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09 - Técnicas de Redação Jornalística

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Jornalismo Impresso
Aula 9: Técnicas de Redação Jornalística
Apresentação
Já falamos que para que a comunicação seja efetiva, é importante que os meios se atentem à emissão da mensagem,
articulando seus métodos e técnicas de construção, permitindo que seus receptores entendam a mensagem e continuem
consumindo o seu conteúdo.
Nesta aula, daremos continuidade ao estudo das técnicas de produção e redação jornalística. A proposta é entender as
características dos veículos impressos, bem como os conceitos entorno da linguagem jornalística, compreendendo como
se estruturam e quais elementos fazem parte da sua composição textual.
Abordaremos também as questões relacionadas à dinâmica de produção nas redações de jornais, aprofundando o estudo
a partir da observação e análise de exemplos práticos.
Objetivos
Descrever as características, os elementos e a estrutura do texto jornalístico em veículos impressos;
De�nir a dinâmica de produção nas redações de jornais.
Primeiras palavras
Nas aulas de gêneros e formatos jornalísticos, nós trabalhamos os diversos tipos de textos que são publicados em uma
única edição de um jornal. Falamos da integração entre o leitor e o jornal, levando em consideração que para cada tipo de
modalidade há um tipo de linguagem, esta chamada de linguagem jornalística.
A linguagem jornalística é composta por algumas técnicas que já
trabalhamos em aulas anteriores e que daremos continuidade nesta aula.
Assim, entenderemos como se articulam os elementos textuais
jornalísticos, suas especi�cidades e seus objetivos, já que sua principal
função é permitir que o conteúdo a ser transmitido seja compreendido
pelos leitores.
Dessa forma, seguiremos apresentando as questões relacionadas à dinâmica de produção nas redações de jornais
atreladas às assessorias.
A linguagem jornalística
A simplicidade no texto jornalístico é um dos fatores primordiais para atividade do pro�ssional na produção de notícias. O
uso de adjetivos ou qualquer outra expressão que denote opinião e posicionamento do pro�ssional que a escreve deve
ser evitada.
Na imprensa, a única coisa importante é a produção e
disseminação de notícias. Embora as características do texto sejam
imprescindíveis, com um formato pré-determinado e bem
estruturado, é importante levar em consideração que o recorte da
realidade é fator preponderante para o exercício do pro�ssional do
jornalismo.
Não por isso são desconsideradas as apostas de um jornalismo mais leve e solto. Diversos repórteres na atualidade, por
exemplo, trabalham em paralelo à criatividade, proporcionando enriquecimento à atividade jornalística, estabelecendo
elementos textuais para efeitos literários ao cobrir o fato. Porém, é sempre válido diferenciar jornalismo de literatura, já
que ambos podem causar confusão de canais.
Saiba mais
A principal diferença entre a linguagem jornalística e a literária é a função e o objetivo de quem a escreve. Na literatura, por
exemplo, a narrativa é elaborada em ordem cronológica. Sabemos que isso raramente acontece em textos jornalísticos,
levando em consideração os gêneros e formatos, estudados em aulas anteriores, já que especi�camente o texto noticioso se
articula apresentando primeiro os fatos mais importantes.
É relevante nos lembrarmos das discussões já iniciadas em aulas anteriores. Os pro�ssionais do jornalismo precisam
estar atentos a três pontos especí�cos no que diz respeito à informação:
1) Imparcialidade
2) Objetividade
3) Veracidade
Falamos também da objetividade enquanto método de descrever os fatos da forma que eles aparecem, abandonando as
interpretações e o diálogo com a realidade, para extrair justamente o fator principal de interesse do público.
Enfatizamos que a imparcialidade é algo impossível, já que todo ser humano tem sua própria visão de mundo e seus
métodos de interpretar a realidade. No entanto, no jornalismo se leva em consideração o equilíbrio dos assuntos tratados,
propondo sempre ouvir os dois lados de uma mesma moeda, com clareza e objetividade, a�nal a opinião de quem escreve
não interessa nem ao jornal e nem ao seu leitor.
A pesquisa para a construção da notícia
O quanto eu preciso saber para entender o fato? Como irei abordá-lo? Quais os métodos que utilizarei para questionar isso
quando eu estiver apurando este fato em especí�co? Tais perguntas podem ser respondidas durante essa produção
jornalística que requer atenção.
A Folha de S. Paulo, por exemplo, incentiva a pesquisa com antecedência, exceto, para aquelas que surgem de imediato e
não há tempo para mais nada, a não ser correr até o local do acontecido e buscar saber do fato lá mesmo.
A breve pesquisa para incluir as informações iniciais, como buscas na internet, contatos por telefone, conversas informais
com quem pode ajudar com o assunto, podem facilitar um melhor conhecimento a respeito do assunto que será
trabalhado na pauta.
Nas redações contemporâneas, onde tudo é informatizado, é comum que leitores entrem em contato para sugestões de
pautas, muitas das vezes em formatos de denúncia, diante de frequentes problemas, principalmente dos órgãos públicos.
Diante deste cenário, cabe ao jornalista fazer uma pesquisa, geralmente como uma apuração prévia, para saber mais
detalhes do fato e, por �m, criar uma pauta.
Atenção
O levantamento do maior número de informações possível assegura a qualidade do trabalho �nal. Quanto mais
considerações, melhor, tanto para quem a produz, que terá condições necessárias para questionar e apurar, quanto para a
matéria �nal, que trará uma abordagem �el à realidade. Devemos sempre lembrar a responsabilidade social do jornalismo,
certo?
Tendo em vista que nem sempre a prática jornalística se pautou com as ideias e técnicas contemporâneas, considera-se
importante e urgente entendermos as características do texto jornalístico na imprensa, enfatizando quais os elementos
fazem parte de sua composição, em busca de sua responsabilidade social.
O lide (lead), já abordado em nossas aulas anteriores, é considerado a principal técnica utilizada na produção de notícias,
tendo em vista que ele se con�gura como o primeiro e/ou segundo parágrafo estruturado para apresentar o fato mais
relevante da série de fatos que compõem a notícia.
Atualmente, na sociedade informatizada, outros meios de informação imediata são adotados pelos impressos para
agilizar a disseminação de notícias, considerando que os receptores se veem diante de um turbilhão de informações.
O desa�o, no jornal impresso, é fazer a diferença diante de todo esse reboliço nas plataformas online e, principalmente,
das redes sociais digitais. Eis os principais questionamentos:
Como fazer diferença e inovar na sociedade amplamente informada?
Quais técnicas são importantes e devem ser consideradas para continuarmos o trabalho na imprensa?
Nesta penúltima aula, vamos conhecer a estrutura técnica e os elementos de um texto jornalístico para o jornal impresso.
Prepare-se!
A composição dos elementos textuais jornalísticos em veículos
impressos
Todo texto jornalístico publicado em um jornal impresso começa na capa. São reunidos, nesse espaço, os conteúdos
principais que o leitor não pode �car sem consumir.
Con�ra a ilustração abaixo:
Essa técnica é a essência do jornalismo impresso adotada e exportada
pelos Estados Unidos e, aos poucos, incorporada pelos jornais
brasileiros. Seu objetivo é justamente informar imediatamente o leitor,
através das primeiras linhas, o detalhe mais importante da notícia.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Saiba mais
Os elementos imagéticos e textuais de uma capa de jornal condensam as notícias que são publicadas nas demais páginas.
É um tipo de cartaz jornalístico, onde se chama atenção aos principais fatos e acontecimentos da publicação. Demonstra
muito bem o posicionamento e a linha editorial do veículo.
Do ponto de vista mercadológico, para alguns autores a capa tem a função de conquistar o leitor e vender o produto
anunciado eatuar de maneira semelhante à função do rótulo de qualquer produto exposto à venda. Esse aspecto
demonstra o contrato de �delidade entre a empresa jornalística e seus leitores.
No caso dos veículos diários, por exemplo, estes apresentam as principais informações do dia anterior, característica
especí�ca dos veículos impressos.
É importante salientar que toda capa de jornal tem suas próprias características, geralmente em acordo com seus
princípios editoriais e a diagramação padrão da publicação.
Todos eles, em sua maioria, reúnem os mesmos elementos textuais como espaço de síntese, para facilitar a leitura e
trazer informações que chamem a atenção do leitor.
Geralmente os jornais costumam classi�car suas produções em editorias. Já havíamos falado sobre isso em outras
aulas, mas não aprofundamos a respeito. A�nal, o que entendemos por editoria?
 Modelo de capa de jornal (Fonte: O Globo, 2019).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
A editoria trata-se de uma das seções, organizadas em equipes,
que formam a redação do jornal. São responsáveis pela cobertura
Os jornais geralmente selecionam e hierarquizam os fatos/assuntos/acontecimentos do dia em suas capas conforme o
seu grau de importância. Assim sendo, essa articulação é de�nida por alguns elementos textuais como a manchete e a
chamada, por exemplo. Continuemos com os elementos textuais extraídos da edição de O Globo, publicada em 09 de
setembro de 2019:
de fatos/assuntos/acontecimentos relacionados ao seu campo
temático.
 Elementos textuais da capa do jornal (Fonte: O Globo, 2019).
Clique nos botões para ver as informações.
Conforme vemos na �gura, a manchete é a notícia principal do jornal e recebe o título mais importante logo na
primeira página do veículo impresso.
Manchete 
Na manchete publicada pelo O Globo, há uma frase sobre o título. A imprensa em geral utiliza essa frase curta para
classi�car o assunto que está sendo publicado. Essa frase é chamada de chapéu e sua principal função é indicar o
assunto do texto que vem logo abaixo dele.
Chapéu 
Abaixo do título da manchete, há um parágrafo curto que chamamos de linha �na, conforme vimos na �gura 2. A
linha-�na é a frase ou período sem ponto �nal que complementa o título e/ou dar outras informações. Também é
chamada de subtítulo ou sutiã, devido sua função de sustentar o título. São usadas letras menores que as do título e
maiores que as do texto.
Linha �na 
A chamada é o texto curto localizado na primeira página cuja função é resumir as principais notícias do dia,
publicadas pelo jornal, dando a ideia de completude. Além disso, leva o leitor para as páginas que trazem a cobertura
completa.
Chamada 
Por último, e não menos importante, destacamos o olho. Que nada mais é do que um trecho do texto destacado
propositalmente no meio da página. Geralmente esse trecho é uma declaração marcante de alguma fonte especí�ca,
ou uma informação que traz um assunto de destaque na mídia. Para demarcar o espaço e diferenciá-lo dos demais,
geralmente o olho vem com aspas, em itálico e/ou negrito, e inserido em um ponto especí�co da página, cujo
propósito é ganhar visibilidade.
Olho 
A capa do jornal reúne estes principais elementos textuais. Na �gura a seguir, ainda da publicação de O Globo, trazemos o
formato da principal notícia do jornal. Vejamos:
O título é mais um elemento importante para uma matéria jornalística. Na maioria das vezes, ele é dado pelo próprio
jornalista que escreveu a matéria, mas é possível ser mudado pela responsável da edição �nal do jornal. Para tanto, o
repórter precisa trabalhar em parceria com o diagramador, já que as imagens precisam fazer sentido e trazer
complemento ao texto.
É importante entendermos que nem todos os veículos impressos seguem esse modelo. Muitos deles não utilizam
algumas técnicas, como é o caso da linha �na. Em O Globo, especi�camente, podemos notar que o chapéu não foi
utilizado na página em questão, já que a editoria ‘Rio’ classi�ca e declara sobre o que se trata a matéria jornalística.
A produção em jornais impressos
Até aqui analisamos os elementos textuais e imagéticos da capa de um jornal e falamos sobre sua estrutura e
hierarquização, certo? Mas você já se questionou como são as tomadas de decisões para fechar um jornal?
 Elementos textuais de uma página de jornal (Fonte: O Globo, 2019).
Já entendemos em aulas anteriores que os veículos impressos possuem suas próprias características, já que estes
possuem um deadline diferente dos portais de notícias, por exemplo. Ou seja, tudo o que é noticiado, certamente já foi
veiculado e/ou disseminado nas redes sociais digitais.
Deadline é mais uma palavra-chave utilizada na rotina jornalística. É uma palavra inglesa que se refere ao prazo �nal para
o fechamento de uma edição de jornal, seja ele impresso, online, televisionado ou radiodifundido.
Antes do fechamento da edição, a redação é o cenário para atividades que, por vezes, às pressas são executadas por um
conjunto de pro�ssionais que nem sempre são apenas repórteres.
O jornalista Claudio Abramo (1923-1987) divide em dois grandes grupos
de pro�ssionais conforme as funções em que atuam nas redações. De
um lado encontram-se os pauteiros, fotógrafos, che�a de reportagem,
subeditores e estagiários. Do outro lado, restam os pro�ssionais que
recebem o material, fazem a organização do material recebido, seleciona,
reescreve, titula e �naliza. Esses dois grupos se resumem em produção e
edição.
 Produção e Edição
 Clique no botão acima.
A edição �nal do trabalho dos repórteres que saíram a campo para fazer a apuração das notícias pautadas é
realizada, �nalmente, pelos editores que se encontram nas redações. Por vezes, desconhecidos do público, esses
pro�ssionais têm grande responsabilidade para planejar e editar o trabalho �nal.
Geralmente são sujeitos que possuem boas ideias, poder no enxugamento ou nos desdobramentos de notícias, já
que pensam principalmente no impacto que seu trabalho causará ao leitor e ao veículo em que trabalha. Além
disso, são relevantes na hora de avaliar títulos, legendas, composição textual e imagética da página.
A técnica da edição é comumente realizada pelos jornais e se con�gura como uma técnica essencial para uma
última avaliação do material produzido. Essa prática também ajuda a melhorar a escrita e na maioria das vezes,
quando o texto carece de ajustes, agrega conhecimento ao texto.
Não devemos desconsiderar que é possível que aconteça o contrário. O texto pode perder algum sentido ou uma
palavra-chave que só quem escreveu saberá identi�car. Portanto, é importante que o repórter esteja atento às
mudanças propostas para não deixar que nada passe despercebido.
A informatização dos jornais, contudo, tem gerado algumas mudanças signi�cativas nas redações e, por �m, nas
atividades dos pro�ssionais do jornalismo.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Podemos identi�car essas mudanças por dois caminhos que por vezes se complementam. O primeiro é a
recon�guração nas atividades surgidas e movidas pelas novas tecnologias, como o computador, por exemplo.
Essa nova ferramenta mudou as técnicas de escrita e as maneiras de edição do material �nal.
O segundo seria, por �m, a otimização do tempo trazida por essa recon�guração. As pressões sofridas pelos
pro�ssionais das redações provocaram uma revolução na produção e �nalização da publicação, suprimindo os
pro�ssionais e acarretando a associação de mais funções a um único cargo. Essas mudanças têm relação tanto
com a questão operacional, quanto com as relações de trabalho e à ética pro�ssional.
Atualmente, por exemplo, as redações seguem cada vez mais enxutas. Os repórteres agora não só escrevem
como também fazem as fotogra�as, titulam as matérias e participam das edições �nais. Ou seja, a quantidade de
pro�ssionais foi reduzida e as responsabilidades aumentaram para os pro�ssionais que restaram.
A inserção de tecnologias que cada vez maisganham espaço signi�cativo e a reestruturação que estas causam
nas redações contemporâneas são justi�cativas tanto para melhorar o produto, e enfrentar a concorrência, como
também para economizar gastos e otimizar tempo.
Alguns críticos alertam para o processo importante na produção e apuração que também ganhou redução no
tempo. O tempo para �ltrar, checar e avaliar informações tem diminuído e isso é fator de preocupação na
credibilidade e responsabilidade social do jornalismo.
Uma mudança importante e que precisa ser citada é a adaptação das redações às assessorias de imprensa que,
por muitas vezes, têm feito o trabalho de enviar material jornalístico e, em sua maioria, se tornar fontes de
informações.
Na aula que trabalhamos as fontes jornalísticas, enfatizamos o efeito das assessorias de imprensa, gabinetes de
imprensa e porta-vozes, que surgiram nas últimas décadas, na maneira de comunicar de alguns indivíduos e
instituições.
Devemos sempre lembrar: o jornalista e o assessor de comunicação são agentes importantes no processo de
produção e construção de notícias. De um lado temos o jornalista que tem a obrigação de interpretar a realidade
levando em consideração às técnicas de apuração de notícias, como já aprendemos. Do outro, encontra-se o
assessor, o indivíduo que está à frente de uma organização, seja ela pública ou privada, com a intenção de
controlar a comunicação e defender seus interesses.
É importante frisar, porém, que são pro�ssionais distintos (embora o assessor geralmente seja um jornalista), e
possuem objetivos e desejos especí�cos, em acordo com suas funções. É assim que são gerados alguns
con�itos, já que suas relações são muitas vezes marcadas por jogos de interesses, in�uência, conquista de
espaços e troca de favores.
No processo de seleção de notícias, por vezes, o trabalho jornalístico está submetido às pressões das
assessorias e das fontes, que podem ser contraditórias, dos patrocinadores e da audiência, pela exigência a
determinados conteúdo. E, além do mais, não devemos esquecer os critérios de noticiabilidade e da linha
editorial do jornal, importantes �ltros na seleção e que acarretam mais responsabilidades aos pro�ssionais que
atuam nas redações.
Por conseguinte, entendemos que o enquadramento dado às matérias jornalísticas e a maneira que a informação
é subsidiada pelas assessorias são ferramentas que podem participar do processo e se con�guram como pontos
importantes que devem ser levados em consideração no processo de produção e apuração.
O assessor de comunicação desenvolve atividades relacionadas a pautas sobre seu cliente (seja um indivíduo ou
uma empresa), com o intuito de difundir notícias a respeito dele que gerem destaque nos meios de comunicação.
Entre suas atividades diretas com os meios de comunicação, destaca-se sua relação enquanto fonte de
informação, cuja função é manter a boa imagem do assessorado. Para isso, esses pro�ssionais utilizam canais
de comunicação, como o release, por exemplo.
O release, enquanto subsídio das assessorias, é o material informativo de acordo com os interesses particulares
das assessorias e enviado por estas às redações com dados sobre eventos, solenidades, entrevistas,
lançamentos, abordando dados, geralmente em resumos, biogra�as, a �m de facilitar o trabalho jornalístico.
Vejamos o exemplo:
Essa ferramenta deve ser vista e entendida como um espaço que oferece dados básicos, apresenta uma
perspectiva individual dos patrocinadores e que visa estimular o trabalho dos repórteres nas redações. A intenção
é promover um produto que seja disseminado ao público e que gere in�uência no mesmo.
Levando em consideração a responsabilidade ética do jornalismo, as assessorias serviriam, portanto, como
reforços para a produção e construção de notícias. E, a partir disso, retomamos o que já falamos na aula sobre
fontes jornalísticas.
Devemos entender, por �m, que é fato que as assessorias ganharam notoriedade no processo jornalístico,
principalmente pela sua atividade efetiva como ponto de apoio a repórteres e editores enquanto intermediários.
Contudo, mesmo que estas ofereçam informações, é dever do jornalista selecionar e questionar suas fontes e
apurá-las de acordo com as técnicas jornalísticas, levando em consideração à ética pro�ssional.
 Release padrão (Fonte: O autor).
O jornalismo tem relação direta com a história e o seu papel social de disseminar a verdade deve ser
preponderante nesta prática. Muitas vezes, quando a imprensa não cumpre essa função primordial, põe-se em
jogo a história e os acontecimentos que estão diretamente ligados a grupos da sociedade.
Atividades
1. Nas capas dos jornais impressos, alguns elementos textuais são usados com o objetivo de organizar e hierarquizar a
informação, reunindo os conteúdos principais que o leitor não pode �car ]sem consumir. Dentre esses elementos citam-se:
a) Editoria, título e release
b) Manchete, linha fina e chamada
c) Fotografias, títulos e fontes
d) Manchete, fontes e fotografias
e) Release, chamada e lide
2. O texto curto localizado na primeira página cuja função é resumir as principais notícias do dia dando a ideia de completude
é chamado de:
a) Release
b) Olho
c) Chamada
d) Subtítulo
e) Lide
3. Leia a publicação do dia 09 de agosto de 2019, extraída da Folha de S. Paulo:
Com relação ao texto apresentado, julgue as a�rmativas a seguir:
I. Na notícia, o texto curto, destacado em vermelho, que acompanha o título e tem o objetivo de destacar informações
presentes no texto recebe o nome de chapéu;
II. O olho é o trecho do texto destacado propositalmente no meio da página. Geralmente esse trecho é uma declaração
marcante de alguma fonte especí�ca, ou uma informação que traz um assunto de destaque na mídia. Na notícia acima, o
trecho destacado em azul é o olho da matéria;
A palavra destacada em amarelo trata-se da editoria na qual a matéria foi publicada.
Assinale a alternativa CORRETA:
 Publicação (Fonte: Folha de São Paulo, 2019).
a) Apenas as afirmativas I, II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas estão corretas.
4. Uma das mudanças na forma de fazer jornalismo nas últimas décadas é a adaptação das redações às assessorias de
imprensa que tem feito o trabalho de enviar material jornalístico como fontes de informações. A partir desse
questionamento, explique qual a relação entre o assessor de comunicação e o jornalista, como essa mediação se estabelece
e qual a principal função do jornalismo mediante a isso.
5. A informatização das redações tem gerado algumas mudanças signi�cativas nas redações e nas atividades dos
pro�ssionais do jornalismo. Aponte algumas delas e contextualize suas consequências.Referências
CALDAS, A. O desa�o do velho jornal é preservar seus valores. In: CALDAS, A. (org.). Deu no jornal: o jornalismo impresso na era
da internet. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2002.
CALLADO, A. A. O texto em veículos impressos. In: CALDA, A. (org.). Deu no jornal: o jornalismo impresso na era da internet. Rio
de Janeiro: Editora PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2002.
FOLHA UOL. Novo Manual da Redação. Disponível em: //www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_redacao.htm. Acesso
em: 29 ago. 2019.
PRADO, M.; FLORESTA, C.; BRASLAUSKAS, L. Técnicas de reportagem e entrevista em jornalismo: roteiro para uma boa
apuração. São Paulo: Saraiva, 2009.
TRAQUINA, N. As notícias. In: TRAQUINA, N. (org.). Jornalismo: questões, teorias e "estórias". Florianópolis: Insular, 2016, p.
233-246.
Próxima aula
Os tipos de entrevistas no jornalismo;
Principais técnicas de entrevistas.
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vocabulários jornalísticos.
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