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Questionário I - Estudos Disciplinares - UNIP

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Trabalho estudos disciplinares I 
 Pergunta 1 
1 em 1 pontos 
 
 
Enade 2011 Leia o excerto a seguir: 
 
 
A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a que procura 
atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O 
mundo assiste a um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na 
economia e também na cultura política. A crise ambiental no planeta, quando traduzida 
na mudança climática, é uma ameaça real ao pleno desenvolvimento das 
potencialidades dos países. O Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar os 
enormes desafios que se acumulam. Abriga elementos fundamentais para o 
desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce existentes no 
planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica 
variedade de reservas naturais. O campo do desenvolvimento sustentável pode ser 
conceitualmente dividido em 3 componentes: sustentabilidade ambiental, 
sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica. 
 
Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe: 
 
Resposta 
Selecionada: 
b. 
a redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de 
custo-benefício que reflitam os efeitos socioeconômicos e 
os valores reais do consumo e da preservação. 
 
 
 Pergunta 2 
1 em 1 pontos 
 
 
 
Leia o texto a seguir: 
Obesidade, consumo e política: uma conversa sobre as mudanças 
mundiais na alimentação 
Por que estamos engordando? O que a política tem a ver com os 
alimentos? Por que não vemos publicidade de legumes na TV? 
 
 
Essas e outras questões relacionadas às transformações na alimentação 
e suas consequências no cenário internacional foram abordadas por 
Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da 
Alimentação Saudável do Ministério da Saúde de Portugal e doutor em 
Nutrição Humana pela Universidade do Porto. Em visita ao Brasil, ele 
participou do Seminário Internacional: Escolhas Alimentares e seus 
Impactos, no Sesc Santos. Confira algumas questões levantadas. 
 
Estamos engordando: Ao comparar gráficos da presença da obesidade nas 
populações dos Estados Unidos e da área rural de Bangladesh, por exemplo, o 
professor Pedro Graça conclui: essa é uma epidemia global. A obesidade cresceu nos 
últimos 20 anos não só em países industrializados, com ampla oferta de alimentos, mas 
chegou até áreas rurais da Ásia. 
Os mais pobres engordam mais: Até recentemente, acreditava-se que essa era uma 
epidemia que atingia principalmente as populações que estavam melhorando 
 
economicamente, associada ao acesso à alimentação, ao acesso à caloria, à gordura, à 
proteína. Mas não é bem assim: “O que nós estamos a viver é não só o aumento da 
doença no mundo inteiro, mas, ao contrário do que se esperava, quem é mais afetada é 
a população mais carente, mais vulnerável. Pobreza e obesidade se aproximam de tal 
maneira que a pessoa pode ter fome e ser obesa ao mesmo tempo. Coisa que para nós 
da biologia é um paradoxo”, afirma. 
 
 
Somos treinados para engordar: “Nós somos uma máquina de engordar”. Isso 
porque a capacidade de acumular reservas de energia na forma de gordura foi essencial 
para a sobrevivência do ser humano, diante da escassez de alimentos. “O ser humano 
está preparado para lidar com a fome há dois milhões de anos. E começou a lidar com 
excesso de calorias há 50 anos. Não estamos preparados biologicamente para isso”, 
afirma Pedro. 
 
 
O que mudou?: Diversas alterações demográficas causaram mudanças na 
alimentação: a entrada da mulher no mercado de trabalho e na vida acadêmica, o 
envelhecimento da população e a necessidade de se trabalhar mais horas são alguns 
exemplos. E, se aumenta o tempo do trabalho, o que fica para trás é o tempo de 
cozinhar e de ficar com os filhos. Os alimentos que já vêm prontos têm, portanto, muito 
mais apelo do que aqueles que exigem tempo e conhecimentos culinários para o 
preparo. Além disso, em muitos lugares é mais fácil e barato encontrar produtos 
ultraprocessados e calóricos – ricos em açúcar, sal e gordura – em vez de alimentos 
frescos. 
 
 
Você já viu propaganda de alface na TV?: Provavelmente não. Mas vemos 
diariamente publicidade de produtos ultraprocessados e super calóricos, não é mesmo? 
Pedro Graça chama atenção para o fato de que grandes indústrias alimentícias lucram 
muito, enquanto quem trabalha no campo com frutas e legumes, em geral, tem ganhos 
pequenos e são os que mais sofrem com as oscilações na economia e nos preços dos 
alimentos. Assim fica fácil entender como um lado tem muito mais capacidade de 
investir e produzir comunicação (publicidade, marketing etc.) do que o outro. 
 
 
É preciso reconhecer o ambiente: De acordo com o pesquisador W. Philip James, 
durante décadas pensou-se que a atenção e o esforço individual fossem suficientes para 
prevenir a obesidade, porém depois de décadas desse esforço, as taxas de ganho de 
peso continuaram a subir. Essa epidemia reflete a presença de um ambiente tóxico ou 
obesogênico. Isso significa que não adianta ensinar as pessoas sobre alimentação 
saudável, se não há um ambiente favorável a isso, ou seja, se não há oferta de alimentos 
saudáveis em local próximo, a preços acessíveis. 
 
“Eu tenho primeiro que me preocupar com as condições que existem ou que eu posso 
criar para que o suco de laranja apareça, para em seguida dizer como é importante 
consumir suco de laranja”, exemplifica Pedro Graça. 
 
 
Disponível em <https://goo.gl/926x1l>. 
Acesso em 08 jun 2016 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa 
correta: 
I. De acordo com o texto, o cuidado com o peso é uma questão de educação individual 
e a obesidade aumenta entre os mais pobres por falta de instrução. 
II. As alterações no modo de vida têm responsabilidade pelo aumento da obesidade, 
uma vez que há incentivo ao consumo de produtos ultraprocessados, mais práticos do 
que os alimentos frescos. 
III. A melhora econômica facilita o acesso da população aos alimentos e, 
consequentemente, aumenta a prevalência de obesidade... 
IV. A propaganda e o marketing têm influência sobre a venda de produtos 
industrializados e atingem apenas as regiões urbanas. 
 
 
Assim: 
Resposta Selecionada: c. 
Apenas a afirmativa II está correta. 
 
 
 Pergunta 3 
1 em 1 pontos 
 
 
Enade 2007 Leia o excerto a seguir: 
 
 
Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu colega de escola um 
pedido, por escrito, vazado nos seguintes termos: “Venho mui respeitosamente 
solicitar-lhe o empréstimo do seu livro de Redação para Concurso, para fins de consulta 
escolar.” 
 
Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa que: 
 
 
 
Resposta 
Selecionada: 
b. 
Vai a um piquenique engravatado, vestindo terno 
completo, calçando sapatos de verniz. 
 
 
 Pergunta 4 
1 em 1 pontos 
 
 
 
Leia o texto a seguir: 
 
 
Geografia e meio ambiente: uma análise da legislação dos resíduos 
sólidos. 
Fernanda Sampaio da Silva 
 
 
O processo de industrialização foi responsável por grandes transformações urbanas. 
Influenciou a multiplicação de diversos ramos de serviços que caracterizam a cidade 
moderna. Também influenciou no desenvolvimento dos meios de transporte e 
comunicação, que interligaram distintas regiões. Foi responsável pela maior 
produtividade e pela consequente elevação da produção agrícola. Contribuiu ainda com 
o êxodo rural. 
 
 
Além disso, introduziu um novo modo de vida e novos hábitos de consumo, criou 
novas profissões, promoveu uma nova estratificação da sociedade e uma nova relação 
desta com a natureza. Algumas das tecnologias existentes hoje no mercado ainda 
trazem problemas ao meio ambiente. 
 
 
 
Entre os resíduos gerados pelo avanço desenfreado da produção e do consumo são 
encontrados os resíduos sólidos industriais, que podem trazerimpactos com 
consequências para a saúde das pessoas e ao meio ambiente, desde uma escala local até 
mesmo global. 
 
 
Para que se possa reduzir a geração de resíduos sólidos industriais, minimizando 
possíveis impactos negativos ao meio ambiente, é necessário que haja um processo de 
gestão para a diminuição de resíduos durante o processo produtivo e/ou, quando 
possível, substituição do material utilizado, por outro que tenha maior facilidade de ser 
reciclado. Portanto, a reciclagem é um elemento importante para a minimização de 
resíduos em lixões e aterros sanitários. 
 
 
[...] Assim, a geração e a disposição dos resíduos sólidos industriais em locais 
inapropriados constituem um problema ambiental e, por isso, seu gerenciamento deve 
ocorrer de forma correta e dentro da legislação, para que não seja comprometida a 
qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente. 
 
 
O controle do acondicionamento, armazenamento e destinação final dos resíduos 
sólidos perigosos deve ocorrer de acordo com a norma ABNT - NBR 1004 de 2004, 
que faz uma classificação dos resíduos. Os resíduos são classificados em Classe I 
quando se trata de resíduos sólidos perigosos (classificados pelo seu grau de risco a 
saúde pública) e Classe II quando são resíduos não perigosos. 
 
 
Os resíduos de Classe II são subdivididos em: Classe II A, quando não são inertes e 
Classe II B, inertes. Os resíduos sólidos gerados devem ser controlados nas indústrias, 
pois fazem parte do licenciamento pelo órgão ambiental competente. 
 
 
Por isso, para que esse órgão tenha conhecimento dos resíduos gerados, o Conselho 
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA dispõe de uma resolução com o objetivo de 
inventariar os resíduos sólidos gerados em todo o país, para que seja elaborado o Plano 
Nacional para Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gerados. O inventário é elaborado a 
partir de informações como quantidade, formas de acondicionamento e armazenamento 
e destinação final, enviadas trimestralmente ao órgão estadual competente (Resolução 
CONAMA Nº 313/2002). 
 
 
Disponível em < https://goo.gl/06swDe>. 
Acesso em 12 nov. 2014 (com adaptações). 
 
Com base nas informações do texto, analise as afirmativas: 
I- O controle da geração de resíduos sólidos industriais depende da conscientização do 
consumidor a fim de que modifique seus hábitos. 
II- A redução na geração de resíduos sólidos está atrelada ao gerenciamento do 
acondicionamento, armazenamento e destinação final dos resíduos classificados como 
perigosos. 
III- A resolução CONAMA Nº 313/2002, que trata do Plano Nacional para 
Gerenciamento de Resíduos Sólidos, tem como objetivo conscientizar a área industrial 
para que exista a redução da geração de resíduos sólidos. 
 
Com base nas informações do texto, assinale a alternativa correta: 
 
 
Resposta Selecionada: e. 
Nenhuma afirmativa está correta. 
 
 
 
 
 
 Pergunta 5 
1 em 1 pontos 
 
 
 
Leia o texto a seguir: 
Energia eólica no Brasil 
 
No início da década de 2000, uma grande seca no Brasil diminuiu o nível de água nas 
barragens hidrelétricas do país, causando uma grave escassez de energia. A crise, que 
devastou a economia do país e levou ao racionamento de energia elétrica, ressaltou a 
necessidade urgente do país em diversificar suas fontes de energia. 
 
 
[...] A primeira turbina de energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de 
Noronha em 1992. Dez anos depois, o governo criou o Programa de Incentivo às 
Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) para incentivar a utilização de outras 
fontes renováveis, como eólica, biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). 
[...] Desde a criação do Proinfa, a produção de energia eólica no Brasil aumentou de 
22MW em 2003 para cerca de 1000MW em 2011 (quantidade suficiente para abastecer 
uma cidade de cerca de 400 mil residências). 
 
 
[...] Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro de 
Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás, o território brasileiro tem capacidade para 
gerar cerca de 140GW. 
 
 
O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a dezembro, 
coincidindo com os meses de menor intensidade de chuvas, ou seja, nos meses em que 
falta chuva é exatamente quando venta mais! Isso coloca o vento como uma grande 
fonte suplementar à energia gerada por hidrelétricas, a maior fonte de energia elétrica 
do país. 
 
 
Durante esse período podem-se preservar as bacias hidrográficas fechando ou 
minimizando o uso das hidrelétricas. O melhor exemplo disto é na região do Rio São 
Francisco. Por essa razão, esse tipo de energia é excelente contra a baixa pluviosidade e 
a distribuição geográfica dos recursos hídricos existentes no país. 
 
 
A maior parte dos parques eólicos se concentra nas regiões nordeste e sul do Brasil. No 
entanto, quase todo o território nacional tem potencial para geração desse tipo de 
energia. 
 
Disponível em < https://goo.gl/zGP0ZM> 
Acesso em 05 nov. 2014 (com adaptações) 
 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa 
correta: 
 
 
I- De acordo com o texto, a energia eólica é uma alternativa viável para atender à 
demanda de cidades com até 400 mil habitantes. 
II- Em 2011, a energia eólica gerada no Brasil foi de menos de 1% do potencial eólico 
do país. 
III- De 2003 a 2011, a produção de energia eólica cresceu 978%. 
 
Assim: 
 
 
Resposta Selecionada: b. 
Apenas a afirmativa II está correta. 
 
 
 Pergunta 6 
1 em 1 pontos 
 
 
Leia o texto a seguir: 
O que Portugal tem a ver com o Brasil 
Alexandra Lucas Coelho 
Os portugueses não parecem ter uma boa relação com os brasileiros, disse-me 
uma alemã, conhecedora profissional de Portugal e Brasil. Estávamos na Alemanha, o 
Brasil temia uma guerra civil, foi há dez dias. Agora, de volta a casa, continuo a pensar 
na observação desta veterana, que nada tinha de provocadora, era só vontade de 
entender. Mas é impossível ignorar o que se tem manifestado em Portugal de equívoco 
face ao Brasil ao longo destes dias. 
Segundo um desses equívocos, provável pai dos outros, o tema da colonização 
encerrou-se, chega de falar dele, é passado. Penso o contrário, que mal começamos, que 
é presente, e a atual crise brasileira acentua isso. Não só pelo que expõe das estruturas 
brasileiras, como pelo que revelou do olhar de Portugal sobre o Brasil, e sobre si 
mesmo. 
Com esse nome, o Brasil viveu 322 anos de ocupação portuguesa e 194 de 
independência. Se alguém acredita que o tempo da independência poderia já ter curado 
o tempo da ocupação, precisa de voltar à história luso-brasileira, porque o alcance da 
violência vai longe, e em muitas direções. 
Esses 322 anos atuam diariamente naquilo que é hoje o Brasil, na clivagem entre São 
Paulo e o Nordeste, nos milhões que ainda moram em favelas na relação Casa-Grande 
& Senzala das elites com os empregados, na violência da polícia que continua a ser 
militar, no desmando oligárquico dos que controlam aparelhos e estados, no saque 
catastrófico da natureza, na traição aos grupos indígenas, na evangelização dos pobres, 
radicalizando o conservadorismo num país onde se morre de aborto. Não é elenco para 
uma crônica, tem sido e será para muitas, livros, bibliotecas. 
O lulismo fez coisas importantes contra parte dessa herança (nas desigualdades mais 
urgentes, na cultura), não fez o suficiente contra boa parte disto (na educação, na saúde, 
na polícia), fez coisas que pioraram isto (um capitalismo com consequências 
devastadoras no ambiente e nas questões indígenas) e historicamente produziu uma 
geração que o critica e supera pela esquerda num caldo inédito de periferias 
politicamente empoderadas e uma nova faixa politizada vinda da elite. 
A violência sistêmica brasileira tem raízes nas duas violências fundadoras da 
colonização portuguesa, extermínio indígena e escravatura africana. Os portugueses 
não inventarama escravatura, mas inauguraram o tráfico em grande escala. Dos 12 
milhões de indivíduos que as potências europeias deportaram de África até ao século 
XVIII, 5,8 milhões foram traficados por Portugal. Isto significa 47 por cento, ou seja, 
 
quase metade do tráfico foi assegurado por Portugal, e a maioria destinava-se a 
sustentar a colonização do Brasil. 
A escravatura é um horror antiquíssimo, sim, e entre os séculos XV e XVIII a forma 
portuguesa de a praticar foi secundada por ingleses, espanhóis, franceses, holandeses, 
sim. Mas a Portugal coube esta iniciativa: deportação em massa, para nela assentar a 
exploração brutal de um território gigante, à custa do qual um território minúsculo 
viveu, como toda uma bibliografia tem mostrado de forma cada vez mais 
desassombrada. 
Não aprendi isto na escola, e tenho sérias dúvidas de que a maior parte dos portugueses 
faça ideia de que Portugal, sozinho, deportou tantos africanos como os judeus mortos 
no Holocausto, com a ajuda teológica e logística da Igreja Católica, depois de ter 
levado ao extermínio de ninguém sabe quantos índios, provavelmente não menos de 
um milhão. 
 
 
Com base no texto, assinale a alternativa correta: 
 
 
Resposta 
Selecionada: 
b. 
Os atuais problemas brasileiros, das mais diversas 
naturezas, tiveram origem no sistema português de 
colonização do Brasil, cujos reflexos são sentidos até 
hoje. 
 
 
 Pergunta 7 
1 em 1 pontos 
 
 
Leia o texto a seguir: 
São Paulo, a capital mundial do grafite 
 
A cidade mais populosa da América Latina concentra um dos mais grandiosos museus 
a céu aberto de arte urbana do mundo. Quando estiver andando por São Paulo, olhe 
para cima. Ou para os lados. Não importa muito se está caminhando por um bairro de 
classe média ou pela periferia. Há uma característica comum às diferentes regiões da 
maior cidade mais populosa da América Latina: os grafites e pichações, que vêm 
tomando conta dos muros nos mais de 1.500 quilômetros quadrados da área de 
extensão, estão transformando São Paulo na capital mundial do grafite. 
De maneira geral, a arte urbana não agrada a todos os gostos. Mas é unânime a opinião 
de que São Paulo é uma cidade cinza, e o grafite insere cor a esse cenário. "O grafite é 
uma manifestação artística que faz parte do cotidiano de todos, quer você goste ou não. 
Ele se impõe", dizem os irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo, mais conhecidos como Os 
Gêmeos. A dupla de artistas é conhecida, ao redor do mundo, pelos trabalhos que 
misturam certo realismo fantástico com personagens bem característicos, sempre com 
cores e figuras geométricas parecidas. 
Os irmãos começaram a grafitar em 1987 no bairro onde cresceram, o Cambuci, na 
zona sul da capital paulista. "A arte não é para você gostar, é para você refletir e 
pensar", completa Thiago Mundano, 27 anos, que se autointitula “artivista”, por atrelar 
o grafite a ações sociais. 
Na Avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte da capital, bem próximo a uma das duas 
rodoviárias da cidade, um grupo de 58 artistas fez 66 painéis, criando, em 2011, o 
primeiro Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo (MAAU). Eles levaram para as 
ruas uma das maiores características dessa arte: a acessibilidade. "O fato de a arte estar 
na rua já é muito mais democrático. A pessoa não precisa entrar numa galeria fechada 
para ver", diz a artista e grafiteira Prila Paiva, 35 anos. 
Organizado com autorização da Prefeitura, esse museu é uma exceção. Como o grande 
negócio do grafite é ocupar a cidade, os artistas nem sempre pintam em muros 
 
autorizados. Existe um aspecto de subversão, que envolve, entre outras coisas, "a 
adrenalina de pichar", segundo Mundano. Para ele, tudo é relativo. “Um outdoor é tão 
agressivo quanto um grafite. Eu posso achar ruim, para a minha filha, por exemplo, 
abrir a janela de casa e dar de cara com uma mulher de calcinha e sutiã numa 
propaganda para vender lingerie”. 
São Paulo adotou, em janeiro de 2007, a Lei Cidade Limpa, durante a gestão do ex-
prefeito Gilberto Kassab (PSD), proibindo a propaganda em outdoors e em imóveis 
públicos e privados. Já em relação aos grafites, ainda não houve um acordo entre 
artistas e o poder público. Por isso, de um lado, a Prefeitura apaga, cobrindo com tinta 
cinza, muitos dos muros grafitados. De outro, grafiteiros e pichadores pintam os locais 
apagados novamente. "Nunca sentimos, por parte da prefeitura, interesse de entender e 
respeitar a cultura do grafite", contam Os Gêmeos. 
"Existem problemas sérios em São Paulo que precisam desse dinheiro do contribuinte, 
em vez de ser investido em tinta cinza para apagar trabalhos de arte". Mesmo assim, no 
final da gestão de Kassab, a Prefeitura publicou um guia bilíngue de lugares para ver os 
grafites na cidade, com uma pequena ficha de alguns artistas. 
Por tratar-se de uma arte muito efêmera, um dia a obra está lá e no outro pode já ter 
sido apagada, o consultor financeiro Ricardo Czapski e a produtora cultural Marina 
Gonzalez tiveram a ideia de eternizar algumas pinturas. Eles acabam de lançar o livro 
Graffiti em São Paulo, que nasceu de um acervo de mais de dez mil fotos que Czapski 
tirou, por cinco anos, de muros grafitados. "O grafite tem uma recepção muito boa em 
todos os níveis. Não tem mais aquela má impressão da arte marginal", diz Gonzalez. 
Com o passar dos anos, além do reconhecimento do público, o grafite foi se tornando 
um negócio mais rentável. Hoje, a arte urbana está presente em galerias e exposições 
pelo Brasil e pelo mundo. 
Pimp My Carroça: Exemplo do cunho social que o grafite pode desenvolver, em 
2007, Thiago Mundano começou a pintar as carroças dos mais de 20.000 catadores de 
lixo reciclável de São Paulo que transportam, em um carrinho improvisado, toneladas 
de papelão, vidro e alumínio para os centros de reciclagem. "Percebi que essas pessoas 
são invisíveis, ninguém olha para elas", diz Mundano. 
A meta, na época, era pintar 100 carroças, mas, com o tempo, Mundano viu que apenas 
pintar não bastava. As carroças precisavam de itens de segurança, como tintas 
refletoras para a noite, espelhos retrovisores, luvas e cordas para os catadores. Assim, 
nasceu o projeto Pimp My Carroça. 
Por meio do site de crowdfunding Catarse, Mundano arrecadou 64.000 reais (27,8 mil 
dólares), de 792 apoiadores. O projeto cresceu, se transformou em um evento no centro 
de São Paulo, onde as carroças foram pintadas e os catadores ganharam camisetas, 
alimentos e uma consulta com um clínico geral. 
De lá pra cá, o Rio de Janeiro e Curitiba, a capital do Paraná, no Sul do país, receberam 
uma edição do projeto, contabilizando mais de 120 voluntários e um número já 
incontável de carroças pintadas. O próximo passo é desenvolver um aplicativo para que 
qualquer um possa localizar os catadores que estiverem mais próximos e entregar a eles 
o lixo reciclável. 
 
 
Disponível em <https://goo.gl/zuZU2e>. 
Acesso em 05 jun. 2016 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas: 
I. Apesar de haver controvérsias quanto a aceitação do grafite e da pichação como 
formas de arte, há indícios de que o reconhecimento dessas expressões artísticas está 
aumentando, como a criação do Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo. 
II. O grafite agrava o preconceito social contra as pessoas mais pobres, uma vez que se 
trata de uma manifestação popular que não alcança o prestígio das artes oficialmente 
reconhecidas. 
III. De acordo com o texto, o grafite e a pichação são comparáveis aos outdoors e 
deveria haver uma legislação semelhante à Cidade Limpa para proibir essas 
manifestações. 
IV. A acessibilidade, a efemeridade e a relação com causas sociais são características 
da arte urbana. 
 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
 
Resposta Selecionada: d. 
I e IV. 
 
 
 Pergunta 8 
1 em 1 pontos 
 
 
Leia o texto a seguir: 
Quem tem o direito de falar? 
Estabelecer que minorias só podem falar dos problemasde seu grupo é 
uma forma astuta de silenciamento. 
 
A política não é uma questão apenas de circulação de bens e riquezas. Ou seja, ela não 
se funda simplesmente em uma decisão a respeito de como as riquezas e os bens devem 
circular, como eles devem ser distribuídos. Embora essa seja uma questão central que 
mobiliza todos nós, ela não é tudo, nem é razão suficiente de todos os fenômenos 
internos ao campo que nomeamos "política". Na verdade, a política é também uma 
questão de circulação de afetos, da maneira com que eles irão criar vínculos sociais, 
afetando os que fazem parte destes vínculos. 
A maneira com que somos afetados define o que somos e o que não somos capazes de 
ver, o que somos e não somos capazes de sentir e perceber. Definido o que vejo, sinto e 
percebo, define-se o campo das minhas ações, a maneira com que julgarei, o que faz 
parte e o que está excluído do meu mundo. 
 
 
Percebam, por exemplo, como um dos maiores feitos políticos de 2015 foi a circulação 
de uma mera foto, a foto do menino sírio morto em um naufrágio no Mar Mediterrâneo. 
Nesse sentido, foi muito interessante pesquisar as reações de certos europeus que 
invadiram sites de notícias de seu continente com posts e comentários. 
 
 
Uma quantidade impressionante deles reclamava daqueles jornais que decidiram 
publicar a foto. Por trás de sofismas primários, eles diziam basicamente a mesma coisa: 
"parem de nos mostrar o que não queremos ver", "isto irá quebrar a força de nosso 
discurso". 
 
 
Pois eles sabiam que seu fascismo ordinário cresce à condição de administrar uma certa 
zona de invisibilidade. É necessário que certos afetos não circulem, que a humanização 
bruta produzida pela morte estúpida de um refugiado não nos afete. Todo fascismo 
ordinário é baseado em uma desafecção. Toda verdadeira luta política é baseada em 
uma mudança nos circuitos hegemônicos de afetos. Prova disso foi o fato de tal foto 
produzir o que vários discursos até então não haviam conseguido: a suspensão 
temporária da política criminosa de indiferença em relação à sorte dos refugiados. 
 
 
Mas essa quebra da invisibilidade também se dá de outras formas. De fato, sabemos 
como faz parte das dinâmicas do poder decidir qual sofrimento é visível e qual é 
invisível. Mas, para tanto, devemos antes decidir sobre quem fala e quem não fala, qual 
fala ouvirei e qual fala representará, para mim, apenas alguma forma de ressentimento. 
 
 
 
Há várias maneiras de silêncio. A mais comum é simplesmente calar quem não tem 
direito à voz. Isso é o que nos lembram todos aqueles que se engajaram na luta por 
grupos sociais vulneráveis e objetos de violência contínua (negros, homossexuais, 
mulheres, travestis, palestinos, entre tantos outros). 
 
 
Mas há ainda outra forma de silêncio. Ela consiste em limitar sua fala. Assim, um será 
a voz dos negros e pobres, já que o enunciador é negro e pobre. O outro será a voz das 
mulheres e lésbicas, já que o enunciador é mulher e lésbica. A princípio, isto pode 
parecer um ato de dar voz aos excluídos e subalternos, fazendo com que negros falem 
sobre os problemas dos negros, mulheres falem sobre os problemas das mulheres, e por 
aí vai. 
 
 
No entanto, essa é apenas uma forma astuta de silêncio, e deveríamos estar mais atentos 
a tal estratégia de silenciamento identitário. Ao final, ela quer nos levar a acreditar que 
negros devem apenas falar dos problemas dos negros, que mulheres devem apenas falar 
dos problemas das mulheres. 
 
 
Pensar a política como circuito de afetos significa compreender que sujeitos políticos 
são criados quando conseguem mudar a forma como o espaço comum é afetado. Posso 
dar visibilidade a sofrimentos que antes não circulavam, mas quando aceito limitar 
minha fala pela identidade que supostamente represento, não mudarei a forma de 
circulação de afetos, pois não conseguirei implicar quem não partilha minha identidade 
na narrativa do meu sofrimento. 
 
 
Minha produção de afecções continuará circulando em regime restrito, mesmo que 
agora codificada como região setorizada do espaço comum. Ser um sujeito político é 
conseguir enunciar proposições que implicam todo mundo, que podem implicar 
qualquer um, ou seja, que se dirigem a esta dimensão do "qualquer um" que faz parte 
de cada um de nós. É quando nos colocamos na posição de qualquer um que temos 
mais força de desestabilização de circuitos hegemônicos de afetos. 
O verdadeiro medo do poder é que você se coloque na posição de qualquer um. 
 
 
Disponível em <goo.gl/oWm9nF>. 
Acesso em 13 jun. 2016. 
 
Leia as afirmações a seguir: 
 
 
I- Segundo o autor, grupos de minorias estão sendo silenciados, pois vivemos em um 
regime autoritário, não democrático. 
II- O autor defende que os políticos sejam os legítimos representantes dos grupos 
minoritários, já que as minorias tendem a ser silenciadas na sociedade. 
III- A publicação da foto do menino sírio, morto no naufrágio ao tentar chegar à Europa 
como imigrante, foi, segundo o texto, uma forma de sensacionalismo da imprensa e, 
por isso, gerou conflitos políticos. 
 
Assinale a alternativa correta: 
Resposta Selecionada: e. 
Nenhuma alternativa é correta. 
 
 
 
 
 
 Pergunta 9 
1 em 1 pontos 
 
 
Leia o texto a seguir: 
 
EUA e China anunciam acordo para reduzir emissão de gases poluentes 
 
Os presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, assinaram 
nesta quarta-feira (12.11.2014) em Pequim um acordo para a luta contra a mudança 
climática, que incluirá reduções de suas emissões de gases do efeito estufa na 
atmosfera. 
A iniciativa constitui o primeiro anúncio de corte das emissões de gases poluentes por 
parte da China e mais um pelos EUA. Pelo acordo, os EUA pretendem cortar entre 
26% e 28% as emissões de gases em até 11 anos, ou seja, até 2025, o que representa 
um número duas vezes maior que as reduções previstas entre 2005 e 2020. 
Os chineses se comprometem a cortar as emissões até 2030, embora isso possa começar 
antes. Segundo o presidente chinês, até lá 20% da energia produzida no país vai ter 
origem em fontes limpas e renováveis. Estados Unidos e China representam juntos 
45% das emissões planetárias de CO2, um dos gases apontado como culpado pela 
mudança climática. A União Europeia representa 11%. No mês passado, o bloco se 
comprometeu a reduzir em pelo menos 40% as emissões até 2030, na comparação com 
os níveis de 1990. 
 
Disponível em <https://goo.gl/srpqzq>. 
Acesso em 14 nov. 2014 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas: 
I- O comprometimento da China em reduzir as emissões de poluentes até 2030 
significa que a poluição proveniente do país continuará em crescente aumento por mais 
uma década. 
II- Apesar da importância do acordo entre Estados Unidos e China, a União Europeia 
será responsável por um corte maior nos volumes de gases poluentes emitidos do que o 
corte dos dois países, uma vez que reduzirá 40% das emissões. 
III- Se Estados Unidos e China, juntos, cumprirem a meta de cortar 28% da emissão 
dos gases poluentes, eles serão responsáveis por 27% das emissões planetárias em 
2025. 
 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
 
 
Resposta Selecionada: a. 
Nenhuma afirmativa está correta. 
 
 
 Pergunta 10 
1 em 1 pontos 
 
 
 
Leia o texto a seguir: 
 
 
Tá lá mais um corpo estendido no chão 
Flavio Moura 
 
 
Uma juíza de São Paulo mandou soltar o policial que matou o camelô Carlos Augusto 
Muniz Braga durante ação na Lapa, no último dia 18. De acordo com a ordem de 
soltura, o assassinato se deveu ao fato de que o braço esquerdo do PM foi seguro 
“bruscamente”. E ainda à situação tensa em que ele se encontrava, cercado de 
“populares insatisfeitos com a polícia no local”. 
 
 
O tumulto, no entender da juíza, justifica a necessidade de o policial “então encontrar-
se armado”. O vídeo circulou por todo canto. O policial apontapor três minutos a arma 
em todas as direções. As pessoas em volta gritam “baixa a arma!”, enquanto dois 
colegas seus tentam imobilizar um vendedor de rua no chão. 
 
 
O vendedor se recusara a entregar os CDs piratas que tinha na mão. A polícia partiu pra 
cima e a situação se criou. 
Acuado, o assassino tira do bolso um spray de pimenta para dispersar o grupo ao redor. 
Ato contínuo, Carlos Augusto tenta tirar o spray de sua mão. É o que basta para ser 
executado. 
 
 
Ele ainda correu por alguns metros com a bala na cabeça, antes de tombar no asfalto. 
Isso às 17h, numa rua movimentada de um bairro de classe média de São Paulo. Não 
chega a surpreender a decisão da juíza (o nome da figura é Eliana Cassales Tosi de 
Melo e ela faz parte da 5a Vara do Júri do Foro Central Criminal de São Paulo). A 
lógica peculiar é praxe entre seus colegas. Basta lembrar o juiz que recentemente queria 
manter preso o manifestante Fabio Hideki, detido injustamente em manifestação 
durante a Copa do Mundo, por considerá-lo “esquerda caviar”. 
 
 
O que assusta é a comoção relativamente branda em torno do episódio. Da declaração 
tosca do prefeito, “foi um ato isolado”, aos indignados de plantão das redes sociais, 
tudo se passou como se fosse mais um tropeço da polícia, entre tantos outros. 
 
 
Fiquei pensando o que ocorreria se a cena fosse na Paulista, nas manifestações de junho 
do ano passado. E se a vítima fosse um jovem de classe média quebrando uma vitrine 
de loja ou banco (gesto a meu ver mais grave do que vender CD pirata). O governo 
estadual corria o risco de ser deposto. 
Não custa lembrar que foi a violência policial o estopim para as manifestações de junho 
de 2013. As primeiras passeatas foram pequenas e reprovadas pela imprensa e pela 
maioria da população. Quando vieram à tona as cenas de manifestantes feridos por 
balas de borracha, o cenário virou. Dali em diante, os editoriais deram razão aos 
manifestantes e a classe média ganhou as ruas em defesa do direito de protestar. 
 
 
O episódio da semana passada me fez lembrar uma declaração do poeta Sergio Vaz, 
organizador dos saraus da Cooperifa. No documentário “Junho”, produzido pela TV 
Folha e bom retrato das manifestações do ano passado, ele pondera. “Bala de borracha? 
Se lá no meu bairro a polícia usasse bala de borracha meus amigos ainda estavam 
vivos”. 
Com todo respeito aos feridos em junho de 2013, o que se deu com o camelô Carlos 
Augusto é motivo para alguns milhares de passeatas. 
 
 
A letalidade da polícia brasileira é quatro vezes maior que a dos EUA e 100 vezes 
maior que a inglesa. Se antes o Rio era o palco dos principais descalabros da 
corporação, esse posto agora parece ser ocupado por São Paulo. Na véspera do 
assassinato na Lapa, a PM paulista transformou o centro da cidade num campo de 
guerra, com gás lacrimogêneo e barricadas em chamas para despejar 200 ocupantes de 
um prédio vazio. 
 
 
Em apenas uma semana, a cidade viu repetir-se o despreparo e a truculência em duas 
regiões próximas. Se voltamos para trás no tempo, há exemplos a perder de vista. O 
governador segue blindado e na liderança das intenções de voto para as próximas 
eleições. E o prefeito, que não tem responsabilidade direta pela ação da PM, poderia 
retificar sua frase infeliz. 
 
 
Bem que a gente gostaria, mas o crime da semana passada não foi um ato isolado. 
 
 
Disponível em <https://goo.gl/rvlYxd>. 
Acesso em 7 nov. 2014. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas: 
I- O autor mostra-se indignado com a banalização da morte, afirmando que as pessoas 
não se mobilizam diante da violência da polícia, seja ela contra ricos ou pobres. 
II- O autor destaca que a violência policial contra os trabalhadores e contra os 
moradores de periferia geralmente não ganha grande repercussão na mídia e não 
estimula protestos populares. 
III- O objetivo do texto é criticar a pirataria, que é crime e gera confrontos entre 
ambulantes e policiais, espalhando violência pela cidade. 
IV- O texto critica a violência da polícia brasileira, mas defende a atuação repressiva 
diante de manifestações e crimes, uma vez que é esse o papel da instituição. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
 
Resposta Selecionada: e. 
II.

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