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INTRODUÇÃO
“... Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.”
(Mc 16.15)
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do 
Espírito Santo; ensinando-os a guardar
todas as coisas que vos tenho ordenado...”. (Mt 28.19,20)
a Igreja
necessita possuir a perfeita visão de Cristo quanto ao real estado da humanidade sem Deus, sem
esperança e sem salvação (Mt 9.35-38).
1. A importância de ir em busca dos perdidos: “... Ide...” 
2. A importância de pregar o Evangelho: “... pregai...” 
3. A importância de fazer discípulos para Cristo: “... fazei discípulos...” 
4. A importância de batizar os novos convertidos: “... batizando-os...” 
5. A importância de ensinar a doutrina bíblica: “... ensinando-os...” 
A sua missão consiste
 a) construir aqui um lugar de habitação para Deus (1Co 3.15,16); 
b) dar testemunho da verdade (1Tm 3.15); 
c) tornar conhecida a multiforme sabedoria de Deus (Ef 3.10); 
d) dar eterna glória a Deus (Ef 3.20,21); 
e) edificar seus membros (Ef 4.11-13); 
f) disciplinar seus membros (Mt 18.15-17); 
g) evangelizar o mundo (Mt 28.18-20). 
Esta Lição ocupa-se da resposta a essas perguntas, guiando o seu estudo em torno de duas palavras-chave: Igreja e Missões. Uma vez esclarecidas essas perguntas, avançaremos abordando a fonte de poder espiritual da Igreja no cumprimento da sua missão, que, do ponto de vista humano, é impossível de ser cumprida, a não ser que nela opere poderosamente o poder dinâmico do Espírito. Somente assim a missão é cumprida. 
Ao concluirmos esta Lição, veremos o porquê da falha de algumas igrejas locais no cumprimento de sua missão. Uma vez conscientes dos fatores causadores das mencionadas falhas, cuidemos então, sob a graça de Deus, de não enveredarmos pelo mesmo caminho e, assim, triunfarmos plenamente no cumprimento da missão da Igreja. 
Esta palavra tem sido muitas vezes aplicada de forma errada, como, por exemplo, a referência à igreja, apontando-se para o prédio que a abriga. É importante que saibamos que o prédio em si não é a igreja; o prédio é o Templo. Nele, reúne-se a igreja, que refere-se ao grupo de remidos
que, juntos, buscam manter comunhão e cooperação mútuas; buscam estudar a Palavra de Deus
e prestar culto coletivo de louvor e adoração ao Senhor. 
 Paulo escrevendo aos Romanos (16.5): “Saudai também a igreja que está em sua casa...” (ARC); e escrevendo sua 1ª. Epístola aos Coríntios (16.19): “As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente Áquila e Prisca, com a igreja que está em sua casa.” (ARC). Aos Efésios(5.23), Paulo escreve que Cristo é a cabeça da Igreja; “... sendo ele próprio o salvador do corpo.”(ARC), isto é, o Salvador da Igreja. E ele prossegue nos versículos seguintes, até o 29, deixando claro o sentido de igreja.
O significado bíblico de Igreja 
A palavra igreja como aparece no NT é tradução do grego ekklesia e quer dizer chamado ou convocado, como ocorre numa assembleia de cidadãos legalmente constituída. Levando em consideração o grego clássico da Septuaginta e o popular do NT, podemos fazer as seguintes deduções a respeito da palavra ekklesia: 
1. Referia-se às pessoas chamadas (do mundo) para pertencerem ao Senhor. 
2. Referia-se a um tipo de pessoas especiais. 
3. Pessoas que eram convocadas e reunidas para um propósito específico. 
4. Pessoas que dirigiam seus negócios sob os princípios de igualdade e da irmandade. 
5. Pessoas relacionadas unicamente com Deus. 
A Igreja visível e a invisível 
Os eruditos bíblicos muitas vezes chamam a igreja universal de Igreja Invisível, e a congregação local, de Igreja Visível. A verdadeira igreja, o corpo místico de Cristo, tem expressão através da igreja visível, composta que é de seres humanos sujeitos ao erro. A Parábola do Joio (Mt 13.24- 30, 36-43) nos mostra que nem todos os membros da igreja visível são nascidos de novo e, assim sendo, não são membros da igreja invisível.
Os símbolos da Igreja 
O NT é rico em simbolismo da Igreja, o qual nos revela sua natureza, função, relacionamento e posição. Referindo-se primeiramente à igreja universal ou invisível, alguns dos símbolos mais comuns são representados por: 
1. Um novo homem (Ef 2.14,15). 
2. O corpo de Cristo (Ef 1.22,23; 5.30; 1Co 12.12-27). 
3. O templo de Deus (Ef 2.21,22; 1Co 3.9,16; 1Tm 3.15). 
4. A noiva de Cristo (2Co 11.2; Mt 25.6). 
5. Um sacerdócio real (1Pe 2.5,9; Ap 1.6; 5.10). 
6. A casa de Deus (Ef 2.19). 
7. O rebanho de Deus (Jo 10.1-18; 1Pe 5.3,4; At 20.28). 
A necessidade de uma missão
 O termo ekklesia significa muito mais do que chamado. Ele inclui também o sentido de ser chamado para. Para o quê? Trata-se exatamente do que queremos dizer por missão – aquilo para o qual a Igreja é chamada a cumprir.
A missão da Igreja está contida no propósito divino para o qual ela existe. Deus tem um plano de ação todo abrangente e empreendedor para aqueles a quem Ele redime. É através do conhecimento deste plano que o crente pode compreender o desígnio do seu caminhar com Cristo.
A natureza da missão da Igreja
Qual é então a missão da Igreja, determinada por Deus, a ser compartilhada igualmente por todos os seus membros? Para qual propósito Deus chama um povo a renunciar a este mundo para somente a Ele pertencer?
a missão da Igreja é tríplice. 
1ª. A Igreja é chamada para adorar e servir a Deus. Esta foi a mensagem de Cristo à mulher samaritana, no poço de Jacó (Jo 4.23-25). É este também o testemunho da igreja de Antioquia: “E, servindo eles ao Senhor...” (At 13.2). 
2ª. O corpo de Cristo tem uma missão para com os próprios membros entre si. Quando um membro deste corpo exerce seus dons para a edificação, em manifestação de amor, de uns para com os outros, grande prazer proporciona à cabeça do corpo, que é Cristo (1Co 12.12-27; Ef 4.16). 
3ª. A Igreja tem uma missão grandiosa para o mundo – para com os descrentes, que é pregar-lhes o Evangelho e conduzi-los a Cristo, o Salvador. Jesus prioriza tanto esta missão concernente ao mundo, que este foi o último assunto que tratou com os discípulos, antes da Sua ascensão (At 1.8). 
O poder para evangelizar na Igreja Primitiva 
 O terceiro aspecto da missão da Igreja é o de evangelizar os descrentes em todo o mundo. Jesus passou Seus últimos momentos na terra falando a Seus discípulos sobre esta sublime tarefa originada no céu. 
 No primeiro capítulo de Atos, encontramos os discípulos preocupados quanto ao estabelecimento do reino de Cristo na terra. Jesus afastou a atenção deles de determinados assuntos proféticos e temporais, direcionando para um assunto mais urgente, lembrando-lhes a promessa do Pai de enviar o Espírito Santo. Ele destacou o fato de que um dos ministérios do Espírito Santo é o de conceder poder divino para capacitar os discípulos como destemidas testemunhas do Evangelho. 
O poder para evangelizar na Igreja de hoje 
 Nem todo o mundo evangélico aceita o Pentecostes manifesto em Atos 2.1-4 como uma experiência espiritual em vigor em nossos dias. Certos líderes evangélicos, ao verificarem que na América Latina, de acordo com os mais recentes estudos, mais de 70% de todos os evangélicos são pentecostais, sugerem que devemos começar a aplicar algumas das práticas evangelísticas das igrejas pentecostais da América Latina. A disposição desses líderes é a de aplicar os métodos práticos evangelísticos das ditas igrejas, ignorando, porém, a experiência bíblica pentecostal do batismo no Espírito Santo. Ora, bem sabemos que, na conquista de almas para Deus, métodos e práticas, mesmo os melhores, nada farão para salvar pecadores sem o poder dinâmico de Deus.
quatro fatores comuns que retardam o cumprimento da missão da Igreja. Um ou mais deles são vistos numa igreja desviada da sua missão. Esses fatores são: 
1. Ignorância dos crentes quanto à sua missão bíblica; 
2. Doutrina corrompida; 
3. Mornidão no amor dos crentes; 
4. Apego exagerado às coisas materiais. 
Ignorância dos crentes
 Como é triste saber que muitoscrentes levam uma vida cristã fora do plano de Deus, somente porque alguém deixou de lhes ensinar o que diz respeito à sua parte no cumprimento da missão da Igreja. Que tristeza é para uma igreja que não cuida de preparar seus membros para servirem ao Senhor no cumprimento da Grande Comissão de evangelizar o mundo. 
 Jesus ensinou a Seus discípulos: “... de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10.8) e “... Mais bem-aventurado é dar que receber.” (At 20.35). Quem é crente somente para receber as bênçãos de Deus e deixa de fazer a sua parte no serviço cristão está se privando de um grande gozo, que de outro modo não o terá. Saibamos também que muitos crentes, por serem vazios espiritualmente, só vivem mexericando, fazendo críticas e envolvidos em contendas, porque não querem se ocupar do trabalho do Senhor, por frieza espiritual, ignorância ou falta de oportunidade. 
Doutrina corrompida 
Teólogos liberais, distanciados de Cristo, têm influenciado negativamente o mundo cristão atual. Todos os que abraçam o liberalismo teológico perdem o fervor e a disposição pelo cumprimento da missão da Igreja. A principal diferença básica entre evangélicos conservadores e liberais é que estes não aceitam a inspiração plena das Escrituras como a revelação de Deus para o homem. Trata-se de um atestado de decadência espiritual dessas pessoas e de suas igrejas locais. 
A teologia liberal também não aceita as Escrituras, literalmente. A salvação é geralmente redefinida em termos sociais ou políticos. Como resultado disto, a missão da Igreja do Senhor torna-se algo simplesmente secular, como qualquer empreendimento deste mundo, visando apenas ao melhoramento da humanidade em geral.
Mornidão 
Quando numa igreja apaga-se o fogo do avivamento bíblico, como vemos no livro de Atos dos Apóstolos e na História da Igreja, os primeiros sinais são vida espiritual seca e falta de consagração dos crentes. Os membros evitam ajudar no ministério cristão, ensinar na Escola Dominical, cantar no coral, visitar enfermos, desviados e novos convertidos, ou limpar e arrumar o templo. 
Nesse estado de mornidão espiritual, todas essas atribuições concernentes ao serviço cristão são vistas primordialmente como tarefa e não como privilégio. 
Apego exagerado às coisas materiais 
Como resultado da má e crescente influência da teologia liberal, atualmente muitos evangélicos dedicam-se tanto às coisas materiais, terrenas e sociais que não têm tempo, disposição e energia para se dedicarem à missão da Igreja. Não estamos dizendo que uma igreja local não deva cuidar de seus necessitados, órfãos, viúvas, doentes, pobres, desamparados, etc. Jesus sempre demonstrou grande amor e zelo pelos desfavorecidos. Ele mesmo disse que tudo quanto fosse feito a um dos Seus servos, a Ele estaria sendo feito (Mt 25.40,45). 
A Bíblia diz ainda: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.17). 
Muitos crentes sinceros se envolvem tanto nas coisas terrenas, mesmo legítimas, que terminam abraçando as falsas Teologias da Libertação, da Prosperidade, etc. Os líderes mais radicais deste primeiro movimento aliciam crentes e suas igrejas a se unirem a forças revolucionárias para promoverem reformas sociais, mesmo que para isso seja necessário o uso da violência.