território que seria denominado América integrou o processo de ex-
pansão comercial e marítima europeia dos séculos XV e XVI, que se prolonga na Idade Moderna.
Ao longo de toda a Idade Moderna ocorre um movimento de expansão comercial mercantilista.
Certo.
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1.5.OTRÁfICO ATLÂNTICO,A EsCRAVIDÃO AfRICANA E A DIÁsPORA DOs POVOs 
AfRICANOs
A colonização da África pelos europeus remonta ao século XV, quando Portugal dominou 
os primeiros territórios na costa atlântica do continente. Na busca por uma rota para as
Índias, os portugueses encontraram ali grande oportunidade de atender a seus anseios
mercantilistas. Após os primeiros contatos, nem sempre amigáveis, com aldeias e reinos
africanos, os lusitanos passaram a instalar feitorias no litoral. A partir delas, podiam-se explorar
metais pre-
ciosos, marfim e produtos agrícolas.
No entanto, foi a mão de obra escrava o carro-chefe da economia portuguesa na África. O
tráfico negreiro contava com a participação das elites locais, que trocavam cativos por merca-
dorias trazidas pelos europeus, como tabaco, aguardente e diversos produtos manufaturados.
A princípio, os cativos eram levados para as plantações de açúcar existentes nas ilhas do norte
do continente e, em menor escala, para Portugal. A partir do século XVI, porém, o Brasil
passou a ser o principal mercado consumidor de escravos.
O mercantilismo, como vimos, é o conjunto de ideias e práticas econômicas adotadas du-
rante o Capitalismo Comercial (séculos XIV a XVIII). A base da atividade era a troca de merca-
dorias e o lucro era, não em dinheiro, mas em espécie, em mercadorias.
Os Portugueses realizavam o chamado comércio triangular: Trocavam o açúcar brasileiro
por escravos africanos, traziam os escravos nos navios negreiros e trocavam por mais do açú-
car brasileiro. Trocavam manufaturados europeus por escravos e pelo açúcar etc.
Entre os povos africanos que foram trazidos podemos citar os:
• Bantos: mais ao sul do país, na mineração.
• Sudaneses: mais altos e fortes, foram usados nas lavouras de cana-de-açúcar do nor-
deste brasileiro.
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Essa migração, somada a existência de povos nativos e à chegada dos europeus fez com
que a miscigenação se tornasse um traço evidente no nosso país. Recorde comigo a miscige-
nação básica da nossa cultura:
• Mulato: resultado da mistura de brancos e africanos – na época colonial, quase 
sempre branco e negra –, vem de mula;
• Cafuzo ou carafuzo: é resultado da união entre negro e índio;
• Mameluco: mestiço de branco e índio.
A intensa exploração da mão de obra desarticulou as economias de vários povos africanos. As 
rotas comerciais que cortavam o Saara começaram a escassear, pois produtos e escravos tinham 
outro destino: atender os europeus estabelecidos na costa atlântica. Além disso, alguns grupos 
tribais se especializaram na busca e captura de cativos, o que não era muito comum anteriormente. 
Esse fenômeno recebeu o nome de diáspora africana: nome dado a um fenômeno carac-
terizado pela imigração forçada de africanos, durante o tráfico transatlântico de escravizados. 
Junto com seres humanos, nestes fluxos forçados, embarcavam nos tumbeiros (navios negrei-
ros) modos de vida, culturas, práticas religiosas, línguas e formas de organização política que 
acabaram por influenciar na construção das sociedades às quais os africanos escravizados 
tiveram como destino. Estima-se que durante todo período do tráfico negreiro, aproximada-
mente 11 milhões de africanos foram transportados para as Américas, dos quais, em torno
de
5 milhões tiveram como destino o Brasil.
A diáspora africana foi um processo que envolveu migração forçada, mas também redefini-
ção identitária, uma vez que estes povos (balantas, manjacos, bijagós, mandingas, jejes, haussás,
iorubas), provenientes do que hoje são Angola, Benin, Senegal, Nigéria, Moçambique, entre outros,
apesar do contexto de escravidão, reinventaram práticas e construíram novas formas de viver, pos-
sibilitando a existência de sociedades afro-diaspóricas como Brasil, Estados Unidos, Cuba, Colôm-
bia, Equador, Jamaica, Haiti, Honduras, Porto Rico, República Dominicana, Bahamas, entre outras.
Ao embarcar nos navios negreiros, jejes, iorubas e tantos outros, eram obrigados a deixar 
para trás sua história, costumes, religiosidade e suas formas próprias de identificação. Passa-
vam, então, a ser identificados pelos traficantes com base nos portos de embarque, nas regiões 
de procedência ou por identificações feitas pelos traficantes. Neste contexto, na diáspora, novas 
configurações identitárias iam surgindo: bantus (povos provenientes do centro-sul do continen-
te), nagôs (povos de língua ioruba), minas (provenientes da Costa da Mina). Além destes, crioulos 
(escravizados nascidos naAmérica) e, em um contexto de fim da escravatura, afrodescendentes.
A diáspora, neste sentido, constituiu um processo complexo que envolveu a promoção
de guerras na África e a destruição de sociedades; captura de homens, mulheres e crianças;
travessia do atlântico que durava em média 40 dias (entre Angola e Bahia, por exemplo); a in-
serção brutal em uma nova sociedade; lutas por liberdade e sobrevivência e a construção de
novas identidades. As sociedades construídas com base no processo de diáspora africana,
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apesar das marcas estruturais decorrentes do passado escravocrata, conectam-se social e
culturalmente, seja por meio da história e deste passado comum, das manifestações artísti-
cas, da ciência, da religiosidade, da black music, do jazz, do soul, do reggae, do samba.
É importante salientar, porém, que a colonização africana se limitou praticamente ao
litoral até o final do século XVIII. O mapa do interior da África ainda era bastante nebuloso à
época. Isso se deve ao fato de que, durante a Idade Moderna, os interesses europeus se
concentraram muito mais na América do que na África.
A situação só começou a mudar no início do século XIX com a gradual conquista

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