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PRINCIPIOS DE CIRURGIA RECONSTRUTIVA DEFINIÇÕES · A cirurgia reconstrutiva é um grupo de cirurgias destinadas a fechar defeitos, como traumas, anormalidades congênitas e neoplasias. · Técnicas reconstrutivas: LINHA DE TENSÃO · São formadas pelo tecido fibroso da pele. · Levam as bordas da pele incisada a se separar. · Incisão paralela as linhas de tensão cicatrizam melhor, mais rápido e com resultados mais estéticos (A). Incisões feitas nas linhas de tensão requerem mais suturas e são mais propensas a deiscência (B). · Manipular as bordas da ferida p/ identificar linhas de tensão. · A direção do fechamento deve minimizar a tensão e evitar criação de “orelhas de cachorro” (pregas) nas extremidades das linhas de sutura. · Técnica p/ diminuir a tensão: divulsão, padrões de suturas e incisão de relaxamento. 1 DIVULSÃO: · Método mais simples p/ redução de tensão. · Usar tesoura tecidual de Metzenbaum c/ laminas fechadas e ao entrar no tecido abrir a lamina p/ separa-los. 2 PADRÕES DE SUTURAS · “Walking suture” (sutura caminhante). - Move a pele reduzindo espaço morto e distribuindo a tensão sobre o defeito. - Sutura isolada c/ distância de 2-3cm. - Diversas suturas que avançam a pele em direção ao centro da ferida. - Minimizar nº- pode comprometer a circulação. - Pontos ñ saem da pele. · LPPL, LLPP e Donatti. 3 INCISÃO DE RELAXAMENTO · É a criação de uma nova incisão perto do defeito, levando a aproximação da pele. · Incisão cicatriza por 2ª intensão. · Raramente indicado. Exceto nas extremidades distais, ao redor dos olho e do ânus, ou ainda p/ cobrir tendões, ligamentos nervosos, vasos ou implantes. · Técnica: simples, múltipla, VY-plastia e Z-plastia. RETALHOS CUTÃNESO OU FLAPS · Pedaços de pele de uma área doadora, transferida p/ uma região receptora. · Mantem a conexão pelo pedículo de onde vem o suprimento sanguíneo. · Pode ser: - Subdermal: ñ apresentando no pedículo um vaso predominante. Mais comum. - Axial: o pedículo é definido e recebe o fluxo sanguíneo de vasos cutâneos escolhidos (maior e menor tolerância em área pouco vascularizada). REGRAS P/ UM BOM FLAP SUBDERMAL · A base do flap ñ deve ser maior que sua extremidade. · Evite flaps mto longos. · Relação base comprimento deve ser de 1:2 · Ñ pode haver tensão na sutura do flap. · Sítio doador deve ter tecido suficiente que seja fechada por 1ª intenção. FLAPS DE AVANÇO · São retalhos formados com pele adjacente divulsionada, que vão por cima do defeito. · Ex: Monopediculado- h plasia. Bipediculado. · Monopediculado: mais simples dos retalhos. Como vantagem, ñ cria um leito doador. A desvantagem depende da quantidade de pele ao redor disponível. Mto utilizado p/ fechar defeitos no topo do crânio. · É comum formar orelha de cachorro, pelo avanço da pele na base do flap. Deve ser removido por meio de resseção em triângulo de Burow. · H plastia (flap de avanço monopediculado): começa a aproximar/suturar pelo meio p/ não ter tensão. · Bipediculado: a vantagem é que pode manter melhor a circulação do que o monopediculado. A desvantagem é que o leito doador pode cicatrizar por 2ª intenção. É utilizado em extremidades. VY plastia e incisão de relaxamento simples. FLAPS DE TRANSPOSIÇÃO · P/ fechar defeitos triangulares ou outros tipos. · Incisão em semicírculo. A incisão deve ser feita até que se tenha tecido p/ fechar o defeito. Normal é 4x o tamanho do defeito. · Pode ser usado em quase tood o corpo, c/ excessão são as extremidades. · Incisão retangular é p/ transposiçãp de 45º-90º. Qto maior o grau de transposição, menor o tamanho de cobertura do flap. FLAP À DISTÂNCIA · Usado em defeitos em extremidades de membros. · Membro é movido pelo flanco onde o flap é criado. Antes de fazer o flap, é aconselhado enfaixar o membro do flanco por 24-48h p/ ver se o animal tem tolerância. · Bipendiculado. · Após medir o local do flap, realiza a divulsão do músculo cutâneo do tronco. · O membro passa por dentro do flap, que fica tipo uma bolsa. · As bordas são suturas e ficam por 14 dias. Enfaixar. Depois desses 14 dias faz a incisão e libera o membro do flap. COMPLICAÇÕES APÓS FLAP: · Seroma. Dreno ajudam a evitar a formação. · Deiscência, por tensão excessiva, lembrar qe ñ pode ter tensão no flap. · Necrose, onde a manipulação delicada do flap ajuda a ñ danificar a circulação. ENXERTO · Transferido de segmento da derme, c/ a epiderme, de um local doador p/ uma ferida receptora. · Na veterinária são auto enxertos (doador e receptor são o mesmo paciente). · Raramente usados. Defeitos extensos nos membros, qdo todos os outros flaps ñ são viáveis. · Como o enxerto pega? Por aderência, pela formação de fibrina após 8h do enxerto. Por nutrição, 2-3 dias o enxerto absorve proteína e eritrócitos do leito receptor. A partir dai a circulação rudimentar é formada. Fica com cor azulada e pode ser confundido com rejeição. Revascularização por 1-3 semanas. · As desvantagens é que a técnica demora, a pele enxertada exige cuidados contínuos e prolongados. O resultado funcional e cosmético pode decepcionar. ENXERTO TÉCNICA: 1. Leito receptor: - Deve ter tecido de granulação. - Ñ colocar sobre tecido necrosado ou infeccionado. Nesse caso trata a ferida até ter o tec de granulação. - Antissepsia do local. - Lavar e remover os debris. Hemostasia se necessário. - Fazer o modelo do defeito com compressa (desenhar e cortar). Tirando com 1cm de distância p/ ter um tamanho mais certo. 2. Enxerto: - Escolha a área. - Utiliza o molde. - Divulsiona pele e remove o enxerto. - Fecha a ferida criada. - Remove todo tecido subcutâneo. - Mantem o enxerto sempre úmido, submergido em sol. Fisiológica. - Faz várias incisões no enxerto com o bisturi, p/ permitir drenagem de secreções (ñ tendo liquido de baixo do enxerto e com isso ele cola). - Coloca o enxerto sobre o leito doador. - Sutura as bordas c/ pontos isolado simples, com poliamida 3-0 ou 4-0. PÓS-OPERATÓRIO · Parte mais delicada e complicada (importante p/ o enxerto colar). · Cuidados com assepsia p/ evitar contaminação. · Imobilização do enxerto por meio de curativo. · 1ª bandagem deve ser trocada c/ 24h e realizada seriamente por, no min 3 semanas. · Bandagem ñ aderente e hidrofílica (por absorver líquidos). · Formação de exsudato ou hematomas abaixo do enxerto devem ser identificados e drenados c/ auxílio de um cotonete pressionando sobre o enxerto. O QUE ESPERAR DO MEU ENXERTO? · Dia 1: fixação capaz de suportar a troca de curativo. · Dia 1 a 3: terá cor azulada e ficará edemaciada. · Dia 7: cor rosada e menos edemaciada com progressão dos sinais subsequentes. · Dia 14 a 21: crescimento de pelos. O QUE NÃO ESPERAR DO MEU ENXERTO? · Movimentação. · Separação. · Cor branca (isquemia) ou preta (necrose). · Pus. · Indica falha iminente.
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