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23 Notificação Compulsória de Doenças

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NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Notificação Compulsória de Doenças 
Doenças de Notificação Compulsória 
ADVERTÊNCIA 
Ministério da Saúde 
Gabinete do Ministro 
Portaria n° - 204, de 17 de Fevereiro de 2016 
Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública 
nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá 
outras providências. 
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos 
I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e 
Considerando a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das ações de 
Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à 
notificação compulsória de doenças, e dá outras providências; 
Considerando o art. 10, incisos VI a IX, da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura infra-
ções à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências; Con-
siderando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adoles-
cente; 
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a pro-
moção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon-
dentes e dá outras providências; 
Considerando a Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, alterada 
pela Lei nº 12.461, de 26 de julho de 2011, que determina a notificação compulsória dos atos de vio-
lência praticados contra o idoso atendido em estabelecimentos de saúde públicos ou privados; 
Considerando a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, que estabelece a notificação compulsória, 
no território nacional, do caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde, 
públicos ou privados; 
Considerando a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso às informações pre-
visto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição 
Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 
2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências; 
Considerando o Decreto Legislativo nº 395, publicado no Diário do Senado Federal em 13 de março de 
2009, que aprova o texto revisado do Regulamento Sanitário Internacional, acordado na 58ª Assem-
bleia Geral da Organização Mundial de Saúde, em 23 de maio de 2005; 
Considerando o Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a declaração de 
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e institui a Força Nacional do Sistema 
Único de Saúde (FN-SUS); e 
Considerando a necessidade de padronizar os procedimentos normativos relacionados à notificação 
compulsória no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), resolve: 
CAPÍTULO I 
Das Disposições Iniciais 
Art. 1º Esta Portaria define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos 
de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos 
do anexo. 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância nacional, serão considerados os seguintes 
conceitos: 
I - Agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias 
nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões de-
correntes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada; 
II - Autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único 
de Saúde (SUS); 
III - Doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa 
representar um dano significativo para os seres humanos; 
IV - Epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde 
pública; 
V - Evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, 
como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no pa-
drão clínico epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a 
magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou 
agravos decorrentes de desastres ou acidentes; 
VI - Notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, 
profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre 
a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no 
anexo, podendo ser imediata ou semanal; 
VII - Notificação compulsória imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e qua-
tro) horas, a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo 
meio de comunicação mais rápido disponível; 
VIII - Notificação compulsória semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, 
a partir do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; 
IX - Notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabe-
lecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identifi-
cado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compul-
sória; e 
X - Vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico 
para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, 
com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigi-
lância em Saúde (SVS/MS). 
CAPÍTULO II 
Da Notificação Compulsória 
Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou res-
ponsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em con-
formidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. 
§ 1º A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, 
de acordo com o estabelecido no anexo, observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas 
pela SVS/MS. 
§ 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à auto-
ridade de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos pú- bli-
cos ou privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades labora-
toriais e instituições de pesquisa. 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
§ 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode 
ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento. 
Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável 
pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) 
horas desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível. 
Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá informa-
la, em até 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o conhe-
cimento de qualquer uma das doenças ou agravos constantes no anexo. 
Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de 
atendimento do paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsó-
ria. 
Parágrafo único. No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúdedo Distrito Federal. 
Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em 
sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do 
SUS estabelecido pela SVS/MS. 
CAPÍTULO III 
Das Disposições Finais 
Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação 
compulsória que estejam sob sua responsabilidade 
Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação 
compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral. 
Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divul-
garão, em endereço eletrônico oficial, o número de telefone, fax, endereço de e-mail institucional ou 
formulário para notificação compulsória. 
Art. 10. A SVS/MS publicará normas técnicas complementares relativas aos fluxos, prazos, instrumen-
tos, definições de casos suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de informação em sa-
úde e demais diretrizes técnicas para o cumprimento e operacionalização desta Portaria, no prazo de 
até 90 (noventa) dias, contados a partir da sua publicação. 
Art. 11. A relação das doenças e agravos monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades 
sentinelas e suas diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saú- de. 
Art. 12. A relação das epizootias e suas diretrizes de notificação constarão em ato específico do Ministro 
de Estado da Saúde. 
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu- blicação. Art. 14. 
Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial da União, 
nº 108, Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37. 
Art. 14. Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial 
da União, nº 108, Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37. 
Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) 
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan é alimentado, principalmente, pela notifi-
cação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de 
notificação compulsória (Portaria GM/MS Nº 2325 de 08 de dezembro de 2003), mas é facultado a 
estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região, como varicela no 
estado de Minas Gerais ou difilobotríase no município de São Paulo. 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na 
população; podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compul-
sória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a iden-
tificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. 
O seu uso sistemático, de forma descentralizada, contribui para a democratização da informação, per-
mitindo que todos os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para 
a comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir 
prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções. 
Funcionamento - O Sinan pode ser operacionalizado no nível administrativo mais periférico, ou seja, 
nas unidades de saúde, seguindo a orientação de descentralização do SUS. Caso o município não 
disponha de computadores em suas unidades, o Sinan pode ser acessado nas secretarias municipais, 
regionais de Saúde e/ou Secretaria Estadual de Saúde. 
O Que e Notificação? 
Notificação é a comunicação de ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autori-
dade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de 
intervenção pertinentes. 
Quem Pode Notificar? 
A notificação pode ser feita por qualquer indivíduo, ainda que seja uma obrigação médica e que mais 
frequentemente seja feita por profissional de saúde não médico. 
Por Que Notificar? 
Toda informação que chegue a Unidade de Saúde, qualquer que seja a fonte (colegas de escola, tra-
balho, vizinhos, associação de moradores, imprensa, familiares, etc.) será valorizada e investigada para 
adoção de medidas de intervenção pertinentes. 
A notificação de uma situação anormal sempre deve ser feita, mesmo não sendo de doença ou agravo 
de notificação compulsória, pois muitas vezes permite identificar novos agravos (doenças emergentes 
ou reemergentes) e divulgar orientações importantes aos profissionais médicos, não médicos e a po-
pulação. Um exemplo foi a hipertermia em idosos ocorrida no verão de 1998. 
As informações de toda a cidade são consolidadas na Gerência de Vigilância Epidemiológica, que tem 
por obrigação disponibiliza-las para os profissionais de saúde e toda população. 
Caso não ocorra nenhuma suspeita de doença, as unidades precisam preencher o formulário de notifi-
cação negativa, que tem os mesmos prazos de entrega. Esta é uma estratégia criada para demonstrar 
que os profissionais e o sistema de vigilância da área estão alerta para a ocorrência de tais eventos e 
evitar a subnotificação. 
Caso os municípios não alimentem o banco de dados do Sinan, por dois meses consecutivos, são 
suspensos os recursos do Piso de Assistência Básica - PAB, conforme Portaria N.º 1882/GM de 
16/12/1997. 
 
Todas as ações preventivas e de controle são norteadas pelas notificações feitas. O conhecimento do 
perfil de morbidade, as estatísticas de saúde de uma cidade vão se tornando confiáveis na medida que 
o Sistema de Vigilância Epidemiológica se torna conhecido e prestigiado por todo seguimento do setor 
saúde, seja ele público ou privado. 
Como notificar? 
A notificação deve ser feita quando da suspeita da doença. Não é necessário aguardar a confirmação 
para notificar. 
As doenças e agravos de notificação de 24 horas, devem ser feitas por telefone porque estas exigem 
execução de ações de controle rápidas (ex: vacinação de bloqueio no sarampo ou quimioprofilaxia na 
meningite). 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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Os agravos de notificação semanal devem ser enviados ao Centro de Saúde mais próximo. O instru-
mento utilizado é a ficha de notificação de agravos do SINAN. 
A Ficha Individual de Notificação (FIN) é preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente 
quando da suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse 
nacional, estadual ou municipal. 
Este instrumento deve ser encaminhado aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância 
epidemiológica das Secretarias Municipais, que devem repassar semanalmente os arquivos em meio 
magnético para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES). A comunicação das SES com a SVS deverá 
ocorrer quinzenalmente, de acordo com o cronograma definido pela SVS no início de cada ano. 
 
Além da Ficha Individual de Notificação (FIN), e da Notificação Negativa, o Sistema ainda disponibiliza 
a Ficha Individual de Investigação (FII), que é um roteiro de investigação, que possibilita a identificação 
da fonte de infecção e os mecanismos de transmissão da doença. Ainda constam a Planilha e o Boletim 
de acompanhamento de surtos e os Boletins de acompanhamento de Hanseníase e Tuberculose. 
 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan 
O que é: 
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) tem por objetivos coletar, processar, ana-
lisar, transmitir dados e disseminar informações sobre agravos de notificação compulsória em todo o 
território nacional, desde o nível local. 
Sendo a sua principal finalidade a realização de diagnósticos dos eventos numa determinada popula-
ção, visando explicar as possíveis causas dos mesmos e consequentemente indicar riscos, desta 
forma, possibilitando a identificação da realidade epidemiológica. Nesse sentido o sistemapode subsi-
diar a tomada de decisão, definindo prioridades de intervenção, se configurando um instrumento rele-
vante para auxiliar o planejamento em saúde. 
A alimentação do Sinan se dá através da notificação e investigação de casos de doenças e agravos 
que constam na lista nacional de doenças de notificação compulsória, conforme a Portaria GM/MS nº 
104, de 25 de janeiro de 2011. 
A entrada de dados no sistema é realizada por meio de alguns instrumentos padronizados, tais como: 
 
-Ficha Individual de Notificação - Utilizada para a notificação individual de casos suspeitos e/ou confir-
mados, como também para a informação da não ocorrência (notificação negativa) de doenças/agravos 
de notificação compulsória em determinada área de abrangência. 
Ficha Individual de Investigação - Utilizada para obtenção de dados que possibilitem a identificação da 
fonte de infecção, mecanismos de transmissão da doença e consequentemente os grupos expostos a 
maior risco, assim como a identificação de contatos e prováveis casos novos. 
Além desses instrumentos, o Sinan possui a ficha de notificação e a planilha de acompanhamento de 
surtos, os boletins de acompanhamento de hanseníase e de tuberculose, que são emitidos pelo próprio 
sistema, com o objetivo de incluir dados de acompanhamento dos casos, possibilitando a avaliação 
das ações de controle destas doenças. 
Notificação compulsória dos acidentes e doenças relacionados ao trabalho 
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foi implantado de forma gradual em nosso 
país, a partir de 1993, como parte do conjunto de Sistemas de Informação em Saúde do Sistema Único 
de Saúde (SUS). Ele é alimentado por meio da notificação e investigação de casos de doenças e 
agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória, sendo facultado aos 
estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região. 
A partir de 1998, o uso do SINAN foi regulamentado, tornando obrigatória a alimentação regular da 
base de dados nacional pelos municípios, estados e Distrito Federal. 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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Somente onze anos depois do início de sua implantação, em 28abr04, com a edição da Portaria MS.GM 
777, os acidentes de trabalho e outros agravos ocupacionais passaram a ser de notificação compulsória 
em rede de serviços sentinela específica, e atualmente constam na Portaria MS.GM 104 (25jan11). 
Os protocolos referentes a esses agravos podem ser encontrados no sítio do Ministério da Saúde – 
área temática Saúde do Trabalhador. 
No Estado de São Paulo, o fluxo de notificações de agravos à saúde do trabalhador foi regulamentado 
por meio da Resolução SS 63 (30abr09). 
Nela estabelece-se que, de acordo com os princípios de integralidade e universalidade do SUS, todo 
trabalhador, de qualquer Município do Estado, com diagnóstico ou suspeita diagnóstica de um ou mais 
agravos ocupacionais de notificação compulsória, deverá ter garantido o atendimento no seu próprio 
Município ou nos recursos de saúde de referência, conforme acordado nos Colegiados Gestores Regi-
onais. 
A definição dos serviços de saúde de referência e de unidades sentinela aos agravos relacionados ao 
trabalho de notificação compulsória será realizada pelo gestor municipal, em conjunto com o Centro de 
Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) Regional e pactuada nos Colegiados de Gestão Re-
gional, em cumprimento às normas vigentes, respeitados os princípios de integralidade e universali-
dade do SUS, em cada território. 
Ainda segundo a Resolução, a Rede Sentinela para notificação compulsória de acidentes e doenças 
relacionados ao trabalho, no Estado de São Paulo, passa a ser constituída por serviços de referência 
diagnóstica, conforme segue: 
- Para todos os agravos ocupacionais de notificação: CEREST e outros serviços especializados em 
saúde do trabalhador, medicina do trabalho, saúde ocupacional, ou de denominação equivalente, da 
rede pública ou privada, inclusive os Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho 
(SESMT); 
- Para os acidentes de trabalho (fatais, graves e ocorridos em pessoas com menos de 18 anos de 
idade), as intoxicações exógenas agudas e os acidentes com exposição a material biológico: hospitais, 
pronto-socorros e outros serviços de atendimento de urgência e emergência, da rede pública ou pri-
vada; 
- Agravos específicos estabelecidos a critério dos gestores locais e pactuados nos Colegiados de Ges-
tão Regional: outros serviços de saúde, independentemente de sua complexidade. 
A legislação sanitária, referindo-se à obrigatoriedade da notificação para qualquer agravo constante da 
relação, também determina que dentre outros, os responsáveis por estabelecimentos de assistência à 
saúde e instituições médico sociais de qualquer natureza, por laboratórios que executem exames, por 
locais de trabalho e por habitações coletivas onde se encontre o doente devem realizar a notificação, 
mesmo à simples suspeita e o mais precocemente possível. 
O preenchimento da ficha de investigação do SINAN, específica para cada agravo relacionado ao tra-
balho, pode ser efetuado por qualquer profissional de saúde do serviço de atendimento, com acesso 
ao diagnóstico clínico. 
Os médicos e demais profissionais de saúde que deixarem de notificar esses agravos à autoridade 
sanitária local incorrerão em crime doloso, segundo o Código Penal Brasileiro. 
A notificação e análise desses agravos são fundamentais para que se tenha um diagnóstico fidedigno 
da realidade e se possa planejar e executar de maneira eficiente as ações de vigilância em saúde do 
trabalhador e de assistência àqueles vitimados por acidentes e doenças relacionados ao trabalho. 
Inclusão dos Agravos Á=a Saúde do Trabalhador No Sinan 
A concepção de vigilância em saúde do trabalhador norteia-se no modelo teórico-metodológico da Vi-
gilância em Saúde, com atuação em três níveis: a intervenção a partir dos danos, a intervenção sobre 
os riscos e a intervenção sobre os determinantes sócios ambientais (Paim, 1994; 1999). 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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Este modelo está em consonância com o artigo 200, inciso II da Constituição Federal, regulamentado 
pela Lei Orgânica da Saúde nº. 8.080/90, que em seu artigo 6º atribui ao Sistema Único de Saúde - 
SUS, a competência da atenção integral a Saúde do Trabalhador, envolvendo as ações de promoção, 
vigilância e assistência à saúde. 
Na perspectiva de consolidação das ações de vigilância em saúde do trabalhador, de acordo com os 
princípios e diretrizes do SUS, foi criada pelo Ministério da Saúde em de 28 de abril de 2004, a Portaria 
de nº. 777, que dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória dos acidentes 
e agravos relacionados ao trabalho no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan. 
1- Unidades Sentinelas: 
As unidades de saúde sentinelas são aquelas que irão identificar investigar e notificar, quando confir-
mado, os casos de doenças/agravos e/ou acidentes relacionados ao trabalho. 
As informações produzidas a partir dos dados de vigilância para monitoramento das tendências dos 
eventos sob o escopo da notificação serão de utilidade no planejamento e programação da saúde do 
trabalhador. 
Algumas unidades sentinela, a depender do nível de complexidade e da capacidade de resolubilidade, 
poderão além de processar as informações, planejar e executar as ações de vigilância, inclusive adotar 
medidas de intervenção nos ambientes e/ou processos de trabalho. 
Os estados e municípios deverão definir quais unidades farão parte do sistema. Poderão ser selecio-
nadas unidades diferentes para registrar os acidentes e as doenças. 
Por exemplo, uma unidade hospitalar de emergência poderá ser selecionada para a notificação dos 
acidentes graves e com óbito e intoxicações por agrotóxicos e uma ou mais unidades básicas ou uni-
dade de referência especializada poderãoser indicadas para a notificação dos demais agravos. 
Critérios de Seleção de Unidades Sentinelas: 
A seleção das Unidades Sentinelas deve dar-se a partir de um acordo entre os gestores locais, regio-
nais e estaduais do SUS, de forma a definir suas respectivas áreas de cobertura (local, regional ou 
estadual) com anuência dos respectivos Conselhos de Saúde (Conselhos gestores, municipais e esta-
duais de Saúde) e considerando-se os seguintes aspectos: 
Capacidade instalada (área física, recursos humanos capacitados, material e insumos estratégicos) 
Já desenvolver ações de vigilância em saúde do trabalhador; 
Economia e aspectos sócio-demográficos da região 
Instrumentos legais para a execução das ações de vigilância à saúde (vigilância sanitária e epidemio-
lógica); 
Magnitude dos agravos relacionados ao trabalho presentes na área; 
Factibilidade de intervenção 
As atribuições da unidade sentinela poderão variar, de acordo com: 
Nível hierárquico de atenção no sistema; 
Competências específicas já estipuladas anteriormente; 
Pactuação realizada entre os municípios e estado. 
Atribuições da unidade sentinela: 
Identificação do caso; 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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Investigação epidemiológica (inclui investigação diagnóstica e etiológica da relação do agravo com o 
trabalho); 
Confirmação ou descarte do caso, segundo critérios estabelecidos; 
Notificação do caso confirmado (inclusão da notificação/investigação no SINAN); 
Tratamento e/ou encaminhamento para níveis de maior complexidade; 
Encaminhamento da notificação para a unidade de acompanhamento e análise (conforme fluxo); 
Encaminhamento da notificação para os serviços que fazem a intervenção nos ambientes de trabalho; 
Participação, quando definido como tal, na adoção de medidas de controle e intervenção e proceder à 
investigação epidemiológica dos agravos definidos como de investigação obrigatória. 
2- Unidades de Acompanhamento e Análise: 
A unidade de acompanhamento e análise consiste em um serviço/unidade do Sistema Único de Saúde, 
dotado de um setor e/ou equipe de vigilância epidemiológica com a competência operacional e legal 
de processar informações e desencadear ações de vigilância e controle de ambientes e processos de 
trabalho. 
Este serviço deve executar suas ações de vigilância epidemiológica, integrado com a vigilância sanitá-
ria, a vigilância ambiental e os serviços de saúde do trabalhador, de forma que as ações se comple-
mentem. A articulação destes serviços deve sempre se dar de acordo com as demais estruturas exis-
tentes nas instâncias municipais e estaduais. 
Atribuições das unidades de acompanhamento e análise: 
Receber e consolidar dados oriundos das unidades sentinelas; 
Tratamento crítico do banco de dados; 
Processar dados e analisar as informações; 
Produzir análises sobre a situação de saúde dos trabalhadores; 
Participar de esforços colaborativos comuns, voltados ao estudo para a resolução de problemas de 
saúde relacionados com o trabalho; 
Adotar ou propor a adoção de ações imediatas de Saúde Pública, baseada em notificação de caso (s) 
singular (es), visando a detecção e prevenção de riscos de danos iminentes; 
Planejar e avaliar, com base em indicadores previamente estabelecidos que visem a determinação de 
magnitudes e tendências, identificação de grupos populacionais sob maior risco e avaliação das ativi-
dades de controle de riscos; 
Investigação etiológica: investigação e estudos sobre a relação entre os agravos à saúde detectados e 
sua relação com o trabalho; 
Retro alimentar as unidades notificadoras sentinelas; 
Dar suporte técnico às unidades sentinelas. 
Estratégias para operacionalização de inclusão dos agravos relacionados ao trabalho nos Serviços de 
Vigilância Epidemiológica do SUS - Agenda: 
Sensibilizar gestores e gerentes da Vigilância Epidemiológica, bem como dos Centros de Referência 
em Saúde do Trabalhador, no sentido da incorporação dos agravos relacionados ao trabalho aos Ser-
viços de Vigilância Epidemiológica do SUS; 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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Pactuar através de convênio, o uso dos recursos financeiros advindos da COSAT/RENAST para ga-
rantir uma infra-estrutura de Vigilância Epidemiológica - incluindo recursos humanos (quantitativa e 
qualitativamente), material e de apoio diagnóstico; 
Solicitar aos gestores e coordenadores dos Centros de Referências de Saúde do Trabalhador de cada 
estado e de suas regionais que se reúnam com a Coordenação de Vigilância Epidemiológica em seu 
estado e município, em caráter de urgência, para apresentar quais unidades sentinelas irão iniciar o 
processo. 
Identificar todas as necessidades para a implantação da Rede Sentinela para atenção ao agravo da 
saúde do trabalhador – como por ex. de infra-estrutura, recurso humano, necessidade de capacitações; 
A Cosat estará organizando durante o primeiro semestre de 2006, capacitação com a metodologia do 
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica – CBVE, adequado para os Agravos Relacionados ao Tra-
balho. 
A Cosat realizará Oficina de Trabalho, em parceria com a Rede Interagencial de Informação para a 
Saúde – RIPSA, até o final do ano de 2006, com o objetivo de estabelecer os indicadores epidemioló-
gicos para avaliação da saúde dos trabalhadores, a partir de dados gerados no SINAN. 
3- Operacionalização e fluxo, conforme os agravos relacionados ao trabalho: 
3.1-Serviço de Saúde = Unidade Sentinela: 
Identifica caso suspeito; 
Abre ficha de notificação/investigação - inicia o processo de investigação: 
Casos Confirmados = digitar ficha no SINAN – conforme nível de descentralização do mesmo, obede-
cendo ao fluxo já preconizado neste Sistema; 
Casos Não Confirmados = arquivar estas fichas de notificação/investigação e não dar entrada no SI-
NAN. 
3.2- Definição de Caso e Unidades Sentinelas dos Acidentes e Agravos á Saúde do Trabalhador 
Acidente Fatal: 
Definição de caso: aquele que leva ao óbito imediatamente ou até 12 horas após sua ocorrência. 
Unidade (s) Sentinela (s): Pronto Socorro (PS), pronto atendimento (PA) e Instituto Médico Legal (IML). 
Hospitais regionais municipais com grande número de atendimentos de urgência / emergência. 
Acidente grave e com mutilação: 
Definição de caso: conforme definição constante na ficha de investigação. 
Unidade (s) Sentinela (s): Pronto Socorro (PS), pronto atendimento (PA). Hospitais regionais municipais 
com grande número de atendimentos de urgência / emergência. 
Acidente com exposição a material biológico: 
Definição de caso: conforme definição constante na ficha de investigação (recomendação: não restrin-
gir à área da saúde). 
Unidade (s) Sentinela (s): Serviço de Atendimento Especializado (SAE) ou semelhante (média comple-
xidade) e alta complexidade (CCIH - Núcleo de Vigilância). 
Acidente de trabalho em criança e adolescente: 
a) Definição de caso: conforme definição constante na ficha de investigação. 
b) Unidade (s) Sentinela (s): toda a rede (3 níveis de complexidade). 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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Intoxicação Exógena 
Definição de caso: conforme definição constante na ficha de investigação. 
Unidade (s) Sentinela (s): para casos agudos, unidades de urgência / emergência em hospitais regio-
nais ou municipais; laboratório especializado; CCI / CIT; CEATOX. Para intoxicações crônicas, aten-
dimento ambulatorial especializado. 
Dermatoses ocupacionais: 
Definição de caso: conforme definição constante na ficha de investigação. 
Unidade (s) Sentinela (s): atendimento ambulatorial especializado (média complexidade) inclui: SESI. 
Pode ser incluído ambulatório médico de Sindicatos. 
LER/DORT 
Definição de caso: conforme definição constante na ficha de investigação. 
Unidade (s) Sentinela (s): atendimento ambulatorial especializado (média complexidade; inclui ortope-
dia, reumatologia, ambulatório de dor) e CRST. Pode ser incluído ambulatório médicode Sindicatos. 
PAIR 
Definição de caso: conforme definição constante na ficha de investigação. 
Unidade (s) Sentinela (s): atendimento ambulatorial especializado (média complexidade; inclui ambu-
latórios de Otorrinolaringologia - ORL; SESI). CRST. Pode ser incluído ambulatório médico de Sindi-
cato. 
Pneumoconioses: 
Definição de caso: conforme definição constante na ficha de investigação. 
Unidade (s) Sentinela (s): atendimento ambulatorial especializado (média complexidade; incluindo 
pneumologia). CRST. Pode ser incluído ambulatório médico de sindicato, quando houver serviço es-
pecializado. 
Neoplasias relacionadas ao trabalho: 
a) Definição de caso: conforme definição constante na ficha de investigação e acrescentar ao final: “ 
para uso deste instrumento serão considerados casos os seguintes agravos (serão os eventos senti-
nelas): Leucemia por exposição ao benzeno - CID C91 e C95, mesotelioma por amianto CID C45 e 
angiossarcoma hepático por exposição a cloreto de vinila CID 22.3” . 
b) Unidade (s) Sentinela (s): atendimento ambulatorial especializado (média complexidade e alta com-
plexidade (serviços de oncologia)). 
Transtornos mentais relacionadas ao trabalho: 
a) Definição de caso: considerar a definição de caso constante na FI e acrescentar ao final: “ Transtor-
nos mentais e do comportamento- para uso deste instrumento serão considerados os estados de es-
tresse pós-traumáticos decorrentes do trabalho. CID F 43.1”. 
b) Unidade (s) Sentinela (s): atendimento ambulatorial especializado média complexidade (CAPS - 
Centros de Atenção Psicossocial, instituídos juntamente com os NAPS - Núcleos de Assistência Psi-
cossocial - CAPS e NAPS e os CEREST, além dos atendimento de alta complexidade. 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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4- Objetivos, metas e indicadores de processo e epidemiológicos, por acidentes e doenças do trabalho 
AGRAVO OBJETIVO META (indi-
cativo nacio-
nal) 
INDICADOR 
 
Acidente de traba-
lho fatal 
 - Ampliar gradualmente o registro ATF 
- Reduzir os acidentes fatais 
 
- Investigar 
e notificar 
100% -senti-
nela 
 
Coeficiente de 
mortalidade = 
Nº. de óbitos de 
ATF 
População esti-
mada 
da área coberta 
Acidente de traba-
lho grave 
 - Ampliar gradualmente o registro ATG 
- Reduzir a incidência/sequelas 
- Investigar 
e notificar 
100% -senti-
nela 
 
Coeficiente de inci-
dência = 
Nº. de ATG 
Pop. estimada da 
área coberta 
Acidente com ex-
posição a materi-
ais biológicos 
 - Ampliar gradualmente o registro 
- Reduzir a incidência e doenças trans-
missíveis decorrentes 
- Investigar 
e notificar 
100% -senti-
nela 
 
Coeficiente de inci-
dência = 
Nº. acidentes por 
exposição a mate-
rial biológico 
População esti-
mada 
da área coberta 
Acidente de traba-
lho em crianças e 
adolescentes 
 - Ampliar gradualmente o registro 
- erradicar o trabalho infantil 
- Investigar 
e notificar 
100% -senti-
nela 
Coeficiente de inci-
dência = 
Nº. de AT em crian-
ças e adolescentes 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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- coibir o trabalho de adolescentes em 
condições insalubres 
 População esti-
mada nas faixas 
etárias 
da área coberta 
Dermatoses ocu-
pacionais 
 - Ampliar gradualmente o registro 
- Reduzir a incidência 
- Investigar 
e notificar 
100% -senti-
nela 
 
Coeficiente de inci-
dência = 
Nº. de Dermatoses 
Ocup 
População esti-
mada nas faixas 
etárias 
da área coberta 
LER/DORT - Ampliar gradualmente o registro 
- Reduzir a incidência 
- Investigar 
e notificar 
100% -senti-
nela 
 
Coeficiente de inci-
dência = 
Nº. de LER/DORT 
População esti-
mada nas faixas 
etárias 
da área coberta 
 
Pneumoconioses 
 
- Ampliar gradualmente o registro 
- Reduzir a incidência 
- 
Investigar e 
notificar 
100% -senti-
nela 
 
Coeficiente de inci-
dência = 
Nº. de Pneumoc. 
População esti-
mada nas faixas 
etárias 
da área coberta 
PAIR - Ampliar gradualmente o registro 
- Reduzir a incidência 
- Investigar 
e notificar 
100% -senti-
nela 
 
Coeficiente de inci-
dência = 
Nº. de PAIR 
População esti-
mada nas faixas 
etárias 
da área coberta 
Transtornos men-
tais relacionados 
ao trabalho 
 - Ampliar gradualmente o registro (por 
hora escolher apenas um transtorno 
sentinela = transtorno mental pós- trau-
mático relacionado ao trabalho) e redu-
zir a incidência 
- Investigar 
e notificar 
100% -senti-
nela 
 
Coeficiente de inci-
dência = 
Nº. de Transt.Men-
tais Relac. Ao 
Trab. 
População esti-
mada nas faixas 
etárias 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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da área coberta 
 
Câncer relacio-
nado ao trabalho 
 - Ampliar gradualmente o registro (por 
hora escolher apenas três transtornos 
sentinelas = 
Leucemia por benzeno, mesotelioma 
por asbesto e angiossarcoma por clo-
reto de vinila 
- Reduzir a incidência 
- Investigar 
e notificar 
100% -senti-
nela 
 
 
Coeficiente de inci-
dência = 
Nº. de Câncer cita-
dos relac. ao trab. 
População esti-
mada nas faixas 
etárias 
da área coberta 
 
 
Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) 
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan é alimentado, principalmente, pela notifi-
cação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de 
notificação compulsória (Portaria GM/MS Nº 104, DE 25 DE JANEIRO DE 2011), mas é facultado a 
estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região, como varicela no 
estado de Minas Gerais ou difilobotríase no município de São Paulo. 
Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na 
população; podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compul-
sória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a iden-
tificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. 
O seu uso sistemático, de forma descentralizada, contribui para a democratização da informação, per-
mitindo que todos os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para 
a comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir 
prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções. 
Esta página tem como objetivo propiciar a avaliação da base de dados do Sinan e o cálculo de indica-
dores pelas equipes estaduais, regionais e municipais, atividade esta imprescindível para que os dados 
possam efetivamente subsidiar análises epidemiológicas e a tomada de decisão. 
Esta avaliação poderá ser feita pelo acompanhamento da oportunidade do encerramento das investi-
gações, da completitude do preenchimento das fichas de investigação, dos indicadores epidemiológi-
cos definidos pelas áreas técnicas do Ministério da Saúde, da regularidade do envio de lotes do Sinan 
das Secretarias Estaduais de Saúde para o Ministério da Saúde e da disponibilização da base do Sinan 
por meio do TABNET. 
Funcionamento - O Sinan pode ser operacionalizado no nível administrativo mais periférico, ou seja, 
nas unidades de saúde, seguindo a orientação de descentralização do SUS. Caso o município não 
disponha de computadores em suas unidades, o Sinan pode ser acessado nas secretarias municipais, 
regionais de Saúde e/ou Secretaria Estadual de Saúde. 
A Ficha Individual de Notificação (FIN) é preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente 
quando da suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse 
nacional, estadual ou municipal. 
Este instrumento deve ser encaminhado aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância 
epidemiológica das Secretarias Municipais, que devem repassar semanalmente os arquivos em meio 
magnético para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES). A comunicação das SES com a SVS deverá 
ocorrer quinzenalmente,de acordo com o cronograma definido pela SVS no início de cada ano. 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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Caso não ocorra nenhuma suspeita de doença, as unidades precisam preencher o formulário de notifi-
cação negativa, que tem os mesmos prazos de entrega. Esta é uma estratégia criada para demonstrar 
que os profissionais e o sistema de vigilância da área estão alerta para a ocorrência de tais eventos e 
evitar a subnotificação. 
Caso os municípios não alimentem o banco de dados do Sinan, por dois meses consecutivos, são 
suspensos os recursos do Piso de Assistência Básica - PAB, conforme Portaria N.º 1882/GM de 
16/12/1997. 
Além da Ficha Individual de Notificação (FIN), e da Notificação Negativa, o Sistema ainda disponibiliza 
a Ficha Individual de Investigação (FII), que é um roteiro de investigação, que possibilita a identificação 
da fonte de infecção e os mecanismos de transmissão da doença. Ainda constam a Planilha e o Boletim 
de acompanhamento de surtos e os Boletins de acompanhamento de Hanseníase e Tuberculose. 
Análise dos agravos relacionados ao trabalho notificados pela unidade saúde do trabalhador* 
No Brasil, começou-se a pensar em criar uma política nacional de saúde do trabalhador a partir de fatos 
importantes, como a criação da primeira Lei do Trabalho em 1919, a Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT) em 1944, a Constituição Federal de 1988, a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1990 
e as três Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador. 
A saúde do trabalhador é entendida como "um conjunto de atividades que se destina, através das ações 
de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores". Visa, 
também, à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos 
advindos das condições de trabalho, abrangendo a assistência ao trabalhador vítima de acidentes de 
trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho. 
Em 2002, o Ministério da Saúde editou a Portaria nº 1.679, que dispõe sobre a estruturação da rede 
nacional de atenção integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), e em 2005, pela Portaria nº 2.437, a 
RENAST se tornou mais aprofundada, representando o estabelecimento de uma política de Estado 
mediante a adequação e a ampliação da rede de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador 
(CERESTS), a inclusão das ações de saúde do trabalhador na atenção básica e a implementação das 
ações de vigilância e promoção em saúde do trabalhador. 
A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VST) atua como eixo fundamental para consolidar as ações em 
saúde do trabalhador no SUS, pois, por meio dela, os agravos decorrentes da relação saúdem trabalho 
podem ser prevenidos e promovida a saúde no ambiente de trabalho.4 Com a VST, tem-se um processo 
contínuo de detecção, conhecimento, pesquisa, identificação dos fatores de risco ocupacionais, esta-
belecimento de medidas de controle e prevenção e avaliação dos serviços de forma permanente. 
Para que a VST seja efetiva, foram adicionados 11 agravos relacionados ao trabalho ao sistema deno-
minado Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-NET), o qual 
Auxilia significativamente a vigilância do trabalhador e tem como objetivo coletar, transmitir e dissemi-
nar dados gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das três esferas de go-
verno, através de uma rede informatizada, para apoiar o processo de investigação e dar subsídios à 
análise das informações de vigilância epidemiológica das doenças de notificação compulsória. 
O SINAN foi implantado em 1993, sendo sua utilização regulamentada em 1998 pela Portaria Fu-
nasa/MS nº 073 de 9/3/98 e a partir desta data esse sistema passou a ser alimentado pelos municípios, 
estados e distrito federal, assim como pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). 
Para a área de Saúde do Trabalhador, o SINAN-NET é de grande relevância, pois subsidia dados para 
a análise da situação dos agravos ocorridos com trabalhadores, permitindo elaborar políticas públicas, 
assim como medidas de intervenção e prevenção de acidentes de trabalho. 
Segundo a Portaria GM/MS nº 777, são agravos de notificação compulsória: acidente de trabalho fatal; 
acidentes de trabalho com mutilações; acidente com exposição a material biológico; acidentes do tra-
balho em crianças e adolescentes; dermatoses ocupacionais; intoxicações exógenas (por substâncias 
químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados); lesões por esforços repetitivos (LER), 
distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT); pneumoconioses; perda auditiva indu-
zida por ruído (PAIR); transtornos mentais relacionados ao trabalho; e câncer relacionado ao trabalho.6 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
15 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Atualmente, as políticas públicas no campo da saúde e segurança no trabalho constituem ações imple-
mentadas pelo Estado visando garantir que o trabalho, base da organização social e direito humano 
fundamental, seja realizado em condições que contribuam para a melhoria da qualidade de vida, da 
realização pessoal e social dos trabalhadores, sem prejuízo para sua saúde, integridade física e mental. 
Considerando a importância desse sistema de informação, assim como a relevância dos dados conti-
dos, o objetivo com este estudo foi analisar os agravos notificados no SINAN NET, no período de 
1/1/2007 a 31/12/2007, pela Unidade Saúde do Trabalhador (UST) do Hospital do Trabalhador (HT) 
sobre os agravos de trabalho classificados em acidentes por exposição biológica, acidentes graves e 
LER/DORT. 
Material e Método 
Trata-se de uma pesquisa quantitativa descritiva e epidemiológica. A pesquisa quantitativa envolve a 
coleta sistemática de informação, normalmente condições de muito controle. Além da análise dessa 
informação, mediante procedimentos estatísticos, também é enfatizado o raciocínio dedutivo, as regras 
da lógica e os atributos mensuráveis da experiência humana. 
Este estudo foi realizado em uma Unidade Sentinela em Saúde do Trabalhador do Estado do Paraná, 
localizada no Hospital do Trabalhador, denominada Unidade Saúde do Trabalhador (UST), criada em 
17 de dezembro de 2004. 
Essa UST atende à demanda do SUS/PR, por meio de um convênio entre as Secretaria Estadual de 
Saúde (SESA), Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Fun-
dação da Universidade Federal do Paraná (FUNPAR), visando atender os trabalhadores com suspeita 
ou agravos relativos ao trabalho, previstos na Constituição Federal de 1988 e na LOS nº 8.080/90. 
Em agosto de 2006, foi implantado na UST o Sistema de Notificação de Agravos à Saúde (SINAN-
NET). A partir da instalação desse sistema, essa Unidade foi escolhida pela Secretaria de Estado de 
Saúde do Paraná/Centro Estadual de Saúde do Trabalhador como uma unidade sentinela para a noti-
ficação e investigação dos agravos da Portaria GM/MS nº 777. 
Os dados foram obtidos por meio das notificações realizadas pela UST na base de dados do Sistema 
de Notificação de Agravos SINAN-NET no período de 1/1/2007 a 31/12/2007. A base de dados do 
SINAN-NET da UST armazena dados referentes aos agravos relacionados ao trabalho atendidos dia-
riamente no Hospital do Trabalhador, permitindo revelar-lhes operfil de morbidade e mortalidade. 
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do próprio Hospital do Trabalhador, em 31/7/2008, sob 
o Protocolo nº 028/2008, assim como foi autorizado pela direção técnica do hospital a utilização do 
campo de estudo e os dados registrados pela UST. 
Os critérios de inclusão foram os agravos do tipo acidente grave, material biológico e LER/DORT que 
tenham sido notificados no SINAN-NET em 2007. 
Os dados foram analisados por meios estatísticos e apresentados em forma de tabelas. 
Foram analisados três tipos de agravos relacionados ao trabalho notificados na UST-HT: acidentes 
com material biológico, acidentes graves e LER/DORT. 
Na atualidade,os estudos confirmam que as condições existentes na situação de trabalho são com-
prometedoras e não expressam a realidade dos acidentes dos trabalhadores. Dentre outras razões, os 
agravos geram a ausência temporária do trabalhador, caracterizando o absenteísmo, que é justificado 
por atestado médico ou odontológico. 
O absenteísmo causado por esses agravos afeta o lucro e a produção das empresas, gerando aumento 
da atividade dos demais trabalhadores, que têm de suprir a ausência do trabalhador afastado. 
 O trabalhador que substitui o acidentado fica sobrecarregado, correndo o risco maior de sofrer um 
acidente de trabalho ou de adquirir uma doença do trabalho, gerando um absenteísmo recorrente. 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
16 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Notificar um acidente do trabalho significa registrálo no protocolo da Comunicação de Acidentes de 
Trabalho (CAT), conforme determinação do Ministério do Trabalho, e deve ser disponibilizado, no SI-
NAN-NET, por via impressa e eletrônica.9 
O empregador é obrigado a comunicar à Previdência Social a ocorrência de acidente de trabalho.10 A 
notificação deve ser feita até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência, e de imediato à autoridade 
policial competente, em caso de acidente fatal. 
No caso de falta de comunicação por parte da empresa, poderão emitir a CAT o próprio acidentado, 
seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade, 
pública não havendo, nesse caso, limite de prazo para a notificação. 
A CAT, porém, torna-se um registro limitado, pois compreende apenas os trabalhadores em regime 
celetista da CLT, que são aqueles cobertos pelo Seguro de Acidentes de Trabalho (SAT), sendo exclu-
ídos os empregados domésticos, servidores públicos, parte dos trabalhadores rurais, autônomos e to-
dos aqueles do mercado informal do trabalho. 
Dessa forma, encontra-se uma dificuldade para analisar e comparar os dados notificados no SINAN-
NET com outros já existentes pela cobertura restrita da Previdência Social aos trabalhadores segura-
dos. 
Atualmente, com a implantação do SINAN-NET, um sistema de notificação de agravos à saúde, pode-
se dizer que haverá maior abrangência no registro dos casos de agravos relacionados ao trabalho, pois 
nesse sistema são notificados 11 agravos relacionados ao trabalho, como acidentes de trabalho fatais, 
com mutilações, com exposição a material biológico, em crianças e adolescentes, dermatoses ocupa-
cionais, intoxicações exógenas, lesões por esforços repetitivos (LER) e doenças osteomusculares re-
lacionadas ao trabalho (DORT), pneumoconioses, transtornos mentais e câncer relacionados ao traba-
lho. Em 2007, houve um número significativo de acidentes, conforme achados desta pesquisa: 
Conforme se vê na TAB. 1, os acidentes de trabalho notificados em 2007 na UST ocorreram, em sua 
maioria, com material biológico, resultando em uma taxa de 1, 75 acidentes por dia na referida institui-
ção, seguidos de acidentes graves. 
 
Em pesquisa realizada em um Hospital de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, sobre a relação 
entre acidente de trabalho e atividades dos profissionais, considerando apenas um acidente de traba-
lho, mostrou que os profissionais da enfermagem, com 26,8%, e os auxiliares, com 26,8%, foram os 
que mais se acidentaram, seguidos pelos de atividade técnica, com 17%, e médica, com 6, 8%.13 
Para os agravos relacionados à exposição biológica, o Ministério da Saúde possui um Protocolo de 
Exposição a Materiais Biológicos de 2006. 
Os ferimentos com agulhas e material perfurocortante, em geral, são considerados extremamente pe-
rigosos, por serem potencialmente capazes de transmitir mais de 20 tipos de patógenos diferentes, 
sendo o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o da hepatite B e o da hepatite C os agentes infecci-
osos mais comumente envolvidos. 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
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Todos os profissionais expostos, direta ou indiretamente, a material biológico - o sangue e os fluídos 
orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural, 
peritoneal, pericárdico e amniótico) - correm sério risco de contaminação. 
No Brasil, dentre os problemas de saúde vivenciados pelos trabalhadores de saúde, os acidentes por 
exposição aos fluidos biológicos entre os trabalhadores de enfermagem têm sido apontados como os 
mais frequentes, tanto pela maior exposição como pelo grande contingente desses trabalhadores. 
Ainda na instituição hospitalar, a assistência do paciente, muitas vezes, é ininterrupta e caracteriza-se 
pelo cuidado nas 24 horas do dia, para permitir a continuidade da assistência. 
O maior risco para esses trabalhadores é o acidente com material perfurocortante, que expõe os pro-
fissionais a micro-organismos patogênicos, sendo a hepatite B a doença de maior incidência entre es-
ses trabalhadores. 
Segundo dados registrados pelo Centers Desease Control (CDC), em 2007, anualmente acontecem 
385 mil exposições ocupacionais por instrumentos perfurocortantes entre os trabalhadores de saúde, 
uma média de mil acidentes percutâneos por dia. 
Após o acidente, é necessária a avaliação da exposição do acidentado ao material biológico. Os tipos 
de exposição ocupacional podem ser percutâneos, que são lesões provocadas por instrumentos per-
furantes e/ou cortantes, como agulhas, bisturi e vidrarias; exposições em mucosas, como respingos em 
olhos, nariz, boca e genitália; exposições em pele não íntegra, como o contato com pele com dermatite, 
feridas abertas, mordeduras humanas consideradas como exposição de risco, quando envolverem a 
presença de sangue. 
Este estudo traz a evolução dos casos de acidentes com material biológico mostrando que a maioria 
abandonou o monitoramento - 339 (53,2%). Observa-se, na prática ambulatorial, que a maioria dos 
abandonos ocorre a partir da primeira consulta, após resultados de coleta negativos para hepatite B, 
hepatite C e HIV. 
A falta de importância dada pelos próprios trabalhadores às pequenas lesões causadas pelos acidentes 
com material perfurocortante pode decorrer do fato de que o risco de contaminação com o vírus HIV é 
de 0,3%, vírus HBV (hepatite B) é de 6% a 30% e o risco de contaminação é de 0,5% a 2% para o HCV 
(hepatite C), demonstrando baixa incidência de contaminação por materiais biológicos.22 
Um estudo realizado por Sarquis et al. (2005)23 já constatava esse abandono ao protocolo de monito-
ramento. Os dados apontaram para a não adesão ao monitoramento em 64,4%. Neste estudo, regis-
trou-se uma discreta melhora no protocolo de adesão ao monitoramento biológico. 
O abandono ao monitoramento ainda está em torno de 53,2%. Essa discreta melhora se deve à atuação 
da equipe de enfermagem no atendimento ao trabalhador exposto, bem como à capacitação in loco da 
equipe em parceria com a UFPR. 
Medidas de intervenção ao protocolo de monitoramento foram realizadas nesse local em 2007 e con-
tribuíram para a mudança comportamental dos trabalhadores acidentados em relação ao protocolo de 
monitoramento. 
No que diz respeito ao acidente grave, na sociedade moderna industrial, o senso comum associa efici-
ência e segurança ao progresso tecnológico. De tempos em tempos, um acidente abala provisoria-
mente essa convicção, fazendo-nos refletir sobre os limites e os riscos tecnológicos. 
A introdução de inovações tecnológicas é um momento privilegiado para analisar o risco tecnológico e 
os acidentes, pois a relação homem-técnica ainda não está estabilizada, como ocorre com tecnologias 
já maduras. 
Com o passar do tempo, os homens desenvolvem competências e habilidades para dominar as técni-
cas, dando a impressão, para olhares menos atentos, de que as máquinas e os instrumentos "funcio-
nam bem", como se a funcionalidade lhes fosse algo inerente e independente dos trabalhadores que 
os operam. 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS 
 
18 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BRNos momentos de transição, as inadequações das interfaces entre os homens e as técnicas tornam-se 
mais visíveis, precisamente porque as competências humanas, que permitem às máquinas desempe-
nhar adequadamente suas funções, ainda não estão plenamente desenvolvidas e cristalizadas em 
comportamentos automáticos. 
Ainda segundo a Portaria GM/MS nº 777, o acidente de trabalho grave é aquele que acarreta mutilação, 
física ou funcional, e que leva à lesão cuja natureza implique em comprometimento extremamente sério, 
preocupante, que pode ter consequências nefastas ou fatais. 
Os dados a seguir registram, com notificação, 592 acidentes considerados graves. 
Conforme a TAB. 2, a maior parte de acidentes de trabalho graves constituem-se de acidentes típicos 
- 368 (62,1%) -, que correspondem àqueles que ocorrem durante o desempenho laboral. 
 
Sabe-se que a prevalência dos acidentes típicos pode estar relacionada com a organização do trabalho 
na instituição empregadora, a estrutura do ambiente laboral, o fornecimento, a fiscalização e o uso de 
equipamentos de proteção individual (EPI). 
Um estudo realizadono Rio deJaneiro, na construçãocivil, mostrou que as indústrias fornecem EPIs 
desgastados, alteram o local em que ocorreu o acidente, além de culparem o trabalhador pelo acidente 
ocorrido. 
Durante o ano de 2007, foram registrados, no INSS, 653, 1 mil acidentes do trabalho. Comparado com 
2006, o número de acidentes de trabalho aumentou 27,5%. 
O maior impacto desse aumento (98,6%) deveu-se aos acidentes sem CAT registrada, oriunda da nova 
sistemática de concessão dos benefícios acidentários. (A partir deste ano não é mais exigida a entrega 
de uma CAT e sua vinculação a um benefício para a caracterização desse benefício como acidentário.) 
Os acidentes do trabalho registrados em 2007 aumentaram apenas 3,7% em relação a 2006. Do total 
de acidentes registrados, os acidentes típicos representaram 80,7% desse total, os de trajeto 15,3% e 
as doenças do trabalho 4%. 
As pessoas do sexo masculino participaram com 79, 3% e as pessoas do sexo feminino, com 20,7% 
nos acidentes típicos; 66,7% e 33,3% nos de trajeto; e 56,1% e 43,9% nas doenças do trabalho. Nos 
acidentes típicos e nos de trajeto, a faixa etária decenal com maior incidência de acidentes foi a cons-
tituída por pessoas de 20 a 29 anos com, respectivamente, 39,8% e 41,5% do total de acidentes regis-
trados. Nas doenças de trabalho, a faixa de maior incidência foi a de 30 a 39 anos, com 31,9% do total 
de acidentes registrados. 
Na TAB. 3, a seguir, mostram-se as partes do corpo atingidas no acidente grave. 
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Como demonstrado na tabela, as partes do corpo dos trabalhadores mais atingidas foram as mãos, 
com 179 (30,2%) casos, e os membros superiores, com 105 (17,7%). O fato de as mãos terem sido o 
local do corpo mais atingido deve-se ao fato de estes serem os membros que mais utilizamos para 
manipular qualquer objeto/coisa. De 592 acidentados, 210 (35,4%) sofreram uma lesão em mais de 
uma parte do corpo. 
Em 2007, ainda nos registros do Ministério doTrabalho, os agravos com maior incidência nos acidentes 
de trabalho foram ferimento do punho e da mão, dorsalgia e fratura ao nível do punho ou da mão com, 
respectivamente, 11,5%, 7,8% e 6,4% do total. Nas doenças do trabalho, os mais incidentes foram 
sinovite e tenossinovite, lesões no ombro e dorsalgia, com 20,3%, 17% e 7,6%, respectivamente, do 
total. 
Em relação às notificações sobre LER/DORT, a importância desta se dá pelo grande tempo de afasta-
mento necessário para tratamento. As LERs/DORTs têm como sintomas iniciais: sensação de fadiga 
muscular e desconforto, que se recuperam com curtos períodos de repouso, sendo que formigamento 
e a parestesia são também frequentes. 
A incapacidade relacionada à lesão musculoesquelética é um problema multidimensional influenciado 
pela interação entre os fatores físicos, psicológicos, sociais e ambientais e que envolve o trabalhador, 
o local de trabalho, o sistema de compensação e o sistema de saúde. 
As LERs/DORTs, como a maioria das doenças musculoesqueléticas, atingem mais frequentemente as 
mulheres, por não possuírem o mesmo potencial de desenvolvimento muscular dos homens. A mulher 
possui menor número de fibras musculares e menor capacidade de armazenar e converter o glicogênio 
em energia útil, e seus ossos tendem a ser mais leves e mais curtos, com áreas de junção mais redu-
zidas. 
As lesões por esforços repetitivos (LERs) e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho 
(DORTs), que abrangem quadros clínicos do sistema musculoesquelético, são danos decorrentes da 
utilização excessiva, imposta ao sistema musculoesquelético, e da falta de tempo para recuperação. 
A etiologia das LERs/DORTs é multifatorial e caracteriza-se pela exposição do trabalhador aos fatores 
de risco. A região anatômica, a duração do ciclo do trabalho, a distribuição das pausas, a intensidade 
do serviço, o tempo de exposição são alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento desse 
agravo. 
Todos os trabalhadores tiveram afastamento do serviço, variando entre dias (entre 52 e 90 dias), meses 
(entre 2 e 10 meses) e anos (entre 1 e 2 anos). Com os dados obtidos sobre a evolução desses 20 
(100%) casos de LER/DORT, pode-se observar que apenas 1 (5%) trabalhador obteve cura; 14 (70%) 
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sofreram incapacidade temporária; 3 (15%) incapacidade permanente parcial; e 2 (10%) foram ignora-
dos. Isso demonstra que a maioria dos trabalhadores que desenvolve LER/DORT por causa do trabalho 
sofre consequências temporárias e necessitam de longo período de acompanhamento multiprofissional 
para tratamento do agravo. 
Quando um problema de saúde impede um indivíduo de trabalhar, o estado de saúde daquela pessoa 
deveria ser considerado não somente um problema de doença, mas também uma questão de incapa-
cidade. 
O levantamento frequente de peso para a movimentação e transporte de pacientes e equipamentos, a 
postura inadequada e flexões de coluna vertebral em atividades de organização e assistência podem 
causar problemas à saúde do trabalhador, tais como fraturas, lombalgias e varizes. 
Tais fatores causais estão relacionados a agentes ergonômicos. Os fatores ergonômicos são aqueles 
que incidem na adaptação entre o trabalho-trabalhador por exemplo, o desenho dos equipamentos, o 
posto de trabalho, a maneira como a atividade laboral é executada, a comunicação e o meio ambiente.34 
Muitas patologias provenientes das atividades laborais não podem ser solucionadas somente com o 
tratamento médico convencional. Para que o trabalhador possa ter uma recuperação completa, seu 
posto de trabalho também precisará passar por uma avaliação, tratamento ou até por uma reformulação 
geral, se for o caso. 
A ergonomia contemporânea, que apresenta uma visão mais holística sobre o homem em sua relação 
com o trabalho, tem se colocado à disposição das empresas para colaborar na solução ou na redução 
dos problemas decorrentes dessas atividades laborais. 
Estudos relacionados a medidas de intervenção em ergonomia têm se mostrado eficazes na redução 
dos níveis de absenteísmo ocupacional, isso porque direcionam suas ações para as causas dos pro-
blemas, atuando diretamente sobre os "postos de trabalho doentes", procurando, além de corrigi-los, 
humanizálos. 
Mesmo que vários fatores intervenham na formação das LERs/DORTs, sua determinação, em última 
instância, perpassa pela estrutura social, relacionando-se, sobretudo, com as mudanças em curso na 
organização do trabalho e secundariamente com as inovações tecnológicas peculiares à reestruturação 
produtiva. 
A promoção de atividades deve ser planejada para os trabalhadores das ocupações do grupo "Técni-
cas", de forma a reduzir a carga física de trabalho e prevenir as doenças musculoesqueléticas e mentais 
para todos os trabalhadores. Além disso, aopinião dos trabalhadores sobre seus problemas de saúde 
deve ser utilizada como subsídio para o desenvolvimento de ações com o propósito de prevenção. 
A TAB. 4 apresenta os dados coletados referentes ao sexo e à idade dos trabalhadores acidentados. 
Pode-se verificar, na TAB. 4, que 539 (84,6%) - a maioria - dos trabalhadores que sofreram acidente 
por exposição biológica era do sexo feminino. No acidente grave, predominou o sexo masculino, com 
524 (88,5%), e, no LER/DORT, 14 (70%) eram do sexo feminino. 
No acidente grave, verificou-se que a maior parte dos acidentados é do sexo masculino, que predomina 
nas indústrias e na construção civil, locais em que mais ocorrem acidentes graves. 
Ainda analisando os dados obtidos sobre a evolução dos casos, verificou-se que, no total de notifica-
ções registradas em 2007, 564 (95,2%) trabalhadores tiveram incapacidade temporária; 23 (3,8%) pa-
cientes obtiveram cura; 3 (0,5%), incapacidade parcial; 1 (0,1%) óbito por outras causas; e 1 (0,1%), 
outros. Dos trabalhadores que sofreram acidente grave, 590 (99,6%) adquiriram algum tipo de incapa-
cidade, mesmo que temporária, afetando diretamente sua situação no mercado de trabalho. 
Sobre a situação no mercado de trabalho, pôde-se perceber que parte dos trabalhadores que sofreram 
algum tipo de acidente de trabalho trabalhava com carteira assinada, fator importante para a garantia 
de seus direitos após ter sofrido um acidente de trabalho. 
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Tornou-se evidente, neste estudo, que os agravos relacionados ao trabalho persistem como os de 
maior repercussão em saúde pública. A maioria dos trabalhadores se acidenta durante o período labo-
ral, considerado como acidente típico, e sofrem consequências temporárias ou até incapacidade per-
manente. Essas incapacidades afetam a autoestima dos trabalhadores, e isso faz com que eles se 
sintam inúteis por não poderem mais desenvolver suas atividades laborais. 
Com o alto índice de abandono do acompanhamento após um acidente com exposição biológica, há 
subestima dos trabalhadores a esse tipo de exposição e, também, o monitoramento ineficaz desses 
trabalhadores acidentados por parte das empresas. 
Os resultados confirmam que a exposição ocupacional é um agravante na saúde do trabalhador e 
merece atenção especial no monitoramento da exposição. Os registros ainda não expressam a gravi-
dade da problemática, pois a subnotificação no SINAN-NET ainda necessita de um olhar direcionado 
aos trabalhadores e instituições. 
Em síntese, com a realização deste estudo, pôde-se perceber a necessidade da elaboração de inter-
venções que diminuam o número de agravos relacionado ao trabalho e promovam um monitoramento 
eficaz dos trabalhadores acidentados. 
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