Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Aula 01
Introdução
Iria Helena Duarte
Fundamentos 
da Educação
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
IRIA HELENA DUARTE
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor 
IRIA HELENA DUARTE
Olá! Meu nome é Iria Helena Duarte. Sou formada em Pedagogia, 
Especialista em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Estrangeira 
com experiência técnica-profissional na área de ensino híbrido há mais de 10 
anos. Concluinte em Psicopedagogia e Especialização em Língua Espanhola. 
Iniciei minha carreira como docente em diversas escolas do Estado de São 
Paulo, Estado do Paraná e de Santa Catarina na área da Educação Infantil e 
Ensino Fundamental I. Em 2008, fui convidada por uma empresa em expansão 
em EAD a participar do departamento Pedagógico como Coordenadora 
Pedagógica em EAD e depois como professora conteudista na área da 
pedagogia e ensino de línguas. Também trabalhei para algumas faculdades 
para a elaboração de trabalhos e materiais didáticos e preparatórios, como 
ENADE. Atualmente, sou sócia de uma escola EAD de ensino de cursos 
técnicos, profissionalizantes e idiomas e, também, atuo como mediadora do 
curso de Pedagogia e tutora virtual da Universidade Virtual do Estado de São 
Paulo. Amo a minha profissão e sou apaixonada pelo meu trabalho. Estou 
sempre em busca de novos conhecimentos porque acredito no poder da 
educação e da reciclagem. Adoro poder transmitir minha experiência para 
todos que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela 
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou 
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. 
Conte sempre comigo!
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Concepção de educação ................................................................. 12
A importância histórica no processo educativo .................................12
As ciências da educação ........................................................................... 14
A concepção de pedagogia.................................................................... 15
A natureza e a especificidade da educação: educação e 
educações .............................................................................................. 18
Perspectivas atuais da educação ................................................ 21
A educação nos dias de hoje .............................................................................21
O passado que nos guia ........................................................................................22
Educação Tradicionalista e Nova ...................................................................23
A Educação Popular ..................................................................................................24
A tecnologia e a sociedade na informação e educação ...........25
A sociedade e as novas tecnologias .......................................................... 26
A educação no contexto das políticas públicas ...................29
As políticas públicas ..................................................................................................29
A influência do Neoliberalismo ........................................................................ 31
Aspectos legais no âmbito educacional brasileiro .........................33
A Constituição Federal de 1988 .......................................................................33
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 
(LDB) .........................................................................................................................................35
Plano Nacional da Educação (PNE) ............................................................ 36
Considerações finais ................................................................................................. 36
Bibliografia ...................................................................................................38
Fundamentos da Educação 9
UNIDADE
INTRODUÇÃO
01
Fundamentos da Educação10
Iniciaremos nossa jornada quanto a definição da palavra educação. 
O que é educação para você? Qual o significado real que ela tem para 
a sua vida? Faremos muitos questionamentos ao longo de todo esse 
trabalho e esperamos que, no final, você tenha uma visão muito mais 
ampla sobre a educação e tenha a compreensão de todas as etapas que 
foram percorridas até chegar nos dias de hoje.
Conhecer os fundamentos da educação é conhecer a origem de 
tudo, as bases, é pensarmos qual foi o ponto de partida e para onde 
vamos. Entendemos que essa disciplina é a sustentação de todo um 
processo educativo para conseguirmos compreender também as ideias 
dos principais pensadores de diversas épocas e culturas.
Precisamos entender a história e alguns pensamentos filosóficos 
para que possamos chegar até os dias de hoje. O conceito de educação 
atualmente é muito diferente em relação a outros tempos, felizmente a 
educação passou a ser vista como prioridade e é essencial para todos os 
indivíduos. O conceito de escolarizar, de formar e até mesmo educar não 
era discutido no passado, o que se entendia era que as pessoas eram 
expostas a diversos tipos de informação sem que um contexto fizesse 
parte da realidade de cada um.
Qual o cenário da nossa educação nos dias de hoje? Como 
podemos ter uma visão crítica quanto a educação e educador? Temos 
que compreender todas ciências humanas que envolvem a educação 
para que possamos, de fato, compreender a forma como atualmente se 
pensa sobre educação no Brasil e no mundo. Ao longo desta unidade 
letiva você vai mergulhar neste universo!
Sejam muito bem-vindos!
INTRODUÇÃO
Fundamentos da Educação 11
Olá! Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1, e o nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
 • Compreender os parâmetros e a definição sobre o que é 
educação em todo o seu contexto;
 • Identificar as diferentes naturezas da educação;
 • Analisar as perspectivas no cenário educativo atual e o impacto 
no ambiente escolar;
 • Reconhecer a importância sobre as Políticas Públicas e sua 
influência no âmbito educacional.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
OBJETIVOS
Fundamentos da Educação12
Concepção de Educação
A educação passou por muitas transformações ao longo dos anos, 
e foi pensada e repensada. Podemos dizer que o seu conceito é amplo 
e baseado em muitas teorias fundamentadas. Devemos enxergar esse 
tema também e como um ato científico e não somente um ato de amore de vocação. Através das trocas de experiências entre professores e 
estudantes, é que podemos realmente ter em mente o que mais define 
essa palavra. Educação é, portanto, não somente um ato de amor, mas 
de experiências vividas dentro de sala de aula e o que essas experiências 
podem trazer para os nossos alunos.
Muitos movimentos históricos foram responsáveis para que essa 
definição sobre o que é educação, fosse pensada e repensada. Outras 
ciências foram importantes nesse processo e tiveram papel fundamental 
para que possamos chegar a uma definição sobre o que é educação nos 
dias atuais.
Para você aluno, que está estudando pedagogia, é importante 
que deva também ter domínio dessa ciência teórico-prática, nos 
ajudando a ter noções sobre o indivíduo em seu processo de formação 
e desenvolvimento no mundo, na cultura que o seu aluno está inserido. 
Somente na prática é que conseguimos ter uma maior definição sobre o 
que é educação, para que e a quem ela serve. 
A importância histórica no processo 
educativo
Na Grécia Antiga, os paidagogos eram escravos que tinham como 
tarefa única, levar os filhos dos senhores feudais até a escola, ou seja, 
essa vigilância e acompanhamento era denominada de paidagogia. 
Nos dias atuais, o termo pedagogia possui outras definições bastante 
diferenciadas dos paidagogos daquela época.
Podemos dizer que três tradições de estudos educacionais foram 
responsáveis para que chegássemos ao nosso cenário atual:
Fundamentos da Educação 13
1- A tradição francesa sob o pensamento sociológico de Émile 
Durkheim (1858-1917). É considerado um dos pais da sociologia e fundou 
a escola francesa. Durkheim considerava que poderia haver combinação 
entre a pesquisa empírica e a teoria sociológica. Muito conhecido como 
um dos melhores teóricos sociais.
2- A tradição alemã sob as fundamentações filosóficas de Johann 
Friedrich Herbart (1776-1841). Foi psicólogo, filósofo, pedagogista e 
fundador da pedagogia como uma disciplina acadêmica. 
3- A tradição americana sob a reflexão de John Dewey (1859-
1952). Foi pedagogista, pedagogo e filósofo.
Émile Durkheim fez o seu posicionamento no final do século XIX e 
início do século XX e conceitua pela primeira vez, o termo de pedagogia, 
educação e as ciências da educação. Nesse caso, o termo é definido 
segundo podemos notar nas reflexões de Ghiraldelli (2006):
“...o fato social pelo qual uma sociedade transmite seu 
patrimônio cultural e suas experiências de uma geração 
mais velha para uma mais nova, garantindo sua continuidade 
histórica. ”
Diante dessa afirmação, podemos dizer que o termo pedagogia 
é um tanto utópico, ou seja, não existe uma única definição sobre o 
conceito de educação. O termo é muito mais abrangente e complexo 
que possamos imaginar e muitas vezes, não é de fácil compreensão. 
Portanto, quando pensamos em educação, temos que ir muito mais 
além do que uma definição curta e simples.
Fundamentos da Educação14
Figura 1
Fonte:.Freepik
As ciências da educação
As ciências da educação são compostas inicialmente pela 
psicologia e pela sociologia. Na fundamentação filosófica de Durkheim, 
a sociologia vem ao encontro de substituição da filosofia com a ideia de 
propor alguns fins para a educação. Já a psicologia surge para favorecer 
os meios e os instrumentos mais adequados na prática da didática.
Para Herbart, ciência e pedagogia estão intrinsicamente ligadas 
e esse pressuposto está enraizado em nosso sistema até hoje, ou seja, 
educação e pedagogia não podem estar separadas, pois, fazem parte 
de um mesmo caminho. É o que podemos observar nas reflexões de 
Hein (2014, p.05):
O estudo das ideias pedagógicas não é apenas uma iniciação 
da filosofia antiga ou contemporânea, menos ainda ao 
resumo do que foi dito pelos filósofos sobre a educação. Mais 
importante do que dar a possibilidade de ter conhecimento 
Fundamentos da Educação 15
teórico sobre a educação, esse estudo forma nos educadores 
uma postura que deve passar por toda a prática pedagógica. 
Essa postura deve induzir o educador a refletir radicalmente 
diante dos problemas educacionais, levando-os a tratar 
desses problemas de maneira séria e atenta.
Para nós educadores, ter o conhecimento também da filosofia, 
sociologia e história nos auxilia na prática educativa tornando as ideias 
mais concisas em meio ao cenário atual. São elementos básicos e 
que podem nos oferecer recursos também na prática em sala de 
aula. Teoria e prática devem sempre estar em acordo, uma faz parte 
da outra. Não devemos nos ater somente à prática sem que tenhamos 
uma fundamentação teórica e por outro lado, não existe teoria sem que 
exista também a sua prática. Uma complementa a outra. Prática e teoria 
devem estar sempre juntas em uma mesma sincronia. 
É o que afirma Hein (2014, p. 6):
Para isso, é preciso fazer um exercício básico: ter acesso às 
fontes do pensamento pedagógico. Quando recorremos às 
fontes básicas do pensamento pedagógico, não estamos 
realizando um ato abstrato ou abstraído da realidade.
Estudar a teoria educacional é aceitar um convite para a ação 
individual e coletiva. Por isso mesmo, nenhuma questão pode 
ser banalizada. Pelo contrário, todos os aspectos da realidade 
precisam ser constantemente elaborados, trabalhados e 
submetidos à reflexão. Além da leitura sempre importante, o 
questionamento, a pergunta, o diálogo, o debate e a discussão 
organizada são as bases para o hábito de pensar.
A concepção de pedagogia
O termo pedagogia está intrinsicamente ligado à educação e 
didática, tanto historicamente quanto funcionalmente. Em seu sentido 
Fundamentos da Educação16
mais amplo, a pedagogia engloba muitos termos e não podemos nos 
ater simplesmente em um único conceito. Antigamente, sua definição 
estava mais próxima da escolha dos estudos e da maneira de pensar. 
Alain Prost (1982) fundamenta uma definição mais ampla, porém coloca 
a relação dos alunos em relação ao saber.
Com uma visão mais construtivista, Libâneo (2004) remete a ideia 
que a pedagogia não está somente ligada ao professor, ao aluno ou ao 
saber, mas a junção desses três elementos. O objeto de estudos principal 
é a relação entre aluno e professor através de suas experiências e seus 
conhecimentos compartilhados.
Para John Dewey (1899) a pedagogia é uma “reconstrução 
contínua” que engloba a experiência passiva das crianças e que também 
está sob constantes questionamentos e concepções. Podemos, então, 
afirmar, que a pedagogia está relacionada às experiências no âmbito 
educacional. Ela pode englobar tanto o plano de ação quanto a realização 
de projetos e outras facetas e características ligadas à educação.
Segundo Hein (2004, p.8-9), esses conhecimentos podem ser 
destacados:
A ciência pedagógica abarca diferentes conhecimentos: 
condutas pedagógicas, conhecimento das disciplinas 
(programas e competências), conhecimento de metodologia 
(organização do trabalho docente), conhecimento científico 
(ciências da educação, do conhecimento, sociais etc.), 
conhecimento pedagógico e de ação para vinculação do 
conhecimento do aluno às condições do exercício de educar. 
Podemos concluir então, que o termo pedagogia são subdivisões 
de outros termos intrínsecos no que se diz respeito à ciência pedagógica. 
Esses conhecimentos não estão somente em sala de aula, mas no dia a 
dia, no relato das experiências vividas, na cultura de cada um, ou seja, no 
seu individualismo e também naquilo que nos une como seres humanos.
Um ponto muito importante a ser definido nessa concepção é a 
individualidade histórica. Não podemos aprender as definições sem que 
Fundamentos da Educação 17
possamos também compreender nossa história, os acontecimentos e 
todos os fatores que desencadearam para que chegássemos nos dias 
atuais. É possível fazer uma análise e reflexão sob os aspectos históricos 
sem fazer nenhum questionamento e sim para que esse conhecimento 
nosseja benéfico para a construção do conhecimento e a prática em 
sala de aula. 
REFLITA:
Baseado em todas as teorias que estudou até agora, o que 
significa pedagogia para você? Como professor, quais os 
critérios que você utilizaria para que sua sala de aula fosse 
a mais harmoniosa possível? Escreva sua resposta em seu 
caderno e compartilhe suas ideias com seus colegas!
Fundamentos da Educação18
A natureza e a especificidade da educação: 
educação e educações
Existem muitos fatores que diferenciam o homem dos animais e 
um deles é a educação que é um fenômeno próprio da raça humana, pois 
o homem necessita produzir sua existência todos os dias, ao contrário 
dos animais que se adaptam facilmente em seu ambiente e tem a sua 
existência garantida. O homem precisa utilizar de diversos recursos para 
que sua existência esteja intacta.
Nesse pressuposto, a educação se faz necessária ao homem 
como afirmação do processo de trabalho, sendo que ela mesma é um 
processo de trabalho. Além disso, existe a subsistência material, pois os 
seres humanos precisam dos bens materiais. Obviamente, a educação 
não se enquadra em bens materiais, mas favorece para que o homem os 
consiga através da educação. 
Quando falamos a palavra “educação”, não estamos querendo 
dizer somente o ato de educar, passar conhecimentos, instruir, e sim uma 
visão muito mais ampla. Como já vimos, a educação possui multifacetas 
que não podem ser desconsideradas. Lembre-se que para sobreviver, o 
homem irá utilizar diversos recursos e muito deles, complexos, como a 
educação.
Segundo Saviani, a educação tem a ver com “ideias, conhecimentos, 
conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes, habilidades”, que são 
elementos exteriores ao homem, ou seja, ele aprende esses elementos 
através da educação, por essa razão é que podemos dizer que não se 
trata somente um fenômeno próprio do homem, mas também único, 
capaz de transformar valores e ideias. O objeto da educação, então, 
é a assimilação da cultura do indivíduo e sua formação sobre ela na 
descoberta de adquirir tais objetivos.
Fundamentos da Educação 19
Figura 2
Fonte:.Freepik
É o que sugere em suas reflexões de Saviani (1984, p.2, 6):
Consequentemente, o trabalho educativo é o ato de produzir, 
direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a 
humanidade que é produzida histórica e coletivamente 
pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação diz 
respeito, de um lado à identificação dos elementos culturais 
que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie 
humana para que eles se formem humanos e, de outro 
lado, e concomitantemente, à descoberta das formas mais 
adequadas para atingir esse objetivo.
... a compreensão da natureza da educação enquanto um 
trabalho não-material cujo produto não se separa do ato de 
produção nos permite situar a especificidade da educação 
como referida aos conhecimentos, ideias, conceitos, valores, 
atitudes, hábitos, símbolos sob o aspecto de elementos 
necessários à formação da humanidade em cada indivíduo 
singular, na forma de uma segunda natureza, que se 
produz, deliberada e intencionalmente, através de relações 
pedagógicas historicamente determinadas que se travam 
entre os homens.
Fundamentos da Educação20
A partir dessa teoria é que abriram novas perspectivas e conceitos 
dos diferentes tipos de educação e suas especificidades através das 
ciências:
 • Ciências da educação (voltada a diversidade e estudos 
pedagógicos);
 • Ciências da natureza (preocupada com os fenômenos naturais);
 • Ciências humanas (voltada aos fenômenos culturais);
Podemos compreender, então, que não existe um único tipo de 
educação, e sim diversas “educações”, seja em seu sentido amplo ou 
restrito.
Fundamentos da Educação 21
Perspectivas atuais da educação
Daremos início a uma discussão e reflexão sobre a educação 
e a sala de aula contemporânea. O conceito de educação sofreu 
diversas modificações ao longo dos anos devido a muitos fatores, que 
discursaremos ao longo deste capítulo.
Te convidamos a fazer uma reflexão dos impactos dessas 
mudanças dentro da sala de aula e uma comparação entre a sala de aula 
nos tempos antigos com a sala de aula nos dias atuais. Você acredita 
que exista alguma diferença?
Nessa trajetória, discutiremos sobre os principais momentos 
históricos e pessoas que influenciaram diretamente essas mudanças. 
Sabemos que o assunto é bastante extenso, porém a intenção é fazer 
com que você possa compreender as principais etapas desse processo 
e a importância desse tema para a sua formação profissional como 
docente.
A educação nos dias de hoje
Há uma grande preocupação quando se trata do termo de 
educação em nosso país. O tema é extenso, complexo e multifacetado. 
Porém, quando falamos em educação, nos referimos num processo 
completo, como um todo.
Quando você pensa em educação, o que vem em mente? Você 
acredita, como futuro professor, que a educação pode ser melhorada em 
nosso país? E como podemos modificar as perspectivas educacionais 
nos dias de hoje? Há, de fato, muitas indagações que ainda pairam sem 
nenhuma resposta por sua complexidade.
As duas últimas décadas do século XX foram marcadas por muitas 
mudanças tanto na esfera socioeconômica e política quanto na cultura, 
tecnologia e ciência. A globalização facilitou a comunicação entre as 
pessoas, de uma maneira muita rápida, quase que instantânea. Muitos 
Fundamentos da Educação22
movimentos sociais ocasionaram modificações no cenário mundial. 
Quem não lembra da queda do muro de Berlim?
Hoje em dia, as pessoas estão tão ligadas à tecnologia que muitas 
já não conseguem fazer uma simples ação sem usá-la. O celular e as 
redes sociais passaram a ser parte integrante do cotidiano das pessoas e 
quando elas não podem utilizar esses recursos tecnológicos, é como se 
fossem desmembradas, nos tornamos dependentes dessa tecnologia.
E como essa tecnologia pode influenciar no sistema educacional? 
Como podemos falar do futuro da educação sem mencionar todos 
os problemas que enfrentamos todos os dias? Nossa intenção é que 
possamos apoiar nas práticas de pesquisadores e filósofos para que 
eles possam dar algum direcionamento para nosso futuro. Futuro 
esse que está cada vez mais próximo, sendo assim, em meio a tantos 
questionamentos, quais as perspectivas da educação visando o que 
temos em vista hoje?
Há uma grande preocupação de educadores diante da demanda 
avassaladora das tecnologias, pois não podemos viver sem ela e ao 
mesmo tempo não podemos permitir que ela interfira de forma negativa 
em nossa rotina. Por consequência disso, criam-se algumas estratégias 
educacionais, a fim de diminuir a sensação de medo diante do futuro.
O passado que nos guia
Para compreender todas as questões do nosso presente, primeiro 
devemos conhecer o nosso passado, pois é a partir dele que conseguimos 
enxergar algumas vertentes e tentar achar algumas respostas para 
o futuro. Quais seriam os valores e práticas educacionais que nos 
marcaram que ainda possuem forte influência no presente? Sabemos 
que muitas perspectivas teóricas simplesmente desapareceram, porém 
outras ainda fazem parte do nosso dia a dia.
Fundamentos da Educação 23
REFLITA:
Pensando no processo educativo de vinte anos atrás, como 
você compara com o sistema educacional atual? No seu 
modo de ver, qual o que seria mais coerente e por quê?
Educação Tradicionalista e Nova
A educação tradicional se deu, primeiramente, na sociedade de 
classes escravista e para uma minoria. Teve o seu declínio no movimento 
renascentista, porém muitas de suas características ainda estão enraizadas 
nas salas de aula brasileira. Muitas instituições ainda adotam o regime 
tradicional e, podemos dizer, que muitos professores também utilizam de 
recursos e métodos tradicionais dentro de sala de aula.
A educação nova, teve seu início nas ideias de Rousseau, através 
de sua obra, e nos trouxemuitas conquistas, principalmente no campo 
da ciência e metodologias do ensino. Tanto a educação tradicionalista 
como a nova estão enraizadas em nosso sistema e essa consolidação 
nos dá o claro entendimento que elas permanecerão também no futuro. 
Ambas possuem uma característica em comum, pois entendem que a 
educação é um processo de conhecimento individual.
Outro fator que foi muito importante, foi a ideia da educação 
permanente, ou também conhecida como educação internacionalizada. 
No início da metade deste século, alguns pesquisadores idealizaram 
um tipo de comunicação que foi diretamente confiada à UNESCO, pois 
esse novo sistema já havia sido conferido em países desenvolvidos no 
qual a erradicação do analfabetismo foi total. Essa educação, deu-se 
primeiramente em Bruxelas no ano de 1899 pelo educador Adolphe 
Ferriére. Podemos dizer que ainda nos dias de hoje existe muita influência 
dessa educação nas salas de aula brasileira.
Fundamentos da Educação24
A Educação Popular
A ideologia de educação popular se deu nos anos 60 por Paulo 
Freire. Houve uma reflexão profunda no qual a organização deveria fazer 
parte do processo educativo, ou seja, a transformação também estava 
no modo de se organizar.
Para Hein (2014, p.57), podemos discorrer que:
Estamos traçando um caminho para mudança da própria 
função social da escola. Entre os educadores, chamamos 
essa nova educação de educação popular. Não que ela seja 
destinada somente às camadas populares, mas pelo seu 
caráter popular, socialista e democrático.
A educação popular, no seu método teórico recapitulado, tem 
oferecido grandes possibilidades e diretórios, desde o pensamento da 
reforma dos sistemas da escolarização pública até a novas reestruturações 
no modelo de práticas pedagógicas que foi, sem dúvida, uma grande 
contribuição da América Latina durante muitos anos. A percepção da 
aprendizagem, a partir do conhecimento do sujeito, e de ensinar, a partir 
de palavras e temas que geram algum desenvolvimento, propiciaram 
uma nova transformação social e política da educação, fazendo crítica 
direta à pedagogia universal.
Para Hein (2014, p.66), as definições de educação popular vão 
muito mais além:
Estamos falando, então, de uma nova fase da educação. 
Nessa fase a democracia não pode ser apenas uma 
recomendação, como os teóricos da educação dos anos 1970 
diziam. A educação, para ser instrumento de paz, precisa ser 
um resultado da luta, do movimento popular. Atualmente, 
muitas organizações de educadores pelo mundo estão 
se desenvolvendo. A intenção é fortalecer suas entidades 
para contribuir com uma nova concepção da educação. 
Fundamentos da Educação 25
Essa concepção não será mais fruto da elaboração teórica 
de algum pensador, filósofo ou expert da educação. As 
alternativas educacionais populares são, necessariamente, 
o resultado de uma luta pela organização do poder popular. 
Mas não podemos considerar que essa luta dispensa criação 
e a reinvenção (pedagogia da imaginação) de novos meios 
educacionais. Além disso é preciso incorporar as conquistas 
da ciência, da técnica e da tecnologia.
A tecnologia e a sociedade na informação e 
educação
O crescimento das tecnologias foi muito impactante para todas a 
áreas, e por consequência disso muitas habilidades, que até então não 
eram praticadas, passaram a ser nesse gigantesco avanço. É o mundo 
conectado com ele mesmo, numa rapidez de informação que chega a 
ser absurda. Todas as pessoas têm acesso à informação de forma rápida 
e pontual e sabemos que essa realidade de hoje não corresponde ao 
passado.
Outra característica muito importante para esse “arrebatamento” 
tecnológico está no sentido da própria linguagem. Há diferentes formas 
de expressão e de linguagem nos dias atuas. Podemos citar a linguagem 
da televisão, da informatização e da internet. Criaram-se novas 
perspectivas, novos conceitos e valores completamente diferentes das 
décadas passadas.
Um exemplo disso é o próprio uso do computador. Perceba 
que, para pessoas mais velhas usar essa ferramenta é uma tarefa que 
para muitas, chega a ser uma missão quase impossível, enquanto as 
crianças praticamente nascem já informatizadas. É incrível o domínio 
que elas possuem de manusear uma ferramenta tecnológica, é muito 
comum crianças muito pequenas brincarem com tablets ou até mesmo 
nos celulares através de jogos educativos ou softwares voltados ao 
desenvolvimento infantil. Tudo isso porque elas têm acesso a esse tipo 
Fundamentos da Educação26
de recurso e a tecnologia faz parte do cotidiano. Chamamos de cultura 
digital o acesso na idade tenra para uso das tecnologias. 
Outra consequência importante da evolução das novas 
tecnologias é a evolução da aprendizagem à distância, que é a uma das 
maiores novidades deste milênio. O ensino hibrido está cada vez mais 
em alta e a tendência é que cresça. Você mesmo, caro (a) aluno (a) está 
usufruindo deste conceito de uma nova educação, a educação EAD. 
Infelizmente, ainda falta muito para que os sistemas educacionais 
avancem significativamente no mesmo passo que a tecnologia. Ainda há 
muito o que fazer no que diz respeito a comunicação áudio visual e da 
informática o que acaba deixando mais viável o trabalho com recursos 
tradicionais. Vale lembrar que nossos jovens estão em outra linguagem e 
quando retardamos um conhecimento, podemos ter muitos problemas 
nesse sentido, até mesmo a falta de motivação no sistema educacional.
REFLITA:
Diante as demandas tecnológicas, você acredita que utilizar 
recursos, como notebook, celular, data show, tablets etc. 
em sala de aula é algo que promove o desenvolvimento do 
indivíduo? Quais recursos tecnológicos você utilizaria e não 
utilizaria com seus alunos?
A sociedade e as novas tecnologias
Vivemos na era do conhecimento, a todo instante há novidades 
tecnológicas e o sistema de telecomunicações avança a cada segundo. 
Você pode notar isso quando você percebe que o seu aparelho de 
celular, que há tão pouco tempo era considerado de última geração, já 
está classificado como ultrapassado e já existe um modelo mais recente 
que ele. A tecnologia parece estar de mãos dadas com o tempo, isto é, 
ambos não param, é sempre um processo contínuo.
Segundo Gadotti (2014, p.7):
Fundamentos da Educação 27
As novas tecnologias permitem acessar conhecimentos 
transmitidos não apenas por palavras, mas também por 
imagens, sons, fotos, vídeos (hipermídia), etc. Nos últimos 
anos, a informação deixou de ser uma área ou especialidade 
para se transformar uma dimensão de tudo, transformando 
profundamente a forma como a sociedade se organiza. 
Pode-se dizer que está em andamento uma Revolução da 
Informação, como ocorreram no passado a Revolução Agrícola 
e Revolução Industrial.
As tecnologias nos trouxeram demandas muito curiosas, pois o 
espaço educativo deixou de ser exclusivamente dentro do ambiente 
escolar, o espaço domiciliar também se tornou um ambiente de 
conhecimentos quando tratamos dos alunos de EAD, pois o local de 
estudos é dentro da sua própria casa. Algumas organizações não 
governamentais, assim como sindicatos, associações, igrejas e etc., 
também aderiram às tecnologias na difusão de conhecimentos e na 
formação continuada.
Para Hebert MacLuhan, “o planeta tornou-se a nossa sala de aula 
e o nosso endereço”. É o que chamamos de ciberespaço, um “local que 
está em lugar nenhum”, porque não existe um endereço fixo, cada local 
de informação e de conhecimento é o seu ciberespaço.
Nesse pressuposto, podemos afirmar que todo o conhecimento 
adquirido é considerado fundamental, ou seja, para que você tenha uma 
boa qualificação é preciso que você tenha o básico desse conhecimento. 
Podemos citar, por exemplo, o próprio uso dos computadores. Se 
o indivíduo não tiver conhecimentos básicos fica muito difícil ele se 
candidatar em áreas que exigem uma certa autonomia no uso desse 
recurso.O grande desafio, então, da escola é se adequar a esse 
conhecimento no sentido de inovação às demandas das novas 
tecnologias e sua reestruturação curricular. Nessa perspectiva, o 
professor passa a ser o mediador desse conhecimento, pois o aluno 
passa a ser sujeito principal da sua formação. 
Fundamentos da Educação28
Podemos usar como exemplo você, aluno EAD. Você é o principal 
sujeito nesse processo educativo e constrói seus conhecimentos a partir 
do que você faz, do que estuda e das suas pesquisas. O aluno EAD 
tem que ser proativo, disciplinado e muito curioso, só assim dá-se por 
completo seu conhecimento.
E quem é o professor nos dias de hoje?
É claro que não podemos pensar em educação sem o docente. 
O professor hoje é aquele que vive no seu tempo, deve estar sempre 
fazendo suas reciclagens e adquirindo novos conhecimentos, pois ainda 
hoje eles não somente transformam a informação em conhecimento, 
como também formam pessoas. E é exatamente o papel de nós, 
docentes, transformar e formar pessoas.
REFLITA:
Como deveria ser a escola do futuro para você? O que ela 
deveria proporcionar para seus alunos?
Fundamentos da Educação 29
A educação no contexto das políticas 
públicas
Neste capítulo, iremos falar um pouco sobre as políticas públicas 
no meio educacional, não na sua complexidade, mas de maneira mais 
objetiva para que você possa compreender a importância desse tema 
como futuro docente.
O ideal de política é que seja um sistema a favor e para o bem 
de todos, sem mencionar que ela deve ser também, comum a todas as 
pessoas. Não estamos nos referindo aqui em partidos políticos, e sim a 
processos políticos direcionados para o bom desenvolvimento da nação. 
E quando essa política é direcionada para a área educacional, 
temos que ficar atentos com todas as mudanças que ocorrem, pois 
como docentes, devemos sempre nos atualizar, pois entendemos que 
as propostas políticas não são estáticas em nenhum sentido.
Enfrentamos, todos os dias, diversos problemas na área da 
educação e sabemos que há muito para ser mudado, por essa razão, 
é que se faz necessário as políticas públicas, para que elas possam 
auxiliar ou até mesmo amenizar muitos dos problemas que as escolas e 
os alunos de todo o país enfrentam todos os dias.
Como você pode notar, o tema é bastante extenso e delicado. Te 
convidamos a fazer reflexões sobre o meio escolar em que está ou já foi 
inserido. No final deste capítulo, faça uma breve síntese dos pontos mais 
importantes e procure pensar como você, futuro professor, pode ser e 
fazer a diferença dentro do seu espaço educacional. Reflita como as 
políticas públicas podem ajudá-lo a se desenvolver como profissional. 
Bons Estudos!
As políticas públicas
O termo se refere ao conjunto de medidas e procedimentos que 
demandam a orientação política da nação e fazem a regulamentação 
Fundamentos da Educação30
das atividades governamentais relacionadas ao interesse público, ou 
seja, todas intenções que são traduzidas em ações, são consideradas 
políticas públicas. Para ampliarmos esse conceito, recorremos às 
reflexões de Terra (2017, p.74), que assim explica:
De acordo com esse conceito, as políticas públicas, são 
ações governamentais com a missão de atender a certas 
demandas da sociedade, tendo como objetivo satisfazer 
determinados interesses econômicos, políticos, sociais e 
culturais. Os responsáveis legais por elaborar e aplicar as 
políticas públicas são aqueles que detêm o poder público; 
no entanto, esse podem aceitar propostas de movimentos 
sociais e organizações da sociedade civil, e também fechar 
parcerias com empresas, sindicatos, entidades profissionais 
ou organizações não governamentais (ONGS) para colocar as 
medidas na prática.
Agora, sim, futuro professor, podemos definir políticas públicas:
Políticas públicas são aqui entendidas como o “Estado em 
ação”; é o Estado implementando um projeto de governo, 
através de programas, de ações voltadas para setores 
específicos da sociedade Holfling (2001, p.31)
Essas políticas públicas têm sempre uma intencionalidade e 
elas podem ser modificadas sempre que alguma legislação ou algo 
significativo mude em nosso país, em outras palavras, é um terreno 
muito móvel e está em constante atualização. Qualquer mudança que 
ocorra na esfera governamental, pode influenciar diretamente nesse 
cenário. 
Por sua vez, pleiteiam aplicações de recursos públicos e suas 
funções podem ser distributivas, redistributivas ou regulatórias. Nas 
aplicações distributivas, elas são redirecionadas unicamente para o 
Estado e a sua finalidade é a distribuição de bens e serviços para a 
Fundamentos da Educação 31
sociedade em geral. Faz parte das políticas distributivas a construção de 
estradas, hospitais e escolas, transporte público e etc. 
As aplicações redistributivas, a principal característica é destinar 
recursos, bens e serviços para a sociedade e significam a repartição de 
custos e benefícios sociais. Um exemplo disso é o próprio Bolsa Família 
ou o Renda Mínima. E por fim, as aplicações regulatórias constituem 
leis e regras para direcionar determinadas atividades, comportamentos 
e ações. Podemos citar a CLT, LDB, ou seja, diversas legislações de 
natureza econômica.
Quando falamos de política, nos referimos sempre a um sistema 
que deve sempre estar relacionado ao bem comum e que deve atender 
a todas as demandas sociais. Note que política não é algo estático, 
pois está sempre sob constantes modificações e é passível também de 
muitas interpretações.
Outro fator bastante significativo, é pensar que todas políticas 
públicas têm suas influências, sejam internacionais, nacionais ou locais. 
Estão sempre baseadas nos ideais de alguém ou de um grupo. UNICEF 
e UNESCO são exemplos dessas interferências internacionais. 
A influência do neoliberalismo
REFLITA:
Antes de iniciarmos a explicação desse tema, pedimos que 
você faça uma reflexão sobre o texto abaixo:
Você já estudou que toda política pública sofre influências 
externas. Citaremos aqui o caso do Banco Mundial. Se 
trata de uma instituição financeira internacional que 
disponibiliza empréstimos financeiros para todos os países 
em desenvolvimento, ou seja, o mesmo processo que 
acontece com você quando precisa de um dinheiro a mais 
para fazer algum projeto, pagar uma dívida, reformar a casa 
etc.
Fundamentos da Educação32
Todos sabem que a realidade brasileira na área da educação 
tem uma situação muito crítica e precisamos de toda ajuda para 
essas demandas sociais, que não são poucas. Desde a construção de 
escolas, materiais escolares de qualidade até aumento de vagas em 
creches requerem muito dinheiro. Por sua vez, o Banco Mundial oferece 
empréstimos para que muitos desses problemas educacionais sejam 
sanados, ou melhor, sejam amenizados.
O Banco Mundial é o principal representante das ideias 
neoliberais e sempre traz consigo questões de financiamento. Quando 
ele faz um empréstimo para a educação, não porque ele é “bonzinho” e 
quer simplesmente ajudar, na verdade, ele objetiva o retorno financeiro 
e o crescimento do mercado possibilitados pela melhoria do sistema 
educacional de uma nação.
Baseado nessa explicação, você acredita que possa existir uma 
outra maneira de nos poupar da dívida externa e ainda assim encontrar 
subsídios em favor dos problemas da educação? 
DEFINIÇÃO:
Entende-se por neoliberalismo como um princípio 
socioeconômico que tem por ideais a não participação 
do Estado na economia e poder ter livre domínio sobre 
o mercado para a melhoria da nação, garantindo um 
grande crescimento econômico e social do país. Para os 
neoliberalistas, o Estado não pode ter total supremacia, 
muito pelo contrário.
Quando se trata de educação o neoliberalismo defende a ideia 
que a crise educacional é uma expansão desordenada devido aos seus 
sistemas educativos e que essa crise pode gerar influências diretas nas 
práticas pedagógicase de gestão. Para o ponto de vista neoliberal a 
crise é direcionada por questões administrativas e de gestão e não no 
que se refere a democratização da escola.
Fundamentos da Educação 33
O neoliberalismo insiste no pressuposto que a escola tem muitas 
defasagens de funcionamento por conta de ausências de um verdadeiro 
mercado educativo e não por outras questões, sejam elas internas ou 
externas. Os grandes vilões da educação para os neoliberalistas é o 
Estado, os sindicatos e todas organizações que defendem a educação 
pública para todos.
SAIBA MAIS:
Dica de leitura: “Liberalismo e educação em debate”. 
LOMBARDI, José Claudinei;SANFELICE,José Luís. Ed. 
Autores Associados
Aspectos legais no âmbito educacional 
brasileiro
A importância de conhecer a base legal decorre do fato de que 
esta, embora por si não altere a fisionomia do real, indica um caminho 
que a sociedade deseja para si e quer ver materializado Vieira (2005, 
p.29).
A Constituição Federal de 1988
A Constituição Federal de 1988 foi um marco de profunda 
importância para as políticas educacionais num cenário de 
democratização da educação e redemocratização do país. Quando, pela 
primeira vez, a educação passou a ser um direito do cidadão e dever do 
Estado. Representa mecanismos de desenvolvimentos, tanto pessoais 
como em relação a própria sociedade. Os objetivos eram que o indivíduo 
tivesse garantia plena em sua própria realização, promover o exercício 
da cidadania e de qualificar o indivíduo para o mercado de trabalho.
Podemos elucidar mais esses princípios com a reflexão de Bobbio 
(1992, p.25):
Fundamentos da Educação34
(...) os direitos fundamentais ou direitos humanos são direitos 
históricos, ou seja, são frutos de circunstâncias e conjunturas 
vividas pela humanidade e especificamente por cada um dos 
diversos Estados, sociedades e culturas. Portanto, embora 
se alicercem numa perspectiva jusnaturalista1, os direitos 
fundamentais não prescindem do conhecimento estatal, da 
inserção no direito positivo.
Constituição Federal de 1988
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e 
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho.
Neste artigo, é notório que a Constituição deixa bem claro que 
tanto Estado e família devem assegurar o direito à educação. O Estado 
deve proporcionar meios para que o indivíduo possa adquirir os seus 
direitos e a família também tem o seu papel de importância, deve servir 
como base e guia no processo do desenvolvimento educacional.
O artigo 209 explica que a educação deve ser obrigatória e 
gratuita em seus níveis e modalidades de ensino, também para pessoas 
que os nunca tiveram acesso à educação, na modalidade de Educação 
de Jovens e Adultos (EJA). No inciso IV do mesmo artigo, é tratada a 
educação infantil e o dever do Estado em garantir o direito às crianças 
de período de até 5 anos em creches e pré-escola.
Como você pode notar, a Constituição Federal de 1988 
revolucionou conceitos, que até então, não eram vistos ou praticados. 
Por ter um conteúdo muito vasto, sugerimos que você faça a leitura de 
toda a Constituição e analise a importância que cada artigo ou inciso tem 
na história da educação brasileira. 
1 A teoria jusnaturalista é fundamentada pelos direitos humanos e esses são 
fundamentais.
Fundamentos da Educação 35
REFLITA:
Sabendo que a educação “é um dever do Estado e da 
família”, como você analisa os diversos problemas que 
enfrentamos todos os dias na educação?
Mesmo o Estado sendo obrigado a promover a educação para 
crianças de até 5 anos, porque então muitas crianças não estão nas 
creches por falta de vaga? O que você faria se tivesse autonomia para 
modificar essas questões?
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional de 1996 (LDB)
Também conhecida como Lei Darci Ribeiro, nº 9.394, de 20 de 
novembro de 1996, composta por nove títulos e 91 artigos. A LDB passou 
por algumas modificações em seu texto original, entre elas, em 20 de 
maio de 2014, com nove títulos e 92 artigos; em 2013 já havia sofrido 32 
emendas.
As diretrizes correspondem às modalidades da organização da 
educação aos ordenamentos da oferta, aos sistemas de conferência 
de resultados e procedimentos para articulação de infraestrutura. Nas 
diretrizes, encontramos o conteúdo de formulação operativa. As bases 
correspondem às vigas de sustentação em que o sistema educacional é 
fundamentado (CARNEIRO,2004).
Nesta nova perspectiva, o Estado redirecionou o seu papel e 
fez alterações significativas na legislação educacional com a ideia de 
adotar novos métodos de gestão pública. A LDB agrega alguns valores 
e deveres que estavam em pauta e promove algumas discussões, 
principalmente na questão sobre o financiamento da educação, pois é 
sabido que nosso sistema de financiamento possui muita defasagem 
Fundamentos da Educação36
entre todas as esferas governamentais, sejam federais, estaduais ou 
municipais.
Para compreender sobre todas as questões da LDB, mais uma 
vez convidamos você para que faça uma leitura completa dessa lei, pois 
nosso objetivo nesse momento, é que você tenha ciência dos principais 
apontamentos do cenário político educacional brasileiro.
Plano Nacional da Educação (PNE)
O PNE visa assegurar, a todos indivíduos, condições básicas na 
qualidade da educação sancionado pela presidente Dilma Rousseff, em 
25 de junho de 2014. Se constitui em um conjunto de estratégias e metas 
que pretende subsidiar às necessidades educacionais do país. Existem 20 
metas fixadas pelo PNE (2011-2020), algumas delas bastante ambiciosas, 
se formos fazer uma análise do quadro real educacional brasileiro. 
Considerações finais
Nossas perspectivas relacionadas à educação estão enraizadas 
em fundamentos antes mencionados, como já estudamos. As teorias e 
pensamentos de estudiosos na área nos ajudaram para que pudéssemos 
compreender todo o processo educativo. As mudanças significativas ao 
longo de muitos anos permearam caminhos que ainda seguimos e algumas 
trilhas que com certeza, ainda passaremos por elas por um bom tempo.
Diante dessas mudanças, nos deparamos com o crescente 
acesso à informação, possibilitado pela globalização e o uso das novas 
tecnologias. Viver nos dias atuais com tanta diversidade, não é uma 
tarefa fácil, por que tudo muda em um espaço muito curto de tempo. A 
informação se dá de uma maneira tão ágil, que nos espanta. A internet, 
as redes sociais e os recursos tecnológicos fizeram com que o homem 
contemporâneo se tornasse um ser totalmente informatizado. E, quando 
falamos do indivíduo no seu processo de informação, o assunto é ainda 
mais complexo, pois ele é o progenitor do seu conhecimento.
Fundamentos da Educação 37
Esperamos que você tenha compreendido a importância desses 
temas como futuro docente, por que você também será responsável 
por utilizar tais ferramentas juntamente com seus alunos. Recicle, faça 
pesquisas, estude, se atualize! 
Desejamos que suas perspectivas sobre a educação sejam 
sempre positivas!
Esperamos que você tenha refletido sobre os apontamentos 
referente ao nosso tema e consiga enxergar agora a importância sobre 
as políticas públicas na educação. Visando nossa realidade, sabemos 
que há muito para ser mudado, muitos questionamentos ainda não 
foram sanados e continuam pairando no esquecimento.
Nosso sistema educacional precisa ser melhorado sim, isso é 
fato, porém é essencial que você tenha compreensão sobre a dimensão 
dessas estruturas e o impacto que elas exercem no âmbito da educação.
Queremos que todos tenham acesso a uma educação de 
qualidade, que possam desenvolver seu papel como cidadão na 
sociedade e também profissionalmente, que tenham qualificação e 
ascensão no trabalho.
Queremos que todas as crianças estejam na escola, queas mães 
possam deixar seus filhos na creche para poder trabalhar. Que todos 
tenham direito à Educação Superior.
Acreditamos que esses desejos também são os seus! Por essa 
razão, nosso objetivo maior como docentes deve ser sempre em favor 
do crescimento e desenvolvimento da nação.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso 
à seguinte fonte de consulta e aprofundamento:
 • Artigo: “A Importância e Influência do Setor de Compras 
nas Organizações” (FRANCO & VALE), acessível pelo link 
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/
detalhe_artigo/1004 (Acesso em 04/07/2017).
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1004
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1004
Fundamentos da Educação38
BIBLIOGRAFIA
COMENIUS, J.A. Didática Magna.: tratado da arte universal de 
ensinar tudo a todos. 3.ed. Lisboa:Fundação Calouste Gulbekian, 1985
FERREIRO, E. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1984
HEIN,A.C.A. Fundamentos da Educação. São Paulo: Pearson, 2014
VIGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
Aula 02
A Pedagogia
Iria Helena Duarte
Fundamentos 
da Educação
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
IRIA HELENA DUARTE
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor 
IRIA HELENA DUARTE
Olá! Meu nome é Iria Helena Duarte. Sou formada em Pedagogia, 
Especialista em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Estrangeira 
com experiência técnica-profissional na área de ensino híbrido há mais de 10 
anos. Concluinte em Psicopedagogia e Especialização em Língua Espanhola. 
Iniciei minha carreira como docente em diversas escolas do Estado de São 
Paulo, Estado do Paraná e de Santa Catarina na área da Educação Infantil e 
Ensino Fundamental I. Em 2008, fui convidada por uma empresa em expansão 
em EAD a participar do departamento Pedagógico como Coordenadora 
Pedagógica em EAD e depois como professora conteudista na área da 
pedagogia e ensino de línguas. Também trabalhei para algumas faculdades 
para a elaboração de trabalhos e materiais didáticos e preparatórios, como 
ENADE. Atualmente, sou sócia de uma escola EAD de ensino de cursos 
técnicos, profissionalizantes e idiomas e, também, atuo como mediadora do 
curso de Pedagogia e tutora virtual da Universidade Virtual do Estado de São 
Paulo. Amo a minha profissão e sou apaixonada pelo meu trabalho. Estou 
sempre em busca de novos conhecimentos porque acredito no poder da 
educação e da reciclagem. Adoro poder transmitir minha experiência para 
todos que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela 
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou 
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. 
Conte sempre comigo!
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Pedagogia x ciências da educação ............................................ 12
A antropologia ................................................................................................................. 13
A Sociologia ....................................................................................................................... 13
A Psicologia .......................................................................................................................16
A Filosofia ............................................................................................................................18
Pedagogia x Andragogia ..................................................................20
A importância da pedagogia nos mais diversos segmentos 
da educação ..........................................................................................26
Os Segmentos da educação .............................................................................27
Os pilares da educação ..........................................................................................28
Educação x cultura ............................................................................. 32
Considerações finais ..........................................................................36
Bibliografia .............................................................................................40
Fundamentos da Educação 9
UNIDADE
A PEDAGOGIA
02
Fundamentos da Educação10
Prezado (a) aluno (a),
Estamos, ainda, no início da nossa jornada e esperamos que você 
possa fazer apropriação de todo o conteúdo de uma maneira muito 
mais prazerosa e que todos tenham oportunidades de poder, ao longo 
desse trajeto, vivenciar esse meio educacional que ainda nos desafia e 
também nos dá muito prazer.
Nesta unidade, estudaremos um pouco mais sobre o sentido 
amplo da pedagogia e também de todos os segmentos que a seguem. 
Você aprenderá que uma definição por si só não permeia o sentido real 
dessa palavra tão apaixonante e dessa pratica desafiadora. A pedagogia, 
embora muitos ainda questionem, é uma ciência que envolve muitas 
outras ciências e só é concretizada através da prática, pois não podemos 
falar em pedagogia sem mencionar a importância da sua prática.
Compreender a dimensão dessas ciências que envolvem 
essa prática é de suma importância para você, futuro professor. Você 
saberia dizer qual a diferença entre pedagogia e andragogia? E quais os 
segmentos da educação que são mais impactantes para a pedagogia? 
Essas e outras respostas serão sanadas nesta unidade. 
E a cultura? O que ela pode influenciar na pedagogia? Pense 
nos seus hábitos, nos hábitos da sua família, nas receitas de família que 
passaram de pais para filhos? Você acredita que a sua família seja igual 
as outras famílias? Apesar de muitas famílias serem bastante parecidas, 
podemos afirmar que não. Cada família possui um costume, uma prática, 
uma cultura e esse tipo de “diferença” pode contribuir e muito dentro 
da sala de aula. Compreender esse mundo tão rico, chamado “cultura”, 
nos capacita ainda mais a entender nossos alunos e até a nós mesmos. 
Desejamos que você possa adquirir muito conhecimento com essa 
unidade.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Fundamentos da Educação 11
Olá! Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 2. O nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
 • Refletir sobre as diferenças entre pedagogia e as ciências que 
compõem o campo do ambiente educacional;
 • Compreender as definições sobre o que é pedagogia e 
andragogia;
 • Entender a importância da pedagogia nos segmentos da 
educação;
 • Analisar educação e cultura e as definições intrínsecasentre elas.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
OBJETIVOS
Fundamentos da Educação12
Pedagogia X Ciências da Educação
Durante muitos anos, a pedagogia foi definida como um ato 
de vocação e somente as pessoas boas é que poderiam transmitir o 
conhecimento. Nessa ideia surgiu também a ligação entre pedagogia e 
maternidade, pois estava relacionada com o ato de cuidar de um filho, 
ou seja, seriam para aquelas pessoas que tinham tais habilidades, pois 
seria equivalente ao trabalho que uma mãe tem ao criar e educar um 
filho. Por esse motivo foi que essa ciência iniciou primeiramente por 
mulheres, e até mesmo nos dias de hoje o número de mulheres é muito 
superior aos homens atuando nessa área.
Com o passar do tempo, viu-se que a pedagogia também exigia 
conhecimento de outras ciências, na sua prática e também em sua 
teoria. Definiu-se que o termo é amplo e que não se pode simplesmente 
nomear uma ou duas definições, pois a pedagogia abrange e tem 
influência direta ou indireta de outras ciências, sejam elas da educação 
ou não.
É o que podemos verificar em Hein (2014, p.38):
“...Como ciência humana complexa e multifacetada, a educação 
forma-se a partir da contribuição das ciências humanas, que 
estudam o desenvolvimento humano sob diferentes óticas. 
A pedagogia é uma ciência que tem seu campo de atuação, 
metodologia, teorias, etc.” 
Portanto, por ser a pedagogia uma área de diversos conhecimentos, 
podemos dizer que os campos científicos que compõem a pedagogia são:
 • Antropologia da educação;
 • Sociologia da educação;
 • Psicologia da educação;
 • Filosofia da educação.
Fundamentos da Educação 13
A antropologia 
Compreendemos como antropologia a ciência que estuda o 
homem e a humanidade no seu sentido mais amplo, ou seja, em todas 
as suas dimensões. É o próprio conhecimento e o do ambiente em que 
vive. Para os antropólogos, o que diferencia o homem dos animais é que 
o homem tem ciência da sua finitude, ou seja, ele sabe que irá morrer 
um dia. Nossa condição é marcada por características filosóficas como a 
transcendência, impermanência, finitude, o ser humano como ser único 
e plural ao mesmo tempo.
Quando o ser humano pensa que um dia morrerá, a ideia de 
“vida eterna” acaba sendo a única alternativa, e nessa constância o ser 
humano segue a sua vida. Do ponto de vista científico, essa ideia faz com 
que o homem tenha diversas ilusões, pois ele busca algo que está muito 
além dele.
Outra característica antropológica é a ideia que os seres humanos 
são tão dependentes da natureza quanto os animais, a diferença está 
como os dois agem nesse processo. Apesar de o homem ter forte 
influência na natureza, ela ainda pode o dominar, sendo ser capaz de 
modificá-la, mas nunca sendo agente ativo. O trabalho então, em uma 
ideologia marxista, define o homem em sua totalidade.
O trabalho consiste na modificação do homem com o seu 
ambiente natural em busca de novos objetivos e por esse motivo é que 
o trabalho transforma o homem. 
A Sociologia 
Quando pensamos no homem antropológico, ligado inteiramente 
à questão da sua sobrevivência, passamos também a compreender 
esse homem em um meio social. Além da busca de suas necessidades 
básicas como alimentar-se e abrigar-se, o ser humano descobre que 
ele precisa interagir com as outras pessoas para que ele também possa 
conquistar outras necessidades.
Fundamentos da Educação14
Figura 1: Ilustração de trabalho em conjunto, realizado por um grupo de pessoas.
Fonte: Freepik
A interação com o social se faz mais do que necessário e é nesse 
meio também que ele acaba transformando seus conceitos e atitudes. 
O ser social passa a ser encarado como alguém que pode atuar em 
diversos papéis ao longo da sua existência para alcançar seus objetivos.
A sociologia nesse momento mostra um homem totalmente 
enraizado com o seu meio e também dependente dele. No coletivo, ele 
é capaz de fazer a mudança e a diferença para a sua sobrevivência, o 
homem é um ser inteiramente e integralmente social.
O meio em que vivemos nos influencia, nos questiona, nos 
transforma, nos define como seres humanos como sendo únicos e 
ao mesmo tempo iguais a todos de nossa raça. Precisamos uns dos 
outros para que nossa sobrevivência não seja fortemente afetada, ou 
seja, não existem outras maneiras de inteiração entre as raças sem que 
haja um contato social. O homem não é uma ilha, ele precisa interagir, 
compreender e se fazer compreendido.
É o que define as reflexões de Hein (2014, p. 40):
A capacidade humana de criar vínculos e estabelecer relações 
em vários níveis com a realidade, tanto no que se refere à 
natureza quanto ao outro, é a condição da racionalidade.
Fundamentos da Educação 15
É importante observarmos que, do indivíduo ao ator social 
e deste à pessoa, cada ser humano vivencia experiências, 
consigo e com os outros, que se caracterizam como um 
contínuo processo de aprendizagem [...]
A partir disso, podemos compreender os processos de 
socialização. Denominamos de socialização o processo 
responsável pela integração de todos os indivíduos num 
grupo e no convívio social que passarão a estabelecer com os 
demais indivíduos que integram esse grupo.
O ser humano precisa da interação com o outro. Há a necessidade 
da relação e o convívio social para que o homem aprenda e compreenda 
o mundo em que vive. 
SAIBA MAIS:
Crônica: Socialização
Todo ano nosso país é invadido por milhões de “coisas” (é 
difícil encontrar a palavra exata) que representam imensas, 
incalculáveis ameaças a ordem social. Elas trazem o perigo 
do caos total. São barbaras. Não amam a democracia 
e desconfiam do comunismo. Não creem na tradição 
judaico-cristã. Não têm recato. Não falam nossa língua, não 
conhecem nossa história nem valorizam nossos costumes. 
Falta-lhes motivação ou conhecimento que as leve 
compartilhar, a dar e receber, a entrar em acordo, a conciliar, 
a cooperar. São impulsivas e exigentes. Não atacam 
autoridade, não demonstram consideração pelos mais 
velhos, nem exprimem respeito. Embora não praguejem, 
roubem, masquem tabaco, forniquem, conspurquem a 
bandeira nem digam palavrões, certamente ignoram que 
não devem fazer tudo isso. Não têm modos, não respeitam 
os outros, não respeitam a tradição. Não aprendem a 
manter as aparências, a bater antes de entrar, a ficar quietas 
na igreja ou a se preocupar com o mau hálito e mancha de 
Fundamentos da Educação16
suor nas axilas. Esses invasores são os bebês humanos [...]. 
Algo tem que ser feito. Precisamos deles porque sem eles a 
sociedade perece por falta de gente, mas precisamos deles 
conforme nossas condições, e não conforme as deles. O 
processo de ajustá-los às nossas condições denomina-se 
socialização.
Fonte: Campbel (apud CHARON,1999)
A Psicologia
A psicologia da educação começou a ser pensada entre o fim do 
século XIX e início do século XX e se fundamentou em três conceitos:
1- O indivíduo que não consegue aprender;
2- O indivíduo que não tem disciplina;
3- O indivíduo que é um ser único.
Nessa perspectiva, existe uma reflexão um tanto que isolada 
de cada um, o homem passou a ser visto como único e a partir de 
então, muitas pesquisas foram realizadas. Existia a intenção de medir 
a inteligência das pessoas para que eles pudessem ser classificados 
como seres capazes de aprendizado.
Pesquisadores, como Alfred Binet (1857-1911) e outros nomeados 
da época, fundamentaram um indivíduo que tinha capacidade para 
o aprendizado e cada um era classificado dentro de uma “escala da 
inteligência”, ou seja, haviam os que não aprendiam e outros que 
aprendiam. A ideia de “higienização da mente” partiu dessa época, em 
que se acreditava que as pessoas deviam passar por higienes mentais 
para que pudessem ter uma vida mais objetivada. Nesse sentido, a 
educação seria apenas para as pessoas que seriam capazes de aprender 
e não para indivíduos com dificuldadesou indisciplinados. 
Ao longo dos anos, a psicologia passou a ser vista como algo 
que pudesse avaliar os alunos e auxiliá-los em suas dificuldades. 
Fundamentos da Educação 17
Muitos psicólogos trabalhavam nas escolas nas quais eram atribuídos 
diagnósticos e tratamentos para crianças com problemas na 
aprendizagem. As crianças eram submetidas a testes e exames, porém 
a problematização da família era completamente descartada. Em sua 
totalidade, acreditava-se que as famílias pobres não podiam subsidiar 
os estudos dos seus filhos de uma forma adequada, desta maneira as 
crianças não tinham condições de melhores oportunidades e os pais 
não eram desprovidos das mínimas condições. A família e o aluno eram 
totais responsáveis pelo fracasso escolar.
A psicologia da educação começou a ser bastante questionada, 
os problemas do fracasso escolar poderiam estar também em outros 
lugares e as dificuldades de aprendizado passaram a ser vistas de uma 
maneira mais constante. Não existe um indivíduo que simplesmente não 
aprende ou que é totalmente desajustado no ambiente educacional. O 
que existe é uma gama de diversas possibilidades sobre os problemas, 
ou seja, o fracasso escolar passou a ser repensado e compreendido na 
sua complexidade. Não existe apenas um único fator, e sim diversos, 
que podem desencadear os problemas que as crianças enfrentam, até 
mesmo nos dias de hoje.
Alguns fenômenos educacionais foram analisados no sentido das 
relações entre si:
a- Relações entre escola e família;
b- Relações entre coordenadores e professores;
c- Relações entre alunos e professores;
d- Relações entre professores e professores;
e- Relações entre alunos e alunos;
f- Relações entre pais e alunos;
g- Relações entre pais e professores.
Perceba que cada relação é um questionamento. Não podemos 
fazer qualquer tipo de avaliação sem analisar a importância dessas 
relações. A escola, neste aspecto, é compreendida como parte integrante 
do ambiente social em que os alunos estão inseridos.
Fundamentos da Educação18
Portanto, a psicologia da educação tem uma visão muito mais 
ampla da realidade e visa estabelecer a importância de integrar as 
relações dentro e fora de aula. É o que podemos notar nas reflexões de 
Hein (2014, p. 48):
A psicologia da educação não perde a vista dos fenômenos 
educacionais localizado na sala de aula. Aliás, é nesse espaço 
que podemos verificar uma das grandes contribuições da 
psicologia da educação, ao oferecer subsídios ao professor 
em seu trabalho pedagógico com os alunos, ao investigar 
a aprendizagem e o desenvolvimento e ao ampliar nosso 
conhecimento acerca dos problemas na aprendizagem 
escolar, mas sofrem um recorte mais amplo, abrangendo 
questões sociais e relacionadas às interações presentes na 
vida do aluno.
SAIBA MAIS:
A obra “Psicologia escolar: LDB e educação hoje”, de Rachel 
Guzzo, pode te ajudar a pensar na psicologia da educação 
nos dias de hoje.
A Filosofia
Para que possamos compreender a dimensão da filosofia, 
precisamos primeiramente compreender a questão da Epistemologia. 
Entende-se de epistemologia como a teoria do conhecimento, ou seja, é 
a origem de tudo, a parte central em que apoiamos sobre os conceitos, 
métodos e teorias.
A filosofia teve seu início nos pensamentos de Sócrates, Platão e 
Aristóteles. O homem começou a ser pensado como um indivíduo que 
pudesse fazer uma reflexão e que existia através dos seus pensamentos. 
Fundamentos da Educação 19
Para o filósofo alemão Kant, alguns questionamentos filosóficos devem 
ser repensados:
 • O que posso saber? (Teoria do Conhecimento)
 • O que devo fazer? (Teoria do agir ético)
 • O que devo esperar? (Filosofia da religião)
 • O que é o homem? (Antropologia filosófica)
Os ensinamentos de alguns filósofos, principalmente Platão e 
Aristóteles, marcaram a nossa cultura e as concepções que temos até 
hoje. O homem nunca mais foi visto de uma maneira superficial, muito 
pelo contrário, ele passa a ser visto com um indivíduo completo, sempre 
na busca pela perfeição.
A filosofia da educação passa então a ser estudada e todos os 
seus questionamentos, não somente sobre o comportamento, mas 
todos os conceitos que permeiam a nossa existência. Existir não é 
somente pensar, mas agir, indagar, modificar e interagir.
REFLITA:
Acabamos de estudar todos os campos que compõem a 
pedagogia. Na sua opinião, qual a importância de cada um 
deles na prática pedagógica? Pense, reflita e compartilhe 
sua opinião com os seus colegas!
Fundamentos da Educação20
Pedagogia X Andragogia
Há uma discussão de muitos teóricos no que se diz respeito 
sobre os conceitos de pedagogia e andragogia. Existe ainda alguns 
conceitos de até uma certa rivalidade entre as duas, porém iremos tratar 
esses conceitos como especialidades que podem favorecer um melhor 
desenvolvimento de educação.
Veja o quadro abaixo:
Conceito de 
Aprendiz
Pedagogia Andragogia
Conceito de 
Aprendiz
O papel do aluno, 
é por definição, 
dependente. A 
sociedade espera 
que o professor 
assuma toda a 
responsabilidade e 
determine o que, 
como e quando será 
aprendido, além 
de verificar se foi 
aprendido.
É um aspecto de 
processo de maturação 
de uma pessoa mudar 
da dependência para 
a auto direção, mas 
sem diferentes etapas 
que varia para cada 
pessoa, em diferentes 
dimensões da vida. 
Os professores têm a 
responsabilidade de 
incentivar e nutrir esse 
movimento. Os adultos 
têm uma profunda 
necessidade psicológica 
de normalmente ser 
dependentes em 
situações particulares 
ou temporárias.
Fundamentos da Educação 21
Papel das 
Experiências dos 
Alunos
A experiência 
aprendida traz pouco 
valor para a situação 
de aprendizagem. 
Pode ser usada 
como um ponto 
de partida, mas a 
experiência que os 
alunos receberão 
é, em sua maioria, 
proveniente do 
professor, da escrita, 
dos livros didáticos, 
do audiovisual e de 
outras referências. 
Consequentemente, 
a técnica primária 
de educação é a 
de transmissão, 
leitura atribuídas, 
apresentações.
A medida que as 
pessoas crescem 
e se desenvolvem, 
acumulam um 
reservatório de 
experiências que se 
torna um recurso cada 
vez mais rico para a 
aprendizagem, tanto 
para eles, como para 
com os outros. Além 
disso, as pessoas dão 
mais significado para os 
aprendizados quando 
geram experiências, 
do que aqueles que 
recebem passivamente. 
Adequadamente, as 
técnicas primárias 
são experienciais 
(experimentos 
laboratoriais, 
discussões, estudos 
de casos, resolução de 
problemas, exercícios 
de simulações, 
experiências de campo, 
etc).
Fundamentos da Educação22
Prontidão para 
aprender
As pessoas estão 
prontas para aprender 
o que a sociedade 
(especialmente 
a escola) diz que 
deveriam aprender, 
fornecendo pressões 
sobre eles (como o 
medo do fracasso) 
para serem ótimos 
o suficiente. A 
maioria das crianças 
da mesma idade 
estão prontas para 
aprender as mesmas 
coisas. Portanto, a 
aprendizagem deve 
ser organizada de 
forma padronizada, 
por currículos, com 
uma progressão 
uniforme (passo a 
passo) para todos os 
alunos.
As pessoas se tornam 
prontas para aprender 
algo quando elas 
experimentam uma 
necessidade de 
aprendizagem, afim de 
lidar satisfatoriamente 
com a vida real, 
tarefas ou problemas. 
O educador tem a 
responsabilidade 
de criar condições/
procedimentos e 
fornecer as ferramentas 
para ajudarem os 
alunos a descobrirem 
a “necessidade do 
saber”. Os programas de 
aprendizagem devem 
ser organizados em 
torno da aplicação na 
vida, categorizado e 
sequenciado de acordo 
com o aprendizado.
Fundamentos da Educação 23
Orientação para 
Aprendizagem
Os alunos enxergam 
a educação como 
um processo de 
aquisição de um 
assunto ou conteúdo, 
a maioria dos quais 
eles entendem 
ser úteis apenas 
em um momento 
posterior da vida. 
Consequentemente,o currículo deve 
ser organizado em 
unidades (cursos) 
que siga a lógica do 
assunto (ex: história 
antiga para moderna, 
matemática ou 
ciências simples 
à complexa). As 
pessoas estão 
sujeitas a orientação 
centrada para a 
aprendizagem.
Os alunos enxergam 
a educação como 
um processo de 
desenvolvimento 
que aumenta suas 
competências para 
atingir seu pleno 
potencial de vida. Eles 
querem ser capazes 
de aplicar qualquer 
conhecimento e 
habilidade que 
eles ganham hoje, 
para viver mais 
eficazmente amanhã. 
Consequentemente, 
as experiências de 
aprendizagem devem 
ser organizadas em 
torno das categorias 
de desenvolvimento 
de competências. As 
pessoas são centradas 
no desempenho 
durante a orientação da 
aprendizagem.
Beck, C. (2014). Pedagogia e Andragogia são iguais? Andragogia Brasil. Disponível em: 
https://andragogiabrasil.com.br/pedagogia-e-andragogia-sao-iguais/ Acesso: 07/05/19
Fundamentos da Educação24
Compreendemos que umas são voltadas para um público em 
específico. Uma das principais diferenças é que enquanto a pedagogia 
se destina para um público mais jovem, ou seja, crianças e adolescentes, 
a andragogia está direcionada para a educação de jovens e adultos.
Figura 2: Ilustração de professor mais velho, com mais experiência, em sala de aula.
Fonte: Freepik
REFLITA:
Imagine um professor que possui mais de 20 anos como 
pedagogo. Ao longo desses anos, ele trabalhou com 
crianças e adultos (especificamente no EJA). Se a pedagogia 
se destina para a educação de crianças e adolescentes e 
a andragogia na educação de jovens e adultos, isso quer 
dizer que esse professor não sabe ensinar jovens e adultos 
por não ser andragogo?
Fundamentos da Educação 25
Os métodos da pedagogia tradicional não são muito eficazes 
para o aprendizado de jovens e adultos, ou seja, não são totalmente 
direcionados para tal. Temos que entender que o perfil de quem aprende 
é diferente do perfil de quem ensina para crianças e adolescentes. Na 
pedagogia, cabe ao educador direcionar o aprendizado das crianças. Os 
alunos não têm muita autonomia e acabam aceitando tudo, o que lhes 
é passado em sala de aula, como verdade. Não há questionamentos. Já 
os adultos são coautores do processo de sua aprendizagem, eles não 
aceitam tudo como verdade como também questionam.
No Brasil, ainda não existe a importância para essa profissão. 
Infelizmente, ainda não existe um curso superior.
Fundamentos da Educação26
A importância da pedagogia nos mais 
diversos segmentos da educação
Você saberia dizer em suas próprias palavras qual a importância da 
pedagogia em sua vida? Lembre dos seus professores e dos diferentes 
métodos que eles utilizavam para que suas aulas fossem mais eficazes. 
É claro que lembramos dos professores que mais nos marcaram por 
diversas características e não somente os meios que ele utilizou para 
ensinar. Alguns podem ter lembranças frustrantes, outros, lembranças 
doces e inesquecíveis.
Posso dizer que tive ambas experiências. Me recordo muito bem 
da minha professora do meu 3º ano, uma mulher muito rígida. Seus 
ensinamentos eram baseados em castigos para os alunos que não 
conseguiam aprender. No meu caso, seria a matemática. Até hoje me 
recordo das atividades de fixação que ela passava de um dia para o 
outro e que eu ficava a noite toda, acordada, fazendo, por que era um 
número absurdo de exercícios. Desde então, nunca mais enxerguei a 
matemática como uma disciplina fácil e desafiadora, muito pelo contrário. 
Por outro lado, nos anos seguintes tive uma professora tão acolhedora e 
incentivadora, que todas as minhas “dores educacionais” desapareceram. 
Você deve estar se perguntando qual a relação da minha história escolar 
com a importância da pedagogia. Posso te dizer, tudo!
A pedagogia é o caminho, o guia que nos leva à perfeição. Quando 
falamos em pedagogia não podemos nos esquecer a importância das 
técnicas e métodos que ela utiliza para ensinar aos seus alunos. Lembre-
se que não existem técnicas perfeitas e métodos que funcionam em 
sala de aula com a maior primazia. As salas de aulas são reais, com 
pessoas reais e com cada um na sua individualidade. O que eu posso 
aprender com a maior facilidade, alguém pode ter a máxima dificuldade. 
O professor não deve ser somente o direcionador nesse processo, ele é a 
chave mestra, é quem guia, aquele que potencializa o desenvolvimento.
Fundamentos da Educação 27
Não podemos esquecer que quando se trata de prática, também 
nos referimos aos meios que utilizamos para alcançarmos determinados 
objetivos. 
Os segmentos da educação
REFLITA:
O que você compreende por segmentos? Quais os 
segmentos de uma escola?
Entende-se por segmentos como uma porção, um fragmento ou 
qualquer uma das partes em que se pode dividir alguma coisa. Nesse 
pressuposto, podemos verificar que os segmentos da educação estão 
divididos e subdivididos.
Para os segmentos da educação, podemos dizer que estão 
divididos em:
 • Educação Infantil; 
 • Ensino Fundamental I (do 1º ao 5º ano);
 • Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano);
 • Ensino Médio;
 • Ensino Superior.
Para educação infantil, ensino fundamental I e II e ensino médio, 
podemos chamar também de educação básica. O documento que 
norteia a educação básica é a Lei nº 9.394, que estabelece as Diretrizes 
e Bases da LDB, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Básica e o Plano Nacional de Educação.
Fundamentos da Educação28
A pedagogia é essencial para todos esses segmentos, pois sem 
ela não há norteamento, meios e subsídios para que possamos alcançar 
nossos objetivos. 
Os pilares da educação
Através da Comissão Internacional sobre Educação para o século 
XXI, representado por 14 personalidades de diversas regiões de todo 
país, foram nomeados os quatro pilares da educação que são referenciais 
de práticas pedagógicas e que, posteriormente, virou um livro.
Segundo Hein (2014), podemos analisar as principais características 
dessas referências:
A partir do relatório sistematizado, a educação deve buscar, por 
exemplo:
 • Compreender a questão das comunidades locais 
contextualizadas às questões globais;
 • Identificar a importância dos sistemas democráticos como 
estruturas de inclusão e participação;
 • Contextualizar a crescimento econômico e mundial e sua 
correlação com o desenvolvimento humano, sobretudo, em relação à 
importância estratégica na educação neste contexto;
 • Buscar a universalidade da educação básica, sem qualquer 
distinção entre pessoas;
 • Rever o papel dos profissionais na educação nesse cenário, 
bem como o papel político que os sistemas educativos exercem na 
sociedade.
Fundamentos da Educação 29
Figura 3
Fonte: Freepik
Nesse relatório, são recomendados os quatro pilares:
 • O aprender a conhecer;
 • O aprender a fazer;
 • O aprender a conviver;
 • O aprender a ser (desconsiderando os outros três).
Vamos tentar compreender cada pilar:
a- O aprender a conhecer: 
Segundo Delors (2006, p. 92):
[...] aprender a conhecer supõe, antes de tudo, aprender a 
aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. 
Desde a infância, sobretudo nas sociedades dominada pela 
imagem televisiva, os jovens devem aprender a prestar 
atenção às coisas e às pessoas.
Fundamentos da Educação30
Significa que todo conhecimento é parte de todos, ou seja, em 
seu sentido ético ele deve estabelecer algumas apropriações e construir 
oportunidades que levem à apropriação desse conhecimento. Todas as 
experimentações e vivências devem ser compreendidas como aprender 
a conhecer.
b- O aprender a fazer:
Visa estabelecer uma visão mais prática da situação. A prática 
pode trazer novas experiências, forma o indivíduo, socializando-o e 
integrando-o no meio em que vive.
c- O aprender a conviver:
É imprescindível que devemos aprender a ter convivência em 
nossa sociedade, pois é através dela que também nos formamos, nosmoldamos conforme cada necessidade. Quando aprendemos a conviver 
com o meio e até mesmo com situações, existe uma adaptação aos 
modelos novos.
É o que reflete Delors (2006, p.97):
[...] a educação deve utilizar das vias complementares. Em 
um primeiro nível, a descoberta progressiva do outro. Em um 
segundo nível, e ao longo de toda vida, a participação em 
projetos comuns, que parece ser um método eficaz para evitar 
ou resolver conflitos.
d- O aprender a ser:
Hein (2014, p.70), comenta:
[...] integra todos os anteriores e é indispensável a qualquer 
pessoa para construção, de forma mais coerente e autônoma, 
de seu próprio projeto de vida. Existem alguns princípios que 
norteiam esse pilar do aprender a ser, como:
Fundamentos da Educação 31
Elaborar pensamentos críticos;
Formular seus próprios juízos de valor, decididos com 
liberdade e discernimento;
Entrar em contato com a criatividade, os sentimentos e a 
imaginação, desenvolvendo-se como pessoa e integrante de 
uma sociedade.
O docente então tem um papel essencial nesse processo, porque 
ele deve criar oportunidades para que as crianças possam se conhecer 
e também ter percepções quanto aos seus colegas. Esse contexto visa 
muitas transformações tanto sociais quanto econômicas.
Fundamentos da Educação32
Educação X Cultura
As diferentes manifestações culturais podem influenciar no meio 
educacional e por ser um assunto muito complexo, faremos uma síntese 
sobre como a cultura está enraizada na educação e como a educação 
passa a ser vista sob um aspecto cultural.
A interação entre a educação e a cultura dentro do ambiente 
escolar é intrínseca a todos os aspectos, por que não podemos falar 
de educação sem falar de cultura assim como também não se pode 
compreender a cultura fora da educação. A escola acaba incorporando 
algumas práticas culturais de acordo com o seu meio, ou seja, aonde ela 
está inserida. Até mesmo em seu planejamento pedagógico a cultura 
aparece nos calendários escolares. Datas comemorativas como páscoa, 
dia das mães, dia dos pais, festa junina e natal, são exemplos vivos desta 
manifestação cultural.
Podemos dizer que existem interferências de ambos os sentidos. 
Tanto a cultura interfere na escola, como a escola na cultura. Por 
exemplo: infelizmente, em muitas famílias ainda há o costume de fumar 
cigarro. A criança que está inserida nesse meio acaba achando que 
essa prática é algo natural, porque todos da sua família tem a mesma 
prática. Na escola, essa mesma criança aprende que o cigarro é muito 
prejudicial à saúde e acaba condenando o seu uso. Ou até mesmo o uso 
comedido da água evitando o desperdício, etc. Percebeu como a escola 
influenciou na cultura?
Ao mesmo tempo, podemos dizer que a cultura também 
influencia a escola, como por exemplo a manifestação cultural do 
Halloween. Hoje em dia, muitas escolas já realizam essa festa de uma 
maneira muito costumeira, porém muitas crianças não participam por 
questões religiosas. 
Vamos recordar um pouco sobre os conceitos de educação?
Fundamentos da Educação 33
Figura 4
Fonte: Freepik
Lembre-se que a educação tem a premissa no aperfeiçoamento 
humano, ou seja, o intuito é que nos tornemos melhores, mais preparados, 
mais desenvolvidos. Ela seria um processo que nos levaria à perfeição 
em nosso aperfeiçoamento humano. A escola implica que devemos ter 
autonomia, que possamos ter muita criatividade e capacidade crítica e 
que além disso, através da nossa transformação, possamos também 
modificar o meio em que vivemos. 
É o que podemos analisar na reflexão de Durkheim (1972, p.41):
Educação é uma ação exercida pelas gerações adultas sobre 
as gerações que não se encontram ainda preparadas para 
a vida social e tem por objetivo suscitar e desenvolver na 
criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais 
reclamados pela sociedade política, no seu conjunto e pelo 
meio especial a que a criança particularmente se destina.
A educação é vista, portanto, como algo que é muito positivo, que 
transforma e modela, ao mesmo tempo. Muitos estudiosos defendem a 
prática reflexiva no ambiente escolar no sentido de inovar, de transformar 
e de saber lidar com negociações. O pedagogo Perrenoud defende 
Fundamentos da Educação34
essa prática e comenta que a experiência dentro dessa prática favorece 
construção de saberes. 
É o que diz em Perrenoud&Thurler (2002, p.15):
...a implicação critica porque as sociedades precisam que os 
professores se envolvam no debate político sobre a educação, 
na escala dos estabelecimentos escolares, das regiões do país. 
Esse debate não se refere apenas aos desafios corporativos 
ou sindicais, mas também às finalidades e aos programas 
escolares, à democratização da cultura, à gestão do sistema 
educacional, ao lugar dos usuários, etc.
A prática reflexiva faz com que os alunos possam interagir uns 
com os outros e propõe transformações no modo de como nossos 
alunos enxergam suas realidades. Nesse caso, a cultura é uma forte 
aliada nesse processo de transformação, porque é aprendendo a lidar 
com as diferenças que o ser humano aprende de uma forma muito mais 
prática e desafiadora.
E a cultura? O que podemos dizer sobre ela?
Você já parou para pensar como nosso país é rico em cultura? 
Cada região está repleta de costumes, modos de agir e falar, comidas e 
danças típicas e etc. Ela é o que nos forma e nos transforma. Nenhuma 
cultura é limitadora, muito pelo contrário, pela sua complexidade, 
podemos dizer que ela está sempre em processo de expansão, de 
modificação. A cultura une o homem na sua totalidade e faz com que 
ele interaja com sua sociedade e com a natureza. 
A cultura pode ser considerada o resultado da construção 
do indivíduo dentro do ambiente social em que está inserido e que 
pode enriquecer-se através de todo o conhecimento adquirido, pois 
a cultura também é a modificação feita pelo homem na natureza e, 
transformando-o, ela também se transforma.
Muitos teóricos contemporâneos têm se dedicado aos estudos 
da influência cultural no que se refere aos comportamentos.
Fundamentos da Educação 35
O teórico Hessen (1980, p.47) afirma sobre cultura:
De fato, toda cultura é a realização de valores. Este é o seu 
sentido e a sua essência. Se a contemplarmos no processo 
histórico de evolução, ela aparecer-nos-á nada menos que 
como um grandioso e ininterrupto esforço para realizar valores. 
É um enorme conjunto de atividades que, em última análise, 
se propõem todas o mesmo fim: realizar os valores. Por outro 
lado, se a contemplarmos como fato já produzido pelo esforço 
dessas atividades, sendo neste caso a cultura um mundo de 
realidade, o resultado será o mesmo: ela será ainda o conjunto 
desses mesmos valores já realizados.
Cultura e educação estão inteiramente ligadas e não podemos 
descartar essa ligação entre esses dois conceitos. Trabalhar com as 
diferentes culturas dentro de uma sala de aula não é uma tarefa fácil, 
podemos dizer que bastante árdua, porém proporciona para os alunos 
uma experiência de vida, um novo meio de transformação. Quanto mais 
rica for a nossa cultura, maiores serão nossos desafios dentro de sala de 
aula. E, que delícia! Como é bom trabalhar com a diversidade.
Fundamentos da Educação36
Considerações finais
Precisamos pensar no individuo como um ser em processo de 
transformação e quando pensamos em toda essa complexidade, a ideia 
de um ser subdividido em diversos segmentos pode ser questionada. 
Na sala de aula, o processo não é diferente.
A pedagogia veio para nos guiar no processo educativo e 
modificar a maneira como agimos e como interagimos com as outras 
pessoas. Não é apenas um processo educativo, mas sim formador. A 
pedagogia em sua totalidade vem para formar o indivíduo em toda a 
sua complexidade. Ela veio para sanar as dúvidas e também colocar 
diversos questionamentos.
Aprendemos ao longo dessa unidade, que a pedagoga estáinterligada com algumas ciências, é como se todas trabalhassem juntas 
a favor da pedagogia. Não podemos separar esses conceitos, cada um é 
parte integrante nesse processo e deve ser levado a sério. Denominamos 
como ciências da educação esses segmentos que juntos, podem nos 
auxiliar a compreender esse vasto e enigmático mundo, são eles:
 • Antropologia
 • Sociologia
 • Psicologia
 • Filosofia
Você estudou que cada um tem a sua particularidade específica 
que contribuem, e muito, para que possamos chegar o mais próximo do 
acerto, para não dizer perfeição. 
Fundamentos da Educação 37
REFLITA:
Vamos imaginar a seguinte situação:
A professora acabou de receber uma turma do 4º ano. A 
turma é heterogênea e todos os alunos se conhecem, exceto 
dois novos alunos que foram inseridos recentemente. O 
aluno X, veio de uma escola particular. Seu comportamento 
é diferenciado dos outros, um pouco mais introvertido e 
não gosta muito de interagir com os demais colegas da 
classe. A professora também percebeu que esse aluno, 
às vezes, é um pouco arredio no que se refere aos seus 
pertences pessoais. O aluno Y tenta interagir com os outros 
alunos, porém por se tratar de um aluno de outro estado, 
muitas vezes os colegas o ridicularizam pela maneira como 
se comporta ou fala.
Perceba que tanto o aluno X quanto o Y possuem 
dificuldades de interação, cada qual com a sua diferença. 
Para esses dois casos, como as ciências da educação 
podem ajudar a professora para que ela possa promover a 
interação desses alunos com a classe e fazer com que os 
demais alunos os vejam como iguais? Reflita! Compartilhe 
suas ideias com seus colegas!
A Andragogia
Esse nome ainda, e posso dizer que infelizmente, é bastante 
desconhecido em nosso meio. Não existe ainda um curso de graduação 
sobre a andragogia em nosso país e os estudos são poucos. O que 
podemos compreender é que a andragogia possui algumas diferenças 
em relação à pedagogia. A pedagogia é mais direcionada a um público 
mais jovem, já a andragogia nos permite avançar no direcionamento de 
um público mais velho. Como anteriormente dissemos, isso não quer 
dizer que um pedagogo não saiba como lidar com pessoas mais velhas, 
Fundamentos da Educação38
porém as técnicas, os meios que a andragogia propõe são diferentes 
daqueles já estudados.
Os segmentos e a cultura na educação
Entende-se por segmentos da educação as fases da educação 
básica e superior, que são eles:
 • Educação Infantil; 
 • Ensino Fundamental I (do 1º ao 5º ano);
 • Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano);
 • Ensino Médio;
 • Ensino Superior.
Exceto o ensino superior, todos os demais fazem parte da educação 
básica. Esses segmentos não somente necessitam da pedagogia como 
são partes integrantes dela. As leis, as regulamentações servem para 
que a educação possa ser garantida por todos, de uma maneira que 
todos tenham direito à educação.
Outro ponto a favor, são os pilares da educação:
 • O aprender a conhecer;
 • O aprender a fazer;
 • O aprender a conviver;
 • O aprender a ser (desconsiderando os outros três)
Esses quatro pilares nos ensinam como podemos lidar com as 
diferentes situações dentro ambiente escolar. É a prática nesse processo 
que nos ensina em todo o tempo, pois sem ela, não podemos vivenciar 
nenhuma fundamentação teórica.
E por fim, falamos sobre a importância da cultura para educação 
e como podemos enxerga-la dentro da sala de aula. Como podemos 
enriquecer nossa cultura? Ela exerce uma função transformadora na 
escola e a escola também modifica a nossa cultura. Lembra da criança 
Fundamentos da Educação 39
que modificou sua concepção pelo cigarro? Tudo munda, o tempo todo 
e não há como escapar.
Que bom que podemos ter tanta diversidade e cultura dentro 
de sala de aula. Crianças com costumes diferentes podem aprender 
umas com as outras. Cabe ao mestre filtrar o que é bom e permanecer, 
os costumes que podem ser considerados negativos, podem ser 
aprendidos de outra maneira.
Trabalhar dentro de uma escola não é uma tarefa fácil e todos 
sabem disso por diversos motivos, mas podemos nos enriquecer também 
com a riqueza que encontramos nas salas de aulas. A gente só aprende 
como ensinar, ensinando, não existe outra maneira. É compreender que 
os métodos não são infalíveis e que vamos errar muitas vezes, porém é 
certo que o erro gera a perfeição.
Queremos um ambiente escolar em que todos, na sua diversidade, 
possam interagir e aprender uns com os outros, sem distinção e 
preconceitos. Que todos os educadores também compreendam que 
eles precisam estar em processo contínuo de estudo, sempre se 
reciclando, sempre aprendendo algo mais.
Desejamos que você seja um profissional curioso, que os 
questionamentos não o deixe cair na mesmice e que a escola seja para 
você, um espaço de troca de sabedoria, porque quem ensina, também 
aprende.
Uma ótima jornada para você!
Fundamentos da Educação40
BIBLIOGRAFIA
COMENIUS, J.A. Didática Magna.: tratado da arte universal de 
ensinar tudo a todos. 3.ed. Lisboa:Fundação Calouste Gulbekian, 1985
FERREIRO, E. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1984
HEIN,A.C.A. Fundamentos da Educação. São Paulo: Pearson, 2014
VIGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
Aula 03
A Pedagogia 
e o Mercado 
Educacional
Iria Helena Duarte
Fundamentos 
da Educação
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
IRIA HELENA DUARTE
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor 
IRIA HELENA DUARTE
Olá! Meu nome é Iria Helena Duarte. Sou formada em Pedagogia, 
Especialista em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Estrangeira 
com experiência técnica-profissional na área de ensino híbrido há mais de 10 
anos. Concluinte em Psicopedagogia e Especialização em Língua Espanhola. 
Iniciei minha carreira como docente em diversas escolas do Estado de São 
Paulo, Estado do Paraná e de Santa Catarina na área da Educação Infantil e 
Ensino Fundamental I. Em 2008, fui convidada por uma empresa em expansão 
em EAD a participar do departamento Pedagógico como Coordenadora 
Pedagógica em EAD e depois como professora conteudista na área da 
pedagogia e ensino de línguas. Também trabalhei para algumas faculdades 
para a elaboração de trabalhos e materiais didáticos e preparatórios, como 
ENADE. Atualmente, sou sócia de uma escola EAD de ensino de cursos 
técnicos, profissionalizantes e idiomas e, também, atuo como mediadora do 
curso de Pedagogia e tutora virtual da Universidade Virtual do Estado de São 
Paulo. Amo a minha profissão e sou apaixonada pelo meu trabalho. Estou 
sempre em busca de novos conhecimentos porque acredito no poder da 
educação e da reciclagem. Adoro poder transmitir minha experiência para 
todos que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela 
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou 
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. 
Conte sempre comigo!
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativodas 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Pedagogia na contemporaneidade, dentro e fora da 
escola ...............................................................................................12
A educação e a pedagogia nos dias atuais .......................................... 15
As tendências da educação permanente e os desafios na era 
da tecnológica ................................................................................................................ 15
Formação e atuação do pedagogo ............................................. 19
O papel e as perspectivas profissionais do pedagogo ...... 24
A pedagogia empresarial ......................................................................................24
A pedagogia no ambiente hospitalar .........................................................27
A educação no contexto mercadológico .................................29
A concepção do pedagogo dentro dos ambientes 
educacionais ....................................................................................................................30
Conclusão ...........................................................................................................................32
Qual o papel do pedagogo, afinal? ..............................................................33
Como é a sala de aula nos dias atuais?....................................................33
A profissão do pedagogo ..................................................................................... 36
Bibliografia .............................................................................................38
Fundamentos da Educação 9
UNIDADE
A PEDAGOGIA E O MERCADO EDUCACIONAL
03
Fundamentos da Educação10
Você já parou para pensar que a pedagogia vem crescendo 
cada vez mais em nossos dias e que tem profunda influência em 
diversos setores? Se comparássemos o papel do pedagogo hoje à sua 
importância no passado, podemos dizer que muito mudou e através 
dessas mudanças, sua importância se faz cada vez mais necessária.
Vivemos na era da globalização, onde as informações são 
absurdamente rápidas. Hoje, é certo afirmar que não conseguimos 
viver mais sem alguns recursos tecnológicos. A demanda por novas 
informações o tempo todo é muito grande e não podemos parar esse 
processo, se não ficaríamos para traz. Quando se trata de educação, o 
processo não é diferente. A era contemporânea tem se adaptado à novas 
tendências e perspectivas que não podemos simplesmente ignorar, 
temos que nos adaptar ao agora e consequentemente, ao futuro.
O pedagogo ganhou então um novo espaço, a profissão foi além 
e precisou ser repensada em outros ambientes também. A formação do 
pedagogo não é a mesma do que os pedagogos dos tempos antigos, 
não somente pelos seus currículos como, também, sua importância real 
em diversos setores.
Neste capítulo, estudaremos os passos que levaram uma profissão 
tão delimitada a se tornar uma profissão com grande nível de expansão 
e acreditamos que ainda existam novos horizontes a serem percorridos.
A educação passou a ser muito mais exigida no contexto 
mercadológico e o papel do pedagogo muito mais requisitado. Essas 
influências se deram por uma série de fatores que estudaremos neste 
capítulo.
Esperamos que você se aventure mais nesse conhecimento!
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Fundamentos da Educação 11
Olá! Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 3. Nosso objetivo é 
auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais 
até o término desta etapa de estudos:
 • Analisar a pedagogia nos dias atuais e seu impacto em outros 
segmentos;
 • Compreender a formação do pedagogo dentro e fora do 
ambiente escolar;
 • Identificar as perspectivas da atuação do pedagogo na era 
contemporânea;
 • Refletir sobre a pedagogia no mercado de trabalho e suas 
implicações.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
OBJETIVOS
Fundamentos da Educação12
Pedagogia na contemporaneidade, 
dentro e fora da escola
Para que possamos compreender o papel da pedagogia em 
nossos dias, devemos também ter uma compreensão mais profunda de 
como são as salas de aula e quais os elementos centrais da pedagogia 
contemporânea.
Devemos fazer uma análise socioeconômica da situação real do 
nosso país para que possamos percorrer alguns caminhos que despertam 
diversas dúvidas e questionamentos. Alguns pontos que geram esses 
questionamentos não podem ser descartados e são elencados a seguir:
 • A desigualdade social;
 • A importância da inclusão;
 • A prática educacional em busca de soluções aos diversos 
problemas.
Infelizmente, a desigualdade social existe ainda de uma forma 
muito explícita em nosso ambiente educacional. Quando falamos em 
desigualdade, também nos referimos aos alunos que estudam em 
escolas públicas. É muito comum existir uma discrepância social nesse 
meio. A desigualdade pode, portanto, estar associada tanto às escolas 
particulares como também às escolas públicas, uma vez que ainda há 
divisão socioeconômica em ambas.
Em uma mesma sala, podem existir crianças que aguardam 
ansiosas a hora da refeição na escola, porque esta será a única do dia, 
e outras que não sofrem com qualquer tipo de abstenção. Existe, pois, 
classe média junto com classe baixa ou extremamente baixa em uma 
mesma sala. Como a pedagogia lida com uma situação dessas? Quais 
os caminhos que devemos percorrer para que todas as crianças tenham 
o direito de estudar e que possam obter o mesmo desenvolvimento? 
Você acredita que uma criança com fome consegue ter o mesmo 
desenvolvimento que uma criança que tem acesso a comida quando 
desejar? É claro que não!
Fundamentos da Educação 13
A desigualdade está presente no meio educacional e devemos 
encará-la como algo a ser superado, pois ela não pode (ou não poderia) 
atrapalhar o desenvolvimento de nenhuma criança.
Outro fator muito importante é sobre a inclusão. Muito se fala em 
inclusão na escola, porém muito pouco é feito ou solucionado. Muitas 
são as escolas que ainda não estão preparadas para a inclusão, o que é 
uma pena, porque quando inserimos um indivíduo dentro do ambiente 
educacional que não possui os mesmos atributos que nós, estamos 
também nos possibilitando enxergar os meios de maneiras diferentes. 
É aprendendo com as nossas diferenças que percebemos que no final, 
todos somos iguais. A inclusão então, se faz mais do que necessária.
Figura 1
Fonte: Freepik
REFLITA:
Você acredita que seja muito comum encontrar crianças 
inclusivas dentro das salas de aula? Por que ainda a 
inclusão “assusta” muitos coordenadores pedagógicos e 
professores? Faça uma reflexão sobre isso. Compartilhe 
com os seus colegas.
Fundamentos da Educação14
Vamos imaginar que uma escola X tenha alguns alunos inclusivos 
nas salas de aula. Um dos alunos é deficiente auditivo e outros são 
autistas. Como o professor pode trabalhar com essa situação? É 
obvio que a escola deve estar preparada para situações como essa e 
também preparar seus docentes para uma situação dessas. No caso do 
deficiente auditivo, é aconselhável que tenha junto com o professor, um 
intérprete de libras (língua brasileira de sinais), caso o aluno deficiente 
tenha domínio nessa língua. No caso de alunos autistas, o trabalho não é 
somente do docente, e sim de toda uma equipe, para que todos juntos, 
possam desenvolver um trabalho efetivo com a criança.
Percebeu as dificuldades que encontramos diariamente quando 
tratamos de inclusão? Podemos até mesmo exemplificar os problemas 
que muitos enfrentamaté mesmo fora da escola. Como muitos 
cadeirantes sofrem por não terem acesso às ruas, aos locais públicos 
adequados para eles. O problema é muito mais extenso e são muitos os 
fatores que contribuem para que esses problemas aconteçam. Nosso 
país ainda não está preparado para todas as reais necessidades diárias 
que possibilitem a inclusão.
Todas essas dificuldades estão ligadas aos inúmeros problemas 
socioeconômicos que enfrentamos em nosso país e que refletem 
diretamente na educação. Quando pensamos que a educação é 
inteiramente prejudicada por essa questão fica fácil entender os porquês 
de muitos acontecimentos. Quando não há verba, há falta de muitas 
coisas e algumas vezes não há nada que possa ser feito, devemos saber 
lidar com determinadas situações.
Nesse sentido, a prática educacional busca soluções para os 
diversos tipos de problemas enfrentados todos os dias. O docente 
legítimo é aquele que sabe trabalhar com os recursos que ele tem no 
momento. A prática dentro de sala de aula, do convívio, nos ensina a 
como pensar em diversos caminhos que podemos percorrer para 
que possamos chegar a um determinado objetivo. É dentro da sala 
que aprendemos a lidar com a diversidade e fazer com que todas as 
experiências criem possibilidades de crescimento e desenvolvimento.
Fundamentos da Educação 15
A educação e a pedagogia nos dias atuais
Muitas mudanças aconteceram com a queda do muro de Berlim. 
Diversos movimentos históricos contribuíram para essas mudanças que 
ocasionaram, não somente, numa nova estruturação de pensamento 
como em ideais que até então, não eram nem mesmo discutidos. 
As políticas neoliberais tiveram forte influência no contexto 
mercadológico. O neoliberalismo defendeu com unhas e dentes a ideia 
de total liberdade do mercado e a restrição da participação do Estado 
sobre a economia. Para os neoliberais, o Estado deveria ter uma mínima 
participação.
As tendências filosóficas se fizeram importantes nesse período 
através de muitos educadores que quebraram as barreiras e apontaram 
novos caminhos. Houve então a premissa da educação tradicional e nova. 
A primeira, está relacionada diretamente aos conceitos renascentistas 
e até hoje tem a sua influência no meio educacional. Já a educação 
nova, pensou em novas metodologias de ensino através das reflexões 
filosóficas de Rosseau.
É o que podemos verificar nas reflexões de Hein (2014, p.57):
Mas, ambas, educação tradicional e nova, tem um traço em 
comum: são grandes movimentos da história do pensamento 
pedagógico e da prática educativa e concebem a educação 
como um processo de desenvolvimento individual e coletivo.
As tendências da educação permanente e 
os desafios na era da tecnológica
No início da metade do século XX, houve uma nova postura 
perante ONU e UNESCO para a educação permanente. Dessa forma, 
os conceitos passaram a pensar na educação como um segmento de 
diversos fatores e alvo de muitas preocupações.
Fundamentos da Educação16
Nessa mesma época, foi erradicada a alfabetização nos países 
desenvolvidos, porém, essa realidade estava muito distante dos 
países subdesenvolvidos. A ditadura trouxe um grande atraso e índices 
altíssimos de analfabetismo no Brasil, sempre associados à extrema 
pobreza.
As reflexões de Gadotti (2005, p. 272) podem exemplificar:
O reconhecimento dessa situação está estampado na própria 
Constituição Brasileira, promulgada em 05 de outubro de 1988, 
em seu artigo 60 das Disposições Transitórias, e impõe ao 
Poder Público o desenvolvimento de todos os esforços, com 
mobilização de todos os setores organizados na sociedade 
e com aplicação de, pelo menos, cinquenta por cento dos 
recursos do Ministério da Educação, para a eliminação do 
analfabetismo e a universalização do ensino fundamental em 
dez anos.
Apesar dos grandes esforços da Unesco, e mesmo com todos 
os apoios internacionais, muitos países não conseguiram acabar com 
o analfabetismo e é essa realidade que encaramos até os dias de hoje. 
Com a evolução tecnológica moderna outras premissas foram 
amplamente discutidas e as linguagens também foram modificadas. 
Nesse momento, existe uma exigência de uma cultura impregnada de 
novas linguagens:
 • A televisão;
 • O rádio;
 • A internet.
Fundamentos da Educação 17
Figura 2
Fonte: Freepik
Hoje em dia, é certo dizer que a linguagem que mais predomina 
em nosso meio é a da internet, a linguagem da era da globalização. 
Nosso dia a dia, é repleto de rápidas informações e elas se modificam 
numa rapidez descabida. Não existe mais a comunicação limitada, muito 
pelo contrário, as pessoas estão cada vez mais se comunicando e por 
conta disso, se modificam também. 
Não podemos ignorar que os recursos tecnológicos fazem parte 
do nosso cotidiano. Os celulares se tornaram parte integrante na vida 
das pessoas e criou a necessidade de tê-los para que pudéssemos nos 
comunicar com maior facilidade. Portanto, a tecnologia está presente 
em nosso meio e não podemos descartar a sua importância dentro do 
ambiente educacional.
Podemos notar enfim, que todos esses fatores contribuem para 
que a pedagogia da contemporaneidade seja repensada e analisada por 
muitos aspectos. As adaptações são necessárias, porque o processo é 
sempre contínuo.
Fundamentos da Educação18
REFLITA:
Como o uso das tecnologias pode ajudar a pedagogia? 
Pense. Reflita. Compartilhe suas ideias com seus colegas. 
Fundamentos da Educação 19
Formação e atuação do pedagogo
Antes de iniciarmos esse tópico, gostaríamos que você pudesse 
fazer uma autorreflexão sobre os seus próprios conceitos sobre essa 
concepção, ou seja, o que você espera quando se formar? Quais são 
seus objetivos e por que escolheu ser pedagogo diante de tantas 
opções de profissão? Faça essa reflexão e procure compreender quais 
os fatores que te estimularam para que você tivesse o desejo de se 
tornar um pedagogo.
Somos, portanto, peça essencial nesse processo. Somos nós que 
fazemos funcionar a engrenagem e cabe a nós um papel de guiar e 
auxiliar na busca de um desenvolvimento eficaz do aluno. Sinto te dizer, 
mas não existem escolas, métodos, professores e alunos perfeitos, mas 
devemos estar em constante busca da perfeição, dessa forma, nunca 
pararemos de adquirir novos conhecimentos e seguiremos em constante 
crescimento. É, pois, na adversidade que aprendemos. Compreender 
que não existe perfeição é entender que todos têm os seus limites e cada 
um, aprende da sua maneira, e como é bom trabalhar com a diversidade. 
Ela existe e anda de mãos dadas com o cotidiano do pedagogo.
Além disso, o pedagogo é o intermediário entre escola e aluno. 
É ele que está no “meio” dos dois e é responsável pela aplicação das 
metodologias. O pedagogo é aquele que conduz o trabalho pedagógico. 
Existem alguns questionamentos que não podemos descartar:
a- Que tipo de professor encontramos?
b- O que o torna um pedagogo?
c- Qual o seu papel na educação?
d- Quais são os seus objetivos?
Essas posições devem ser amplamente questionadas todos os 
dias e fazem parte da formação do pedagogo. Devemos saber o que 
fazemos, qual o nosso papel e nossos objetivos para que possamos, de 
fato, ser a diferença. 
Fundamentos da Educação20
Quando nos referimos ao “domínio” no ambiente educacional, 
falamos sobre os ensinamentos de Benjamim Bloom, especificamente 
na sua obra: Taxonomia de objetivos educacionais: domínio cognitivo. São 
os resultados de valores às capacidades reais dos alunos, ou seja, o que 
eles sabem e o que não sabem. 
É que o podemos verificar em Bloom (1974, p.135):
Em geral, os alunos são capazes de realizar uma aprendizagem 
de nível elevado se o ensino é adequado e se eles são 
auxiliados quando e onde encontram dificuldades, se lhes 
dão tempo suficiente para alcançar o domínio e se existem 
critérios claros sobre o que é o domínio.
Bloom ainda enfatiza que os estudos só poderão tornar algo 
concreto atravésde uma organização e não somente por um método. O 
domínio é de fato explicitado em Bloom (1974, p. 237):
[...] os alunos tornam-se bastante semelhantes na capacidade 
de aprender, na velocidade de aprendizagem e na vontade de 
continuar as aprendizagens se são colocados em condições 
favoráveis de aprendizagem. Essas pesquisas lançam dúvidas 
sobre as ideias de boa ou má capacidade dos alunos. 
Acreditamos que essa teoria é capaz de mudar profundamente 
nossa concepção da natureza humana, de suas características 
e da capacidade para as aprendizagens escolares.
Fundamentos da Educação 21
Figura 3
Fonte: Freepik
SAIBA MAIS:
A importância do pedagogo nas instituições educativas
Quéli Vanessa Martins Silva Sfreddo
 O campo de atuação do Pedagogo é muito vasto, sendo 
que o mesmo é de fundamental importância em todas 
as instituições de cunho educativo, entretanto, “há que 
se fazer a diferença para conseguir um lugar ao sol”, pois 
muitas vezes teremos que mostrar a necessidade desse 
profissional dentro das instituições.
Segundo Libâneo (1996, p. 127), há uma diversidade de 
práticas educativas intencionais na sociedade a qual 
se configura como uma ação pedagógica escolar e 
extraescolar, assim, ele considera que:
Fundamentos da Educação22
O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias 
da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à 
organização e aos processos de transmissão e assimilação 
ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos 
de formação humana definidos em sua contextualização 
histórica. 
Assim, percebe-se que as práticas educativas, não 
estão restritas à escola, sendo evidente a tendência de 
pedagogização da sociedade, pois, segundo Libâneo (1996, 
p.127), não é casual a menção cada vez mais frequente à 
sociedade do conhecimento. E a ausência do pedagogo 
junto às instituições educativas deixa uma lacuna, pois, 
somente o pedagogo poderá coordenar os trabalhos 
pedagógicos de tais instituições.
Conforme pesquisas realizadas nos últimos anos, a 
profissionalização docente não se pode confinar a 
uma “pedagogia do dom natural”, mas exige formação 
profissional (FREIRE, 2000, p. 28).
Para tanto, salienta-se a necessidade de uma formação 
sólida que alie a teoria às práxis pedagógica, minimizando 
as lacunas na formação docente.
Por isso, compete ao educador refazer a educação, 
reinventá-la, criar as condições objetivas para que uma 
educação democrática seja possível, criar alternativas 
pedagógicas que favoreçam o aparecimento de novas 
pessoas, solidárias e preocupadas com o novo projeto 
social e político (DEMO, 1995).
Dessa maneira, percebe-se grandes desafios impostos 
à educação brasileira, como implementar a democracia, 
isto é, a inclusão na cidadania e busca pela qualidade da 
educação, problemas que perpassam vário séculos. Por 
isso a relevância da atuação do pedagogo em diversos 
espaços da sociedade, não restringindo seu campo de 
atuação somente à escola formal.
Fundamentos da Educação 23
No Brasil, atualmente, vislumbra-se uma ampliação do 
conceito de educação, haja vista que a mesma não se 
restringe à ação de ensinar e ao processo de aprendizagem 
no interior de instituições escolares formais, já que extrapola 
os muros da escola para os diversos espaços sociais.
Sendo assim, conclui-se que o campo de atuação do 
pedagogo é muito fértil, haja vista sua fundamental 
relevância nos ambientes escolares e não escolares, como 
instrumento mobilizador de competências e habilidades na 
análise crítica das situações, aliando os princípios éticos, 
estéticos, políticos e de construção da identidade individual 
e coletiva, bem como “articulador-mor” do processo 
educativo.
Palavras-chave: pedagogo, educação, instituições 
educativas.
Disponível em: http://www.arcos.org.br/artigos/a-importancia-do-
pedagogo-nas-instituicoes-educativas/ . Acesso: 16/05/19
Fundamentos da Educação24
O papel e as perspectivas profissionais 
do pedagogo
O pedagogo deve ser um profissional muito bem capacitado, 
uma vez que há, para ele, a possibilidade de em diversos ramos, pois 
sua graduação é diversificada o que requer qualificação e múltiplas 
habilidades. Ao longo dos anos, houve uma considerável evolução 
da capacitação disponibilizada para o pedagogo, o preparando para 
diversos setores até mesmo fora da escola.
Essa capacitação pode ser criada em qualquer espaço, pois a 
educação está em todos os lugares e se adequa para todas as ocasiões. 
Se engana quem pensa que o pedagogo pode ter suas atribuições 
apenas no ambiente escolar, muito pelo contrário, o papel do pedagogo 
da atualidade vai muito além. É claro que é muito comum que o 
pedagogo atue em sala de aula com suas crianças, porém nem sempre 
isso acontece.
Pensar no pedagogo em diferentes ambientes, pode gerar até 
uma certeza estranheza, mas suas contribuições em outros locais 
são bastante satisfatórias. Lembrem-se que existem um leque de 
possibilidades de atuação para o pedagogo.
A pedagogia empresarial
Foi, somente, no final da década de 80 que começou a ser 
construída a ideia do pedagogo empresarial. Apesar da crise, a atuação 
foi moldada até chegar ao seu perfil atual, pois após alguns cortes 
do governo para apoio às empresas, muitos setores ficaram bastante 
defasados e as empresas acabavam de restringir o número dos 
profissionais. É o que podemos constatar em Holtz (2007, p.06):
A pedagogia e a empresa fazem um casamento perfeito. Ambas 
têm o mesmo objetivo em relação às pessoas, especialmente nos 
tempos atuais. Uma empresa sempre é a associação de pessoas, para 
explorar uma atividade com objetivo definido, liderada pelo empresário, 
Fundamentos da Educação 25
pessoa empreendedora que dirige e lidera a atividade com o fim de 
atingir ideais e objetivos também definidos. A pedagogia é a ciência 
que estuda e aplica doutrinas e princípios visando um programa de 
ação em relação à formação, aperfeiçoamento e estímulo de todas 
as faculdades da personalidade das pessoas, de acordo com ideais e 
objetivos definidos. A pedagogia também faz p estudo dos ideais e dos 
meios mais eficazes para realizá-los, de acordo com uma determinada 
concepção de vida.
Podemos constatar que mesmo que a empresa não seja 
necessariamente um espaço de educação, ela tem ideais de sucesso 
e também de ensino aprendizagem. A pedagogia, por sua vez, se faz 
necessária se pensarmos que pode servir como um direcionamento 
para as pessoas também no meio empresarial.
Segundo a resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) - 
CP nº1 de 1 de maio de 2006, são direcionadas as seguintes atribuições 
ao pedagogo:
Art. 4º, parágrafo único. As atividades docentes também 
compreendem participação na organização e gestão de sistemas e 
instituições englobando:
1. Planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e 
avaliação de tarefas próprias do setor da educação;
2. Planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e 
avaliação de projetos e experiências educativas não escolares;
3. Produção e difusão do conhecimento científico tecnológico do 
campo educacional, em contextos escolares e não escolares. 
Podemos perceber nessa resolução, que há uma ampliação na 
atuação do pedagogo em outros ambientes fora do ambiente escolar 
como é o caso da atuação desse profissional no ambiente empresarial. 
Porém, é fato dizer que um dos maiores desafios para o pedagogo no 
ambiente empresarial, é provar que possui atributos suficientes para 
trabalhar em outros lugares.
Fundamentos da Educação26
Segundo Holtiz (2007, p.9), as responsabilidades do pedagogo são:
1. Conhecer e encontrar soluções práticas para as questões que 
envolvem a otimização da produtividade das pessoas, sendo o objetivo 
de todas empresas;
2. Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares e 
sociais da empresa onde trabalha;
3. Conduzir com atividades práticas, as pessoas que trabalham 
na empresa, como dirigentes e funcionários, nadireção dos objetivos 
humanos, bem como os definidos pela empresa;
4. Promover as condições e atividades práticas necessárias – 
treinamentos, eventos, reuniões, festas, feiras, exposições, excursões, 
etc... -, ao desenvolvimento integral das pessoas, influenciando-as 
positivamente (processo educativo), com o objetivo de otimizar a 
produtividade pessoal;
5. Aconselhar, de preferência por escrito, sore as condutas mais 
eficazes das chefias para com os funcionários e destes para com 
as chefias, a fim de favorecer o desenvolvimento da produtividade 
empresarial;
6. Conduzir o relacionamento humano na empresa, através de 
ações pedagógicas, que garantam a manutenção do ambiente positivo 
e agradável, estimulador da produtividade.
Fundamentos da Educação 27
Figura 4
Fonte: Freepik
A pedagogia no ambiente hospitalar
A pedagogia hospitalar surgiu, pela primeira vez, em 1931, no 
Estado de São Paulo, na Santa Casa de Misericórdia. Esse projeto teve 
seu início com deficientes físicos, porém algumas pessoas afirmam que 
o primeiro atendimento em ambiente hospitalar foi no Rio de Janeiro, no 
hospital Municipal de Jesus.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, toda 
criança tem o direito de oportunidades e desenvolvimento seja em qual 
ambiente estiver inserida. Isso não muda então, para crianças que precisam 
ficar hospitalizadas, ou seja, elas têm o mesmo direito que as outras crianças. 
Apesar de um tratamento ou confinamento hospitalar, é possível que elas 
possam dar continuidade em seus estudos, em uma classe hospitalar. 
Compreendemos pela definição do MEC-Brasil (1994, p.20):
Classe hospitalar é o ambiente hospitalar que possibilita o 
atendimento educacional de crianças e jovens internados 
Fundamentos da Educação28
que necessitam de educação especial e que estejam em 
tratamento hospitalar.
Nessa perspectiva, o MEC, em 2002, atualizou e reforçou o 
atendimento educacional para crianças hospitalizada, afirmando que:
O atendimento pedagógico-educacional que ocorre em 
ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância 
de internação, como tradicionalmente conhecida, seja na 
circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital 
semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental.
Fato é, que a importância da atuação do pedagogo é muito 
necessária e está ganhando cada vez mais espaço, fazendo com que 
esses profissionais tenham que se adaptar às diversas realidades 
por meio da busca incessante do conhecimento científico na área da 
educação. É notório então, que esses profissionais que estão inseridos 
em um ambiente hospitalar, precisam sempre estar em busca do 
aperfeiçoamento para que possa contribuir da melhor forma nas 
intervenções educativas. Além disso, o pedagogo hospitalar deve ter 
muito mais preparo emocional, pois as crianças que estão hospitalizadas 
estão também, emocionalmente abaladas e isso pode causar algum 
desequilíbrio no desenvolvimento intelectual de cada um.
Fundamentos da Educação 29
A educação no contexto mercadológico
Estudamos, nas unidades anteriores, que a educação está 
presente não só no ambiente escolar, mas, também, em outros 
ambientes, como empresarial e hospitalar. A formação do pedagogo 
que trabalha nesses setores deve ser sempre continuada (não que o 
pedagogo em sala de aula não deva ser), porém, para os profissionais 
que trabalham em outros ambientes, o desafio pode ser ainda maior. 
Segundo algumas pesquisas feitas, a área de atuação do pedagogo em 
ambiente escolar, na maioria dos casos é muito mais comum.
 É o que podemos verificar no gráfico abaixo:
Fonte: Disponível em <https://www.montessoriano.com.br/faculdade/o-pedagogo-e-seus-
campos-de-atuacao-na-contemporaneidade/.> 
Fundamentos da Educação30
Infelizmente, ainda existem alguns problemas enfrentados pelos 
profissionais da pedagogia que trabalham em outros ambientes, pois 
para eles, os trabalhos extraclasse ainda são vistos como restritos, pois 
existem uma certa concorrência e também uma certa discriminação. 
Outro ponto muito importante, é a falta de experiência em outros 
campos de atuação, muitos pedagogos não se sentem qualificados para 
atuar em outro ambiente.
Segundo uma pesquisa cientifica feita por alguns estudiosos, 
mais de 30% dos pedagogos entrevistados, não se sentiam preparados 
para atuar em outras áreas. Esses profissionais afirmaram que não tem 
segurança em trabalhar em ambientes empresarias ou em hospitais. 
A concepção do pedagogo dentro dos 
ambientes educacionais
Sabemos que as áreas curriculares que o pedagogo abrange são 
muitas, podemos classificar sua formação:
 • Social;
 • Histórica;
 • Filosófica;
 • Psicológica;
 • Prática.
Todas essas áreas estão inteiramente interligadas no processo 
de formação do pedagogo. Um bom profissional, consegue atender 
essas áreas com destreza e dedicação. A prática pedagógica, podemos 
dizer, é a oportunidade que esse profissional terá para construir seu 
desenvolvimento, através de todo o conhecimento adquirido. 
Voltemos agora para a Taxonomia de Bloom. Perceba que o papel 
do pedagogo para Bloom deve ser completo e a escola é um local que 
deve ser destinado para todos, ou seja, cada indivíduo deve ser tratado 
da sua maneira, não só porque temos bagagens culturais diferentes, 
mas porque também aprendemos de maneira diferente. 
Fundamentos da Educação 31
É o que diz a reflexão em Bloom (1974, p.243):
Nossa teoria implica que, em educação, pode-se virar à 
igualdade de resultados e não à igualdade de possibilidade; [...] 
a desigualdade de tratamento pode ser necessária em certas 
etapas do processo de aprendizagem. Se o que se quer é que 
as crianças obtenham resultados de aprendizagem idênticos, 
os professores – e os documentos por eles utilizados – devem 
permitir a cada um dominar a aprendizagem e eles não podem 
se limitar a “tratar cada aluno de maneira igual”.
Portanto, o domínio, anteriormente mencionado, está inteiramente 
ligado a palavra “mestre”, pois é o domínio responsável pelo perfeito 
andamento das atividades pedagógicas. O campo da pedagogia é visto 
como uma análise e uma operacionalização, um trabalha a favor do 
outro.
Partindo desse pressuposto, compreendemos então que o ramo 
da pedagogia é extenso e as habilidades do pedagogo deverão ser 
analisadas e questionadas em todo o tempo. A pedagogia se faz em 
muitos lugares e existe sim, uma preocupação para que os profissionais 
possam conseguir interagir com essas novas metodologias e recursos.
Fundamentos da Educação32
Conclusão 
Tivemos um maior entendimento da dimensão da pedagogia 
em todos os ambientes. Como podemos refletir sobre a pedagogia nos 
dias de hoje? Podemos dizer que houve um avanço muito grande, se 
analisarmos o seu papel em alguns anos, porém também sabemos que 
há muita coisa para ser solucionada.
Como é a escola na contemporaneidade? Quais os fatores que a 
permeiam? 
Vimos que alguns fatores agregam à pedagogia nos dias de hoje, 
e outros separam, como é o caso da desigualdade social. Não podemos 
simplesmente “fechar os olhos” para essa situação, infelizmente ela existe 
e está dentro de nossas escolas. Cabe a nós, professores, coordenadores 
ter uma visão um pouco mais ampla sobre esse assunto e nos preparar 
para todas as diversidades que encontramos. A desigualdade social 
afeta inteiramente tanto a vida educacional quanto pessoal e a escola 
pode ser um apoio para que a vida se torne um pouco menos difícil para 
aquelas crianças que precisam de muito.
Quanto a inclusão, esse assunto deve ser ainda muito discutido, 
porque ela faz parte do nosso dia a dia e é direito de todos o acesso à 
educação. Como podemos pensar em melhorias para a educação se 
esquecermos da importância da inclusão? Infelizmente, esse assunto 
ainda gera muitas polêmicas, o que não deveria, porque quando 
incluímos alguém estamos dando a ele (a) uma oportunidade de 
convivênciacom a sociedade e que tenha o desenvolvimento social e 
cognitivo, assim como todas as outras crianças. 
Um dos fatores determinantes da inclusão é também a preparação 
de muitos profissionais dentro do ambiente educacional, infelizmente, 
muitos docentes e escolas não se sentem preparados para enfrentar 
algumas situações. Imagine você acolhendo um aluno de inclusão sem 
o mínimo de condições? Essa realidade acontece todos os dias, em 
diversas salas de aula em todo o nosso país. 
Fundamentos da Educação 33
Vivemos em uma sociedade que as vezes esquece que a inclusão 
existe, não podemos nos esquecer de maneira alguma que ela também 
existe dentro da escola. Devemos acolher nossos alunos e nos preparar 
para todas as oportunidades que aparecem. Trabalhar com a diversidade 
não é uma tarefa muito fácil, mas vale o esforço.
Qual o papel do pedagogo, afinal?
Você saberia dizer quais são todas as habilidades que adquirimos 
como pedagogos? Qual o significado dessa profissão para você?
Engana-se aquele que pensa que pedagogo é aquele professor 
que ministra aulas para a educação infantil, ensino fundamental I e EJA. 
Nossa profissão é tão complexa e ampla que poderíamos falar sobre 
esse assunto em todo um capítulo.
A pedagogia nos ensina que devemos ser inteiros em sala de 
aula e não pela metade, é uma doação. Não estamos limitados a um 
único espaço, muito pelo contrário, o pedagogo pode atuar em diversos 
setores. Há sim, uma forte preocupação quanto à qualidade de ensino 
e a qualificação desses profissionais. Essas dificuldades podem muitas 
vezes, acabam formando profissionais totalmente despreparados.
Como é a sala de aula nos dias atuais?
Você saberia dizer como é a sala de aula na contemporaneidade? 
A sala de aula é a mesma que há vinte anos? De certo, podemos afirmar 
que muita coisa mudou, não somente pelos recursos tecnológicos, mas 
outros valores também foram se moldando com outras perspectivas 
ao longo do tempo. Muitas mudanças globais aconteceram, economia 
também ocorreu mudanças e neste novo cenário, foi repensada um 
novo olhar para a sala de aula.
Não estamos mencionando métodos e técnicas de alfabetização 
e sim práticas educacionais que foram modificadas diante de toda uma 
diversificação de novos conceitos. A escola, definitivamente, não é a 
Fundamentos da Educação34
mesma. Mesmo assim, ainda existe uma certa resistência às mudanças 
por parte de algumas instituições. É o que podemos verificar em Hein 
(2014, p.76):
.... Temos vários exemplos de resistência do dia a dia da escola: 
não conseguimos romper com pedagogias tradicionais, com 
a gestão pouco democrática, centralizada, nem incorporar 
novas tecnologias em sala de aula. Os currículos ainda 
operam de forma restritiva, que corroboram com a construção 
de estereótipos que legitimam uma hegemonia cultural. 
Essas questões correspondem às relações sociais e valores 
dominantes no seio da sociedade capitalista, reproduzido 
também nas instituições escolares.
No Brasil, a função da escola pode ser vista para:
 • Promover valores culturais e morais;
 • Constituir transmissão de conteúdos unificados;
 • Compreender por meio de práticas, a diversidades.
REFLITA:
O que você entende por diversidade?
Para Abramowicz et al. (2006, p.12):
“Diversidade pode significar variedade, diferença e 
multiplicidade. A diferença é qualidade do que é diferente, 
que distingue uma coisa de outra, a falta de igualdade ou 
de semelhança. ” 
Fundamentos da Educação 35
Quando falamos em diferenças, podemos relacionar que estão 
agregadas a:
 • Processos étnicos;
 • De gênero;
 • Geográfico;
 • Religioso entre outros.
A própria UNESCO se posiciona quanto a diversidade em:
“A cultura adquire formas diversas através do tempo e do 
espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e 
na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos 
e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de 
intercâmbio, de inovação e de criatividade, a diversidade 
cultural é para o gênero humano tão necessária como 
diversidade biológica para a natureza. Nesse sentido, constitui 
o patrimônio comum da humanidade e deve ser conhecida e 
consolidada em benefícios das gerações presentes e futuras 
(UNESCO, 2002). ” 
SAIBA MAIS:
O conceito de multiculturalismo
O termo “multiculturalismo” designa tanto um fato 
(sociedades são compostas de grupos culturalmente 
distintos) quanto uma política (colocada em funcionamento 
em níveis diferentes) visando a coexistência pacífica entre 
grupo étnica e culturalmente diferentes [...] A política 
multiculturalista visa, com efeito, resistir à homogeneidade 
cultural, sobretudo quando esta homogeneidade se 
afirma como única e legitima, reduzindo outras culturas e 
particularismos e dependências.
Fundamentos da Educação36
A profissão do pedagogo
Estudamos que a profissão do pedagogo vai além da sala de 
aula, ou seja, a sua atuação não precisa ser necessariamente dentro da 
escola. Além da escola o pedagogo pode atuar em:
 • Empresas;
 • Hospitais.
Nas empresas, o pedagogo pode auxiliar no processo pedagógico 
no andamento das empresas e nos hospitais, onde atuam diretamente 
em áreas hospitalares para crianças que necessitam ficar internadas ou 
que estejam de tratamento dentro do ambiente hospitalar. O que vimos, 
é que muitos profissionais ainda não se sentem totalmente preparados 
para atuar nesses ambientes. Outra dificuldade, é a concorrência e a 
discriminação, pois muitos ainda acreditam que esses profissionais não 
possuem tais qualificações para o cargo.
O que compreendemos nessa unidade é a importância da 
pedagogia em diversos setores da educação e os benefícios que ela traz, 
mesmo fora da escola. O pedagogo é a pessoa que faz a intermediação 
entre a escola e a sociedade e é ele o responsável para o direcionamento 
do processo ensino aprendizagem. 
Entenda que nossa profissão está muito enraizada em nossa 
cultura e nossos valores, devemos compreender que as diversidades 
existem e devemos aprender a trabalhar com elas, que certamente virão.
Faça uma reflexão sobre todo esse conteúdo estudado e pense 
quais os posicionamentos mais relevantes que você irá adquirir na sua 
profissão. Compartilhe suas ideias com seus colegas, não deixe de 
participar de todos os fóruns, seja proativo, essa é a vida de um bom 
professor.
Vivemos em mundo tecnológico onde as informações mudam a 
todo tempo, não permite que a tecnologia mine seus conhecimentos, 
permita que ela seja favorável para o seu desenvolvimento e também 
para os seus alunos. É mais do que possível trabalhar de acordo com o 
momento que vivemos, ou seja, não precisamos utilizar de recursos que 
Fundamentos da Educação 37
ninguém mais conhece, devemos nos atualizar continuamente para que 
possamos acrescentar um “algo a mais” em nossas aulas.
Queremos salas de aulas repletas de cultura e conhecimentos. 
Crianças que se desenvolvam e cresçam dispostas a fazer a diferença 
também. Que elas possam adquirir valores, que compreendam que só a 
educação pode libertar, pode criar oportunidades.
Não sabemos o que irá acontecer em alguns anos, esperamos que 
muitos dos nossos problemas atuais possam ser sanados e que tenhamos 
profissionais satisfeitos, motivados e qualificados. Infelizmente, nossa 
realidade ainda não é essa e há um caminho imenso a ser percorrido. 
Encontre as possíveis soluções para os seus questionamentos, faça da 
prática a sua aliada. 
Esperamos que um novo horizonte possa abrir dentro de você 
neste curso e que a sua formação não seja apenas em um pedaço 
de papel, mas que ela esteja no seu interior. Ser pedagogo é dedicar 
e acreditar que a vida pode ser mais fácil quando aprendemos que o 
caminho do sucesso pode estar dentro de uma sala de aula.
E que a jornada continue, sempre...
Bons estudos!
Fundamentos da Educação38
BIBLIOGRAFIA
CARMO, J.S. Fundamentos psicológicos da educação. Curitiba: 
Intersaberes,2012.
COMENIUS, J.A. Didática Magna.: tratado da arte universal de 
ensinar tudo a todos. 3.ed. Lisboa:Fundação Calouste Gulbekian, 1985
FERREIRO, E. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1984
HEIN,A.C.A. Fundamentos da Educação. São Paulo: Pearson, 2014
NOGUEIRA, J. Aprendendo a ensinar: uma introdução aos 
fundamentos filosóficos da educação. Curitiba: Intersaberes, 2013
MELO. A. Fundamentos socioculturais da educação. Curitiba: 
Intersaberes, 2014
MICHALISZYN,M.S. Fundamentos socioantropológicos da 
educação. Curitiba: Intersaberes, 2014
ROBBINS, S. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson, 2015.
VIGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
Aula 04
Aspectos 
Históricos e 
as Tendências 
da Educação
Iria Helena Duarte
Fundamentos 
da Educação
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
IRIA HELENA DUARTE
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor 
IRIA HELENA DUARTE
Olá! Meu nome é Iria Helena Duarte. Sou formada em Pedagogia, 
Especialista em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Estrangeira 
com experiência técnica-profissional na área de ensino híbrido há mais de 10 
anos. Concluinte em Psicopedagogia e Especialização em Língua Espanhola. 
Iniciei minha carreira como docente em diversas escolas do Estado de São 
Paulo, Estado do Paraná e de Santa Catarina na área da Educação Infantil e 
Ensino Fundamental I. Em 2008, fui convidada por uma empresa em expansão 
em EAD a participar do departamento Pedagógico como Coordenadora 
Pedagógica em EAD e depois como professora conteudista na área da 
pedagogia e ensino de línguas. Também trabalhei para algumas faculdades 
para a elaboração de trabalhos e materiais didáticos e preparatórios, como 
ENADE. Atualmente, sou sócia de uma escola EAD de ensino de cursos 
técnicos, profissionalizantes e idiomas e, também, atuo como mediadora do 
curso de Pedagogia e tutora virtual da Universidade Virtual do Estado de São 
Paulo. Amo a minha profissão e sou apaixonada pelo meu trabalho. Estou 
sempre em busca de novos conhecimentos porque acredito no poder da 
educação e da reciclagem. Adoro poder transmitir minha experiência para 
todos que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela 
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou 
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. 
Conte sempre comigo!
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Legado dos pensadores dos séculos xviii, xix e xx.............. 12
Pensadores do século XVIII ................................................................................ 15
Jhoann Friedrich Herbart (1776-1841) .............................................. 15
Jean Jacques Rousseau (1712-1778) ................................................ 15
Pensadores do século XIX ................................................................................... 15
John Dewey (1859-1952) ............................................................................. 15
Maria Montessori (1870- 1952) ...............................................................16
Jean Piaget (1896-1980) ..............................................................................16
Lev Semenovitch Vygotsky (1896- 1934) ......................................17
Pensadores do século XX ......................................................................................17
Emília Beatriz Maria Ferreiro Schavi (1936) ..................................17
Howard Gardner (1943) .................................................................................18
José Carlos Libâneo (1945) .......................................................................18
Paulo Freire (1921-1997) ...............................................................................18
Phillippe Perrenoud (1944) ........................................................................19
Burrhus Frederic Skinner (1904 - 1990) ..........................................19
Concepções e tendências pedagógicas no brasil ............... 21
Tendências liberais ......................................................................................................22
Tendência tradicional ....................................................................................22
Tendência tecnicista ......................................................................................22
Tendência renovadora progressista .................................................22
Tendência não diretiva (Escola Nova) .............................................23
Tendências progressistas ......................................................................................23
Educação x ideologia, limites éticos .......................................... 24
Os princípios éticos na escola ..........................................................................24
O compromisso ético ...............................................................................................25
Educação e tecnologia, o estado da arte e as tendências ....28
A escola e a TIC .............................................................................................................29
A problematização das tecnologias na sala de aula .................... 31
Considerações finais ..................................................................................................32
O uso das tecnologias .............................................................................................34
Bibliografia .............................................................................................36
Fundamentos da Educação 9
UNIDADE
ASPECTOS HISTÓRICOS E AS TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
04
Fundamentos da Educação10
Querido (a) aluno (a),
Chegamos na última etapa do nosso estudo. Esperamos que 
nessa unidade, você possa ter uma visão um pouco mais detalhada 
sobre alguns aspectos importantes da história e dos pensadores que 
contribuíram para estruturação da pedagogia e, também, da educação. 
Por meio dessa análise, poderemos adquirir uma visão clara e concisa 
do sistema e do processo educacional que nos permitirá desempenhar 
nossa função pedagógica de maneira eficaz e consolidada. Portanto, a 
história se faz presente e é essencial para a pedagogia.
Estudaremos, também, as principais tendências pedagógicas em 
nosso país. De início, alguns questionamentos podem ser feitos. Quais as 
ideologias da educação? O que é ética na educação? O que podemos 
fazer e o que não podemos, sabendo que uma gama de valores está 
envolvida?
E, as tendências tecnológicas para sala de aula? Quaisos recursos 
que podemos utilizar? Qual o papel da tecnologia dentro do ambiente 
educacional? Sabemos que esse tema está muito presente nos dias de 
hoje. Do mesmo modo que ela pode trazer melhorias para a educação, 
se não houver um bom planejamento e gestão, o uso das tecnologias 
pode ser algo bastante desastroso.
Seja proativo, reflita e compartilhe suas ideias com seus colegas! 
Esperamos que tenha uma unidade muito proveitosa.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Fundamentos da Educação 11
Olá! Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 4. Nosso objetivo é 
auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais 
até o término desta etapa de estudos:
 • Conhecer os principais pensadores e as suas contribuições 
para a tecnologia;
 • Analisar as concepções e tendências pedagógicas no cenário 
brasileiro;
 • Compreender as definições de educação e suas éticas;
 • Refletir sobre a importância da educação e tecnologia nos 
dias atuais.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
OBJETIVOS
Fundamentos da Educação12
Legado dos pensadores dos séculos 
XVIII, XIX e XX
Compreender a história, é também compreender nosso presente 
e procurar encontrar algumas respostas para o nosso futuro, assim, tudo 
está interligado. Na história da educação o processo não é diferente. 
Ao longo dos séculos, muitos pensadores tiveram contribuições 
significativas e colaboraram para a análise, compreensão e formulação 
dos processos educativos.
Poderíamos fazer um único capítulo sobre a biografia de todas as 
pessoas que nos ajudaram nesse caminho tão repleto de pedregulhos 
e obstáculos, porém não é nosso intuito. O objetivo é dar ênfase nos 
principais pensadores e pesquisadores dos séculos XVIII, XIX e XX.
Seguem os pensadores em sua ordem cronológica:
Século XVIII
Johann Friedrich Herbart
Fonte: Bascon | Wikimedia 
Commons | Public Domain
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Johann_friedrich_herbart_(2).jpg
Fonte: MLWatts | Wikimedia 
Commons | Public Domain
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Jean-Jacques_Rousseau_(painted_
portrait).jpg
Jean-Jacques Rousseau
Fundamentos da Educação 13
Fonte: Dontworry | Wikimedia 
Commons | Public Domain
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:John_Dewey_cph.3a51565.jpg
Fonte: Nbmachado | Wikimedia 
Commons | Public Domain
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Jean_Piaget_in_Ann_Arbor.png
Fonte: Jan Arkesteijn | Wikimedia 
Commons | Public Domain
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Maria_Montessori_(portrait).jpg
Fonte: JInritter | Wikimedia 
Commons | Public Domain
https://commons.wikimedia.
org/wiki/File:Lev-Semyonovich-
Vygotsky-1896-1934.jpg
John Dewey
Jean Piaget
Maria Montessori
Lev Vygotsky
Século XIX
Fundamentos da Educação14
Fonte: Esquilo | Wikimedia 
Commons | CC BY-SA 3.0 | GFDL
https://commons.wikimedia.org/
wiki/File:B.F._Skinner_at_Harvard_
circa_1950.jpg
Fonte: TDKR Chicago 101 | Wikimedia 
Commons | Public Domain
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Howard_Gardner_2010.jpg
Fonte: Sdimitrov | Wikimedia 
Commons | CC BY-SA 3.0 | GFDL
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Paulo_Freire_1977.jpg
Emília Ferreiro
José Carlos Libâneo
Phillippe Perrenound
Burrhus Frederic Skinne Howard Gardner
Paulo Freire
Século XX
Fundamentos da Educação 15
Pensadores do século XVIII
 Jhoann Friedrich Herbart (1776-1841)
Herbart foi precursor da psicologia experimental, visava a 
educação como uma ciência. Suas contribuições para a pedagogia 
foram métodos sistematizados com objetividade e análise, rigor e bases 
psicométricas.
A ação pedagógica é direcionada em três procedimentos: 
 • O governo;
 • A instrução;
 • A disciplina.
Para Herbart, os seres humanos nasciam desprovidos de 
qualquer conteúdo e que seria adquirido através da aprendizagem. Ele 
denominou como “tábulas rasas”.
Jean Jacques Rousseau (1712-1778)
Sua principal obra foi o “Do Contrato Social”, o qual defendia que 
o ser humano nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Para Herbart, 
os indivíduos são organizados e concedem direitos ao Estado na troca 
de organização e proteção.
Pensadores do século XIX
John Dewey (1859-1952)
Dewey foi o criador da Nova Escola. Reforçou que a educação 
é feita pela ação e criticou a educação tradicional, o intelectualismo 
e a memorização. Teve influências behavioristas, materialistas no qual 
fundamentou suas pesquisas na filosofia pragmática. 
Fundamentos da Educação16
A escola deveria ser a própria vida e não somente uma preparação 
para ela.
Maria Montessori (1870- 1952)
Montessori foi a primeira mulher na Itália a se formar em medicina. 
Depois que se formou também em pedagogia, se dedicou a trabalhar 
com crianças excepcionais em um hospital psiquiátrico.
Criou o sistema Montessoriano, que apoia o trinômio:
 • Atividade;
 • Individualidade;
 • Liberdade.
Deu ênfase ao desenvolvimento na aprendizagem de jogos e 
atividades que continham uma certa autonomia. Para Montessori, a criança 
tem liberdade para lidar com objetos preestabelecidos. A coordenação 
motora desenvolve o movimento. São jogos montessorianos ainda 
usados nos dias atuais como: o material dourado e o alfabeto móvel.
Jean Piaget (1896-1980)
Piaget foi o representante principal na psicologia da aprendizagem. 
Estudou o pensamento da infância até a adolescência. Para Piaget, a 
criança é um ser dinâmico no qual interage com a realidade.
Criou a “Epistemologia Genética”, no qual se refere as fases do 
desenvolvimento cognitivo, que estão divididos em 4 estágios:
 • Sensório;
 • Pré-operacional;
 • Operacional concreto;
 • Operacional formal.
Criou os termos de acomodação e assimilação.
Fundamentos da Educação 17
Lev Semenovitch Vygotsky (1896- 1934)
Vygotsky fundamentou sua teria no papel da linguagem e do 
processo histórico no desenvolvimento do ser humano. O sujeito é um 
ser ativo, porém também interativo. Existe uma troca de conhecimento 
através das funções sociais e eles passam a ser assimilados.
Existem dois níveis e desenvolvimento para Vygotsky: o real 
e o potencial. Foi criador da Zona de Desenvolvimento Proximal. O 
desenvolvimento cognitivo é produzido através da interação social com 
subsídios fornecidos pela cultura, seria um processo que se constrói de 
fora para dentro.
Pensadores do século XX
Emília Beatriz Maria Ferreiro Schavi (1936)
Emilia Ferreiro, foi aluna de Jean Piaget, e juntamente com Ana 
Teberosky, escreveu o livro “Psicogênese da Língua Escrita” o qual fez 
sérias críticas referente ao uso da Cartillha, método preconizado por 
Comenius. Aponta que a construção do conhecimento da língua escrita 
deve ser individual e também pela interação com o meio. A criança 
então, passa por processos e etapas até o domínio completo do código 
linguístico. 
De acordo com Ferreiro e Teberosky, todas as crianças passam 
por quatro fases no processo de alfabetização:
 • Pré-silábica;
 • Silábica;
 • Silábico- alfabética;
 • Alfabética.
Em 1980 seus ensinamentos tiveram forte influência no Brasil e 
também auxiliou nos conceitos dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN).
Fundamentos da Educação18
Howard Gardner (1943)
Também com fortes influencias de Piaget, em 1983 criou, 
juntamente com a sua equipe a Teoria das inteligências múltiplas. 
Concluiu que há sete níveis de inteligência:
 • Lógico- matemática;
 • Linguística;
 • Espacial;
 • Físico-cinestésica;
 • Interpessoal;
 • Intrapessoal;
 • Musical.
Anos depois, criou as teorias das inteligências:
 • Natural;
 • Existencial.
Já as teorias interpessoal e intrapessoal foram agrupadas.
As inteligências se combinam em diferentes maneiras, em cada um.
José Carlos Libâneo (1945)
Criador do Termo Pedagogia Crítico social dos conteúdos e, 
atualmente, desenvolve algumas pesquisas da teoria histórico e cultural. 
Suas teses estão ligadas a educação, formação de professores, didática 
e ensino aprendizagem.
Paulo Freire(1921-1997)
Paulo Freire foi totalmente oposto às ideias da classe dominante, 
por esse motivo suas principais ideologias foram: “A pedagogia do 
Dominante e a Pedagogia do Oprimido”. Para Freire, o sujeito da 
educação é o educador. Teve a sua atuação na educação de jovens e 
Fundamentos da Educação 19
adultos, no qual privilegiava o trabalho em grupos e desenvolveu uma 
metodologia para educação de jovens e adultos. 
Segundo texto disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.
pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=340. Acesso: 
22/05/19. Podemos refletir com os passos utilizados por Freire para 
Educação de Jovens e Adultos:
 • Levantamento do universo vocabular dos grupos, para a 
escolha das palavras geradoras;
 • Organização dos círculos de cultura, formados por pequenos 
grupos, sob a coordenação de uma pessoa, que não precisa 
necessariamente ser um professor;
 • A representação de uma das palavras, já que estas pertencem 
ao universo vocabular dos educandos, aliada à sua experiência de 
vida, gerará temas correlatos, descobrindo-a como suma situação 
problemática;
 • Reúne-se todo o material possível para ampliar a consciência 
e a experiência dos educandos;
 • Passa-se à visualização da palavra e ao processo de 
decodificação em unidades menores, para reconstituí-la posteriormente.
Phillippe Perrenoud (1944)
Criador dos temas: “Competências e Habilidades”. Estudou a 
evasão escolar e as desigualdades sociais e se dedicou às práticas 
pedagógicas em Genebra. A proposta de Perrenoud é que as crianças 
sejam avaliadas de três em três anos, ao invés de ano a ano. Para ele, a 
criança tem tempo suficiente para gerar as habilidades. Suas ideologias 
serviram como base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e do 
Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (PROFA).
Burrhus Frederic Skinner (1904 - 1990)
Skinner teve sua prática baseada em teorias behavioristas. O 
princípio do behaviorismo é a mudança do comportamento manifesto, ou 
Fundamentos da Educação20
seja, as mudanças do comportamento são respostas aos estímulos que 
acontecem no meio social, desta forma, o indivíduo estará condicionado 
a reagir. Ele denomina um Estímulo-Respostas (S-R) no qual é sempre 
reforçado ou compensado. Esse reforço ou compensação, é a peça 
chave da teoria de Skinner, pois irá fortalecer a respostas desejadas. 
Pode ser um elogio, uma nota ou um sentimento de satisfação.
Fundamentos da Educação 21
Concepções e tendências pedagógicas no 
Brasil
As tendências pedagógicas foram fortemente influenciadas 
por movimentos culturais e políticos ao longo de vários anos. Essas 
tendências, levaram às práticas mais utilizadas em todo o nosso país.
Segundo Libâneo (1990) e Saviani (1997), algumas tendências 
evidenciam uma mudança significativa no cenário educacional brasileiro 
e são divididas em dois pensamentos pedagógicos: tendências liberais 
e tendências progressistas. É o que podemos verificar na figura abaixo:
Tradicional
Tecnicista
Libertadora
Libertária
Renovadora 
Progressiva
Tendências 
Liberais
Tendências 
Pedagógicas 
Brasileiras
Tendências 
Progressistas
Renovadora 
não diretiva 
(Escola nova)
“Crítico-social 
dos conteúdos” 
ou “Histórico-
Crítica”
Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/tendencias-
pedagogicas-brasileiras.htm. Acesso: 24/05/19
Fundamentos da Educação22
É imprescindível que os docentes possam se apropriar dessas 
tendências para que essas possam melhorar nas suas práticas 
pedagógicas. Por essa razão, faremos uma síntese das principais 
tendências.
Tendências liberais
Sustenta o ideal de que o aluno deve estar preparado para atuar 
na sociedade de acordo com as suas habilidades e aptidões. O indivíduo 
deve aprender a viver em harmonia com a sociedade, porém ele tem 
uma cultura individual.
Tendência tradicional
Essa tendência foi a primeira a ser refletida no Brasil. O professor 
é a figura central e o aluno o receptor passivo das informações. As 
atividades são feitas por exercícios de memorização.
Tendência tecnicista
Fundamentada por Skinner, nessa teoria de cunho behaviorista, 
o aluno é passivo na produção do conhecimento e esse conhecimento 
acaba sendo acumulado na mente através de associações. 
Tendência renovadora progressista
Essa foi a segunda tendência a aparecer no Brasil, depois da 
tradicional. Esta, centraliza o aluno no qual ele deve ser ativo e curioso 
no processo ensino aprendizagem. O professor é apenas um facilitador 
enquanto o aluno “aprende fazendo”.
Fundamentos da Educação 23
Tendência não diretiva (Escola Nova)
Esse método é centrado no aluno e foi trazido por Anísio Teixeira 
para o Brasil. O papel da escola é de formação social, psicológica e 
pedagógica e também como formadora de comportamentos. Está 
inteiramente ligado às percepções e suas possíveis modificações.
Tendências progressistas
Parte do pressuposto de uma análise crítica às realidades sociais 
e não está centrada a ideia do capitalismo. Essa tendência é subdividida 
em três partes:
 • Tendência libertadora: também conhecida como a pedagogia 
de Paulo Freire, que luta pela pedagogia do oprimido. Há uma 
preocupação de se libertar de uma manifestação crítica. Está centralizada 
na discussão e temas sociais e políticos. O docente participa ativamente 
das atividades. 
 • Tendência libertária: tem como principal objetivo a 
transformação do sujeito na sua totalidade. Tem ênfase na livre 
expressão, no contexto cultural e na educação estética.
 • Tendência crítico- social (histórico-crítica): apareceu no Brasil 
nos fins dos anos 70, enfoca que deve existir conteúdos históricos por 
meio de conteúdos e processos de socialização. O professor é mediador 
no processo de desenvolvimento e os conhecimentos são construídos 
pela experiência subjetiva e pessoal.
Fundamentos da Educação24
Educação X Ideologia, limites éticos
Antes de iniciarmos as nossas reflexões, faremos uma breve 
discussão sobre a definição de ética e o que ela implica no ambiente 
escolar. Segundo o dicionário, podemos definir como ética:
1. Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios 
que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento 
humano, refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores, 
prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social.
2. Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de 
um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.
Disponível em:<https://www.google.com/search?q=%C3%A9t-
ica&oq=%C3%A9tica&aqs=chrome. .69i57j69i61j0l3j46.1303j0j7&-
sourceid=chrome&ie=UTF-8> Acesso: 27/05/19
Neste sentido, compreendemos que ética não é somente as 
regras e valores morais como também o comportamento adquirido 
dentro de uma sociedade. Quando falamos de ética dentro do ambiente 
educacional, estamos falando também de todo o desenvolvimento 
humano na sociedade e os valores de cada um.
Os princípios éticos na escola
Quando estabelecemos algumas regras sociais e de convivência, 
podemos dizer que estamos seguindo as normas estabelecidas pela 
sociedade, ou seja, as suas leis. A lei implica uma condição de postura 
ética. Na educação, a ética está sempre atualizando a lei. É o que 
podemos verificar em Imbert (2002, p.27-28):
A ética abre o que tende a ser fechado e a se definir. Ela interpela 
o sujeito como processo inacabável de desimpedimento. Ela desprende 
um espaço para fora de qualquer espaço, um espaço desenclausurado. 
Fundamentos da Educação 25
É a autonomia que se inscreve na temporalidade humana, implicando 
em dados psicológicos e socioculturais.
Figura 2
Fonte:.Freepik
O compromisso ético
O compromisso ético no ambiente educacional é de 
responsabilidade da escola e implicam exigências que vão muito além de 
uma simples definição. As normas e regras devem ser respeitadas para 
que ocorra uma complementação entre o compromisso éticoe a prática 
em si. Somente na prática e comprometimento de todos os envolvidos 
dentro da escola, é que se pode chegar a um consenso satisfatório, isto 
é, profissionais comprometidos com um bom desenvolvimento social e 
humano.
Para Baptista (2005, p.39-40) existem algumas finalidades 
primordiais que devem ser seguidas na escola:
Fundamentos da Educação26
.... tornar as pessoas capazes de fazer a sua diferença no 
tempo, contra a diferença, a descrença, o pessimismo e a 
tentação da inocência.
O conceito ético escolar é a condição onde “cabem todos” para 
que ninguém fique de fora. Um ambiente sistematizado que proporciona 
uma hegemonia integral de comportamentos e crenças.
Alguns exemplos éticos dos professores e alunos dentro da 
escola, seguidos pelas reflexões estão disponíveis em: <https://www.
suapesquisa.com/educacaoesportes/etica_escola.htm>.
Exemplos de atitudes éticas dos professores:
 Ensinar aos alunos o que é ética e sua importância nos diversos 
níveis como, por exemplo, ambiente de trabalho, família, escola, grupo 
de amigos e etc.; 
 • Esclarecer e cumprir com clareza aos alunos os métodos de 
ensino e avaliações; 
 • Ouvir e respeitar as opiniões dos alunos;
 • Buscar a qualidade no processo educacional;
 • Cumprir prazos na entrega de documentações, diários, 
avaliações, notas e etc.;
 • Não expor erros ou deficiências de alunos na frente de toda 
classe. Conversar com o aluno em particular;
 • Ser justo na correção e avaliação de provas e trabalhos 
escolares; 
 • Respeitar e ser educado no relacionamento com outros 
professores, alunos, pais de alunos e profissionais da escola;
 • Não fazer comentários em sala de aula sobre o comportamento 
ou métodos de ensino de outros professores;
 • Seguir a proposta educacional da escola, assim como seus 
métodos de avaliação;
 • Agir de forma proativa no que se refere à integração de alunos 
com deficiência física ou transtorno psicológico. 
 
 
Fundamentos da Educação 27
Exemplos de atitudes éticas dos alunos:
 • Respeitar o trabalho dos professores e funcionários da escola; 
 • Respeitar também o direito de aprender dos outros alunos. Na 
prática, isso significa não conversar, brincar ou atrapalhar de qualquer 
forma os momentos em que o professor está explicando ou tirando 
dúvidas de outros colegas;
 • Não colar em avaliações ou elaboração de trabalhos escolares;
 • Não usar trabalhos prontos, disponíveis na internet, para 
entregar aos professores;
 • Não praticar bullying;
 • Buscar ter um comportamento que crie um ambiente positivo 
e agradável na escola;
 • Não pagar para outros alunos ou “profissionais” para que 
elaborem trabalhos (comportamento antiético mais comum no ensino 
superior); 
 • Não colocar apelidos em colegas e professores que possam 
causar mágoas, ferir sentimentos ou a autoestima;
 • Seguir as regras e normas de funcionamento da escola;
 • Tratar com respeito e educação colegas que possuam algum 
tipo de deficiência motora ou transtorno psicológico. Se possível, ajudar 
no processo de integração destes alunos;
Fundamentos da Educação28
Educação e tecnologia, o estado da arte e 
as tendências
Todos sabemos que a tecnologia se faz cada vez mais presente 
em nosso cotidiano, não somente no ambiente educacional, mas em 
todas as áreas. As informações chegam até nós de uma forma muito 
rápida e também mudam o tempo todo. 
As mídias sociais como Facebook, Twitter, Instagram, dentre 
outros são partes integrantes na vida da maioria das pessoas. O mundo 
todo está globalizado e age sempre diante do futuro. Pensando nessas 
inovações, a escola também precisa de adequar às inúmeras tendências, 
não só porque vivemos a tecnologia, mas para proporcionar nossas 
aulas muito mais atrativas. Instituições e profissionais que acabam não 
seguindo as tendências, tendem a cair no esquecimento ou desmotivar 
seus alunos.
Figura 2
Fonte:.Freepik
Fundamentos da Educação 29
A escola e a TIC
Definimos por TIC como sendo Tecnologia de Informação e 
Comunicação. A informatização mudou o mundo de tal maneira que 
passou a também dominar novas tecnologias. É o que podemos ver em 
Zanela (2007, p.25):
É o conjunto de tecnologias microeletrônicas, informáticas e de 
telecomunicações, que produzem, processam, armazenam e transmitem 
dados em forma de imagens, vídeos ou áudios.
Seu objetivo é facilitar a pesquisa e a troca de informação. 
Podemos utilizá-las em empresas, escolas ou até mesmo em trabalhos 
individuais. São bastante úteis no desempenho de diferentes atividades 
em nosso cotidiano.
Podemos exemplificar como TIC:
 • Rádio;
 • Máquina fotográfica;
 • Telefone celular;
 • Telemóvel;
 • Televisão;
 • Câmera de filmar;
 • Computador;
 • GPS;
 • Correio eletrônico (e-mail);
 • Internet;
 • Podcasts;
 • Tecnologias de acesso remoto: WI-FI, Bluetooth, RFID, EPVC.
Essas tecnologias têm diferenciado a nossa visão do mundo e 
promovem uma revolução cultural. Essas ferramentas tecnológicas 
modificam os hábitos das pessoas e com isso há alteração da forma com 
que as pessoas pensam, se relacionam e também aprendem.
Fundamentos da Educação30
REFLITA:
Como podemos utilizar os recursos tecnológicos em sala de 
aula? Quais seriam as ferramentas que você mais utilizaria? 
Faça uma discussão com seus colegas. Compartilhe suas 
informações.
SAIBA MAIS:
USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
A inovação tecnológica está presente no cotidiano de 
alunos e professores, proporcionando o uso de modernos 
recurso didáticos na escola, e com isso promovendo 
melhorias no processo de ensino e aprendizagem.
O avanço das tecnologias de informação possibilitou 
a criação de ferramentas que podem ser utilizadas 
pelos professores em sala de aula, o que permite maior 
disponibilidade de informação e recursos para o educando, 
tornando o processo educativo mais dinâmico, eficiente e 
inovador. Neste sentido, o uso das ferramentas tecnológicas 
na educação deve ser vista sob a ótica de uma nova 
metodologia de ensino, possibilitando a interação digital 
dos educandos com os conteúdos, isto é, o aluno passa 
a interagir com diversas ferramentas que o possibilitam a 
utilizar o seus esquemas mentais a partir do uso racional e 
mediado da informação.
No entanto, o professor não deve entender as novas 
tecnologias de ensino apenas como recurso didático 
inovador, o que tornaria as novas ferramentas uma 
metodologia ”neotradicional” de ensino, pois utilizar com 
tais ferramentas a mesma metodologia tradicional de 
ensino significa retroceder, didaticamente, aos avanços da 
modernidade.
Fundamentos da Educação 31
Diante de tudo isso, é inegável reconhecer a importância 
das inovações tecnológicas no contexto educacional e, 
principalmente, no cotidiano de alunos e professores. 
Isso se deve a utilização das ferramentas tecnológicas na 
forma de recursos didáticos na sala de aula, favorecendo 
o processo de ensino aprendizagem nos diversos setores 
da educação. Portanto, a tecnologia no ensino propicia 
para alunos e professores, uma nova forma de ensinar e 
aprender, integrando valores e competências nas atividades 
educacionais.
Texto disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.
com.br/educacao/uso-das-tecnologias-na-educacao.
htm. Acesso: 28/05/19
A problematização das tecnologias na sala 
de aula
É fato dizer que o uso das tecnologias é muito necessário 
dentro da sala de aula, porém será que todas as ferramentas devem 
ser utilizadas? O que não podemos nos esquecer é que tanto crianças 
como jovens tendem a utilizar essas ferramentas como uma forma de 
entretenimento. Mais de 90% dos jovens utilizam as ferramentas para 
esse meio e muitas vezes se esquecem ou até mesmo ficam relutantes 
para estudar para uma prova, fazer uma atividade extraclasse ou um 
trabalho etc. 
Se a gestão em sala de aula também não for satisfatória, de nada 
adianta usar por exemplo, um aparelho Datashow para que a aula fique 
mais divertida oudinâmica, muito pelo contrário, pode virar um caos.
As tecnologias devem ser usadas a favor da educação, através de 
um bom planejamento e que sigam estratégias de ensino. Não podemos 
simplesmente utilizar de um recurso tecnológico sem haja gestão em 
sala de aula, ou seja, o professor deve saber como administrar para que 
não se perca e que sua aula não seja tão satisfatória.
Fundamentos da Educação32
A tecnologia veio para ficar e não podemos abrir mão dela, 
devemos nos adaptar, porém nos atentar aos problemas que poderão 
acontecer.
Considerações finais
Iniciamos esse capítulo nos estudos de alguns teóricos 
que tiveram, e ainda tem, muita importância na nossa história, no 
desenvolvimento e no processo de ensino e aprendizagem. Alguns 
teóricos como Piaget e Vygotsky, por exemplo, não somente modificaram 
nosso cenário educativo, como também foram percursores de novos 
questionamentos. Outros, ainda estão na ativa e continuam contribuindo 
para que possamos melhorar cada vez mais.
Como podemos nos esquecer nas contribuições de Emília 
Ferreiro e Ana Teberosky na Psicogênese da Língua Escrita? Graças a 
essas teóricas, a alfabetização ganhou uma expansão e a definição de 
letramento foi introduzida definitivamente nas escolas.
O aluno passou a ser visto também de uma outra maneira. 
Com os métodos tradicionais, o professor era o agente principal das 
informações e o aluno, simplesmente um receptor, ou seja, ele não 
poderia interagir com o seu desenvolvimento porque não havia espaço 
para ele no processo de ensino e aprendizagem. O que o professor 
transmitia se dava como uma verdade absoluta e o aluno acatava sem 
nenhum tipo de questionamento. Depois de Piaget e Vygotsky, o aluno 
passou a ser encarado como um sujeito ativo e não passivo. Através 
de questionamentos, sociabilização e interação com o meio e o objeto 
estudado ele não somente cria oportunidades de conhecimento como 
fica curioso e na sua curiosidade, alcança os objetivos. O professor nessa 
fase, é um direcionador.
Muitas dessas considerações passaram a ser vistas através de 
outras metodologias e tendências. 
Essas tendências foram divididas como Tendências liberais e 
Progressistas e subdivididas entre elas:
Fundamentos da Educação 33
1- Tendências liberais:
 • Tradicional;
 • Tecnicista;
 • Renovadora Progressista;
 • Não diretiva.
2- Tendências progressistas:
 • Libertadora;
 • Libertária;
 • Crítico-social.
Estudamos também os princípios básicos da ética e sua 
importância no ambiente educacional. Não se trata apenas de valores, 
mas de comportamentos sociais que podem nos auxiliar no bom 
andamento do nosso convívio social e nas nossas aulas.
A escola também pode ensinar valores éticos para as crianças, 
pois elas devem conhecer o que é certo e o que é errado e como viver 
em sociedade. O respeito ao próximo, à diversidade também devem ser 
trabalhados desde cedo. Entendemos por ética tudo aquilo que fazemos 
mesmo que ninguém esteja observando.
SAIBA MAIS:
Leia o artigo sobre ética na educação e reflita com os seus 
colegas:
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/etica-
na-educacao-faz-toda-diferenca.htm
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/etica-na-educacao-faz-toda-diferenca.htm 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/etica-na-educacao-faz-toda-diferenca.htm 
Fundamentos da Educação34
O uso das tecnologias
E por fim, falamos sobre avanço das tecnologias em sala de 
aula. Qual o papel que elas exercem na vida dos nossos alunos e como 
podemos nos favorecer utilizando esses recursos tecnológicos?
Você acredita que podemos utilizar de todas as ferramentas a 
favor da educação? Quais as TICs que você mais utilizaria dentro da sala 
de aula?
Todos esses questionamentos devem ser feitos por você 
durante todo o seu processo de formação. As tecnologias existem e 
não podemos simplesmente fingir que elas não fazem parte do nosso 
cotidiano, porém, infelizmente há ainda um grande número de pessoas 
que não tem acesso a alguns recursos, o que dificultaria ainda mais a 
aula de um professor.
Imagine você na seguinte situação:
Em uma escola de rede pública existem algumas crianças que 
sabem trabalhar com o computador, já outras nunca tiveram acesso e 
não sabem nem ao menos o que é uma internet. Essa realidade existe 
em muitas partes do país. Dessa forma, como podemos trabalhar com 
o uso da tecnologia com crianças com culturas tão diferentes? O intuito 
não é fazer com que as crianças tenham o domínio da ferramenta, mas 
que essa sirva como apoio pedagógico.
Quando trabalhamos com a diversidade, também trabalhamos 
com as oportunidades e é necessário que possamos planejar nossas 
aulas para que os objetivos sejam alcançados.
Outro fator muito importante, é a gestão nas aulas que utilizaremos 
um determinado recurso tecnológico. Devemos tomar muito cuidado 
para que nossa aula não vire um caos, pois sem a gestão, o foco pode 
ser contraditório. Por exemplo:
Imagine uma classe do 5º ano do ensino fundamental I. A 
professora na sua aula de língua portuguesa acaba permitindo que os 
alunos utilizem do celular para fazer uma pesquisa em favor da aula. O 
uso do celular não é permitido na escola, porém para essa atividade 
será aberto uma exceção. Se a professora não tiver um planejamento 
Fundamentos da Educação 35
e a gestão em sala de aula, é bem provável que ela terá dificuldade 
por motivos de dispersão. Nesse caso, o uso das tecnologias não foi 
adequado por uma série de fatores.
O objetivo do uso das tecnologias em sala de aula é a inovação, 
para que nossos alunos se sintam motivados ao estudo e que percebam 
que os recursos tecnológicos também podem lhes trazer conhecimentos. 
Nosso papel é que nossos alunos possam usufruir de todas as 
ferramentas e que eles também desenvolvam outras habilidades, como 
a autonomia. Devemos ensinar para que sejam cada vez mais proativos.
Nosso caminho é vasto e ainda existe muito o que fazer, porém 
cabe a nós percorrer esse caminho da melhor maneira. Sabemos que 
não existem salas de aulas perfeitas, mas podemos melhorar, nos tornar 
melhores e fazer a diferença na vida de muitas vidas.
Ser professor é ter muitas profissões dentro de si.
Esperamos que você possa ser luz nas salas de aula!
Sucesso!
Fundamentos da Educação36
BIBLIOGRAFIA
CARMO, J.S. Fundamentos psicológicos da educação. Curitiba: 
Intersaberes, 2012.
COMENIUS, J.A. Didática Magna.: tratado da arte universal de 
ensinar tudo a todos. 3.ed. Lisboa:Fundação Calouste Gulbekian, 1985
FERREIRO, E. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1984
HEIN,A.C.A. Fundamentos da Educação. São Paulo: Pearson, 2014
NOGUEIRA, J. Aprendendo a ensinar: uma introdução aos 
fundamentos filosóficos da educação. Curitiba: Intersaberes, 2013
MELO. A. Fundamentos socioculturais da educação. Curitiba: 
Intersaberes, 2014
MICHALISZYN,M.S. Fundamentos socioantropológicos da 
educação. Curitiba: Intersaberes, 2014
ROBBINS, S. Comportamento organizacional. São Paulo: 
Pearson, 2015.
VIGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
	Sistema Nervoso Autônomo
	Sistema Nervoso Autônomo
	Sistema Nervoso Autônomo
	Sistema Nervoso Autônomo

Mais conteúdos dessa disciplina