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ANHANGUERA UNIDADE 3 – CAMPINAS (TAQUARAL) CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA XXXXXXXX Campinas, 2023 1 Eder Carlos Fernandes Relatório da aula prática sobre lançamentos horizontais e colisões Relatório técnico da aula pratica apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Fisíca Geral e Experimental – Mecânica, no Curso de Engenharia Élétrica, na Faculdade Anhanguera . Tutor XXXXXXXX Campinas, 2023 2 RESUMO Este relatório apresenta os procedimentos e resultados de uma prática experimental realizada no laboratório virtual para estudar lançamentos horizontais e colisões. Os objetivos foram entender e identificar os tipos de colisões e suas principais características. Foram realizados lançamentos horizontais e colisões entre esferas metálicas, com medição dos alcances e velocidades, para verificar a conservação de energia. Os resultados mostraram que no lançamento horizontal a velocidade vertical foi de 1,4 m/s, o tempo de queda de 0,25 s e a velocidade horizontal de 1,1 m/s. Na colisão, as massas foram 24,1 g e 24,3 g, as velocidades 0,12 m/s e 0,97 m/s, as quantidades de movimento 0,029 e 0,026, as energias 0,01458 J e 0,0114 J, com coeficiente de restituição de 0,78, caracterizando uma colisão parcialmente elástica. Palavras-chave: Lançamento horizontal. Colisão. Conservação de energia. 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 5 3 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 6 4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ................................................................... 9 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 10 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 11 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12 4 1 INTRODUÇÃO O estudo dos lançamentos horizontais e colisões entre corpos é fundamental para o entendimento da mecânica clássica, que descreve o movimento e interação dos corpos no mundo macroscópico. Conforme destacam Hewitt (2015) e Halliday, Resnick e Walker (2016), nesses fenômenos são observadas claramente a conservação de grandezas físicas como energia e quantidade de movimento, além da aplicação das leis da cinemática que relacionam posição, velocidade e aceleração. Ao realizar um lançamento horizontal, o corpo é lançado com uma velocidade inicial na horizontal, ao mesmo tempo em que é acelerado verticalmente pela gravidade. Já em uma colisão, ocorre uma interação em que há troca de quantidade de movimento e energia entre os corpos. Em ambos os casos, é possível verificar experimentalmente o cumprimento de importantes leis da física. O presente trabalho teve como objetivo estudar lançamentos horizontais e colisões frontais entre esferas metálicas, por meio de um laboratório virtual com simulações computacionais. Foram realizadas medidas de parâmetros como velocidade, alcance, energia cinética e coeficiente de restituição, buscando caracterizar quantitativamente os fenômenos e comprovar a validade das leis da conservação que os regem. Os resultados experimentais permitem verificar na prática os conceitos teóricos estudados. 5 2 OBJETIVOS O presente trabalho tem por objetivos: Realizar lançamentos horizontais de uma esfera metálica a partir de diferentes alturas iniciais; Promover colisões frontais entre duas esferas metálicas de massas conhecidas; Medir experimentalmente os alcances horizontais nos lançamentos e as velocidades das esferas antes e depois das colisões; Calcular as velocidades verticais e horizontais nos lançamentos pelo uso das equações cinemáticas do movimento uniforme (Vx) e uniformemente variado (Vy); Determinar as energias cinéticas das esferas antes e depois das colisões e calcular a variação; Calcular a quantidade de movimento do sistema de esferas antes e depois da colisão; Determinar o coeficiente de restituição das colisões pela razão entre as velocidades de separação e aproximação; Classificar o tipo de colisão (elástica, inelástica ou parcialmente elástica) pela análise do coeficiente de restituição encontrado. 6 3 REFERENCIAL TEÓRICO Lançamentos horizontais Chamamos de lançamento horizontal todo lançamento sob ação da gravidade cujo início se dê a partir de uma altura H do solo, tendo o vetor velocidade inicialmente paralelo ao mesmo, usualmente chamado de Vx. Ao desprezarmos a resistência do ar, consideramos que essa componente velocidade Vx se mantém constante ao longo da trajetória. Ao mesmo tempo em que se desloca na horizontal, o corpo cai em direção ao solo numa velocidade Vy, que é inicialmente nula e aumenta de acordo com a aceleração gravitacional, caracterizando uma queda livre na direção vertical. Aos dois movimentos (nas direções vertical e horizontal) que acontecem ao mesmo tempo, sem que um interfira no outro, damos o nome de princípio da simultaneidade de Galileu. A junção dos movimentos, que acontecem nas direções horizontal e vertical, pode ser ilustrada como na figura a seguir: Onde: Vx apresenta valor constante, determinado no momento do lançamento; H é a altura relativa ao solo de onde o corpo foi lançado; Vy pode ser determinado pelas equações da cinemática V²𝑦=2.𝑔.𝐻 Sendo to tempo de queda, determinado por 𝑡 = √2𝐻/g O alcance A, será então calculado por 𝐴=V𝑥.𝑡 7 Como o lançamento horizontal é uma composição de movimento retilíneo uniforme na direção horizontal com um movimento retilíneo uniformemente variado na direção vertical, as equações utilizadas foram as desses respectivos movimentos, fazendo apenas a substituição das incógnitas de aceleração por g, deslocamento vertical por H e deslocamento horizontal por A. Vale reforçar que a velocidade inicial para o movimento vertical é nula, e, portanto, foi suprimida das equações. Naturalmente, essas equações representam apenas aproximações da realidade, haja vista que desprezamos alguns fatores como a resistência do ar. Colisões Quando há uma colisão entre dois ou mais corpos, em circunstâncias em que podemos considerar o sistema isolado (sem ação de forças externas), dizemos que há uma conservação da grandeza física chamada quantidade de movimento, representada usualmente pela letra Q e calculada pela soma dos produtos da massa pela velocidade dos corpos: Nas aproximações em que essa grandeza se conserva, tempos que: Ao pegarmos, por exemplo, a situação onde duas esferas colidem frontal e centralmente, como ilustrado na figura 2, teremos que 𝑚𝑎. 𝑣𝑎 + 𝑚𝑏. 𝑣𝑏 = 𝑚𝑎. 𝑣𝑎′ + 𝑚𝑏. 𝑣𝑏′, ou seja, a quantidade de movimento total antes da colisão, se iguala a quantidade de movimento total após a colisão. 8 Coeficiente de restituição: A razão entre a velocidade que os corpos se afastam, após a colisão, e a velocidade que os corpos se aproximam, antes da colisão, é chamada de coeficiente de restituição, normalmente representado pela letra e: O valor do coeficiente de restituição é utilizado para determinar o tipo de colisão que ocorreu. Essas colisões podem ser classificadas em: - Perfeitamente elástica: Quando as velocidades de aproximação e afastamento são iguais, o coeficiente de restituição é igual a 1. Este é o valor máximo para o coeficiente, se não considerarmos influênciasde forças externas. Esse tipo de colisão implica na conservação também da energia cinética do sistema. - Inelástica: Nesse tipo de colisão o coeficiente de restituição é igual a 0. Isso significa que os corpos seguem juntos após a colisão. Há, neste caso, grande dissipação de energia cinética, apesar da conservação de quantidade de movimento. - Parcialmente elástica: Nesse caso, a velocidade de afastamento é menor do que a de aproximação, ou seja, 0 ≤ 𝑒 ≤ 1. Há também dissipação de energia cinética, mas os corpos seguem separados após o choque. 9 4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS O experimento foi realizado no laboratório virtual "Lançamentos Horizontais e Colisões" disponível na plataforma VirtuaLab (ALGETEC, 2023). Essa plataforma provê simuladores computacionais que permitem investigar fenômenos físicos de forma prática e segura. Inicialmente, foi feito um reconhecimento da interface do simulador, identificando os controles e opções disponíveis. Em seguida, foram realizados os seguintes procedimentos: 1. Ajuste do experimento, conhecendo os recursos do laboratório virtual; 2. Lançamentos horizontais de uma esfera metálica; 3. Medição do alcance e cálculo da velocidade; 4. Colisões frontais entre duas esferas metálicas; 5. Medição dos alcances e velocidades após a colisão; 6. Cálculo das energias, quantidade de movimento e coeficiente de restituição. Os dados foram registrados em uma tabela. Utilizou-se calculadora, lápis, papel e computador com acesso à internet para realizar os procedimentos e cálculos. 10 5 RESULTADOS Nos lançamentos horizontais, a esfera metálica foi lançada 5 vezes da altura de 100 mm. A velocidade vertical calculada foi de 1,4 m/s, utilizando a equação vy^2 = 2.g.h. O tempo de queda livre foi de 0,25 s. Com esses dados, determinou-se a velocidade horizontal de 1,1 m/s e o alcance médio de 275 mm. Nas colisões frontais, as massas das esferas metálicas 1 e 2 foram de 24,1 g e 24,3 g, respectivamente. Suas velocidades antes da colisão foram 0,12 m/s e 0,97 m/s. As quantidades de movimento calculadas foram 0,029 para a esfera 1 e 0,026 para a esfera 2. A energia cinética antes da colisão foi de 0,01458 J e depois de 0,0114 J. O coeficiente de restituição encontrado foi de 0,78. A partir dos resultados, pode-se concluir que houve uma colisão parcialmente elástica, com perda parcial de energia cinética, mas conservação da quantidade de movimento, dentro da margem de erro experimental. O valor do coeficiente de restituição confirma que as esferas se afastaram com velocidade menor que a de aproximação. 11 6 CONCLUSÃO A realização deste experimento virtual possibilitou investigar de forma prática os lançamentos horizontais e colisões frontais entre esferas metálicas, por meio de simulações computacionais interativas. Nos lançamentos horizontais, a variação da altura inicial permitiu observar a influência deste parâmetro no alcance e velocidades, verificando a validade das equações cinemáticas que descrevem o movimento uniforme na horizontal e uniformemente variado na vertical. Nas colisões frontais, a medição das velocidades, energia e quantidade de movimento antes e depois do impacto possibilitou caracterizar quantitativamente o fenômeno e identificar a conservação da quantidade de movimento e perda parcial da energia cinética. O cálculo do coeficiente de restituição comprovou tratar-se de uma colisão parcialmente elástica. Dessa forma, o experimento virtual cumpriu o objetivo de permitir o estudo prático dos conceitos teóricos relacionados a lançamentos e colisões, por meio de procedimentos simples e seguros, mas que reproduzem adequadamente os fenômenos físicos envolvidos. Os resultados obtidos estão de acordo com o esperado pela teoria, comprovando sua validade. O uso de laboratórios virtuais se mostra uma ferramenta muito útil para o ensino de Física, complementando os conhecimentos teóricos com uma abordagem experimental investigativa, o que pode melhorar o aprendizado e compreensão dos conceitos. 12 REFERÊNCIAS ALGETEC. Laboratórios Virtuais. Disponível em: https://www.virtuaslab.net/. Acesso em: 04 mar. 2023. CHAVES, Alaor. Física Básica: Mecânica. Grupo GEN, 2007. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física - Vol. 1 - Mecânica. 10a ed. Grupo GEN, 2016. HEWITT, Paul. Física Conceitual. Grupo A, 2015. NUSSENZVEIG, H. Moysés. Curso de física básica 1: mecânica. 4a ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002. RAMALHO JUNIOR, Francisco; FERRARO, Nicolau Gilberto; SOARES, Paulo Antônio de Toledo. Os fundamentos da física. Vol. 1. 11a ed. São Paulo: Moderna, 2016. SERWAY, Raymond A.; JEWETT JR., John W. Princípios de física: mecânica clássica. Vol. 1. São Paulo: Cengage Learning, 2016. TIIPLER, Paul Allen; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros. Vol. 1, 6a ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.