Buscar

RESUMO SOBRE EDEMA, DISPNÉIA E CIANOSE- RESUMOS MEDUSA


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EDEMA, DISPNÉIA E CIANOSE
Medusa – 86
(Primeiramente, algumas considerações que o professor fez no começo da aula)
Fáscies
Ao realizar a anamnese, a primeira coisa ao se observar no paciente é a sua expressão facial (denominada fácies). Ela geralmente transpassa o estado psicológico e/ou físico do paciente. Determinadas patologias possuem uma fáscie característica, como por exemplo:
· Fácies cunshingóide: Característica da Doença de Cushing, na qual o rosto se apresenta em meia-lua com o terço inferior arredondado
 
· Fácies renal: Característica de quando há comprometimento renal, no qual o rosto fica edemaciado bilateralmente.
 
Estado geral
	O estado geral do paciente pode ser classificado em bom, regular ou mau. É ele quem define, por exemplo, o agravamento de um quadro clínico. Exemplo disso é observar que, mesmo apresentando a mesma doença, dois indivíduos podem se localizar em diferentes estados gerais, de modo que um possua mais urgência no tratamento do que o outro.
EDEMA
 (
Tipos de sons que podem ser obtidos com percussões:
Som maciço:
 Se obtém ao percutir regiões desprovidas de ar (ex.: músculo da coxa, fígado, baço, rins e coração) 
Som submaciço:
 Se obtém quando há a presença de ar em uma quantidade restrita (ex.: pulmões com edema – parte da região que deveria estar preenchida com ar somente contém agora líquido também)
Som timpânico:
 Se obtém ao percutir qualquer área que contenha ar
 e seja recoberta por uma membrana flexível
 (ex.:
 intestinos ou fundo do estômago – espaço de Traube
)
Som claro pulmonar:
 Se obtém ao se percutir um tórax normal
. Depende da presença de ar dentro dos alvéolos
)	O edema é caracterizado pelo excesso de líquido no espaço intersticial. Este líquido pode se acumular no interior das cavidades corporais, como por exemplo no interior da cavidade peritoneal (causando a ascite) ou na cavidade pleural. A presença de líquido nas cavidades faz com que o seu som, ao ser percutido, seja submaciço.
	
FORMAÇÃO DO EDEMA
	Para a formação do edema, é necessário que ocorra um desequilíbrio entre a relação de forças da pressão hidrostática e da pressão oncótica. A pressão hidrostática é aquela exercida na parede do vaso sanguíneo pela quantidade de líquido (sangue) em seu interior, sendo que ela constantemente impulsiona o plasma em direção ao interstício (de dentro para fora do vaso). A pressão oncótica é aquela exercida pela composição química do sangue, principalmente por proteínas como a albumina (que, devido à osmose, atraem o plasma que extravasa para o interstício para o interior do vaso sanguíneo novamente – evitando o acúmulo de líquido no interstício). 
	É importante que estas duas pressões estabeleçam uma constância em sua relação, para que assim seja evitada a formação do edema. O mecanismo que normalmente ocorre (evitando a formação do edema) se dá da seguinte maneira: quando o sangue chega à transição entre o nível arteriolar e o nível capilar, o sangue possui uma pressão hidrostática (Pc) maior que a pressão oncótica (πc) (mostrado em 1), o que leva a uma migração do plasma do interior do capilar para o interstício (1.1). Todavia, ao avançar pelo leito capilar e atingir a extremidade venular, a relação entre a prevalência das pressões vai sendo alterada: a pressão hidrostática (Pc) torna-se inferior à pressão oncótica (πc) (2), invertendo assim a direção do fluxo e fazendo com que o plasma que extravasou no primeiro terço do trajeto retorne para o interior do vaso (2.1). Todavia, este retorno não ocorre totalmente (não é 100% efetivo), visto que resta no interstício 1ml dos 10 que foram filtrados (reabsorve-se apenas 9). Este 1ml é retirado do interstício por meio do sistema linfático, que integra o sistema venoso na junção entre a V. Subclávia e a V. Jugular em ambos os lados do corpo, fazendo com que o plasma retorne à corrente sanguínea.
	Todavia, se acontece uma alteração nos fatores que mantém essa constância (pressão hidrostática, pressão oncótica e sistema linfático), há acúmulo de líquido no interstício, levando à formação do edema. As alterações podem ocorrer das seguintes formas:
1. Alteração na pressão hidrostática:
· Acometimento renal: O acometimento renal pode causar dois tipos de edema, tanto devido à alteração da pressão hidrostática quando à alteração da pressão oncótica:
· Retenção hidrossalina devido à insuficiência renal: Decorre da morte de glomérulos. Com a morte dos glomérulos, o sangue deixa de ser filtrado em sua totalidade e, portanto, não há a eliminação dos íons na urina. O acúmulo dos íons leva a uma retenção hidrossalina, causando uma hipervolemia. Por consequência há o aumento da pressão hidrostática, levando ao extravasamento de plasma para o interstício 
· Albuminúria devido a glomerulopatias: Decorre da lesão da membrana basal, permitindo a passagem de albumina para a urina, causando portanto uma alteração na pressão oncótica do sangue.
· De forma clássica, o edema causado pelo acometimento renal é facial bipalpebral, causando a fácies descrita anteriormente (fáscies renal). Além de edemaciado, o rosto do indivíduo fica também pálido.
· Hipervolemia
· Estase venosa: Como ocorre nos casos de Insuficiência Cardíaca Direita ou Esquerda. 
· IC Direita: Neste caso, o sangue não consegue ser bombeado adequadamente para o Tronco Pulmonar, ficando acumulado no VD, o que leva a ele se acumular no AD também. Como está acumulado no AD, o sangue das Veias Cavas não consegue fluir para dentro do coração, ficando acumulado em todo o sistema venoso do organismo. Este acúmulo de sangue nas veias faz com que a pressão hidrostática aumente em todo corpo, causando um edema generalizado, denominado anasarca. Este edema é ascendente (tem início nos membros inferiores e vai subindo), e geralmente o paciente relata que este se acentua no período da tarde (vespertino). Vem acompanhado de hepatomegalia pois o acúmulo de sangue em todos os vasos que direcionam o seu fluxo para a V. Porta acomete também os sinusoides hepáticos, de modo que eles fiquem congestionados como acúmulo de sangue venoso em seu interior (fazendo com que o fígado aumente de tamanho).
· IC Esquerda: Já nesta situação, a dificuldade no bombeamento ocorre no lado esquerdo, de modo que o sangue não consegue fluir para a Aorta e se acumula no VE, e, por consequência, no AE. Como grande parte do sangue permanece no AE, o fluxo proveniente das Vv. Pulmonares não consegue chegar a seu
destino, ficando acumulado nestas e também nos capilares presentes no parênquima pulmonar. O aumento de sangue nos capilares pulmonares causa aumento da pressão hidrostática na parede dos vasos, levando ao extravasamento de plasma e à presença do edema pulmonar.
· Bloqueadores de canais de cálcio (medicamento para hipertensão e arritmias): Estes medicamentos atuam sobre a membrana dos cardiomiócitos, inibindo a entrada de Ca+² na célula e assim diminuindo a sua excitabilidade (efeito para as arritmias) e sua contratibilidade (efeito para a hipertensão). O período de relaxamento é prolongado, o que leva à diminuição da frequência cardíaca e diminuição velocidade da condução do estímulo eléctrico fisiológico pelo nó AV e secundariamente por todo o miocárdio (efeito para as arritmias). Todavia, este medicamento pode causar também vasodilatação (a contração do músculo liso das arteríolas ocorre devido ao cálcio externo que entra na célula; desta forma, com o bloqueio de sua entrada, há menos cálcio disponível e há uma redução da contratilidade que mantém o tônus da arteríola, de modo que o vaso fique mais dilatado). Esta vasodilatação leva a um acúmulo do sangue dentro das arteríolas e aumenta a pressão hidrostática na parede destes vasos, causando a uma maior extravasamento do plasma.
(só pra lembrar rs)
2. Alterações na pressão oncótica:
Estão normalmente relacionadas a alterações na concentração de albumina no sangue, a principal proteína responsável por exercer a pressão oncótica.
· Desnutrição: Uma dieta baseada em uma baixa ingestão de proteínas leva à presença de edema, principalmentena região do abdome. Isso explica o motivo pelo qual os indivíduos em locais assolados pela desnutrição apresentam geralmente membros finos (pouca massa muscular), mas um abdome globoso (devido à ascite ocasionada pelo acúmulo de linfa na cavidade abdominal)
· Problemas na absorção: Estão relacionados à uma ingestão adequada de proteínas, mas à incapacidade de absorvê-las. Entre suas causas, estão:
· Tumores
· Síndromes de má-absorção
· Cirurgias do aparelho gastro-intestinal
· Verminoses
· Hepatopatias: Como a albumina é produzida no fígado, doenças que acometem o seu funcionamento (ex.: cirrose hepática) levam a um comprometimento da síntese da albumina, levando a um quadro de edema generalizado, principalmente na cavidade abdominal. Isso se explica pela maior pressão do sistema porta. Todavia, ainda assim é possível observar edema de membros inferiores.
· Os pacientes com edema de origem hepática geralmente se apresentam com membros finos com pouca massa muscular e um volumoso abdome devido à ascite
· Glomerulopatias: Há casos em que a ingestão e a absorção de proteínas estão adequadas, assim como a produção de albumina. Todavia, a membrana basal dos capilares glomerulares encontra-se lesionada, de modo que a albumina é capaz de atravessá-la e ser eliminada na urina (albuminúria). 
3. Obstrução no sistema linfático:
O sistema linfático é outro componente importante no processo de se evitar formar o edema, visto que ele é o responsável por drenar o 1ml/min restante no interstício. As principais interrupções no seu funcionamento são:
· Filariose: Devido à obstrução do vaso pelo verme e morte dos linfonodos adjacentes, não é possível ocorrer a drenagem, levando a um quadro de edema crônico que distende toda a pele do indivíduo e torna-a grossa e dura, como a de um elefante.
· Retirada de linfonodos: Ocorre principalmente nas cirurgias de retirada de mama. A retirada dos linfonodos compromete a drenagem na linfa e o seu destino aos grandes ductos do sistema linfático, de modo que o líquido se acumule no membro e ele fique edemaciado. 
Mixedema:
	Tipo específico de edema que acontece devido ao hipotiroidismo. Decorre do acúmulo de polissacarídeos no espaço intersticial abaixo da pele, de modo a atrair líquido para o local, tornando-o edemaciado.
Edema alérgico:
	Ocorre principalmente devido a uma alteração da permeabilidade capilar. Da reação antígeno-anticorpo surgem diferentes substâncias, como a histaminas e cininas que, agindo a nível capilar, alteram a sua permeabilidade. Esta alteração permite a passagem de água para o interstício entre as células.
SINAIS TÍPICOS DO EDEMA
O edema apresenta alguns sinais que permitem caracterizá-lo, sendo eles:
· Alteração do contorno do membro (aumento do seu tamanho). Pode ser notado principalmente na região dos tornozelos (perimaleolar) quando acomete o membro inferior.
· Pele lisa e brilhante: O estiramento da pele pela presença da linfa excedente não drenada faz com que seja percebido este sinal, principalmente em edemas que ocorrem há pouco tempo
· Sinal do Cacifo/de Godet: O edema pode ser duro (como o da filariose) ou mole, como a maioria dos casos. Nestas ocasiões, ao se pressionar a região edemaciada e retirar o dedo, é possível observar que a área em questão apresenta a forma de uma depressão (permanece afundada), demorando um intervalo de tempo para retornar ao seu aspecto original.
 
INVESTIGAÇÃO SEMIOLÓGICA DO EDEMA
	Deve-se investigar na avaliação semiológica as seguintes características do edema:
Tempo de duração
	Acontece há pouco tempo ou o edema já é crônico?
Localização e distribuição
	O edema é localizado ou generalizado?
O edema localizado é segmentar: acomete um segmento apenas de apenas um membro. Se o edema ocorrer no mesmo segmento, mas em ambos os membros, é caracterizado como generalizado. O edema localizado está normalmente relacionado a alterações na circulação local (ex.: torção do tornozelo ao realizar atividade física).
Dentre as principais causas de edema localizado, pode-se citar as varizes, flebites e trombose venosa, processos inflamatórios, afecção dos vasos linfáticos e postura.
Geralmente o edema generalizado está relacionado a uma condição sistêmica (ex.: condição renal, cardíaca ou hepática). Para que este último ocorra, é necessário que aconteça a retenção de mais de 2 litros de linfa. Este acúmulo de líquido faz com que o membro pese, dificultando a realização das atividades diárias do paciente (como caminhar, por exemplo).
Geralmente os MI são as regiões mais acometidas. Todavia, também é necessário se investigar a face (principalmente as regiões subpalpebrais) e a região pré-sacra, visto que elas também podem apresentar edemas.
Evolução
	O edema sempre esteve naquele aspecto? Iniciou-se restrito a uma região e depois se espalhou para as demais? Houve aumento progressivo do diâmetro da área edemaciada?
Intensidade
	É medida ao se pressionar a região edemaciada (em direção a uma estrutura dura, como os ossos) com a polpa digital e observar a profundidade da fóvea que ficou no local da compressão. A intensidade é graduada em cruzes (+ a ++++).
	Pode-se avaliar também a amplitude do edema por meio da pesagem do paciente 1x ao dia (pela manhã ou pela noite), e notar se houve alguma variação muito grande no peso (que pode ser traduzida na retenção ou eliminação de água.
	Nos casos de edema nos MI, medir o perímetro da região edemaciada em dias sucessivos e ir comparando com o membro não edemaciado é uma outra forma de avaliar a intensidade o edema.
Consistência
	Também utiliza-se a manobra da compressão com a polpa digital (utilizada para mensurar diversas características), mas agora se avalia qual a resistência encontrada ao se comprimir a região edemaciada. Pode ser classficiade em:
· Edema mole: Facilmente depressível. Retenção de duração não muito longa
· Edema duro: Maior resistência para a formação da fóvea. Acontece devido à proliferação de fibroblastos que ocorre em edemas de longa duração, ou se acompanharem repetidos surtos inflamatórios.
Elasticidade
	É avaliada conjuntamente à consistência, observada pela volta da pele á posição primitiva quando se termina a compressão. O edema pode ser classificado em:
· Edema elástico: A pele retorna imediatamente à situação normal (fóvea perdura pouco tempo). Característico de edemas inflamatórios.
· Edema inelástico: A pele comprimida demora para voltar à posição primitiva (depressão persiste por mais tempo)
Temperatura da pele circunjacente
	Utiliza-se normalmente o dorso dos dedos ou as costas das mãos para medi-la, podendo-se notar:
· Pele de temperatura normal: Sem significado especial
· Pele quente: Característica de edema inflamatório
· Pele fria: Significa comprometimento da irrigação sanguínea do local.
Sensibilidade da pele circunjacente
	Se o paciente referir dor ao ser realizada a digitopressão, o edema em questão é inflamatório.
Coloração da pele circunjacente
	Pode ser notada:
· Palidez: geralmente acontece nos edemas que acompanham distúrbios de irrigação sanguínea
· Cianose: indicativa de perturbação venosa localizada (mas pode ser parte pe uma cianose central ou mista)
· Vermelhidão: indica processo inflamatório
Textura e espessura da pele:
· Pele lisa e brilhante: Acompanha o edema recente e intenso
· Pele espessa: Vista em pacientes com edema de longa duração
· Pele enrugada: aparece quando o edema está sendo eliminado
SINAIS PARA IDENTIFICAÇÃO DE CADA TIPO DE EDEMA:
Edema renal: 
	É observado nos quadros de síndrome nefrítica, síndrome nefrótica e pieolonefrite. Apresenta algumas características em específico:
· Edema generalizado, predominante facial, se acumulando nas regiões subpalpebrais
· Mais evidente no período matutino
· É mais intenso na síndrome nefrótica (intenso) do que na síndrome nefrítica ou pielonefrite (discreto a moderado)
· Edema mole, inelástico, indolor e com pele de temperatura normal
Edema da ICC/ICD
· Generalizado e predominante nos MMII
· Vespertino (devido ao fato de o paciente já ter se mantido de pépor diversas horas)
· Varia em intensidade, é mole, inelástico, indolor, com pele lisa e brilhante.
Edema da cirrose
· Generalizado, quase sempre discreto (+ a ++), predominando MMII
· Ascite concomitante
· Mole, inelástico e indolor
Edema da desnutrição proteica (carencial):
· Generalizado, predominante nos MMII
· Mole, inelástico, indolor e não costuma ser de grande intensidade
Mixedema:
· Depressível, inelástico, pouco intenso
· Pele apresenta as alterações próprias da hipofunção tireoidiana
 
Edema alérgico:
· Pode ser generalizado, mas costuma a restringir-se a determinadas áreas, principalmente a face
· Acontece de modo súbito e rápido
· Pele torna-se lisa e brilhante
· A temperatura pode estar aumentada e a coloração avermelhada.
· Edema mole e elástico
Edema inflamatório:
· Localizado, intensidade leve a mediana, elástico, doloroso
· Pele adjacente se apresentando lisa, brilhante, vermelha e quente
Edemas e corpo feminino
É comum aparecer edema durante a gravidez, principalmente em MI. Em casos de toxemias gravídicas, o edema torna-se mais intenso (devido a nefropatias gravídicas e às alterações hormonais da gravidez). Há também o edema pré-menstrual (na semana que antecede a menstruação) e o que acompanha o climatério.
Ascite
	É definida como acúmulo de líquido na cavidade abdominal. A cirrose é a causa mais comum para que ocorra.
	A ascite pode ser identificada através do Sinal de Piparote (ou Sinal de Onda Líquida). Para realizar o procedimento, pede-se para o paciente (ou outra pessoa) posicionar a mão na linha mediana do abdômen (apoiar com certa firmeza - não apoiando a palma, mas sim a lateral da mão esticada na linha mediana) e o médico localiza sua mão esquerda sobre o flanco esquerdo do paciente. Com a mão direita, o médico realiza então a percussão no lado direito do abdômen (dá-se um piparote). Se observada que há transmissão de onda de líquido para o lado esquerdo (de modo que o médico seja capaz de sentir a movimentação em sua mão esquerda), o sinal é considerado positivo.
 
DISPNEIA
	A dispneia é definida como a dificuldade para respirar, podendo o paciente ter ou não consciência desse estado. Ela pode ser subjetiva, se for percebida apenas pelo paciente, ou objetiva, se for perceptível ao exame físico também.
	Ela é relacionada à atividade física, sendo classificada em:
· Aos grandes esforços: Percebida ao realizar exercícios mais intensos (como correr e subir vários lances de escada).
· Aos médios esforços: Realizar atividades mais intensas que as diárias (como andar apressadamente no plano, subir um lance de escada)
· Aos pequenos esforços: Quando se realiza atividades diárias (como andar ou banhar-se)
Dispneia de repouso é aquela em que o paciente, mesmo em repouso, apresenta a dificuldade em respirar. A dispneia pode estar acompanhada de taquipneia (frequência respiratória aumentada) ou hiperpneia (amplitude aumentada).
Ortopneia é a dispneia na qual o paciente sente a dificuldade respiratória ao estar deitado, obrigando-o a se sentar ou a ficar de pé para obter alívio. Trepopneia é a dispneia que é aparente no decúbito lateral (ex.: pacientes com derrame pleural que se deitam sobre o lado são). Platipneia é sentida na posição ortostática, sendo aliviada com o decúbito.
Causas
	As causas da dispneia podem ser divididas em:
· Atmosféricas: Quando a composição da atmosfera é pobre em oxigênio, impossibilitando a respiração. O organismo reage com taquipneia
· Obstrutivas: Ocorre pois as vias respiratórias (da faringe aos bronquíolos) podem sofrer redução de calibre. Estas obstruções podem ser devido a reações biológicas ou à presença de um corpo estranho.
· Parenquimatosas: Todas as afecções que possam reduzir a área de hematose de modo intenso
· Toracopulmonares: Alterações que reduzem a elasticidade e a movimentação toracopulmonar, provoando assimetria entre os hemitórax e causando dispneia (ex.: fraturas dos arcos costais).
· Diafragmaticas: Toda afecção que interfira no seu funcionamento causa a dispneia, já que ele é responsável por mais de 50% da ventilação pulmonar (ex.: hérnias diafragmáticas)
· Pleurais: Qualquer irritação na pleura provoca dor no paciente ao inspirar. Devido a isso, frente a essas alterações na estrutura, o paciente tende a limitar ao máximo seus movimentos respiratórios (o que causa a dispneia). Além disso, grandes derrames pleurais reduzem a expansão pulmonar e por isso também causam dispneia
· Cardíacas: Ocorrem devido ao mal funcionamento do coração (evidente à congestão passiva do pulmão)
· Tecidual: A intensificação do exercício físico faz com que o consumo celular de oxigênio aumente, levando à necessidade de obtenção de oxigênio mais rapidamente.
· Ligadas ao sistema nervoso: Pode ser causada por alterações neurológicas no ritmo respiratório (ex.: hipertensão craniana) e de origem psicogênica (dispneia suspirosa). As dispneias psicogênicas graves (síndrome da hiperventilação) se acompanham de modificações somáticas decorrentes da alcalose respiratória provocada pela intensa retirada de CO2 do organismo (como espasmos musculares e dormências)
Ritmo respiratório
	Normalmente, o ritmo respiratório é marcado por uma inspiração que dura quase o mesmo tempo que a expiração, possuindo a mesma amplitude dos movimentos e sendo intercalados por uma leve pausa. Quando isso não ocorre, é possível observar os ritmos respiratórios anormais:
Respiração de Cheyne-Stokes: Causada principalmente por insuficiência cardíaca, hipertensão intracraniana, AVCs e traumatismos cranoencefálicos. Possui uma fase de apneia seguida de inspirações mais profundas até atingir um máximo, para depois decrescer até a nova pausa. É melhor ouvida do que vista.
Respiração de Biot: As causas são as mesmas da respiração de Chayne-Stokes, podendo quase sempre significar um grave comprometimento cerebral. Há primeiro uma apneia, seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios diversos (anárquicos) quanto ao ritmo e à amplitude
Respiração de Kussmaul: Causada principalmente pela acidose diabética. Possui 4 fases:
· Inspirações profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude
· Apneia na inspiração
· Expirações profundas alternadas com expirações rápidas e de pequena amplitude
· Apneia em expiração
Respiração suspirosa: Ocorre durante a tensão emocional e a ansiedade. Movimentos respiratórios são interrompidos por suspiros. Ou ainda, o paciente pode apresentar movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos por expirações breves e rápidas.
Dispneia: movimentos respiratórios amplos e rápidos
Tiragem
	É caracterizada como o esforço muscular a ser realizado em um indivíduo com dificuldades respiratórias. Devido à atelectasia de um determinado segmento do pulmão, por exemplo, a pressão exercida pela caixa torácica deve ser ainda mais negativa para que os alvéolos se encham de ar. Devido a isso, os músculos passam a realizar maiores contrações, sendo mais visíveis durante a inspiração. 
	A tiragem pode ser difusa ou localizada (ex.: supraclavicular, infraclavicular, intercostal ou epigástrica)
Exemplo de tiragem intercostal:
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=MnQtw-zJoWg
CIANOSE
	A cianose é definida como cor azulada da pele e das mucosas, ocorrendo devido ao aumento da hemoglobina reduzida nos capilares. Há três tipos de cianose:
· Central: Acomete todas as extremidades do corpo. Pode ocorrer devido a:
· Falta de disponibilidade de O2 no ambiente (ex.: altas altitudes)
· Acometimento da ventilação pulmonar (ex.:obstrução das vias respiratórias por corpos estranhos)
· Por aumento da resistência das vias respiratórias (ex.: enfisema),
· Depressão do centro respiratório
· Paralisia dos músculos respiratórios (fármacos)
· Pleurites (levam a uma respiração dolorosa superficial)
· Transtornos da difusão (aumento da espessura da membrana alveolocapilar)
· Transtornos de perfusão devido a cardiopatias congênitas (ex.: comunicação entre as câmaras cardíacas – leva à mistura de sangue, ocasionando uma condução de sangue poucooxigenado com sangue bastante oxigenado)
· Periférica: O sangue não circula, ficando acumulado no tecido e tendo o seu oxigênio consumido, adquirindo uma cor azulada. Pode ser devido a estases venosas ou à diminuição funcional ou orgânica do calibre dos vasos da microcirculação. Este tipo de cianose geralmente se concentra em áreas distas (MI) e com pele fria. A causa mais comum é a vasoconstricção generalizada devido à exposição ao ar ou à água fria.
· Mista: É assim chamada quando se associam os mecanismos responsáveis pela cianose do tipo central com os do tipo periférico:
· ICC à direita: há uma falha no bombeamento do coração (causa central), levando a um acúmulo de sangue nas extremidades do organismo, o qual vai tendo o seu oxigênio progressivamente consumido e, por consequência, vai se tornando azulado (causa periférica).
· Por alterações de hemoglobina: Relacionadas a alterações bioquímicas que impedem a fixação do oxigênio pelo pigmento. Exemplo disso é a presença da meta-hemoglobina.
A cianose é um importante sinal de doenças cardíacas, principalmente na infância. As regiões observadas no exame físico do paciente para a detecção da cianose são os lábios, a ponta do nariz, a região malar (bochechas), os lóbulos das orelhas, a língua, o palato, a faringe e as extremidades das mãos e dos pés.
Casos de impregnação da pele (ex.: icterícia) podem mascarar a cianose. Ela pode ser classificada em leve, moderada e grave, mas não há parâmetros para estabelecer o grau da cianose.
Exame clínico do paciente:
Qual a duração da cianose? Se estiver presente desde o nascimento, provavelmente é devido a uma doença cardíaca congênita
Há a presença de hipocratismo digital? Consiste na deformidade dos dedos com aumento de volume, tornando-se globosos em formato de baqueta e com unhas convexas (como vidro de relógio). Quando está associado à cianose, o baqueteamento é sinal de algumas cardiopatias congênitas e doenças pulmonares.
 
Fenômeno de Reynauld:
	Pode ser natural (devido à exposição ao frio ou alterações emocionais) ou devido a doenças como lúpus e artrite reumatoide. Ocorre um espasmo das arteríolas das extremidades no corpo, de modo que elas se fechem e o aporte de sangue para o local deixe de acontecer. Acontece em 3 etapas (podendo acontecer apenas em 2 também): 
· 1: Em consequência do estreitamento das arteríolas, o suporte de sangue para o membro vai diminuindo e este vai se tornando pálido. 
· 2: Após um tempo, os capilares vão tentando extrair do sangue ainda presente a maior quantidade de oxigênio possível (já que não está havendo irrigação), tornando o sangue (que ainda existia no local) azulado, caracterizando a cianose
· 3: Depois disso, a arteríola se abre e permite a passagem do sangue novamente, de modo que o membro/dedo fique bem avermelhado.
OBS.: Pacientes intensamente anêmicos não apresentam cianose. Isso acontece pois, para se alcançar a cianose, uma determinada quantidade de hemoglobina deve estar reduzida no capilar. Como a pessoa intensamente anêmica possui uma quantidade de hemoglobina já muito restrita, ela nunca conseguirá ser reduzida em tanta quantidade para que a cianose seja percebida.

Continue navegando