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Modelagem e Simulação de Bioprocessos AULA 1: Introdução ao SCILAB COMANDOS E EQUAÇÕES BÁSICAS: Constantes matemáticas: π = %pi nº de Euler = %e número imaginário = %i Potência e logaritmos: 10² = 10D2 (potência base 10) Logaritmo neperiano = log Logaritmo base 10 = log 10 e² = exp(2) Raiz de 25 = roots (25) Função polinomial: Para criar um polinômio, o scilab possui a função poly. Exemplo: poly([5 0 4 -3 1], “x”, “coef”) = 5 + 4x²- 3x4 +x5. Exercício da aula: Usando o SCILAB, calcular o valor de Z e prever possibilidades para as quais a função não exista ou o resultado seja infinito mostrando as mensagens correspondentes. DADO: 𝑧 = 𝑠𝑒𝑛(𝑥) cos(𝑦) Primeiro devemos pensar na lógica do programa. 1. Ler os valores de x e y. A função pode ser infinita ou indeterminada se x ou y for zero. No SCILAB, a programação fica assim: ⚠️ATENÇÃO: o Scilab não entende o que é zero. Então, quando se deseja que alguma variável tenha o valor zero, é preciso colocar o seu valor absoluto/módulo. Ex: abs(x) = ||x|| poly([matriz dos coeficientes],”nome da variável”,”coef” – para indicar que os dados da matriz do primeiro termo são os coeficientes do polinômio. Se deixar em branco, ele retorna valores de variável.) Matrizes: Comando linsolve: Para resolver problemas de EQUAÇÕES LINEARES. Apresenta a estrutura: Onde: • X é a variável/matriz resposta dos valores calculados pelo comando • A é a matriz dos coeficientes das equações lineares • B é a matriz dos termos independentes das equações lineares. Comando fsolve: para resolver problemas com EQUAÇÕES NÃO LINEARES. Apresenta a estrutura: Onde: • X é a variável do resultado/matriz resposta calculada pelo comando fsolve • X0 é o chute inicial para a equação não linear. • g é a função que representa a equação não linear. g é em função do chute inicial X0. AULA 2: Exercício da Torre de Extração: Anilina é removida da água através de uma operação de extração utilizando tolueno como solvente. O processo é realizado em uma torre com 10 estágios em contracorrente, conforme esquematizado na figura abaixo. A reação de equilíbrio válida para cada estágio é: m=Yi/Xi=9 Onde: Yi = (lb de anilina na fase orgânica)/(lb de tolueno na fase orgânica); Xi= (lb de anilina na fase aquosa)/ (lb de água na fase aquosa); a) Realize os balanços de massa em cada estágio da torre e combine as equações de balanço com as de equilíbrio a fim de se obter um sistema com 10 equações. Dados: W, X0, S, F, Yr,, m 1. Fazer balanço de massa para anilina Estágio 1 Acúmulo = entrada – saída + gerado – consumido 0 = W.X0 + (S + F).m.X2 - W.X1 - (S + F)m.X1 Estágio 2 a= (W+S+F).m; b= (S + F).m; c = (W+S).m (W+S+F).m.X1 + (S + F).m.X2 W.X1 – a.X2+ b.X3=0 Estágio 3 X = linsolve(A,b) X = fsolve(X0,g) W.X2 – a.X3 + b.X4=0 Estágio 4 W.X3 – a.X4 + b.X5=0 Estágio 5 W.X4 – a.X5 + b.X6=0 Estágio 6 W.X5 – a.X6 + b.X7=0 Estágio 7 W.X6 + F.Yr – a.X7 + S.m.X8=0 Estágio 8 W.X7 – c.X8 + S.m.X9=0 Estágio 9 W.X8 – c.X9 + S.m.X10=0 Estágio 10 W.X9 – c.X10=0 Para resolver equações de sistemas lineares, utilizar a função do scilab linsolve. O programa do scilab fica assim: AULA 3: SISTEMAS NÃO LINEARES 1. Uma parede de tijolos de 0,2 m de largura (L) separa o gás quente de combustão de um forno do ar ambiente ao seu redor. Sob condição de estado estacionário, a temperatura na superfície interna da parede (Ti) é 623,15K e a temperatura do ar ambiente (Ta) é 293,15K. A transferência de calor para o ar ambiente é caracterizada por um coeficiente de convecção (h) de 15 W/(m². K). A condutividade térmica da parede (k) é de 1,2 W/(m.K) e a emissividade superficial (Ɛ) é 0,7. A temperatura ambiente (Ts) pode ser assumida como sendo também de 293.15K. Dado: σ=5,67.10-8 W/(m².K 4). Usando o programa Scilab, responda ou faça o que se pede: a) Qual é a temperatura na superfície externa da parede (To)? b) Faça um gráfico de To=f(Ti), assumindo que todos os demais parâmetros são constantes. DADOS: L, Ti, Ta, h, k, Ɛ, Ts, σ Para resolver problemas de transferência de calor, podemos usar a equação: Acúmulo = entrada – saída + gerado – consumido 0 = [k*(Ti – Ta)/L] – (T0-Ta) – Ɛ. σ.(T04-Ta4) Como T0 está elevado a 4, essa função é não linear, então vamos usar a função fsolve no sclilab Precisa ter um chute inicial! Neste caso vamos supor que o material é um bom isolante térmico, logo, T0 está próximo de Ta: Comentado [JC1]: Fluxo de calor convectivo Comentado [JC2]: fluxo por radiação O programa do scilab fica assim para o item A: A resposta do exercício é 367.07783 K. No item B, será preciso fazer um gráfico de T0 em função de Ti. Ti precisa ser maior do que Ta para que haja transferência de calor. O programa a ser executado fica assim: O gráfico da função fica assim: OBS: Como as matrizes colunas com os valores de Ti e Tex foram salvas como variáveis, é possível copiar os valores delas e fazer o gráfico no excel também. 2. Desenvolva um programa computacional para calcular o fator de atrito em função da rugosidade relativa (e/D) e do número de Reynolds (Re) utilizando a equação de Colebrook: 1 √𝑓 = −0,86. ln( 𝑒 3,7. 𝐷 + 2,51 𝑅𝑒. √𝑓 ) a) Apresente uma forma a ser utilizada para a obtenção da estimativa inicial; 0,0183. b) Calcule o fator de atrito para e/D=10-4 e Re=105. Compare o valor estimado com o obtido ao se utilizar o diagrama de Moody. c) Plote um gráfico de f em função de Re para tubos lisos(e/D=0), e/D=10-4, e/D=10-3 e e/D=10-2. Compare com as curvas apresentadas no diagrama de Moody. Para poder calcular usado fsolve, a função tem que estar igualada a zero. Gráfico do item C: AULA 4: COCO SIMULATOR Software que permite simular os processos de acordo com um conjunto de equações. É uma forma de facilitar alguns cálculos. Ao entrar no software, a primeira coisa a se fazer é configurar o pacote de dados que deve ser utilizado para fazer a simulação no menu flowsheet AULA DE INTRODUÇÃO TEÓRICA: SIMULAÇÃO: • Refere-se ao processo de utilização de um modelo matemático construído a partir de hipóteses para analisar um determinado processo e otimizá-lo. • Depende de dados experimentais. • Economia de recursos para a empresa/indústria • Como ferramenta de desenvolvimento tecnológico, a simulação de processos pode prever o comportamento dinâmico e estacionário de um processo em condições não testadas empiricamente • Simulação em escala de bancada(construção): Auxilia na investigação de operações bioquímicas complexas. • Expansão/modernização: Otimiza o processo para economizar recursos e prever possíveis dificuldades ao longo do processo. • Permite melhor compreensão do bioprocesso, identificando as principais fragilidades para que possam ser corrigidas. ESPECIFICIDADE DE PROCESSOS BIOQUÍMICOS: • Processos biotecnológicos são mais complexos do que processos químicos devido a motivos como: ➢ Complexidade inerente de sistemas biológicos (viabilidade celular, condições enzimáticas) exigindo um maior controle dos parâmetros físico- químicos do processo. Dessa forma, fica claro que simplificações são necessárias. ➢ Necessidade de assepsia e esterilização completa. ➢ Necessidade de assegurar a segurança do processo e prevenir contra riscos de toxicidade. • Fenômenos que influenciam na interação de sistemas bióticos e abióticos: ➢ As interações entre sistemas bióticos e abióticos pode ser influenciada de acordo com o tipo de processo (batelada, contínuo e bateladaalimentada), com a densidade celular e processos submersos ou semi-sólidos. ➢ Composição do meio de cultura ➢ “Histórico” do crescimento microbiológico: conhecer todas as fases do crescimento, dando ênfase a “fase lag” ajuda a entender sobre produtividade, rendimento, consumo de substrato e geração de produto ➢ Velocidade da respiração celular ➢ Variáveis físico-químicas do processo ➢ Tipo de síntese (Estrutura do produto) ➢ Condições operacionais ➢ Homogeneidade do processo. CLASSIFICAÇÃO DOS MODELOS MATEMÁTICOS: • MODELOS EMPÍRICOS: Correlaciona as variáveis dependentes e independentes do processo através de funções matemáticas, sem conhecimento de relações de causa- efeito. • MODELOS FENOMENOLÓGICOS: Correlaciona as variáveis dependentes e independentes através de funções matemáticas levando em consideração os fenômenos como: ➢ Balanço de massa e energia ➢ Equações constitutivas ➢ Condições de contorno Os modelos fenomenológicos podem ser classificados da seguinte forma: 1. Quanto a natureza das variáveis 2. Quanto à dependência da variável tempo 3. Quanto a natureza das equações resultantes. Modelos fenomenológicos são construídos a partir de equações de balanço de massa e energia ou baseada em princípios físico químicos fundamentais, como a conservação de energia. TIPOS DE VARIÁVEIS: • Variável dependente fundamental: É geralmente o foco central do modelo, e o objetivo é entender como ela se comporta ou varia em relação às mudanças nas variáveis independentes ou parâmetros. São variáveis que em um tempo qualquer reúnem toda a informação necessária para o estudo de qualquer fenômeno envolvido no processo. Em processos fermentativos interessam as variáveis massa, energia e quantidade de movimento. • Variável de Estado: São variáveis auxiliares às fundamentais. VOLUME DE CONTROLE: é um volume arbitrário onde pode ocorrer entradas e saídas de fluxos mássicos ou de energia. MODELOS CINÉTICOS Os modelos cinéticos são frequentemente usados para entender, prever ou otimizar o comportamento de sistemas dinâmicos. MODELO ESTRUTURADO: Leva em consideração a estrutura populacional, ou seja, as características que a descrevem. Dessa forma, é um modelo muito mais complexo, exigindo muito conhecimento de métodos numéricos, conhecer os termos de diluição e conhecer as estruturas intracelulares. MODELO NÃO ESTRUTURADO ▪ Leva em consideração o crescimento balanceado – velocidade de crescimento constante. Esse fenômeno só ocorre em fermentação de batelada contínua. EQUAÇÕES DE BALANÇO