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CADERNO EXERCICIO CONCILIAÇÃO

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Caderno de Exercícios
Mediação Judicial
Apresentação
	Ao realizar os exercícios constantes no presente anexo deve-se ter o cuidado de considerar que existem também outras formas de se mediar. A forma adotada no presente Manual de Mediação Judicial apenas consiste em mais um instrumento de estabilização de uma das mais desafiadoras políticas públicas: tornar o judiciário mais sensível e valorizador da condição humana por meio da mediação de conflitos.
	O desenvolvimento de competências de mediação pelos mediadores requer treino prático de técnicas e estágio supervisionado – figuras até recentemente inexistentes no nosso sistema público de resolução de disputas. Considerando a diversidade de treinamentos e de instrutores no Brasil, bem como a necessidade de se aumentar significativamente o número de docentes em mediação judicial para que mais cursos possam ser oferecidos a custos cada vez menores, a política pública de formação de instrutores parte de um pressuposto fundamental: somente pode ser instrutor de mediação quem efetivamente domina técnicas de mediação. E precisamente com o intuito de se aumentarem progressivamente o número de pessoas que dominam efetivamente a técnica de mediação para em um segundo momento lhes ser fornecida capacitação em instrutoria em mediação o presente anexo consiste em uma adaptação do Caderno de Exercícios em Mediação Judicial que foi concebido – para ser distribuído a servidores, advogados, psicólogos, professores universitários e quaisquer outras pessoas que tenham interesse em se desenvolverem como efetivos mediadores.
	Por esse motivo, o presente anexo segue a abordagem técnica e pragmática do Manual de Mediação Judicial e decorre da necessidade de supervisores e instrutores controlarem melhor o processo de aprendizado e desenvolvimento de competências autocompositivas de seus alunos. Seu uso é uma prerrogativa de instrutores que, considerando o contexto do local onde está sendo ministrado treinamento básico em mediação, poderão utilizar todos ou apenas parte dos exercícios presentes neste anexo.
	
INTRODUÇÃO E VISÃO GERAL 
EXERCÍCIO Nº 1
	Escreva quais itens se deve ter à mesa antes do início da mediação:
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº 2
	O que deve ser feito com estes itens após cada sessão? E ao término da mediação? Qual princípio da mediação merece especial atenção neste momento?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº 3
	Quem deve participar da mediação? Um parente de uma das partes pode/deve “assistir à mediação para conhecer melhor o processo”?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº 4
	Quem pode/deve observar uma mediação judicial? Como o observador deve se portar durante a mediação? Quem não deve ser autorizado a observar uma mediação judicial? Por que?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 5
	Porque a confidencialidade mostra-se fundamental ao adequado andamento da medição? Indique também quando se deve comentar pela primeira vez sobre a confidencialidade.
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 6
	Quais são as vantagens de se adotar um modelo de co-mediação? A desvantagens? 
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 7
	O que é lide processual? e lide sociológica?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 8
	No que consiste o empoderamento na mediação? Porque este conceito mostra-se importante nesse processo de reprodução de disputas? 
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 9
	Descreva resumidamente as fases de uma mediação?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 10
	Qual é a diferença entre Conciliação (conhecida como mediação avaliadora) e Mediação (conhecida como mediação facilitadora)?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 11
	O que são espirais de conflito? Qual a importância deste conceito para a mediação?
Resposta: 
INÍCIO DA MEDIAÇÃO 
EXERCÍCIO Nº. 1
	Qual a importância da declaração de abertura? Aproximadamente quanto tempo deve demorar essa fase? Quais as consequências de se fazer uma declaração de abertura sem a lista de verificação?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 2
	O que se espera de um mediador na sessão conjunta inicial? Por que é importante que as partes se “sintam ouvidas”?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 3
	Como se administram as interrupções entre as partes na fase de reunião de informações? O mediador deve permitir que a parte estiver interrompendo a outra conclua a sua ideia? Por que?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 4
	O que é escuta ativa? Quando ela é mais utilizada na mediação?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 5
	O que é linguagem neutra?
Resposta: 
.
EXERCÍCIO Nº. 6
	O que é o contágio emocional? Como é possível melhorar o ambiente emocional na mediação?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 7
	Se as partes não podem se interromper durante uma mediação por que o mediador pode interrompê-las? Exemplifique algumas situações em que tais interrupções pelo mediador seriam recomendáveis e em quais não seriam.
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 8
	Com base no Check List e o Manual de Mediação Judicial escreva abaixo uma declaração de abertura com as suas próprias palavras. Envolvidos: Ana Vitória e Cláudio Marques.
Resposta: 
ORGANIZAÇÃO DOS DEBATES - COMPETÊNCIAS COMUNICACIONAIS
EXERCÍCIO Nº. 1
	Por que o resumo deve ser feito com uma perspectiva construtiva do conflito? Por que se indica haver erro de condução quando o mediador usa as mesmas palavras das partes para fazer o resumo?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 2
	Na fase de reunião de informações, após todos os interessados já terem feito uso da palavra, por que não se deve conceder mais uma oportunidade (para réplica ou tréplica) à parte que primeiro se manifestou? Evitar o resumo nesse momento faria com que as partes se comportassem de que forma?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 3
	Por que deve-se evitar a inversão do procedimento de mediação para buscar soluções antes de esclarecidos os pontos principais da controvérsia?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 4
	Quando se deve realizar sessões individuais?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 5
	Por que antes de iniciar a sessão privada com qualquer das partes o mediador deve indicar que tudo o que ela desejar que seja mantido confidencial receberá esse tratamento? Por que deve-se consultar a parte, ao final da sessão, quais são os pontos que não poderão ser compartilhados com os outros interessados?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 6
	Por que a pergunta, ao final da sessão individual, deve ser feita na forma negativa (e.g. "Quais ponto não podem ser compartilhados com Pedro") ao invés de na afirmativa (e.g. "O que posso comentar com Pedro")?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 7
	O que é uma questão? Como um mediador pode escolher por qual questão iniciará a fase de resolução de questões?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº 8
	Como proceder se a parte agir de forma ríspida ou grosseira ao dirigir-se ao próprio mediador?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 9
	O que pode ser feito pelo mediador se as partes estiverem se interrompendo com tal frequência a ponto dele constatar que elas têm significativas dificuldades de se comunicarem uma com a outra?
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 10
	O que é a recontextualização? Dê um exemplo.
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº. 11
	Por que se mostra essencial à mediação transformar os discursos judicatórios (avaliações) das partes em observações? Dê dois exemplos.
Resposta: 
EXERCÍCIO Nº 12
	Como mencionado no Manual de Mediação Judicial, a mediação melhor se desenvolve se forem corretamente identificados os interesses e questões presentes no conflito. Uma questão é um tópico para discussão passível de ser resolvida na mediação. Em outras palavras, a questão é um ponto controvertido. Assim, questões não se relacionam com a personalidade, valores e crenças religiosas das partes; tem, portanto, cunho objetivo. Como regra, um mediador experiente ao identificar questões, não se volta para uma necessidade, posicionamento ou solução de apenas uma das partes e realiza o registro da questão de forma sintética e neutra. O papel do mediador está em enquadrar uma questão, no intuito de confirmar com as partes a sua compreensão daquilo que desejam discutir sem que esta identificação venha a ser percebida como um pré-julgamento por parte do facilitador. Com base nos discursos abaixo identifique as questõese os interesses reais.
	Exemplo:
(Do empresário para o mediador) Não aceito ela ir até a minha oficina e retirar seu carro do pátio sem a minha autorização. Em especial depois dos absurdos que ela falou na frente de outros clientes.
(Da cliente para o mediador) Cansei de ser tratada com desrespeito. Chegar no dia em que prometeram o carro consertado e receber uma conta 60% maior do que o orçamento que foi dado é um desrespeito, você não acha?
Questão: Comunicação; Conserto do carro ou apenas 'carro'.
Interesse: Ambos têm o interesse de serem respeitados, de respeitarem um ao outro, do carro ser consertado da melhor forma possível e por um preço justo.
Com base nos casos abaixo responda:
Caso 1: Empreiteiro/Pedreiro
(Do empreiteiro para o mediador) Eu disse ao Ricardo que só seria possível terminar em menos de seis semanas se não tivéssemos nenhum problema na fundação. O terreno tinha cada pedra que precisou chamar gente de fora para limpar a área. Tive que pagar por fora para esses auxiliares e nem pedi para ele arcar com esse gasto. O tempo que o pessoal ficou parado foi exatamente enquanto eu buscava esse apoio adicional. Tenho que administrar meus pedreiros e auxiliares com rigor. Não dá para fazer isso se ele me xinga e depois me chama de preguiçoso na frente dos meus empregados.
(Do empreendedor para o mediador) Eu precisava terminar a minha padaria antes do recesso de fim de ano - quando tudo fica parado. Ele tinha me dito que conseguiríamos terminar em seis semanas o que me daria dois meses de boa lucratividade antes desse recesso. Depois vieram uma série de histórias de problemas mas nas três vezes que fui ver a obra metade dos funcionários dele estava de papo para o ar. Chegou um momento em que realmente eu perdi a cabeça e na hora de fazer o acerto final eu sugeri que ele arcasse com parte do prejuízo.
Quais as Questões ?: O prazo de entrega da obra; a comunicação entre as partes; o valor do contrato/pagamento;
Quais os Interesses ?: Empreiteiro – ser respeitado, receber o valor acordado, executar o trabalho contratado com qualidade; Empreendedor – conclusão da obra dentro do prazo estipulado (antes do recesso de fim de ano); início das atividades da empresa; retorno do investimento com a reforma; pagamento do valor que ele considera justo pelo tempo da obra;
Caso 2: Hospital
(Do marido de uma paciente para o mediador) Eu disse à Tereza que estaria sempre ao lado dela, mesmo nos momentos mais difíceis. Agora com ela na UTI eu não posso voltar atrás e fingir que não prometi nada a ela. Faço isso pois sei que ela precisa de mim!
(Da chefe de enfermagem para o mediador) No nosso hospital sempre zelamos pelo melhor tratamento possível para os nossos pacientes e seus familiares. Entendo que o Sr. Jurandir quer cuidar de sua esposa mas não podemos deixar que ele fique lá pois colocaria em risco a vida da Dona Elizabete e dos demais pacientes da UTI.
Quais as Questões ?: O horário de permanência do marido na UTI, em razão das regras estabelecidas pelo hospital; Riscos da permanência extrapolada dos visitantes; Comunicação entre as partes.
Quais os Interesses ?: Marido – cumprir a promessa para com a esposa e não abandoná-la; Enfermeira - preservação da segurança e da saúde do marido, da esposa e dos demais pacientes; Comum – saúde da esposa;
Caso 3: Imóvel de Brasília-DF
(Do empreiteiro para o mediador) Eu disse ao Thomaz que só continuaria a obra se ele me assegurasse que eu não teria que pagar o prejuízo causado pela chuva. O temporal que caiu em Brasília foi caso fortuito e força maior - a cobertura da casa com a lona não impediria a chuva de molhar a lage e depois disso claro que teria infiltração. Agora que eu terminei a obra ele está dizendo que precisa reter R$ 5.000,00 para cobrir os gastos de reparos internos da casa. Eu falei expressamente para ele que só continuaria a obra se ele me garantisse que pagaria todo o valor faltante no contrato. Isto não está correto!
(Do proprietário do imóvel para o mediador) Eu tenho como principal fonte de renda uma casa que é alugada para um escritório de advocacia, há algum tempo meu locatário tem reclamado de infiltrações e por isso contratei uma excelente empresa de engenharia para reformar o telhado. Em Brasília nunca chove no período de inverno - ou melhor, quase nunca - por esse motivo, pedi que eles iniciassem a obra somente em junho e ainda assim cobrissem com uma lona a obra à noite e aos fins de semana - para a eventualidade de vir a chover. Em uma determinada sexta-feira, o mestre de obras dele esqueceu de mandar os funcionários cobrirem o telhado com a lona. No dia seguinte choveu e os meus inquilinos me ligaram furiosos dizendo que caiu água em processos e em um computador. Quando cobrei isso do Pedro ele me disse que mesmo que tivesse coberto não teria como evitar molhar a lage. Não é bem assim não. A chuva foi uma chuva moderada e eu aceitaria esse prejuízo se ele realmente tivesse coberto adequadamente o telhado. As nossas conversas não evoluíram bem e acabei tendo que dizer para ele que pagaria o remanescente integralmente sob pena dele abandonar a obra - inclusive com risco de chover mais e todos nós termos mais prejuízos. Falei para ele que pagaria pois foi a única forma de me assegurar que eu não teria um prejuízo ainda maior. De fato, estou disposto a pagar tudo, desde que eu possa compensar o prejuízo que o meu inquilino sofreu.
Quais as Questões ?: Controvertida – o motivo da infiltração, a lona impediria o vazamento; o valor/pagamento da obra; comunicação entre as partes;
Quais os Interesses ?: Empreiteiro – receber o valor contratado, sem ônus; Proprietário – ressarcimento dos prejuízos pelo valor que acredita ser justo; manter o imóvel alugado para seu locatário; ressarcir o seu locatário.
Caso 4: Carro batido
(Do motorista para o mediador) O fato de ter ultrapassado pela direita e batido nele não quer dizer que a culpa é exclusivamente minha. Além disso o conserto de um carro popular que nem capotou não pode custar R$ 5000,00. Eu não vou pagar esse valor por nada nesse mundo, em especial depois das coisas que ele me falou ao telefone!!
(Do outro motorista para o mediador) Se ele acha que não é culpado pelo acidente por que fugiu no local? Eu tive um trabalhão para localizá-lo e depois de mostrar fotos do acidente e do carro dele no local ele ainda tentou fugir da responsabilidade. Tem que pagar sim!
Quais as Questões ?: 
Quais os Interesses ?:
Caso 5: Caso vizinho
(Do vizinho para o mediador) Eu nunca vou tirar o muro de lá. Ela construiu o muro depois de ver o cachorro dele fazer as necessidades no meu terreno pelo menos 5 vezes. Na última vez que fui conversar com ele, o Pedro me disse que cachorro nasceu para ser feliz! Disse que iria construir o muro e ele me falou para fazer o que eu quisesse. Fiz.
(Do segundo vizinho para o mediador) Quando voltei de viagem notei o muro dividindo os dois terrenos. Ele construiu o muro onde achava que seria o lugar da divisa dos terrenos mas se equivocou. E agora a única coisa que ele fala quando vou conversar sobre isso é que isso tudo foi por causa do meu cachorro - o que um cachorro tem a ver com um muro?!?!!
Quais as Questões ?: 
Quais os Interesses ?:
Caso 6: Treinamento
(Do diretor de centro de treinamento para o mediador) Organizamos um treinamento em padrão internacional a um custo local. Por termos instrutores de primeira linha não podemos convidá-los para lecionarem em um lugar de segunda categoria. O que cobramos pelo treinamento está bem dentro dos padrões praticados no mercado. Fiquei surpreso com a irritação do Ricardo e especialmente com a recusa dele de pagar pelo treinamento que foi oferecido. O fato de ter sido em uma casa de praia apenas motivou os alunos - todos tiveram frequência superior a 95%.
(Do empresário para o mediador) Assinamos um contrato bastante vago quanto ao quesito de ressarcimento de despesas com locação predial e localização do treinamento. Ainda assim, não dá para imaginar que alguém levaria empregados meus para um treinamento emoutra cidade e sem antes me consultar!!
Quais as Questões ?: 
Quais os Interesses ?:
Caso 7: Investimento
(Da empresária para o mediador) Tenho investido em imóveis há alguns anos. Recentemente me ofereceram um imóvel de 2000 m2 que estaria sendo escriturado em poucas semanas. Assinamos um contrato de promessa de compra e venda, como se passaram seis meses sem que o imóvel fosse escriturado, fiz um distrato com o vendedor e ele apenas me devolveu o sinal. Quando fui pedir ao corretor que devolvesse o valor de corretagem ele foi muito grosseiro comigo. Normalmente quem paga comissão é o vendedor. Depois de muita pressão dos corretores acabei aceitando pagar R$ 10.000,00 mas, o negócio não vingou. Então tu tens que me devolver esse valor.
(Do corretor para o mediador) De fato houve o pagamento de valor de corretagem por um negócio que vingou - eles assinaram o contrato de promessa de compra e venda. Se a Tereza não quis mais o terreno é problema dela. Não acho que devo devolver o valor da corretagem só porque demorou um pouco mais do que esperado a escrituração do imóvel.
Quais as Questões ?: 
Quais os Interesses ?:
Caso 8: Consumidor Achocolatado
(Da consumidora para o mediador) Fiquei muito assustada quando vi meu filho vomitando e, praticamente, desmaiado dizendo que estava passando mal. Só depois de uma hora no hospital descobri que era intoxicação alimentar decorrente do leite achocolatado que dei para ele no café da manhã. No hospital vi outros dois pais com filhos na mesma situação. Quando liguei para a empresa eles negaram qualquer problema com o produto deles. Só depois de uma semana é que eles admitiram e recolheram o produto dos supermercados. Estou pedindo os R$ 10.000,00 de danos materiais e morais não apenas por causa do que eu passei mas para ter certeza que nenhuma outra mãe terá que passar pelo mesmo sofrimento que eu passei.
(Do preposto para o mediador) Nós lamentamos muito o sofrimento da Dona Tereza, de fato fizemos um recall do achocolatado assim que ficou comprovado que tratava-se de uma falha na linha de produção. Não temos condições de dizer que um determinado produto está com problemas apenas em razão de dois ou três telefonemas e já oferecemos assistência médica para aqueles pais que solicitaram. Todavia, o valor pedido está fora da nossa alçada.
Quais as Questões ?: 
Quais os Interesses ?:
Caso 9: Consumidor Cama
(Da consumidora para o mediador) Economizei por quatro meses para poder comprar uma boa cama com um bom colchão. Eu fui até a loja ver a cama que eu queria três vezes. Quando finalmente consegui economizar o dinheiro fui até a loja a paguei à vista. Na hora da entrega percebi que eles colocaram um laquê fosco quando eu tinha pedido brilhoso e as ripas da cama estavam empenadas. Oras eu troquei a cama exatamente porque a minha antiga me dava dor nas costas. Receber uma cama nova com ripas empenadas não dá! Quando fui à loja para reclamar eles disseram que eu deveria ter reclamado na hora da entrega e me trataram muito mal. E mais, quando fui reclamar para a transportadora eles disseram que como o defeito não era da entrega e sim da fabricação eu deveria reclamar na loja. Já estou com esse problema há dois meses e me enfurece o modo com que estou sendo tratada.
(Do preposto para o mediador) No nosso pedido consta uma cama com laquê brilhoso e no registro de entrega consta que foi entregue uma cama com laquê brilhoso. Comentei com a Dona Tereza que poderia resolver essa situação se ela trouxesse a cama ou arcasse com o transporte da cama para a loja. Eu não tenho como ir até a casa dela ver a cama e as ripas. É para isso que existe a necessidade de se assinar o termo de recebimento de mercadoria - para registrar falhas desse tipo. Se ela não se lembra do nome da pessoa que a tratou mal na loja eu não tenho como chamar a atenção desse funcionário...
Quais as Questões ?: 
Quais os Interesses ?:
Caso 10: Carro
(Do comprador para o mediador) Comprei do Ricardo um Gol em bom estado de conservação e paguei com R$ 2000,00 em dinheiro e três cheques de R$ 1000,00 mais o meu carro antigo que era um Chevette. Só que quando fui transferir o carro para meu nome o DUT que ele tinha me entregue era antigo - o DUT novo indicava que o carro estava em alienação fiduciária - quer dizer que estava em nome de um Banco. Ele me vendeu um carro que não era dele! Na hora sustei os cheques e tratei de tentar desfazer o negócio. Quando finalmente o encontrei fiquei sabendo que ele estava furioso pois eu tinha sustado os cheques - era só o que faltava! Agora quero só meu carro de volta e meu dinheiro. Se o carro não pode ficar no meu nome quero desfazer o negócio.
(Do vendedor para o mediador) Na hora da venda eu falei para o Tiago que ele deveria esperar três meses para transferir o carro paro o nome dele. Eu expliquei que estava dando um DUT para ele mas que ele precisava esperar eu resolver algumas coisas no banco antes. Com o primeiro cheque dei entrada em uma máquina de fazer churros e ainda falta pagar o resto pois os dois outros cheques foram sustados. Eu não tenho como ganhar dinheiro e pagar o final do financiamento do Gol se eu não estou trabalhando - vendendo churros - Eu não tenho como devolver os R$ 2.000,00 em dinheiro nem os R$ 1.000,00 do cheque que já entrou e está com o vendedor da máquina de churros. Se ele tivesse me ligado no dia que deu problema no Detran eu teria explicado de novo para ele. Eu não tenho nenhum problema de desfazer o negócio, mas para isso ele tem que primeiro liberar os cheques para que eu possa continuar a trabalhar.
Quais as Questões ?: 
Quais os Interesses ?:
Caso 11: Voo
(Do consumidor para o mediador) Comprei a passagem há dois meses e quando fui viajar me informaram que o aeroporto estava fechado e que eu poderia remarcar a viagem de ida sem custo mas a de volta se eu fosse alterá-la eu teria que pagar uma taxa de quase R$ 100,00. Achei um absurdo pois minha viagem a Salvador demoraria apenas um fim de semana prolongado. Claro que vou remarcar essa viagem para outra data e quero mudar a volta também sem custo. Acho que eles estão violando meu direito de consumidor e tenho direito à remarcação da passagem sem custo e danos morais.
(Do preposto para o mediador) O registro que temos indica que foi oferecido uma reacomodação no próximo voo que sairia em 12 horas e o Sr. Tiago não aceitou. Como poderíamos fazer com que ele chegasse ao destino com menos de um dia de atraso não houve a oferta de mudança de voo de retorno sem pagamento de taxa administrativa.
Quais as Questões ?: 
Quais os Interesses ?:
EXERCÍCIO Nº 13
	Como indicado no Manual de Mediação Judicial, após o mediador ter perguntado à última das partes a se manifestar se deseja dizer algo mais, deve ele fazer um resumo de toda a controvérsia até então apresentada, verificando as principais questões presentes, como também os interesses subjacentes juntamente com as partes. Recomenda-se que não se faça o resumo logo após apenas uma das partes ter se manifestado, pois, ao assim proceder, o mediador poderá dar a entender à outra parte que está endossando o ponto de vista apresentado. Esse resumo conjunto dos discursos das partes – também chamado de resumo de texto único1, por colocar duas perspectivas em uma única descrição – mostra-se de suma importância, uma vez que dá um norte ao processo de mediação e, sobretudo, centraliza a discussão nos principais aspectos presentes. Para o mediador, trata-se de uma efetiva organização do processo, pois se estabelece uma versão imparcial, neutra e prospectiva (i.e. voltada a soluções) dos fatos identificando quais são as questões a serem debatidas na mediação e quais são os reais interesses e necessidades que as partes possuem. Para as partes, trata-se de um mecanismo que auxiliará a compreensão das questões envolvidas sem que haja um tom judicatório ao debate. Cabe registrar que por meio do resumo o mediador deverá apresentar uma versão que implicitamente demonstre que conflitos são naturais em quaisquer relações humanas e que às partes cabea busca da melhor resolução possível diante do contexto existente. Esta demonstração implícita de que conflitos são naturais e que as partes não devem se envergonhar por estarem em conflito é comumente denominada de normalização.
No exercício a seguir, deve-se, com base nos mesmos discursos do exercício anterior, realizar um resumo que faça com que as partes percebam o modo positivo e o interesse de restauratividade com que o mediador tem focalizado a controvérsia. Busque fazer seu resumo atribuindo ao conflito o enfoque mais positivo possível.
	Exemplo:
(Do empresário para o mediador) Só consertei esse carro no prazo de três dias, pois a Dona Telma é irmã do Pedro um grande amigo meu. Tentei ligar para ela várias vezes para dizer que precisaríamos trocar o retentor para acabar com o vazamento de óleo. Ela não retornou as ligações e acabei tratando o carro dela como se fosse o carro do Pedro. Depois ela não quis pagar e ainda me insultou. Não aceito ela ir até a minha oficina e retirar seu carro do pátio sem a minha autorização. Em especial depois dos absurdos que ela falou na frente de outros clientes.
(Da cliente para o mediador) Não concordo com o valor do conserto – em especial porque o orçamento que me foi passado tinha um valor 30% menor. Cansei de ser tratada com desrespeito. Chegar no dia em que prometeram o carro consertado e receber uma conta 60% maior do que o orçamento que foi dado é um desrespeito, você não acha?
Resumo: Do que foi apresentado até o momento percebo que ambos tinham uma relação profissional aparentemente positiva e com expectativas elevadas quanto ao seu desenvolvimento. O Sr. Plínio gostaria de ter o maior número de clientes possível em sua oficina e a Dra. Telma gostaria de ter uma oficina de confiança. Essa expectativa não foi alcançada quando houve uma falha de comunicação na hora de transmitir o valor referente ao orçamento. Do discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de que o carro seja muito bem consertado por um valor justo. Mais do que isso, me parece que os dois têm o interesse de serem respeitados e terem relações respeitosas. Acho que temos duas questões para discutir nessa mediação a primeira a questão da comunicação e a segunda a questão do valor do conserto do carro.
Responda fazendo o resumo:
Caso 1
(Do empreiteiro para o mediador) Eu disse ao Ricardo que só seria possível terminar em menos de seis semanas se não tivéssemos nenhum problema na fundação. O terreno tinha cada pedra que precisou chamar gente de fora para limpar a área. Tive que pagar por fora para esses auxiliares e nem pedi para ele arcar com esse gasto. O tempo que o pessoal ficou parado foi exatamente enquanto eu buscava esse apoio adicional. Tenho que administrar meus pedreiros e auxiliares com rigor. Não dá para fazer isso se ele me xinga e depois me chama de preguiçoso na frente dos meus empregados.
(Do empreendedor para o mediador) Eu precisava terminar a minha padaria antes do recesso de fim de ano - quando tudo fica parado. Ele tinha me dito que conseguiríamos terminar em seis semanas o que me daria dois meses de boa lucratividade antes desse recesso. Depois vieram uma série de histórias de problemas nas três vezes que fui ver a obra metade dos funcionários dele estava de papo para o ar. Chegou um momento em que realmente eu perdi a cabeça e na hora de fazer o acerto final eu sugeri que ele arcasse com parte do prejuízo.
Faça o Resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que os senhores firmaram um contrato de prestação de serviços aparentemente positiva e com expectativas elevadas quanto ao seu desenvolvimento. O Sr. Ricardo gostaria de ter a sua padaria reformada antes do recesso de fim do ano e o Sr. João gostaria de ter finalizado a obra no prazo combinado. Essa expectativa de conclusão da obra no tempo estabelecido não foi alcançada por problemas com a fundação do terreno, que possuía muitas pedras, sendo necessário a limpeza da área, evento que paralisou a obra até que outros profissionais fossem contratados para realizar o serviço adicional que não foram cobrados pelo Sr. João. O Sr. João deseja ser respeitado, com um pedido de desculpas pelo Sr. Ricardo pelos constrangimentos sofridos. O Sr Ricardo deseja ser ressarcido pelos prejuízos sofridos em razão do atraso da obra. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de serem respeitados e terem relações respeitosas. Acho que temos duas questões para discutir nessa mediação a primeira a questão da comunicação e a segunda, a questão do valor do serviço adicional contrato.
Caso 2
(Do marido de uma paciente para o mediador) Entrei com essa ação pois o hospital não me permite ver minha esposa. Na primeira semana em que ela estava na UTI eu ficava lá pelo menos seis horas por dia. E pretendo continuar assim. Eu disse à Tereza que estaria sempre ao lado dela, mesmo nos momentos mais difíceis. Agora com ela na UTI eu não posso voltar atrás e fingir que não prometi nada a ela. Faço isso pois sei que ela precisa de mim!
(Da chefe de enfermagem para o mediador) No nosso hospital sempre zelamos pelo melhor tratamento possível para os nossos pacientes e seus familiares. Entendo que o Sr. Jurandir quer cuidar de sua esposa mas não podemos deixar que ele fique lá pois colocaria em risco a vida da Dona Tereza e dos demais pacientes da UTI.
Faça o Resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que os senhores zelam pela saúde e qualidade do tratamento dado a paciente, a Sra. Tereza, e com expectativas elevadas quanto a sua recuperação. O Sr. Jurandir gostaria de cumprir a promessa feita à sua esposa e, assim, permanecer ao seu lado neste momento delicado e o Sra. Fernanda gostaria de cumprir com as normas do hospital, prezando pela vida dos familiares de demais pacientes internados na UTI. Essa expectativa de permanência do Sr. Jurandir na UTI não foi alcançada porque o hospital possui um regulamento interno que estabelece horários e tempo de permanência aos visitantes com paciente internado na UTI. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de manter os cuidados com a preservação da saúde e tratamento da Sra. Maria Tereza. Acho que temos duas questões para discutir nessa mediação a primeira a questão da comunicação e a segunda, a questão do horário de visitas.
Caso 3
(Do empreiteiro para o mediador) Eu disse ao Thomaz que só continuaria a obra se ele me assegurasse que eu não teria que pagar o prejuízo causado pela chuva. O temporal que caiu em Brasília foi caso fortuito e força maior - a cobertura da casa com a lona não impediria a chuva de molhar a lage e depois disso claro que teria infiltração. Agora que eu terminei a obra ele está dizendo que precisa reter R$ 5.000,00 para cobrir os gastos de reparos internos da casa. Eu falei expressamente para ele que só continuaria a obra se ele me garantisse que pagaria todo o valor faltante no contrato. Isto não está correto!
(Do proprietário do imóvel para o mediador) Eu tenho como principal fonte de renda uma casa que é alugada para um escritório de advocacia, há algum tempo meu locatário tem reclamado de infiltrações e por isso contratei uma excelente empresa de engenharia para reformar o telhado. Em Brasília nunca chove no período de inverno - ou melhor, quase nunca - por esse motivo, pedi que eles iniciassem a obra somente em junho e ainda assim cobrissem com uma lona a obra à noite e aos fins de semana - para a eventualidade de vir a chover. Em uma determinada sexta-feira, o mestre de obras dele esqueceu de mandar os funcionários cobrirem o telhado com a lona. No dia seguinte choveu e os meus inquilinos me ligaram furiosos dizendo que caiu água em processos e em um computador. Quando cobrei isso do Pedro ele me disse que mesmo que tivesse coberto não teria como evitar molhar a lage. Não é bem assim não. A chuva foi uma chuva moderada e eu aceitaria esse prejuízo se ele realmente tivesse coberto adequadamente o telhado. As nossas conversas não evoluíram bem e acabei tendo que dizer para ele que pagariao remanescente integralmente sob pena dele abandonar a obra - inclusive com risco de chover mais e todos nós termos mais prejuízos. Falei para ele que pagaria pois foi a única forma de me assegurar que eu não teria um prejuízo ainda maior. De fato, estou disposto a pagar tudo, desde que eu possa compensar o prejuízo que o meu inquilino sofreu.
Faça o Resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que os senhores firmaram um contrato de prestação de serviços para reforma do telhado do imóvel de propriedade do Sr. Thomaz, utilizado para locação, aparentemente positivo e com expectativas elevadas quanto ao seu desenvolvimento. Essa expectativa de reforma não foi alcançada na forma deseja em razão das intensas chuvas que atingiram a região, ocasionando infiltração na lage do imóvel que trouxe danos aos pertences dos inquilinos do Sr. Thomaz. O Sr. Pedro deseja o recebimento do valor retido pelo Sr. Thomaz, pois trata-se de um caso fortuito e força maior, tendo advertido ao Sr. Thomaz sobre os riscos de continuar a obra no período chuvoso. O Sr Thomaz deseja pagar o valor contratado, desde que ser ressarcido pelos prejuízos sofridos por seu inquilino. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de serem respeitados e terem relações respeitosas. Acho que temos três questões para discutir nessa mediação: a primeira questão, a comunicação; a segunda, a retenção do valor acordado; a terceira, o ressarcimento dos prejuízos.
Caso 4
(Do motorista para o mediador) O fato de ter ultrapassado pela direita e batido nele não quer dizer que a culpa é exclusivamente minha. Além disso o conserto de um carro popular que nem capotou não pode custar R$ 5000,00. Eu não vou pagar esse valor por nada nesse mundo, em especial depois das coisas que ele me falou ao telefone!!
(Do outro motorista para o mediador) Se ele acha que não é culpado pelo acidente, por que fugiu no local? Eu tive um trabalhão para localizá-lo e depois de mostrar fotos do acidente e do carro dele no local ele ainda tentou fugir da responsabilidade. Tem que pagar sim!
Faça o Resumo: Do que foi apresentado até o momento percebo que os senhores se envolveram em um acidente de trânsito. O Sr. Alfredo narra que a culpa não pode ser exclusivamente sua, que há excesso no orçamento que foi apresentado e se sente ofendido como o modo em que foi tratado pelo Sr. Tiago. O Sr. Tiago gostaria que o Sr. Alfredo pagasse pelo conserto do seu veículo, acreditando que ele foi o responsável pelo abarrotamento. Do discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de que seus carros sejam consertados. Mais do que isso, me parece que os dois têm o interesse de serem respeitados e terem relações respeitosas. Acho que temos três questões para discutir nessa mediação: a primeira, a questão da comunicação: segunda, a questão da responsabilidade pelo sinistro; e a terceira, o conserto dos veículos.
Caso 5
(Do vizinho para o mediador) Eu nunca vou tirar o muro de lá. Eu construí o muro depois de ver o cachorro dele fazer as necessidades no meu terreno pelo menos 5 vezes. Na última vez que fui conversar com ele, o Pedro me disse que cachorro nasceu para ser feliz! Disse que iria construir o muro e ele me falou para fazer o que eu quisesse. Fiz.
(Do segundo vizinho para o mediador) Quando voltei de viagem notei o muro dividindo os dois terrenos. Ele construiu o muro onde achou que seria o lugar da divisa dos terrenos mas se equivocou. E agora a única coisa que ele fala quando vou conversar sobre isso é que isso tudo foi por causa do meu cachorro - o que um cachorro tem a ver com um muro?!?!!
Faça o Resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que os senhores são vizinhos. O Sr. Marcelo construiu o muro para evitar que o cachorro do Sr. Hugo fizesse suas necessidades em seu terreno e o Sr. Hugo gostaria que o muro fosse levantado no local correto de divisa entre os terrenos e que seu cachorro não tem culpa dos fatos. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de serem respeitados e terem relações respeitosas. Acho que temos três questões para discutir nessa mediação: a primeira, a comunicação; a segunda, o acesso do cachorro ao terreno; e a terceira, o local de construção do muro.
Caso 6
(Do diretor de centro de treinamento para o mediador) Organizamos um treinamento em padrão internacional a um custo local. Por termos instrutores de primeira linha não podemos convidá-los para lecionarem em um lugar de segunda categoria. O que cobramos pelo treinamento está bem dentro dos padrões praticados no mercado. Fiquei surpreso com a irritação do Ricardo e especialmente com a recusa dele de pagar pelo treinamento que foi oferecido. O fato de ter sido em uma casa de praia apenas motivou os alunos - todos tiveram frequência superior a 95%.
(Do empresário para o mediador) Assinamos um contrato bastante vago quanto ao quesito de ressarcimento de despesas com locação predial e localização do treinamento. Ainda assim, não dá para imaginar que alguém levaria empregados meus para um treinamento em outra cidade e sem antes me consultar!!
Faça o Resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que os senhores firmaram um contrato de prestação de serviços para treinamento dos funcionários da empresa do Sr. Ricardo, realizado em uma casa de praia, em cidade distinta da sede da empresa, com profissionais de alto padrão e frequência de 95% dos alunos. O Sr. Lucas gostaria de receber pelos serviços prestados e o Sr. Ricardo gostaria de reaver o valor de ressarcimento com as despesas de locação e localização do treinamento contratado. As expectativas positivas com o curso contratado não foram alcançadas por problemas na comunicação quanto ao local de realização do treinamento, em razão da necessidade de deslocamento dos funcionários até o local. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de serem respeitados e terem relações respeitosas. Acho que temos quatro questões para discutir nessa mediação: a primeira, a questão da comunicação; a segunda, do entabulado em contrato; a terceira, o local do treinamento; e a quarta, o valor das despesas da locação.
Caso 7
(Da empresária para o mediador) Tenho investido em imóveis há alguns anos. Recentemente me ofereceram um imóvel de 2000 m2 que estaria sendo escriturado em poucas semanas. Assinamos um contrato de promessa de compra e venda, como se passaram seis meses sem que o imóvel fosse escriturado. Fiz um distrato com o vendedor e ele apenas me devolveu o sinal. Quando fui pedir ao corretor que devolvesse o valor de corretagem ele foi muito grosseiro comigo. Normalmente quem paga comissão é o vendedor, depois de muita pressão dos corretores acabei aceitando pagar R$ 10.000,00 mas o negócio não vingou então ele tem que me devolver esse valor.
(Do corretor para o mediador) De fato houve o pagamento de valor de corretagem por um negócio que vingou - eles assinaram o contrato de promessa de compra e venda. Se a Tereza não quis mais o terreno é problema dela. Não acho que devo devolver o valor da corretagem só porque demorou um pouco mais do que esperado a escrituração do imóvel.
Faça o Resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que os senhores firmaram um contrato de promessa de compra e venda de um imóvel, ainda não escriturado, pagando a Sra. Tereza o valor de dez mil reais a título de corretagem, aparentemente positivo e com expectativas elevadas quanto ao seu desenvolvimento. Essa expectativa de conclusão do negócio não foi alcançada pois, após seis meses sem a escrituração do imóvel, a Sra. Tereza realizou o distrato do contrato e recebeu somente o valor do sinal. A Sra. Tereza gostaria de receber o valor despendido com a comissão do corretor. O Sr. Leonardo afirma que não é devida a sua devolução, pois o negócio foi válido e efetivado. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de serem respeitados e terem relações respeitosas. Acho que temos duas questões para discutir nessa mediação: a primeira, a questão da comunicação; asegunda, o que é devido à contratante nos casos de distrato.
Caso 8
(Da consumidora para o mediador) Fiquei muito assustada quando vi meu filho vomitando e, praticamente, desmaiado dizendo que estava passando mal. Só depois de uma hora no hospital descobri que era intoxicação alimentar decorrente do leite achocolatado que dei para ele no café da manhã. No hospital vi outros dois pais com filhos na mesma situação. Quando liguei para a empresa eles negaram qualquer problema com o produto deles. Só depois de uma semana é que eles admitiram e recolheram o produto dos supermercados. Estou pedindo os R$ 10.000,00 de danos materiais e morais não apenas por causa do que eu passei mas para ter certeza que nenhuma outra mãe terá que passar pelo mesmo sofrimento que eu passei.
(Do preposto para o mediador) Nós lamentamos muito o sofrimento da Dona Tereza, de fato fizemos um recall do achocolatado assim que ficou comprovado que tratava-se de uma falha na linha de produção. Não temos condições de dizer que um determinado produto está com problemas apenas em razão de dois ou três telefonemas e já oferecemos assistência médica para aqueles pais que solicitaram. Todavia, o valor pedido está fora da nossa alçada.
Faça do resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que o filho da Sra. Tereza sofreu uma intoxicação alimentar ocasionada pela ingestão do leite achocolatado produzido pela empresa Nescatoddy, fato que o levou ao hospital, atingiu outras crianças e ocasionou a retirada do produto dos supermercados. A Sra. Tereza gostaria de ser ressarcida pelos danos materiais em razão das despesas médicas e morais pelos transtornos sofridos, no valor total de dez mil reais. O Sr. Geraldo, preposto da empresa, gostaria de expressar seus sentimentos pelo fato, que a empresa fez um recall do achocolato e oferece assistência médica para aqueles pais que solicitaram, todavia, o pedido de indenização está fora da alçada da empresa. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse na resolução pacífica do conflito. Acho que temos três questões para discutir nessa mediação: a primeira, a comunicação; a segunda, a assistência médica; e a terceira, a indenização.
Caso 9
(Da consumidora para o mediador) Economizei por quatro meses para poder comprar uma boa cama com um bom colchão. Eu fui até a loja ver a cama que eu queria três vezes. Quando finalmente consegui economizar o dinheiro fui até a loja a paguei a vista. Na hora da entrega percebi que eles colocaram um laquê fosco quando eu tinha pedido brilhoso e as ripas da cama estavam empenadas. Oras eu troquei a cama exatamente porque a minha antiga me dava dor nas costas. Receber uma cama nova com ripas empenadas não dá! Quando fui à loja para reclamar eles disseram que eu deveria ter reclamado na hora da entrega e me trataram muito mal. E mais, quando fui reclamar para a transportadora eles disseram que como o defeito não era da entrega e sim da fabricação eu deveria reclamar na loja. Já estou com esse problema há dois meses e me enfurece o modo com que estou sendo tratada.
(Do preposto para o mediador) No nosso pedido consta uma cama com laquê brilhoso e no registro de entrega consta que foi entregue uma cama com laquê brilhoso. Comentei com a Dona Tereza que poderia resolver essa situação se ela trouxesse a cama ou arcasse com o transporte da cama para a loja. Eu não tenho como ir até a casa dela ver a cama e as ripas. É para isso que existe a necessidade de se assinar o termo de recebimento de mercadoria - para registrar falhas desse tipo. Se ela não se lembra do nome da pessoa que a tratou mal na loja eu não tenho como chamar a atenção desse funcionário…
Faça o Resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que a Sra. Tereza adquiriu da loja Bons Sonhos, uma cama de laquê brilhoso, pagando à vista pelo produto. Na entrega, a Sra. Tereza percebeu que a cama veio com laquê fosco e que as ripas estavam empenadas. Ao comunicar junto à loja, a Sra. Tereza foi informada que deveria reclamar na transportadora, ao contatar com a transportadora, disseram-lhe que deveria reclamar na fabricação. A Sra. Tereza gostaria de uma solução para o problema que perdura há dois meses, que comprou a cama para amenizar suas dores nas costas. O Sr. Paulo, preposto da empresa, gostaria de resolver a situação, desde que a Sra. Tereza levasse a cama até a loja ou arcasse com o transporte. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de serem respeitados, terem relações respeitosas e na solução do conflito. Acho que temos duas questões para discutir nessa mediação: a primeira, a questão da comunicação; e a segunda, o transporte da cama.
Caso 10
(Do comprador para o mediador) Comprei do Ricardo um Gol em bom estado de conservação e paguei com R$ 2000,00 em dinheiro e três cheques de R$ 1000,00 mais o meu carro antigo que era um Chevette. Só que quando fui transferir o carro para meu nome o DUT que ele tinha me entregue era antigo - o DUT novo indicava que o carro estava em alienação fiduciária - quer dizer que estava em nome de um Banco. Ele me vendeu um carro que não era dele! Na hora sustei os cheques e tratei de tentar desfazer o negócio. Quando finalmente o encontrei fiquei sabendo que ele estava furioso, pois eu tinha sustado os cheques - era só o que faltava! Agora quero só meu carro de volta e meu dinheiro. Se o carro não pode ficar no meu nome quero desfazer o negócio.
(Do vendedor para o mediador) Na hora da venda eu falei para o Tiago que ele deveria esperar três meses para transferir o carro paro o nome dele. Eu expliquei que estava dando um DUT para ele, mas que ele precisava esperar eu resolver algumas coisas no banco antes. Com o primeiro cheque dei entrada em uma máquina de fazer churros e ainda falta pagar o resto, pois os dois outros cheques foram sustados. Eu não tenho como ganhar dinheiro e pagar o final do financiamento do Gol se eu não estou trabalhando - vendendo churros - Eu não tenho como devolver os R$ 2.000,00 em dinheiro nem os R$ 1.000,00 do cheque que já entrou e está com o vendedor da máquina de churros. Se ele tivesse me ligado no dia que deu problema no Detran eu teria explicado de novo para ele. Eu não tenho nenhum problema de desfazer o negócio, mas para isso ele tem que primeiro liberar os cheques para que eu possa continuar a trabalhar.
Faça o Resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que os senhores firmaram um negócio aparentemente positivo e com expectativas elevadas quanto ao seu desenvolvimento. O Sr. Tiago comprou do Sr. Ricardo um veículo Gol, pagando dois mil reais em dinheiro, três cheques pré-datados de um mil reais cada e mais deu um carro Chevette. Que o Sr. Ricardo usou dos cheques para comprar uma máquina de fazer churros. Essa expectativa de conclusão do negócio não foi alcançada porque o Sr. Tiago ao tentar transferir o veículo Gol foi informado que o mesmo estava com alienação fiduciária, oportunidade em que sustou os cheques. O Sr. Tiago gostaria de desfazer o negócio e reaver os valores despendidos e a devolução do carro Chevette. O Sr. Ricardo gostaria que o Sr. Tiago tivesse esperado o prazo de três meses acordados para a transferência; que sua fonte de renda é a venda dos churros, portanto, não tem condições financeiras para devolver o dinheiro nem os cheques, pois eles foram dados como forma de pagamento à máquina de churros; que não se opõe ao desfazimento do negócio, desde que o Sr. Tiago libere os cheques para pagamento da máquina e assim, continue a trabalhar. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de serem respeitados, terem relações respeitosas e de solução do conflito. Acho que temos quatro questões para discutir nessa mediação: a primeira, a questão da comunicação; a segunda, o cancelamento do negócio; terceira, a devolução dos veículos; e a quarta, os cheques.
Caso 11
(Do consumidor para o mediador) Comprei a passagem há dois meses e quando fui viajar me informaram que o aeroporto estava fechado e que eu poderia remarcar a viagem de ida semcusto mas a de volta se eu fosse alterá-la eu teria que pagar uma taxa de quase R$ 100,00. Achei um absurdo, pois minha viagem a Salvador demoraria apenas um fim de semana prolongado. Claro que vou remarcar essa viagem para outra data e quero mudar a volta também sem custo. Acho que eles estão violando meu direito de consumidor e tenho direito à remarcação da passagem sem custo e danos morais;
(Do preposto para o mediador) O registro que temos indica que foi oferecido uma reacomodação no próximo voo que sairia em 12 horas e o Sr. Tiago não aceitou. Como poderíamos fazer com que ele chegasse ao destino com menos de um dia de atraso não houve a oferta de mudança de voo de retorno sem pagamento de taxa administrativa.
Faça o Resumo: Percebo do que foi me dito até o momento que, há dois meses o Sr. Tiago comprou uma viagem para Salvador/BA da companhia Zoom, adquirindo passagens aérea de ida e volta, aparentemente positiva e com expectativas elevadas quanto ao seu desenvolvimento. Essa expectativa de realização da viagem não foi alcançada porque no dia do embarque, o Sr. Tiago foi informado que o aeroporto estava fechado e que o mesmo poderia remarcar, tão somente, a passagem de ida sem custo; que foi oferecido ao Sr. Tiago uma reacomodação no próximo voo que sairia em 12 horas, entretanto o mesmo não aceitou. O Sr. Tiago gostaria que a companhia aérea remarque sua viagem sem qualquer ônus, bem ainda seja indenizado moralmente pelos transtornos sofridos. O Sr. João, preposto da companhia Zoom, aduz que não houve a oferta de mudança de voo de retorno sem pagamento de taxa administrativa. O discurso que ambos trouxeram me parece que os dois têm interesse de solucionarem o conflito. Acho que temos duas questões para discutir nessa mediação: a primeira, a questão da comunicação; a segunda, a remarcação da viagem.
EXERCÍCIO Nº. 14
Como indicado no Manual de Mediação Judicial, se a mediação é também definida como uma facilitação por um ou mais terceiros da comunicação realizada entre as partes, o mediador deve saber “observar o conflito por lentes³ mais adequadas” – substituindo um olhar judicatório (ou uma “lente de julgamento”) por um olhar facilitador (ou uma “lente de identificação de interesses”). De igual forma, em mediações reais recomenda-se que se examine se a escuta que o novo mediador está realizando é voltada a identificar quem está certo e quem está errado ou se é voltada a identificar quais são os interesses, questões e sentimentos. Nesse sentido, para melhor fixação desse ponto pedagógico, incluíram-se abaixo alguns exercícios de habilidades e perceptivas.
Identifique se a frase é uma avaliação (julgamento ou juízo de valor) ou observação:
	Exemplo: 
João ficou chateado comigo ontem sem motivo
(x) avaliação ( ) observação
Indique as Respostas:
1.Ontem até a Natália estava roendo unhas ao assistir ao filme
 ( ) avaliação ( x ) observação
2. Você não pediu minha opinião ontem durante a reunião
( ) avaliação ( x ) observação
3.Meu pai foi um homem trabalhador e esforçado
( x ) avaliação ( ) observação
4. Josenice trabalha demais
( x ) avaliação ( ) observação
5. Meu marido me disse que eu fico feia de vermelho
( x ) avaliação ( ) observação
6. Minhas filhas são muito carinhosas
( x ) avaliação ( ) observação
7. Eu não gosto de trabalhar com meu irmão
( x ) avaliação ( ) observação
8. Meu irmão como colega de trabalho, é chato!
( x ) avaliação ( ) observação
9. Meu irmão, como colega de trabalho, pede relatórios excessivamente minuciosos
( x ) avaliação ( ) observação
10. Meu irmão, como colega de trabalho, pede dados estatísticos nos relatórios que fazem com que estes cheguem a ter mais de 10 (dez) laudas.
( ) avaliação ( x ) observação
EXERCÍCIO Nº. 15
	Transforme as seguintes avaliações em observações:
	Exemplo: 
O Antônio não é uma pessoa séria.
O Antônio atrasou mais de 30 minutos nas últimas três vezes que deixou meu filho em casa.
Indique as Respostas:
	1. O meu irmão é generoso demais.
Resposta: Meu irmão doa 1/3 de seu salário todo mês para uma entidade de caridade.
2. O Jorge é um procrastinador.
Resposta: Jorge diz que vai cortar a grama todos os dias, já tem um mês que a grama não é aparada e ele passa dia todo jogando videogame.
3. Pedro é um péssimo jogador de futebol.
Resposta: Pedro não consegue evoluir no futebol porque ele falta muito as aulas, mês passado ele foi apenas um dia ao treino.
4. Natália não é educada.
Resposta: Natália fala de boca cheia e ao terminar as refeições não tira o prato da mesa.
5. O Tiago é um vizinho problemático.
Resposta: Tiago faz festas aos finais de semana com som de seu carro muito alto, incomodando todos os vizinhos, temos sempre que acionar a polícia.
6. A Margarida é uma má pessoa.
Resposta: Viram a Margarida abandonando seu cachorro na rua debaixo em um lote baldio.
7. Meu ex marido é uma pessoa má!
Resposta: Faz seis meses que meu marido não paga pensão e não visita nossos filhos, nem presente de natal ele mandou para as crianças.
8. O Plínio, como dono de oficina mecânica, não é uma pessoa honesta.
Resposta: Plínio devolveu a Marcelo sua carteira que havia caído na porta da oficina, a carteira estava cheia de dinheiro.
9. Telma é uma pessoa descontrolada.
Resposta: Telma quebrou o celular do namorado porque ele mudou a senha de desbloqueio do aparelho.
10. O Humberto não tem sido um pai atencioso para as minhas filhas.
Resposta: Humberto sempre atrasa para buscar as meninas nos dias de visita e nunca lembra dos aniversários delas e de chegar a tempo nas reuniões da escola.
11. A Olivia é verbalmente abusiva quando se dirige a mim.
Resposta: Olívia não sabe controlar sua animosidade quando fala com Patrícia, porque Patrícia namora o seu ex.
12. O Thomaz tem sido um pai esforçado.
Resposta: Thomaz dá banho, almoço e leva nosso filho para a escola todos os dias.
Responda o Questionário do Tema 3: Organização das Falas - Comunicação - Exercício 16 ao 19
EXERCÍCIO Nº. 16
	Por que a identificação de aspectos positivos mostra-se essencial à administração da interação com as partes?
Resposta: Para que as partes possam perceber o conflito como um fenômeno natural na relação humanas.
EXERCÍCIO Nº. 17
	De forma resumida, conte a história da Branca de Neve do ponto de vista da madrasta – defendendo tal perspectiva.
Resposta: Sempre fui uma criança muito feia, um dia, uma feiticeira apareceu falando que me daria uma grande beleza se eu aceitasse casar com o rei e acabar com todas mulheres do reino que superasse sua beleza, ao contrário, voltaria a forma de antes. Além disso, ela me deu um espelho mágico que respondia todas as minhas perguntas. Me casei com o rei, mas ele tinha uma filha, Branca de Neve, que ficava mais bonita, dia após dia. Quando ela fez dezesseis anos, perguntei sobre ela ao espelho, ele me disse que ela era mais bonita que eu. Diante da iminente ameaça de voltar a minha aparência normal e destruição do meu reinado, pois uma rainha feia não traz prestígio e força para seu povo. Assim, visando a harmonia e a estabilidade do reino, tomei a difícil escolha de tentar matar Branca de Neve, mandei o caçador levá-la na floresta, matá-la e colocar seu coração numa caixa, todavia, ele não conseguiu cumprir a ordem. Perguntei ao espelho sobre Branca de Neve, ele me disse que ela estava viva e em uma casa com sete anões. Tomada pelo ódio, resolvi eu mesma matá-la. Me disfarcei de velha, fui até a casa dos anões e lhe dei uma maça envenenada, assim que mordeu, ela caiu em sono profundo. Para quebrar o feitiço, apenas com um beijo de um amor verdadeiro. Para o meu desespero, um príncipe apareceu, deu-lhe um beijo e a despertou. Ela acordo, mais bela do que nunca, meu feitiço foi quebrado, voltei a minha aparência normal, uma velha feia e enrugada, fui expulsa do meu próprio reino pelo meu marido, que ficou contra mim por causa dela. 
EXERCÍCIO N. 18
	Por que este exercício de contar uma mesma história de diversos pontos de vista se mostra relevante para a mediação? É o exercício dehistória sem postura judicatória?
Resposta: É extremamente relevante, pois o mediador poderá, de forma neutra, provocar a parte a exercer alteridade em relação a outra parte da disputa, fazendo com que a parte se coloque no lugar do outro e veja o conflito aos olhos dele, com o escopo de se alcançar o entendimento.
A postura judicatória na comunicação polarizadora consiste, de fato, na transferência da responsabilidade pelos objetivos pretendidos a outras pessoas. Nessa forma de comunicação frequentemente se imputa a responsabilidade pela não realização do próprio interesse à outra pessoa. Além do mais, na postura judicatória – com julgamento -, os discursos são direcionados aos interesses aparentes que desconsideram e desvalorizam os sentimentos. Portanto, não é o exercício de história sem postura judicatória. 
EXERCÍCIO Nº 19
	Com base nos exercícios anteriores, escreva um resumo da história da Branca de Neve como se estivesse conduzindo uma mediação entre a madrasta e a Branca de Neve. Lembre-se de utilizar discurso neutro ou positivo e enfoque prospectivo.
Resposta: Percebo do que foi me dito até o momento que as senhoras possuem um vínculo familiar, madrasta e enteada, e residem no mesmo reino. 
A Sra. Rainha gostaria de permanecer no trono, governando o reino, por ser a mais bela, forte e inteligente; que Branca de Neve não tem experiência para governar. 
A Sra. Branca de Neve gostaria de cumprir com a tradição de sua família onde, com o casamento da filha primogênita, esta e seu marido, assumirão o trono; que deseja assumir o seu papel de direito, trazendo uma forma inovadora de governar; que possui experiência com liderança, pois comanda uma mina onde trabalham sete anões. 
O discurso que ambas trouxeram me parece que as duas possuem interesse no trono e suas responsabilidades com o governo; a Sra. Rainha está há mais de dez anos ao lado do rei e a Sra. Branca de Neve administra o trabalho de sete anões. 
Acho que temos duas questões para discutir nessa mediação: a primeira, a comunicação; a segunda, a tradição familiar. 
As senhoras me disseram que o rei não interferirá nesta questão, correto? 
R: Sim.
As senhoras já conversaram sobre as possíveis soluções para resolverem este conflito? 
R: Sim.
Ótimo, gostaria de parabenizá-las pelo desenvolvimento na comunicação, vejo que ambas puderam compreender o desejo uma da outra, que vocês possuem o mesmo objetivo, liderar o reino e cuidar do povo.
Pude observar que a tradição da família em passar o trono ao filho primogênito, é algo muito importante para a Sra. Branca de Neve, assim como a experiência que uma rainha precisa ter é para a Sra. Rainha. 
Conforme trazido pelas senhoras, governar o reino requer bastante tempo e flexibilidade para resolver os inúmeros problemas do povo e do castelo, já na mina, a direção não exige tanto tempo, já que os funcionários são poucos e cuidam praticamente de tudo. As senhoras acreditam que se inverterem os cargos, a Sra. Rainha comanda a mina e a Sra. Branca de Neve o reino, por um determinado período, possam chegar ao concesso e a conclusão de qual cargo cada uma se identifica mais. O que as senhoras acham de passar por essa experiência? 
R: Concordamos, pelo prazo de um mês.
Ótimo, gostaria de parabenizá-las pelo diálogo, respeito mútuo e o interesse na solução do conflito, vocês foram essencial para o desenvolvimento desta mediação.
EXERCÍCIO Nº 20
Para as frases abaixo, crie um discurso do ponto de vista da pessoa com quem se está interagindo e em seguida um discurso de um ponto de vista neutro:
	Exemplo:
(Da esposa para o marido) Você vive me dizendo que me ama mas não demonstra isso com suas ações!
(Do marido para a esposa) Por mais que eu demonstre afeto com palavras, gestos e ações você sempre reclama que não se sente amada!
(Neutro): Me parece que ambos gostariam muito de que as expressões de amor ou afeto fossem efetivamente compreendidas e sentidas.
a) (Da mãe para a filha) Você não pode falar com seu irmão assim – ele ficará magoado com você.
(Da filha para a mãe): Eu tento ser educada com meu irmão, embora ele seja meu irmão, isso não significa que ele pode me desrespeitar na frente dos meus amigos, eu sou a irmã mais velha.
(Neutro): Me parece que ambos gostariam muito manter as relações respeitosas e harmonias na família.
b) (Da ex-mulher para o ex-marido) Fiquei de cama com risco de vida e você sequer se dignou a colocar nossos filhos para me telefonarem ou me visitarem.
(Do ex-marido para a ex-mulher): Por mais que eu quisesse que eles falassem com você para te confortar e acalmar naquele momento difícil, o hospital não permite a entrada de aparelhos telefônico na UTI. 
(Neutro): Me parece que ambos gostariam muito de que as expressões de amor ou afeto fossem efetivamente transmitidas e recebidas.
c) (Do pai para a filha) Minha filha, chegar às 4:00 horas te coloca em risco de vida não só fora dessa casa como também aqui dentro!
(Da filha para o pai): Pai, não se preocupe, eu sempre tomei bastante cuidado ao voltar para a casa. Pedro, meu namorado, sempre me traz e me esperar entrar em casa.
(Neutro): Me parece que ambos se preocupam e zelam pela segurança de chegar em casa na madrugada.
d)(Da esposa para o marido) Você acha que preparei o jantar por duas horas para ver você chegar a meia-noite dizendo que já jantou na casa da sua mãe?
(Do marido para a esposa): O que você queria que eu fizesse, é a minha mãe, ela me ligou, estava com saudades dela, fazia tempo que não nos víamos, já que vocês não se dão bem, eu fui, te liguei várias vezes para te comunicar e você não atendeu.
(Neutro): Me parece que ambos gostariam muito de que houvesse mais comunicação e que as relações familiares fossem efetivamente compreendidas e respeitadas.
e)(Da irmã para o irmão) Fico assustada quando você eleva o tom de voz dessa forma.
(Do irmão para a irmã): Você não me escuta, passa o dia inteiro com esse fone de ouvido, eu preciso gritar mesmo.
(Neutro): Me parece que ambos gostariam muito de que houvesse mais comunicação e respeito de um para com o outro.
f)(Da mãe para o filho) Não entendo porque você insiste em estudar só a partir das 4 horas da tarde, a sua prova final não é daqui a 5 dias?
(Do filho para a mãe): Eu sei mãe, estou me esforçando ao máximo durante o tempo que tenho para estudar, mas como eu posso fazer se meu chefe não me libera antes das 16h00. 
(Neutro): Me parece que ambos se preocupam com a aprovação no concurso e gostariam que houvesse mais dedicação aos estudos.
g)(Da mãe para o filho) Menino não ouse dar as costas para sua mãe! Eu estou falando com você!
(Do filho para a mãe): Mãe, a senhora não deixa sair, eu já tenho 18 anos, eu preciso viver, aproveitar a vida e a senhora acha que eu ainda sou uma criança, eu não aguento mais.
(Neutro): Me parece que ambos gostariam muito de que houvesse mais comunicação e que as relações familiares fossem efetivamente compreendidas e respeitadas.
h)(Do filho para o pai) Não acredito que você me deixou trabalhar na diretoria da empresa e me dedicar 12 horas por dia enquanto pelas minhas costas já escolhia um novo diretor para me substituir. Se não posso confiar no meu próprio pai significa que estou em uma família muito estranha!
(Do pai para o filho): O que você queria que eu fizesse, você não tem responsabilidade com a empresa, chega atrasado, não atinge as metas, eu só deixo você trabalhar aqui para incentivar você a cuidar dos negócios da família, que um dia serão seus. 
(Neutro): Me parece que ambos gostariam muito de que houvesse mais comunicação e confiança e que as relações de trabalho fossem efetivamente compreendidas e respeitadas.
i) (Do empresário para o consumidor) Você entra na minha oficina e pega as chaves do seu carro sem a minha autorização mostra para mim o seu caráter e sua inclinação verdadeira: consertar seu carro às minhas custas!
(Do consumidor para o empresário): O que você queria que eu fizesse, você me prometeu o conserto do meu carro em 15 dias, eu paguei à vista pelo orçamento quevocê me passou, já faz dois meses que o veículo não fica pronto, cada vez que eu venho aqui, surge um problema diferente no carro. 
(Neutro): Me parece que ambos gostariam muito de que houvesse mais comunicação e respeito na relação, que o serviço seja efetivamente realizado e o negócio cumprido.
Tema 4: Provocação de Mudanças e Resolução de Questões
PROVOCAÇÃO DE MUDANÇAS E RESOLUÇÃO DE QUESTÕES - FERRAMENTAS
EXERCÍCIO Nº. 1
	O que é a validação de sentimentos? Qual seu propósito na mediação? Qual o prejuízo de se desvalidarem sentimentos? Ainda, qual o prejuízo de se ignorarem os sentimentos das partes?
Resposta: 
Validação de sentimentos é o reconhecimento dos sentimentos das partes para que elas sintam-se adequadamente ouvidas e compreendidas, sem juízo de valor. Reconhecido o sentimento da parte, o mediador faz a sua aplicação em um contexto positivo. O emprego incorreto dessa técnica pode causar confusão quanto ao sentimento expresso pela parte, gerando dúvidas quanto à imparcialidade do mediador e, ainda, transparecendo a rejeição ou desprezo aos sentimentos da parte ou daqueles com quem se interage.
EXERCÍCIO Nº. 2
	O que é audição de propostas implícitas? Dê um exemplo?
Resposta: Audição de propostas implícitas consiste em esclarecer as soluções propostas pelas partes, que muitas vezes, em razão do ânimo exaltado tem dificuldade de se comunicar em uma linguagem neutra e eficiente.
Exemplo: João e Maria possuem um cofre de guardar moedas, todas as moedas são colocadas neles e assim que encher, vão quebrá-lo. Por um descuido de João, este deixou o cofre cair, partindo-o ao meio. Maria diz: “Eu quero 60% do valor porque esse mês João não colocou nenhuma moeda e a culpa da queda não foi minha”. João, por sua vez, verbera: “A porcentagem maior deveria ser minha, porque mês passado a Maria não fez nenhum depósito e eu não lhe cobrei por isso, foi um acidente, eu não tive intenção”.
Proposta implícita: cada um deve ficar com metade do valor.
EXERCÍCIO Nº. 3
	O que é uma sessão privada? É adequado realizar somente sessões privadas com uma das partes?
Resposta: Sessão privada é a reunião entre o mediador e uma das partes, oportunizando-a a expor fatos ou sentimentos e esclarecer alguma questão ainda obscura, sendo vedado ao mediador compartilhar as informações que lhe foram passadas, salvo se previamente autorizado pela parte. A possibilidade da sessão privada é comunicada as partes durante a declaração de abertura e é vedado a reunião privada somente com uma das partes, a fim de não gerar dúvidas quanto à imparcialidade do mediador.
EXERCÍCIO Nº. 4
	O que é a inversão de papéis? Quais as precauções recomendadas para a aplicação dessa técnica?
Resposta: A inversão de papéis é uma técnica que consiste em provocar um dos lados do conflito a se colocar no lugar do outro, promovendo a empatia.
Recomenda-se que esta técnica seja usada prioritariamente em sessões privadas e que ao se aplicar a técnica o mediador indique: que se trata de uma técnica de mediação e que esta técnica também será utilizada com a outra parte.
EXERCÍCIO Nº. 5
	O que é geração de opções? Dê exemplos de discursos que geram opções?
Resposta: O papel do mediador é estimular as partes para pensarem em novas opções para composição da disputa. Isso porque se espera que a mediação tenha um papel educativo e se a parte aprender a buscar opções sozinha em futuras controvérsias ela tenderá a, em futuros conflitos, conseguir encontrar algumas novas soluções. 
Exemplos de perguntas voltadas para soluções: “Na sua opinião, o que poderia funcionar?” “O que você pode fazer para ajudar a resolver esta questão?” “Que outras coisas você poderia tentar?” “Para você, o que faria com que esta ideia lhe parecesse mais razoável?”
EXERCÍCIO Nº. 6
	O que é a normalização? Da perspectiva da teoria do conflito, por que está técnica se mostra importante para a mediação?
Resposta: Normalização é a técnica recomendada ao mediador, para que tenha um discurso voltado a normalizar o conflito e estimular as partes a perceber tal conflito como uma oportunidade de melhoria da relação entre elas e com terceiros.
Sua importância baseia-se para que as partes não atribuam culpa, nem se sintam embaraçadas de se encontrarem em conflito.
EXERCÍCIO Nº. 7
	O que é enfoque prospectivo? Por que esta técnica aplica-se mais em processos autocompositivos do que em processos heterocompositivos? 
Resposta: O enfoque prospectivo é uma técnica que permite que o mediador estabeleça não mais um discurso de “de quem é a culpa” mas de “diante desse contexto concreto em que nos encontramos quais são as soluções que melhor atendam às suas necessidades e interesses reais”.
Aplica-se mais em processos autocompositivos do que em processos heterocompositivos, porque em processos heterocompositivos existe análise de fatos e de direitos estabelecendo-se assim culpa por tais fatos. Os processos autocompositivos, como a mediação, voltam-se a soluções que atendam plenamente os interesses reais das partes (lide sociológica).
EXERCÍCIO Nº. 8
	Por que o teste da realidade é muitas vezes confundido com falta de imparcialidade do mediador? O que pode ser feito para evitar que o teste da realidade afete o rapport entre o mediador e as partes?
Resposta: O teste de realidade é uma ferramenta adequada para quando a parte valoriza os acontecimentos a seu favor em detrimento da realidade dos fatos, devido ao seu envolvimento emocional com o conflito. Busca-se estimular a parte a proceder com uma comparação do seu “mundo interno” com o “mundo externo.O mediador busca uma nova reflexão dos envolvidos sobre o problema que os envolve e suas possíveis soluções. Ao fazer isso a parte pode confundir essa busca pela realidade proposta pelo mediador como falta de imparcialidade.
EXERCÍCIO Nº. 9
	O que são perguntas abertas, fechadas e restritas? Dê exemplos.
Resposta: Perguntas fechadas/restritas: restringem as respostas ao SIM e ao NÃO. Exemplo: Você quer ou não dissolver a sociedade? 
Perguntas abertas: possibilitam respostas para além do SIM e do NÃO, gerando narrativas mais amplas. Exemplo: O que o motiva a pensar dessa maneira? Como você chegou a esta decisão? 
EXERCÍCIO Nº. 10
	Quais as diferenças entre as duas principais abordagens de negociação (negociação por princípios/interesses e negociação posicional)? Comente suas principais características.
Resposta: A negociação posicional consiste naquela cujos negociadores se tratam como oponentes, o que implica pensar na negociação em termos de um ganhar e outro perder (em que quanto mais um ganha mais o outro perde). Representa um jogo não cooperativo e de soma zero, uma vez que o que um ganha, o outro perde. Não há cooperação das partes por elas considerarem que qualquer colaboração implicará na vitória do adversário. Tal modelo de negociação não é suficiente para possibilitar a ampla satisfação das partes envolvidas, já que não corresponde ao atendimento dos interesses em jogo. 
Já a negociação baseada em interesses/princípios, representa um jogo cooperativo, onde o objetivo é alcançar os interesses mútuos dos negociadores, onde ambas as partes encontram uma situação capaz de atender suas necessidades. As partes encaram a negociação como uma oportunidade para resolverem o problema comum de forma mutuamente satisfatória.
EXERCÍCIO Nº. 11
	Por que se mostra fundamental ao mediador não se perceber como parte ou peça central do processo de mediação do ponto de vista de habilidade emocional?
Um mediador com habilidades emocionais bem desenvolvidas não se aborreceria ao ouvir uma crítica negativa das partes ou advogados sobre sua atuação no ato. Isso porque, ele não processaria ou metabolizaria o referido estímulo como um insulto, mas como um pedido de esclarecimento quanto à sua abordagem ou até mesmo ao próprio funcionamento da mediação. 
EXERCÍCIO Nº. 12
Considerando que as habilidades emocionais são aquelas referentes à forma com que se processa ou metaboliza o conjunto de estímulos emocionais ao qual se está sendo exposto, é corretoafirmar que o próprio mediador deve se responsabilizar pelas suas próprias emoções?
Sim, o mediador assume responsabilidade por suas emoções não atribuindo a terceiro a causa (mas apenas o estímulo) de
suas emoções.
EXERCÍCIO Nº. 13
Ouvir um discurso hostil (e.g. “o Sr. Não está sendo imparcial nem correto nesta mediação”) como pedido requer algum nível de competência emocional? O mediador, ao pensar em si como engrenagem central no processo de mediação auxilia ou atrapalha suas respostas emocionalmente competentes aos desafios apresentados?
Resposta: Como referencial de aprendizado, o mediador passa a desenvolver habilidades emocionais, classificadas em três níveis: básico, intermediário e avançado. 
A engrenagem central no processo de mediação são as partes. O mediador não pode pensar em si e também não pode deixar que suas respostas emocionais influenciem no processo, por isso a importância de se desenvolver suas competências emocionais. Os mediadores são neutros: não dão conselhos, nem tomam decisões, eles facilitam um diálogo positivo, criando uma atmosfera propícia à identificação das reais necessidades de ambas as partes. 
EXERCÍCIO Nº. 14
Em determinada mediação ocorrida no TJDFT no ano de 2009, uma parte manteve o seguinte diálogo com a mediadora:
Parte (GRITANDO em resposta a uma validação de sentimentos):
Você acha que se separar é difícil!! Separar é difícil quando o ex-marido é normal, esse daí é um monstro!! Ele me deixou trancada em casa depois que eu saí do hospital e foi para uma noitada!! Ele falou que nós já tínhamos nos separado, mas não é verdade pois se fosse ele não teria ido ao hospital me buscar!! Se você for uma mediadora minimamente competente fará com que ele me pague o que eu pedi de alimentos - pelo menos como uma forma de pagar por tudo que ele me fez!!!
Mediadora (calma): Dona Teresa, vejo pela forma com que a Sra. está se comunicando que esta questão é muito importante para a Sra. Estamos todos aqui exatamente para negociar essas questões da melhor forma possível e que efetivamente venha atender aos seus interesses. Para isso, precisamos também conversar sobre a forma com que esta negociação deve ser desenvolvida.
No exemplo concreto, considerando que a mediadora permaneceu calma desde o início do discurso exaltado da parte, quais fatores contribuíram para o equilíbrio emocional da mediadora para que esta pudesse apresentar uma resposta calma a um discurso raivoso.
No caso em epígrafe, nota-se um desenvolvimento avançado por parte da mediadora em controlar suas habilidades emocionais, pois ela permaneceu calma e concentrada na solução de questão mesmo diante de forte manifestação emocional da parte, aceitou e validou as emoções e percepções da parte, bem como estimulou o desenvolvimento de como o ato precisa continuar.
	Os próximos três exercícios são importantes para o mediador na medida em que este deve saber identificar explicitamente sentimentos e depois identificar os interesses reais que estimularam tal sentimento. Como indicado anteriormente esta consiste na fórmula de validação de sentimentos.
EXERCÍCIO Nº 15
Identificar quais frases contém expressão explícita de sentimentos:
Sinto que você não me ama mais: NÃO É!
Estou triste pois você está partindo: x
Fico feliz quando você diz isso: x
Quando você diz isso eu fico desmotivado: x
Fico feliz de saber que você gostou do presente: x
Você é nojento: x
Adorei a sua resposta à pergunta do nosso primo: x
Fico furioso com minha esposa pela forma com que ela briga comigo: x
EXERCÍCIO Nº 16
Identificar quais são os sentimentos contidos nos discursos abaixo. Ao proceder a esta identificação presuma que está em uma sessão individual busque fazer uso de linguagem neutra e produtiva para a mediação.
	Exemplo:
Dei à Teresa tudo o que uma mulher poderia querer de um marido: roupas, paguei os estudos dela, apoiei os pais dela comprando uma casa para eles e agora ela vem me dizer que quer se divorciar por ter um outro - isso é muito injusto!!
A parte está se sentido não reconhecida ou não apreciada no seu esforço de ser o melhor marido que pode.
a) Ele tinha que ter me telefonado e me passado o orçamento por escrito. Ele teve a coragem de consertar o carro sem me consultar - agora me apresenta esse valor exorbitante...:
A parte está: A parte está se sentindo aborrecida e sem credibilidade perante o negócio. 
Validação de sentimentos: Imagino que o senhor deve estar bastante aborrecido e até frustrado com a expectativa de conserto do veículo, bem ainda por ter ocorrido esta falha de comunicação.
b) Sempre me esforço para atender da melhor forma todos os meus clientes. A Dona Teresa é irmã de um cliente muito especial por esse motivo é que fizemos o conserto sem consultá-la antes. Outra coisa consultei o irmão da Dona Teresa que me disse que poderia proceder ao conserto. Só depois eu fiquei sabendo que os dois brigam como gato e rato. Ela chegou na minha oficina me insultando. Foi um absurdo!
A parte está: A parte está se sentindo culpada, constrangida, aborrecida e desrespeitada. 
Validação de sentimentos: Imagino que a pretensão do senhor em consertar não era gerar uma discussão entre Dona Tereza e seu irmão, em razão de ter ocorrido esta falha de comunicação. E que o senhor deve estar bastante aborrecido com a forma que foi tratado. 
c) Ao chegar à loja de móveis com a minha esposa e a minha sogra fui comprar um berço. Depois da escolha e na hora do pagamento a funcionária me disse que não poderia me vender a prazo pois meu nome estava sujo. Sempre paguei todas as minhas contas e por erro desse banco é que eu tive que passar esse embaraço na frente da minha sogra.
A parte está: A parte está se sentindo frustrada, constrangida e aborrecida.
Validação de sentimentos: Imagino que o senhor deve ter se sentido bastante constrangido, e até mesmo frustrado com a expectativa de compra do berço na loja, além disso, aborrecido com com a negativação do nome do senhor. 
d) A minha esposa tinha me pedido, em três oportunidades distintas, que pregasse um quadro. Nessas três vezes eu mandei uma mensagem para o Tiago pedindo que ele devolvesse a furadeira. O único motivo de ter ficado chateado com ele é que ele prometeu em dois momentos diferentes que ele devolveria mas não cumpriu. Eu não queria ter sido tão agressivo com ele mas, dessa forma, não dá também não é?
A parte está: A parte está se sentindo chateado e desrespeitado.
Validação de sentimentos: Imagino que o senhor deve ter se sentido bastante chateado, e até mesmo frustrado com a expectativa de devolução da furadeira para atender ao pedido de sua esposa, além disso, desrespeitado pelas diversas promessas de entrega. 
e) Eu fiz de tudo para tratá-lo com respeito e educação. Eu nunca merecia um tratamento como o que ele me dispensou. 
A parte está: A parte está se sentindo não reconhecida e desrespeitada.
Validação de sentimentos: Imagino que a senhora deve ter se sentido bastante chateada e desrespeitada com o modo em que foi dispensada, apesar de ter sido muito educada.
f) Eu trabalhei para empresa durante 3 anos. Eu dei a eles tudo de mim. Eu jamais me esquivei de meus deveres e nunca reclamei de não estar recebendo muito crédito. Agora eles me dizem que eu devo ficar de lado e deixar um colega iniciante assumir o comando. É realmente injusto.
A parte está: A parte está se sentindo não reconhecida e não valorizada com seu esforço de ser o melhor funcionário.
Validação de sentimentos: Imagino que o senhor deve ter se sentido bastante chateado e desvalorizado e até mesmo frustrado com a expectativa de crescer na empresa depois de tantos anos de trabalho.
g) Eu fiz tudo que um irmão poderia fazer. Gastei muito na educação dele. Depois de tudo isso ele ainda teve coragem de pedir para dividirmos a fazenda ao meio,
A parte está: A parte está se sentindo não reconhecida e injustiçada com seu esforço de fazer o melhor para o seu irmão.
Validação de sentimentos: Imagino que o senhor deve ter se sentido bastante desvalorizado e até mesmo frustrado com

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