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MAIS COM MENOS THAÍS GUERRA E GABRIEL BASTOS, DA FLORI TECH: FOCO NA EFICIÊNCIA NO MODO ECONOMIA COMO USAR TECNOLOGIA, NOVAS TÁTICAS DE VENDAS E NEGOCIAÇÃO PARA FECHAR O ANO NO AZUL AG O STO 20 22 • N º399 • R $ 20 ,0 0 C arga Tributária FederalAproxim ada 4,65% P E Q U E N A S E M P R E S A S G R A N D E S N E G Ó C I O S EDIÇÃO 399 AGO/2022 33º ANO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS https://t.me/BrasilRevistas Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS B AC K E N D 8 4 9 0 4 0 5 6 F R O N T E N D 1 8 1 6 2 2 2 4 2 9 2 0 1 2 6 3 0 D ATA B A S E S UM Á R I O CARTA AO LEITOR A Estônia é um país pouco maior do que o estado do Rio de Janeiro. Mas sua infraestrutura, com direito a um programa de residência digital, atrai empreendedores de todo o mundo ESPECIAL PEQUENA GIGANTE O cofundador e CEO da CI&T conta como aprendeu com erros e acertos a levar a empresa ao sucesso e dá dicas para quem quer empreender e inovar em um cenário desafiador ENTREVISTA CESAR GON FORA DA TOCA DE BEM COM O PERÍODO MENSTRUAL ESTE NOTE ESTÁ PARA ALUGAR INGREDIENTE PROTAGONISTA Nos últimos dois anos, o franchising ganhou novos perfis de franqueado, que aproveitaram formatos de negócios mais econômicos e flexíveis. Confira histórias de quem apostou nessa nova onda MERCADO FRANQUEADO 2.0 AS MELHORES FRANQUIAS DO BRASIL ARMAZÉM INTELIGENTE DEMOCRACIA DO DINHEIRO Ser mais eficiente na gestão do negócio sem aumentar os custos é a melhor estratégia para enfrentar a crise atual. Veja exemplos de empresas que já colocam isso em prática e dicas de como começar CAPA COMO FAZER MAIS COM MENOS HOW TO OTIMIZE O SEU TEMPO C A P A T H AY N Á B O N I N FO TO :R AF AE L D AB U L O S FAT U R AM E N TO S P U B L I C A D O S N A S M AT É R I A S S ÃO I N F O RM A D O S P E L A S P R Ó P R I A S E M P R E S A S I M P O R TA N T E P A R A FA L A R COM A R E D AÇ ÃO , C OM E N TA R R E P O R TAG E N S O U FA Z E R S U G E S TÕ E S , E S C R E VA P A R A : P E G N@ E D G LO B O . C OM . B R ACOM PA N H E O S D E S T AQ U E S D A S E M A N A P E L A N EW S L E T T E R ( C A D A S T R O E M N O S S O S I T E ) ANUNC IE 1 1 3 7 67 - 7 700 E 1 1 3767-7489 (SP ) ; 2 1 3380-5924 (RJ ) ; PUBL I PEGN@EDGLOBO .COM .BR A S S I N E P E Q U E N A S E M P R E S A S & G R A N D E S N E G Ó C I O S WWW . A S S I N E G L O B O . C OM . B R DEU CERTO GENIVALDO RIBEIRO DA SILVA 6 6 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS PEGN.COM.BR VESTUÁRIO PARA AS CRIANÇAS SÓ NO SITE FAÇA PARTE DA MAIOR E MAIS IMPORTANTE COMUNIDADE DE EMPREENDEDORISMO DO BRASIL FA C E B O O K . C OM / R E V I S T A P E G N L I N K E D I N . C OM / S H OWC A S E / R E V I S T A P E G N TW I T T E R . C OM / P E Q EM P R E S A S P I N T E R E S T . C OM / R E V I S T A P E G N I N S TAG R AM . C OM / R E V I S T A P E G N Depois de costurar uma fantasia para o sobrinho, em 2020, Bruna Priori viu a oportunidade de vender esse tipo de peça. Impulsionada pela tendêcia dos ‘mêsversários’, a Priori Kids faturou R$ 85 mil em 2021 e projeta chegar a R$ 400 mil neste ano. glo.bo/3B9OFqj Inspirados pela cultura dos ‘slams’, Lincoln Pires e Larissa Costa criaram a Monomito Filmes, produtora com foco em projetos que representam as periferias. A empresa atende clientes como iFood e espera faturar R$ 250 mil em 2022. glo.bo/3PEETk0 AUDIOVISUAL DIRETO DA PERIFERIA N E N H UM A EM P R E S A , E X C E TO A E D I T O R A G LO B O , E S TÁ A U TO R I Z A D A A V E N D E R P R O D U TO S O U S E R V I Ç O S E M N OM E D E P E Q U E N A S E M P R E S A S & G R A N D E S N E G Ó C I O S . E M C A S O D E D Ú V I D A , E S C R E VA P A R A P E G N@ E D G LO B O . C OM . B R ERRATA Diferentemente do publicado na reportagem Como abrir uma empresa no pós-pandemia (edição 396, de abril), a sócia responsável pela área comercial da startup Veroni se chama Liz Magalhães e tem 26 anos. CONEXÃO PATRÍCIA SPRADA, DA ECOCÃO: BOM RELACIONAMENTO COM FORNECEDOR TRAZ BONS FRUTOS PARA A EMPRESA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS FO TO :T H AY N Á B O N IN P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 16 AO L E I TO R O CLUBE dos EFICIENTES Alta nos insumos, queda no poder de compra, gasolina nas alturas, e o dólar nem se fala. Sem contar o cansaço pós(?)-pandemia da equipe, aquele burnout à espreita. O mercado não para, concorren- tes correndo por fora, clientes que demandam inovação. A pergunta que não sai da cabe- ça do empreendedor é: como, afinal, fazer mais commenos? A resposta, como você con- fere na reportagem de capa deste mês, pode estar muito mais próxima do que parece. Trazemos, por exemplo, al- gumas táticas de negociação para diminuir gastos com o ponto comercial ou com a compra de matéria-prima. Mostramos como uma em- presa usa a tecnologia para reduzir perdas e economizar com armazenamento e entrega de mercadorias. Em outro ne- gócio, mudanças na gestão da equipe levaram amaior produ- tividade. Ou seja, as soluções estão ao alcance – e ajudam não só a colocar as contas no azul, mas a ter uma boa mar- gem de lucro. Falando em lucro, revelamos, em uma reportagem especial, quem são os franqueados que estão aproveitandonovas opor- tunidades. Eles abremnegócios em condomínios ou escolas, empreendem em casa e inves- tem em franquias de repasse. Encontram nichos e formatos rentáveis até mesmo em mer- cados ultracompetitivos. Mas, se você busca uma chance fora do Brasil, não pode perder a matéria que fizemos in loco na Estônia. O pequeno país do nordeste europeu se orgulha das suas startups – en- tre elas, alguns unicórnios – e investiu em um programa de e-residency que permite a es- trangeiros empreender por lá. As vantagens? Um ecossistema altamente digitalizado (até a burocracia é) e uma porta para a União Europeia. Agora, se você não consegue se organizar e decidir o que fa- zer primeiro – cortar custos? Internacionalizar? Identificar oportunidades? –, lá no fim da revista tem dicas para geren- ciar melhor o tempo. Sei bem que não está fácil, e estamos aqui para te ajudar. Um abraço e fique bem, MARIANA IWAKURA E D I T O R A - C H E F E @M A R I _ I WA KM A R I A N A I WA K U R A Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 8 Pequenas Empresas & Grandes Negócios é uma publicação mensal da EDITORA GLOBO S.A. Av. 9 de Julho, 5.229, Jardim Paulista, São Paulo (SP), CEP 01407-907 – Tel. 11 3767-7000. Distribuidor para todo o Brasil: Dinap - Distribuidora Nacional de Publicações; Impressão: Log & Print Gráfica e Logística S/A – Rua Joana Foresto Storani, 676 – Distrito Industrial Vinhedo – SP DESEJA FALAR COM A EDITORA GLOBO? 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PARA SE CORRESPONDER COM A REDAÇÃO: pegn@edglobo.com.br DIRETOR GERAL: Frederic Zoghaib Kachar DIRETOR NACIONAL DE NEGÓCIOS: Ricardo Rodrigues DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO COMERCIAL: Tiago Afonso DIREÇÃO AUDIÊNCIA: Diego Macedo DIREÇÃO EDITORIAL: Daniela Tófoli e Sandra Boccia O Bureau Veritas Certification, com base nos processos e procedimentos descritos no seu Relatório de Verificação, adotando um nível de confiança razoável, declara que o Inventário de Gases de Efeito Estufa - Ano 2011, da Editora Globo S.A., é preciso, confiável e livre de erro ou distorção e é uma representação equitativa dosdados e informações de GEE sobre o período de referência, para o escopo definido; foi elaborado em conformidade com a NBR ISO 14064-1:2007 e Especificações do Programa Brasileiro GHG Protocol. Fundada há 33 anos, a Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios tem por missão ajudar pessoas inovadoras a transformar ideias em grandes realizações. As reportagens da revista apresentam oportunidades de negócios para micro, pequenas e médias empresas e têm o compromisso de informar o que há de mais moderno em conceitos de gestão, marketing, estratégia, finanças e tecnologia. Acreditamos que é possível fazer aquilo que você gosta. E lucrar com isso Acreditamos que é possível ter lucro criando um ambiente de trabalho saudável, inspirador e causando um impacto positivo na sociedade Acreditamos na inovação e na força criativa que vêm das novas empresas Acreditamos no empreendedorismo como pilar essencial para uma economia equilibrada e para uma melhor distribuição de riquezas Acreditamos que o empreendedorismo pode e deve ser promovido e ensinado nas escolas de todo o país, para despertar talentos e habilitar os cidadãos a administrar seus negócios Acreditamos no empreendedorismo como chave para a realização de sonhos Acreditamos que o empreendedorismo está alinhado com a visão de mundo (trabalho com diversão e senso de propósito) das novas gerações Acreditamos que compartilhar conhecimento produz experiências mais ricas Acreditamos que a informação precisa, clara e de qualidade seja um instrumento capaz de transformar e aperfeiçoar empreendedores, empresas e relações de trabalho Acreditamos que todas as empresas, independentemente do tamanho, devem adotar práticas ambientalmente corretas e gerar lucro de modo sustentável NOSSOS VALORES REDAÇÃO PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS EDITORA-CHEFE: Mariana Iwakura EDITORA EXECUTIVA: Juliana Ventura EDITORA-ASSISTENTE: Ana Laura Stachewski REPÓRTERES: Carina Brito e Paulo Gratão ESTAGIÁRIOS: Rafaela Freitas e Vinícius Alves COLABORADORES: Adriana Fonseca, Ediane Tiago, Mauro Silveira, Mônica Kato e Rebecca Silva (texto); Laís Rigotti (revisão); Alexandre DiPaula, Camila Cara, Daniel Gallo, José Medeiros, Rafael Dabul, Ricardo Benichio, Tamara Lopes, Thayná Bonin e Vítor Jardim (fotos); Caco Neves e Fralvez (ilustrações) ESTÚDIO DE CRIAÇÃO DIRETOR: Rodrigo Buldrini DIRETOR DE ARTE: Alex Vargas Cassalho EDITORES DE ARTE ASSISTENTES: Clayton Rodrigues e Daniel Pastori DESIGNERS: Demetrios Cardozo, Felipe Hideki Yatabe e Pablo Gonzalez COLABORADORES: Lessandra Martins (designer) e Fernanda Ferrari (designer) MERCADO ANUNCIANTE SEGMENTOS: FINANCEIRO – IMOBILIÁRIO – INFRA/LOG – INDÚSTRIA/ENERGIA – AGRONEGÓCIO DIRETOR DE NEGÓCIOS: Emiliano Morad Hansenn; GERENTE DE NEGÓCIOS: João Carlos Meyer; COORDENADORA DE NEGÓCIOS (PUBLICIDADE LEGAL): Francimaria Pacheco Da Silva Santos; COORDENADORA DE NEGÓCIOS (AGRONEGÓCIO): Cristiane Nogueira; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Bruna Serrajordia Ros, Catarina Augusta Pedroso dos Santos, Edvaldo da Silva, Fabio Bastos Ferreira de Andrade, Juliana Fernandes e Selma Teixeira da Costa SEGMENTOS: EDUCAÇÃO – ALIMENTOS E BEBIDAS – MONTADORAS – VAREJO – TELECOM – TECNOLOGIA – ELETRÔNICOS GERENTE DE NEGÓCIOS: Lilian Cassamassimo Baima; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Cesar Augusto Picchi Daltozo, Cristina Furuko, Flávia Marangoni, Karina Penachio Primon, Renato Arellas e Roberto Loz Junior SEGMENTOS: MODA – BELEZA – HIGIENE DOMÉSTICA E PESSOAL – SHOPPING – DECORAÇÃO – SAÚDE – CIAS AÉREAS – TURISMO – PUERICULTURA – MÍDIA – ENTRETENIMENTO – OUTROS DIRETORA DE NEGÓCIOS: Olivia Cipolla Bolonha; COORDENADORA DE NEGÓCIOS (DECORAÇÃO): Fátima Regina Ottaviani; COORDENADOR DE NEGÓCIOS (ENTRETENIMENTO, SAÚDE E TURISMO):Marcelo Malzoni Barreto; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Arthur Alves de Carvalho, Eliana Lima Fagundes, Jessica Arslan e Lilian de Marche Noffs COORDENADORA DE NEGÓCIOS EDITORA GLOBO | EDIÇÕES GLOBO CONDÉ NAST: Renata Dias RIO DE JANEIRO DIRETOR DE NEGÓCIOS: Marcelo Lima da Cunha Mattos; GERENTES DE NEGÓCIOS: Darlene Bastos Campos Machado (VAREJO) e Monica Monnerat C. da Gama e Silva (BELEZA – MODA – SHOPPING); EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Alessandra de Oliveira Correa Fernandes, André Rodrigues Ramos, Beatriz dos Santos Alves, Claudia de Carvalho Coutinho, Daniela Nunes Lopes, Kalinka Martins Valadares de Araújo e Marley Ramos Trindade DIRETOR DE NEGÓCIOS (GOVERNO – SERVIÇOS PÚBLICOS SOCIAIS – ENERGIA): Luiz Fernando Manso; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Robert de Souza Correa (ENERGIA), Claudia Cubeiro (GOVERNO) e Marcelo Valentim (PUBLICIDADE LEGAL) COORDENADOR GERAL DE PME E NOVOS NEGÓCIOS: Fabio Paz do Lago; COORDENADORES DE ÁREA: Cyro Marçal e Jorge Guaiacy; COORDENADORA DE TELEMARKETING: Valéria Brasil; EXECUTIVO DE NEGÓCIOS (CORRETOR):Miguel Fernandes BRASÍLIA DIRETOR DE NEGÓCIOS: Luiz Fernando Manso; COORDENADORA ÁREA COMERCIAL: Luciana Gomes de Oliveira Burnett ESCRITÓRIOS REGIONAIS DIRETORA DE NEGÓCIOS: Thaís Éboli Haddad; CONTATO PUBLICIDADE: Ana Carolina Lima DESENVOLVIMENTO COMERCIAL G.LAB: Edward Pimenta PROJETOS ESPECIAIS (RJ/SP): Leonardo André EVENTOS (RJ): Christiano Coimbra; EVENTOS (SP): Daniela Valente OPERAÇÕES COMERCIAIS GERENTE DE OPERAÇÕES COMERCIAIS: Anderson Góes Silva O QUE É O G.LAB O G.Lab elabora conteúdos de qualidade patrocinados por empresas que contratam seus serviços. Esses conteúdos são identificados por expressões como “apresenta”, “apresentado por”, “oferecimento”, “especial publicitário”, “conteúdo publicitário”, “publieditorial” e “promo”. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS CONEXÃO T R A N S FO RMAÇÃO 1 1 T E N D Ê N C IA S C R IA T IV ID A D E DNE TNORF DNE TNORF P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 2 F R O N T E N D • E V E N TO A S ME L HO R E S F R A NQU I A S do B R A S I L Conheça as principais laureadas e as 99 redes que alcançaram 5 estrelas na edição de 2022 da premiação de Pequenas Empresas & Grandes Negócios T E X T O J U L I A N A V E N T U R A FOTOS A L E X A N D R E D I P A U L A P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Na edição 2022 do prêmioMelhores Franquias do Bra- sil, a grande vencedora foi do segmento de alimenta- ção: a rede de grelhados Montana Grill. Entre as mi- crofranquias (categoria com investimento inicial de até R$ 105 mil), a escolhida foi a Maria Brasileira, de limpeza – que havia levado o prêmio em 2021. Patro- cinado pela Mercedes-Benz e pelo Itaú, o evento, rea- lizado em 21 de junho, ocorreu de forma híbrida, com representantes dos principais vencedores na festa presencial, e transmissão pelas redes sociais de PEGN. Noventa e nove empresas receberam cinco estrelas, chancela que atesta a excelência na gestão dos negó- cios. Também foram reconhecidas as redes que obti- veram as maiores notas nos quesitos Desempenho da Rede, Qualidade da Rede e Satisfação do Franqueado – Cacau Show, Alphagraphics e Terça da Serra Resi- dencial Sênior, respectivamente. A pesquisa foi realizada de maneira totalmente isenta pela Serasa Experian com 422 empresas ins- critas. As marcas foram avaliadas sob três critérios: a qualidade da rede (o valor da marca, o investimento em marketing e a inovação), o desempenho da rede (a performance financeira) e a satisfação do franqueado (a avaliação dos donos das unidades em relação aos serviços prestados pela franqueadora). A festa celebrou também a retomada do setor, que, depois de dois anos de pandemia, registrou no pri- meiro trimestre de 2022 crescimento de 8,8% em fa- turamento. Na abertura da festa, a editora-chefe de PEGN,Mariana Iwakura, lembrou os desafios da crise sanitária e reconheceu os esforços das redes para manter os negócios e se reinventar com novos mode- losde franquia, revisão de mix de produtos, inova- ções e estratégias omnichannel. CON F I R A O S D E S TAQU E S DO PR ÊM I O M E LHOR E S F R ANQU I A S DO B R A S I L 2 0 2 2 F R A NQ U I A DO ANO • Montana Grill Rede se aproximou dos franqueados e desenvolveu novidades voltadas a praças de alimentação ME LHO R M I C RO F R A NQ U I A • Maria Brasileira Marca focou em treinamento e digitalização, com banco próprio e previsão de lançamento de um aplicativo S AT I S FAÇÃO DO F R A NQ U E A DO • Terça da Serra Residencial Sênior Voltada ao cuidado de idosos, rede tem canal direto com os franqueados para medir o engajamento D E S EM PE N HO DA R E D E • Cacau Show Das 503 operações abertas em 2021, mais de 200 foram no formato contêiner, novidade que a marca lançou para se expandir QUA L I D A D E DA R E D E • Alphagraphics Marca oferece suporte na operacionalização de ações que geram vendas diretas, com disparo de campanhas digitais e gestão de mídias sociais Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 3P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 1 OS APRESENTADORES BETO MARDEN E CRIS GUTERRES, E A DJ ANA SERRONI, NO PALCO DO EVENTO 2 JORGE MARIANO, GERENTE NACIONAL DE EXPANSÃO DO GRUPO HALIPAR, DA MARCA MONTANA GRILL ; RICARDO JOSÉ ALVES, FUNDADOR E CEO, E ROBINSON MANARINI, GESTOR DA MONTANA GRILL 3 FELIPE BURANELLO, CEO E FUNDADOR DA MARIA BRASILEIRA, E JULIANA PITELLI, SÓCIA E GESTORA DE EXPANSÃO DA MARCA, ELEITA A MELHOR MICROFRANQUIA 4 BETO MARDEN E A SPRINTER DA MERCEDES-BENZ 1 2 3 4 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 4 F R O N T E N D • E V E N TO P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 1 3 5 6 4 2 1 CRIS GUTERRES E BETO MARDEN 2 ANDRÉ FRIEDHEIM, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANCHISING, E MARIANA IWAKURA, EDITORA-CHEFE DE PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 3 BRUNA RODRIGUES, GERENTE DE OPERAÇÕES, E WEVERSON GOMES, GERENTE DE IMPLANTAÇÃO, REPRESENTARAM A REDE TERÇA DA SERRA RESIDENCIAL SÊNIOR 4 PAULO GRATÃO, REPÓRTER DE PEGN, ENTREGA O PRÊMIO A ARLAN ROQUE, GERENTE EXECUTIVO DE EXPANSÃO, E ELI CUNHA, GERENTE NACIONAL DE FRANQUIAS DA CACAU SHOW 5 RODRIGO ABREU, PRESIDENTE DA ALPHAGRAPHICS, RECEBE O TROFÉU DAS MÃOS DE GRATÃO 6 A DJ ANA SERRONI ANIMOU O EVENTO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 5P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 AS 9 9 F R ANQU I A S 5 E S T R E L A S D E 2 0 2 2 5àsec Água Doce Cachaçaria Sabores do Brasil All Net Educação Alphagraphics Anjos Colchões e Sofás Bella Capri Pizzaria Bibi Billy The Grill Bob’s Casa Bauducco Casa do Construtor - Aluguel de Equipamentos Cebrac - Centro Brasileiro de Cursos Ceofood Ceopag Chilli Beans China In Box Chiquinho Sorvetes Clube Turismo CNA Coife Odonto Constance Calçados Croasonho Divino Fogão - Comida da Fazenda Doutor Hérnia Doutor Sofá Emagrecentro Faculdade Inspirar Farmácia Roval de Manipulação Farmácias Brasil Poupa Lar Farmafórmula First Class Fisk Centro de Ensino Flytour Serviços de Viagens Gela Boca Giolaser Grau Técnico Griletto Help! Loja de Crédito Hering Store Hope Lingerie IE Intercâmbio IGA Brasil iGUi Influx English School Instituto Mix de Profissões Inviolável Jin Jin Kopenhagen Kumon Lig-Lig Limpidus Little Kickers Brasil Maria Brasileira McDonald’s Mercadão dos Óculos Microlins Milon Mini Kalzone Montana Grill Morana Acessórios Mr. Mix Milk Shakes NTW Contabilidade e Gestão Empresarial Nutty Bavarian O Boticário Odontoclinic Odontocompany Onodera Estética Oral Sin Implantes Orthodontic Orthopride Patroni Pizza Pharmapele Pizza Crek Poltrona 1 Turismo Portobello Shop Prepara Cursos Prudential do Brasil Puket QG Jeitinho Caseiro Quiero Café Redeorto Rei do Mate Restaura Jeans Rockfeller Language Center Sergio’s Sóbrancelhas Sorridents Clínicas Odontológicas Splash Spoleto Sucão Super Visão Vistorias Automotivas Sushiloko Tintas MC Tip Top Tratabem Vazoli Vicofarma e Vicoflora Vivenda do Camarão Yes! Idiomas Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS F R O N T E N D • S U S T E N TA B I L I D A D E D E B EM com O P E R Í O DO MEN S T R UA L Comandada por avó e neta, marca produz absorventes reutilizáveis feitos de tecido T E X T O R E B E C C A S I LVA F O T O S TA M A R A LO P E S Maria Letycia Souza dos Santos, 20 anos, é amais velha dos sete netos deMaria Íris de Souza Oliveira, 72. Entre os familiares, há quem diga que uma não desgruda da outra. Com razão. “Minha avó é a minha mãe, madri- nha, melhor amiga. Fazemos tudo juntas – para onde eu vou, ela vai junto”, conta Santos. Há poucomais de dois anos, sofrendo com desconfortos durante o período menstrual, a jovem encontrou informações e tutoriais na internet sobre os absorventes reutilizáveis, feitos de tecido. Decidiu experimentar e pediu que a avó fizesse alguns para ela, já que Oliveira sempre trabalhou com costura e já teve até uma fábrica de calçados e bolsas. Com pouco tempo de uso, Santos percebeu que não odiava mais a chegada do período menstrual. Teve en- tão a vontade de proporcionar o mesmo para outras pessoas. Em fevereiro de 2020, criou a marca Ecofo- reva. “Minha avó segurou a minha mão nesse projeto e juntas cuidamos de tudo”, conta a jovem. Os absorventes da marca são produzidos em um quarto na casa da família, em Fortaleza (CE), onde a jovem cuida do corte e do molde e a avó faz a costu- ra. Eles estão disponíveis em três tamanhos, seme- lhantes aos absorventes tradicionais encontrados no mercado, e são feitos com uma combinação de teci- dos. A primeira camada, que entra em contato direto com o corpo, é 100% algodão. Depois, vêm um tecido hiperabsorvente e o waterblock, material impermeá- vel para impedir vazamentos. A durabilidade estima- da das peças é de três a quatro anos. Por causa da pandemia, que começou pouco depois da criação da marca, as vendas ficaram suspensas por alguns me- ses para não expor Oliveira. Enquanto isso, Santos se concentrou nas redes sociais, produzindo conteúdo informativo e criando uma comunidade em torno da Ecoforeva. Um vídeo gravado com a avó para respon- der a dúvidas sobre esse tipo de absorvente foi espe- cialmente importante para o crescimento da marca. “Muita gente se identificou comigo, com ela e com o produto, que tem tecnologia, é confortável e susten- tável”, afirma Santos. O público-alvo são adolescentes e jovens de 13 a 22 anos, mas a empreendedora diz que amarca atrai clien- tes de todas as idades, do início da menstruação até o período próximo à menopausa. Segundo ela, a ideia é criar um espaço onde meninas como ela possam en- contrar conteúdo sobre menstruação de forma leve e divertida. “Não precisa ser sério, distante. Dá para ser descontraído, com memes e referências do mundo pop”, aponta. O Instagram damarca reúne quase 20mil seguidores. Desde que a Ecoforeva foi criada, cerca de 2 mil pessoas compraram os produtos. Para este ano, Santos pretende atender a pedidos de outros países, cuidando de uma demanda que já existe na América Latina, em Portugal e em Angola. PARCERIA AVÓ E NETA SE DIVIDEM NA PRODUÇÃO DOS ABSORVENTES, E A JOVEM TAMBÉM CUIDA DAS REDES SOCIAIS DA MARCA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Assista ao filme As crianças nesta campanha são filhos e filhas de colaboradores da ENGIE. COMOFUTURO NÃOSE BRINCANÃOSE BRINCA Na ENGIE, adotamos um modelo de crescimento sustentável buscando enfrentar os grandes desafios da transição energética para uma economia neutra em carbono. Estamos acelerando essa transição no Brasil, agindo hoje para oferecer soluções cada vez mais integradas e inovadoras, que ajudam empresas e cidades a se tornarem mais eficientes, conscientes e sustentáveis. Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 8 F R O N T E N D • I M PAC TO SOC I A L D EMOCR AC I A do D I N H E I R O Diego Reis e Fernando Zago criaram o Banco Afro, fintech social que fortalece negócios desenvolvidos por pessoasnegras e indígenas P O R R A FA E L A F R E I T A S Diego Reis, 32 anos, nasceu em uma família de funcio- nários públicos que desejava o mesmo futuro para ele, mas sua vontade sempre foi empreender. Especialista em segurança da informação, Reis fundou sua primeira empresa na área de montagem e manutenção de com- putadores, que se ampliou e deu espaço a novos negó- cios, como uma rede de cybercafés. Contudo, mesmo com esforço, o empreendedor enfrentava dificuldades para acessar serviços oferecidos pelos bancos tradi- cionais. “Eu comecei a entender a lógica do racismo quando tentei ter acesso a crédito. Outras pessoas, com empresas que faturavam menos, passavam por uma dinâmica muito mais rápida”, conta. Daí veio o Banco Afro. A fintech busca ser uma facilitadora para empre- sas, empreendedores e profissionais autônomos, ofere- cendo acesso a crédito, sistemas de gestão e um espaço para divulgação de produtos e serviços. O negócio surgiu quando Reis liderava o Coletivo Afroempreendedor, que tinha como intuito fomentar o BlackMoney. “Independentemente do que a gente fizes- se, sempre dávamos de cara com o lado financeiro. De abertura de conta até acesso a capital, tudo era compli- cado”, conta. Reis conheceu o sócio, Fernando Zago, 36 anos, em um evento de aceleração de startups. Juntos, colocaram a operação em prática em 2019 – hoje, a for- mação societária conta também com Erick Francis, 32 anos. A instituição roda no azul desde o seu segundo mês de atuação e, em 2022, o crescimento mensal de PARA TODOS CRESCIMENTO MENSAL DE TRANSAÇÕES FEITAS NO BANCO AFRO ESTÁ NA MÉDIA DE 70% EM 2022. NA FOTO (DA ESQ. PARA A DIR . ) , OS SÓCIOS FERNANDO ZAGO, DIEGO REIS E ERICK FRANCIS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 transações feitas no banco está na média de 70%. Se- gundo os fundadores, porém, o intuito do banco é ser mais que uma instituição financeira, focando no aspec- to social. “Encaramos a tecnologia bancária como com- modity, e a utilizamos como instrumental, não como fim transformador da sociedade”, explica Zago. O Banco Afro entra como parceiro de projetos sociais e oferece apoio tecnológico para a gestão, além de em- préstimos, cashback e rentabilidade compartilhada. As iniciativas incluem a Marcenaria do Bem, fomenta- da por um instituto em que os alunos doam os móveis produzidos – e que já movimentou quase R$ 3 milhões –, e a comunidade de motoboys Trampay. O negócio também conta com projetos próprios, como o Liberto Benefícios, pelo qual empresas podem disponibilizar benefícios aos colaboradores diretamente na carteira do banco, permitindo que eles gastem os valores como preferirem, por meio de Pix, boleto ou cartão. Qualquer um pode abrir uma conta no Banco Afro, e o empreendedor recebe acesso ao Shop Afro, espaço dentro do aplicativo para a criação de uma loja gratui- ta, um sistema de gestão com dashboards para visão estratégica e disponibilização de recursos, além de fá- cil acesso a crédito. Para os próximos meses, o objetivo é captar investimentos para expandir o negócio. A lon- go prazo, os fundadores planejam atuar no continente africano, com foco na Costa do Marfim e em países de língua portuguesa. FO TO D IV U LG A Ç Ã O Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 2 0 F R O N T E N D • COM I DA FO R A da TOCA Deia Lopes aprendeu a cozinhar em hotel e empreendeu com tapiocas. Hoje fatura R$ 500 mil com o Toca da Tapioca e acaba de lançar em supermercados uma massa ultracongelada P O R P A U LO G R ATÃO Foram necessários muitos anos de terapia para que Deia Lopes, 35 anos, entendesse que o empreendedo- rismo já era parte de sua vida desde antesmesmo de ela saber o significado do termo. Ela ficou nacionalmente conhecida ao participar do reality show Cook Island, transmitido pela GNT. Mas, antes disso e do sucesso do restaurante focado em tapiocas criado por ela, teve uma trajetória cheia de obstáculos. Lopes cresceu com 12 irmãos e foi criada principal- mente pela mãe. O pai viajava muito a trabalho, para São Paulo. Era quando ele retornava que a família con- seguia fazer as três refeições do dia. Diariamente ela via a mãe torrar e vender amendoins na rodoviária de Ubaitaba (BA), sem a certeza de que voltaria para casa com o suficiente para colocar comida na mesa. Lopes acompanhou a mãe muitas vezes e acabou ligando o ato de vender os amendoins a ter o que comer. “Acre- dito que minha veia empreendedora veio dessa cena de uma mulher forte e aguerrida”, afirma. Aos 13 anos, resolveu ir a São Paulo, onde trabalhou em diversas ocupações. Aos 21, porém, seis meses após se tornar mãe, voltou para a Bahia. Passou a atuar em uma cozinha de hotel, onde aprendeu a cozinhar e cres- ceu como profissional. Ao mesmo tempo, trabalhava em um resort fazendo tapiocas, e na cozinha de um restaurante local. A empreendedora conta que, nes- sa época, passou a conversar sobre negócios com um P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 empresário do ramo de cosméticos que conheceu por intermédio da irmã. Foi assim que teve a inspiração de abrir a própria empresa e decidiu que empreenderia com suas elogiadas tapiocas. Em 2009, com uma sócia – que saiu após três meses –, ela abriu a Toca da Tapioca, em Uruçuca, no sul da Bahia. “Usei o dinheiro das férias para abrir a primeira casinha. Ia olhando o que o público gostava e fazen- do. Passei muito perrengue, ninguém nasce sabendo empreender.” Com o passar dos anos, conseguiu se es- truturar. Estava pronta para fazer novos investimentos no negócio quando chegou a pandemia. Lopes acabou gastando todos os recursos tentando manter a Toca da Tapioca, e precisou montar a operação de delivery em tempo recorde. “Era pós-verão, então tínhamos ainda um bom estoque para nos virarmos.” Um dia, em uma ida ao supermercado para buscar in- sumos, teve um novo insight ao ver um pacote de mas- sa semipronta à venda: ia fazer discos de tapioca para colocar na prateleira. Desenvolver o item não foi fácil. Ela fez testes, estudou ultracongelamento e, depois de alguns erros, conseguiu criar o produto. Agora, se pre- para para levar as tapiocas a supermercados de todo o país – e já pensa também em exportar. Lopes não arris- ca números, mas espera que essa frente se torne maior do que o próprio restaurante daqui a um ano. Em 2021, a casa faturou R$ 500 mil. F O TO D IV U LG A Ç Ã O ORIGINAL DA BAHIA FUNDADO POR DEIA LOPES, O TOCA DA TAPIOCA FICA NO SUL DA BAHIA E FAZ SUCESSO COM DISCOS DE MASSA COLORIDA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 2 2 F R O N T E N D • LOG Í S T I C A A RMA Z ÉM I N T E L I G E N T E Inspirado nas necessidades da própria franquia, empreendedor abriu startup de logística especializada em atender redes de alimentação T E X T O P A U LO G R ATÃO Rodrigo Pitombo, 31 anos, trabalhou na empresa de logística da família por oito anos. Em 2017, decidiu vo- ar solo com uma franquia de alimentação. Ao visitar a fábrica da franqueadora, porém, percebeu uma série de gargalos. O maior problema, segundo o empreen- dedor, era a falta de capacidade para gerir a cadeia de suprimentos e abastecer os franqueados de maneira eficiente. Ele então teve uma ideia: criar um serviço logístico, com um armazém inteligente, que entregas- se os itens da marca para as franquias. Em 2018, em sociedade com a amiga Carolinne Couto, 34 anos, ele abriu a KPL Supply Solution. A ideia era tirar o braço de supply chain da alçada dos franqueadores, para que eles pudessem se concentrar em outras pontas importantes do negócio. “O principal vetor é a padro- nização das lojas. Isso garante que a marca não será prejudicada por um franqueado que compre produtos não homologados”, afirma. Na prática, a KPL é responsável por buscar os itens nos fornecedores autorizados pela marca e distribuí- -los para cada franqueado. Segundo Pitombo, a cen-tralização pode reduzir os custos logísticos em até 10% para a rede. Depois dos primeiros investimentos, de cerca de R$ 500 mil, Pitombo se propôs a remode- lar a área logística da marca da qual era franqueado, mas não obteve uma resposta positiva. “Já tínhamos investido no armazém, falado sobre a ideia no mer- cado e investido em branding. Nisso, um amigo nos P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 indicou nosso primeiro cliente”, diz, referindo-se ao grupo Impettus, dono da rede Espetto Carioca. Com foco em redes de alimentação, a logtech faturou R$ 980 mil no seu primeiro ano de operação, chegan- do a R$ 7 milhões no segundo. Porém, em 2020, com a pandemia e os impactos sobre o mercado de food service, o faturamento foi reduzido a quase zero. Para reverter esse quadro, eles criaram o programa KPL em Casa, que atende pessoas físicas por meio do delivery – uma espécie de “last mile” de e-commerces. Com a reabertura dos restaurantes, a empresa con- seguiu recuperar o faturamento e aplicar alguns dos aprendizados que teve com o atendimento individuali- zado na sua operação voltada às empresas. Cada clien- te da KPL hoje conta com um site personalizado para acompanhar o fluxo de compras e entregas. O próximo passo é oferecer uma plataforma de marketplace, com produtos que vão de alimentos perecíveis a materiais de limpeza. “Antes, só grandes redes, comoMcDonald’s e Bob’s, tinham essa centralização de pedidos. Os pe- quenos dependiam de fornecedores e compras do pró- prio franqueado. Queremos mudar isso”, diz Pitombo. Em 2021, 17 redes, que representammais de 400 fran- quias, foram atendidas pela startup. O faturamento foi de R$ 46 milhões, e a expectativa é triplicar o número em 2022. A KPL hoje tem centros de distribuição em São Paulo e no Rio de Janeiro, e planeja abrir outros dois, no Sul e no Centro-Oeste, até o final do ano. FO TO D IV U LG A Ç Ã O DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE A KPL SUPPLY SOLUTION, DE CAROLINNE COUTO E RODRIGO PITOMBO, É RESPONSÁVEL POR BUSCAR OS PRODUTOS NOS FORNECEDORES AUTORIZADOS E DISTRIBUÍ-LOS PARA CADA FRANQUEADO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Se hoje grandes festivais de música são sucesso no Brasil, quem abriu o caminho foi, certamente, o Rock in Rio, em 1985. Luiz Felipe Carneiro traz as incríveis histórias desse início e de todas as outras edições do evento até agora neste livro, que conta também com 32 páginas de fotos com grandes momentos do maior festival de música e entretenimento do mundo. NAS LOJAS ON-LINE, LIVRARIAS E EM E-BOOK DESCUBRA TODOS OS BASTIDORES DOMAIOR FESTIVAL DEMÚSICA E ENTRETENIMENTO DOMUNDO! Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 2 4 F R O N T E N D • S E R V I Ç O S E S T E NOT E está PA R A A LUGA R A Arklok, fundada por Andrea Rivetti, fatura R$ 105 milhões alugando notebooks para empresas e cresceu 60% durante a pandemia P O R P A U L O G R ATÃO A única certeza que Andrea Rivetti, 37 anos, tinha ao terminar a faculdade de Direito, no final dos anos 2000, era de que não seria advogada. “Eu não queria trabalhar com aquilo. Venho de uma família de empre- endedores e sempre quis ter o meu negócio próprio”, conta. Já naquela época, ela era ligada em tecnologia e queria ter uma empresa na área. Resolveu visitar feiras de negócios do setor, para ter ideias, e o que percebeu foi que a oferta de produtos tecnológicos no mercado já não era suficiente. O insight para o negócio veio ao analisar as empresas da família. Ela via que a compra de equipamentos, em muitos casos, se tornava uma dor de cabeça e um des- perdício de dinheiro. Rivetti diz que havia companhias que alugavam computadores, mas poucas ofereciam serviços de manutenção das máquinas. A empreende- dora, então, se debruçou sobre cursos de montagem e reparos de micros, ao mesmo tempo em que pesquisa- va mais sobre o mercado de interesse. Assim nasceu a Arklok, especializada na locação de equipamentos de tecnologia, como computadores, escâneres e, mais re- centemente, smartphones. OTIMISMO FUNDADORA DA ARKLOK, ANDREA RIVETTI PROJETA FATURAMENTO DE R$ 250 MILHÕES NESTE ANO P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Rivetti investiu cerca de R$ 30 mil para iniciar o negócio e analisava criteriosamente cada gasto. “Eu pensava que cada R$ 1 investido no galpão [usado co- mo escritório e depósito] significava deixar de comprar computadores. Fomos crescendo de forma muito con- servadora. Com isso, conseguimos ganhar escala.” De acordo com ela, o desafio no início era conven- cer os empresários sobre a possibilidade de alugar equipamentos. “Brasileiro é muito patrimonialista, o processo de convencimento eramuitomais difícil.” Rivetti levava planilhas financeiras às apresenta- ções para mostrar que o aluguel combinado ao ser- viço (combo conhecido como full outsourcing) saía mais em conta do que comprar os equipamentos e, futuramente, precisar repará-los. Com o tempo, ela foi conquistando contas de clientes como Samsung e Localiza, o que ajudou na construção da carteira. Rivetti também atribui o crescimento da empresa à adesão do brasileiro a serviços de tecnologia, com uma mentalidade mais “uberizada”. Para comple- mentar o mix, recentemente, ela fechou uma parce- ria com uma empresa que loca mobiliário para lojas e escritórios, a Telelok. “Na pandemia, já passamos a entregar um modelo de ‘home office as a service’”, conta. A crise sanitária, aliás, foi um período de muito trabalho para a empreendedora. Apesar de o crescimento anual se manter na base dos 60%, ela conseguiu aumentar sua carteira de pequenas e mé- dias empresas – hoje corresponde a 32% –, que eram mais resistentes à adesão. No ano passado, a Arklok atingiu um faturamento de R$ 105 milhões. Para este ano, a estimativa é alcançar os R$ 250 milhões. F O TO D IV U LG A Ç Ã O Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM APRESENTADO POR O Mercado Livre de Energia proporciona às PMEs poder de escolha, flexibilidade na negociação e previsibilidade de custos A lcançando a marca de R$ 162 bi-lhões em 2021, o faturamento do Mercado Livre de Energia – também chamadodeAmbientedeContratação Livre (ACL) – no Brasil cresceu 32,8%, segundo dados da Associação Brasi- leira dos Comercializadores de Ener- gia(Abraceel),epassouaresponderpor 34% de toda a eletricidade consumida nopaís, ante 32%em2020. O aumento se deve, principalmente, ao ingresso de 5.407 unidades consumidoras, alta de 25% em comparação anual. A cres- cente migração é reflexo da busca de empresas de todos os portes e setores para reduzir a conta de luz. Criado em 1995, o Mercado Livre de Energia permite que vendedo- res e compradores negociem ener- gia elétrica livremente entre si, em conformidade coma regulamentação do setor. Pioneira no ACL no Brasil, com seu primeiro contrato firmado em2000, a ENGIE tambémtemregis- trado o crescimento da demanda: em 2021, a carteira de clientes livres chegoua689empresas, alta de 11%em relação a 2019. O aumento do poder de escolha é uma das maiores vantagens desse ambiente, já que é possível decidir comqual fornecedor trabalhar – dife- rentemente do mercado tradicional, atendido pelas distribuidoras locais. Para apoiarpequenasemédias empre- sas interessadas em reduzir despe- sas com energia elétrica, a ENGIE desenvolveu o E-conomiza, que per- mite a contrataçãodo fornecimentode forma direta e simples. A solução é dedicada a atender negócios que tenham faturas de ener- gia com valores a partir de R$ 55 mil mensais, total que pode ser alcan- çado pela soma do consumo de dife- rentesunidades, comomatriz e filiais. De acordo comaAbraceel, em2021, 48% da produção elétrica de fontes renováveis foi absorvidano ambiente livre, impulsionandoa transição ener- gética e a economiadebaixo carbono. Com foco em PMEs, o E-conomiza permite que amudança seja realizada por empresas que não mantêm uma equipe dedicada à gestão de energia e contratos. “Para avançar, é preciso queas empresas entendam melhor as vantagens que essamodalidade de contratação oferece: fornecimento de energia renovável, amplopoder de escolha,maior competitividade, flexi- bilidade na negociação e previsibili- dade de custos”, destacaMann. Essa combinação de fatores, que inclui a redução de custos, o acesso ao Mercado Livre com energia reno- vável e o respaldo de especialistas experientes, faz comque a solução se mostre especialmente interessante parapequenas indústrias, shoppings, hotéis e redes de varejo. É um caminho interessante para que redes, especialmente de comércio e serviços, mudem a forma de comprar energia. “Essa solução foi criada a partir da experiência da ENGIE no atendimento ao mercado brasileiro, adquirida em mais de duas déca- das de atuação junto a nossos clien- tes. Com o E-conomiza, pequenas e médias empresas podem acessar todas as vantagens de comprar ener- gia diretamente de uma geradora, de formaágil e confiável”, explicaGabriel Mann, diretor de comercialização de energia da ENGIE. Fácil e sustentável A migração para o ACL é facilitada, sem burocracia e com o apoio de consultores especializadosdaENGIE. Além disso, é possível contratar energia renovável, gerada em usinas hidrelétricas, eólicas, solares ou a biomassa, agregando sustentabili- dade aos negócios. G E T T Y IM A G E S PMEs podem se beneficiar de redução na conta de luz Com crescimento significativo, Mercado Livre de Energia atrai pequenas e médias empresas. Solução da ENGIE, E-conomiza facilita ingresso de forma simples e direta Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Q uem conhece a históriada antropóloga potiguar StéphanieMoreira logopercebe que se trata de um exemplo típico de mulher empreende- dora. Mas ela própria demorou muito tempo para se enxergar assim, o que atribui às crenças autolimitantes que ela também avalia comocomuns emmulhe- res negras da periferia. Sua trajetória é marcada por muitas realizações e mudan- ças. Ela nasceu na pequena São PaulodoPotengi, noRioGrande do Norte, e ainda na infância morou também em cidades do interiordeAmazonas,Rondônia e Bahia, acompanhando as transferências de serviço do pai. Aos 13 anos, junto com a irmã Cláudia Moreira, um ano mais velha, foi morar em Natal, em busca de melhores condi- ções de estudo. Em2004, entrouna faculdade de ciências sociais e passou a desenvolver múltiplos talen- tos. Fez mestrado em antropo- logia social, realizou pesquisas em comunidades quilombo- las e depois deu uma pausa de dois anos na vida acadê- mica para trabalhar com circo na Argentina. RetornouaoBrasil, trabalhou noMaranhão e emMinas, até se mudarpara Salvadorpara fazer doutorado sobre ancestralidade negra. Na capital baiana, parti- cipou da fundação do projeto Flor de Milho Quilombo de Artes, hoje presente também em Natal, para onde ela retor- nou em 2020. Paralelamente a tudo isso, aprendeua confeccio- nar tecidosde argolasmetálicas e passou a produzir e vender acessóriosdemodacomamarca Negro Charme. “Mesmo parindo várias coisas, eu tinha dificuldade de entender a minha potenciali- dade”, lembra Stéphanie. “As pessoas me diziam que eu era empreendedora e eu nem sabia o que era isso. A chave vira quando a gente começa a trazer para o nível de consciência da nossa capacidade.” No ano passado, Stéphanie participoudaprimeira ediçãodo Quartzo, umprogramadeacele- raçãovoltadoaempreendedoras negras criado pela BlackRocks Startups em parceria com o Sebrae-RN, o IFC (Interna- tional Finance Corporation) e o Itaú Mulher Empreende- dora. Segundo Luciana Nicola Schneider, sócia e diretora de relações institucionais, sustentabilidade e empreen- dedorismo do Itaú Unibanco, o programa teve grande reper- cussão na vida das participan- tes. “Ficamos felizes emnotar o fortalecimento da comunidade, Será que eu consigo? Mesmo após muitas realizações, essa dúvida ainda perseguia a empreendedora Stéphanie Moreira – até o dia em que ela virou a chave e viu que podia ir longe As pessoas me diziam que eu era empreen- dedora e eu nem sabia o que era isso. A chave vira quando a gente começa a trazer para o nível de consciência da nossa capacidade” STÉPHANIE MOREIRA EMPREENDEDORA a transformação digital, o desenvolvimento das empreen- dedoras e o impacto direto em seus negócios”, ela conta. A exper iênc ia ajudou Stéphanie a definir um foco capaz de aproveitar os seus múltiplos talentos. No ano passado, ela lançou a Casa AfroPoty, um hub de empreen- dedorismo negro no ramo da economia criativa. Onovonegó- cio incorporou a marca Negro Charme, que deixou de vender aopúblicoemgeral ehojeproduz peças exclusivas para orixás. Criada com o propósito de promover a culturanegradoRio Grande doNorte e desenvolver o potencial de empreendedoras negras, a Casa AfroPoty oferece serviços de criação de concei- tos, direção de arte, cursos, palestras e consultoria sobre temas ligados à cultura negra potiguar. Começou apenas com Stéphanie e hoje conta com o trabalho de sete pessoas. Um dos principais proje- tos, desenvolvido em parceria com o Flor de Milho Quilombo de Artes, é o Festival de Arte Urbana Cores do Beco, que reúnemanifestações artísticas e culturaisnacomunidadedoAlto do Monte Belo, na periferia de Natal. A primeira edição, reali- zada em 2021, teve orçamento de R$ 15mil. Para a edição deste ano, os organizadores levanta- ramR$ 50mil. “Para a próxima, vamos captar R$ 150mil”, conta uma Stéphanie hoje muito mais confiante. “Agora, não me pergunto mais se eu consigo, mas como eu vou conseguir. Porquehoje euseiqueeuposso.” APRESENTADO POR Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Ter participado do programa Quartzo ajudou a empreendedora Stéphanie Moreira a aproveitar seus múltiplos talentos PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS financiamento até 2025. E utili- zou os instrumentos previstos no Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm 2021) para manter o contrato de trabalho de sua equipe bem treinada. Como resultado, não fez nenhuma demissão na pande- mia. Pelo contrário: após a reabertura do comércio, a Carlo’s Bakery retomou seu projeto de expansão, aprovei- tando a vacância em shopping centers para garimpar bons pontos visando à abertura de novas lojas. Desde então, já inaugurou mais quatro unidades, totali- zando sete estabelecimentosna Grande São Paulo. E o número de colaboradores chegou a 180. Ainda este ano, deve abrir mais duas unidades – e já planeja novas lojas no interior de São Paulo e no Rio de Janeiro. A Carlo’s Bakery é uma das confeitarias mais famosas do mundo. Fundada nos Estados Unidos em 1910, tornou-se uma potêncianasmãosdoconfeiteiro BartoloValastroJr., oBuddy,que assumiuonegócioda família em 1994, aos 17 anosde idade. Dono de um enorme talento como confeiteiro e empresário, Buddy tornou-semundialmente conhecido ao estrelar o reality show Cake Boss, na TV a cabo, exibido em mais de 200 países. Em 2016, ele decidiu trazer sua marca para o Brasil e convi- dou Kherlakian para ser seu parceiro nessa empreitada. A exemplo da rede ameri- cana, a operação brasileira também é um negócio de famí- lia.Marcos é oCEO. Sua esposa, Milah, toca toda a parte opera- cional; Marcos Filho cuida do financeiro e do delivery; e a filha Mariana é responsá- vel pelo marketing e pelo trei- namento dos funcionários. A caçula,Maina, faz faculdade de gastronomia e deve se integrar ao negócio no futuro. A qualidade dos produtos, a seleção dosmelhores pontos de vendaea identificaçãodosclien- tes comamarca sãodiferenciais competitivos fundamentais, que ajudaramasustentar ademanda durante a pandemia e que têm alavancado o crescimento do negócio desde então. Da incerteza da pandemia à façanha de dobrar de tamanho As decisões que fizeram a confeitaria Carlo’s Bakery atravessar um período de incertezas e acelerar seu plano de expansão no Brasil O empresário Marcos Kherlakian enfrentou a pandemia oferecendo no delivery a experiência das lojas E mmarçode 2020, o empre-sário Marcos Kherlakianestava feliz após abrir a terceira loja da rede Carlo’s Bakery, na capital paulista. Para cres- cer, ele havia feito empréstimo bancário – e a receita extra com a nova loja seria suficiente para pagar as parcelas do financia- mento. Foi então que a pande- mia chegou, veio o lockdowneo faturamento despencou. “Passei várias noites sem dormir”, recorda o empresário. “Não sabia como ia conseguir pagar o banco, os fornecedo- res, os funcionários.” Naquele momento, a empresa tinha 120 colaboradores, e Kherlakian temeu pela continuidade do negócio. Mas a Carlo’s Bakery não só conseguiu atravessar o pior momento da pandemia como retomou seu plano de expansão e já dobrou de tama- nho em relação a 2019. Umadas iniciativas quemais contribuíram nesse sentido foi a operação de delivery, que havia sido iniciada antes da pandemia, por insistência do filho de Kherlakian, também chamado Marcos. “Ele tinha me convencido a trabalhar- mos com entregas, oferecendo a mesma experiência encanta- dora das lojas”, recorda o pai. No período de lockdown, essa operação manteve perto de 30% da receita. A empresa também renego- ciou o empréstimo bancário, obtendo carência de seismeses para voltar a pagar as parce- las e extensão do prazo do APRESENTADO POR PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS F R O N T E N D • A L I M E N TAÇÃO I N G R E D I E N T E P ROTAGON I S TA Restaurante em São Paulo tem cardápio dedicado ao avocado, com pratos que vão de bowls a sanduíches T E X T O R E B E C C A S I LVA Em oito anos empreendendo no ramo da gastrono- mia, Brendon Peters, 40 anos, pegou gosto pelos ne- gócios nichados. Em 2014, junto com um amigo da faculdade, ele criou a rede Juanito’s, especializa- da em empanadas argentinas. O sucesso do negócio motivou os dois a investir mais uma vez na temáti- ca do país vizinho. Abriram o Chimi Choripanes, de- dicado ao choripán – sanduíche de linguiça típico dos hermanos –, em 2018. Com a experiência acu- mulada nos dois empreendimentos, Peters não de- morou a notar outra oportunidade: a febre do avo- cado toast. “Cidades cosmopolitas estavam come- çando a ter restaurantes com o avocado como te- mática principal. O fruto é versátil, pode entrar em todo tipo de prato, do sushi ao sanduíche”, conta. Em dezembro de 2020, Peters se uniu a quatro só- cios para apostar na ideia. Com um investimento de R$ 500 mil, abriu o Avoca Toast, um restaurante es- pecializado no fruto, localizado na Vila Madalena, em São Paulo (SP). Apesar de parecido, o avocado tem sabor e textura diferentes do abacate, comumente consumido no Bra- sil in natura ou em pratos doces. A variedade utilizada em receitas salgadas temmenos água e mais gordura e óleos, com textura mais cremosa. O cardápio explora a versatilidade do ingrediente e inclui pratos como tos- tadas, sanduíches e bowls. Segundo o empreendedor, o foco em um item traz várias vantagens. “Você pode se dedicar à parte de compras, estreitando a relação com fornecedores. A demanda émuito capilarizada em São Paulo e, com um nicho determinado, é mais fácil encontrar seu lugar ao sol”, afirma. Inicialmente, o funcionamento do Avoca Toast se deu praticamente 100% por entregas, pelas restri- ções impostas pela pandemia. “Conseguimos impac- tar muita gente pelas redes sociais, e as pessoas se aventuraram mais com o delivery”, diz o empreen- dedor. Hoje, os clientes podem também consumir os pratos em um pequeno espaço externo da casa, que funciona sem atendimento de salão. Favorecido pe- la localização em uma região turística, próxima ao Beco do Batman, na Zona Oeste da capital paulista, o local atrai uma gama variada de clientes, segun- do o fundador. “É um polo turístico muito frequen- tado por estrangeiros e expatriados que já conhecem o produto.” No primeiro ano, o restaurante faturou R$ 2milhões. Em 2022, a estimativa é abrir mais uma unidade em São Paulo para se aproximar de clientes da região da Zona Sul, que atualmente precisam pa- gar taxas mais altas de entrega. PÚBLICO NICHADO LOCALIZADO EM UMA REGIÃO TURÍSTICA, O AVOCA TOAST ATRAI BRASILEIROS E VIAJANTES QUE AMAM O AVOCADO FO TO S: D IV U LG AÇ ÃO P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 2 9 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 0 E N T R E V I S T A P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Em novembro do ano passado, Cesar Gon liderou a primeira oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da multinacional brasileira CI&T, que ele ajudou a fundar na cidade de Campinas (SP), em 1995. A estreia no mercado de capitais aconteceu na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), confirmando a vocação de um negócio volta- do ao mercado global, com soluções digitais que vão de migração para nuvem e integração de e-commerce a análise de dados com recursos de machine learning e inteligência artificial. Com a oferta, a empresa captou US$ 195 milhões, que vão irrigar os planos de expansão internacional. A meta para este ano é crescer 59% em relação a 2021, quando a receita chegou a R$ 1,4 bilhão. Se os números parecemsuperlativos pode ser porque, paraGon, a ambição também deve ser. Segundo ele, o sucesso exige ousadia. “Não perca tempo tentando resol- ver problemas pequenos. Vá atrás do que pode ser um grande negócio”, aconselha, emendando outra dica: “Entenda o empreendedorismo como uma jornada de erros e acertos”. Em entrevista à PEGN, ele conta como trilhou sua trajetória de sucesso e aponta oportunidades para o empreendedorismo. IGNORAR OS RISCOS É O QUE TRAZ DISRUPÇÃO T E X T O E D I A N E T I A G O F O TO S D A N I E L G A L L O Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS CESAR GON foi apresentado a um computador pessoal aos 11 anos por um adolescente que passava férias em Amparo (SP), sua cidade natal. A conexão com a máquina foi imediata e ele começou a comprar revistas técnicas e rascunhar códigos nos cadernos escolares. Meses depois, ganhou da mãe, professora de geografia, seu primeiro computador usado. Apaixonado pela arte de programar, prestou vestibular para cursar engenharia da computação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde se graduou e fez mestrado. Tinha 23 anos quando fundou a CI&T, empresa de soluções digitais. Hoje, aos 51, Gon se dedica à expansão internacional da companhia e investe em fundos que apoiam startups. Tem três filhos e, além de tecnologia, adora vinhos e futebol 3 1P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 2 E N T R E V I S TA • C E S A R GON não tínhamos entendido a revolu- ção da mobilidade. Ao chegarmos aos Estados Unidos, percebemos que estávamos no rumo errado, nos reestruturamos e nos tornamos mais ágeis para poder competir. Mu- damos e acertamos. Tivemos um pouco de sorte também. Conquis- tamos clientes como o Yahoo!, que nos indicou para a Johnson & John- son e a Coca-Cola. De repente, nós tínhamos uma carteira de clientes icônica, o que nos colocou no radar do mercado. Entre 2006 e 2016, nós crescemos, em média, 30% ao ano. Em 2017, quando começa o terceiro capítulo, percebemos que era pre- ciso agregar serviços. Estávamos focados na engenharia de software e resolvemos atuar também com o design de software – unindo expe- riência do cliente com tecnologia. Depois incorporamos a questão da estratégia digital. Entre 2016 e 2018, nos reposicionamos como uma em- presa que opera de forma completa, da estratégia digital à experiência do cliente. Esse foi o nosso desenho para o lançamento das ações (IPO) na Bolsa de Valores de Nova York. Quando chegamos para a oferta, no ano passado, já tínhamos um per- centual de receita de mais de 50% obtido fora do Brasil, por meio de negócios nos Estados Unidos, Ásia e Europa, e vínhamos de um ano mui- to bom de crescimento [em 2020, a CI&T avançou 41%]. Atuar no exterior tornou a empresa mais competitiva no Brasil? A exposição da CI&T ao mercado norte-americano,que é muito com- petitivo, transformou a operação. Para atuar por lá, tivemos de rede- senhar processos e estratégias, o que nos tornou melhores no Brasil. O mais importante nesse processo foi que ele nos abriu uma janela para o futuro. Percebemos que o nosso crescimento não dependia da geo- grafia. Tínhamos o mundo inteiro para explorar. ir para fora do país. Animados com os planos para a CI&T, entendemos que os objetivos estavam alinha- dos. A empresa nos levaria para os Estados Unidos. Eu não iria mais como estudante, mas como um dos fundadores de uma empresa de tec- nologia. Naquele momento, a CI&T nasceu de verdade, com ambição de ser uma empresa global. Dentro demim, tambémmudou algo, eume descobri como empreendedor. Quando a empresa se internacionalizou de fato? Nos dois primeiros anos, tínhamos apenas dois clientes. Éramos espe- cializados em alguns processos da internet, que era algo novo. Aten- díamos um laboratório da IBM nos Estados Unidos e outro na França. A CI&T nasceu em 1995, mas só em 2006 abrimos a primeira subsidi- ária norte-americana. Queríamos fazer parte de um negócio capaz de acompanhar o avanço tecnológico global. Naquela época, havia uma grande distância entre o mundo tecnológico do Brasil e o das prin- cipais economias. Éramos jovens e ingênuos. Não tínhamos noção do nível de complexidade da operação e das barreiras que enfrentaríamos. Empreendedorismo tem este para- doxo. O preparo é essencial, mas, às vezes, ignorar os riscos é o que nos traz para a lado da disrupção. De que maneira você contaria a trajetória da companhia? Eu gosto de dividir a história da em- presa emtrês capítulos. Amontagem da companhia é o primeiro deles. Em 2005, começamos o segundo capí- tulo. Fizemos a primeira operação de financiamento estruturado com o Banco Nacional de Desenvolvi- mento Econômico e Social (BNDES), com a qual captamos dinheiro para internacionalizar. Nós queríamos nos especializar ainda mais. Mas nossa oferta ainda estava muito li- gada às origens da internet. Ainda O que significa inovação para você? Desafiar o status quo. Olhar com in- satisfação para o que não está bom e transformar a realidade. Essa é a essência da inovação. Inovar exige uma combinação entre insatisfação, vontade de mudar e capacidade de mobilizar pessoas e recursos. Como foi o início da CI&T? Eu me apaixonei pela programa- ção ainda adolescente e, quando decidi prestar vestibular, no final da década de 1980, escolhi a Uni- versidade Estadual de Campinas. A escolha foi motivada pelo fato de que, na época, a Unicamp abriga- va o computador mais potente do Brasil. Eu queria viver isso. Estar perto dos melhores equipamen- tos para programá-los. Terminei a graduação em 1993 e decidi seguir a carreira acadêmica. Queria ser cientista e engatei, também na Uni- camp, o mestrado, que concluí em 1996. Quando estava no mestrado, planejei o próximo passo: o douto- rado nos Estados Unidos. Eu ainda estava atrás das grandes máquinas e lá teria acesso a elas. Mas havia um problema: eu não tinha dinheiro para ir. Então precisei me virar. Eu sabia programar, gostava de pro- gramar e, em 1995, chamei o Bruno [Guicardi] e o Fernando [Matt], tam- bém engenheiros de computação formados pela Unicamp, para abrir uma empresa de software. A ideia era pegar alguns projetos, traba- lhar por um ano, juntar dinheiro e depois cuidarmos das nossas vidas. Quando montei a empresa, eu a via como uma forma de financiar o doutorado. Mas, em poucos meses de operação, vimos que o empre- endimento poderia ir mais longe. Já tínhamos clientes, éramos procura- dos e começamos a perceber que havia um bom negócio em nossas mãos. Conversamos, então, sobre a companhia que gostaríamos de construir. Eu ainda tinha a ideia de P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 3 de rápido, tem vantagens em relação ao mercado. Como as unidades têm um número delimitado de profis- sionais, o contato com a liderança é facilitado e ficou evidente para toda a equipe que a prioridade era a saú- de das pessoas e de suas famílias. O senso de comunidade foi relevante. Vocês estavam, de alguma forma, preparados para operar à distância? Sim. Todos os nossos colaboradores já tinham um notebook corporativo. Nós havíamos desenhado um mo- delo de mobilidade pela criticidade da operação. Claro que nunca ima- ginamos uma pandemia. Estávamos preparados para atuar de casa, oude outro local, caso as pessoas fossem impedidas de entrar no prédio por um problema estrutural, de acesso Como você manteve a cultura e o engajamento durante a pandemia? Nós temos um modelo de negócio diferente. Criamos uma sistemáti- ca na qual as unidades operam de forma autônoma e com limite de pessoas na operação. Nenhuma uni- dade da CI&T pode ter mais de 400 profissionais. Quando começa a crescer, tem de repartir. Esse mo- delo cria senso de comunidade, e isso foi importante para lidar com a pandemia. Como as unidades são autônomas, elas começaram a se movimentar para resolver os pro- blemas e a trocar experiências. Esse modelo colaborativo nos permitiu aprender muito rápido como lidar com a situação. Afinal, nós conse- guimos testar várias hipóteses ao mesmo tempo. Quando você apren- O que você espera dos negócios nos próximos cinco anos? Expansão. Nossa estratégia prevê a combinação entre crescimento orgânico e aquisições. Quandodeci- dimosabrir ocapital, nossa intenção era a de estruturar as finanças para comprar outros negócios. Já reali- zamos três aquisições. Em agosto passado, compramos a Dextra e, em janeiro deste ano, a Somo. Recente- mente, anunciamos a aquisição da Box1824, uma agência que mapeia tendências dos consumidores. To- dos os negócios estão em linha com os planos de expandir nas econo- mias desenvolvidas, como Estados Unidos e Europa. MULTINACIONAL DA SEDE DA CI&T, EM CAMPINAS (SP) , CESAR GON LIDERA UMA EMPRESA QUE OPERA EM OITO PAÍSES ALÉM DO BRASIL E TEM MAIS DE 6 MIL FUNCIONÁRIOS NO MUNDO P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 4 E N T R E V I S TA • C E S A R GON DESAFIOS SEGUNDO GON, O MODELO DE TRABALHO REMOTO DEU CERTO NA EMPRESA POR CONTA DA ADOÇÃO DA GESTÃO COLABORATIVA, BASEADA NA CONFIANÇA ENTRE OS COLABORADORES P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 5P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Estamos vivendo a era da inteligên- cia artificial (IA). Então, todas as soluções que envolvam IA vão do- minar a cena. Investir em projetos de aprendizagem de máquina, por exemplo, é algo que vale a pena. Ou- tra vertente é a internet das coisas (IoT), que vai crescer exponencial- mente com a chegada das redes 5G. Já tecnologias ligadas aos criptoati- vos e ao metaverso ainda demandam observação. Não sabemos ao certo quanto os hábitos dos consumidores mudaram para aceitar e usar, em lar- ga escala, esse tipo de tecnologia. Há ainda os riscos regulatórios, uma vez que as leis atuais tentam se adaptar à revolução digital. Por que é importante, para o empreendedor, ser atuante no ecossistema de inovação? O ecossistema é um ambiente de troca, de aprendizado. O empreen- dedorismo, algumas vezes, pode ser algo solitário. Ao participar do ecossistema, o empreendedor tem acesso a parceiros, investidores, profissionais e, principalmente, ao conhecimento. Há muito a aprender com a experiência dos outros. Como driblar a crise financeira e conseguir investimento? As oportunidades são muitas. Mas a crise financeira deve apertar. Va- mos ter menor disponibilidade de capital, com ciclo de escassez eco- nômica, que deve durar uns dois anos. O investidor será mais seletivo e estará em busca de projetos com maior chance de sucesso. Pensar na estrutura de capital da empresa é ou- tro ponto relevante, principalmente em tempos de escassez. Napressa de levantar dinheiro, muitas empresas acabam diluindo o capital, criando um problema para o futuro. Quando os fundadores do negócio têmmenos de 20% dele nas mãos, é mais difícil conseguir aportes. A pressa no início limita rodadas futuras de captação, quando a empresa valemais. A primeira delas é ser ousado, pen- sar grande. Montar um negócio que resolva grandes problemas. A segunda é entender que o empreen- dedorismo é uma jornada de erros e acertos. Muitos pensam que, para empreender, é necessário ter uma boa sacada e executá-la com ex- celência. Mas não é tão simples. A construção de um negócio é um ca- minho longo e repleto de desafios. Empreendedorismo é um processo coletivo, um esporte de equipe. O que diferencia o empreendedor é a capacidade que ele tem de atrair boas pessoas. É preciso entender que a tecnologia não faz nada. Não cria, não rompe barreiras. Quem faz as coisas acontecerem são as pes- soas. O aspecto humano é o mais relevante em empreendimentos de base tecnológica. Estamos em um bom momento para o empreendedorismo digital? Sim. Diversos fatores contribuem para o avanço dos negócios di- gitais. Estamos saindo de uma pandemia, que culminou em uma crise econômica global. Em ciclos como esses, as empresas estabe- lecidas no mercado tendem a ser mais conservadoras em seus in- vestimentos e na inovação. Estão ocupadas revertendo os efeitos da crise. Mas as demandas criadas pela aceleração da transforma- ção digital exigem novos serviços. Quem conseguir entender essas demandas terá mercado aberto e pronto para ser explorado. As oportunidades estão aí, é hora de atacar. Vivemos em um momento propício para negócios digitais. Temos tecnologia disponível e observamos mudanças no com- portamento social. Essa é uma combinação riquíssima, que esti- mula as pessoas a experimentar novos produtos e serviços. Em quais tecnologias o empreendedor deve apostar? ou desastre natural. Então, quan- do a pandemia começou, migramos muito rápido. Temos operações na China e na Europa. Acompanha- mos o deslocamento das ondas de covid-19 e decidimos começar a mi- gração, no Brasil, antes do anúncio das medidas de restrição [em março de 2020]. Ganhamos tempo e expe- riência para ajudar nossos clientes. Qual foi o maior desafio? O modelo de trabalho remoto de- safia as empresas que mantêm um modelo hierárquico baseado no co- mando e no controle. Neste caso, a liderança tem necessidade de vigiar as tarefas. Estar longe representa uma ruptura para esses líderes e suas equipes. Felizmente, nós ado- tamos, há muitos anos, a gestão colaborativa, baseada em confiança. Você confia que as pessoas estão dando o seu melhor. Não fica obce- cado em controlar o que sua equipe está fazendo. Por isso, foi mais fácil migrar para o trabalho remoto. A cultura de confiança amplia o enga- jamento e facilita a reorganização da equipe. Como você analisa o cenário atual? A sociedade sairá desse período pandêmico muito mais digitalizada. A transformação digital é resul- tado de duas forças: a disrupção tecnológica e a mudança de com- portamento da sociedade. Hoje as pessoas têm valores e hábitos de consumo radicalmente diferentes dos observados há alguns anos. Exi- gem mais das marcas e se informam sobre os meios de produção. Estão hiperconectadas, presentes nas re- des sociais. É no encontro entre a tecnologia e os novos hábitos de consumo que estão as possibilida- des de disrupção. Esse é o solo fértil do empreendedorismo. Quais são suas dicas para quem quer empreender? Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS EXECUÇÃO E S T R AT É G I A E D I Ç Ã O T H O M A Z G OM E S 3 9 V IS Ã O P R O P Ó S IT O ESAB ATAD ESAB ATAD P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 4 0 Desde o início da pandemia, há pouco mais de dois anos, o empreendedor bra- sileiro vem se desdobrando para fazer uma gestão mais eficiente do seu negó- cio e manter ou recuperar a margem de lucro. A crise econômica atual tem co- locado inúmeros obstáculos. Inflação, juros elevados e falta de insumos são apenas alguns deles e tornammais com- plexo o desafio de fechar as contas no azul. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal da Fundação Getulio Vargas, por exemplo, registrou em junho uma alta acumulada de 10,31% em 12 meses. Já a escassez de matérias-primas nesse período afetou cerca de 50% das indús- trias do país. Em cenários como o atual, cada centavo conta para o controle do fluxo de caixa. É preciso trabalhar com excelência, reduzir custos, eliminar des- perdícios, não gastar além do previsto e aproveitar bem os recursos disponíveis. Fazer mais com menos é um mantra do empreendedorismo que deve ser levado ainda mais a sério agora. Para Luciana Lima, professora de estratégia e lide- rança do Insper, o momento exige uma reavaliação criteriosa de todos os pro- cessos para identificar possíveis falhas e encontrar alternativas para traçar uma estratégia visando o crescimento. “O primeiro passo é pensar nos dife- renciais e pontos positivos do negócio, e em critérios que justifiquem possíveis reduções, cortes ou substituições”, afir- ma. “Em seguida, o dono do negócio deve avaliar como seus clientes seriam impactados pelas mudanças e quais eles podem não aceitar. Esses são os as- pectos que não devem ser alterados de forma alguma.” Assim ficará mais fácil saber como promover ajustes sem cor- rer maiores riscos. Fazer mais com menos passa neces- sariamente por um controle rigoroso das finanças e ajustes nas despesas. Em períodos de crise, ter uma redução no faturamento é mais do que espera- do, e quase sempre fica impraticável seguir o plano de investimentos traça- do para períodos de economia estável. Medidas básicas como renegociar pra- zos maiores e melhores condições de pagamento com fornecedores e evitar gastos que não são essenciais para a manutenção do negócio são funda- mentais. Da mesma forma, procurar reduzir despesas fixas, como aluguel, água, luz e telefone tem de fazer par- te da lista de ações imediatas a serem tomadas. Novas tecnologias só devem ser adquiridas se forem decisivas para aumentar a lucratividade. E vale o aler- ta: nem sempre a tecnologia mais cara é a melhor. É importante saber antes para qual tipo de negócio ela é mais adequada.Nocasodepequenosempre- endedores, tecnologias mais simples DATA B A S E P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 C/O FZR Ser mais eficiente na gestão do negócio é a melhor estratégia para enfrentar a crise atual TEXTO MAURO S ILVE IRA FOTOS THAYNÁ BONIN , V ÍTOR JARD IM , RAFAEL DABUL E R ICARDO BEN ICH IO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 4 1 e baratas, ou até mesmo versões fre- emium, podem dar conta do recado. Captar novos clientes não deixa de ser prioridade, mas ainda assim há alter- nativas para gastar menos, como usar as redes sociais de forma estratégica para atingir seu público-alvo e contatar antigos consumidores que deixaram de comprar e reconquistá-los. “Feiras e eventos são ótimos canais para de- senvolvimento de novos fornecedores e prospecção de clientes”, afirma Luiz Alberto Stephan Junior, consultor do Sebrae. “Frequentá-las é algo que não pesa no bolso do empreendedor.” Situações adversas, por outro lado, costumam despertar o potencial cria- tivo dos empreendedores. Para Rubens Massa, professor do Centro de Em- preendedorismo e Novos Negócios da FGV-Eaesp, a criatividade é uma grande aliada do empreendedor para o enfren- tamento das crises. Mas não surge do nada. Tem de ser exercitada e estimu- lada constantemente. Ele recomenda observar os instrumentos e processos existentes na organização e procurar trazer abordagens diferentes daquelas frequentemente adotadas. “Ser disrup- tivo gera novas oportunidades”, diz. “Quando se pensa empossibilidades que nunca foram tentadas, surgem al- ternativas que podem transformar o modelo de negócio, a estratégia da empresa e até mesmo questões opera- cionais pontuais.” Não basta, no entanto, apenas saber o que mudar. Identificado o problema que vem fazendo a empresa perder eficiência, é necessário agir com rapi- dez para não ficar para trás em relação à concorrência. Massa enfatiza que o negócio só ganha agilidade quando as pessoas estão no centro do modelo de gestão e de todos os processos que envolvem criatividade. “A antiga escola do planejamento e dos processos pre- viamente definidos perde cada vez mais força porque não consegue responder à velocidade das mudanças”, afirma. “As crises catalisam o exercer da criativida- de e a necessidade dos chamados soft skills, aquele conjunto de habilidades e competências inerentes ao compor- tamento humano.” Entre elas estão o espírito de liderança, a capacidade de se comunicar de forma clara e objetiva, o pensamento crítico e a habilidade de se colocar no lugar do outro para com- preender os diferentes pontos de vista. Por isso é tão importante ter ummodelo de gestão de pessoas consistente que possibilite novos aprendizados. Para auxiliá-lo a enfrentar os desafios atuais, PEGN listou nas próximas pági- nas uma série de medidas que podem ser adotadas para que essa missão seja realizada commuito mais eficiência. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 FZR + C/ - Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS FO TO :T H AY N Á B O N IN Apesar de todas as mudanças provocadas pela pandemia no mundo corporativo, como o crescimento do home office e o avanço do e-commerce, o ponto comercial continua sendo importante para boa parte dos negócios. Muitas empresas investi- ram pesado no mundo virtual, mas nem por isso abriram mão de seus escritórios, ainda que para o trabalho híbrido. As lojas dos shoppings e o comércio de rua per- manecem recebendo um bom público. O espaço físico oferece algumas vantagens ao empreendedor, como ter uma relação mais próxima e calorosa com seus con- sumidores. Mas representa também uma série de despesas fixas que precisam ser bem administradas para não comprome- ter o caixa da empresa. James Cichy, CEO da consultoria BBX, afirma que o valor do aluguel se torna inviável quando compro- mete mais do que 10% da receita bruta. “O ideal é que esse percentual varie entre 5% e 7%”, afirma. “Se chegar a 9%, está na hora de começar a procurar outro ponto.” Para otimizar os gastos com o local, atente aos seguintes detalhes: • Inquilinos que pagam o aluguel em dia conseguem renegociar com mais facilida- de o valor do boleto, especialmente se o contrato já tem mais de 30 meses de vi- gência. “Elabore um pequeno dossiê para amparar seu pedido”, diz Cichy. “Destaque as benfeitorias realizadas no imóvel e sua assiduidade com os pagamentos, apresen- te três exemplos de valores de aluguel de imóveis similares e atrele a redução do va- lor à permanência no imóvel.” • Se não houver acordo para redução, não se desespere para fechar um novo contrato de aluguel com a primeira oferta que apa- PONTO COMERC IAL REDUZ A OS CUSTOS F I XOS recer e mudar. Faça antes um estudo de viabilidade do negócio no novo endereço. Analise o fluxo de pessoas, a concorrên- cia, o potencial econômico da região e o trânsito local. Considere que uma eventu- al mudança de endereço também envolve despesas com transportadora, reforma e pintura do novo imóvel e impacta a vida dos funcionários. • Use as redes sociais e o marketing digital para comunicar antecipadamente clientes e fornecedores sobre a mudança. Isso aju- da a reduzir possíveis impactos. • Se for viável para o negócio, adote o mo- delo de trabalho híbrido e desative parte das mesas ou de áreas. A redução do espa- ço físico pode gerar uma boa economia. • Faça uma análise da infraestrutura do imó- vel que você já ocupa para saber se algumas despesas fixas podem ser reduzidas. Subs- titua as lâmpadas comuns pelas de LED, que sãomais econômicas, e use sensores de presença. Avalie a possibilidade de instalar placas fotovoltaicas no telhado para apro- veitamento da energia solar. • Reúse a água das chuvas para limpar ba- nheiros e áreas externas. Economize na comunicação. “O uso de linhas telefônicas fixas e das tradicionais centrais de PABX estão em desuso e podem ser substituídas por sistemas de ramais Voip, que possibi- litam maior economia com manutenções e ampliações”, diz Cichy. • Se o negócio necessita do serviço de profissionais de segurança, negocie jun- tamente com seus vizinhos uma parceria para diluir mais esse custo fixo. DATA B A S E • COMO FAZER MA I S COM MENOS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 24 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 4 3 Antes mesmo de sua fundação, em de- zembro do ano passado, a Flori Tech, startup de impacto que criou máquinas inteligentes para coleta de material reci- clável, foi pensada para não ter um gasto fixo elevado. Em vez de alugar um imóvel, a fundadora Thaís Guerra, 28 anos, optou por manter o negócio na aceleradora Fá- brica de Startups, em Santo Cristo, no Rio de Janeiro. Guerra e seu sócio, Gabriel Bas- tos, 26 anos, pagam R$ 600 para ocupar um espaço com computadores, internet, laboratório para criar e testar protótipos e auditório. No valor estão incluídas as despesas com água, energia e IPTU. “Se tivesse optado por alugar um imóvel, teria um custo mensal médio de R$ 4 mil”, afir- ma Guerra. “Só com o uso da impressora 3D eu economizo cerca de R$ 2mil por pro- jeto. Foi um grande acerto pensar em como economizar ainda no planejamento, antes mesmo de a empresa sair do papel.” As máquinas criadas pela Flori Tech são conectadas à internet e equipadas com um software para a coleta de dados dos materiais depositados, como papel, vidro e alumínio. O usuário insere seus dados pessoais e detalhes domaterial que está descartando diretamente no equipa- mento. A partir daí, Guerra e sua equipe de quatro funcionários conseguem obter informações sobre os hábitos dos con- sumidores, saber se o equipamento está cheio e fazer a logística reversa. A Nes- presso, uma das parceiras da startup, já coletou mais de 3 toneladas de cápsulas de alumínio e vem obtendo informações sobre o comportamento de seus consumi- dores. O estímulo para as pessoas usarem as máquinas para descarte vem de um programa de pontos que oferece brindes e descontos em compras. O valor do aluguel dos equipamentos para empresas gira em torno de R$ 1,5 mil. Até agora são quatro máquinas instaladas, mas a previsão é chegar a 20 no final do ano. Não ter surpresas com os valores das contas fixas, como água e energia, dá mais tranquilidade para Guerra manter as finan- ças em dia. Para economizar ainda mais com despesas permanentes, ela foge dos caminhos tradicionais. A contabilidade é feita pela startup Conta Já, que disponibi- liza serviços automatizados e cobra uma mensalidade de R$ 150. A assessoria jurí- dica, também prestada por uma startup, gira em torno de R$ 300. Nessa fase da Flori Tech ainda é possível usar versões gratuitas de softwares, como RD Station, ferramenta de automação de marketing di- gital, e Trello, para gestão de projetos. Ela paga R$ 6 mensais pelo serviço de nuvem Google One. “Conforme crescermos, va- mos adotar tecnologias mais completas”, afirma. “Mas nosso objetivo é sempre ser o mais eficiente possível gastando menos.” P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 PLANEJAR ANTES DE COMEÇAR ENXUTOS A FLORI TECH, DE GABRIEL BASTOS E THAÍS GUERRA, FUNCIONA DENTRO DE UMA ACELERADORA DE STARTUPS E USA SERVIÇOS AUTOMATIZADOS PARA REDUZIR CUSTOS COMO OS DE CONTABILIDADE E ASSESSORIA JURÍDICA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 4 4 CL I ENTES S IGA O CONSUM IDOR DE PERTO DATA B A S E • COMO FAZER MA I S COM MENOS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 A GIOlaser, rede
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