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Estagio I - Seção 6 CIVIL

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Seção 01 
Seção 6 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
CIVIL 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
Chegamos à Seção 6, e continuaremos a abordagem dos recursos em segunda instância, diante de 
um acordão desfavorável. 
 
Valinzinho Transporte ajuizou execução de título extrajudicial, relativa a cinco cheques de 26 mil 
reais cada, distribuída à 18ª Vara Cível de Sinaleão/GO, sob o nº 0005889-99.2023.4.00.8977 em 
face de Madeireira Irmãos Perez, como emitente dos cheques, e de Allan Magiar como avalista. 
Houve penhora realizada nos autos. 
 
Allan opôs embargos à execução, alegando, em suma, que o valor de R$ 1.400 penhorado no 
processo é relativo à verba salarial, afirmando ainda que não tem condições de se sustentar sem o 
valor. Sobreveio sentença de improcedência do pedido. Inconformado, Allan Magiar promoveu 
recurso de apelação, tendo sido prolatado acordão eivado de contradição, o qual foi objeto de 
embargos de declaração que foram julgados pela 12ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de 
Justiça de Goiás nos seguintes termos: 
 
ACORDÃO 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Contradição. Acordão Modificativo. Apelação. 
Embargos à Execução. Penhora. Natureza Salarial. Impenhorabilidade não 
reconhecida. APELAÇÃO DESPROVIDA. 
 
O presente recurso de apelação foi interposto contra sentença proferida pelo juízo de 
primeiro grau, o qual julgou improcedente os embargos opostos, “mantendo-se a 
penhora lançada por não configurar afronta à dignidade ou violação a 
impenhorabilidade salarial”. Segundo consta da sentença, “o devedor em momento 
algum realizou prova absoluta apta a convencer este juízo do entendimento de que 
as verbas penhoradas são sua única fonte de renda, afinal, não é crível que esteja 
sobrevivendo até agora, quase 30 dias depois da penhora, se não tem condições 
financeiras”. 
 
O recorrente afirma que os valores oriundos de sua força de trabalho são sua única 
fonte de renda, e que sem eles não tem como manter seu sustento. 
 
É O RELATÓRIO 
 
De início, cumpre apontar que o art. 833, IV do Código de Processo Civil é cristalino 
ao definir quais bens ou valores são impenhoráveis, in verbis: 
Sua causa! 
Seção 6 
DIREITO CIVIL 
 
 
3 
 
Art. 833. São impenhoráveis: 
[…] 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os 
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as 
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor 
e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional 
liberal, ressalvado o § 2º; […]. 
 
Consigne-se que consta das fls. 785/802 dos autos, juntada de holerites, declaração 
de imposto de renda e declaração do empregador, visando demonstrar que as 
verbas, de fato, são decorrentes da relação de trabalho. 
 
Em que pese a alegação de impenhorabilidade, entendo que o disposto no art. 833, 
IV se presta apenas a fomentar o não pagamento de dívidas, razão pela qual entendo 
pela possibilidade de penhora integral do salário do embargante. 
 
Ante o exposto pelo meu voto, entendo pelo ACOLHIMENTO DOS EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO, alterando o acordão anteriormente prolatado, e quanto ao mérito da 
apelação proposta, voto pelo DESPROVIMENTO DO RECURSO, mantendo-se a 
sentença atacada por seus próprios fundamentos. 
 
LUDWIG VAN BEETHOVEN 
RELATOR 
 
Lembramos que Allan Magiar foi agraciado com os benefícios da gratuidade de justiça quanto ao 
preparo do recurso. 
 
 
 
 
 
1. Do recurso especial 
 
Como já citado na seção anterior, as hipóteses de cabimento do recurso especial estão descritas no 
art. 105, III, alíneas “a”, “b” e “c” da Magna Carta. 
 
Referido artigo impõe que compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso especial, as 
causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais 
dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 
 
Art. 105. […] 
[…] 
III – […] 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
 
Fundamentando! 
 
 
4 
Ao tratar de contrariedade à Lei Federal, ressaltamos o teor da Súmula 400 do Supremo Tribunal 
Federal, na qual é afirmado que “Decisão que deu razoável interpretação à lei, ainda que não seja a 
melhor, não autoriza recurso extraordinário pela letra “a” do art. 101, III, da Constituição Federal.” 
 
1.1 Contrariar ou negar vigência a tratado ou lei federal 
 
A primeira hipótese de cabimento do recurso especial é a contrariedade ou negativa de vigência a 
tratado ou lei federal. A expressão contida no texto legal “negar vigência”, em verdade, é absorvida 
pela expressão “contrariar”, posto que esta segunda, por óbvio, é mais ampla. 
 
Ao tratarmos da hipótese de contrariedade a lei federal, é importante ressaltar que nos termos da 
Súmula 518 STJ não é cabível recurso especial fundado em alegada violação de enunciado de 
súmula. 
 
Além disso, ressalta-se que, ao interpor recurso especial, o interessado deve indicar expressamente 
o dispositivo da lei ou do tratado que foi violado, sob pena de não conhecimento do recurso. Neste 
sentido tem decidido a jurisprudência: 
 
A ausência de indicação de dispositivo de lei federal que teria sido violado pelo 
acórdão recorrido ou interpretado de forma divergente pelos tribunais, torna o recurso 
especial interposto com base nas alíneas “a” e “c” do permissivo constitucional 
deficiente em sua fundamentação. Incidência, por analogia, da Súmula 284/STF. 
(STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 635.592/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 
julgado em 24/02/2015) 
 
Outro ponto relevante acerca do tema é a inadequação do recurso especial para análise de 
interpretação de portarias ou instruções normativas, justamente por tais institutos não estarem 
compreendidos na expressão “Lei Federal”, in verbis: 
 
[…] o recurso especial não constitui via adequada para análise de interpretação de 
resoluções, portarias ou instruções normativas, por não estarem tais atos normativos 
compreendidos na expressão “lei federal”, constante da alínea “a” do inciso III do art. 
105 da Constituição Federal. (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1494995/RS, Rel. Min. 
Humberto Martins, julgado em 12/02/2015) 
 
1.2 Julgar válido ato de governo contestado em face de lei federal 
 
A hipótese contida no art. 105, III, “b”, é autoexplicativa, ou seja, quando o acordão prolatado julgar 
válido ato de governo local quando confrontado com lei federal, será cabível o recurso especial. 
 
 
 
5 
Insta consignar que, caso a decisão proferida dê validade à lei local contestada em face de lei federal, 
o recurso cabível não será o especial, mas, sim, o extraordinário. Com isso, cabe frisar que o ato de 
governo local mencionado na alínea analisada é o denominado “ato infralegal”, e não lei. 
 
1.3 Interpretação divergente à lei federal da que lhe haja atribuído outro tribunal 
 
A última hipótese de cabimento do recurso especial é a constante do art. 105, III, “c”, da Magna 
Carta. 
 
Uma das características essenciais do recurso especial é a função de uniformização de interpretação 
da lei federal, ou seja, caso os Tribunais deem entendimentos diversos à legislação federal, haverá 
espaço para que o recurso especial uniformize o entendimento, sanando as divergências. 
 
A este respeito, o § 1º do art. 1.029 do CPC estabelece que: 
 
Art. 1.029 – […] 
[…] 
§ 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova 
da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, 
oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado 
o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede 
mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em 
qualquer caso, mencionaras circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os 
casos confrontados. 
 
Assim, a simples interpretação diferente dada por outro Tribunal não é suficiente para fins de recurso 
especial, devendo o interessado mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os 
casos confrontados. 
 
2. Recurso extraordinário 
 
Assim como ocorre com o recurso especial, o recurso extraordinário tem previsão constitucional e 
suas hipóteses de cabimento estão descritas no art. 102, III, alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, e na Magna 
Carta, em que é definida a competência para julgamento do citado recurso como sendo do Supremo 
Tribunal Federal, in verbis: 
 
Art. 102 […] 
[…] 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última 
instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
 
 
6 
 
É importante lembrar que tanto o recurso especial quanto o recurso extraordinário são dotados de 
efeito devolutivo, podendo ser concedido o efeito suspensivo mediante requerimento da parte na 
forma prevista no art. 1.029, § 5º, do CPC. 
 
2.1 Contrariar dispositivo da constituição 
 
A primeira hipótese de cabimento do recurso extraordinário é a contrariedade a dispositivo da 
Constituição Federal. A expressão contrariar utilizada no texto tem o sentido de negar vigência, 
afrontar, deixar de aplicar e, ainda, não lhe dar a melhor interpretação. 
 
 
2.2 Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal 
 
Uma das funções do Supremo Tribunal Federal é exercer o controle difuso de constitucionalidade, o 
que faz por meio do recurso extraordinário. 
 
As partes interessadas em qualquer demanda judicial podem postular a não aplicação de 
determinada lei federal ou tratado, afirmando a sua inconstitucionalidade, hipótese na qual esta pode 
ser ou não reconhecida, o que dá ensejo ao recurso extraordinário. 
 
 
 
2.3 Julgar válido ato de governo contestado em face da Constituição 
 
A expedição de acordão declarando inconstitucionalidade de lei local não enseja recurso 
extraordinário, porém, caso a decisão prolatada manifeste pela validade de lei ou ato de governo 
local contestado em face da Constituição Federal, será clara a admissão do recurso extraordinário, 
até porque contrário à Magna Carta. 
 
Caso o acordão recorrido reconhecer a constitucionalidade da lei 
federal ou tratado atacado, o recurso extraordinário não será admitido. 
 
PONTO DE ATENÇÃO 
 
 
7 
A respeito do tema foi editada Súmula 285 pelo Supremo Tribunal Federal, a qual impõe que “Não 
sendo razoável a arguição de inconstitucionalidade, não se conhece do recurso extraordinário 
fundado na letra “c” do art. 101, III, da Constituição Federal.” 
 
2.4 Julgar válida lei local contestada em face da Constituição 
 
A última alínea do art. 101, III, versa acerca da possibilidade de interposição de recurso extraordinário 
quando o acordão proferido julgar válida lei local contestada em face da Constituição Federal. Essa 
hipótese de cabimento do recurso foi inserida no texto constitucional por meio da EC 45/2004, posto 
que, anteriormente, tal hipótese dava ensejo à interposição de recurso especial. 
 
 
 
 
Prezado estudante, face ao acordão proferido pelo Tribunal, é necessária a identificação dos pontos 
contrários aos interesses do recorrente Allan Magiar, a fim de identificar a peça processual cabível à 
defesa de seus interesses. 
 
É importante que o estudante verifique que as contradições foram sanadas, observando se a decisão 
prolatada se enquadra nas hipóteses do art. 102, III, ou 105, II, da Constituição Federal, 
principalmente no que concerne ao teor do art. 833, IV, do Código de Processo Civil, no que tange à 
impenhorabilidade das verbas salariais. 
 
 
 
 
 
Vamos peticionar!

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