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20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 1/49 Aplicação de primeiros socorros II Prof.ª Henrique Luz Coelho Descrição Estudo dos protocolos utilizados em primeiros socorros e suas aplicabilidades em relação às vítimas de emergências psiquiátricas, acidente vascular cerebral, doenças infeciosas, rabdomiólise, afogamento e lesões traumáticas. Propósito Reconhecer os protocolos utilizados nas urgências e emergências clínicas das vítimas de afogamento e de lesões traumáticas, considerando o tratamento, as particularidades e as ações de sobrevivência para esses casos. Objetivos Módulo 1 Urgências e emergências Identificar as urgências e emergências clínicas. Módulo 2 Afogamento Reconhecer os primeiros socorros para casos de afogamento. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 2/49 Módulo 3 Lesões traumáticas Identificar as principais lesões traumáticas. 1 - Urgências e emergências Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as urgências e emergências clínicas. Urgências e emergências clínicas Neste tema, forneceremos conceitos, definições e exemplificações práticas direcionadas às ações relacionadas com o atendimento pré-hospitalar e seus tratamentos efetivos. Logo, você irá percorrer algumas temáticas essenciais, como urgências e emergências clínicas – emergências psiquiátricas, acidente vascular cerebral (AVC), doenças infecciosas e rabdomiólise –, vítimas de afogamento e de lesões traumáticas automobilísticas, no abdome e no tórax, no crânio e algumas lesões traumáticas ortopédicas mais recorrentes. A compreensão deste conteúdo levará à identificação dos primeiros socorros relacionados ao apoio do diagnóstico, ao tratamento e todos os demais aspectos relacionados à sobrevivência das vítimas, inclusive no pré e no pós-tratamento. Introdução 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 3/49 Neste módulo, veremos algumas urgências e emergências clínicas, abordando três áreas do corpo humano: mental, sistema nervoso central e sistema urinário, além de abordagens generalizadas sobre algumas doenças infecciosas que também irão ilustrar ações essenciais de primeiros socorros. Iniciaremos pelo AVC, que é uma condição clínica muito comum. Acidente vascular cerebral (AVC) O atendente de urgência e/ou emergência normalmente encontra nos hospitais e demais unidades de atendimento de diversos níveis (hospitais de grande, médio ou pequeno porte, clínicas e demais unidades básicas de saúde) uma condição clínica especial em pacientes que sofrem um AVC. Esta condição clínica especial compõem um quadro agudo, com queda do estado de consciência e déficits motores. Confira alguns sintomas: Perda súbita de força física Formigamento Confusão e dificuldade na fala ou na compreensão Perda da visão subitamente Tontura súbita Perda de equilíbrio ou coordenação 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 4/49 Todas essas características, citadas, são clássicas dessa patologia, devem ser observadas pelo atendente de primeiros socorros. A maior preocupação em relação ao tratamento de pacientes com AVC é minimizar sequelas e complicações oriundas desse quadro clínico específico. Como o comprometimento cerebral acarreta cuidados extremamente especiais, a velocidade na realização dos procedimentos médicos adequados é crucial para o futuro do paciente, visto que pode levar à recuperação plena ou à diminuição das sequelas. Comentário A hipótese diagnóstica de AVC deve ser apoiada pelo quadro clínico apresentado pela vítima, e o fechamento do diagnóstico, geralmente, precisa ser circunstanciado com exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética). Em busca de melhores resultados, o pós-tratamento deve ser continuado com a utilização de serviços fora das unidades de saúde, como os serviços fisioterápicos. A falta de tratamento ou o tratamento demorado pode ocasionar sequelas mais graves ou irreversíveis. Ainda em relação ao tratamento do paciente apresentando um possível AVC, a rotina de atendimento é bem parecida com aquela adotada para um paciente com queda drástica do estado de consciência. Deve-se observar os seguintes quesitos: o estado global de respostas neurológicas; se há parada cardíaca; se há depressão do estado de consciência, com referência na escala de Glasgow; se há bloqueios na passagem de ar na cavidade orofaríngea. Escala de Glasgow Dor de cabeça intensa e súbita 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 5/49 A escala de Glasgow ou escala de coma de Glasgow é um método utilizado para definir o estado neurológico de pacientes, que sofrem uma lesão cerebral aguda, atestando seu nível de consciência e sendo uma importante ferramenta no diagnóstico rápido e na atenuação de sequelas graves. Emergências psiquiátricas As emergências psiquiátricas são correlacionadas a alterações nos pensamentos, nos sentimentos ou nos comportamentos que podem levar à ação de intervenção rápida. Podem representar risco para o paciente e seu acompanhante. As crises psiquiátricas levam o paciente ao intenso sofrimento emocional e, até mesmo, físico. Fantasias e expectativas absurdas e irreais, conhecidas como delírios, influenciam as respostas ao tratamento. O primeiro passo no atendimento do paciente em crise psiquiátrica é avaliar e definir os níveis de risco que o paciente apresenta para si mesmo e para os outros. No intuito de proteção à vida, depois dessa definição, é preciso diferenciar condições orgânicas de condições funcionais. Essa diferenciação é importante pois algumas condições orgânicas podem ser ameaçadoras à vida e podem também simular alguns transtornos psiquiátricos. As principais condições psiquiátricas comumente associadas à violência que devem ser observadas são: Distúrbios psicóticos ligados ou não à esquizofrenia ou manias; apresentando paranoias ou episódios de alucinações com vozes de comando; além disso ainda temos: 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 6/49 Segundo os Protocolos de Emergência e Urgência (HCE, 2017), a entrevista de um paciente em crise deve ser o mais breve possível, focando principalmente na queixa apresentada pelo paciente ou por sua família. Se outras pessoas estiverem presentes, uma história suplementar deve ser obtida. Em situações como essa, não se deve enfrentar o paciente diretamente. A conduta deve ser feita a partir de uma atitude calma, firme e segura, onde devem ser estabelecidos limites claros. Além disso, o atendente Distúrbios psicóticos ligados ou não à esquizofrenia ou manias, apresentando paranoias ou episódios de alucinações com vozes de comando. Excitação catatônica. Depressão com agitação. Distúrbios de personalidade de fúria ou pouco controle dos impulsos. Intoxicação ou abstinência de álcool ou drogas ou a combinação dos dois. Distúrbios orgânicos. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 7/49 deve estar no controle e agir pronta e decisivamente, caso o paciente se descontrole, para proteger e evitar ferimentos a si mesmo e a outros. Comentário Durante a avaliação, deve-se ficar atento a qualquer sinal de violência iminente. Alterações abruptas no comportamento, na fala ou nos afetos podem sinalizar uma perda de controle. Outros sinais podem ser: atos de violência recente, dentes e punhos cerrados, ameaças verbais, agitação psicomotora, intoxicação, delírios paranoides ou alucinações auditivas de comando. Em relação aotratamento, a primeira coisa a se fazer é se proteger, sabendo-se que a violência é uma eminência bem provável, o atendente jamais deverá se colocar em posição e situação de risco em que ele possa ser surpreendido por agressão. Com isso, é importante seguir essas ações práticas: ficar no campo de visão em que outros indivíduos da equipe possam identificar a cena de atendimento e um pouco distante, cerca de um pouco mais da distância de um braço; manter-se a pelo menos a um braço de distância de qualquer paciente que possa ser violento; não desafiar um doente psicótico; jamais virar as costas para ele. Atenção! Por vezes, a conduta médica necessária é a utilização de medicação para tranquilizar o paciente. Deve-se atender ao princípio da tranquilização máxima com a menor sedação possível. Doenças infecciosas As doenças infecciosas são causadas por micro-organismos como bactérias, fungos, protozoários e vírus. Elas podem ocasionar desde doenças fatais, passando por perturbações passageiras ou até doenças crônicas. Nos países em desenvolvimento, elas são uma causa relevante de morbidade e mortalidade. Mesmo com todo esforço nos estudos para os avanços no diagnóstico dessas doenças, a Infectologia apresenta diagnósticos difusos e muito amplos, levando-se em conta ainda as restrições de tempo e custo. Comentário No Brasil, um país com dimensões continentais, diversos biomas, climas e relevos, muitas doenças infecciosas persistem, assim como a gripe, as infecções de pele, as infecções hospitalares, as hepatites virais dos tipos B e C, a tuberculose e as doenças respiratórias e diarreicas. A dengue, por exemplo, tem relevância histórica no Brasil, principalmente 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 8/49 durante os verões, quando seu agente transmissor eclode com potencial para atingir a população. A maioria das doenças infecciosas pode ser adquirida; isso vai depender de fatores geográficos, ambientais e comportamentais. A transmissão pode ocorrer de maneira horizontal, ou seja: De forma direta Por meio do contato direto do indivíduo infectado com o hospedeiro. De forma indireta Por objetos ou aerossóis, por contato com água ou alimentos contaminados ou ainda por vetores animais. Pode ocorrer também a transmissão vertical, quando o embrião ou feto é contaminado a partir da mãe. Quanto à prevenção, a vacina continua sendo umas das formas mais eficazes de se evitar as doenças e até mesmo tratá-las. Existe outras maneiras eficazes para a prevenção de doenças infecciosas, dependendo do tipo de micro-organismo e do modo de transmissão. Falando sobre transmissão, estas são as vias: Contato direto ou indireto, seja por meio de objetos contaminados ou perdigotos, pela água ou alimentos contaminados e por vetores animais. A seguir, encontraremos algumas doenças infecciosas que levam o indivíduo aos atendimentos nas diversas unidades hospitalares. Perdigotos Gotículas contaminadas de saliva que são impelidas, geralmente pelo espirro ou pela tosse. Chikungunya É uma doença viral oriunda da África Ocidental causada pelo vírus CHIKV e transmitida por mosquitos do gênero Aedes (Aedes aegypti e Aedes albopictus). Esta doença ocasiona poliartralgia febril aguda e artrite. O nome Chikungunya é derivado de uma língua (swahili) de uma região da Tanzânia e significa aquele que se dobra para cima, devido aos quadros de artralgia intensa e que incapacita o paciente. No Brasil, ela é considerada uma doença recente, pois se manifestou no ano de 2014. Diferentemente do vírus Zika ou Zikavírus, aproximadamente 70% dos indivíduos infectados podem apresentar infecção sintomática. A doença possui três fases de evolução: 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 9/49 Aguda Com duração média de 7 dias. Subaguda Com duração médias de 90 dias. Crônica Com duração média mais de 90 dias. Acompanhe, a seguir, cada fase: Aguda A fase aguda se caracteriza por febre de início imediato, acompanhada de poliartralgia, em grandes e pequenas articulações, assim como, dor lombar aguda, cefaleia e fadiga intensa e incapacitante. O exantema (erupção cutânea) está presente em cerca de 50% dos casos, principalmente no tórax, no abdome e nas extremidades, incluindo região palmo-plantar (palma da mão e sola do pé). Dificilmente ocorre na face; alguns sintomas e sinais menos comuns são conjuntivite, faringite, náusea, vômitos, diarreia e dor abdominal. Subaguda A fase subaguda se caracteriza pelo desaparecimento espontâneo da febre, em combinação com a persistência, ou ainda, o agravamento da artralgia e da inflamação de tendões e espaços articulares, principalmente em punhos e tornozelos (ossos do carpo e do tarso). Crônica A fase crônica pode se estender com os sintomas da fase subaguda por mais de três meses, principalmente com a persistência das dores articulares, podendo ocasionar edema articular, limitações de movimentos e até mesmo deformidades. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 10/49 Paciente apresentando manchas na pele decorrentes da Chikungunya. Em relação ao tratamento da infecção por Chikungunya, é realizada a administração de medicamentos anti-inflamatórios que aliviam os sintomas e medicamentos analgésicos que aliviam as dores. Comentário Nos casos agudos, não se prescrevem os anti-inflamatórios não esteroides (AINES) até afastar totalmente a hipótese do diagnóstico de dengue. O que pode causar o prolongamento da dor, principalmente, a articular. Os protocolos de atendimento de primeiros socorros em casos de Chikungunya devem incluir: internação no repouso da emergência se houver instabilidade hemodinâmica; em casos de complicações neurológicas, internar para a investigação em setores específicos. Nos casos suspeitos, durante a fase aguda, o paciente pode apresentar febre, por até 7 dias, acompanhada de artralgia intensa de início súbito. Atenção! Os grupos de riscos para a doença são: gestantes; maiores de 65 anos; menores de 2 anos; pacientes com comorbidades. Os principais sinais de gravidade para os primeiros socorros devem levar em consideração o acompanhamento neurológico, os sinais de choque, a dispneia, os vômitos persistentes e o sangramento de mucosas. Curiosidade No pós-atendimento, deve-se orientar o retorno a uma unidade hospitalar no caso de persistência da febre por mais de 5 dias ou no aparecimento de sinais de gravidade. Dengue 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 11/49 Mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue. É uma doença causada por um arbovírus, sendo conhecidos quatro sorotipos de dengue: os tipos 1, 2, 3 e 4. A proteção cruzada existente é fraca e transitória entre os quatro sorotipos, portanto, indivíduos que vivem em uma área endêmica de dengue podem ser infectados com até quatro sorotipos durante a vida. Diferentes sorotipos do vírus muitas vezes circulam dentro da mesma região (hiperendemicidade), causando epidemias periódicas. A infecção pelo vírus da dengue pode ser do tipo assintomática ou sintomática. Se for sintomática, causa doença sistêmica e de ampla manifestação clínica, variando desde sintomas bem leves até quadros mais graves, podendo levar ao óbito. São três as fases clínicas que podem ocorrer: febril, crítica e de recuperação. Febril A fase febril, geralmente, começa com febre alta, de duração de 2 a 7 dias, acompanhada de artralgia, mialgia e dor atrás dos olhos. Combinados aos sintomas apresentados, podem aparecer também náusea, vômitos e diarreia intermitente. Crítica A fase crítica tem início com a diminuição gradual da febre, entre o terceiro e o sétimo dia da doença, podendo acompanhar dor abdominalintensa e contínua, vômitos persistentes, hipotensão postural, hepatomegalia (crescimento do fígado) maior que 2cm, sangramento, alteração do estado de consciência e aumento progressivo do hematócrito. Em alguns casos, ocorre hemorragia intensa e massiva, sem choque, com frequência em pacientes com histórico prévio de úlcera péptica, gastrites, ou que fazem uso de ácido acetil salicílico (AAS), AINES e anticoagulantes; esses casos são chamados de dengue grave. Recuperação A fase de recuperação começa com a melhora da disfunção orgânica, quando presente, o retorno da diurese e aparecimento de rash (erupção) cutâneo. Como uma essencial condição na avaliação clínica do paciente deve incluir: data do início da febre, presença de sinais de alarme, 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 12/49 diurese, sangramentos, sintomas gastrointestinais e alteração do nível de consciência. Comentário Nos setores de urgência e emergência, nem sempre os exames específicos para confirmação serão obrigatórios, inclusive em situações sazonais e de epidemia. O tratamento, primordialmente, baseia-se na classificação de risco do paciente, de acordo com os sinais e sintomas apresentados, conforme orientações do Ministério da Saúde, tais quais: Atenção! Os indicativos para internação hospitalar são para os pacientes enquadrados nos grupos C e D. No grupo A, deve-se informar ao paciente sobre o reconhecimento dos sinais de alarme, do risco de uso de AAS e de outros AINES, bem como prescrever repouso, dieta e boa hidratação oral. No grupo B, quando são evidenciados o aparecimento de petéquias (manchas vermelhas com relevo semelhantes a brotoeja) ou com doentes em condições especiais (maiores de 65 anos, gestantes, portadores de doenças cardiovasculares, DPOC (Doença pulmonar obstrutiva crônica), doença renal crônica ou outras doenças graves, de acordo clínico, é necessária uma análise clínica especial e diferenciada, bem como a solicitação hemograma para análise do hematócrito. No grupo C, quando os pacientes apresentam sinais de alarme, sendo necessário o início precoce da reposição volêmica (10mg/kg na primeira hora). No grupo D, estão os pacientes que evoluíram com sinais de choque, sangramento grave ou disfunção orgânica. Para esses casos, a reposição volêmica deverá ser maior (20ml/kg em até 20 minutos). 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 13/49 Os protocolos de atendimento de primeiros socorros em casos de dengue devem incluir relato de febre, usualmente de 2 a 7 dias de duração e as seguintes manifestações: náusea, vômitos, exantema, mialgias, artralgia, cefaleia, dor atrás dos olhos, petéquias e leucopenia. In�uenza (gripe) A mundialmente conhecida gripe é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A ou B que ocorre em todo o planeta, principalmente durante o inverno ou em mudanças sazonais do tempo ou por influência de fatores climáticos como por exemplo o El Niño e a La Niña. Muitos indivíduos confundem a gripe com o resfriado comum; isso é uma prática que ocorre com o público leigo, que não conhece a relação do influenza com o estado gripal. Comentário Sobre as características clínicas, é importante salientar que o período de incubação do influenza dura de 1 a 4 dias. O processo de transmissão em indivíduos adultos ocorre principalmente 24 horas antes do início dos sintomas e dura até três dias após o final da febre. Há presença de infecção aguda das vias aéreas (faringite e laringite principalmente) que começa com quadro o febril (temperatura ≥ 37,8°C), com a febre baixando após o segundo ou terceiro dia e voltando ao quadro normal em torno do sexto dia de evolução da doença. A gripe pode vir acompanhada de sintomas clássicos como cefaleia, mialgia, artralgia, rinite, tosse seca, calafrios, náuseas, vômitos, rouquidão e hiperemia das conjuntivas. Esses sinais e sintomas podem levar o doente à prostração, principalmente ao acordar e no começo da noite. As dificuldades respiratórias permanecem por três ou quatro dias após o desaparecimento da febre. A tosse, a fadiga e o mal-estar persistem por até duas semanas. As complicações mais comuns são sinusite, pneumonia bacteriana, otite, pneumonia primária pelo próprio influenza e outras complicações clínicas correlacionadas, como insuficiência cardíaca, asma, diabetes etc. Hiperemia das conjuntivas Vermelhidão ocular, compatível com conjuntivite. Os principais sinais de agravamento são dispneia, saturação de oxigênio menor que 95%, febre persistente por mais de três dias, miosite (inflamação muscular) e outras sintomas menos comuns. Nessas situações, a internação do paciente para acompanhamento da evolução da doença é uma regra, pois, pode ocorrer a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), nos casos mais graves relatados. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 14/49 Para apoiar um diagnóstico de gripe, são realizados exames de sangue, radiografias do tórax e dos seios da face, além do exame clínico, que é imprescindível. A tomografia computadorizada do tórax de alta resolução pode demonstrar evolução de pneumonia decorrente da gripe e outras doenças das vias aéreas correlatas. Comentário A coleta de material (swab) para identificação do vírus influenza, geralmente é realizada apenas nos pacientes que necessitam de internação. Em relação ao tratamento, é importante salientar a hidratação e o uso de medicamentos que tratam os sintomas. O medicamento Tamiflu® pode ser utilizado para todos os casos de síndrome gripal que ofereçam condições e fatores de risco para complicações, independemente se o doente se vacinou ou não. Atenção! Os pacientes com síndrome gripal devem ser orientados para o retorno às unidades de saúde nos casos de piora dos sintomas. Nesses casos, deverão ser reavaliados em relação a todo quadro evolutivo da doença e aos critérios de SRAG ou a outras formas de agravamento do quadro clínico. Outras doenças infecciosas importantes no Brasil Malária – doença aguda e crônica causada pelo protozoário do gênero Plasmodium. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 15/49 Outras dezenas de doenças infecciosas ocorrem no Brasil devido ao extenso território nacional; algumas delas ocorrem em uma região e em outra não. O mais importante é saber como se prevenir delas, compreender o processo de cura e tratamento e como agir nos casos de evolução que necessitam de primeiros socorros e posterior internação ou atendimento nas unidades de saúde. Rabdomiólise A rabdomiólise é uma patologia pouco conhecida pelo público leigo, até pelo seu nome diferenciado. Ela se configura pela destruição aguda e maciça da musculatura esquelética secundária, tendo como causas mais importantes: traumas, queimaduras graves, esforço físico intenso Febre tifoide – doença febril com início dos sintomas de 5 a 21 dias após a ingestão do micro- organismo causador por meio de alimentos ou água contaminados. Leptospirose – zoonose transmitida em todo o mundo por espiroquetas patogênicas do gênero Leptospira. Está relacionada à urina de roedores. Zika – doença ocasionada por um vírus do gênero Flavivírus. É transmitida através da picada do mosquito Aedes aegypti, muito comum no Brasil e em outros países tropicais. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 16/49 em más condições ambientais e sem hidratação adequada, ingestão de álcool e drogas, hipertermia, história de miopatias (Doença muscular) adquiridas e síndrome compartimental (acúmulo de pressão por hemorragia interna). Os casos de atletas de alta performance em condições extremasde treinamento, de militares nas mesmas condições e atletas de fim de semana que exageram nas doses de treinamento são os mais recorrentes e comuns nas unidades hospitalares e necessitam de atendimento de primeiros socorros muito rápido e eficiente. Atenção! O primeiro atendimento nos casos de rabdomiólise é essencial para a sobrevida do paciente até que ele consiga chegar às unidades de saúde, com o uso de um apoio estrutural de pessoal especializado, equipamentos e suporte hospitalar, para que seja efetivamente atendido e salvo. Bebeu água? Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre a importância da hidratação nas situações de doenças infecciosas e fala do processo metabólico da água no organismo. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 17/49 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 São casos de primeiros socorros correlacionados com alterações nos pensamentos, nos sentimentos ou nos comportamentos: A Emergências clínicas. B Rabdomiólise. C Casos de acidente vascular cerebral (AVC). D Emergências psiquiátricas. E Crise de ansiedade isolada. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 18/49 Parabéns! A alternativa D está correta. As emergências psiquiátricas ocorrem quando o indivíduo apresenta alterações nos pensamentos, nos sentimentos ou nos comportamentos, podendo apresentar quadros de violência que requerem uma assistência especial pelo atendente de primeiros socorros dentro ou fora das unidades hospitalares. Questão 2 O esforço físico intenso em ambientes inadequados e a falta de hidratação adequada, combinado com a destruição aguda e maciça da musculatura esquelética pode levar o indivíduo ao quadro de: Parabéns! A alternativa B está correta. A rabdomiólise é uma doença que causa a destruição aguda e maciça da musculatura esquelética, provocada por intenso esforço físico sem a hidratação adequada do indivíduo em condições inóspitas do meio ambiente, por queimaduras, por traumas e outras situações inespecíficas. A DPOC. B Rabdomiólise C Espondilite anquilosante. D Miosite ossificante. E Poliartralgia crônica. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 19/49 2 - Afogamento Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os primeiros socorros para casos de afogamento. De�nições e dados sobre afogamento Infelizmente, a maioria dos afogamentos que ocorre poderia ser evitada. Embora muita gente acredite que as praias são as mais perigosas e as mais frequentadas por nativos e turistas nacionais e estrangeiros, são nas águas doces que ocorre o maior número de afogamentos com vítimas fatais. Comentário Os afogados, em sua maioria, são pessoas jovens com uma expectativa de vida alta, o que aumenta a importância de um atendimento imediato, efetivo e eficaz, que deve ser realizado pelo socorrista imediatamente após ou mesmo quando possível durante o ocorrido, ainda dentro da água, inclusive. A relevância do atendimento pré-hospitalar, nos casos de afogamento, é diferenciada de muitos outros, pois necessita que se inicie pelo socorro dentro da água, se possível. O atendimento nesses casos é especializado e exige do socorrista coragem, conhecimento das águas, para que ele próprio não se torne vítima. A seguir, são apresentadas algumas definições imprescindíveis para o conhecimento do assunto: 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 20/49 Temos que compreender que uma pessoa se afogando e lutando para respirar é, na maioria das vezes, incapaz de conseguir pedir auxílio. Muitos acidentes por afogamento podem ser evitados com precauções simples, como usar colete salva-vidas, evitar áreas desconhecidas ou que não tenham outros banhistas, nadar sem iluminação natural e não supervisionar de forma efetiva crianças perto da água, já que elas podem se afogar subitamente em poucos minutos. A seguir, são apresentados alguns dados de 2018 do DATASUS que dimensionam o problema do afogamento no Brasil: a cada uma hora e meia um brasileiro morre afogado; Resgate aquático – ocorre quando o indivíduo é socorrido na água, sem aspirar líquidos ou sem sinais iniciais de aspiração. Cadáver por afogamento – é a morte por afogamento sem chance de reanimação comprovada pelos socorristas. Afogamento – é provocado por asfixia quando água ou outros líquidos enchem as vias aéreas e, principalmente, os pulmões, podendo causar a morte. Salva-vidas ou guarda-vidas – é o profissional treinado para evitar afogamentos com a finalidade de preservação da vida dos banhistas de mar, rio, cachoeira, represa, piscina, lagos e lagoas, que se envolvem em situação de risco. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 21/49 52% das mortes por afogamento no Brasil na faixa de 1 a 9 anos de idade ocorrem em piscinas e residências; homens morrem afogados 6,8 vezes mais que as mulheres; adolescentes têm o maior risco de morte; 47% dos óbitos ocorrem até os 29 anos; 75% dos óbitos ocorrem em rios e represas; crianças menores que 9 anos se afogam mais em piscinas e residências; crianças maiores que 10 anos e adultos se afogam mais em águas naturais (rios, represas e praias); 44% dos afogamentos ocorrem no verão (de dezembro a março); a cada 2 dias um turista morre no Brasil, desse total, 16% são turistas de São Paulo, e 9% das mortes ocorrem com turistas na Bahia; a redução de 50% na mortalidade por afogamento em 39 anos no Brasil (1979-2016) aponta caminho acertado na luta contra essa endemia. Atenção! Cada óbito por afogamento custa em média R$210.000,00 para os cofres públicos. Diante dos dados apresentados, conclui-se que o afogamento é um incidente e mais de 80% das mortes ocorrem por desatenção, descuido, desconhecimento dos riscos, falta de respeito aos limites pessoais e desconhecimento sobre o que fazer depois do ocorrido (desconhecimento de ação). Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), 2019, são locais de óbitos por afogamento no Brasil: Águas naturais – 90% • Água doce – 75% 25% rios com correnteza 20% represas 13% remanso de rio 5% lagoas 5% inundações 3% baías 2% cachoeiras 2% córregos • Praias oceânicas – 15% Águas não naturais – 8,5% 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 22/49 2,5% banheiros, caixas de água, baldes e similares 2% galeria de águas fluviais 2% piscinas 2% poços Durante transporte com embarcações Cerca de 1,5% Classi�cações de afogamento O afogamento pode ser classificado quanto ao tipo de água, à causa e à gravidade. A seguir, veremos essas classificações de forma mais detalhada. Quanto ao tipo de água Os afogamentos podem ocorrer em: água doce; água salgada; água salobra: encontro da água doce com o mar; outros líquidos não corporais: tanque de combustíveis, álcool, óleo ou outro material armazenado em grandes tanques industriais. Quanto à causa Os afogamentos podem ser: 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 23/49 Primários São aqueles decorrentes diretamente do próprio afogamento, sem fator determinante antes do incidente, ou seja, quando não há indícios de uma causa anterior específica ao afogamento. Secundários São aqueles em que a causa imediata da morte é a chegada do líquido nos alvéolos pulmonares decorrente de um fator determinante anterior, como convulsão, certos tipos de traumatismos, doenças cardíacas, acidentes de mergulho, suicídio, perda ou queda do estado de consciência,uso de drogas lícitas (álcool) ou ilícitas. Quanto à gravidade do afogamento É a classificação mais complexa e que requer sua maior atenção, pois há muitas ramificações. Logo, o socorrista precisa estabelecer a gravidade de cada caso, para somente depois ser capaz de escolher a melhor conduta a ser seguida. A classificação deve ser estabelecida no local do afogamento ou no primeiro atendimento, o quanto antes melhor, devendo relatar a melhora ou a piora do quadro. Atenção! O primeiro passo do processo de afogamento é, essencialmente, diferenciar entre um caso de resgate ou de afogamento. Resgate de vítima com vida na água 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 24/49 Nesse tipo de resgate, a vítima não apresenta tosse ou espuma na boca ou no nariz e se encontra consciente, podendo ser liberada no local do incidente sem necessitar de atendimento médico posterior, após o socorrista constatar que ela está em segurança. Comentário Nos casos de resgate, as vítimas podem apresentar hipotermia, náuseas, vômitos, tremores, cefaleia, mal-estar, cansaço extremo, dores musculares em membros superiores e inferiores, dores no tórax e nas costas, diarreia e outros sintomas difusos. É essencial enfatizar que parte desses sintomas é decorrente do esforço físico realizado dentro da água, sob stress emocional resultante do medo ou do pânico, durante a tentativa de se salvar do afogamento. Afogamento de vítima resgatada da água com evidências de aspiração de líquido, tosse ou espuma na boca ou nariz Nesse caso, a gravidade é avaliada ainda no local do incidente, a fim de que a vítima receba tratamento adequado. Se necessário, uma equipe médica (suporte avançado de vida) deve ser acionada. A partir deste item, você vai precisar compreender os graus de afogamento, que avançam progressivamente, em relação de gravidade, do 1 ao 6. Grau de afogamento 1 Nesse grau de afogamento, as vítimas aspiraram pouca água, um quantidade suficiente para produzir apenas tosse. Não apresentam espuma na boca e/ou nariz e apresentam um aspecto geral bom, ausculta pulmonar normal ou com sibilos ou roncos, nível de consciência bom, apresentando lucidez, mas em alguns casos podem estar agitadas ou até mesmo sonolentas. As vítimas sentem frio e suas frequências cardíacas e respiratórias são alteradas e aumentadas pelo 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 25/49 esforço físico, pelo estresse do afogamento e também pela descarga de adrenalina. Não apresentam secreções nas cavidades nasais e orais e podem estar cianóticas, por causa do frio e não por causa da hipóxia. Para os casos de grau 1 de afogamento, o tratamento do socorrista deve ser: Cianótica É uma coloração azulada da pele decorrente de falta de oxigenação Grau de afogamento 2 Nesse grau de afogamento, as vítimas aspiraram quantidade de água suficiente para alterar a troca gasosa (hematose), ocasionando pequena Verificar os sinais vitais (pulsação, respiração e temperatura). Limpar e realizar a desobstrução parcial das vias aéreas, se necessário. Colocar a vítima em repouso. Tranquilizar a vítima. Aquecer a vítima, colocar cobertor e trocar suas roupas, se possível. Avaliar o estado de consciência. Conduzir ao hospital, se necessário. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 26/49 quantidade de espuma na boca e/ou nariz. São vítimas conscientes, mas que podem estar agitadas ou desorientadas, e se houver cianose nos lábios e nos dedos, há comprometimento do sistema respiratório. Apresenta também o aumento das frequências cardíacas e respiratórias. Para os casos de grau 2 de afogamento, o tratamento do socorrista deve ser: Verificar os sinais vitais (pulsação, respiração e temperatura). Limpar e realizar a desobstrução parcial das vias aéreas. Se necessário, coloque a vítima em repouso. Aquecer a vítima, colocar cobertor e trocar suas roupas, se possível. Promover o apoio psicológico. Tratar o estado de choque. Oferecer ou buscar o atendimento médico especializado. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 27/49 Grau de afogamento 3 Nesse grau de afogamento, as vítimas aspiraram uma quantidade importante de água, apresentando sinais de insuficiência respiratória aguda, com dispneia intensa (dificuldade respiratória), cianose de mucosas e extremidades, indicação de edema pulmonar agudo e presença de secreção nasal e oral. Os cuidados com a aspiração do próprio vômito devem ser constantes da parte do socorrista; nesses casos, deve-se manter a vítima em decúbito lateral direito. A vítima apresenta nível de consciência de agitação psicomotora ou torpor e taquicardia (frequência cardíaca maior que 100 batimentos por minuto), porém sem hipotensão arterial (pressão arterial sistólica menor que 90mmHg). Para os casos de grau 3 de afogamento, o tratamento do socorrista deve ser: Fazer a oxigenioterapia (ministrar oxigênio em 5lpm (litros por minuto), por causa da dispneia. Verificar os sinais vitais (pulsação, respiração e temperatura). Limpar e realizar a desobstrução parcial das vias aéreas, se necessário. Fazer a oxigenioterapia (ministrar oxigênio de 10 a 15lpm – litros por minuto), por causa da dispneia. Aquecer a vítima, colocar cobertor e trocar suas roupas, se possível. Tratar o estado de choque. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 28/49 Grau de afogamento 4 Esse grau de afogamento é muito parecido com o de grau 3 em relação ao volume de água aspirado, no entanto, o nível de consciência pode variar desde a agitação até o estado de coma, é preciso saber que a vítima em coma não desperta mesmo com estímulo doloroso intenso. A vítima apresenta taquicardia e um quadro de hipotensão ou choque, além da presença de secreção nasal e oral, porém sem pulso radial palpável. É bom lembrar que as poucas diferenças entre o grau 3 e o 4 só serão importantes nos atendimentos das unidades de saúde, já para o socorrista os procedimentos serão os mesmo em ambos os casos. Para os casos de grau 4 de afogamento, o tratamento do socorrista deve ser: Oferecer ou buscar o atendimento médico especializado. Verificar os sinais vitais (pulsação, respiração e temperatura). Limpar e realizar a desobstrução parcial das vias aéreas, se necessário. Fazer a oxigenioterapia (ministrar oxigênio de 10 a 15lpm – litros por minuto), por causa da dispneia. Aquecer a vítima, colocar cobertor e trocar suas roupas, se possível. Tratar o estado de choque. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 29/49 Grau de afogamento 5 Nesse grau de afogamento, as vítimas apresentam parada respiratória e pulso arterial, indicando atividade cardíaca. Apresentam também um quadro de coma que vai do leve ao profundo, com cianose intensa e grande quantidade de secreção oral e nasal. Para os casos de grau 5 de afogamento, o tratamento do socorrista deve ser: Oferecer ou buscar o atendimento médico especializado. Verificar os sinais vitais (pulsação, respiração e temperatura). Limpar e realizar a desobstrução parcial das vias aéreas, se necessário. Efetuar ventilação na vítima de afogamento, dos tipos boca a boca, com AMBU ou máscara para Reanimação Cardiopulmonar (RCP). Aquecer a vítima, colocar cobertor e trocar suas roupas, se possível. Tratar o estado de choque. Oferecer ou buscar o atendimento médico especializado. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 30/49 Grau deafogamento 6 Nesse grau de afogamento, as vítimas apresentam a Parada Cardiorrespiratória (PCR), representada pela apneia e pela ausência de batimentos cardíacos. Para os casos de grau 6 de afogamento, o tratamento do socorrista deve ser: Prevenção de afogamento São as medidas necessárias para prover a segurança dos banhistas a fim de se evitar os afogamentos. Os tópicos mais importantes para uma prevenção de afogamentos efetiva são: sinalização e orientação; treinamento prévio; observação criteriosa dos banhistas; emprego de acessórios e equipamentos adequados; advertências e campanhas educativas, publicitárias ou não. Efetuar ventilação na vítima de afogamento, dos tipos boca a boca, com AMBU ou máscara para Reanimação Cardiopulmonar (RCP). Aquecer a vítima, colocar cobertor e trocar suas roupas, se possível. Tratar o estado de choque. Oferecer ou buscar o atendimento médico especializado. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 31/49 São também as ações baseadas em advertências e avisos (sinalizações) a banhistas a fim de que eles evitem ou tenham cuidado com os perigos relacionados ao lazer, trabalho ou esportes aquáticos. As ações de prevenção, apesar de parecem bem menos atrativas do que as ações de salvamento, são os verdadeiros pilares da redução da mortalidade e da morbidade (lesões decorrentes dos episódios) nos casos de afogamento. Você agora irá conhecer alguns exemplos de ações de prevenção para o afogamento: Exemplo 1 Dois banhistas estão numa praia do Rio de Janeiro, longe da arrebentação, dificultando o contado visual com o posto de salva-vidas. Um salva-vidas vai de jet-ski avisá-los sobre o perigo eminente. Exemplo 2 Numa represa do estado de São Paulo um grupo de crianças nada até encontrar um bloqueio de boias e cordas de proteção, que servem para evitar que os banhistas se afastem demais da borda da represa. Exemplo 3 Publicidades na TV e sites especializados que divulgam as condições do mar nas principais praias de uma determinada cidade turística. Exemplo 4 Um aviso na piscina de um clube com piscinas para o uso adulto e infantil, que avisa que crianças com menos de 1,5m não podem entrar na parte mais funda da piscina sem o acompanhamento de um adulto. Exemplo 5 Uma praia de Recife possui avisos visuais (placas) de possível presença de tubarões. Exemplo 6 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 32/49 Uma praia de Fortaleza em pleno verão (alta temporada) divulga com um avião monomotor e uma faixa tremulante o seguinte aviso: “Condições inapropriadas para banhistas”. Como você percebeu, todos os exemplos são bem práticos e ocorrem de forma trivial no cotidiano das pessoas. Além desses seis exemplos, poderíamos nos lembrar de mais de uma dezena de outros que auxiliam na prevenção, tais como: panfletagem realizada por salva-vidas; carros de som em locais de aglomeração de banhistas; bandeiras na praia; avisos em rádios locais; presença de segurança náutica em práticas desportivas aquáticas, dentre muitas outras ações exemplares. As sinalizações são meios eficientes de prevenção de afogamentos, as mais comuns são: placas de advertência, bandeiras, apitos utilizados pelos salva-vidas, utilização de equipamento de som (caixas de som espalhadas, uso de megafones e carros de som nas orlas), gestual dos salva-vidas para os banhistas e distribuição de panfletos. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 33/49 Comentário As medidas de prevenção evitam cerca de 85% dos casos de afogamento. Classi�cação do afogamento Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre os graus de afogamento e procedimentos de prevenção e salvamento. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 34/49 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Uma campanha publicitária de um determinado bairro que possui cachoeiras e lagos alertava sobre os perigos de afogamento e sobre os cuidados com as crianças desacompanhadas nesses locais. De acordo com o relato, qual é a metodologia aplicada nessa campanha? Parabéns! A alternativa C está correta. Diversas ações refletem na prevenção de afogamento. Campanhas publicitárias que alertam sobre o perigo de afogamentos e demais cuidados dos banhistas são essenciais para evitar episódios de afogamento que podem levar a morte. A Metodologia de alerta à população local. B Prevenção para casos ocorridos em água doce. C Prevenção de afogamento. D Publicidade de afogamento. E Metodologia do gerenciamento de risco. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 35/49 Questão 2 Qual é o primeiro passo que o socorrista deve identificar no processo de afogamento? Parabéns! A alternativa B está correta. O ato de diferenciar se é caso de resgate ou de afogamento vai direcionar todo salvamento da vítima aquática, trazendo especificidade nos graus de atendimento e tratamento. 3 - Lesões traumáticas Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as principais lesões traumáticas. A Concluir de que forma irá tirar a vítima da água. B Diferenciar entre um caso de resgate ou de afogamento. C Chamar resgate especializado. D Reconhecer a equipe de socorrista para o resgate das vítimas. E Fazer o resgate da forma mais arrojada, a fim de acelerar todo processo. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 36/49 Atendimento pré-hospitalar para trauma O primeiro atendimento a uma vítima de trauma deve compreender todos os passos do atendimento ao politraumatizado. Os protocolos e a sistematização aceleram o diagnóstico e respondem aos problemas que vão gerar um pronto atendimento com ganho de tempo, inclusive. Politraumatizado Paciente com diversos traumas no corpo. Atenção! O protocolo é indispensável para a chegada às unidades hospitalares com bastante informação e direcionamento do tratamento especializado e dos exames para fechamento dos diagnósticos. Quanto maior for o fluxo de informações do paciente traumatizado e um excelente atendimento antes do acesso ao hospital, melhor e mais efetivo será o próximo passo, que é o atendimento de nível hospitalar. As prioridades dependem do mecanismo de lesão, das forças de lesão, da localização da lesão e do estado hemodinâmico do paciente. Agora você vai compreender que o tratamento pré-hospitalar para vítimas de trauma é cíclico e depende de uma organização de tópicos que devem ser observados e executados pelo socorristas, tais quais: informar o planejamento de execução (o que deve ser feito); expor o local dos ferimentos e/ou traumas, removendo as roupas e os acessórios quando houver necessidade; controlar hemorragias, fazendo compressões, e cobrir as feridas com o uso de curativos estéreis. Jamais empurre os fragmentos ósseos ou tente removê-los. avaliar a pulsação da vítima. imobilizar a vítima, utilizando materiais médicos para trauma ou materiais improvisados, usando uma tensão suave para aplicação da tala na extremidade lesionada. manter a tração e o alinhamento até que a tala esteja posicionada e fixa. revisar a pulsação de tempos em tempos, assegurando o estado de consciência da vítima, e revisar a imobilização aplicada, observando se esta está dificultando a circulação. prevenir ou tratar o choque. Comentário Muitas vezes é impossível saber, sem o apoio dos exames de imagem, principalmente raios X e tomografia computadorizada, se o paciente realmente possui uma fratura, fissura, entorse, luxação ou subluxação. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorrosII https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 37/49 Nesse contexto, até que se afaste o diagnóstico dessas lesões, o socorrista deve tratá-las como tais. De�nições e conceitos relacionados aos traumas Vejamos algumas definições: É a solução de continuidade total ou parcial de uma estrutura óssea, produzida por trauma direto ou indireto. Pode ser fechada (simples), quando a pele não é perfurada pelo osso, ou aberta (exposta), quando o osso se “quebra”, atravessando a pele. É uma fratura parcial do osso, como uma rachadura, sem que tenha ocorrido a “quebra” total. É um inchaço que ocorre quando há aumento de líquido entre os tecidos. A fratura pode produzir uma posição fora do normal ou uma angulação num local sem presença de articulação. Quando a lesão impede ou dificulta a ação dos movimentos, devido a dor edema ou alterações musculoesqueléticas. É uma sensação audível e palpável “croc, croc” causada pelo atrito entre os fragmentos ósseos ou entre osso e articulação. Fratura Fissura Edema Deformidade Impotência funcional Crepitação 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 38/49 É o desalinhamento das extremidades ósseas com a perda de contato. É o desalinhamento parcial dos ossos em relação às articulações. Trauma por acidente automobilístico No Brasil, o número de acidentes de trânsito está em queda e, mesmo assim, ainda é a segunda maior causa de morte no país. Em 2020, o Brasil registrou uma média anual de 30.000 óbitos causados por acidentes. Segundo o Portal do Trânsito, aproximadamente 80 pessoas morrem por dia em acidentes de trânsito ou em função desses. Nas rodovias, foram registrados 63.447 acidentes, configurando uma média de 14 óbitos por dia. Os acidentes de trânsito mais comuns são: abalroamento no mesmo sentido ou transversal; escapada da pista; choque direto ou indireto com objeto fixo; capotagem; atropelamento; colisão frontal. Comentário Dos acidentes, os que mais causam vítimas fatais são a colisão frontal, o atropelamento e a saída da pista. Os socorristas, os envolvidos nos acidentes e o pessoal que está no local na hora dos eventos devem agir de forma a promover a proteção Luxação Subluxação 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 39/49 do local do acidente. Como primeira ação prática, uma das formas é a retirada dos veículos do local e a desobstrução da via, evitando transtornos no trânsito e novos acidentes, além de facilitar a chegada de veículos de resgate. Claro que essa retirada de veículos deve acontecer com segurança e em casos de colisões mais brandas, sem vítimas fatais e graves. A ação de resgate deve ser precedida por contato telefônico nos casos mais graves. Nesse contato, o ideal é passar as informações essenciais e necessárias para o chamado, direcionando os primeiros socorros para a equipe que será deslocada para o local do acidente. As vítimas jamais poderão ser deslocadas e movimentadas se houver quaisquer possibilidades de lesão. Para documentar os acidentes com vítimas, é necessário lavrar o boletim de ocorrência, para resguardar os aspectos de segurança física e, às vezes, jurídica. É imperativo saber que a confecção de um boletim de ocorrência não indica a existência de crime ou aponta necessariamente para um culpado. Trauma abdominal e torácico Trauma abdominal Os traumas abdominais devem ser criteriosamente avaliados, pois podem causar lesões “invisíveis”, e a avaliação da circulação durante o primeiro atendimento deve incluir uma investigação de possíveis lesões 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 40/49 intra-abdominais e/ou hemorragia pélvica em pacientes que tenham sofrido o trauma no abdome. Nos traumas abdominais contusos (fechados), não ocorre solução de continuidade da pele e as lesões são por mecanismo indireto, com compressão e esmagamento de vísceras abdominais; hemorragia; ruptura de órgãos; e vasos abdominais. Nos traumas abdominais penetrantes (aberto), ocorre uma solução de descontinuidade da pele, ultrapassando o peritônio. Comentário De acordo com a Diretriz Assistencial Multidisciplinar de Abordagem ao Paciente Politraumatizado – Diretrizes Clínicas, 2018, o exame abdominal deve ser completo e seguir a sequência clássica: Inspeção, ausculta, percussão e palpação. As estruturas adjacentes como tórax, uretra, vagina, períneo, dorso e nádegas podem nos dar pistas de possíveis lesões de órgãos abdominais. Além disso, o exame da pelve (óssea e visceral) é de suma importância nesse momento. As indicações de laparotomia de emergência devem preceder uma sequência de indicações que estabelecem o critério para a pronta cirurgia na cavidade abdominal. Você vai conhecer agora as principais indicações que facilitam a tomada de decisão pela execução da laparotomia de emergência: Laparotomia de emergência Manobra cirúrgica que acessa o abdome para fins diagnósticos e/ou terapêuticos. trauma abdominal contuso com hipotensão, evidências clínicas de sangramento intraperitoneal; hipotensão com uma ferida abdominal que penetra a fáscia anterior (tecido conjuntivo que reveste os músculos); ferimento penetrante que atravessa a cavidade peritoneal; 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 41/49 Trauma torácico Os traumas no tórax têm forte relação com as lesões ósseas nas costelas e no osso esterno. Essas lesões são consideradas um indicativo de gravidade, principalmente quando são observadas fraturas das primeiras duas costelas, podendo significar um acidente com alta demanda de energia ou alto impacto, condicionando relação com lesões neurológicas e vasculares do mediastino. As fraturas mais recorrentes são localizadas entre a terceira e a nona costela. As fraturas costais podem causar perfuração de vísceras; nesses casos, a indicação cirúrgica é instantânea. Perfurações nos pulmões são as mais comuns, apesar de alguns órgãos abdominais serem atingidos com fraturas a partir da oitava costela. evisceração (extração de vísceras abdominais); sangramento do estômago, reto ou trato geniturinário seguido por trauma penetrante; peritonite; pneumoperitônio (ar livre na cavidade abdominal) e sinais de ruptura do diafragma; ruptura do trato gastrointestinal, lesão renal ou lesão severa de parênquima visceral após trauma contuso ou penetrante demonstrada por tomografia computadorizada com contraste. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 42/49 Comentário A caixa torácica é uma espécie de arcabouço composto por 12 pares de costelas, pelo osso esterno e por 12 vértebras torácicas e suas articulações, cuja principal função é a proteção total dos órgãos torácicos e parcial dos órgãos abdominais superiores. Para os casos graves de traumatismo pulmonar, o parênquima pulmonar é acometido de forma abrupta, seja por transmissão de alta energia nos impactos, como nos traumas contusos, ou por ação direta, como nos traumas penetrantes. Se houver a laceração do pulmão, com ruptura do parênquima, levando ao preenchimento do espaço aéreo com diferentes graus de hemorragia, de forma localizada ou difusa, as suturas simples e as ressecções não anatômicas das áreas lesionadas podem ser suficientes para a resolução de lesões periféricas. Entretanto, para lesões mais profundas que comprometem vasos de maior calibre e brônquios ou vasos hilares, podem ser necessárias lobectomia e até pneumectomia. Traumatismo cranioencefálico (TCE) O traumatismo cranioencefálico é uma lesão traumática geralmente decorrente de quedas, lesões desportivas, acidentes automobilísticos e violênciasdomésticas. O TCE requer um diagnóstico clínico rápido, pois sintomas tardios podem complicar o quadro geral do paciente. Confusões mentais, visão turva, tontura e dificuldade de concentração estão entre os sintomas de TCE. Comentário 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 43/49 O termo “traumatismo craniano” traz ao leigo uma potencial preocupação, mas, às vezes, se refere apenas a uma pancada leve na cabeça. Os tratamentos emergenciais iniciais do TCE são: Controle O controle de hemorragias superficiais do crânio com suturas e curativos que utilizam a compressão. Imobilização A imobilização com colar cervical como ação profilática de suspeita de fratura cervical ou impossibilidade de avaliação neurológica imediata. Os exames complementares neurológicos e/ou de imagem são essenciais após o primeiro contato clínico e após a estabilização inicial. O suporte clínico intensivo é importante até a remoção do paciente para uma unidade hospitalar especializada, se houver necessidade ou agravamento do caso; ou para uma unidade de baixa complexidade, se o quadro clínico assim o for. Além de transferências hospitalares, o paciente pode sofrer transferências na própria unidade hospitalar. São os casos em que o paciente entra pela emergência/urgência e é encaminhado à unidade de tratamento intensivo (UTI). Comentário Uma avaliação neurocirúrgica, realizada por um neurocirurgião, é necessária nos casos de TCE grave, moderado e leve de médio e alto risco, logo após a fase de estabilização. Nos casos de hospitais sem neurocirurgião disponível, deve-se providenciar uma transferência imediata para uma unidade hospitalar com serviço de emergência em neurocirurgia. Antes da avaliação citada, a solicitação de exames vai formatar um diagnóstico de TCE, além do exame físico, a tomografia computadorizada é um excelente exame de imagem que constata a presença de lesões, como hematomas (epidural ou subdural). Após estabilização clínica, deve-se retirar o colar, sendo importante também a avaliação e o registro da Escala de Coma de Glasgow (ECG) nas primeiras 48 horas. A ECG apresenta a seguinte classificação para o TCE: 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 44/49 Leve (13-15 pontos) Moderado (9-12 pontos) Grave (3-8 pontos) A ECG é considerada prognóstica nas primeiras 48 horas após a ocorrência do TCE. Atenção! O tratamento dos pacientes suspeitos de TCE segue as regras da abordagem do paciente vítima de trauma, com a devida identificação e tratamento prioritário para os casos que possuam lesões que põem em risco a vida. Trauma ortopédico Os tratamentos emergenciais das lesões traumatológicas ortopédicas devem ser imediatos, devendo-se cobrir as áreas feridas com gaze ou tecido limpo após limpeza com água corrente ou soro fisiológico. O curativo pode ser compressivo, fazendo uma pressão sobre o local do sangramento. Nos casos pontuais, o socorrista deve aplicar uma imobilização provisória com o material disponível. O controle do sangramento é essencial, e uma das técnicas é a elevação do membro ou, em última instância, realização de torniquete. O ortopedista deve ser acionado imediatamente, e, após avaliação clínica do estado vascular e neurológico, devem ser solicitadas radiografias de rotina básica e especiais e/ou exames de tomografia para uma melhor avaliação, se necessário. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 45/49 Fraturas fechadas e expostas, luxações e entorses estão entre os casos de trauma ortopédico mais comuns. Algumas lesões necessitam de cirurgia imediata, e outras, de cirurgia marcada (eletiva). Na maioria das vezes, as lesões de um trauma ortopédico geram acompanhamento ambulatorial ortopédico por bastante tempo, geralmente seguido de tratamento fisioterápico para a plena recuperação do paciente. As regiões do corpo mais afetadas por traumas ortopédicos são: os membros superiores (ombros, braços, cotovelos, antebraços, punhos e mãos); os membros inferiores (pelve, coxas, joelhos, pernas, tornozelos e pés); a coluna vertebral (cervical, torácica, lombar e sacrocóccix). Socorro de politraumatizados 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 46/49 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Nos casos de trauma abdominal mais graves com indicação de cirurgia, deve ser realizada uma manobra que acessa o abdome para fins diagnósticos e/ou terapêuticos. Qual é o nome dessa manobra cirúrgica? A Manobra de urgência. B Manobra visceral. C Manobra de emergência. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 47/49 Parabéns! A alternativa E está correta. A laparotomia é uma manobra cirúrgica que deve ser realizada rapidamente nos casos graves de trauma abdominal em que tiver indicação, ela pode ser realizada para fechar um diagnóstico ou para fins terapêuticos. Questão 2 Dentre as ações em ocorrências de acidentes automobilísticos, o socorrista e/ou outras pessoas da cena deverão tomar como primeira ação prática: Parabéns! A alternativa B está correta. A proteção do local é uma ação primária de segurança que deve ser realizada prontamente, para esperar o resgate com total segurança e evitar outro acidente decorrente deste cenário. Considerações �nais D Histerectomia. E Laparotomia. A A identificação civil das vítimas. B A proteção do local. C A busca do(s) culpado(s). D A busca de materiais improvisados para o atendimento às vítimas. E A entrevista com as vítimas conscientes para a identificação da causa do acidente automobilístico. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 48/49 Vimos que os primeiros socorros são ações necessárias para a sobrevivência das vítimas, para a recuperação do seu estado físico e mental e acima de tudo para a completa restauração da saúde. Essas ações coordenadas, imediatas e bem realizadas são os pilares do bom atendimento pré-hospitalar ou mesmo já nas unidades de saúde de diversos níveis. O estudo das urgências e emergências médicas, dos atendimentos em casos de afogamentos e da ação dos socorristas nos diversos casos de trauma apresentados constitui um campo de conhecimento bastante amplo, configurando uma das ramificações dos primeiros socorros. Neste conteúdo, vimos que os socorristas são peças importantes na engrenagem da vida, prestando assistência imediata nas mais diversas situações de risco e perigo, entregando muitas vezes os casos de atendimento urgente aos especialistas de forma organizada, proativa, com o devido acolhimento necessário e, acima de tudo, com muita técnica e segurança, visando ao salvamento e à sobrevivência e ao reestabelecimento da saúde das vítimas. Podcast Neste podcast, você conhecerá um pouco mais sobre a água no organismo, seus mecanismos de hidratação e algumas situações relacionadas a hipotermia. Explore + Pesquise o material Doenças infecciosas e parasitárias (guia de bolso), do Ministério da Saúde, que aborda os procedimentos técnicos e a situação das doenças infecciosas no Brasil. Referências CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Manual técnico de salvamento aquático. 2018. Consultado na internet em: 7 jan. 20/11/2023, 16:37 Aplicação de primeiros socorros II https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02269/index.html# 49/49 2022. FALCÃO, L. F. R.; BRANDÃO, J. C. M. Primeiros socorros. São Paulo: Martinari, 2010. HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITO. Protocolos emergência e urgência. vol 2. 2017. Consultado na internet em: 7 jan. 2022. MURIALDO,M. Em 2020, 80 pessoas morreram por dia em consequência de acidente de trânsito no país. Portal do Trânsito e Mobilidade. Publicado em 25 dez. 2020. Consultado na internet em: 7 jan. 2022. NUNES, R. A. M.; NOVAES, G. S.; NOVAES, J. S. Guia socorros e urgências. 2. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2006. OLIVEIRA, B. F. M.; PAROLIN, M. K. F.; TEIXEIRA JUNIOR, E. V. Trauma – atendimento pré-hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2002. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESPÍRITO SANTO. Diretriz assistencial multidisciplinar de abordagem ao paciente politraumatizado – diretrizes clínicas. 2018. Consultado na internet em: 7 jan. 2022. SOBRASA – Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático. Afogamentos – curso de emergências aquáticas (manual resumido). Versão Dr. David Szpilman, 2019. Consultado na internet em: 7 jan. 2022. SZPILMAN, D. Afogamento – boletim epidemiológico no Brasil. Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático SOBRASA (ano base de dados 2015 e outros). SOBRASA, 2017. Consultado na internet em: 7 jan. 2022. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()
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