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Politica cambial

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Política Cambial
APRESENTAÇÃO
Na economia o setor externo ocupa um importante interesse. A política cambial trata desse tema 
e procura compreender a atuação do governo sobre a taxa de câmbio. As autoridades monetárias 
podem fixar a taxa de câmbio ou permitir que ela seja flexível e determinada pelo mercado de 
divisas. 
No Brasil as decisões de política cambial são de alçada das autoridades monetárias que 
procuram adequar as orientações de acordo com os objetivos macroeconômicos do governo. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a determinação da taxa de câmbio.•
Demonstrar como a variação na taxa de câmbio afeta a importação e exportação.•
Identificar os sistemas de câmbio (fixo e flexível).•
DESAFIO
A filha de Tom completará 15 anos em breve. Ele sabe que é tradição comemorar essa data 
oferecendo um presente que sinalize independência e responsabilidade à jovem. Ao abrir o 
jornal Tom se depara com a seguinte manchete: 
“O governo adota uma política de valorização cambial para controlar a inflação”. 
Imediatamente ele se lembra de você, um competente economista que entrega constantemente 
orientações macroeconômicas para a empresa de Tom. Ao chegar na empresa Tom envia a você 
o seguinte e-mail:
INFOGRÁFICO
Veja como os ajustes no câmbio influenciam na importação e na exportação de bens e serviços.
CONTEÚDO DO LIVRO
Lidar com unidades monetárias diferentes - e traduzir o valor da moeda estrangeira em dólares - 
é um problema que todo viajante internacional enfrenta. O problema do viajante é complicado 
pelo fato de que as taxas de câmbio podem mudar repentinamente. As consequências 
econômicas de taxas de câmbio variáveis são muito mais amplas do que o impacto na viagem e 
no turismo. Por exemplo, a competitividade das exportações americanas depende em parte dos 
preços dos produtos norte-americanos em termos das moedas estrangeiras, que por sua vez, 
dependem da taxa de câmbio entre o dólar americano e essas moedas. Acompanhe o trecho do 
livro Princípios de Economia dos autores FRANK e BERNANKE, que trata sobre o câmbio e 
sua importância para a economia. Inicie sua leitura pelo título Taxas de câmbio até o final da 
página 782.
RobeRt H . FRank
ben S . beRnanke
QuaRta ed ição
economia
PRincÍPioS de
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
F828p Frank, Robert H.
 Princípios de economia [recurso eletrônico] / Robert H.
 Frank, Ben S. Bernanke, Louis D. Johnston ; tradução:
 Heloisa Fontoura, Monica Stefani ; revisão técnica: Giácomo
 Balbinotto Neto, Ronald Otto Hillbrecht. – 4. ed. – Dados
 eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2012.
 Editado também como livro impresso em 2012.
 ISBN 978-85-8055-097-9
 1. Economia. I. Bernanke, Ben S. II. Johnston, Louis D.
 III. Título.
CDU 330
776 PARTE VIII A ECONOMIA INTERNACIONAL
Lidar com unidades monetárias diferentes – e traduzir o valor da moeda 
estrangeira em dólares – é um problema que todo viajante internacional enfrenta1. 
O problema do viajante é complicado pelo fato de as taxas de câmbio – as taxas 
nas quais a moeda de um país é negociada por outra – podem mudar repentina-
mente. Assim, o número de libras inglesas, rublos russos, ienes japoneses e dólares 
australianos que um dólar americano pode comprar varia ao longo do tempo, e 
algumas vezes de forma considerável.
As consequências econômicas de taxas de câmbio variáveis são muito mais 
amplas do que o impacto na viagem e no turismo. Por exemplo, a competitividade 
das exportações americanas depende em parte dos preços dos produtos norte-
-americanos em termos das moedas estrangeiras, que, por sua vez, dependem da 
taxa de câmbio entre o dólar americano e essas moedas. Da mesma forma, os 
preços que os norte-americanos pagam por produtos importados dependem em parte 
do valor do dólar em relação às moedas dos países que produzem esses produtos. As 
taxas de câmbio também afetam o valor dos investimentos financeiros feitos fora das 
fronteiras nacionais. Para os países que dependem muito do comércio e dos fluxos de 
capital internacional – a maioria das nações do mundo -, as flutuações na taxa de câm-
bio têm um impacto econômico significativo.
Este capítulo discute as taxas de câmbio e o papel que elas desempenham nas eco-
nomias abertas. Começamos introduzindo a taxa de câmbio nominal – a taxa na qual 
uma moeda nacional é negociada por outra. Em seguida mostramos como as taxas de 
câmbio afetam os preços das exportações e importações e, assim, o padrão do comércio.
Posteriormente, abordamos como as taxas de câmbio são determinadas no curto 
prazo. As taxas de câmbio são divididas em duas grandes categorias: flexíveis e fixas. 
O valor de uma taxa de câmbio flexível é estabelecido livremente no mercado de moe-
das nacionais, conhecido como mercado de câmbio internacional. As taxas de câmbio 
flexíveis variam continuamente, com alterações na oferta e na demanda por moedas 
nacionais. Em contrapartida, o valor de uma taxa de câmbio fixa é determinado pelo 
governo a um nível constante. Como a maioria dos grandes países industriais, incluin-
do os Estados Unidos, tem uma taxa de câmbio flexível, destacamos esse caso primei-
ro. Mostramos que a política monetária de um país desempenha um papel particular-
mente importante na determinação da taxa de câmbio. Além disso, em uma economia 
aberta com uma taxa de câmbio flexível, a taxa de câmbio se torna uma ferramenta de 
política monetária, da mesma forma que a taxa de juros real.
Embora a maioria dos grandes países industriais tenha uma taxa de câmbio fle-
xível, muitas economias pequenas e em desenvolvimento fixam suas taxas de câmbio, 
assim, também consideraremos o caso das taxas de câmbio fixas. Explicamos como 
o governo de um país (em geral, por meio de seu banco central) mantém uma taxa de 
câmbio fixa em um nível determinado oficialmente. Em seguida, discutiremos os méri-
tos relativos das taxas de câmbio fixas e flexíveis. Encerramos o capítulo apresentando 
a taxa de câmbio real – a taxa na qual os produtos de um país são negociados pelos 
de outros – e mostrando como as taxas de câmbio são determinadas no longo prazo.
TAXAS DE CÂMBIO
Os benefícios econômicos do comércio entre as nações em termos de bens, serviços e 
ativos são semelhantes aos benefícios do comércio dentro de uma nação. Em ambos 
os casos, o comércio de bens e serviços permite uma maior especialização e eficiência, 
enquanto o comércio de ativos possibilita que investidores financeiros ganhem retor-
nos mais altos ao oferecer fundos para projetos de capital valiosos. Entretanto, há 
uma diferença entre os dois casos. O comércio de bens, serviços e ativos dentro de um 
país normalmente envolve uma única moeda – dólares, ienes, pesos, ou qualquer que 
1 Entretanto, a moeda inglesa hoje é menos complicada de entender do que sugere nossa história in-
trodutória. Em 1971, os britânicos mudaram para um sistema monetário decimal, no qual cada libra 
valia 100 pence. Naquela época, o sistema britânico tradicional, no qual uma libra equivalia a 20 
xelins e cada xelim valia 12 pence, foi abandonado. 
Problemas das moedas 
estrangeiras
777CAPÍTULO 27 AS TAXAS DE CÂMBIO E A ECONOMIA ABERTA
seja a unidade monetária de um país -, ao passo que o comércio entre nações em geral 
implica lidar com diferentes moedas. Por exemplo, se um cidadão que vive nos Estados 
Unidos quer comprar um carro fabricado na Coreia do Sul, ele (ou, mais provavelmen-
te, a concessionária do carro) deve primeiro trocar dólares pela moeda sul-coreana, o 
won. A montadora sul-coreana então é paga em won. Da mesma forma, um cidadão 
que vive na Argentina que quer comprar ações em uma empresa americana (um ativo 
financeiro norte-americano) deve primeiro trocar seus pesos argentinos por dólares 
americanos e, então, usar os dólares para comprar as ações.
TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS
Como as transações internacionais em geral requerem que umamoeda seja trocada 
por outra, os valores relativos de diferentes moedas são um fator importante nas re-
lações econômicas internacionais. A taxa na qual duas moedas podem ser trocadas é 
chamada de taxa de câmbio nominal, ou, simplesmente, taxa de câmbio, entre as duas 
moedas. Por exemplo, se um dólar americano pode ser trocado por 110 ienes japone-
ses, a taxa de câmbio nominal entre as moedas americana e japonesa é 110 ienes por 
dólar. Cada país tem muitas taxas de câmbio nominais, uma correspondendo a cada 
moeda em relação à qual a sua própria moeda é negociada. Assim, o valor do dólar 
pode ser cotado em termos de libras, coroas suecas, shekels israelenses, rublos russos e 
em diversas outras moedas.
A Tabela 27.1 mostra as taxas de câmbio entre o dólar e outras moedas impor-
tantes no momento do fechamento dos negócios em Nova York em 20 de março de 
2008. De acordo com essa tabela, as taxas de câmbio podem ser expressas como a 
quantia de moeda estrangeira necessária para comprar um dólar americano (coluna 
esquerda), ou como o número de dólares americanos necessário para comprar uma 
unidade da moeda estrangeira (coluna direita). Essas duas formas de expressar a taxa 
de câmbio são equivalentes: cada uma é recíproca da outra. Por exemplo, no dia 20 de 
março de 2008, a taxa de câmbio dólares americanos-canadenses poderia ser expressa 
como 1,0265 dólar canadense por dólar americano, ou 0,9742 dólar americano por 
dólar canadense, em que 0,9742 = 1/1,0265.
Tabela 27.1
Taxas de câmbio nominais para o dólar americano
País
Moeda estrangeira/dólar 
americano
Dólar americano/moeda 
estrangeira
Reino Unido (libra) 0,5045 1,9823
Canadá (dólar canadense) 1,0265 0,9742
México (peso) 10,7230 0,0933
Japão (iene) 98,79 0,0101
Suíça (franco suíço) 1,0107 0,9894
Coreia do Sul (won) 1009,15 0,0010
União Europeia (euro) 0,6486 1,5417
Fonte: Federal Reserve Bank of New York, Rates for March 20, 2008, 12 noon.
Também podemos usar os dados da Tabela 27.1 para encontrar a taxa de câmbio 
entre qualquer par de países na tabela. Por exemplo, suponha que você precise encon-
trar a taxa de câmbio entre a libra e o dólar canadense. A tabela mostra que podemos 
comprar um dólar americano por 1,0265 dólar canadense; ela também aponta que 
podemos comprar um dólar americano por 0,5045 libra. Isso indica que:
1,0265 dólar canadense = 0,5045 libra
taxa de câmbio nominal 
taxa na qual duas moedas 
podem ser trocadas
778 PARTE VIII A ECONOMIA INTERNACIONAL
Assim, podemos encontrar a taxa de câmbio entre a libra e o dólar canadense de duas 
formas. Primeiro, calculamos quanto um dólar canadense vale em termos de libra ao 
dividir os dois lados dessa equação por 1,0265:
1 dólar canadense libra = 0,4915 libra
Em outras palavras, você poderia comprar 0,4915 libra por 1 dólar canadense no dia 
20 de março de 2008. Alternativamente, podemos dividir os dois lados da primeira 
equação por 0,5045:
1 libra dólar canadense = 2,035 dólares canadenses
Isto é, você poderia comprar 2,035 dólares canadenses por 1 libra no dia 20 de março 
de 2008.
EXERCÍCIO 27.1
Na seção de economia de um jornal ou em uma fonte online (tente a base de da-
dos FRED do Federal Reserve of St. Louis, em http://research.stlouisfed.org/fred2/), 
encontre cotações do valor do dólar americano em relação à libra, ao dólar cana-
dense e ao iene japonês. Com base nesses dados, encontre a taxa de câmbio entre 
(a) libra e dólar canadense e (b) dólar canadense e iene. Expresse a taxa de câmbio 
encontrada de duas formas (por exemplo, como libras por dólar canadense e como 
dólares canadenses por libra).
A Figura 27.1 mostra a taxa de câmbio nominal para o dólar americano de 1973 
até 2007. Em vez de mostrar o valor do dólar em relação àquele de uma moeda estran-
geira individual, como o iene japonês ou a libra, a figura expressa o valor do dólar como 
uma média de seus valores em relação a outras moedas importantes. Esse valor médio do 
dólar é medido em relação a um valor base de 100 em 1973. Por exemplo, um valor de 
120 para o dólar em um determinado ano indica que o dólar estava 20% mais valoriza-
do naquele ano, em relação a outras moedas importantes, do que em 1973.
Ano
0
160
100
80
60
40
20
120
140
1
9
7
3
1
9
7
5
1
9
7
7
1
9
7
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1
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1
1
9
8
3
1
9
8
5
1
9
9
5
1
9
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1
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9
9
Ín
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1
1
9
9
3
2
0
0
3
2
0
0
1
Taxa de câmbio nominal
norte-americana
2
0
0
5
2
0
0
7
2
0
0
9
Fonte: Federal Reserve Bank of St. Louis, FRED database (http://research.stlouisfed.org/fred2/).
Figura 27.1
A taxa de câmbio 
nominal americana, 
1973-2007.
A figura mostra o valor 
dos dólares como uma 
média de seus valores em 
relação a outras moedas 
importantes, tendo um 
valor-base de 100 em 1973.
Vemos na Figura 27.1 que o valor do dólar flutuou ao longo do tempo, aumen-
tando (como no período 1980-1985) e algumas vezes diminuindo (como em 1985-
1987 e 2002-2007). Um aumento no valor de uma moeda em relação a outras moedas 
apreciação aumento no 
valor de uma moeda em 
relação a outras moedas
779CAPÍTULO 27 AS TAXAS DE CÂMBIO E A ECONOMIA ABERTA
é conhecido como apreciação; um declínio no valor de uma moeda em relação a ou-
tras é chamado de depreciação. Assim, podemos dizer que o dólar teve apreciação em 
1980-1985 e depreciação em 1985-1987 e 2002-2007.
Usaremos o símbolo e para indicar a taxa de câmbio nominal de um país. 
A Tabela 27.1 mostra que podemos expressar a taxa de câmbio como unidades da 
moeda estrangeira por unidades da moeda nacional, ou vice-versa. A escolha é ar-
bitrária, mas isso é importante porque você precisa padronizar sempre que analisar 
taxas de câmbio. Assim, definiremos e como o número de unidades da moeda estran-
geira que cada unidade da moeda nacional comprará. Por exemplo, se tratarmos os 
Estados Unidos como o país “nacional” e o Japão como o “estrangeiro”, e será defi-
nido como o número de ienes japoneses que um dólar americano comprará. Definir 
a taxa de câmbio nominal dessa forma implica que um aumento em e corresponde 
a uma apreciação, ou um fortalecimento, da moeda nacional, uma vez que cada 
unidade da moeda nacional comprará mais unidades da moeda estrangeira. Da mes-
ma maneira, um declínio em e implica depreciação, ou enfraquecimento, da moeda 
nacional, uma vez que cada unidade da moeda doméstica comprará menos moeda 
estrangeira.
TAXAS DE CÂMBIO FLEXÍVEIS VERSUS TAXAS DE CÂMBIO FIXAS
A Figura 27.1 mostra que a taxa de câmbio entre o dólar americano e as outras moe-
das não é constante, mas sim, varia continuamente. De fato, mudanças no valor do 
dólar ocorrem diariamente, a cada hora, até por minuto. Essas flutuações no valor de 
uma moeda são normais para países como os Estados Unidos, que têm uma taxa de 
câmbio flexível, ou flutuante. O valor de uma taxa de câmbio flexível não é oficial-
mente fixado, mas varia de acordo com a oferta e a demanda por moeda no mercado 
internacional de câmbio – o mercado no qual as moedas de vários países são nego-
ciadas por outras. Discutiremos os fatores que determinam a oferta e a demanda por 
moedas em seguida.
Alguns países não permitem que os valores de suas moedas variem com as con-
dições do mercado, e, em vez disso, mantêm uma taxa de câmbio fixa. O valor de 
uma taxa de câmbio fixa é estabelecido por uma política oficial do governo. (Um 
governo que define uma taxa de câmbio fixa em geral chega a um valor da taxa de 
câmbio de forma independente, mas às vezes as taxas de câmbio são estabelecidas 
seguindo um acordo entre alguns governos.) Alguns países fixam suas taxas de câm-
bio em termos do dólar americano (Hong Kong, por exemplo), mas há outras possi-
bilidades. Muitos países africanos fixam o valor de suas moedas em termos do euro, 
a moeda da União Europeia. No padrão-ouro, que muitos países utilizaram até seu 
colapso durante a Grande Depressão, os valores das moedas eram fixados em termos 
de onças de ouro.
RECAPITULANDO TAXASDE CÂMBIO NOMINAIS
 � A taxa de câmbio nominal entre duas moedas é a taxa na qual as moedas 
podem ser negociadas uma pela outra. Mais precisamente, a taxa de câmbio 
nominal e para qualquer país é o número de unidades da moeda estrangeira 
que pode ser comprado por uma unidade da moeda nacional.
 � Uma apreciação é um aumento no valor de uma moeda em relação a outras 
moedas (um aumento em e); uma depreciação é um declínio no valor de uma 
moeda (uma queda em e).
 � Uma taxa de câmbio pode ser flexível – ou seja, ela varia livremente de acordo 
com a oferta e a demanda por moeda no mercado de câmbio internacional – 
ou fixa, cujo valor é estabelecido por uma política oficial do governo.
depreciação declínio no 
valor de uma moeda em 
relação a outras moedas
taxa de câmbio flexível 
taxa de câmbio cujo valor 
não é oficialmente fixo, mas 
varia de acordo com a oferta 
e a demanda por moeda 
no mercado de câmbio 
internacional
mercado internacional de 
câmbio mercado no qual as 
moedas de várias nações são 
negociadas por outras
taxa de câmbio fixa taxa 
de câmbio cujo valor é 
estabelecido por uma 
política oficial do governo
780 PARTE VIII A ECONOMIA INTERNACIONAL
A DETERMINAÇÃO DA TAXA DE 
CÂMBIO NO CURTO PRAZO
Os países que têm taxas de câmbio flexíveis, como os Estados Unidos, veem os valores 
internacionais de suas moedas mudarem continuamente. O que determina o valor da 
taxa de câmbio nominal em qualquer ponto no tempo? Nessa seção, usamos a análise 
da oferta e da demanda para responder essa pergunta para o curto prazo. Nosso foco 
no momento está nas taxas de câmbio flexíveis, cujos valores são determinados pelo 
mercado de câmbio internacional. Mais adiante no capítulo discutimos o caso de taxas 
de câmbio fixas, os custos e benefícios de cada tipo de taxa de câmbio e a determina-
ção das taxas de câmbio no longo prazo.
UMA ANÁLISE DA OFERTA E DA DEMANDA
Nessa seção, analisamos o mercado de câmbio internacional e discutimos os fatores 
que afetam a oferta e a demanda por dólares e, assim, a taxa de câmbio norte-ameri-
cana. Como veremos, os dólares são demandados no mercado de câmbio internacio-
nal por pessoas que querem comprar produtos, serviços e ativos norte-americanos. 
Da mesma forma, os dólares são ofertados aos cidadãos que vivem nos Estados Unidos 
que precisam de moedas estrangeiras para comprar produtos, serviços e ativos estran-
geiros. A taxa de câmbio de equilíbrio de mercado é o valor do dólar que iguala o 
número de dólares ofertados e demandados no mercado de câmbio internacional.
Antes de prosseguir, precisamos ser cuidadosos em nossa terminologia. 
No Capítulo 21, analisamos como a oferta monetária (controlada pelo Fed) e a de-
manda por dinheiro pelas pessoas determinam a taxa de juros nominal. Entretanto, a 
oferta e a demanda por dinheiro na economia nacional, conforme apresentadas naque-
le capítulo, não são equivalentes à oferta e à demanda por dólares no mercado de câm-
bio internacional, que é o mercado no qual as moedas de várias nações são negociadas. 
A oferta de dólares no mercado de câmbio internacional não é o mesmo que a oferta 
de dinheiro estabelecida pelo Fed; em vez disso, é o número de dólares americanos 
que as famílias e empresas norte-americanas oferecem para troca por outras moedas. 
Da mesma forma, a demanda por dólares no mercado de câmbio não é o mesmo que 
a demanda nacional por dinheiro, mas é o número de dólares que os que têm moedas 
estrangeiras procuram comprar. Para entender a distinção, lembre-se de que, enquanto 
o Fed determina a oferta total de dólares disponível na economia norte-americana, um 
dólar não é ofertado no mercado de câmbio internacional até que um possuidor de 
dólares, como uma família ou empresa norte-americana, se ofereça para trocá-lo por 
moeda estrangeira.
A ofer ta de dólares
Alguém que tenha dólares, desde um banco internacional até um cidadão russo cujos 
dólares estão enterrados no quintal, é um ofertante potencial de dólares para o merca-
do de câmbio internacional. Na prática, porém, os principais ofertantes de dólares no 
mercado de câmbio internacional são as famílias e empresas norte-americanas. Por que 
uma família ou empresa norte-americana ofertaria dólares em troca de moedas estran-
geiras? Há duas razões principais. Primeiro, uma família ou empresa norte-americana 
pode precisar de moeda estrangeira para comprar produtos ou serviços estrangeiros. 
Por exemplo, um importador de carros norte-americano pode precisar de ienes para 
comprar carros japoneses, ou um turista norte-americano pode necessitar de ienes 
para fazer compras em Tóquio. Segundo, uma família ou empresa norte-americana 
pode precisar de moeda estrangeira para comprar ativos estrangeiros. Por exemplo, 
um fundo mútuo norte-americano pode querer adquirir ações emitidas por empresas 
japonesas, ou um poupador norte-americano pode querer comprar títulos do governo 
japonês. Como os ativos japoneses são cotados em iene, a família ou empresa norte-
-americana precisará trocar dólares por ienes para adquirir esses ativos.
A oferta de dólares no mercado de câmbio internacional é ilustrada pela curva 
com inclinação para cima na Figura 27.2. Enfocamos o mercado no qual os dóla-
781CAPÍTULO 27 AS TAXAS DE CÂMBIO E A ECONOMIA ABERTA
res são trocados por ienes japoneses, mas lembre-se de que há mercados semelhantes 
para qualquer outro par de moedas em troca. O eixo vertical da figura mostra a taxa 
de câmbio dólar americano-iene japonês conforme medida pelo número de ienes que 
pode ser comprado com um dólar. O eixo horizontal mostra o número de dólares sen-
do trocados no mercado iene-dólar americano.
A curva de oferta para dólares inclina-se para cima, isto é, quanto mais ienes 
cada dólar pode comprar, mais dólares as pessoas estão dispostas a ofertar no merca-
do de câmbio internacional. Por quê? A um determinado preço para bens, serviços e 
ativos japoneses, quanto mais ienes um dólar pode comprar, mais baratos esses bens, 
serviços e ativos serão em termos de dólar.
Por exemplo, suponha que um videogame custe 5.000 ienes no Japão e que um 
dólar possa comprar 100 ienes; o preço em dólar do vídeo game será de:
5.000 ienes x $1/100 ienes = $502.
Se o valor em iene de um dólar aumentar para 200 ienes, o preço em dólar do mesmo 
videogame que custa 5.000 ienes no Japão será de:
5.000 ienes x $1/200 = $25.
Se os preços mais baixos do dólar induzirão os norte-americanos a aumentar sua 
despesa total em dólares com bens, serviços e ativos japoneses, uma taxa de câmbio 
iene-dólar mais alta aumentará a oferta de dólares no mercado de câmbio internacio-
nal. Assim, a curva de oferta de dólares inclina-se para cima.
A demanda por dólares
No mercado de câmbio internacional iene-dólar, os demandantes são aqueles que de-
sejam adquirir dólares em troca de iene. A maioria dos demandantes de dólares no 
mercado iene-dólar são famílias e empresas japonesas, embora qualquer um que te-
nha ienes seja livre para trocá-los por dólares. Por que demandar dólares? As razões 
para adquirir dólares são análogas àquelas para adquirir ienes. Primeiro, as famílias e 
empresas que possuem ienes demandarão dólares de modo que elas possam comprar 
2 Lembre-se de que uma taxa de câmbio de um dólar por 100 ienes é o mesmo que 100 ienes por dólar. 
Estamos escrevendo na primeira forma neste exemplo de modo que o iene seja cancelado ao fazer a 
multiplicação, e ficamos com o preço em dólar. 
Quantidade de dólares negociada
e*
Demanda
por dólares
Oferta de dólares
Ta
xa
 d
e 
câ
m
bi
o
 ie
ne
/d
ó
la
r
0
Figura 27.2
A oferta e a demanda por 
dólares no mercado iene-dólar.
A oferta de dólares no mercado 
de câmbio internacional inclina-se 
para cima porque um aumento 
no número de ienes oferecidos 
para cada dólar torna os produtos, 
serviços e ativos japoneses mais 
atraentes para os compradores 
norte-americanos. Da mesma forma, 
a demanda por dólares inclina-se 
para baixo porque os que mantêm 
ienes estarãomenos dispostos a 
comprar dólares, porque eles estão 
mais caros em relação ao iene. 
A taxa de câmbio de equilíbrio de 
mercado e* é igual à quantidade de 
dólares ofertados e demandados.
782 PARTE VIII A ECONOMIA INTERNACIONAL
bens, serviços e ativos norte-americanos. Por exemplo, uma empresa japonesa que 
queira licenciar software produzido nos Estados Unidos precisa de dólares para pagar 
as taxas exigidas, e um estudante japonês que está em uma universidade norte-ame-
ricana deve pagar sua mensalidade em dólares. A empresa ou o estudante podem ad-
quirir os dólares necessários somente ao oferecer ienes em troca. Segundo, as famílias 
e empresas demandam dólares a fim de comprar ativos norte-americanos. A compra 
de uma propriedade no Havaí por uma empresa japonesa ou a aquisição de ações da 
Microsoft por um fundo de pensão japonês são dois exemplos.
A curva de demanda por dólares inclina-se para baixo, conforme ilustrado na 
Figura 27.2. A quantidade de dólares demandados será baixa quando os dólares são 
caros frente ao iene, e alta quando os dólares são baratos em relação ao iene.
Suponha que uma taxa de licenciamento para um software produzido nos Estados 
Unidos seja de $30. Se custam para uma empresa japonesa 200 ienes para comprar $1, 
o software custará aos japoneses:
$30 � 200 ienes/$1 � 6000 ienes3,
Se, entretanto, o preço de um dólar cair para cem ienes, o preço em ienes do mesmo 
software que custa US$30,00 nos EUA então será:
$30 � 100 ienes/$1 � 3000 ienes4.
Como o preço do iene por dólar cai, os produtos, serviços e ativos norte-americanos se 
tornam mais baratos e atraentes para os japoneses. Eles respondem ao comprar mais 
bens, serviços e ativos e, logo, ao demandar mais dólares.
O valor de equi l íbr io de mercado do dólar
Conforme mencionado anteriormente, os Estados Unidos mantêm uma taxa de câm-
bio flexível, ou flutuante, isto é, o valor do dólar é determinado pelas forças da ofer-
ta e da demanda no mercado de câmbio internacional. Na Figura 27.2, o valor de 
equilíbrio do dólar é e*, a taxa de câmbio iene-dólar na qual a quantidade de dólares 
ofertados é igual à quantidade de dólares demandados. Em geral, o valor de equilíbrio 
de mercado da taxa de câmbio não é constante, mas muda com os deslocamentos na 
oferta e na demanda por dólares no mercado de câmbio internacional.
MUDANÇAS NA OFERTA DE DÓLARES
Lembre-se de que as pessoas ofertam dólares no mercado de câmbio internacional 
iene-dólar a fim de comprar bens, serviços e ativos japoneses. Os fatores que afetam 
o desejo de famílias e empresas norte-americanas de comprar bens, serviços e ativos 
japoneses também afetarão a oferta de dólares no mercado de câmbio internacional. 
Alguns fatores que aumentarão a oferta de dólares, deslocando a curva de oferta de 
dólares para a direita, são:
 � Um aumento da preferência por produtos japoneses. Por exemplo, suponha que as 
empresas japonesas fabriquem produtos eletrônicos novos e populares. Para adqui-
rir os ienes necessários para comprar esses produtos, os importadores norte-ameri-
canos aumentarão sua oferta de dólares no mercado de câmbio internacional.
 � Um aumento no PIB real norte-americano. Um aumento no PIB real norte-ameri-
cano elevará a renda dos norte-americanos, permitindo que eles consumam mais 
produtos e serviços (lembre-se da relação entre consumo e renda discutida no 
Capítulo 23). Uma parte desse aumento no consumo terá a forma de produtos 
3 Neste cálculo, usamos a taxa de câmbio iene por dólar de modo que os dólares sejam cancelados ao 
fazer a multiplicação, e ficamos com o preço em ienes. 
4 Neste cálculo, usamos a taxa de câmbio iene por dólar de modo que os dólares sejam cancelados ao 
fazer a multiplicação, e ficamos com o preço em ienes. 
valor de equilíbrio de 
mercado da taxa de 
câmbio taxa de câmbio 
que é igual às quantidades 
de moeda ofertada e 
demandada no mercado de 
câmbio internacional
DICA DO PROFESSOR
Acompanhe agora como é determinada a taxa de câmbio e sua relação com a importação e 
exportação.
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EXERCÍCIOS
1) As taxas de câmbio são divididas em duas grandes categorias: flexíveis e fixas. Sobre 
elas é correto afirmar:
A) O valor de uma taxa de câmbio flexível é estabelecido livremente no mercado de moedas 
nacionais e o valor de uma taxa de câmbio fixa é determinado pelo governo a um nível 
constante.
B) O valor de uma taxa de câmbio flexível é estabelecido pelo governo no mercado de 
moedas nacionais e o valor de uma taxa de câmbio fixa é determinado pelo mercado a um 
nível constante.
C) As taxas de câmbio fixas e flexíveis não têm interferência do governo em sua composição.
D) A desvantagem do câmbio fixo é que pode ocasionar a desvalorização excessiva da moeda 
nacional, provocando o aumento das exportações e o aumento de importações.
E) A desvantagem do câmbio flexível é a desvalorização das moedas estrangeiras que pode 
ocasionar aumento das exportações.
O regime cambial brasileiro atual é o de Câmbio Flutuante, no qual a cotação da 
moeda estrangeira pode sofrer oscilações diárias. Essas oscilações podem ter 
2) 
movimentos de desvalorização ou valorização da taxa de câmbio. Favorece as 
importações de um país, a curto prazo, quando:
A) Existe a desvalorização da moeda nacional.
B) Existe a desvalorização brusca da moeda nacional.
C) Existe a valorização da moeda nacional.
D) Existe a diminuição da liquidez de moeda estrangeira.
E) Existe a queda significativa das reservas internacionais.
3) Não se considera uma característica do regime de Câmbio Flutuante:
A) O valor da taxa de câmbio é determinado livremente através da interação das forças de 
oferta e de procura.
B) A oferta de divisas é constituída pelos exportadores de bens e serviços e por outras pessoas 
e entidades que tiverem recebido recursos do exterior.
C) O valor da taxa de câmbio no mercado será alterado à medida que haja mudança em outras 
variáveis que influenciem a oferta e demanda de divisas.
D) Se a taxa de câmbio se desvalorizar, o Banco Central necessariamente venderá divisas no 
mercado.
E) A procura por divisas é constituída pelos importadores de bens e serviços e por outras 
pessoas ou entidades que desejam ou têm necessidade de remeter recursos para o exterior.
4) Na manchete: "Tesouro poderá usar Fundo para atuar no câmbio futuro, o que deve 
ajudar a conter a queda do dólar" está presente uma preocupação do Governo, que 
pode ser mais bem traduzida por meio da afirmativa:
A) Incentivar aumento das importações.
B) Incentivar o aumento das exportações.
C) Aumentar o movimento de capitais especulativos no país.
D) Aumentar o saldo da balança comercial, que foi negativo no período de 2002 a 2010.
E) Aumentar a importação de bens de capital.
5) Uma desvalorização da taxa de câmbio da economia, provocará:
A) Aumento das importações.
B) Equilíbrio no balanço de pagamentos.
C) Diminuição das exportações.
D) Decréscimo da entrada de capital estrangeiro no país.
E) Aumento das exportações líquidas.
NA PRÁTICA
A política cambial tem uma importância central na política macroeconômica do governo. 
Vamos ver na prática como isso ocorre. 
 
Na crise do subprime, que afetou o mundo e teve sua motivação nos bancos que concediam 
empréstimos hipotecários de alto risco, alguns países utilizaram a política cambial para controlar 
a repentina queda da demanda agregada.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Introdução à Economia
HUBBARD, GLENN; O'BRIEN, ANTHONY. Introdução à Economia. 2. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2010. Capítulo 29.
Princípios de Economia
FRANK, ROBERT; BERNANKE, BEN. Princípios de Economia. Porto Alegre: AMGH 
EDITORA LTDA, 2012. Capítulo 27.
Macroeconomia
DORNBUSCH, RUDIGER; FISCHER, STANLEY; STARTZ, RICHARD; Macroeconomia. 
11. ed. Porto Alegre: AMGH EDITORA LTDA, 2013. Capítulo 20.

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