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RISCOS PRESENTES EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS Muitos processos pelos quais o homem modifica os materiais extraídos da natureza para transformá-los em produtos, que visam às necessidades tecnológicas atuais são capazes de dispor no ambiente, substâncias tóxicas que ao entrarem em contato com o organismo dos trabalhadores, podem acarretar danos a sua saúde. Portanto, esses processos podem originar condições inadequadas para o organismo humano, sendo que ambos os tipos de riscos são geralmente de caráter acumulativo, podendo chegar a produzir graves problemas aos trabalhadores. PRINCIPAIS SÍMBOLOS INTERNACIONAIS ASSOCIADOS AOS RISCOS EM LABORATÓRIOS file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br <http://biomedicinaemicro.blogspot.com/2011/01/biosseguranca.html# MAPA DE RISCO (SEGUNDO A NR5) Este mapa se caracteriza como um objeto de localização em que constam as diferentes áreas do laboratório, onde os setores deverão estar sinalizados com os riscos que podem oferecer, tais como: Físico, Químico, Biológico, Mecânico e Ergonômico. As áreas que oferecem risco deverão ser indicadas com círculos de diferentes cores para um entendimento mais fácil, são elas: • O círculo de cor verde indica um setor que apresenta risco físico; • O de cor vermelha indica um setor que apresenta risco químico; • O de cor marrom indica um setor que apresenta risco biológico; • O de cor azul indica um setor que apresenta risco mecânico capaz de gerar acidentes; • O de cor amarela indica um setor que apresenta risco ergonômico. EXEMPLO DE UM MAPA DE RISCO DO SETOR DE SÓLIDOS DA EMPRESA OUROFINO file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br http://dc429.4shared.com/doc/ghDKM_LS/preview.html Riscos Físicos Os riscos físicos são representados por um intercâmbio brusco de energia entre um organismo e o ambiente, a que o organismo é capaz de suportar, devido a essas características esse risco pode acarretar uma doença profissional, que eventualmente pode ser causada por elementos físicos como: frio e calor; ruído e vibrações; pressões anormais; umidade; radiações ionizantes (mais perigosas e de alta frequência, como raios X, raios Gama e os raios cósmicos); além das radiações não ionizantes (radiações de baixa frequência, como luz visível, infravermelho, micro-ondas, frequência de rádio, radar, ondas curtas e ultra frequências). Riscos Químicos file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br http://dc429.4shared.com/doc/ghDKM_LS/preview.html Os riscos químicos são representados pelas diversas substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. Riscos Biológicos Os riscos biológicos são representados por microrganismos, tais como bactérias, fungos, parasitas, entre outros que podem contaminar o trabalhador e causar alguma enfermidade. Muitas profissões podem favorecer contato com riscos biológicos, bons exemplos podem ser observados em indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública, laboratórios, entre outros. O contato com micro-organismos presentes nesses ambientes pode acarretar uma série de doenças, entre elas: a tuberculose, leptospirose, dengue, malária e febre amarela. Segundo Nascimento et. al. (2001), os micro-organismos nocivos ou infecciosos são classificados em quatro classes, levando em conta o risco individual e coletivo, além da virulência e gravidade da infecção nos seres humanos e animais, devendo-se focar a atenção na probabilidade de propagação, tratamento e medidas preventivas. • Classe de Risco I: Apresentam baixo risco individual e coletivo, além de que o risco comunitário está ausente ou é muito baixo. Essa classe é representada por micro-organismos que possuem pouca probabilidade de causar doenças nos homens e nos animais. Como exemplos pode-se destacar as bactérias (Bacillus spp.; Lactobacillus spp.) e fungos (Trichoderma). • Classe de Risco II: apresentam risco individual moderado e baixo risco coletivo ou comunitário. Essa classe é representada por micro- organismos que possuem probabilidade de causar doença em homens e animais, porém o risco de propagação é limitado. Atualmente existem medidas de prevenção e tratamento. Como exemplos podem-se destacar as bactérias (Escherichia spp.; Neisseria; Pseudomonas; Salmonella; Vibrio), fungos file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br (Aspegillus spp.; Candida spp.), parasitas representados pelos protozoários (Leishmania spp.; Plasmodium spp.; Trypanosoma spp.) e pelos helmintos (Ancylostoma; Ascaris; Schistosom), além dos vírus (dengue; hepatite A, B, C, G; pólio). • Classe de Risco III: apresentam elevado risco individual e baixo risco coletivo ou comunitário. Essa classe é representada por micro- organismos patogênicos que geralmente provocam doenças graves em homem e/ou animais, porém propagam-se de um indivíduo infectado a outro de forma direta, ou seja, o risco de propagação limitado, existindo medidas de prevenção e tratamento eficazes. Como exemplos pode-se destacar as bactérias (Brucella spp.; Mycobacterium tuberculosis; Yersinia spp.), fungos (Histoplasma spp.; Coccidioidis immitis; Rickettsia spp.), além dos vírus (da raiva, HIV, Arbovírus). • Classe de Risco IV: apresentam elevado risco individual, coletivo e comunitário. Essa classe é representada por micro-organismos patogênicos que geralmente provocam doenças graves em homens e/ou animais, além de propagar de um indivíduo infectado a outro sob a forma direta ou indireta, oferecendo um alto e ilimitado risco de propagação, não existe atualmente medidas eficazes de prevenção e tratamento. De acordo com o aconselhamento da OMS, os agentes de risco III que forem multirresistentes devem ser considerados e tratados como Risco Biológico IV. Exemplos: podem-se destacar os vírus (Ebola, Junin, Mapucho). Riscos Mecânicos Os riscos mecânicos são aqueles que podem comprometer a segurança dos trabalhadores no seu ambiente de trabalho, derivam da má organização de máquinas e ou equipamentos, ferramentas pouco conservadas ou sem manutenção, instalações elétricas precárias, entre outros fatores que podem gerar acidentes. Riscos Ergonômicos file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Os riscos ergonômicos são aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos que se referem à execução das atividades profissionais, podem, portanto, produzir alterações no organismo e na condição emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua segurança, saúde e produtividade. Os principais fatores observados para a intensificação desses riscos são: trabalho físico pesado, postura incorreta de trabalho, ritmo excessivo, monotonia, jornadas prolongadas, ansiedade, responsabilidade, desconforto, entre outros. Esses fatores podem ocasionar danos à saúde manifestados por: hipertensão arterial, úlceras digestivas, doenças nervosas, além de alteração no sono, problemas de coluna, taquicardia, tensão, ansiedade, medo, entre outros. Para evitar que estes fatores possam afetar as atividades do trabalhador, faz-se necessário o ajuste mútuo do profissional ao trabalho, dando-se pela modernização e higienização dos ambientes de trabalho, modificação de processos, utilização de máquinas e ferramentas adaptadas ao profissional e da adoção de ritmos e posições adequadas ao trabalho, além da racionalização do trabalho de uma maneira geral. NÍVEIS DE RISCO E A ROTINA DE TRABALHO EM UM LABORATÓRIODE ANÁLISES CLÍNICAS Um laboratório de análises clínicas é composto por diversos setores, sendo que estes podem apresentar riscos variados à saúde humana, portanto dentro do ambiente laboratorial se faz necessário à prevenção de riscos em uma rotina de trabalho promovendo o uso de alguns equipamentos, tais como: • Jaleco: O uso desse artigo é obrigatório em todos os níveis de risco; • Luvas: Devem-se usar luvas, preferencialmente de látex, em quase todas as situações, em caso de procedimentos de risco NBR-2 são necessárias luvas termo resistentes para autoclavagem; • Máscara: É necessário o uso desse artigo para procedimentos de nível NBR-3 e somente em atividades com formação de aerossol; file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br • Óculos: O uso desse artigo é necessário para procedimentos de nível NBR-3, que possam ocasionar respingos de alguma substância nociva aos olhos; • Protetor Auricular: É necessário o uso desse artigo para procedimentos de nível NBR-3, somente em situações onde há preparo de espécimes em que a centrifugação é empregada; Placas Indicativas: Esses artigos representam uma importante ferramenta de educação dos funcionários e devem estar em todos os setores laboratoriais em uma informação sobre biossegurança tiver que ser transmitida; • Lava Olhos: Esses equipamentos devem estar localizados dentro do laboratório e os funcionários devem ser treinados para utilizá-lo. Quando ocorrer algum tipo de acidente com derrame de material nos olhos, estes devem ser lavados por no mínimo 15 minutos; • Kit de Primeiros Socorros: Este é um artigo fundamental e deve estar disponível em todos os setores e constar de material necessário para tratamentos de acidentes ocorridos na área de trabalho. Os funcionários devem ser treinados para utilizá-lo; • Kit de Desinfecção: Este material deve estar disponível em todos os setores para contenção e descontaminação em caso de acidentes com material biológico no laboratório, em que os funcionários devem ser treinados para usá-lo; • Chuveiro de Segurança: Este equipamento deve constar dentro da área do laboratório em local de fácil acesso por todos os setores, seu acionamento deve ser fácil para que funcionários mesmo com os olhos fechados possam utilizá-lo; • Capelas de Exaustão e Câmaras de Fluxo Laminar: Esses equipamentos são utilizados para proteção contra material volátil ou proteção microbiológica e podem ser utilizados tanto na proteção do operador quanto do material no seu interior dependendo da rotina efetuada. ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE LABORATORIAL file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Independentemente do tamanho, da prestação de serviços ou trabalhos realizados, o laboratório precisa estar organizado de forma prática e lógica e para isso o Manual de Biossegurança do Ministério da Saúde nos dá algumas orientações de como organizá-lo: • O laboratório deve possuir uma boa iluminação e temperatura controlada na faixa de 20º a 26º C, por meio do uso de equipamento de ar- condicionado. Devem-se manter portas e janelas fechadas e evitar o uso de ventiladores, pois estes podem aumentar a quantidade de propagação de partículas, proporcionando fontes de contaminação; • As bancadas onde se é realizado o trabalho devem ser revestidas com material não poroso, para impedir a proliferação de microrganismos, devem também ser resistentes à ação dos desinfetantes utilizados em laboratórios, como por exemplo, o hipoclorito de sódio. Além disso, as bancadas devem estar dispostas de modo que possibilite a circulação dos técnicos sem riscos de acidentes; • Os equipamentos presentes no laboratório devem estar instalados de acordo com suas características e orientações do fabricante; • Todos os setores de um laboratório de análises clínicas devem possuir equipamentos de proteção coletiva (extintor, chuveiro de emergência, lava olhos) bem instalados e sinalizados; • Todos os setores de um laboratório de análises clínicas devem possuir equipamentos de proteção individual (EPI's) disponíveis para os profissionais (jaleco, óculos, máscara facial, gorro, luvas, etc.). Diante do exposto, algumas dicas são muito úteis na rotina de trabalhos, a seguir estão expressas algumas que ditam o que devemos fazer ou não enquanto estivermos no laboratório: durante a permanência no laboratório prefira o uso de calças compridas e sapatos fechados que protejam totalmente os seus pés, com a finalidade de se evitar lesões; deve-se manter os cabelos compridos presos ou utilizar um gorro para evitar que eles prendam em algum equipamento ou para evitar que eles entrem em contato com materiais nocivos durante a manipulação; as unhas devem sempre estar aparadas, pois unhas compridas podem furar as luvas e promover contaminações; deve-se evitar o uso de brincos, anéis e bijuterias, pois estas podem servir de depósito para os file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br microrganismos; dentro de um laboratório não é permitido comer ou beber qualquer tipo de alimento; além de que não se deve em hipótese alguma guardar alimento e bebidas em geladeiras dos laboratórios. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) São equipamentos de uso pessoal e utilizados como barreiras de proteção para o profissional. Há disposições legais estabelecidas pelo Ministério da Saúde para a utilização de EPIs e estes devem estar disponíveis de maneira acessível, pois seu uso obrigatório em ambientes laboratoriais. Entre os principais artigos utilizados como EPI'S podemos citar: • Jaleco: este artigo fornece uma barreira de proteção para as roupas pessoais devendo ter colarinho alto e mangas longas, podendo ser constituído de pano ou material descartável, em que a cor deve ser preferencialmente branca. Ele deverá ser utilizado apenas nas dependências do laboratório com a finalidade de evitar veiculação de microrganismos do laboratório para outros ambientes. • Luvas Descartáveis: estes artigos devem ser usados como barreira protetora para evitar o contato com líquidos corporais, secreções e objetos contaminados. As luvas de procedimento, geralmente descartáveis, devem ser trocadas frequentemente. Quando o profissional estiver fazendo uso de luvas, ele não deve manipular objetos fora do campo de trabalho, mas caso necessário, devem ser utilizadas luvas de sobrepor (material plástico); • Luvas Grossas: estes artigos são indicados para procedimentos que envolvam lavagem de instrumentais, serviço de limpeza em geral e para a coleta do lixo; • Luvas Térmicas: estes artigos são indicados para os procedimentos que envolvam procedimentos a altas temperaturas, como por file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br exemplo, esterilização em estufa e autoclavagem. Elas devem ser armazenadas em local seco; • Óculos e Máscara: estes artigos são utilizados em procedimentos que há a formação de aerossóis e servem para proteger as mucosas dos olhos, nariz e boca de respingos (gotículas) gerados pela fala, tosse ou espirro de pacientes; • Protetor Facial: este artigo é confeccionado de material rígido e leve, sendo utilizado para proteção do rosto, portanto ele deve ser ajustável à cabeça e cobrir todo o rosto; • Gorro: este artigo é indicado especificamente para profissionais que operam em procedimentos que envolvam projeção de partículas e proteção de pacientes quando o atendimento envolver procedimentos cirúrgicos. EXEMPLOS DA UTILIZAÇÃO DE ALGUNS EPI'S <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/epi-nb2.htm> Além da utilização de EPI's na rotina de trabalho, outra medida eficaz para a segurança dos profissionais e dospacientes é a higienização das mãos com frequência. Pois as mãos devem ser higienizadas antes e após o contato com o paciente; antes de calçar as luvas e após a sua remoção; entre procedimentos; após contato com sangue ou qualquer outro fluido corporal; file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br após contato com qualquer artigo ou equipamento contaminado; antes e após alimentação e uso de sanitário. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) Os equipamentos de proteção coletiva fazem referência ao uso de um determinado grupo de profissionais, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Entre os principais artigos utilizados como EPC'S podemos citar: • Cabine de segurança Biológica: esses equipamentos podem ser divididos em três classes de cabines, contudo as mais utilizadas em laboratórios de análises clínica são as classes I e II. Em todos os procedimentos que envolvam amostras biológicas e substâncias químicas voláteis deve ser utilizada uma cabine para a sua realização. • Chuveiro de emergência e Lava Olhos: estes equipamentos devem ser utilizados em casos de acidentes e sua projeção é adaptada para oferecer um fluxo de água abundante e de baixa pressão, que possibilita a remoção de qualquer tipo de contaminante ou calor do corpo humano sem agravar possíveis lesões. • Extintores de Incêndio: estes equipamentos devem estar disponíveis em todos os setores de um laboratório de análises clínicas para auxiliar no controle de um eventual acidente que possa ocasionar algum incêndio; • Balde de areia: este artigo pode ser utilizado quando houver o derramamento de substâncias químicas perigosas, pois ele absorve o material derramado, evitando assim que ele escorra para outras áreas; • Caixa para Descarte de Perfurocortantes: este artigo consiste em caixas de papelão destinadas para o descarte de agulhas, lâminas, lancetas e outros materiais perfurocortantes. Sempre é bom lembrar que nunca se pode descartar material perfurocortante em sacos plásticos. ALGUNS EXEMPLOS DE EPC'S E SUA UTILIZAÇÃO file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br <http://www.unifal-mg.edu.br/riscosquimicos/node/72> file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br
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