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UC Análises histológicas e imuno-hematológicas Hemostasia Profa. Me. Bruna Kuhn de Freitas Silva brunafreitasbiomedica Composição do sangue A coagulação sanguínea consiste na transformação do sangue líquido num gel sólido, designado de coágulo sanguíneo ou trombo, com o objetivo de parar uma hemorragia. Coagulação Sanguínea A parede interna dos vasos sanguíneos (endotélio) contém uma proteína designada de colágeno. Quando existe uma lesão e o colágeno fica exposto, as plaquetas são ativadas e vão iniciar a sua função na formação do tampão plaquetário. O tampão plaquetário consiste num aglomerado de plaquetas que se forma em torno do local da lesão no vaso sanguíneo. Quando se trata de hemorragias pequenas, o tampão de plaquetas pode ser suficiente para parar a hemorragia. No entanto, por vezes ele apenas dá uma contribuição inicial e é necessário continuar o trabalho até parar a hemorragia. É aqui que se inicia a cascata da coagulação. Formação do tampão plaquetário https://www.youtube.com/watch?v=e4cQw70owYA A cascata da coagulação O termo cascata é utilizado porque existe uma sucessão de acontecimentos (reações químicas) até à formação do coágulo final. Os principais intervenientes na cascata da coagulação são os fatores de coagulação. https://www.youtube.com/watch?v=e4cQw70owYA De uma forma muito simples o que acontece em cada etapa é que um fator na sua forma inativa é ativado e convertido numa enzima (substância química) capaz de atuar e permitir a passagem para o patamar seguinte. Ou seja, todos os fatores são necessários para que a cascata chegue ao fim. No final, depois de todos os fatores de coagulação terem sido ativados, vamos ter um coágulo sanguíneo reforçado por uma substância chamada fibrina que tem o aspeto de uma rede. A fibrina permite fazer um reforço bastante eficaz do coágulo sanguíneo impedindo que o sangue continue a sair para o exterior do vaso sanguíneo. https://www.youtube.com/watch?v=NpkEHNZ84gw Hemostasia primária é aquela que estanca o sangramento. Ela ocorre através da ação das plaquetas para formação do tampão plaquetário, o “coágulo branco”. Hemostasia secundária evita o ressangramento. Ela depende da ação dos fatores da cascata de coagulação, culminando na formação da rede de fibrina, o “coágulo vermelho”. A via intrínseca ocorre pelo sistema de contato. Ela se desenvolve pelo contato do sangue com superfícies de carga negativa, como por exemplo o colágeno. A partir disso é liberada uma substância chamada de Cininogênio de Alto Peso Molecular (CAPM). Ele faz com que o fator XII seja ativado, formando o XIIa. A extrínseca é o sistema de lesão endotelial. Ela acontece a partir do contato do sangue com o fator tecidual, liberado das células subendoteliais após a lesão. O fator tecidual transforma o fator VII em VIIa, e o VIIa transforma o X em Xa, mediante a presença de cálcio e do fosfolipídeo plaquetário. Vasoconstrição; Diminuição do fluxo sanguineo; Agregação das plaquenas na área da lesão; Formação de um tampão inicial (pouco estável) Sinalização da hemostasia primária A adesão, ativação e agregação plaquetária A adesão plaquetária é o que ocorre no primeiro momento após a hemorragia. A lesão do endotélio vascular que provocou o sangramento expõe a sua matriz subendotelial, principalmente o colágeno. O que acontece nesse momento é que glicoproteínas da membrana das plaquetas (Ia/IIa e VI) fazem a adesão incial à lesão, se ligando ao colágeno. Entretanto, essa não é uma ligação muito forte, por isso, em seguida, temos a ação do fator de Von Willebrand. Ele forma uma ponte que liga o colágeno ao receptor do fator de Von Willebrand nas plaquetas, a chamada GP Ib. Dessa forma, temos a adesão definitiva das plaquetas ao local da lesão. Após a adesão, as plaquetas sofrem ativação. Esse processo é mediado pelos agonistas plaquetários colágeno, trombina e epinefrina. Com a ativação, as plaquetas expõem seus receptores de adesão e agregação. Além disso, produzem o tromboxane A2, que cria uma retroalimentação positiva, ativando mais e mais plaquetas. O segundo processo, a ativação plaquetária, culmina na degranulação com liberação de proteínas de adesão plaquetária, de serotonina (que provoca vasoconstricção) e do fosfolipídeo plaquetário, que tem grande importância para a hemostasia secundária. Por fim, ocorre a agregação plaquetária, na qual o fibrinogênio circulante se liga na GP IIb/IIIa, conectando as plaquetas entre si. Diátese Hemorrágica Sangramento sem causa aparente, pode ocorrer devido à anormalidades da parede vascular, plaquetas ou fatores de coagulação. O escorbuto é causado por deficiência grave de vitamina C, ou ácido ascórbico, no organismo.Defeito na membrana basal dos vasos. Escorbuto Sinalização da hemostasia secundária Formação da tromboplastina; Conversão da protrombina do plasma em enzima trombina; Trombina transforma o fibrinogênio em fibrina (proteína pouco solúvel); Formação de filamentos de fibrina; Formação do trombo capaz de obstruir o vaso lesado e estancar o sangramento; A protrombina é formada no fígado (necessária a presença de vitamina K para sua produção). https://www.youtube.com/watch?v=ZwdycruQzmA Avaliação da coagulação Quando os exames são solicitados para avaliar a coagulação? Avaliação pré-operatória Investigação clinica Estados pré-trombóticos Coagulograma completo TP, TTPA e contagem de plaquetas Avaliar cada caso Quando os exames são solicitados para avaliar a coagulação? Acompanhamento de medicações Heparina Acompanhamento de medicações Varfarina TP TTPA É um exame de sangue que diagnostica doenças hemorrágicas e avalia as condições da coagulação do sangue. Engloba vários exames, como tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, tempo de sangramento, tempo de coagulação para triagem de verificação da hemostasia. O coagulograma é solicitado no pré- operatório ou para tratamentos que causam sangramento. Alterações do coagulograma são uma possível causa para a contraindicação de cirurgias. Coagulograma O tempo de sangramento corresponde à duração de uma pequena hemorragia quando uma incisão de dimensões padronizadas é praticada na pele artificialmente. O teste fornece dados relativos a função e números de plaquetas, bem como da resposta da parede capilar à lesão. Tempo de sangramento aumentado sugere a complementação do estudo pela contagem das plaquetas. Tempo de Sangramento (Método de Duke) 1. Fazer a assepsia do lóbulo da orelha ou polpa digital com álcool.Escolher o local da picada evitando áreas congestas e inflamadas. 2. Com a lanceta, fazer uma incisão de três milímetros de profundidade, permitindo que o sangue escoe livremente. 3. Usando papel de filtro secar de 30 em 30 segundos a gota de sangue que se forma sem, no entanto, tocar a lesão, utilizando cada vez uma porção limpa do papel. 4. Quando o sangue para de manchar o papel, parar o cronômetro; é o valor do TS. Valor Normal: entre 1 a 4 minutos. Tempo de Sangramento (Método de Duke) O tempo de coagulação corresponde o tempo gasto para o sangue coagular, quando registrado no organismo. Fornece dados relativos ao sistema de coagulação do sangue . É um teste sujeito a numerosas variáveis e que atualmente deve ser substituído pelo tempo de tromboplastina parcial. TÉCNICA: 1. Colher o sangue por punção venosa, atingindo diretamente a veia. Os fatores teciduais alteram o processo de coagulação e até invalidam a prova. 2. Marcar o tempo no cronômetro logo que o sangue aparecer na seringa. 3. Tomar dois tubos e colocar 2,0ml de sangue em cada um deles. 4. Colocar os tubos em banho- maria a 37°C até completar cinco minutos. 5. Após os cinco minutos marcados verificar se houve a formação do coágulo inclinando o tubo numa angulação de 90o ;se não houver coagulado, verificar a cada minuto até a sua formação. 6. Marcar o tempo da formação do coágulo como tempo de coagulação do sangue total. Valor Normal:de 5 a 12 minutos. Tempo de Coagulação (Tempo de Lee-White) Sangue total sem anticoagulante. Prova do laço (PL) ou Prova de Rumpel-Leede A Prova do Laço (PL) positiva é uma manifestação frequente nos casos de dengue, principalmente nas formas graves, e apesar de não ser específica, serve como alerta, devendo ser utilizado rotineiramente na prática clínica como um dos elementos de triagem na dengue, e na presença da mesma, alertar ao médico que o paciente necessita de um monitoramento clínico e laboratorial mais estreito. A prova do laço positiva também reforça o diagnóstico de dengue. https://www.youtube.com/watch?v=MVpOtbgSUxc TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA (TTPA) O TTPA estará aumentado quando o paciente tiver deficiência de fatores da via intrínseca (fatores XII, XI, IX e VII) e de fatores da via comum (X, V, II e fibrinogênio) da cascata da coagulação. É o caso de pacientes com hemofilias A e B, doenças hepáticas, uso de anticoagulantes e deficiência de vitamina K, uma vez que os fatores II, IX e X dependem desta vitamina. O valor de referência do TTPa para uma pessoa saudável deve variar entre 24 a 40 segundos. É importante ter atenção com resultados de TTPa acima de 70 segundos, pois esse valor sugere ocorrência de sangramentos espontâneos. TEMPO DE ATIVIDADE DA PROTROMBINA (TAP) O tempo de protrombina, TP ou TAP é um teste para avaliar a via extrínseca e a via comum, ou seja, os fatores VII, X, V, II e o fibrinogênio. Assim, o tempo de protrombina estará aumentado em casos de deficiência de fibrinogênio e de qualquer um dos fatores mencionados anteriormente, em pacientes que fazem uso de anticoagulantes, nas doenças hepáticas e deficiência de vitamina K, pois os fatores II, VII e X são dependentes desta vitamina. Apesar de poder variar de acordo com o laboratório, de uma forma geral o valor de referência do TP é de 9,5 a 13,5 segundos. A sigla INR, também chamada de RNI, significa "international normalized ratio" ou "Razão Normalizada Internacional" e é um cálculo feito ao se dividir o seu tempo de ativação de protrombina e o tempo normal da população. O RNI só é utilizado realmente para acompanhar os pacientes usando anticoagulante oral. Já no caso do INR, o valor de referência para uma pessoa saudável deve variar entre 0,8 e 1. No caso de se estar utilizando anticoagulante Varfarina o valor deve estar entre 2 e 3. Encurtamento do TPAlargamento do TP Deficiência de fatores de coagulação Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) Uso de Varfarina Suplementação de vitamina K Transfusão de plasma Trombofilias Tríade de Virchow Alterações circulatórias e distúrbios hemodinâmicos Podem ser classificados em: Hiperemia Isquemia Infarto Hemorragia Embolia Trombose Choque Edema Hemorragia interna Espaço extra vascular Hemorragia externa Fora do organismo Complicações da hemorragia Choque hipovolêmico Perda de cerca de volumes maiores ou igual a 20% de sangue. Anemia Sangramento crônico e repetido ou perda crônica de ferro. Asfixia Ocorre quando há hemorragia pulmonar. Tamponamento Cardíaco Sangue ocupa todo pericárdio. Hemorragia intracraniana Leva ao aumento da pressão intracraniana. Dependendo da região que acomete pode ser fatal. Ex: controle do centro respiratório. Complicações da hemorragia Aneurisma Ocorre quando existe o enfraquecimento da parede vascular e formação de uma bolha. Quanto maior a bolha, mais provável que haja rompimento. Principais causas: Hipertensão, fumo, infecções e aterosclerose. Aneurisma cerebral Aplasia da medula óssea Redução da produção de plaquetas e coagulação intravascular. Hemofilia Diminuição da atividade do favor VIII ou IX. Isquemia Redução ou falta de suprimento sanguíneo em determinado órgão ou tecido. É dependente do grau de obstrução. https://www.youtube.com/watch?v=ZHJ8X214zMg Infarto https://www.youtube.com/watch?v=zFlahOXu3Lk https://www.youtube.com/watch?v=cbndiwW65rU&t=0s Edema https://www.youtube.com/watch?v=1JjtgosMUVw&t=10s Embolia Embolia é a ocorrência de qualquer corpo estranho (embolo) à corrente circulatória, transportado por esta, até eventualmente se deter em um vaso de menor calibre. Hiperemia Aumento do fluxo sanguíneo para uma parte do corpo. Como consequência é possível observar a dilatação vascular. Ativa Passiva Patológica Fisiológica Hiperemia Hiperemia Ativa Hiperemia Passiva Trombose É um processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos ou no coração, no indivíduo vivo. Trombo Coágulo Massa sólida formada pela coagulação. Massa não estruturada de sangue fora dos vasos sanguineos. Trombose-classificação Trombos vermelhos Trombos brancos Trombos hialinos Plaquetas e fibrina Hemácias Fibrina Trombos mistos Fibrina + coágulo Os trombos mistos são os mais comuns Simulação formação de um trombo Corte histológico com a presença de um trombo
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