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AFYA – FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS CURSO DE MEDICINA 3° PERÍODO RAISSA CRISTINA DINIZ DORNELES Úlceras de membro inferior de origem ARTERIAL e VENOSA? ITACOATIARA – AM 2023 RAISSA CRISTINA DINIZ DORNELES Úlceras de membro inferior de origem ARTERIAL e VENOSA? Trabalho apresentado ao curso de Medicina da Faculdade ITPAC Itacoatiara, para obtenção de nota parcial do eixo Sistemas Orgânicos Integrados III – SOI III. Docente: Prof°. Camila Araújo ITACOATIARA – AM 2023 Quais as diferenças, do ponto de vista clínico, das úlceras de membro inferior de origem ARTERIAL e VENOSA? As úlceras são lesões superficiais ou profundas que podem ser causadas por diversos fatores como hereditariedades, doenças pré-existentes, sedentarismo, obesidade, tabagismo. No caso das úlceras em membros inferiores, existem dois tipos principais: as venosas e as arteriais, comumente causadas por problemas de circulação. O termo úlcera se refere à destruição da camada de epiderme com a extensão, podendo ser variável, desde limitada a derme ou eventualmente atingindo tecidos subcutâneos ou mesmo tecidos mais profundos. As úlceras de membros inferiores constituem um grave problema social e de saúde coletiva de âmbito mundial, acometem o usuário surgindo espontaneamente ou de forma acidental, geralmente evoluindo para uma lesão crônica, sendo acompanhadas por outros agravos passíveis de prevenção. Para tanto, a lesão crônica é aquela que não cicatrizou espontaneamente em três meses e que, na maioria das vezes, apresenta processos infecciosos, caracterizando-se como lesão complexa quando associada com patologias sistêmicas que prejudicam o processo de cicatrização. No Brasil, entre as úlceras de membros inferiores, a úlcera venosa é a mais prevalente, constituindo 70% a 90% das úlceras, seguidas por 10% de úlceras arteriais. Nesse contexto, as úlceras crônicas são classificadas em venosas, arteriais, mistas e neurotróficas, estando associadas com a insuficiência venosa crônica, a insuficiência arte rial, a neuropatia, o linfedema, a artrite reumatoide, os traumas, a osteomielite crônica, a anemia falciforme, as vasculites e os tumores cutâneos. As úlceras de etiologia venosa é a que possui maior prevalência, correspondendo aproximadamente 80% a 90% das úlceras encontradas nos membros inferiores, sendo que a insuficiência venosa crônica (IVC) é a principal responsável pelo seu surgimento. Úlceras Venosas: fisiopatologia São o tipo de lesões ulcerosas de membros inferiores mais comuns. Neste caso, ocorrem devido à hipertensão venosa crônica, em consequência da insuficiência venosa crônica (IVC), causada por dificuldade do retorno venoso. A IVC está relacionada à presença de hipertensão venosa prolongada que se desenvolve quando a pressão venosa está aumentada e o retorno do sangue é diminuído através de vários mecanismos, podendo ser resultado da incompetência valvular das veias superficiais e profundas, da obstrução venosa, ou uma combinação destes. Esses fatores são agravados pela disfunção no músculo da panturrilha. A disfunção da bomba muscular da panturrilha, associada ou não à disfunção valvular leva ao acúmulo excessivo de líquido e de fibrinogênio no tecido subcutâneo, resultando em edema, lipodermatosclerose e, finalmente, ulceração. A pressão venosa permanece elevada nos membros inferiores durante a deambulação, quando, em condições normais, deveria diminuir. Assim, os tecidos adjacentes são expostos a uma pressão venosa elevada continuamente, enquanto o paciente permanece com as pernas para baixo. Quando as válvulas nas veias das pernas estão danificadas ou as veias estão dilatadas, o fluxo sanguíneo retrógrado resulta em hipertensão venosa. A pressão venosa sustentada na deambulação leva ao extravasamento de fluidos e proteínas, que causa edema e extravasamento de eritrócitos, o que resulta em deposição e pigmentação de hemossiderina. A destruição mecânica das células endoteliais resulta na desmarginalização e na ativação de leucócitos, o que leva à inflamação persistente e ao estresse oxidativo, juntamente com a expressão de citocinas e metaloproteinases de matriz volume de colágeno que resultam na destruição dos tecidos dérmicos e na subsequente formação de úlceras. A fibrina pericapilar atrapalha os fatores de crescimento e interrompe a difusão do oxigênio, contribuindo, assim, para a hipóxia do tecido local. O resultado é a perda de substância contínua na pele com feridas com drenagem de secreção e induração circundando a lesão. Úlceras Arteriais: fisiopatologia São lesões oriundos da obstrução das artérias, sendo que a falta de sangue rico em oxigênio e nutrientes para irrigar os tecidos causa morte celular e, consequentemente, facilita o surgimento dessas feridas. A úlcera arterial é causada por uma alteração na luz da estrutura vascular arterial, devido a uma obstrução que comprometendo a perfusão dos tecidos irrigados por ele gerando a isquemia. Ocorre a hipóxia tissular levando a desvitalização do tecido, formação de detritos anaeróbicos, que facilitam o aparecimento de infecções e até amputações dos membros afetados. As causas mais frequentes são arteriosclerose, a hipertensão arterial, hipercolesterolemia, tabagismo e diabetes mellitus. Úlceras por Diabetes Melito As causas das úlceras do pé diabético são multifatoriais e incluem insuficiência arterial e neuropatia, que conferem uma predisposição à lesão e à formação de úlceras. A perda de sensibilidade protetora em pacientes com diabetes melito torna-os vulneráveis a trauma físico. A sudorese inadequada e a perfusão alterada no pé levam a uma pele seca, que é facilmente ferida por traumatismo mínimo e repetitivo. A neuropatia autônoma leva a deformidades dos pés (por exemplo, artropatia de Charcot) que resultam em pressão sobre áreas proeminentes do pé. Outras anormalidades relacionadas ao diabetes melito (como a função de leucócitos defeituosa) prejudicam a cicatrização de feridas e levam à perpetuação de úlceras e infecção secundária. Entre as úlceras associadas com neuropatia periférica, o diabetes melito, de longe, representa a maior etiologia, mas pode ocorrer associado a sífilis, deficiências nutricionais e doenças autoimunes. Úlceras de Pressão Essas úlceras são causadas por pressão não aliviada sobre as proeminências ósseas, como o calcanhar, e geralmente se desenvolvem em pacientes que não deambulam. A compressão prolongada dos tecidos, juntamente com fricção e cisalhamento, resulta em isquemia e necrose do tecido local, o que leva à formação de úlceras. Outras causas incluem infecções, vasculopatias, hemoglobinopatias como a anemia falciforme, pioderma gangrenoso, paniculites, malignidades, medicações e picada por aranha-marrom, cada uma delas com uma fisiopatologia em particular. INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA (IVC) 1. Definição Conjunto de manifestações clínicas causadas pela anormalidade (refluxo, obstrução ou ambos) do sistema nervoso periférico (superficial, profundo ou ambos) → membros inferiores; Incapacidade das veias dos membros inferiores → retorno venoso adequado. 2. Fisiopatologia ✓ Hipertensão venosa; ✓ Pressão venosa superficial distal nos membros inferiores de indivíduos normais: 80 a 90mmHg no repouso; ✓ Atividade física → decresce: 30 a 40mmHg; ✓ Indivíduos com IVC → diminui significantemente menos (para algo como 70mmHg) ou mesmo aumenta, como na ocorrência de veias perfurantes insuficientes onde a pressão do compartimento muscular pode ser transmitida à superfície; ✓ insuficiência das válvulas por afastamento de suas cúspides secundariamente a essa dilatação→ varizes primarias com disfunção da parede venosa, focal ou generalizada; ✓ Coluna de sangue → pressão hidrostática → progressivo → com ou sem participação das veias perfurantes termina por transmitir-se aos capilares sanguíneos; ✓ Aumento de saída do líquido e pequenas proteínas para o espaço extra- vasal → compensado pela reabsorção → próprio capilar durante o repouso → capacidade de absorção do sistema linfático o que evita alterações maiores como o edema, caracterizando assim a fase CEAP II; ✓ Piora do quadro de hipertensão venosa → entrada de líquido e proteínas no interstício ultrapassa a capacidade de captação capilar e linfática ocorrendo o edema que caracteriza a fase CEAP III; ✓ Participação do sistema imunológico → moléculas de adesão intercelular (ICAM-1), e citoquinas como interleucina (IL-6 e 8) e fator de necrose tumoral (TNFβ), ocorre um estímulo local a resposta inflamatória através de macrófagos e neutrófilos → determinar aumento da permeabilidade capilar com o aumento do extravasamento → acompanhado de macromoléculas e elementos figurados do sangue → hemácias → fagócitos → tenta absorver → consequência: aumentam a produção de grânulos citoplasmáticos contendo radicais livres de oxigênio potencializando ainda mais a resposta inflamatória local; ✓ Região acometida → a diminuição de fluxo na microcirculação com consequente diminuição de oxigenação e trocas metabólicas; ✓ Lise das hemácias → espaço extracelular → subproduto → Hemossidina → irritante aos tecidos; ✓ hipoperfusão tecidual relativa e agressão celular com depósito de hemossiderina culminam na expressão da fase CEAP IV; ✓ eczema de estase com ressecamento, descamação, adelgaçamento e prurido na pele, sinais inequívocos da alteração inflamatória; ✓ Processo de dermatolipoesclerose secundário a grande concentração de líquido e principalmente proteínas que ficaram retidas no interstício celular → endurecimento e aumento do poder oncótico intersticial e posterior a fibrose da pele e principalmente do tecido celular subcutâneo; ✓ O agravamento da condição tecidual → da pele e solução de continuidade com os tecidos mais profundos, → “úlcera de estase” ou “úlcera varicosa”. Manifestação clínica Principais sintomas: Desconforto em membros inferiores, dor e inchaço. A dor pode ser generalizada ou localizada em determinada veia, úlcera ou área de lipodermatosclerose. Dor e desconforto podem causar limitação à deambulação. O inchaço piora ao longo do dia em pacientes que permanecem em pé ou sentados por muito tempo. Fatores de risco de doença venosa: Idade avançada, obesidade, tabagismo, história familiar de doença venosa crônica; história pessoal de trombose venosa em membros inferiores ou trauma de membro inferior, estilo de vida sedentário com longa permanência diária em ortostatismo ou em posição sentada; gravidez e hiperestrogenismo. Avaliar comorbidades: Doença arterial periférica, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, diabetes, artrite e outros → tornando os casos mais graves; Complicações: Muitas vezes, a busca pelo atendimento médico é o surgimento de úlceras venosas ou o sangramento espontâneo ou por trauma de veias varicosas. Exame físico Avaliação clínica → membros inferiores desde os pés até a virilha, (avaliar o abdome e região a genital em casos específicos); Exame físico: paciente em pé → definir o tamanho, localização e distribuição das veias varicosas, presença e quantificação do edema, eventuais alterações de pele como hiperpigmentação, eczema, atrofia branca e úlceras cicatrizadas ou abertas; Sinais de hipertensão venosa tais como: eczema, hiperpigmentação e fibrose, sendo seu fundo róseo, eventualmente friável e sangrante. Telangiectasias e/ou veias reticulares: Achado clínico mais comum em pacientes com dilatação venosa leve. São mais frequentes no sexo feminino. Veias varicosas: Veias subcutâneas dilatadas e tortuosas com mais de 3 mm de diâmetro. Edema: Inicialmente aparece na região perimaleolar no fim do dia. Com a progressão da doença, o edema surge e desenvolve-se ao longo de todo o dia. ➢ O edema se limita aos membros inferiores (inicialmente unilateral ou bilateral), sendo acompanhado por outros achados de doença venosa (hiperpigmentação da pele, veias varicosas, reticulares e telangiectasias); ➢ O edema melhora com o decúbito e a elevação do membro (embora outras causas de edema hidrostático também melhorem nesse caso); ➢ A pressão venosa central é normal (clinicamente se manifesta pela ausência de turgência jugular), embora esse fato não descarte edema por insuficiência venosa; ➢ Há baixa resposta ao diurético (visto que o mecanismo fisiopatológico não é hipervolemia), podendo cursar, inclusive, com hipotensão. Incluindo palpação de pulsos para afastar alterações arteriais grosseiras → tornozelo, panturrilha e coxa; Hiperpigmentação da pele: Ocorre coloração gradativa da pele, inicialmente na região perimaleolar medial, progredindo para o dorso do pé e perna. Dermatite por estase: Sinal precoce da doença venosa funcional crônica, apresentando-se como um rash cutâneo eczematoso com eritema, prurido, erosões e crostas. O prurido intenso pode causar escoriações por coçadura. Lipodermatosclerose: Manifestação tardia e grave da insuficiência venosa crônica. Paniculite fibrosante do tecido celular subcutâneo acometendo regiões perimaleolares e perna distal, com hiperpigmentação evoluindo com fibrose e endurecimento da pele e com comprometimento venoso e linfático. Úlcera venosa: Úlceras no trajeto das veias safenas magna e parva, sendo muito comum sua localização perimaleolar (especialmente medial), de aparecimento espontâneo ou decorrente de trauma. Podem ser múltiplas ou única, são dolorosas, superficiais, exsudativas e com tecido de granulação. Inspeção Morfologia e localização → a distribuição dos trajetos varicosos e a natureza das varizes; Definir → são varizes, veias reticulares ou telangiectasias → trajeto da veia safena magna, parva ou se tem localização diversa e se esvaziam pela elevação dos membros; Obstrução das veias ilíacas → presença de colaterais abdominais e pélvicas; Varizes pélvicas → Veias dilatadas muito proximais à raiz da coxa e fora da projeção da croça da safena; Veias perfurantes nos membros inferiores; Examinar os dois membros inferiores (bilateral); Varizes primárias → são bilaterais em estágios diversos na evolução; as úlceras não são muito extensas, ocorrem tardiamente e em geral são indolores, exceto na ocorrência de infecção. Varizes secundárias tendem ser unilaterais e o trajeto se apresenta de modo anárquico; Pele → cor, textura, aspectos. Palpação Palpa-se os linfonodos e as varizes. Palpa-se a tensão venosa e deve-se acompanhar o trajeto para verificar a existência de flebite. A palpação é preciosa na localização das perfurantes baseando-se nos defeitos da fáscia muscular Abordagem Diagnóstica Vale ressaltar, o diagnóstico de insuficiência venosa é clínico, com sinais clínicos sugestivos e exclusão de outras causas de edema (especialmente hipervolemia e insuficiência cardíaca congestiva); Em casos duvidosos, no entanto, um Doppler de membros inferiores pode confirmar o diagnóstico e ajudar na avaliação da gravidade da doença e na indicação de intervenções terapêuticas. Doppler venoso de membros inferiores: Indicado em quase todos os casos de doença venosa crônica, seja para confirmação diagnóstica dos casos duvidosos ou refratários, ou para avaliação da natureza e extensão do refluxo venoso que define a proposta terapêutica. Pode avaliar a insuficiência venosa funcional (refluxo venoso), a hipertensão venosa e a trombose venosa profunda (TVP). Além disso, pode detectar refluxo najunção safenofemoral ou safenopoplítea, localizar perfurantes incompetentes e insuficiência valvular; Venografia: Padrão-ouro no diagnóstico de TVP. Possibilita o diagnóstico anatômico e a avaliação hemodinâmica de todo o sistema venoso do membro, no entanto seu alto custo e invasão não justificam seus benefícios adicionais quando comparado ao Doppler. Não é indicada de rotina. Angiotomografia venosa (TCV) e angiorressonancia venosa (RMV) → principais indicações ainda residem nos casos em que o USD não é conclusivo, em especial nos casos de estenose ou obstrução do segmento venoso iliacocava e insuficiência de veias gonadais em associação com varizes pélvicas. Úlceras arteriais As úlceras arteriais costumam ser bem mais graves, especialmente pela difícil cicatrização e tratamento. Elas ocorrem em virtude da obstrução das artérias, uma vez que há ausência do fluxo sanguíneo, resultando na morte celular e no surgimento das lesões. Esse tipo de úlcera geralmente está relacionado à doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), sendo a aterosclerose a causa mais comum. Nela, há um acúmulo de placas de gordura e outras substâncias na parede das artérias, causando obstrução do fluxo sanguíneo. Características clínicas que auxiliam no diagnóstico Sintomas de claudicação intermitente, embora típicos da doença arterial, podem passar despercebidos por uma relativa tendência à imobilidade desses pacientes. Costumam ser úlceras dolorosas, mesmo quando pequenas em diâmetro, com piora da dor ao elevar o membro e algum alívio ao colocá-lo em posição pendente. As úlceras geralmente se localizam nas porções laterais ou pré-tibiais das pernas, assim como dorso dos pés ou sobre proeminências ósseas. Apresentam-se classicamente com formato arredondado, borda bem demarcada, fundo pálido e por vezes necrótico e exsudato mínimo ou ausente. As extremidades são frias, o tempo de enchimento capilar é lenticado (> 34 segundos) e os pulsos arteriais periféricos são muito reduzidos ou ausentes. Como consequência da hipoperfusão arterial, podem ser observadas alterações trócas como: pele pálida, na descamativa, com pelos rarefeitos e unhas espessas. Quadro clínico ✓ Pacientes com doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), muitas vezes, não apresentam queixas → os sinais e sintomas aparecem de forma gradual; ✓ Os sintomas começarão aparecer quando o fornecimento de sangue não satisfaz os requisitos metabólicos para atender à demanda de O2 como consequência do estreitamento arterial; ✓ Gravidade depende do grau de estreitamento arterial, do número de artérias afetadas, do nível de atividade física dos pacientes e da rede de artérias colaterais formadas; ✓ A gravidade depende do grau de estreitamento arterial, do número de artérias afetadas, do nível de atividade física dos pacientes e da rede de artérias colaterais formadas (correm entre outras artérias, proporcionando conexões extras); Assim, a doença pode manifestar-se como: ✓ Claudicação intermitente e dor nos membros inferiores (MMII) em repouso; Dor na panturrilha, pois o musc. Gastrocnêmico tem o maior consumo de O2 durante a prática de atividade física → sensação de dormência/formigamento (ativação de receptores sensoriais locais pelo acúmulo de lactato e de outros metabólicos → apresentando múltiplas lesões); ✓ Dor atípica em MMII; ✓ Úlcera/gangrena (feridas que não cicatrizam); ✓ Fraqueza nas pernas; ✓ Perda de pelos; ✓ Crescimento lento das unhas dos pés; ✓ Disfunção erétil entre os homens; ✓ Diminuição dos músculos das pernas; ✓ Rarefação de pelos em MMII; ✓ Onicose (deformidade das unhas); ✓ O pé às vezes se apresenta frio, e os pulsos poplíteo e podálico são fracos ou inexistente; Classificação de Fontaine e Rutheford Exame de rotina ✓ Índice tornozelo-braquial: ≤ 0,9 indica obstrução (comparação entre a pressão arterial medida no tornozelo em relação a medida na artéria braquial); ✓ Registro do volume de pulso: Demonstra graficamente as alterações volumétricas do pulso em um segmento; ✓ Medida da pressão segmentar: Presença de gradiente entre os segmentos demonstra presença de obstrução; ✓ Teste ergométrico: Avalia significância clínica das estenoses; ✓ Ultrassonografia com Doppler: Na presença de estenose, observa-se aumento da velocidade do fluxo sanguíneo através pelo lúmen estreitado; Exame com ultrassom duplex de uma estenose significativa na artéria femoral comum direita. A figura ilustra uma imagem duplex assistida por cores da artéria mostrando o sítio de interrogação do pulso Doppler. O aumento na velocidade é consistente com estenose significativa. ✓ Angiografia por ressonância magnética: Auxilia na tomada de decisão para intervenção endovascular e cirúrgica; Angiografia por subtração digital com oclusão da artéria ilíaca externa esquerda após seu local de origem (seta). Angiograma por ressonância magnética de dois pacientes diferentes, cada um com claudicação na panturrilha. (a) Estenose focal na artéria femoral superficial direita em um paciente com claudicação na panturrilha direita. (b) Oclusão segmentar longa na artéria femoral superficial esquerda em um paciente com claudicação na panturrilha esquerda. Arteriogramas de um paciente com claudicação incapacitante na perna esquerda. Uma estenose focal (seta) é bastante visível na artéria femoral superficial (a). A permeabilidade foi recuperada depois da angioplastia transluminal percutânea (b). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ✓ Aneurisma arterial (ex.: poplítea); ✓ Dissecção aórtica; ✓ Embolismo; ✓ Tromboangeíte obliterante (doença de Buerger); ✓ Síndrome da poplítea aprisionada; ✓ Doença cística da adventícia. ABORDAGEM TERAPÊUTICA ✓ O objetivo do tratamento da DAOP é a redução na morbimortalidade cardiovascular, assim como a melhora na qualidade de vida pela redução dos sintomas de claudicação, eliminando a dor em repouso e preservando a viabilidade do membro; ✓ Diminuir o risco de IAM e AVE; ✓ Melhorar distância de marcha. Portanto, as considerações terapêuticas incluem o controle dos fatores de risco: ✓ Cessação do tabagismo; ✓ Tratamento do diabetes; ✓ Controle da pressão arterial; ✓ Prática de exercícios físicos supervisionada para os que toleram; ✓ Agentes antiplaquetários: Ácido acetilsalicílico se mostrou o antiplaquetário mais seguro. Não há benefício na dupla antiagregação. O Clopidogrel pode ser usado com os melhores resultados em relação a desfechos, porém aumenta o risco de sangramento. REFERÊNCIAS 1. Garcia AB, Müller PV, Paz P de O, Duarte ÊRM, Kaiser DE. Percepção do usuário no autocuidado de úlcera em membros inferiores. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2018;39:e2017–0095. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.2017-0095 2. Lopes, Célia Regina et al. Avaliação das limitações de úlcera venosa em membros inferiores. Jornal Vascular Brasileiro [online]. 2013, v. 12, n. 1 [Acessado 18 setembro 2023], pp. 5-9. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1677-54492013000100003>. Epub 03 Abr 2013. ISSN 1677-7301. https://doi.org/10.1590/S1677- 54492013000100003. 3. Joaquim FL, Silva RMCRA, Garcia-Caro MP, Cruz-Quintana F, Pereira ER. Impact of venous ulcers on patients’ quality of life: an integrative review. Rev Bras Enferm [Internet]. 2018;71(4):2021-9. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0516 4. Abbade LPF, Frade MAC, Pegas JRP, Dadalti-Granja P, Garcia LC, Bueno Filho R, Parenti CEF. Consensus on the diagnosis and management of chronic leg ulcers - Brazilian Society of Dermatology. An Bras Dermatol. 2020;95(S1):1-18. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.abd.2020.06.002 https://doi.org/10.1590/S1677-54492013000100003https://doi.org/10.1590/S1677-54492013000100003 http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0516 https://doi.org/10.1016/j.abd.2020.06.002
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