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Introducão à vibracão Prof. Ricardo Teixeira da Costa Neto Descrição Aqui você será apresentado às relações existentes entre o movimento de um simples corpo, ou de máquina, e as forças que o produzem. Propósito O entendimento das relações entre o movimento de corpos, peças e elementos, interconectados ou não, é substancial para que o profissional da área de mecânica esteja apto para dimensionar máquinas que executem movimentos repetitivos. Preparação Antes de iniciar seu estudo, procure observar o funcionamento de máquinas de uso comum, como uma lavadora de roupas durante a fase de centrifugação. Veja o que ocorre quando as roupas estão bem- distribuídas em seu interior e quando se acumulam em uma parte. Observe também o comportamento do motor de um automóvel em marcha lenta e em alta rotação. Isso o ajudará a entender os fenômenos. Objetivos Módulo 1 Conceituando vibrações Identificar os conceitos básicos que envolvem movimentos oscilatórios de sistemas mecânicos e suas relações com os fenômenos físicos. Módulo 2 Vibrações livres amortecidas Reconhecer os sistemas não conservativos, onde elementos dissipadores de energia reduzem as oscilações e alteram seu período. Módulo 3 Movimentos excitados harmonicamente Reconhecer os sistemas oscilatórios de um grau de liberdade submetidos a esforços externos. Introdução Neste vídeo, será feita uma breve introdução ao conteúdo que será abordado. Serão apresentados os conceitos básicos que envolvem movimentos oscilatórios de sistemas mecânicos e suas relações com os fenômenos físicos, sistemas conservativos e os sistemas oscilatórios de um grau de liberdade. 1 - Conceituando vibrações Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os conceitos básicos que envolvem movimentos oscilatórios de sistemas mecânicos e suas relações com os fenômenos físicos. Vibrações mecânicas: conceitos e exemplos de aplicações Neste vídeo, serão abordados os conceitos básicos de vibrações, como frequência, período e frequência natural. O movimento harmônico será apresentado, assim como os modos de vibração e os graus de liberdade de um sistema mecânico. Conceitos básicos Neste vídeo, serão abordados os principais conceitos do estudo de vibrações para a uniformização do conhecimento. Serão apresentados os conceitos de movimentos harmônico e periódico, frequência, período e ressonância. Para compreender melhor o estudo das vibrações mecânicas, é preciso antes definir alguns termos. Movimento oscilatório É o movimento que pode se repetir regularmente, como o pêndulo de um relógio antigo, ou irregularmente, como em terremotos. Movimento periódico É o movimento que se repete em intervalos iguais de tempo .τ Período É o tempo de repetição de um movimento periódico.τ Frequência É a quantidade de eventos que se repetem em um período, calculada como o inverso do período. Frequência natural É uma frequência peculiar de um corpo, que depende de suas propriedades físicas, como massa e elasticidade. Ressonância O d ib b f ê i A seguir, vamos detalhar os conceitos de frequência, frequência natural e ressonância. Frequência Sendo a frequência a quantidade de eventos que se repetem em um período, calculada como o inverso do período, assim: Exemplo: se o medidor de rotações (conta-giros ou tacômetro) de uma roda marca 300 rpm, significa que a cada minuto a roda completa trezentas voltas em torno de seu eixo. A frequência costuma ser medida em hertz, unidade derivada do Sistema Internacional que expressa um movimento em ciclos por segundo, ou seja, , que fisicamente significa um ciclo por segundo. Mas para fins de cálculos, usa-se a unidade do SI radianos por segundo, ou . Neste conteúdo, considere: Frequência Quando representada pela letra , a unidade da frequência será Hz. Frequência angular Quando representada pela letra grega , a unidade será rad/s, e, nesse caso, recebe o nome de frequência angular. Por exemplo, se a Terra orbita o Sol com um período de 365 dias, a frequência de translação é de . Achou o número muito baixo? Lembre-se de que é preciso usar as unidades do SI. Por isso devemos converter o número de dias para segundos, ou seja, cada dia tem 24 horas; cada hora, 60 minutos; e cada minuto, 60 segundos. Então: Frequência natural Ocorre quando um corpo vibra sob uma frequência que coincide com sua frequência natural, com ou sem contato direto com o emissor. Movimento harmônico É o movimento periódico mais simples, e sua particularidade é que descreve uma função senoidal. f = 1/τ 1Hz = 1/s rad/s f f ω ω 3, 18 × 10−8Hz f = 1 365 × 24 × 60 × 60 = 3, 18 × 10−8Hz Para entender seu significado físico, vamos recorrer a um exemplo que aparece em alguns filmes e desenhos animados: o da cantora de ópera que consegue quebrar um cálice ao cantar com a voz aguda. Isso é possível, porque o som é uma onda mecânica, que se propaga pelo ar. Ao atingir o cálice, transmite a vibração. Se a cantora emitir um som em uma frequência que consiga fazer o copo vibrar intensamente, podemos dizer que ela “encontrou” a frequência natural do cálice. Ressonância Há um teste simples, que pode ser feito com pedacinhos de papel, um violão e um diapasão. Vamos entendê-lo a seguir. Após afinar o violão, colocamos os papeizinhos em forma de “V” invertido sobre cada uma das cordas. Quando o diapasão é posto para vibrar, a corda que oscilar é a que entrou em ressonância. Dá para perceber o movimento da corda pelo papel sobre ela, que começa a balançar. O fenômeno da ressonância é extremamente importante no campo da engenharia mecânica. Imagine um eixo de uma máquina, suspenso apenas em suas extremidades por juntas de acoplamento. Se pusermos esse eixo para girar em uma velocidade angular próxima ao valor de sua frequência natural, começará a vibrar com cada vez mais intensidade e poderá danificar o equipamento do qual faz parte. Particularidades do movimento harmônico Neste vídeo, será abordado o movimento harmônico e suas principais relações matemáticas. A imagem a seguir nos ajudará a compreender o conceito de movimento harmônico. Representa uma massa presa a uma mola linear ideal de rigidez , deslocada de sua posição de equilíbrio, e daí oscila livremente para cima e para baixo. Não há atrito ou qualquer meio de dissipação de energia. m k Registro físico do movimento harmônico de uma massa vinculada a uma mola. Um traçador é preso à massa. Em uma fita passante na horizontal, puxada a partir da direita, deixará registrado o gráfico de uma curva senoidal de período . Esse movimento tem amplitude A, medida a partir da posição de equilíbrio da massa. A variável é a frequência angular, e sua relação com a frequência medida em hertz é , sendo a frequência natural. Dessa expressão decorrem as usadas no cálculo da velocidade e da aceleração da massa, obtidas por derivação no tempo. Como a frequência angular é constante, então, derivando no tempo, temos que: Note a relação entre a aceleração e o deslocamento a cada instante, substituindo uma equação na outra: Temos, então, uma das particularidades do movimento harmônico: a proporcionalidade entre deslocamento e aceleração, mas dirigida para a origem. Das relações entre deslocamento, velocidade e aceleração, nota-se também que podem ser reescritas usando as propriedades das funções trigonométricas: Tanto a velocidade quanto a aceleração também são harmônicas e apresentam a mesma frequência de oscilação , só que com defasagem em relação ao deslocamento. Observando o gráfico, temos: τ x x(t) = A senωt ω ω = 2πf f ẋ(t) = ωA cosωt ẍ(t) = −ω2A senωt ẍ(t) = −ω2A senωt = −ω2(A senωt) = −ω2x(t) ẋ(t) = ωA sen(ωt + π 2 ) ẍ(t) = ω2A sen(ωt + π) ω Gráficos representativos do deslocamento, da velocidade e da aceleração de um corpo em movimento harmônico. A defasagem para a velocidade é de à frente, e para a aceleração é de , também à frente. Considerando o gráfico,podemos observar que: Vamos observar um arranjo físico do sistema usado para apresentar os conceitos. Em geral, sistemas vibratórios têm meios de armazenar energia potencial e cinética, e para dissipar gradualmente a energia. A vibração de um sistema consiste na transferência alternada de sua energia potencial para energia cinética, e então novamente para a potencial. Se há dissipação, parte da energia total do sistema será perdida. No sistema em questão, conhecido como sistema massa-mola unidimensional, temos: π/2 π No instante O corpo passa por sua posição de equilíbrio, desenvolvendo velocidade máxima , situação em que a aceleração é nula. t1 ωA Do instante até O corpo passa pela posição de equilíbrio até atingir máximo deslocamento (amplitude ), situação em que a velocidade é nula. A desaceleração chega a seu valor absoluto máximo - perceba que a velocidade está decaindo entre e . t1 t2 A ω2A t1 t2 Do instante até Desse instante até o corpo é acelerado cada vez menos (agora é o valor absoluto da aceleração que está decaindo) até novamente atingir velocidade máxima, só que agora em sentido oposto (a velocidade assume valor negativo). O resultado é seu movimento em direção à posição de equilíbrio. t2 t3 t3 Armazenamento de energia A mola é o elemento responsável por armazenar energia potencial e a massa é responsável por armazenar energia cinética – não há elemento dissipador presente. Princípio da conservação de energia A energia total do sistema se conserva. Se a mola é comprimida, a energia potencial armazenada será aos poucos convertida em energia cinética à medida que é transferida para a massa. Quando a velocidade da massa é nula, a energia potencial da mola é máxima; quando é máxima, a energia potencial é nula, porque foi transferida para a massa, que agora tem máxima energia cinética. Esse tipo de movimento oscilatório é chamado de vibração livre não amortecida. O sistema harmônico massa-mola unidimensional é completamente descrito por duas grandezas escalares – a amplitude e a frequência angular , esta calculada por meio da equação: Em que: é a constante de rigidez da mola, em N/m (Newton por metro); a massa do bloco, em kg (quilogramas). Entretanto, esse é um sistema simples, mas é comum a existência simultânea de vibrações com várias frequências diferentes. Nesses casos, temos o movimento periódico complexo. Análise de sistemas harmônicos Neste vídeo, serão abordados os sistemas harmônicos, destacando-se a apresentação das frequências principal e harmônicas. O movimento harmônico de um sistema é apenas um caso particular de movimentos oscilatórios periódicos. Na vida real, um equipamento pode apresentar diversas frequências. Seu movimento pode ser entendido como uma combinação de movimentos que ocorrem em frequências distintas. A ω ω = √ k m k m Antes de prosseguirmos, vamos ver um caso simples, que envolve a vibração da corda de um instrumento musical – um violino, por exemplo. Essa vibração é um evento composto por várias frequências de oscilação. As frequências são definidas: Frequência fundamental É a frequência de menor valor (mais baixa), associada a um som mais grave. Frequências harmônicas São as demais frequências, múltiplas da fundamental. Se chamamos a frequência fundamental de , suas harmônicas são , , , e assim por diante. O resultado é um perfil de onda complexa, porém periódica, conforme mostrado qualitativamente na imagem a seguir: Gráfico representativo do movimento periódico complexo, de período . Em casos como esse é às vezes difícil encontrar o período , e é preciso mudar a forma de enxergar o sistema oscilatório. Não dá para enxergar como cada harmônico contribui para o movimento resultante. Daí surge a análise no domínio da frequência, e o movimento passa a ser representado pelo seu espectro de frequência. O matemático francês Jean B. J. Fourier mostrou que qualquer movimento periódico pode ser representado por uma série de funções senoidais relacionadas harmonicamente. Assim, , e temos que: O espectro de frequência é representado qualitativamente pelo gráfico: Espectro de frequência de um sistema oscilatório periódico complexo. f1 2f1 3f1 4f1 τ t ω1 = 2πf1 x(t) = x0 + x1 sen (ω1t) + x2 sen (2ω1t) + x3 sen (3ω1t) + ⋯ + xn sen (nω1t) + ⋯ Para se obter o espectro de frequência de um movimento oscilatório periódico complexo usa-se a transformada de Fourier. Vários programas de computador disponibilizam o algoritmo conhecido como Fast Fourier Transform (FFT) para essa análise. É um procedimento útil quando precisamos conhecer a contribuição de cada harmônico no movimento. Um exemplo disso é o do dimensionamento de um eixo girante movido pela turbina de uma hidrelétrica. Se a rotação em que a turbina opera a maior parte do tempo for próxima de um dos harmônicos do eixo, este pode entrar em ressonância e vibrar demasiadamente. Assim, é recomendável que as propriedades do eixo (principalmente massa e elasticidade) sejam tais que lhe confiram uma frequência fundamental bem mais alta do que a rotação de trabalho, para que não haja interferência. Graus de liberdade de um sistema Neste vídeo, será apresentado o conceito de grau de liberdade de um sistema mecânico. Serão apresentados exemplos e aplicações. Considere agora um pêndulo simples, compreendido por um fio de comprimento de massa desprezível e inextensível, suspenso em uma das extremidades (ponto O) e suportando uma massa na outra, conforme mostrado nas imagens a seguir. Lembre-se de que a massa de ambos os pêndulos só pode se mover no plano vertical. Pêndulo simples. A condição de equilíbrio é aquela em que a massa está na posição b. Quando deslocada de b para a e depois liberada, a massa oscilará até atingir a posição c. Considerando que não há qualquer dissipação, oscilará indefinidamente entre os pontos a e c, em movimento harmônico simples. Como o pêndulo só pode oscilar em torno do ponto O, e considerando a hipótese de que o fio não se deforma, esse sistema tem apenas um grau de liberdade, representado pelo ângulo . O pêndulo simples tem apenas uma frequência natural de oscilação. Grau de liberdade Número de coordenadas independentes para a descrição do movimento de um sistema. L m m θ Agora imagine que o fio seja substituído por uma mola, com o pêndulo simples agora como um pêndulo elástico. Pêndulo elástico. O comprimento não é mais constante, e a posição de equilíbrio pode ser, por exemplo, b’. A massa agora oscila e se desloca na direção do fio. Esse sistema agora tem dois graus de liberdade, representados pelo ângulo e também pelo comprimento do fio, agora extensível, . O pêndulo elástico apresenta duas frequências naturais: uma associada ao movimento angular, outra relacionada ao movimento de translação da massa ao longo da direção do fio. Qualquer corpo que se desloca livremente em um plano apresenta três graus de liberdade e precisa de três coordenadas para descrever seu movimento porque pode: Andar para a frente e para trás Andar para um lado e para o outro Girar em torno de um eixo vertical Vamos ver a seguir alguns exemplos: Pense em uma tábua de madeira que flutua na superfície de um lago. Ela pode ser movida por uma leve brisa na direção de seu eixo longitudinal . Outra brisa, soprando no sentido transversal , desloca a tábua para o lado. Se então um pequeno redemoinho se forma, a tábua será girada levemente em torno do eixo vertical . Se um corpo está “solto” no espaço, terá seis graus de liberdade – três de rotação e três de translação. Imagine um satélite orbitando a Terra. Os operadores podem acionar seus motores para corrigir sua trajetória deslocando-o nas direções e ou fazendo-o girar em torno desses três eixos, por deslocamentos angulares e . Essas seis coordenadas descrevem o movimento do satélite. O conceito de modos de vibração Neste vídeo, serãoapresentados os conceitos físicos de modos de vibração, vibração em fase e oposição de fase e os modos normais de oscilações. Em L m θ L m x y z x, y z φ, θ ψ complemento será apresentada a expressão matemática da frequência natural de vibração. Em máquinas, estruturas, pontes e edifícios, há vários elementos que trabalham acoplados, e há influência mútua nos movimentos. Para entendermos melhor os fenômenos físicos envolvidos, vamos analisar o chamado pêndulo acoplado. Entenda a seguir: Pêndulo acoplado em posição de equilíbrio. O sistema O sistema oscilatório ilustrado é simples e didático, e vai nos ajudar a entender o conceito de modos de vibração. São dois pêndulos simples, iguais e acoplados por uma mola de baixa rigidez, que não está sob tensão quando os fios inextensíveis estão na posição vertical. É um sistema oscilatório de dois graus de liberdade, apresentando duas frequências naturais. Pêndulo acoplado oscilando em fase. Oscilação em fase Os pêndulos, quando deslocados, podem vibrar em fase, com as massas se deslocando para o mesmo lado enquanto oscilam – ambos se deslocam juntos ou para a direita, ou para a esquerda, e a mola não é estendida. Pêndulo acoplado oscilando em oposição de fase. Oscilação em oposição de fase Os pêndulos podem também vibrar fora de fase (ou em oposição de fase) – cada pêndulo se desloca para o lado oposto em relação ao outro. Nesse caso a mola, que agora participa do movimento, terá um nó em seu ponto médio, que é fixo no plano. Cada um desses modos oscila em uma frequência natural do sistema. Neste caso em particular, considerando pequenos deslocamentos (ângulos menoresθ do que 7°), as frequências naturais são: Sendo a distância entre o fulcro e o ponto de acoplamento da mola, e sua rigidez. Na prática, ao impor o mesmo deslocamento angular (importante ressaltar: ângulos menores do que !) a ambos os pêndulos para o mesmo lado, eles oscilarão livremente em fase na frequência , e a mola não participará, comportando-se como um corpo rígido. Contudo, se você impuser deslocamentos angulares de mesmo valor, mas em sentidos opostos, os pêndulos oscilarão livremente em oposição de fase na frequência - agora a mola se distende, mas seu ponto médio não se desloca. Esses dois modos de oscilação são chamados de normais. Mas o que aconteceria se cada pêndulo fosse deslocado de ângulos diferentes? Uma vez que o sistema é conservativo, a energia passa de um pêndulo a outro. O resultado seria uma combinação de dois modos normais: ora os pêndulos oscilariam em fase, ora em oposição de fase. O movimento resultante, contudo, depende das condições iniciais, ou seja, de qual posição cada pêndulo é liberado para oscilar livremente. Resumindo: f1 = 1 2π √ g L f2 = 1 2π √ g L + 2 k m ( d L ) 2 d k 7∘ f1 f2 Pêndulos deslocados de ângulos de mesmo valor e no mesmo sentido Movimento oscilatório, em fase, sempre na frequência natural , e a mola não se deforma.f1 Pêndulos deslocados de ângulos de mesmo valor, mas em sentidos opostos Movimento oscilatório, em oposição de fase, sempre na frequência natural , e a mola se deforma, com seu ponto médio e estacionário. f2 Podemos então concluir que cada frequência natural de um sistema está associada a um modo de vibração. Mas é importante ressaltar que as frequências naturais são características do sistema, não dos elementos que o compõem. A frequência não é a frequência de um dos pêndulos, assim como a frequência também não é a do outro pêndulo – ambas são frequências naturais do sistema pêndulo acoplado. Uma vez que é um sistema acoplado, o movimento oscilatório de um pêndulo influencia o do pêndulo vizinho, e o efeito disso é um fenômeno conhecido como batimento. Variação dos ângulos de cada pêndulo quando liberados para oscilar a partir de condições iniciais diferentes. A troca de energia entre os pêndulos faz com que os ângulos de oscilação variem de tal maneira que ambos alternam condição de fase e oposição de fase. Esse movimento combinado é periódico, e a frequência associada é chamada de frequência de batimento. As linhas tracejadas mostram os limites de oscilação angular de cada pêndulo. O período do batimento, , é medido entre os instantes em que o mesmo pêndulo não oscila (na imagem vista anteriormente, Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Calcule o período de oscilação, a partir da frequência natural, em segundos, do sistema da imagem a seguir, sabendo que a rigidez da mola é igual a 16 N/m e a massa é igual a 4,0 kg. Pêndulos deslocados de ângulos distintos Movimento oscilatório combinando ora movimento em fase, ora em oposição de fase, em frequência diferente das frequências naturais. f1 f2 θ τb τb = t2 − t1) Parabéns! A alternativa E está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c- paragraph'%3EO%20per%C3%ADodo%20de%20oscila%C3%A7%C3%A3o%2C%20medido%20em%20segundos%2C%20do%20sistem paragraph%20c- table'%3E%24%24%24%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20f_n%3D%5Cfrac%7B1%7D%7 paragraph'%3EEnt%C3%A3o%3A%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3C paragraph%20c- table'%3E%24%24%24%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5Ctau%3D%5Cfrac%7B1%7 Questão 2 Um sistema oscilatório apresenta um pêndulo acoplado, conforme a imagem a seguir. As massas são iguais. Ambos os fios, inextensíveis e de massa pequena o bastante para não influenciar o movimento, têm comprimento . A mola linear que os une está presa em cada um dos fios a uma distância , a contar do fulcro. Quando os pêndulos são afastados em direções opostas de um mesmo ângulo, o período de oscilação medido é de 0,5 segundos. Calcule o valor da rigidez da mola, em , sabendo que . A 0,25 B 0,32 C 0,50 D 2,00 E 3,14 m = 100g L = 50cm d = 20cm k N/m g = 9, 81m/s2 Parabéns! A alternativa B está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c- paragraph'%3ESe%20os%20p%C3%AAndulos%20s%C3%A3o%20afastados%20em%20dire%C3%A7%C3%B5es%20opostas%2C%20 paragraph%20c- table'%3E%24%24%24%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20f_2%3D%5Cfrac%7B1%7D%7 paragraph'%3ESubstituindo%20os%20valores%2C%20e%20sabendo%20que%20o%20per%C3%ADodo%20%C3%A9%20o%20inverso paragraph%20c- table'%3E%24%24%24%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5Cbegin%7Bgathered%7D% 19%2C62%20%5C%5C%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%203%2C2%20k%3D138%2C29% 2 - Vibrações livres amortecidas Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os sistemas não conservativos, onde elementos dissipadores de energia reduzem as oscilações e alteram seu período. Sistemas não conservativos: conceitos e aplicações Neste vídeo, serão apresentados os sistemas de vibração não conservativos, sendo os principais conceitos explorados. As principais expressões matemáticas serão abordadas para os casos em que o amortecimento se deve aos atritos seco e viscoso. A 17,3 B 43,2 C 86,4 D 17,2 × 103 E 43,2 × 103 Conceitos básicos de vibrações amortecidas Neste vídeo, serão apresentados os principais conceitos para a compreensão das vibrações amortecidas, destacando-se as oscilações subamortecida e superamortecida, além da expressão matemática da frequência de oscilação amortecida. Sistemas mecânicos estão sujeitos a atrito; por isso, a energia total é dissipada. O atrito pode ser de Coulomb, seco ou viscoso. O efeito de cada um deles durante a oscilação é diferente, porém, ao final, temos a dissipação da energia do sistema, que vai parar de oscilar até atingir a condição de equilíbrio. O sistema amortecido é não conservativo porque a energia se dissipa durante o movimento, em forma de calor. Vamos observar um sistema de um grau de liberdade, conhecido como massa-mola-amortecedor . Por hipótese, o amortecimento é do tipo viscoso.Os parâmetros do sistema são a massa , a constante de rigidez da mola e a constante de amortecimento . Por enquanto a dinâmica do sistema não será tratada aqui. Sistema massa-mola-amortecedor de um grau de liberdade. Antes de prosseguir, vamos apresentar alguns novos conceitos: m k b Oscilação subamortecida O sistema oscila enquanto a amplitude de oscilação é aos poucos reduzida até atingir a condição de equilíbrio. Oscilação superamortecida O sistema atinge a condição de equilíbrio sem oscilar. O valor do amortecimento crítico, , é calculado por meio da expressão: Ou ainda: Em que é a frequência angular natural do sistema: A fração de amortecimento, , é calculada por: Oscilação criticamente amortecida Quando liberado para oscilar, o sistema retorna à sua posição de equilíbrio, também sem oscilar. Corresponde ao maior valor da constante de amortecimento viscoso para que o sistema passe a apresentar movimento aperiódico, ou seja, não há oscilações. Decaimento exponencial Forma como as amplitudes de oscilação diminuem ao longo do tempo em um sistema que apresenta amortecimento viscoso. Alguns autores referem-se também a esse comportamento como decremento logarítmico. Fração de amortecimento Parâmetro que representa a razão entre o valor do amortecimento do sistema e o amortecimento crítico. Frequência de oscilação amortecida Em sistemas subamortecidos, é a frequência de oscilação do sistema. Nos casos de amortecimento crítico e superamortecido, não há sentido falar de frequência, porque o movimento é aperiódico. bcrit bcrit = 2√km bcrit = 2mωn ωn ωn = √ k m ζ Seu valor pode ser menor, igual ou maior que, indicando que o sistema é respectivamente subamortecido, criticamente amortecido e superamortecido. Se , não há amortecimento. Nos sistemas subamortecidos: Menor valor de Quanto menor for o valor de , mais oscilações o sistema apresenta. A dissipação de energia é menor ao longo do tempo e assim a transferência de energia entre a massa (cinética) para a mola (potencial) é menos afetada. Maior valor de Conforme o valor de aumenta, a dissipação proporcionada pelo amortecedor também é maior. Na prática, o amortecedor viscoso esquenta, e a energia é dissipada em forma de calor. A frequência de oscilação amortecida, , é dada por: A massa oscilará com essa frequência até atingir a condição de equilíbrio estático. Repare que o valor de é menor do que o de . Não há um motivo físico para tratar de frequência em sistemas criticamente amortecido e superamortecido porque ambos são aperiódicos. Atenção! Não é que a frequência seja nula – simplesmente não há frequência, porque o sistema não é oscilatório. Portanto, não se preocupe com o termo dentro do radical na equação de wd porque ele será sempre positivo. A equação só tem representação na física do problema quando . Se , a equação perde o sentido e não deve ser utilizada. O período de oscilação desse sistema é calculado pela equação: E o decremento logarítmico é calculado pela equação: A imagem a seguir mostra o gráfico de três sistemas: I) subamortecido; II) criticamente amortecido; e III) superamortecido. A massa foi deslocada de sua posição de equilíbrio e liberada para oscilar até a energia do sistema ser dissipada pelo amortecedor. ζ = b bcrit ζ = 0 ζ ζ ζ ζ ωd ωd = ωn√1 − ζ2 m ωd ωn 0 < ζ < 1 ζ ≥ 1 τd = 2π ωd δ = 2πζ √1 − ζ2 Gráficos de um sistema I) subamortecido; II) criticamente amortecido; e III) superamortecido. Quanto maior for o amortecimento, menores serão as oscilações subsequentes e as frequências de oscilação amortecidas – e o tempo de estabilização também diminui, veja na imagem a seguir: Gráficos para = 0,2, 0,4 e 0,6. Características das oscilações amortecidas Neste vídeo, será apresentada uma abordagem matemática das oscilações mecânicas amortecidas, enfatizando o decaimento exponencial, a frequência natural do sistema massa-mola e o efeito da rigidez da mola. O movimento de um corpo que oscila com amortecimento decai ao longo do tempo por conta da dissipação de energia provocada pelo atrito. Enquanto a ζ massa é deslocada de sua posição de equilíbrio, a energia potencial da mola aumenta com sua distensão. Ao ser liberada, parte da energia cinética da massa é consumida pelo amortecedor, parte é transferida para a mola. Assim, quanto mais energia o amortecedor consome, mais rápido a massa para de oscilar. Esse comportamento é evidente nos gráficos apresentados na imagem anterior, para diferentes frações de amortecimento. O amortecimento viscoso produz um movimento que decai exponencialmente com o tempo. Os picos de oscilação estão sobre uma curva exponencial, como ilustrado na imagem a seguir. Gráfico do deslocamento da massa ao longo do tempo. Tal decaimento exponencial é uma propriedade do sistema, porque depende diretamente da fração de amortecimento. Essa fração é calculada também em função da frequência natural. Todas essas grandezas dependem dos três parâmetros do sistema: Massa Massa da mola. Constante de rigidez Característica da mola. Constante de amortecimento Própria do amortecedor. Vamos ver o que acontece quando esses parâmetros são mudados, sendo a mola substituída por outra mais rígida. A frequência natural é calculada por: É esperado, então, um aumento da frequência de oscilação, ou seja, a massa irá oscilar mais. Na imagem a seguir é ilustrado o gráfico do deslocamento da massa de três osciladores diferentes entre si apenas pela rigidez da mola. m ωn = √ k m Efeito da rigidez da mola no comportamento da massa. Além do aumento da frequência, nota-se que o primeiro pico de oscilação é maior – a mola armazena mais energia potencial para um mesmo deslocamento. A mudança de rigidez da mola também afeta o valor da frequência de oscilação amortecida, , que também aumenta, por dois motivos: 1. na expressão do cálculo de a fração de amortecimento é elevada ao quadrado e por isso a diferença dentro do radical resulta em um valor menor - o radicando é maior; 2. a frequência natural aumenta com o aumento da rigidez, e na fórmula de a frequência natural aparece como elemento multiplicador. Veja a expressão: Agora observe a tabela: Caso 1 k 2 4k 3 8k Tabela – Comparação entre as grandezas do sistema para cada valor de rigidez da mola. Ricardo Teixeira da Costa Neto. E se agora a massa aumentar? O raciocínio é análogo: Caso 1 m ωd ωd ωd ωd = ωn√1 − ζ2 kmola bcrit 2√km 4√km 4√2km kmola bcrit 2√km Caso 2 4m 3 8m Tabela – Comparação entre as grandezas do sistema para cada valor da massa. Ricardo Teixeira da Costa Neto A situação agora muda porque a frequência natural diminui. Ao observar a fórmula usada para seu cálculo, a diminuição é evidente porque a massa está no denominador do radicando. Atenção! Não pense só na expressão de . Um engenheiro nunca deve perder de vista o fenômeno físico – a fórmula é uma representação matemática de algo que acontece no sistema! O fato é que a frequência natural diminui com o aumento da massa porque a inércia aumenta. É sempre mais difícil deslocar um corpo mais pesado porque, dessa forma, é preciso mais energia, o que, por fim, torna o sistema mais lento. Observe a imagem a seguir: enquanto o oscilador com massa já atingiu a posição de equilíbrio, os sistemas com massa e ainda estão oscilando. Comportamento de três osciladores, com massas e . E assim a dissipação da energia promovida pelo amortecedor também é mais lenta. Enquanto as molas reagem às variações no deslocamento que lhes é imposto, amortecedores viscosos reagem às variações de velocidade! Se a massa se move mais devagar, a dissipação de energia no amortecedor também será mais lenta. Oscilações amortecidas por atrito seco Neste vídeo, será abordado o caso das oscilações mecânicas amortecidas devido ao atrito seco. O comportamento linear da dissipação da energia será apresentado. kmola bcrit 4√km 4√2kmωn m 4m 8m m, 4m 8m A outra forma de dissipação mais conhecida é a dissipação por atrito seco ou atrito de Coulomb. Esse atrito surge quando dois corpos deslizam sobre superfícies secas. Para que o movimento seja possível, devemos ter uma força agindo sobre o corpo que supere a resistência ao movimento causada pelo atrito. Isso ocorre em duas etapas: Atrito estático A primeira etapa é associada à necessidade de vencer a resistência ao movimento, proporcionada pelo atrito estático. Atrito cinético Uma vez que o corpo começa a se mover, sendo então a segunda etapa, o valor da resistência cai, e agora temos o atrito cinético. Nos sistemas em que a dissipação se dá por atrito seco, o decaimento das oscilações não é exponencial, mas sim linear (linhas traço-ponto na imagem a seguir). Comportamento do sistema quando há atrito seco. Outra característica do sistema amortecido por atrito seco é que a massa vai parar subitamente, ao contrário do amortecimento viscoso, onde a amplitude da oscilação diminui até que a massa pare. Isso ocorre porque a dissipação promovida pelo atrito é causada por uma força que se mantém constante e sempre oposta à direção do movimento, enquanto a força de inércia e a força restauradora da mola diminuem com o tempo, entenda a seguir: Força de inércia Cai porque, ao longo do tempo de movimento, a aceleração da massa diminui. Força restauradora Diminui porque o deslocamento também diminui com o tempo. Quando a ação de ambas é menor que a força de atrito, a massa para repentinamente. Quanto ao período de oscilação, é o mesmo do sistema harmônico sem amortecimento: Comparação entre atrito seco e atrito viscoso Neste vídeo, será apresentada a oscilação mecânica amortecida devido aos atritos seco (ou de Coulomb) e viscoso. Também iremos observar a comparação entre as duas possibilidades de amortecimento a partir da posição e da velocidade do sistema massa-mola com o tempo. Agora que você já conheceu os dois tipos de dissipação mais encontrados em vibrações de sistemas mecânicos, vamos compará-los. Usaremos o modelo de massa-mola-amortecedor de um grau de liberdade, que é simples e didático, mas de onde se pode obter muitas informações. Se uma massa é deslocada de sua posição de equilíbrio e liberada com velocidade inicial nula, seu comportamento oscilatório será diferente quando a energia for dissipada por meio viscoso ou por atrito de Coulomb (ou atrito seco). Essa diferença é ilustrada na imagem a seguir: Comportamento oscilatório da velocidade do sistema quando há atrito viscoso comparado a outro igual quando há atrito de Coulomb. O experimento consiste em pôr duas massas iguais vinculadas a molas iguais, sendo que uma é acoplada a um amortecedor viscoso e outra posta para oscilar sobre uma superfície seca. Vê-se a diferença de decaimento – exponencial para o amortecimento viscoso e linear para o amortecimento de Coulomb. Há, ainda, a diferença entre as posições finais, , que se deve à parada abrupta da massa quando as forças de inércia e restauradora da mola, somadas, não são suficientes para vencer a força de atrito seco. Essa parada abrupta é evidenciada quando se observa os gráficos das variações de velocidades lineares das duas massas, como pode ser visto na imagem a seguir. A velocidade da massa sujeita a atrito seco cai a zero de repente, em τμ = 2π ωn = 2π√m k Δx . A massa vinculada a um amortecedor viscoso continua oscilando por mais tempo até parar, com decaimento também exponencial. Comportamento oscilatório da velocidade do sistema quando há atrito viscoso comparado a outro igual quando há atrito de Coulomb. Nos dois casos, a frequência natural é a mesma. Somente no caso do sistema com amortecimento viscoso, contudo, é que há sentido em falar sobre frequência de oscilação amortecida. Porém, no sistema com amortecimento seco, há o parâmetro chamado decaimento por ciclo, calculado pela expressão: Esse decaimento representa o quanto a amplitude de deslocamento diminui a cada período, observe na imagem a seguir: Decaimento linear de um sistema amortecido por atrito de Coulomb. Considerando que em o deslocamento é igual a em o deslocamento é igual a e assim por diante, tem-se que: No caso do sistema com amortecimento viscoso, com , e representado na próxima imagem, o decremento logarítmico é calculado pela equação: t = t1 δC = 4 μkmg k t1 x1; t2 x2; x2 = x1 − δC x3 = x2 − δC x4 = x3 − δC ζ < 1 δD = 2πζ √1 − ζ2 Mas agora as oscilações subsequentes são calculadas por meio de uma equação exponencial: Após a j-ésima oscilação, sendo um número inteiro positivo, tem-se que: Então, na 22ª oscilação, por exemplo: Acompanhe na imagem: Decaimento exponencial de um sistema subamortecido por atrito viscoso. O amortecimento é um fenômeno complexo e há de vários tipos. Em muitos casos, o amortecimento não pode ser prontamente identificado e deve ser deduzido em experimentos. Relações de causa e efeito Neste vídeo, será apresentada a vibração mecânica forçada em que a força aplicada ao sistema oscilatório será discutida. Até agora o assunto foi tratado sem que as forças envolvidas nos movimentos fossem consideradas. Antes de entrarmos no assunto de vibrações forçadas, é preciso antes estabelecer alguns conceitos sobre as relações de causa e efeito, as chamadas relações de causalidade. Vamos começar com a 2ª Lei de Newton, cuja expressão mais usada é: x2 = x1e −δD j xj+1 = x1e −jδD x22 = x1e−21δD Já ouvimos várias vezes que essa equação significa “força igual à massa multiplicada pela aceleração”. Será somente isso? Qual é o significado dessa equação e o que isso tem a ver com as relações de causalidade? Essa equação tem um significado físico e embute nela uma relação de causalidade. Para entender melhor como isso acontece, passe a ler equações da direita para a esquerda. Assim: Causa É tudo que estiver à direita do sinal de igualdade. Efeito É tudo que estiver à esqueda do sinal de igualdade. Sendo assim: Se escrevo , estou dizendo que uma massa , quando sujeita a uma aceleração , produz uma força de inércia . Mas eu posso mudar as variáveis de lugar, obtendo outra expressão: Agora a causa é outra: Uma força aplicada a uma massa produz uma aceleração . As equações são equivalentes e, por isso, posso trocar as variáveis de lugar. Só que o fenômeno físico representado é outro. Engenheiros e matemáticos trabalham juntos para tentar de alguma forma representar fenômenos naturais. Diz a história que Pitágoras se interessou por fenômenos oscilatórios quando, ao passar por uma forja, percebeu que havia alteração no som que ouvia quando ferreiros batiam seus martelos em momentos diferentes. Então: Pitágoras observou um fenômeno físico e tentou representá- lo matematicamente. As equações usadas em cálculos de engenharia resultam de fenômenos físicos, não o oposto. O que se deseja é representar um fenômeno físico por meio de uma expressão matemática. →F = m ⋅ →a →F = m ⋅ →a m a F →a = 1 m ⋅ →F →F m a As equações são equivalentes e por isso posso trocar as variáveis de lugar. Só que o fenômeno físico representado é outro. Você já deve ter lido ou ouvido alguém dizer que os planetas do Sistema Solar obedecem às leis de Kepler, mas é pouco provável que Marte, Júpiter ou Saturno “saibam” quem foi Johannes Kepler. O brilhante astrônomo alemão formulou as três leis fundamentais da mecânica celeste a partir de observações do movimento dos astros – ele não os obrigou a se mover segundo suas equações. Voltando aos nossos sistemas oscilatórios, vamos começar com o pêndulo simples. Sua posição de equilíbrio é aquela em que o fio repousa em posição vertical. Para isso, ocorre o seguinte: Causa O pêndulo fica em posição de equilóbrio até que seja deslocado (1ª Lei de Newton) – o deslocamento é a causa do movimento. Efeito Ao ser liberado, o pêndulo passa a oscilar – esse é o efeito – indefinidamente se não háqualquer tipo de atrito. Na prática, no entanto, existe atrito da massa com o ar – a dissipação de energia –, o que reduz a amplitude do movimento até parar. Em um sistema massa-mola-amortecedor, por exemplo, temos dois elementos elásticos, a mola e o amortecedor, e uma inércia, a massa . Cada elemento elástico é representado por uma expressão matemática, segundo a natureza do funcionamento de cada um. Uma mola reage quando é deslocada produzindo uma força de restauração – se a mola é comprimida, se distenderá quando liberada; se é distendida, voltará a sua condição natural, chamada de indeformada. Sua força sempre terá sentido oposto ao deslocamento, d, que lhe é imposto. Assim temos sua equação constitutiva: O amortecedor viscoso reage quando é deslocado, mas a diferença é que a força produzida é proporcional à velocidade do deslocamento, . Daí sua equação constitutiva é: Por último, a massa . Por ser um corpo rígido, é preciso recorrer à 2ª Lei de Newton. Nesse caso, a razão do movimento é a força resultante que lhe é imposta. Tem-se então sua equação de movimento: m →Fk = −k→δ v →Fd = −b→v m →a = 1 m ⋅ →Fresultante Agora temos as relações de causa e de efeito estabelecidas, como podemos ver a seguir. Nesse campo da engenharia, vibrações mecânicas, molas e amortecedores são conhecidos pelo termo elementos complacentes. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Em um oscilador harmônico subamortecido por atrito viscoso, a mola é substituída por outra duas vezes mais rígida, enquanto a massa e o amortecedor são mantidos. Comparando o sistema modificado com o original, o número de oscilações em um mesmo intervalo de tempo e o período, respectivamente Parabéns! A alternativa A está correta. Molas reagem com uma força quando sujeitas a um deslocamento. Amortecedores viscosos reagem com uma força quando há diferença entre velocidades em seus pontos de acoplamento. Corpos rígidos aceleram quando submetidos a forças. A aumenta e diminui B aumenta e aumenta C aumenta e permanece o mesmo D permanece o mesmo e aumenta E permanece o mesmo e diminui %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c- paragraph'%3ESe%20a%20rigidez%20da%20mola%20aumenta%2C%20a%20frequ%C3%AAncia%20natural%20do%20sistema%20ta Questão 2 Um oscilador harmônico amortecido por atrito viscoso e um amortecido por atrito de Coulomb, com massas e molas iguais, são deslocados de 0,5 de suas posições de equilíbrio e postos para oscilar. Considere . Sabendo que e , o decaimento do sistema amortecido por atrito viscoso e o decaimento do sistema amortecido por atrito de Coulomb são, respectivamente Parabéns! A alternativa D está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c- paragraph'%3EAs%20express%C3%B5es%20de%20cada%20decaimento%20s%C3%A3o%3A%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%20%20 paragraph%20c- table'%3E%24%24%24%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5Cbegin%7Baligned%7D%0 %5Czeta%5E2%7D%7D%20%5C%5C%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5Cdelta_C%20 paragraph'%3ESubstituindo%20os%20valores%20do%20enunciado%20temos%3A%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%20%20%20%20% paragraph%20c- table'%3E%24%24%24%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5Cbegin%7Bgathered%7D% %5Czeta%5E2%7D%7D%3D%5Cfrac%7B2%20%5Cpi(0%2C4)%7D%7B%5Csqrt%7B1- (0%2C4)%5E2%7D%7D%3D2%2C74%20%5C%5C%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5 3 - Movimentos excitados harmonicamente m g = 9, 81m/s2 m = 320kg, k = 8.000N/m, b = 1.280Ns/m μk = 0, 255 A 0,40 e 0,06 B 0,40 e 0,23 C 0,40 e 2,74 D 2,74 e 0,23 E 2,74 e 0,40 Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os sistemas oscilatórios de um grau de liberdade submetidos a esforços externos. Sistemas oscilatórios de um grau de liberdade Neste vídeo, serão abordados os principais aspectos teóricos e matemáticos das vibrações forçadas. Os regimes permanente e transiente serão conceituados. Osciladores harmônicos desbalanceados serão apresentados, bem como suas principais relações matemáticas. Vibrações forçadas Neste vídeo, será apresentado o estudo matemático das vibrações forçadas. A equação diferencial que rege o fenômeno físico para um sistema massa-mola com um grau de liberdade será descrita, bem como soluções particulares. Vibrações forçadas são as que ocorrem sob a excitação de forças externas. Quando essa excitação é oscilatória, o sistema vibra na frequência de excitação. Por isso, é preciso conhecer de antemão quais são as frequências naturais do sistema. Se a frequência de excitação coincidir com qualquer uma das frequências naturais do sistema, ocorre a ressonância. A ressonância é um fenômeno que pode levar as estruturas ao colapso. Na história da aviação, por causa da ressonância, dois acidentes, um em 1959, outro no ano seguinte, ocorreram com aeronaves comerciais modelo Electra, quadrimotores, que caíram porque em ambos os casos uma das asas se desprendeu durante o voo. A excitação harmônica é, muitas vezes, produzida por desequilíbrio em máquinas rotativas e pode ser uma força ou um deslocamento de um ponto do sistema. Vamos recorrer mais uma vez ao sistema massa-mola-amortecedor de um grau de liberdade, imagem a seguir. Parte-se do diagrama de corpo livre para deduzir a equação diferencial do sistema: Diagrama de corpo livre do sistema massa-mola-amortecedor de um grau de liberdade. Da 2ª Lei de Newton, temos: A velocidade no amortecedor é igual à derivada do deslocamento da mola no tempo. Ambos estão submetidos ao mesmo deslocamento. Arrumando a equação, temos: Essa é uma equação diferencial ordinária de segunda ordem e a solução é a soma da solução da equação homogênea com a solução da equação particular. A solução homogênea é a mesma do caso de vibrações livres: A solução geral, para sistemas subamortecidos, é: As constantes e são determinadas pelas condições iniciais e , respectivamente a posição inicial e a velocidade inicial: O termo exponencial na expressão de é o amortecimento, enquanto o termo entre parênteses representa o movimento oscilatório. Caso o amortecedor seja removido, não há motivo para falar de frequência de oscilação amortecida ou de fração de amortecimento. Assim, a solução homogênea torna-se: E agora: mẍ = F0 sinωt − kx − bẋ mẍ + bẋ + kx = F0 sinωt mẍ + bẋ + kx = 0 x(t) = e−ζωnt (B1 senωdt + B2 cosωdt) B1 B2 x(0) ẋ(0) B1 = ẋ(0) + ζωnx(0) ωd B2 = x(0) x(t) x(t) = A1 senωnt + A2 cosωnt A1 = ẋ(0) ωn A2 = x(0) Se o sistema for superamortecido, não há oscilações, e a equação geral é: Sendo: Se for o caso de amortecimento crítico, , além de não haver movimento oscilatório, a equação é: O valor de é: As situações estão resumidas a seguir. Caso Solução da homogênea Constante S/Amort. Tabela – Equações e constantes representativas da solução homogênea para cada caso. Ricardo Teixeira da Costa Neto Quanto à solução particular, tem-se uma oscilação em regime permanente da mesma frequência de excitação, : x(t) = D1e (−ζ+√ζ2−1)ωnt + D2e (−ζ−√ζ2−1)ωnt D1 = ẋ(0) + (ζ + √ζ2 − 1)ωnx(0) 2ωn√ζ2 − 1 D2 = −ẋ(0) − (ζ − √ζ2 − 1)ωnx(0) 2ωn√ζ2 − 1 ζ = 1 x(t) = C1e−ωnt C1 C1 = [ẋ(0) + ωnx(0)]t + x(0) x(t) = A1 senωnt + A2 cosωnt A1 = ẋ(0 ω A2 = x(0 ζ < 1 x(t) = e−ζωnt (B1 senωdt + B2 cosωdt) B1 = ẋ( B2 ζ = 1 x(t) = C1e−ωnt C1 = [ẋ(0 ζ > 1 x(t) = D1e (−ζ+√ζ2−1)ωnt + D2e (−ζ−√ζ2−1)ωnt D1 = ẋ(0) D2 = −ẋ(0 ω x(t) = X sen(ωt − ϕ) Na equação anterior: é a amplitude de oscilação; é a fase do deslocamento com relação à força de excitação. Esses valores são calculados quando a equação é substituída na seguinte equação geral: Sendo: Manipulando algebricamente, obtemos as expressões para e : Observe que agora a amplitude e a fase dependem tanto de parâmetros do sistema, e , quanto da frequência de excitação de base . Antes de prosseguirmos, é importanteapresentar mais dois conceitos. Variação com o tempo do deslocamento de um oscilador harmônico em torno de sua posição de equilíbrio. Regime transiente Parte do movimento em que o sistema, inicialmente em repouso, reage a um estímulo, às vezes apresentando movimentos oscilatórios irregulares, e dura até o amortecedor efetivamente reduzir sua amplitude. Na imagem, vai de até . X ϕ {mẍ + bẋ + kx = F0 senωt x = X sen(ωt − ϕ) ẋ = Xω cos(ωt − ϕ) ẍ = −Xω2 sen(ωt − ϕ) X ϕ X = F0 k √[1 − ( ω ωn ) 2 ] 2 + [2ζ ( ω ωn )] 2 ϕ = tg−1 2ζ( ω ωn ) 1−( ωωn ) 2 X ϕ m, b k ω t = 0 t = t1 Variação com o tempo do deslocamento de um oscilador harmônico em torno de sua posição de equilíbrio. Regime permanente Parte do movimento que se segue ao regime transiente, caracterizado pela condição de equilíbrio. O equilíbrio pode ser estático, quando o corpo entra novamente em repouso, ou dinâmico, quando as forças se equilibram, mas ainda há movimento oscilatório, e o corpo tende a repetir o padrão do estímulo. Na imagem, começa em . Observe que, em regime permanente, o oscilador ainda está em movimento, só que com amplitude constante, devido ao estímulo que recebe. Cessando o estímulo, o amortecedor dissipará a energia potencial da mola e a energia cinética da massa, até cessar o movimento. As análises que se seguem são todas em regime permanente. Análise do oscilador harmônico sujeito à excitação de base harmônica Neste vídeo, será apresentado o oscilador harmônico sujeito à força harmônica, descrevendo as relações matemáticas e o gráfico do fator de amplificação. Vamos supor que o sistema esteja submetido a uma força harmônica cuja frequência de oscilação é igual à frequência natural – condição em que ocorre a ressonância. Temos então: Isso mostra que quanto menor é o amortecimento, maior será a amplitude de oscilação . À medida que o amortecimento tende a zero, a amplitude de oscilação aumenta cada vez mais e, em um sistema teórico, tenderá ao infinito. t = t1 ω ωn = 1 X = F0 2ζk X Porém, se esse oscilador harmônico é parte de um equipamento, suas oscilações em ressonância, por sua magnitude, podem danificar seu entorno na prática. O ângulo de fase indica o atraso do sistema mecânico perante a excitação de base harmônica que lhe é aplicada. Isso tem a ver com a inércia do sistema – quanto maior a inércia, mais tempo se leva para reagir. É como empurrar um caixote pesado sobre uma superfície plana: você começa a “fazer” (aplicar) força, e o caixote nem se mexe, até que a força que você faz é tal que enfim consegue vencer o atrito e deslocar o objeto. Quando a frequência de excitação de base é baixa, as forças de inércia e de amortecimento (lembre-se que o amortecedor reage à velocidade) são pequenas para valores de . Com isso a força aplicada é aproximadamente igual à força produzida pela mola. O movimento oscilatório do sistema praticamente acompanha o movimento oscilatório da força externa. Nessas condições, o ângulo de fase é pequeno. Acontece, então, que: Amplitude aumenta À medida que o valor da frequência se aproxima de , a amplitude do movimento oscilatório da massa também vai aumentando. Consequência A força de inércia (que também aumenta) passa a ser cada vez mais equilibrada pela força da mola, enquanto a força aplicada vai aos poucos sobrepujando a força de amortecimento. Ou seja, as oscilações aumentam, mas o sistema começa a ficar defasado da força aplicada, até que as frequências de excitação e natural se igualam. É como se, enquanto a força estiver aumentando, a massa não conseguisse acompanhar e começasse a “chegar atrasada”. O ângulo de fase agora mede 90°. Então: ϕ ω/ωn ω ωn Depois que a frequência de excitação aumenta muito, a força aplicada é consumida quase totalmente para vencer a força de inércia. A amplitude de oscilação da massa diminui aos poucos com o aumento de w, até se tornar imperceptível ao olho humano. Mas se você pudesse tocar o bloco de massa , conseguiria perceber que ainda vibra, mas em frequência alta. m Esse comportamento pode ser ilustrado em um gráfico relacionando grandezas adimensionais: Gráfico ilustrativo da variação adimensional do deslocamento em função da razão de frequências. Temos, então: Razão entre frequências No eixo das abscissas, temos a razão entre frequências . É possível observar com mais propriedade o que acontece com o sistema quando a frequência de excitação vai aumentando até igualar a frequência natural do sistema e depois passa a ser mais alta. Fator de ampli�cação No eixo das ordenadas, temos a razão que compara a força exercida pela mola quando o descolamento atinge a amplitude , com a magnitude da força de excitação de base, . Essa razão recebe o nome de fator de amplificação. Quanto maior o valor do pico da curva, menor o amortecimento. Em engenharia nem sempre se está interessado em detalhes acerca da variação da posição, da velocidade e da aceleração ao longo do tempo. Às vezes, o comportamento de outro parâmetro de projeto, tal como a velocidade angular de um corpo – parâmetro diretamente associado com frequência –, é mais importante. Resumindo Usando o gráfico da anterior, conclui-se que se deve evitar submeter o oscilador harmônico a uma força externa harmônica cuja frequência coincida com a frequência natural de tal sistema. Se isso ocorrer, a amplitude de oscilação começa a aumentar. Nessas condições, o amortecedor não trabalha, porque a velocidade da massa é praticamente nula. ω/ωn ω ωn kX/F0 X F0 Desbalanceamento rotativo Neste vídeo, será abordado um exemplo clássico de desbalanceamento rotativo na engenharia mecânica. Será feito o estudo matemático do fenômeno físico a partir de uma um sistema massa-mola desbalanceado. Em máquinas com elementos rotativos, deve-se sempre mantê-los balanceados, evitando que oscilem mais que o desejado e danifiquem o equipamento. O desbalanceamento rotativo é uma fonte comum de excitação vibratória. Observe o sistema da imagem a seguir: No oscilador harmônico do tipo massa-mola-amortecedor há um elemento rotativo desbalanceado, representado por uma pequena massa que gira com velocidade angular posicionada fora do eixo de rotação e distando do centro. Oscilador harmônico, desbalanceado, de um grau de liberdade. O oscilador pode se deslocar apenas na vertical e é suportado por duas molas lineares de rigidez cada, montadas em paralelo, e vinculado a um amortecedor viscoso linear cujo coeficiente de amortecimento é . A massa que não gira é igual a , e o deslocamento da pequena massa é: A partir do diagrama de corpo livre e da 2ª Lei de Newton, temos a equação de movimento: Lembre-se que são duas massas em movimento linear, e , por isso há duas parcelas no primeiro membro, então: Primeira parcela Refere-se ao movimento da massa do sistema que não gira. Segunda parcela Refere-se ao movimento da massa do sistema que gira. No segundo membro da equação estão as forças produzidas pelos elementos complacentes. Molas que trabalham em paralelo têm suas respectivas forças somadas diretamente. m ω r k/2 b M − m m x + r senωt (M − m)ẍ + m d2 dt2 (x + r senωt) = − k 2 x − bẋ − k 2 x M m Derivando o termo entre parênteses da segunda parcela do primeiro membro, temos: Substituindo e rearrumando a equação, obtemos: Por fim, chega-se a: Essa equação é idêntica àquela em que há uma força externa harmônica perturbadora de magnitude . Por isso, podemos aplicar o mesmo procedimento para obter a expressão do fator de amplificação e do ângulo de fase. Observe que é a magnitude da força centrífuga, que provoca o desbalanceamento. As curvas da imagem a seguir mostram o comportamento do oscilador para valores diferentes de . A curva com maior pico é a que corresponde ao menor amortecimento. Gráfico representativo do fator de amplificação de um oscilador harmônico desbalanceado. Há dois tipos de desbalanceamento:d2 dt2 (x + r senωt) = ẍ − rω2 senωt Mẍ − mẍ + mẍ − mrω2 senωt = −kx − bẋ Mẍ + bẋ + kx = (mrω2) senωt F0 M m X r = ( ω ωn ) 2 √[1 − ( ω ωn ) 2 ] 2 + [2ζ ( ω ωn )] 2 ϕ = tg−1 2ζ ( ωωn ) 1 − ( ω ωn ) 2 (mrω2) ζ Desbalanceamento estático As massas desbalanceadas estão no mesmo plano. O eixo de um disco estreito desbalanceado é apoiado sobre um par de trilhos paralelos horizontais. Com isso o disco gira até que a massa de desbalanceamento fique na posição vertical mais baixa possível. É por isto que chamamos de “estático”: porque não é preciso fazer o disco girar para verificar que está desbalanceado. Desbalanceamento dinâmico Há uma única força radial. O desbalanceamento dinâmico se apresenta em mais de um plano e, como resultado, temos uma força e um momento oscilante. Se agora há dois discos iguais, com massas de desbalanceamento iguais e dispostas defasadas de 180°, o sistema está balanceado estaticamente porque uma massa compensa o efeito da outra. Contudo, quando o eixo é posto para girar, cada disco desenvolve uma força centrífuga. A tendência é fazer o eixo oscilar em seus mancais de apoio. Quem leva o carro a uma oficina para trocar os pneus é informado que as rodas precisavam ser balanceadas, isto é, o pneu novo, montado na roda, é posto para girar em uma máquina balanceadora de rodas. O operador verifica no mostrador da máquina a posição correta para instalar pequenas massas na superfície interna do aro da roda. Essas massas servem para manter o conjunto roda/pneu balanceado. É como se na imagem em que aparesenta o balcanceamento estático, anteriormente, outra massa fosse colocada em oposição à massa para anular seu efeito de desbalanceamento – a força produzida por essa nova massa cancela o efeito da outra. Pense agora em uma máquina de lavar roupas. Se durante a fase de centrifugação as roupas estiverem mal distribuídas, o tambor vai oscilar bastante, o que pode comprometer a vida útil do equipamento. Por isso, antes de entrar no modo de rotação contínua, o sistema de controle acelera e desacelera o tambor, repetidas vezes, por curtos períodos de tempo, parando e eventualmente invertendo o sentido de giro, redistribuindo as roupas até chegar a uma condição satisfatória de centrifugação. Excitação de base ou movimento de base Neste vídeo, será feita a abordagem matemática de um oscilador com excitação de base, apresentando exemplos clássicos. m Eis um caso curioso para entendermos o conceito de excitação ou movimento de base: Uma mulher que morava no primeiro andar de um prédio em que havia uma lanchonete logo abaixo de seu apartamento certa vez convidou o gerente do estabelecimento para tomar um café em sua casa. Quando o homem chegou, ela pediu que ele se sentasse em um sofá enquanto enchia com café uma xícara que colocara em cima de sua mesa de centro. O gerente então percebeu que a xícara vibrava muito sobre o pires, produzindo um tec-tec-tec irritante. E, enquanto o observava, a mulher disse-lhe calmamente: “Essa vibração vem do piso.” O que ela não sabia é que o motor do exaustor da coifa da cozinha da lanchonete ficava montado em um suporte aparafusado logo abaixo de sua sala de estar. Por sorte, o gerente era um profissional consciente e, além de mudar o suporte do motor, recomendou que a mesma ação fosse feita em outras lojas da rede situadas em prédios residenciais. Outro exemplo de excitação de base, esse mais assustador, é um terremoto. Agora que você está ciente do que é uma excitação de base, vamos ver como representar esse fenômeno físico por equações. Usaremos mais uma vez nosso conhecido oscilador harmônico amortecido de um grau de liberdade, imagem a seguir, em que é o deslocamento harmônico da base e o deslocamento day x massa medido a partir de uma referência fixa. As forças de desbalanceamento se devem ao amortecimento e às molas. Oscilador harmônico sujeito à excitação de base. A força de cada mola é calculada por: A força do amortecedor é: Tem-se a equação de movimento: Arrumando os termos, obtemos: Desta equação chega-se ao valor do fator de amplificação e ao do ângulo de fase: As curvas ilustradas na imagem a seguir mostram a razão entre a amplitude de deslocamento da massa m do oscilador harmônico em função da razão entre a frequência de excitação de base e a frequência natural do sistema. m Fk = k 2 (y − x) Fb = b(ẏ − ẋ) mẍ = 2Fk + Fb = k(y − x) + b(ẏ − ẋ) mẍ + bẋ + kx = ky + bẏ X Y = 1 + (2ζ ω ωn ) 2 [1 − ( ω ωn ) 2 ] 2 + (2ζ ω ωn ) 2 ϕ = tg−1 2ζ( ωωn ) 3 1 − ( ωωn ) 2 + (2ζ ωωn ) 2∣ ∣ ⎷ Gráfico do fator de amplificação do oscilador harmônico sujeito à excitação de base. A curva que apresenta o maior valor de pico é a que corresponde ao sistema mais subamortecido. Se o amortecimento aumenta, os valores de pico ficam cada vez menores – com curvas mais suaves. Mas o que cada curva representa na prática? Vamos dividir a análise em três etapas. No eixo das abscissas, a primeira etapa compreende os valores de no intervalo de zero até quase chegar a 1: À medida que a frequência de excitação de base aumenta e se aproxima de , a amplitude de oscilação aumenta em relação à amplitude - constante da excitação de base. Quanto mais subamortecido é o sistema, maior é a amplitude de oscilação , ou seja, a massa vibra mais. Quando , ocorre ressonância, e agora temos: Esse valor é maior que 1, mas decresce com o aumento do amortecimento. A segunda etapa é a que corresponde ao intervalo: O fator de amplificação começa a diminuir, até igualar 1. Nessa situação, a massa oscila com a mesma amplitude da excitação de base. A partir daí, tem- se a terceira etapa: O sistema agora irá oscilar em frequência alta, mas com amplitudes cada vez menores, porque a força de inércia é mais alta, ou seja, o movimento é atenuado. |X/Y | (ω/ωn) 0 < ω ωn < 1 ωh X −Y X m (ω/ωn) = 1 X Y = 1 2ζ √1 + 4ζ2∣ ∣1 < ωωn ≤ √2m ωωn ≥ √2 O conceito de transmissibilidade Neste vídeo, será apresentado o conceito de transmissibilidade em vibrações mecânicas, além da relação matemática. Exemplos e situações na engenharia serão descritos. A compreensão do comportamento de um sistema simples como o massa-mola- amortecedor ou como o pêndulo simples facilita a análise de sistemas mecânicos complexos. Até agora você foi apresentado a gráficos e curvas que representam a resposta do sistema a estímulos diferentes – força externa harmônica, desbalanceamento periódico e excitação de base harmônica. Em todos esses casos, quando a frequência de excitação se aproxima da frequência natural do sistema, a amplitude de oscilação da massa aumenta, conhecida como análise no domínio da frequência, porque é feita a partir da comparação entre a frequência do estímulo e a frequência natural. Esse aprendizado é fundamental em projetos de máquinas oscilatórias e de suas instalações – como se deve reduzir a transmissão de vibrações nos dois sentidos. Máquinas operatrizes, assim como centros de usinagem, tornos convencionais, retificadoras, dentre outros, devem ser isoladas de vibrações provenientes do piso da indústria onde estão instaladas, principalmente máquinas operatrizes de alta precisão, pois qualquer perturbação externa pode influenciar o acabamento de uma peça. É preciso também isolar a vibração que se origina no equipamento, atenuando seus efeitos sobre a base onde é montada. Por exemplo, motores que servem a geradores de energia são montados sobre coxins (tipo de apoio com elementos elásticos, geralmente borracha) para que a trepidação que produzem enquanto trabalham não seja transmitida para o piso. Para entender de fato o efeito de um sistema de isolamento de vibrações, é preciso avaliar a transmissibilidade, ou seja, o quanto uma força é amplificada, tanto do equipamento para o piso quanto do piso para o equipamento. A transmissibilidade é dada por: TR = Ftr F0 = 1 + (2ζ ω ωn ) 2 [1 − ( ω ωn) 2 ] 2 + (2ζ ω ωn ) 2∣ ∣ ⎷ O gráfico que representa a transmissibilidade é o mesmo da imagem anterior porque a expressão é a mesma empregada para a excitação de base. Contudo, agora vamos chamar atenção para o amortecimento, que será representado na imagem a seguir. Gráfico da transmissibilidade em função da razão entre frequências ). Acompanhe o gráfico e entenda a seguir: (ω/ωn Antes desse ponto, quanto maior o amortecimento, menor a transmissibilidade. ( ω ωn ) = √2 Depois desse ponto, a situação se inverte. Maior amortecimento não reduz a transmissibilidade, e sim aumenta, como podemos ver no gráfico na região de atenuação, com . (ω/ωn) > √2 TR < 1 Na prática, se o equipamento trabalha em um regime em que a frequência de excitação é alta, recomenda-se usar um isolamento flexível e de baixo amortecimento. Em alguns casos, adota-se um sistema de isolamento com molas metálicas. (ω/ωn) ≫ √2 Se o equipamento opera em condições de é desejável adotar um sistema de isolamento em que o amortecimento seja o mais alto possível. Ainda assim, o equipamento t á il õ i ifi ti (ω/ωn) ≪ 1 Sendo a transmissibilidade: A massa do oscilador harmônico também influencia os valores de . Quanto maior for a massa, maior será a transmissibilidade para um mesmo valor de e de . Podemos verificar o efeito da massa usando a expressão da transmissibilidade na condição de ressonância: A partir da expressão obtemos a relação direta com a massa. Assim, o princípio básico para isolar a vibração está em selecionar uma base de isolamento de rigidez de forma que a frequência natural do sistema massa-mola- amortecedor seja consideravelmente menor que a menor frequência produzida pelo estímulo aplicado em sua base. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O gerador elétrico mostrado na imagem a seguir, à esquerda, está montado sobre uma base com quatro molas iguais e um amortecedor viscoso, submetido a uma excitação de base . Esse gerador está ligado a uma turbina hidráulica (não mostrada). Se a oscilação for muito grande, pode causar danos ao eixo que une as duas máquinas, precisando estar dentro do valor considerado aceitável, de . apresentará oscilações significativas, porque opera na região em que .TR > 1 Quando a frequência de excitação coincide com a frequência natural do sistema, tem-se maior transmissibilidade. (ω/ωn) = 1 TR = √ 1 + (2ζ)2 (2ζ)2 m TR k b TR = √ 1 + (2ζ)2 (2ζ)2 = 1 + (2 b 2√km ) 2 (2 b 2√km ) 2 = 1 + b 2 km b2 km = √ km + b 2 b2 ⎷ ⎷y |X/Y | < 1, 5 O departamento de engenharia não conseguiu determinar a causa da excitação de base. Sua frequência varia aleatoriamente no intervalo de . Assim, o departamento resolveu pôr um amortecedor que permite até três regulagens de coeficiente de amortecimento, e . O resultado são frações de amortecimento distintas, respectivamente e . É correto afirmar que a melhor regulagem é a que tem coeficiente de amortecimento Parabéns! A alternativa C está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c- paragraph'%3EOs%20sistemas%20subamortecidos%20proporcionam%20melhor%20atenua%C3%A7%C3%A3o%20de%20vibra%C3 Questão 2 Calcule o valor da razão entre a frequência de excitação de base e a frequência natural de um oscilador harmônico subamortecido por atrito viscoso quando a transmissibilidade é igual a 1. ω 0, 8 < ωn < 2, 0 b1, b2 b3 ζ1, ζ2 ζ3 A , porque atenua oscilações quando .b1 ω > ωn B , porque atenua oscilações em todo o intervalo, principalmente quando . b1 ω > ωn√2 C , porque melhor atenua oscilações quando e, ainda que não atenue tanto após esse valor, mantém o padrão . b2 ω < ωn√2 |X/Y | < 1, 5 D , porque mais bem atenua oscilações quando , ainda que não atenue tanto após esse valor. b3 ω < ωn√2 E , porque torna o sistema mais amortecido em qualquer faixa de frequência. b3 A 1/2 B √2/2 C 1 Parabéns! A alternativa D está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c- paragraph'%3EA%20express%C3%A3o%20para%20calcular%20transmissibilidade%20%C3%A9%3A%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20% paragraph%20c- table'%3E%24%24%24%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20T%20R%3D%5Cleft%7C%5Cfr %5Cleft(%5Cfrac%7B%5Comega%7D%7B%5Comega_n%7D%5Cright)%5E2%5Cright%5D%5E2%2B%5Cleft(2%20%5Czeta%20%5Cfra paragraph'%3EIgualando%20a%201%2C%20tem- se%3A%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c- paragraph%20c- table'%3E%24%24%24%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5Cbegin%7Bgathered%7D% %5Cleft(%5Cfrac%7B%5Comega%7D%7B%5Comega_n%7D%5Cright)%5E2%5Cright%5D%5E2%2B%5Cleft(2%20%5Czeta%20%5Cfra %5Cleft(%5Cfrac%7B%5Comega%7D%7B%5Comega_n%7D%5Cright)%5E2%5Cright%5D%5E2%2B%5Cleft(2%20%5Czeta%20%5Cfra %5Cleft(%5Cfrac%7B%5Comega%7D%7B%5Comega_n%7D%5Cright)%5E2%5Cright%5D%5E2%2B%5Cleft(2%20%5Czeta%20%5Cfra %5Cleft(%5Cfrac%7B%5Comega%7D%7B%5Comega_n%7D%5Cright)%5E2%5Cright%5D%5E2%20%5CRightarrow%201- %5Cleft(%5Cfrac%7B%5Comega%7D%7B%5Comega_n%7D%5Cright)%5E2%3D1%20%5CRightarrow%5Cleft(%5Cfrac%7B%5Comeg Considerações �nais Abordamos a parte conceitual de vibrações de sistemas mecânicos, bem como seus termos e definições. Vimos a importância de conhecer as frequências naturais de um sistema e o fenômeno da ressonância. Nos sistemas com mais graus de liberdade, por meio do exemplo do pêndulo acoplado, estudamos os modos de vibração e o fenômeno do batimento. Passamos pelos sistemas oscilatórios amortecidos por meio de atrito viscoso e os conceitos de frequência de oscilação amortecida e fração de amortecimento. Observamos o decaimento da amplitude de oscilação nos sistemas com subamortecimento viscoso e aqueles amortecidos por atrito de Coulomb. Tratamos, por fim, dos sistemas de um grau de liberdade excitados harmonicamente por vibrações forçadas, por desbalanceamento rotativo e por movimento de suporte. Foram apresentadas as curvas que mostram a variação do fator de amplificação em função da razão entre frequência de excitação e natural. Podcast Serão abordados os conceitos relacionados à vibração mecânica, explicando os principais fenômenos físicos envolvidos. Em complemento, serão apresentados os aspectos relevantes de sistemas oscilatórios não conservativos – em particular, o efeito dissipativo sobre o período de oscilações desses sistemas. Por fim, será abordada a oscilação forçada para o caso particular de apenas um grau de liberdade. D √2 E 2√2 Explore + Você pode aumentar seu conhecimento sobre o assunto digitando “vibrações mecânicas” no Google Scholar. Além de dicas de livros sobre essa área do conhecimento, observe a grande variedade de trabalhos em diversos assuntos, inclusive na área de desempenho esportivo. Outra área interessante é a relacionada com patentes. No endereço do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) procure o campo “Contenha”, selecione “Todas as palavras” e digite no espaço ao lado “massageador”. Você terá acesso gratuito a diversas patentes que usam aparelhos cujo princípio de funcionamento é baseado em vibrações mecânicas, utilizados para tratamentos musculares e lesões. Referências BEER, F. P.; JOHNSTON JUNIOR, E. R. Mecânica vetorial para engenheiros: dinâmica. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. MEIROVITCH, L. Fundamentals of vibrations. Nova York: McGraw-Hill, 2010. RAO, S. S. Vibrações mecânicas. 4. ed. São Paulo: Pearson Universidades, 2008. THOMSON, W. T. Teoria da vibração com aplicações. Rio de Janeiro: Interciência, 1978. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material javascript:CriaPDF() O que você achou do conteúdo? Relatar problema