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Acessibilidade APRESENTAÇÃO A acessibilidade, de modo geral, é um tema muito discutido atualmente. Tem-se uma ideia equivocada de que a elaboração de ambientes e rotas acessíveis é destinada apenas aos portadores de deficiências. Muitos desconhecem ou não pensaram na possibilidade de que eles mesmos podem ter sua mobilidade reduzida temporariamente com o uso cadeira de rodas, por exemplo, ao quebrar uma perna, ou definitivamente, com o passar dos anos e o acometimento de alguma doença em função da velhice. Portanto, todos nós somos ou seremos usuários de ambientes ou rotas acessíveis. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai perceber que alguns tipos de deficiência exigem maior elaboração do ambiente do que outras, por isso todo ambiente construído deve ter o mínimo de planejamento no seu desenho e dimensionamento para o desenvolvimento das atividades de maneira confortável e acessível, sem distinção. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os fatores de impedância em rotas acessíveis.• Reconhecer o desenho e o dimensionamento de rotas e ambientes acessíveis.• Desempenhar o uso da norma na elaboração de ambientes acessíveis e rotas de circulação, incluindo os estacionamentos. • DESAFIO Você foi contratado por um grupo de empresários para realizar a reforma do estacionamento em um de seus estabelecimentos comerciais. A necessidade do grupo é realizar uma reforma de maneira que adéque o estacionamento à norma e às resoluções, quantificando e dimensionando adequadamente as vagas reservadas, que hoje não existem. INFOGRÁFICO O desenvolvimento de ambientes e rotas acessíveis é um conceito que deve estar presente em todos os projetos para que sejam utilizados por todos de maneira livre e autônoma. O conceito deve ser analisado na visão de que não só os portadores de necessidades especiais se beneficiarão, mas também as pessoas com mobilidade reduzida, temporariamente ou não, como os idosos e as gestantes, e a população no geral, com a elaboração de ambientes mais funcionais e confortáveis. DESAFIO A norma brasileira que estabelece o desenho, o dimensionamento, a localização e a sinalização das vagas reservadas e rotas acessíveis é a ABNT NBR 9050. Além das vagas para pessoas com deficiências, nos estacionamentos externos ou internos das edificações de uso público ou coletivo, também devem ser reservadas vagas para pessoas idosas. Estas devem ser posicionadas próximas das entradas, garantindo o menor percurso de deslocamento. As vagas em questão são desenhadas perpendicularmente à via, conforme o desenho a seguir: IMAGEM 2 Analisando as informações sobre a distâncias das vagas laterais e frontais, em relação à norma, as vagas da lateral direita estão localizadas a 60 m da entrada principal, não seria possível então localizar as vagas reservadas nesse local. Pela distância, tanto nas vagas frontais quanto nas da esquerda, é possível localizar as vagas reservadas, porém em ambas as situações são necessários alguns ajustes a mais. OPÇÃO 1 - Localizar as vagas reservadas na lateral direita. A distância não é a menor em relação à entrada principal, porém não existe a necessidade de executar uma travessia na via nesta opção. A localização das vagas reservadas deve ser logo no início, mais próximas da entrada, e deve-se realizar o rebaixamento da calçada vinculada à área adicional. OPÇÃO 2 - Localizar as vagas reservadas na frente da edificação. É a menor distância de percurso até a entrada principal, como na OPÇÃO 1, também deve ser feito o rebaixamento na calçada vinculada à área adicional e em ambas as pontas da faixa de travessia. Outra opção pode ser elevar a faixa de travessia, dessa maneira não é necessário o rebaixamento das calçadas que são ligadas pela faixa, a elevação do leito carroçável cria um desnível para os automóveis e, de certa forma, além de proporcionar a travessia acessível, controla a velocidade dos veículos. CONTEÚDO DO LIVRO No capítulo a seguir você encontra informações para a realização de ambientes e rotas acessíveis, lembrando que, no Brasil, a norma vigente para tanto é a ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Boa leitura! ARQUITETURA Daniela Giovanini Manuel Pires Acessibilidade Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar os fatores de impedância em rotas acessíveis. � Reconhecer o desenho e dimensionamento de rotas e ambientes acessíveis. � Desempenhar o uso da norma na elaboração de ambientes aces- síveis e rotas de circulação, incluindo os estacionamentos. Introdução A acessibilidade é um tema muito discutido atualmente. Existe a ideia equivocada de que a elaboração de ambientes e rotas acessíveis é destinada apenas às pessoas com deficiências; a maioria das pesso- as nunca pensou na possibilidade de que elas mesmas podem ter sua mobilidade reduzida, temporária ou definitivamente – com a velhice, por exemplo, ou ao quebrar uma perna. Analisando a questão por esse ângulo, todos nós somos ou seremos usuários de ambientes ou rotas acessíveis. Claro que alguns tipos de deficiência exigem maior elaboração do ambiente do que outros, como os ambientes e rotas acessíveis às pessoas com deficiência visual, porém a questão é que todo ambiente construído deve ter o mínimo de planejamento no seu desenho e de dimensionamento para o desenvolvimento das atividades de maneira confortável e acessível sem distinção. Neste texto, você vai estudar a elaboração de ambientes e rotas acessíveis. Visão geral No dicionário da língua portuguesa (INFOPÉDIA, c2003-2016), você en- contra as seguintes definições de “acessibilidade”: 1. Facilidade no acesso; facilidade na obtenção. 2. Conjunto das características de um serviço, equipamento ou edi- fício que permitem o acesso de todas as pessoas, incluindo aque- las com mobilidade reduzida ou com necessidades especiais. A partir dessa definição, você pode ver que o termo acessibilidade in- clui todas as pessoas, e não apenas àquelas com necessidades especiais. Uma pessoa pode ter sua mobilidade reduzida temporariamente ou com o passar dos anos, no caso dos idosos. Uma gestante ou uma pessoa com uma perna quebrada, por exemplo, apresentam mobilidade reduzida de modo temporário. “Um projeto de qualidade reflete a natureza diversificada das pessoas e não impõe ne- nhum tipo de barreira. O projeto inclusivo garante acesso para todos, incluindo pessoas com necessidades especiais, idosos e famílias com crianças pequenas.” (LITTLEFIELD, 2011, p. 709). É claro que o projeto de ambientes acessíveis a pessoas com deficiência vi- sual, por exemplo, exige maior planejamento no dimensionamento e desenho desses ambientes e das rotas acessíveis. Mas a questão que quero alertá-lo é que qualquer ambiente ou circulação projetada devem ser pensados de ma- neira que as atividades a serem desenvolvidas sejam realizadas adequada- mente, com dimensionamento mínimo para o conforto de todas as pessoas que utilizarão esses espaços, sem distinção. A Associação Brasileira de Normas e Técnicas – ABNT – é quem nor- matiza o desenho e dimensionamento dos ambientes e rotas acessíveis; neste caso, a NBR 9050, que foi atualizada no final de 2015. “Esta Norma visa proporcionar a utilização de maneira autônoma, independente e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou li- mitação de mobilidade ou percepção.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Mais adiante, você verá mais sobre essa norma, e também sobre questões a serem estudadas para o desenvolvimento de projetos acessíveis, com ênfase na circulação e nos acessos. 93Acessibilidade O projeto inclusivo O projeto de ambientes e rotas acessíveis possui desenho e dimensões dife- renciados, além do uso de materiais,cores e sinalização que são padronizados pela norma ABNT BNR 9050. Por isso, esses ambientes e rotas acessíveis já devem ser planejados no início do projeto, para que o resultado final não fique inadequado, ou “como foi possível ser realizado”. O que acontece muito nas construções que sofrem reformas para se tornarem acessíveis. “Para a criação de ambientes inclusivos, é preciso integrar os princípios do projeto in- clusivo ao processo de elaboração do projeto desde os estágios iniciais. Para elaborar ambientes que todos possam usar com facilidade, é preciso considerar outros fatores além dos físicos. Eles incluem as placas e mapas de orientação, a iluminação, o con- traste visual, os controles, as portas e os materiais.” (LITTLEFIELD, 2011, p. 709). O papel do arquiteto, portanto, é elaborar projetos inclusivos, funcionais, viáveis, confortáveis e esteticamente belos. Projetos que possam ser utilizados igualmente por todos. Seguir os quesitos mínimos da norma, como largura de corredores, portas e inclinação de rampas em toda a edificação, já é um grande passo na elaboração de construções confortáveis e acessíveis. Já os sanitários acessíveis e vagas reservadas em estacionamento, estes seguem pa- drões mais específicos da norma e são quantificados de outra maneira. “Em geral, os projetos que possibilitam o acesso – seja ele físico ou intelectual – geram resultados que beneficiam a comunidade como um todo. Muitos aspectos dos am- bientes inclusivos serão úteis para todos ou para a maioria das pessoas com necessi- dades especiais (além de muitas outras pessoas).” (LITTLEFIELD, 2011, p. 709). Arquitetura94 Ao projetar uma edificação, o arquiteto deve lembrar que as pessoas enve- lhecem e que grande parte delas passou a ter sua mobilidade reduzida; deve lembrar que o dimensionamento de ambientes voltados para crianças é dife- renciado, como nos sanitários onde as pias são mais baixas. Também é im- portante salientar que existem obesos e gestantes, e isso deve ser levado em conta no dimensionamento de circulações, passagens com roletas, portas e até desenho do mobiliário. Equipamentos de locomoção As pessoas com necessidades especiais ou as que possuem mobilidade redu- zida podem fazer uso ou não de equipamentos que auxiliam na locomoção. A dimensão desses equipamentos e a forma como são utilizados são impor- tantes para o desenho e dimensionamento dos ambientes e rotas acessíveis. Uma cadeira de rodas, por exemplo, necessita de um certo espaço para rea- lizar um giro de 360º. Entender sobre a forma como são utilizados ou como as pessoas se movimentam com esses equipamentos é muito importante. A bengala, por exemplo, é utilizada no auxílio da pessoa com necessidades vi- suais. Se na sua rota houver equipamentos ou objetos suspensos, esse objeto não é identificado pela bengala, e se torna, assim, uma barreira física. Veja as Figuras 1, 2 e 3, que mostram a relação de algumas situações utilizando os equipamentos e suas medidas em uso. O módulo de referência (M.R.) é utilizado como uma medida base, uma me- dida referencial, como sugere o nome. Nas áreas de transferência dos sanitários, e também como dimensionamento mínimo em áreas de espera ou cinema, é esse módulo que devemos usar. Em nichos ou espaços confinados, o dimensio- namento do espaço deve ser maior do que o M.R., conforme cada caso. 95Acessibilidade Figura 1. Dimensões referenciais para deslocamento de pessoa em pé. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros Arquitetura96 Figura 2. Dimensões do módulo de referência (M.R.). Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros 1,20 0, 80 Figura 3. Áreas para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros 1,20 1,20 1, 20 1, 20 1,50 ∅ 1,50 1, 20 a) Rotação de 90° b) Rotação de 180° c) Rotação de 360° 1,50 1,5 0 1, 20 0, 56 Dimensões em metros Dimensões em metros 97Acessibilidade Fatores de impedância Uma rota acessível é o caminho a ser percorrido por todas as pessoas, inclusive as pessoas com necessidades especiais ou mobilidade reduzida. Essa rota per- tence à circulação comum e conduz os usuários, de maneira segura e autônoma, aos ambientes internos ou externos de uma edificação privada ou pública. “Rota acessível é o Trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecte os am- bientes externos ou internos de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência e mobilidade reduzida. A rota acessível pode incorporar estacionamentos, calçadas re- baixadas, faixas de travessia de pedestres, pisos, corredores, escadas e rampas, entre outros”. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Os fatores de impedância são todo e qualquer obstáculo físico ou condições que impeça a circulação livre de todas as pessoas em passeios públicos ou pri- vados. Um exemplo são as placas, árvores e mobiliários urbanos localizados fora da faixa de serviço. A calçada é dividida em duas ou três faixas, conforme a sua largura. A faixa de serviço localiza-se rente ao meio-fio e sua largura mínima recomendada é de 0,70 m. É nesta faixa que o mobiliário urbano deve estar. Fazem parte do mobiliário urbano as árvores, os canteiros, as placas de sinalização, os postes de iluminação, os telefones públicos, entre outros. Fatores de impedância “Elementos ou condições que possam interferir no fluxo de pedestres, como, por exemplo, mobiliário urbano, entradas de edificações junto ao alinhamento, vitrines junto ao alinhamento, vegetação, postes de sinalização, entre outros”. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). A faixa livre ou passeio, como o próprio nome diz, deve ser livre para a circulação de pedestres. A largura mínima recomendada da faixa livre é de Arquitetura98 1,20 m e a altura, 2,10 m. Vale lembrar, porém, que essa dimensão deve ser alterada conforme o fluxo de pessoas, o uso e a existência de fatores de impe- dância. A inclinação transversal da faixa livre não deve ser superior a 3%, e ela deve ser contínua entre os lotes. A faixa de acesso poderá estar presente apenas nas calçadas com largura total superior a 2,00 m. Veja o exemplo na Figura 4. Figura 4. Faixa de uso da calçada – corte. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros Mín. 2,10 0,70 1,20 Faixa livre Largura da calçada Faixa de acessoFaixa de serviço A faixa de acesso é uma área de transição entre o passeio e o lote; é onde devem estar localizadas as rampas de acesso e as edificações devidamente aprovadas pelo município. Os acessos de veículos e as construções não devem ser uma interferência na faixa livre. Eles não podem criar degraus ou inclina- ções maiores do que 3%. Lembre-se, a faixa livre ou passeio deve ser contínua e livre. Veja um exemplo de como deve ser a intersecção do passeio com o acesso de veículos ao lote na Figura 5. Dimensões em metros 99Acessibilidade Figura 5. Acesso do veículo ao lote – Vista superior. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros rampa rampa mín. 1,20 Travessia de pedestres A travessia de pedestres, tanto em vias públicas quanto privadas, pode ser realizada com redução de percurso, com o rebaixamento da calçada ou com a faixa elevada. A redução de percurso geralmente ocorre quando a calçada é estreita e sua largura não possibilita que, além de ser rebaixada, a calçada mantenha a lar- gura do passeio em 1,20 m. Dessa maneira, a calçada é ampliada sobre o leito carroçável, em localizações como o meio da quadra ou próximo de esquinas. O rebaixamento da calçada, em geral, é realizado no meio da quadra ou próximo de esquinas, na direção do fluxo de maior travessia de pedestres. Como você já viu, a calçada rebaixada não pode diminuir a largura do pas- seio, que deve ter a largura mínima de 1,20 m. Ainclinação transversal da cal- çada rebaixada, tanto no centro como nas abas laterais, não pode ser superior a 8,33%. Além disso, a largura mínima do rebaixamento é de 1,50 m. Veja o exemplo na Figura 7. Dimensões em metros Arquitetura100 Figura 6. Redução do percurso de travessia – Exemplo – Vista superior. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros 0,0 i ≤ 8,33% i ≤ 8,33% i ≤ 8 ,3 3% S ob e 1,20 m mín. Alinhamento do imóvel VIA Estacionamento de veículos Estacionamento de veículos Figura 7. Rebaixamento de calçada – Vista superior. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros 0,0 Via Calçada Alinhamento do imóvel Calçada Comprimento da faixa i ≤ 8,33% i ≤ 8 ,3 3% S ob e i ≤ 8,33% � 1, 20 Dimensões em metros Dimensões em metros 101Acessibilidade Os rebaixamentos de calçadas podem ser realizados entre canteiros, desde que seja respeitada a inclinação máxima transversal de 8,33% e a largura mí- nima de 1,50 m. Assim, o canteiro é interrompido e a calçada rebaixada fica somente com o centro, sem as abas laterais. Não pode haver desnível entre o término da calçada rebaixada e o leito carroçável. Se a inclinação transversal do leito carroçável for superior a 5%, deve-se criar uma área de acomodação, como um patamar de descanso. No entanto, é recomendado que essa área de acomodação seja plana com medidas entre 0,45 e 0,60 m de comprimento. Veja o exemplo na Figura 8. As faixas elevadas também são uma solução para a travessia de pedestres, quando a calçada é estreita e não permite que seja realizado o rebaixamento sem alterar a largura mínima do passeio que é de 1,20 m. Neste caso, a cal- çada permanece inalterada e a faixa de travessia de pedestres localizada no leito carroçável é toda elevada, de calçada a calçada, sem interrupções. Veja o exemplo na Figura 9. Quando a travessia encontrar um canteiro central entre os leitos carroçá- veis e a medida da largura deste canteiro central não possibilitar a execução de dois rebaixamentos de calçadas mantendo entre eles a distância de 1,20 m, o canteiro todo será rebaixado para que não se torne uma barreira física na travessia. Uma outra solução para isso é o uso da faixa elevada. Figura 8. Faixa de acomodação para travessia – Corte. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros Calçada 8,33 % máx. 5 % máx. Via 0,45 a 0,60 Dimensões em metros Arquitetura102 Figura 9. Faixa elevada para travessia – Exemplo –Vista superior. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). 0,0 0,0 ViaVia Calçada Alinhamento do imóvel Calçada Alinhamento do imóvel Comprimento da faixa 0,0 Vagas em estacionamento As vagas reservadas podem ser de dois tipos: para veículos que conduzem ou são conduzidos por idosos; para veículos que conduzem ou são conduzidos por pessoas com deficiência. O dimensionamento e desenho dessas vagas é padrão; porém, a quanti- dade de vagas que devem ser reservadas vai variar conforme a quantidade total de vagas e o uso da edificação. Em geral, as vagas reservadas devem estar em rota acessível, próximas da entrada principal da edificação; conter sinalização vertical e horizontal no piso; e conter uma área adicional ao seu lado de, pelo menos, 1,20m de largura. A área adicional deve estar vinculada ao rebaixamento da calçada. 103Acessibilidade Os percentuais obrigatórios de vagas reservadas para idosos em um es- tacionamento são estabelecidos pela Resolução nº 303/08 do Contran. Essa norma estabelece um percentual de 5% das vagas em estacionamento regula- mentado de uso público para uso exclusivo de idosos (BRASIL, 2008a). Já as vagas reservadas para as pessoas com deficiência, a porcentagem obrigatória é estabelecida pela Resolução nº 304/08 do Contran. Essa norma define um percentual de 2% das vagas totais de uso público para uso exclusivo de veí- culos que transportam pessoas com deficiência ou com dificuldade de loco- moção (BRASIL, 2008b). Dimensões em metros Figura 10. Sinalização horizontal de vagas. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). a) Paralela à calçada b) Em 90° Arquitetura104 Sobre os acessos às edificações O nível de mobilidade varia muito conforme a idade e o tipo de necessidade especial dos indivíduos; fatores como o clima, a to- pografia (inclinações) e obstáculos também afetam o nível de mobilidade. (LITTLEFIELD, 2011, p. 714). Como você já sabe, os estacionamentos devem estar localizados próximos da entrada principal da edificação, ou a entrada de maior fluxo de pessoas, a uma distância máxima de 50 m. Além disso, devem estar vinculados a rotas acessíveis, livres de obstáculos, e possibilitar que todos possam percorrer o caminho de maneira autônoma. Não esquecer que a rota acessível inclui a presença de sinalização adequada e do piso tátil, que orienta as pessoas com deficiência visual no caminho a seguir e indica situações de risco, como a presença de uma porta giratória. Nas entradas das edificações, em alguns casos, podem haver desníveis pequenos e, em outros, desníveis grandes, muitas vezes, com escadas. A aces- sibilidade prevê que, nestes casos, é obrigatório a existência de rampas devi- damente dimensionadas. As mudanças de nível geram problemas para muitas pessoas, principalmente aquelas com dificuldades de locomoção ou de- ficiências visuais. Até um único degrau é capaz de impossibilitar o acesso para um indivíduo com dificuldades de locomoção e pode apresentar risco no trajeto de qualquer pessoa. Sempre que as mudanças de nível não puderem ser evitadas, os declives ou rampas devem ser projetados de maneira aces- sível, ainda que – é preciso observar – as rampas nem sempre sejam a solução ideal e talvez ocupem um espaço considerável. Os declives ou rampas possibilitam o acesso de cadeirantes ou de pais que empurram carrinhos de bebê. Contudo, algumas pes- soas talvez prefiram subir um lance de escada a uma rampa; para elas, a presença de corrimãos para apoio é essencial. (LITTLEFIELD, 2011, p. 715). 105Acessibilidade Rampas As rampas podem estar presentes no interior ou no exterior da construção. Um piso pode possuir uma inclinação e não ser considerado uma rampa. Por- tanto, dependendo da inclinação do piso, deve-se prever as áreas de descanso. A área de descanso é como um patamar, um local de piso nivelado entre os pisos inclinados; é recomendado que essa área tenha 1,20 m de comprimento. Se o piso tiver até 3% de inclinação, deve-se prever uma área de descanso a cada 50 m. Se a inclinação for maior que 3% e menor que 5%, deve-se prever uma área de descanso a cada 30 m. Inclinações iguais ou acima de 5% são con- sideradas rampas e devem seguir outras especificações adicionais. Não esqueça que o tipo de piso a ser utilizado deve ser antiderrapante, e não reflexivo. Assim como nos pisos, deve-se prever, nas rampas, áreas de descanso a cada 50 m de percurso. A inclinação máxima recomendada para uma rampa é de 8,33%. Porém, quando se tratar de reforma e não houver outra forma de realizá-la, é permitido uma inclinação de até 12,5%. A largura das rampas é estabelecida conforme o fluxo de pessoas. Como lar- gura mínima, é admitido 1,20 m e deve ter guia de balizamento. Em reformas, conforme o caso, é admitido a largura de 0,90m em rampas com percurso de até 4 m. Ambos os lados da rampa devem ter corrimão de duas alturas. Escadas Quando houver degraus ou escadas em rotas acessíveis, estes devem estar associados a rampas ou equipamentos eletrome- cânicos de transporte vertical. Deve-se dar preferência à rampa. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Uma sequência de três ou mais degraus é considerado uma escada. Na exis- tência de escadas em rotas acessíveis, essas escadas não podem ser vazadas; e, na existência de bocel ou espelho inclinado, ambos não podem criar uma quina superior a 1,5 cm. A largura das escadas, em rotas acessíveis,é estabelecida conforme o fluxo de pessoas. A largura mínima é de 1,20 m e deve ter guia de bali- zamento. As escadas devem ter um patamar, no mínimo, a cada 3,2 m de desnível ou a cada mudança de direção. O corrimão de duas alturas deve ser instalado em ambos os lados da escada. Quando a escada tiver uma largura igual ou superior a 2,40 m, é recomendado que se instale um corrimão inter- mediário. Veja na Figura 11 como pode ser feito esse corrimão. Arquitetura106 Nessas escadas, com largura igual ou superior a 2,40 m, também é per- mitido a instalação de apenas um corrimão central de duas alturas. Veja o exemplo na Figura 12. Figura 11. Corrimão intermediário interrompido no patamar. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). 0, 30 0, 30 0, 30 0, 30 1,20 mín. 0, 30 0, 30 0, 80 m ín . 0, 30 0, 30 1, 40 m ín . a) Vista superior b) Perspectiva Dimensões em metros 1,20 mín. Figura 12. Corrimão central. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros 1,20 0, 30 0, 30 a) Vista superior b) Perspectiva Dimensões em metros Dimensões em metros 107Acessibilidade O interior das edificações: ambientes e circulação Em algumas edificações, como bancos, aeroportos e outros locais de entrada controlada, são instaladas portas giratórias, catracas e sensores de metal. Nestes casos, é obrigatório a existência de, pelo menos, uma entrada acessível. Essa entrada deve garantir ao usuário área de manobra, circulação e manuseio, de maneira autônoma, do equipamento para a entrada. Os controles de entrada em edificações, quando na rota de piso tátil, devem ser sinalizados, tanto horizontal quanto verticalmente, com alerta. Assim também deve ser feito na presença de rampas, escadas, elevadores, passagens, entre outras situações de risco. Quando existir porta giratória, deve ser prevista, junto a esta, outra entrada que garanta condições de acessibilidade. Portas giratórias devem ser evitadas, mas quando forem instaladas, as dimensões en- tre as pás devem ser compatíveis com as medidas necessárias para o deslocamento de uma pessoa em cadeira de rodas e devem ainda ser dotadas de sistema de segurança para rebatimento das pás em caso de sinistro. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Circulação interna A circulação interna na forma de corredores é dimensionada conforme o fluxo de pessoas. Porém, algumas dimensões mínimas são recomendadas dependendo do comprimento do corredor; ou seja do percurso. Esta tabela simplifica essas medidas: Comprimento do corredor (percurso) Largura recomendada do corredor Corredores de uso comum de até 4 m 0,90 m Corredores de uso comum de até 10 m 1,20 m Corredores de uso comum maiores que 10 m 1,50 m Corredores de uso público 1,50 m Arquitetura108 Quando os corredores de uso público tiverem um fluxo grande de pessoas, sua largura deve ser dimensionada conforme esse fluxo. Portanto, é realizada uma conta para se obter a largura ideal desse corredor. Para saber mais sobre o cálculo da largura dos corredores públicos com fluxo intenso, veja a norma ABNT NBR 9050 em 6.12.6 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC- NICAS, 2015). Além do dimensionamento correto das circulações, são indispensáveis a sinalização adequada e a presença do piso tátil nas rotas acessíveis. Ambientes As portas e passagens são os acessos aos ambientes. Tanto as portas como as passagens devem ter um vão livre de, no mínimo, 0,80 m de largura e 2,10 m de altura. Em portas de correr, portas sanfonadas ou portas com mais de uma folha de abrir, ou passagem, deve-se garantir um vão livre de 0,80 m. Quando as portas ou passagens estiverem localizadas em edificações de prática de esportes, a largura mínima do vão livre é de 1,00 m. Em geral, as portas devem ter condição de serem abertas com um único movimento. Elas devem ter maçanetas do tipo alavanca e, na sua parte infe- rior, no lado oposto da abertura, é recomendado que seja instalado uma pro- teção contra impactos provenientes de bengalas, cadeiras de rodas e muletas. As portas de correr devem ter o trilho somente na parte superior. As portas localizadas nos sanitários acessíveis devem dispor de abertura voltada para o exterior do ambiente, além de um puxador na horizontal, devi- damente posicionado. Veja o exemplo na Figura 13. Portas do tipo vaivém devem ter visor com largura mínima de 0,20 m e posicionado como mostra o exemplo na Figura 14. Além do dimensionamento das portas e aberturas, o sentido de abertura da porta, o puxador horizontal e a necessidade de um visor em portas vaivém, a norma brasileira abrange outras questões com mais detalhes em relação às portas de vidro e sua sinalização, por exemplo. Por isso, quando você for realizar um pro- jeto, lembre-se de verificar a norma para a criação de ambientes e rotas acessíveis. 109Acessibilidade Figura 13. Portas com revestimento e puxador horizontal. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros 2, 10 Puxador horizontal Maçaneta Revestimento resistente a impactos 0, 50 0, 40 0,10 0,40 0, 90 a 1 ,1 0 0,80 a) Vista frontal b) Vista superior Figura 14. Portas do tipo vaivém. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros 0,20 mín. Visor Puxador vertical 1, 50 m ín . 0, 40 a 0 ,9 0 0, 80 a 1 ,1 0 Dimensões em metros Dimensões em metros Arquitetura110 O interior dos ambientes vai variar conforme as atividades que serão exe- cutadas em cada um deles, com exceção dos sanitários. A elaboração de sani- tários acessíveis é rica em detalhes. No seu dimensionamento, por exemplo, deve-se garantir, em geral, uma área de manobra com circulação de um giro de 360º; a locação da área de transferência com a medida do M.R. ao lado da bacia; as barras de apoio posicionadas de maneira apropriada; e as peças sanitárias adequadas ao uso. Veja na Figura 15 um exemplo que resume de maneira simplificada um sanitário acessível. Figura 15. Áreas de transferência e manobra para uso da bacia sanitária. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015). Dimensões em metros M.R.M .R . M.R. 0,10 máx. 0,30 máx. ∅ 1,50 a) Vista superior da área de transferência b) Vista superior da área de manobraa) Vista superior da área de transferência b) Vista superior da área de manobra Assim como nos estacionamentos, o número de sanitários acessíveis é cal- culado conforme a quantidade de sanitários existentes. Em geral, o percentual de sanitários acessíveis em uma edificação, seja ela pública ou privada, é de 5% da quantidade total de sanitários existentes para cada sexo, em cada pa- vimento, quando for caso. Quando houver apenas um sanitário na edificação, ele deverá ser acessível. Existem ressalvas para as construções já existentes. Os sanitários acessíveis devem estar vinculados a rotas acessíveis, pró- ximos à circulação principal, e próximos ou integrados às demais instalações sanitárias. Devem ter entrada independente, caso o auxílio de uma pessoa do sexo oposto seja necessário, e também estar devidamente sinalizados. Dimensões em metros 111Acessibilidade O que você viu aqui foram questões básicas sobre circulação e acessos. Porém, a elaboração de ambientes e rotas acessíveis é rica em detalhes e pa- drões especificados pela norma brasileira ABNT NBR 9050 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Uma norma que não deve ser consultada apenas na elaboração de ambientes e rotas acessíveis, mas sim na elaboração de todo projeto. Lembre-se, ambientes dimensionados correta- mente geram conforto a toda a população, sem distinção. Portanto, não im- porta se é um projeto de acessibilidade ou não. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2016). 1. Sobre os fatores de impedância em rotas acessíveis, é correto afirmar: a) São fatores que influenciamno dimensionamento da rota aces- sível, como o fluxo de pessoas. b) É uma proporção gerada pela re- lação entre a inclinação horizontal da faixa livre e sua largura. c) Qualquer elemento ou condição que impeça o trânsito livre pelo passeio. d) Uma árvore localizada na faixa de serviço, é um fator de impe- dância. e) Objetos suspensos a 2,50 m do piso, na faixa livre, são fatores de impedância. 2. A travessia de pedestres, tanto em projetos arquitetônicos quanto urbanos, é uma questão importante para garantir a circulação autônoma, e, assim, as rotas acessíveis. Assinale a alternativa correta sobre o dimen- sionamento e desenho de travessias acessíveis. a) A calçada rebaixada pode ser executada entre canteiros, desde que mantenha as abas laterais. b) A faixa elevada é executada com a elevação do leito carroçável de calçada a calçada. c) Quando a faixa de serviço tiver a largura de 0,70 m, é indicado o uso do rebaixamento da calçada para a travessia acessível de pedestres. d) A redução de percurso geral- mente é realizada quando não se tem espaço suficiente para projetar uma faixa elevada. e) A travessia acessível é realizada apenas utilizando a calçada rebaixada. Arquitetura112 3. Sobre a quantificação, desenho e dimensionamento das vagas reser- vadas, assinale a alternativa correta: a) A quantidade de vagas reservadas tanto para uso de idosos quanto para pessoas com necessidades especiais é calculada na mesma porcentagem. b) A localização das vagas reser- vadas no estacionamento não é relevante. c) Deve-se garantir uma área adicional nas vagas reservadas de, no mínimo, 1,50 m. d) A sinalização das vagas reser- vadas deve ser horizontal. e) As vagas reservadas devem estar vinculadas a rotas acessíveis e calçadas rebaixadas. 4. Quando uma edificação se encontra elevada em relação à calçada, seu acesso se dá pelas escadas e rampas que devem seguir a norma ABNT NBR 9050, para que sejam acessíveis e inclusivas. Assinale a alternativa INCORRETA: a) São consideradas rampas as inclinações acima de 5%. b) Admite-se como largura mínima para as escadas 1,20 m e, para as rampas, 0,90 m. c) Inclinações abaixo de 5% no piso não são consideradas rampas e, por isso, não exigem área de descanso ou patamar. d) O piso tátil é utilizado para sina- lizar a rota acessível. Em escadas e rampas, é utilizado como alerta. e) A inclinação máxima recomen- dada para uma rampa é de 8,33%. Porém, admite-se uma inclinação de até 12,5% em casos de re- forma, quando esgotadas todas as possibilidades. 5. Os ambientes e a circulação interna de uma edificação, para serem acessí- veis, também devem seguir a norma ABNT NBR 9050. Sobre a elaboração de sanitários e rotas acessíveis no interior das edificações, analise as questões abaixo e assinale a correta: a) A largura mínima dos corredores não é influenciada pelo seu comprimento. b) Os sanitários são dimensionados de maneira que, ao lado do vaso sanitário, exista uma área de transferência com a medida mínima do módulo de referência (M.R. 0,90 x 1,20 m). c) As portas dos sanitários devem possuir o sentido de abertura para dentro do ambiente, como qualquer porta. d) Os sanitários acessíveis devem estar localizados próximos das circulações principais; vinculados a rotas acessíveis; próximos ou vinculados aos demais sanitários, porém com entrada exclusiva. e) É recomendado que todas as portas e passagens tenham um vão livre mínimo de 1,00 m. 113Acessibilidade ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edifica- ções, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. São Paulo: ABNT, 2015. BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 303, de 18 de dezembro de 2008. Bra- sília, DF: CONTRAN, 2008a. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/ Resolucoes/(Resolu%C3%A7%C3%A3o%20303.2008).pdf>. Acesso em: 17 set. 2016. BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 304 de 18 de dezembro de 2008. Bra- sília, DF: CONTRAN, 2008b. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/ Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_304.pdf>. Acesso em: 17 set. 2016. BRASIL. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Brasí- lia, DF: SNPD, 2016. Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/>. Acesso em: 17 set. 2016. INFOPÉDIA. Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. Acessibilidade. Porto: Porto, c2003-2016. Disponível em: <http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/ acessibilidade>. Acesso em: 17 set. 2016. LITTLEFIELD, David. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. Arquitetura114 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre a abrangência do tema acessibilidade, os diferentes tipos de necessidades especiais e o papel do arquiteto e urbanista. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Todos nós temos o direito de ir e vir, sem distinção. Por isso é importante que as calçadas sejam planejadas corretamente para garantir que a circulação dos pedestres ocorra adequadamente. Sobre os fatores de impedância, assinale a alternativa correta. A) Os objetos suspensos a 2,50 m ou mais do piso, sobre a faixa livre, são fatores de impedância. B) São fatores de impedância: árvores, postes ou placas, localizados na faixa de serviço. C) Os fatores de impedância influenciam no dimensionamento da rota acessível, um desses fatores é o fluxo de pessoas. D) Um dos fatores de impedância é a proporção gerada pela relação entre a inclinação horizontal da faixa livre e a sua largura. E) São fatores de impedância: árvores, postes ou placas, localizados no passeio. A ABNT, Assossiação Brasilira de Normas Técnicas, prevê circunstâncias adequadas para os transeuntes em vias públicas. Podemos afirmar que as duas imagens abaixo ilustram respectivamente: Figura I 2) Segundo a norma ABNT NBR 9050, a parte da calçada que considera um fator de impedância objetos a menos de 2,10m de altura, árvores, postes ou placas é o passeio, também chamado de faixa livre, que se trata de faixa exclusiva para circulação, deve medir 1,20m e ser livre de obstáculos. O fluxo de pessoas influencia no dimensionamento de uma rota acessível, porém não é um fator de impedância. Não existe relação entre a inclinação horizontal da faixa livre e sua largura como fator de impedância. Figura II Figura I: a redução do percurso de travessia dos veículos fazendo que a caçada tenha metragem mínima para circulação dos transeuntes. Figura II: a proporcionalidade do comprimento da faixa de segurança em relação à metragem mínima para circulação dos A) transeuntes em calçada com rebaixamento B) Figura I: a redução do percurso de travessia dos veículos fazendo que a caçada tenha metragem mínima para circulação dos transeuntes. Figura II: a metragem mínima para circulação dos transeuntes em calçada com rebaixamento C) Figura I: a obrigatoriedade de distribuição das vagas de estacionamento junto ao rebaixamento de calçada. Figura II: a metragem mínima para circulação dos transeuntes em calçada com rebaixamento D) Figura I: a obrigatoriedade de distribuição das vagas de estacionamento junto ao rebaixamento de calçada. Figura II: a proporcionalidade do comprimento da faixa de segurança em relação à metragem mínima para circulação dos transeuntes em calçada com rebaixamento E) Figura I: a organização das vagas de estacionamento perante o alinhamento dos imóveis. Figura II: a metragem mínima para circulação dos transeuntes em calçada com rebaixamento 3) As vagas em estacionamento são quantificadas conforme o fluxo de pessoas que utilizarão o local a ser projetado. O número de vagas reservadas, o desenho e seu dimensionamento seguem a norma da ABNT NBR 9050 e as Resoluções do CONTRAN no 304/2008 e 303/2008. Quanto à elaboração e à quantificação das vagas reservadas, assinale a alternativaINCORRETA. A) As vagas reservadas devem estar associadas a rotas acessíveis. B) As vagas podem ser de três maneiras: perpendicular à via, paralela e a 45o. C) A porcentagem de vagas reservadas para os idosos é igual a porcentagem de vagas reservadas para os portadores de necessidades especiais. As duas figuras demonstram que sempre deve haver um espaço maior ou igual a 1,20m para os transeuntes. Na figura I, para a construção de uma rampa, houve um aumento do espaço de calçada para que esta metragem fosse respeitada, diminuindo consequentemente a travessia dos veículos. Esta situação pode ser ser aplicada tanto para faixa elevada como para rebaixamento de calçada. E, a figura II, demonstra esta metragem mínima para circulação dos transeuntes em calçada com rebaixamento. Não há proporcionalidade do comprimento da faixa de segurança em relação à metragem mínima para circulação dos transeuntes, nem obrigatoriedade de distribuição das vagas de estacionamento junto ao rebaixamento de calçada. Também não existe relação entre vagas de estacionamento perante o alinhamento dos imóveis. A largura mínima de uma escada acessível é de 1,20 m e deve ter guia de balizamento. Todas as escadas acessíveis devem ter corrimão, sendo que em escadas de 1,20 m deve ter corrimão dos dois lados e em escadas com largura igual ou superior a 2,40 m pode ter corrimãos dos dois lados ou apenas um central. Todos os corrimãos devem ter duas alturas e prolongamento de 30 cm. Não há ressalvas quanto a mudança de direção para escadas acessíveis. D) Deve-se prever nas vagas reservadas uma área adicional com largura mínima de 1,20 m e comprimento da vaga. E) As vagas reservadas devem estar localizadas próximo das entradas principais. 4) Em muitos casos, acontece de a entrada de uma edificação estar muito acima do nível da calçada, gerando as escadas e as rampas. Estas, para que sejam acessíveis e inclusivas, devem seguir as recomendações da norma ABNT NBR 9050. Conforme a norma, assinale a alternativa correta. A) Inclinações acima de 4 % são consideradas rampas. B) A inclinação máxima recomendada para uma rampa é de 13 %. C) Tanto nas escadas como nas rampas é obrigatória a existência do corrimão duplo em ambos os lados. D) As rampas e as escadas devem ser sinalizadas por meio de piso tátil como alerta. E) A largura das escadas e das rampas está relacionada com o fluxo de pessoas. Admite-se como largura mínima para ambos 1,00 m. A acessibilidade não deve estar presente apenas no exterior e como acesso, as rotas acessíveis se estendem ao interior das edificações. É importante que os ambientes e a circulação sejam dimensionados e desenhados corretamente para garantir que sejam acessíveis. A acessibilidade não beneficia apenas as pessoas portadoras de necessidades especiais, mas também beneficia os idosos, as mulheres grávidas e as pessoas no geral sem distinção, pois desta maneira são projetados ambientes e circulações mais confortáveis. O dimensionamento dos ambientes vai variar conforme as atividades que são exercidas no interior de cada um, para a elaboração de sanitários e circulação interna 5) As inclinações acimas de 5 % são consideradas rampas, abaixo dessa inclinação são chamados pisos inclinados. Uma sequência de três ou mais degraus é considerado uma escada. Recomenda-se como inclinação máxima para as rampas acessíveis 8,33 %, porém, em reformas, quando esgotadas todas as possibilidades, admite-se 12,5 % de inclinação. É recomendada a instalação do corrimão duplo em ambos os lados da escada e da rampa, porém admite-se, em escadas com largura superior a 2,40 m, apenas um corrimão central. Toda a rota acessível deve ser sinalizada pelo piso tátil, que, nas escadas, nos elevadores e nas rampas, por exemplo, funcionam como alerta. A largura das escadas e das rampas está relacionada com o fluxo de pessoas, porém admite-se como largura mínima para as rampas 0,90 m e 1,20 m para as escadas. acessíveis, é necessário seguir a norma ABNT NBR 9050. Conforme a norma, analise as alternativas a seguir e assinale a correta. A) A largura mínima do vão livre das portas e passagens, recomendada pela norma brasileira, é de 0,80 m. Porém, em construções de práticas esportivas, a largura mínima das portas e passagens é de 1,00 m. B) O fluxo de pessoas influencia na largura dos corredores assim como o seu comprimento. Em corredores com um percurso de 10 m de uso público, recomenda-se uma largura mínima de 1,20 m. C) O vão livre mínimo dos sanitários acessíveis é de 1,00 m, e o sentido de abertura da porta é para fora do ambiente. D) O dimensionamento de sanitários acessíveis deve prever uma área de transferência ao lado do vaso sanitários com a medida mínima do módulo referencial (MR) de 0,90 x 1,30 m. E) Os sanitários acessíveis devem estar localizados próximos de rotas acessíveis, e sua quantificação é baseada no número de vagas reservadas para portadores de necessidades especiais. NA PRÁTICA O dimensionamento de ambientes acessíveis em uma edificação varia conforme as atividades que serão desenvolvidas no interior deste ambiente; na elaboração de sanitários acessíveis, o desenho e o dimensionamento possuem padrões mais específicos, sendo mais ricos em detalhes. Conforme a norma ABNT NBR 9050, a largura mínima recomendada do vão livre das portas e passagens é de 0,80 m, já em construções de práticas esportivas a largura mínima do vão livre é de 1,00 m. Em corredores públicos, de uso da população, é recomendada uma largura mínima de 1,50 m, independentemente da distância a ser percorrida. Em sanitários acessíveis, o vão livre mínimo da porta é de 0,80 m, além disso o sentido da sua abertura é para fora do ambiente. O dimensionamento de sanitários acessíveis deve prever uma área de transferência ao lado do vaso sanitários com medida mínima do MR, porém módulo referencial mede 0,80 x 1,20 m. Eles devem estar localizados próximos das circulações principais; vinculados a rotas acessíveis; próximos ou vinculados aos demais sanitários, porém com entrada exclusiva. A quantidade de sanitários acessíveis vai variar conforme a quantidade de sanitários totais existentes na edificação, o fluxo de pessoas e o número de andares da edificação. A quantidade de sanitários acessíveis em uma edificação é calculada conforme a quantidade de sanitários existentes. O percentual de sanitários acessíveis em uma edificação, seja ela pública ou privada, é de 5 % da quantidade total de sanitários existentes para cada sexo, em cada pavimento, quando for caso. Quando houver apenas um sanitário na edificação, este deverá ser acessível. Existem ressalvas para as construções já existentes. Os sanitários acessíveis devem estar vinculados a rotas acessíveis, próximos à circulação principal e próximos ou integrados às demais instalações sanitárias. Porém, os sanitários acessíveis devem possuir entrada independente, caso necessário, o auxílio de uma pessoa do sexo oposto; além disso, devem estar devidamente sinalizados. A norma brasileira que regulamenta o dimensionamento e o desenho de ambientes e rotas acessíveis é a ABNT NBR 9050, que foi atualizada no fim de 2015. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Galeria da Arquitetura: Escola Estadual Nova Cumbica Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! NBR ABNT 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Resolução CONTRAN No 304, de 18 de dezembro de 2008 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Resolução CONTRAN No 303, de 18 de dezembro de 2008 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Acessibilidade e sua importância nos projetos de hoje e do futuro Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil: Arquitetura inclusiva Conteúdo interativo disponível naplataforma de ensino! 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